Influenciadores digitais são a novidade de mídia no Rio

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1 OFERECIMENTO BOLETIM ESPECIAL JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 Influenciadores digitais são a novidade de mídia no Rio POR DUDA LOPES E ERICH BETING, DO RIO DE JANEIRO Quem imaginava que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro fossem consolidar o modelo de arrecadação de verba de mídia dos grandes players das redes sociais, como Google, Facebook e Twitter, provavelmente terá uma surpresa ao ver que, nos Jogos de 2016, são os influenciadores digitais que estão faturando para espalhar o espírito olímpico entre os fãs mais conectados. EDIÇÃO 569 SEGUNDA-FEIRA, 15 DE AGOSTO DE 2016 Sejam patrocinadoras dos Jogos ou não, as empresas têm buscado esses influenciadores para tentar encontrar e conversar com o público jovem. É algo diferente de contratar uma celebridade e colocá-la na publicidade da televisão. Com os influencers, você traz uma audiência acoplada, com um conteúdo consistente e genuíno. E ainda chega a um público que dificilmen- Magá Moura, que é influenciadora no mundo da moda e estilo de vida, em ação na Casa BRA, dentro do Parque Olímpico; ela foi aos Jogos pelo Bradesco e ficou rodando o parque, filmando a reação das pessoas ao se depararem com ela nos Jogos 1

2 te é atingido pela mídia tradicional, diz Márcio Parizotto, diretor de marketing do Bradesco. O banco contratou seis influenciadores, atingindo diferentes tipos de público. Eles rodam os eventos e o Parque Olímpico, gerando conteúdo sobre o que estão vivenciando e que são veiculados em seus próprios canais. O conceito, formato e estética do conteúdo são feitos especificamente para o canal próprio [do influencer], diz Parizotto. Sem patrocinar a Olimpíada, a Adidas tem mais de uma dezena de influenciadores digitais, como a Youtuber Kefera. Outra que aposta nesse tipo de conteúdo é a Skol, que tem oferecido convites a influenciadores para acompanhar os Jogos e compartilhar conteúdo das baladas da marca pelo Rio de Janeiro. Até mesmo a NBA, que tem uma casa de relacionamento no Rio, chamou 17 influenciadores para ações dentro da casa. Os cachês dos influenciadores variam. Podem ir apenas do convite para ir ao evento e relatar isso em seus canais digitais até a alguns acordos mais parrudos, que beiram R$ 100 mil por mês. Produzindo um conteúdo livre, de alto engajamento com o público jovem, os influenciadores viraram uma alternativa à propaganda tradicional no Rio anos GRANDES NÚMEROS tem a uzbeque Oksana Chusovitina, sétima no salto da ginástica; em Barcelona-92 ela levou a primeira medalha; apenas uma de suas adversárias no Rio já havia nascido 5 PATROCÍNIO ouros nas simples de tênis tem o Reino Unido em Olimpíadas; Andy Murray faturou ontem o bi FEZ O SUL-AFRICANO 43s03 WAYDE VAN NIEKERK NOS 400M, NOVO RECORDE APÓS 17 ANOS 1bi JOGOS OLÍMPICOS; É METADE DO VALOR DA FIFA DE DÓLARES É O QUE O COI FATURA COM OS PATROCÍNIOS NOS 2 20mi de dólares fatura, anualmente, Usain Bolt, mais bem pago do atletismo

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4 OPINIÃO Cobrir uma Olimpíada é frustrante para um repórter Cobrir uma Olimpíada é um dos trabalhos mais frustrantes para um repórter. Pode parecer estranha a frase. Explico-me melhor. Os Jogos Olímpicos são um shopping center de acontecimentos. As pautas caem do céu. Nem precisa de muito esforço para apurá-las. Boa parte das maiores estrelas do esporte mundial estão ali, disponíveis na saída de um treino, zanzando pelas lojas da Vila Olímpica, no sufoco da zona mista, numa coletiva de imprensa... Mas por que o desencantamento? É pelo mesmo motivo do encanto. Para quem realmente gosta de esporte, é muito difícil estar em todos os lugares em que gostaríamos. Muitas provas ocorrem ao mesmo tempo. Somos atropelados pelos acontecimentos. Uma judoca que dá chá de cadeira na imprensa após perder uma luta inviabiliza a ida para a ginástica para se deliciar com os movimentos precisos de Simone Biles. Um dia complicado para chegar no Engenhão ao atletismo dá fim ao sonho de assistir à final do tênis. Tive quatro Olimpíadas para POR ADALBERTO LEISTER FILHO diretor de conteúdo da Máquina do Esporte acompanhar Michael Phelps nadar. Consegui finalmente vê-lo agora. Mas foi só na semifinal dos 200 m medley. Por isso, falamos quase como se tivéssemos ganho uma medalha: Eu vi a redenção do Hypolito ; Testemunhei o Phelps ganhar o 23º ouro ; Vi o Djokovic chorar. Pois é, não estive em nenhum desses. Mas posso encher a boca para dizer que vi Usain Bolt ganhar três vezes os 100 m em Olimpíadas. Essa é minha medalha de ouro. Jogo da Argentina no handebol tem reforço de segurança da Força Nacional POR REDAÇÃO, DO RIO DE JANEIRO Os ânimos mais acirrados entre brasileiros e argentinos têm preocupado as autoridades dos dois países e a organização do Rio 2016, a ponto de uma campanha de paz entre os dois países ter sido criada, e o jogo de basquete do último sábado ter sido usado como exemplo para se pedir respeito e união entre as torcidas. Mas, por precaução, a partida entre Argentina e Coreia do Sul, válida pela última fase do habdebol feminino domingo à noite, teve o reforço de segurança feito pela Força Nacional. A preocupação se justificava. A rodada dupla do handebol tinha as partidas Espanha x Angola e, na sequência, o jogo das argentinas, já eliminadas da competição. A torcida brasileira presente aos duelos aproveitou-se da situação e, durante o jogo das argentinas, ficou provocando o país vizinho, principalmente por conta da rivalidade existente entre ambos no futebol. A reportagem da Máquina do Esporte presenciou alguns momentos de troca de olhares mais duras e alguns princípios de discussão entre torcedores dos dois países. Quando havia qualquer situação mais ríspida, porém, logo os guardas da força nacional intervinham. O jogo terminou sem qualquer ocorrência mais grave. O maior problema continua a ser, porém, o espírito brincalhão do torcedor brasileiro. Já na partida entre Espanha e Angola, a torcida passou a maior parte do tempo incentivando a seleção angolana, tirando sarro das espanholas e abafando gritos de sua torcida. 4

5 Porto Maravilha mostra que deve ser maior legado olímpico do Rio POR DUDA LOPES, DO RIO DE JANEIRO O turista que passeia pelo Porto Maravilha, no Rio, pode aproveitar o clima família do local. Casas de ativações se espalham pelo local, um telão transmite os Jogos e a pira olímpica dá um tom especial à região, na frente da Candelária. Fica muito difícil imaginar o que eram aquelas ruas há poucos anos. A região será um dos principais legados olímpicos do Rio 2016 e entrará na lista de grandes casos de revitalização urbana pelo mundo. No local, ficava o viaduto que ligava a Avenida Brasil à Zona Sul, a chamada perimetral. A região do Porto era desvalorizada, com ares de abandono, e violenta. A movimentação de turistas, como tem acontecido nos Jogos, inexistia. A revitalização do local e o surgimento do chamado Porto Maravilha foi uma das bandeiras políticas do prefeito carioca Eduardo Paes. Mas custou dinheiro. A perimetral se transformou no túnel Rio450, construído abaixo do nível do mar. A Praça Mauá e a Avenida Rio Branco foram reformadas. Dois museus foram construídos, da Arte do Rio e do Amanhã. E, para o transporte, os bondes do VLT foram colocados. No total, foram investidos R$ 8 bilhões, o que, claro, não ficou livre de críticas em uma cidade com graves problemas sociais. Invariavelmente, grandes mudanças urbanas sofrem essa resistência. Barcelona, por exemplo, mudou sua paisagem para receber os Jogos em Mas a especulação imobiliária, que afastou os mais pobres de uma área central, é alvo de protesto até hoje na metrópole espanhola. Por outro lado, a reforma de grandes recortes urbanos, como a perimetral, é celebrada pelo mundo. Foi o caso da High Line, em Nova York, transformada em parque suspenso e, principalmente, do Rio Cheonggyecheon, em Seul. As áreas de antigos viadutos passaram a ser valorizadas nas metrópoles. O grande desafio do Rio agora é manter o Porto Maravilha. A manutenção de ruas está a cargo de uma empresa privada, a Concessionária Porto Novo. Isso não garante que o local seja usado pelas pessoas de fato, que seja vivo como é agora. Caso se consolide como receptor de eventos, será difícil outra obra dos Jogos ser tão memorável. 5

6 PERSONAGEM DO DIA JAMAICA Usain Bolt ATLETISMO POR ADALBERTO LEISTER FILHO Com uma largada mais lenta, aceleração impressionante e comemora- Nunca duvidei de mim. Depois da abandonar a seletiva da Jamaica. ção antes de cruzar a linha de chegada, Usain Bolt repetiu no Rio o script ainda mais confiante para este ano, última temporada, acho que estava que já havia seguido em Pequim e contou Bolt, que agradeceu o apoio Londres. Com o tempo de 9s81, o da torcida no estádio do Engenhão. jamaicano faturou o tricampeonato Desde antes da prova, era latente a olímpico dos 100 m e aumentou ainda mais a sua legenda como o maior tlin, a principal ameaça a seu reinado, preferência do público por Bolt. Ga- velocista da história mundial. recebeu uma sonora vaia do estádio O americano Justin Gatlin, último ao ser apresentado para a final. campeão olímpico dos 100m antes da A torcida gosta de fazer parte da era Bolt, em Atenas 2004, ficou com a competição. Não quer só assistir. Então, tento viver o momento. segunda posição. Já o canadense Andre de Grasse, campeão da prova no Bolt, agora tem a chance de ser Pan de Toronto, completou o pódio. ouro nos 200m e no revezamento 4 Até a estreia no Rio, Bolt era uma x 100m. Se confirmar o título em ambas, se iguala a Paavo Nurmi e Carl incógnita. O velocista viveu uma temporada irregular. Padeceu por conta Lewis como maior ganhador de ouro de lesão na coxa esquerda, chegou a olímpico no atletismo: nove triunfos. O MAIOR DA HISTÓRIA Nasceu no dia 21 de agosto de 1986 Nunca perdeu uma final olímpica É o atleta mais bem pago da história do atletismo; fatura mais de US$ 20 mi ao ano No Rio, tem como meta o novo recorde mundial dos 200m, que já é dele mesmo, com 19s19, de

7 QUADRO DE MEDALHAS 1. ESTADOS UNIDOS GRÃ-BRETANHA CHINA RÚSSIA ALEMANHA FRANÇA ITÁLIA JAPÃO AUSTRÁLIA BRASIL O INÍCIO DO ATLETISMO COLABOROU PARA A GRÃ-BRETANHA ALCANÇAR A SEGUNDA POSIÇÃO NO QUADRO, SUPERANDO A CHINA; QUEM TAMBÉM DEVE SUBIR NOS PRÓXIMOS DIAS É A JAMAICA, QUE JÁ FATUROU DOIS OUROS IMAGEM DO DIA Diego Hypólito e Arthur Nory seguram as medalhas de prata e bronze na ginástica artística; pela primeira vez Brasil alcançou o pódio, sendo que Diego superou o trauma das quedas em 2008 e