COI repudia vaias a atletas que competem contra Brasil

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1 OFERECIMENTO BOLETIM ESPECIAL JOGOS OLÍMPICOS RIO 2016 COI repudia vaias a atletas que competem contra Brasil POR ADALBERTO LEISTER FILHO, DO RIO DE JANEIRO EDIÇÃO 571 QUARTA-FEIRA, 17 DE AGOSTO DE 2016 Após o incidente do francês Renaud Lavillenie com a torcida no estádio Olímpico do Engenhão, a Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo) resolveu agir. A entidade que comanda o esporte pediu para que os microfones da arena pedissem ao público que respeitasse todos os participantes dos Jogos do Rio Ontem, durante a cerimônia de pódio, em que o brasileiro Tiago Braz recebeu a medalha de ouro do salto com vara, o francês voltou a ser apupado pelos torcedores no Engenhão. Durante a execução do Hino Nacional brasileiro, Lavillenie começou a chorar copiosamente. O francês chegou ao Brasil como campeão olímpico e dono do atual recorde mundial (6,16 m). Apesar do favoritismo, acabou sur- Thiago Braz (esq.) e o ucraniano Sergei Bubka (centro) conversam com o francês Renaud Lavillenie após a perda da medalha de ouro; o francês ficou inconformado com as vaias da torcida brasileira, e Braz e Bubka foram acalmá-lo após a competição 1

2 preendido por Thiago na final. Após competir, Lavillenie reclamou muito da torcida brasileira, que o vaiou em todas as tentativas de salto. Em Berlim 1936, o público vaiou Jesse Owens. Nunca mais vimos isso. Não houve espírito olímpico do público. Isso [vaia] é para futebol, disse. Minutos após a declaração, o francês voltou atrás e disse que exagerou no calor do momento. Lavillenie não foi o único caso de vaias no Engenhão. Na final dos 100 m, o americano Justin Gatlin, principal rival de Usain Bolt, o queridinho do público, também foi bastante apupado. O jamaicano ganhou o ouro. Apesar do pedido feito pelos alto-falantes do estádio, o público continuou vaiando ocasionalmente alguns atletas. Até o presidente do COI, Thomas Bach, se pronunciou sobre o assunto. Estou chocado com o comportamento do público ao vaiar Lavillenie na cerimônia de pódio. Isso é inaceitável em Olimpíadas, afirmou Bach. Após o episódio, Thiago Braz e o ucraniano Sergey Bubka, maior nome da história da prova, foram consolar o francês. Lavillenie agradeceu por meio de sua conta no Instagram: Obrigado Sergei e Thiago por me mostrarem o lado verdadeiro e belo de nosso fabuloso esporte. 10,6mil GRANDES NÚMEROS reais já estava custando a tocha usada por Vanderlei Cordeiro para acender a pira olímpica; o item faz parte do leilão oficial dos Jogos, que vende tudo ligado ao Rio-16 4º PATROCÍNIO lugar ficou o velejador Robert Scheidt na classe laser; o brasileiro buscava a sexta medalha olímpica NA GINÁSTICA LEVOU 4 ouros A AMERICANA SIMONE BAILES, MAIOR NOME DO ESPORTE NO RIO 1mi DEZ DIAS; MAIOR SUJÃO É REGIÃO DO PORTO DE QUILOS DE LIXO JÁ FORAM RETIRADOS NOS LOCAIS OLÍMPICOS EM 2 3,5 vezes mais audiência em relação a Londres 2012 teve a ESPN na abertura do Rio 2016

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4 OPINIÃO Esporte preferido no Rio é um bom passeio pelo Parque Qual o esporte preferido do torcedor brasileiro nessas Olimpíadas? Ao que tudo indica, a visita ao Parque Olímpico leva essa medalha de ouro. Após a primeira semana de Jogos, o torcedor brasileiro percebeu que nunca mais teremos essa oportunidade. A crescente procura por ingressos às competições que fazem parte do complexo olímpico na Barra da Tijuca, a escassez de voos na ponte aérea Rio-SP, os preços surreais de hospedagem. Todos são indicativos de que o torcedor entendeu que os Jogos já estão acabando, a festa está muito legal e não tem sentido ficar de fora dessa. Desde o sábado, o Parque Olímpico se tornou um local de encontro. Polo aquático, handebol feminino, esgrima, nado sincronizado... O esporte é o de menos. Quero ir lá conhecer o Parque, esperar pelo Guga no terraço do complexo Globo/Sportv, tirar foto em qualquer um dos vários anéis olímpicos espalhados no caminho. Isso sem falar na visita às ações das marcas ali dentro. O show dos mascotes do Bradesco, os carregadores com POR ERICH BETING diretor executivo da Máquina do Esporte sofá e cadeira na Nissan, a balada da Skol, o museu olímpico da Coca-Cola, as tecnologias de Claro e Samsung. Ah, tem também a chance de dar um match em alguém nas redondezas. Quem ganhou? Opa, preciso dar um pulo lá na arena para poder ver... Você acha que tem muito lugar vazio na arena? É que o esporte preferido no Rio é o passeio no Parque. Ainda não veio? Dá um jeito! Vale. Quem sabe você até vê algum esporte. Brasil é bronze nos 4x100 m! Mas medalha tardia é de Pequim 2008 POR REDAÇÃO, DO RIO DE JANEIRO Um dia após Thiago Braz garantir o ouro no salto com vara, o Brasil conquistou nova medalha no atletismo. Mas foi em Pequim O COI desclassificou a Rússia do revezamento 4 x 100 m feminino daquela Olimpíada após teste antidoping revelar substâncias proibidas na amostra da atleta Yulia Tchermochanskaya. Com a eliminação da Rússia, a ótima geração belga da velocidade garantiu o ouro. A prata ficou com a Nigéria, e o Brasil ganhou o bronze com a equipe integrada por Thaisa Presti, Lucimar Aparecida de Moura, Rosemar Maria Coelho Neto e Rosangela Santos, a única remanescente na equipe atual do Brasil no Rio. Com o novo pódio, o atletismo brasileiro garante a melhor campanha de sua história em Pequim 2008, com o ouro de Maurren Maggi e o bronze no 4 x 100 m, igualando a campanha em Helsinque 1952, em que o país também subiu ao pódio com o ouro de Adhemar Ferreira da Silva (salto triplo) e também com o bronze de José Telles (salto em altura). O exame de Tchermochanskaya, hoje com 30 anos, detectou estanozolol e deidroclormetil- -testosterona, dois esteroides anabólicos. A Wada (Agência Mundial Antidoping) está reanalisando as amostras recolhidas durante Pequim 2008 e Londres 2012 na tentativa de flagrar novas drogas, que ainda eram desconhecidas à época. Por conta do uso sistemático de doping em seus atletas, o atletismo da Rússia foi banido dos Jogos do Rio

5 Aos 100 anos e no ostracismo, morre dirigente João Havelange POR REDAÇÃO, DO RIO DE JANEIRO Era início da manhã de 16 de agosto quando morreu, aos 100 anos, João Havelange, um dos principais dirigentes esportivos da história do esporte e grande articulador da vitória do Rio para sede dos Jogos Olímpicos. O fim de vida esteve longe, muito longe, do glamour e do poder que cercaram Havelange principalmente desde 1974, quando assumiu a presidência da Fifa e iniciou uma revolução na gestão do esporte mundial, transformando o que antes era um passatempo de fãs da bola num negócio bilionário - e sujo. Em sua condução ao poder na Fifa, Havelange introduziu o primeiro grande negócio da Copa do Mundo. Patrocinado pela Adidas, angariou votos e buscou aumentar o Mundial. Na época, com a popularização da TV, Havelange endureceu o jogo com a mídia. Em 1978, na primeira Copa após assumir a Fifa, elevou de 16 para 24 o número de seleções, fez os primeiros acordos com multinacionais e passou a exigir mais dinheiro para dar os direitos de transmissão da competição à TV. Apostando nessa relação dura com as marcas e a mídia, e de articulação com os pares de dirigentes pelo mundo, Havelange praticamente criou o modelo atual de gestão esportiva. Seu poder ficou tão grande que, em 2009, mesmo longe das atividades como cartola, ele foi o principal articulador da candidatura do Rio para os Jogos. Aproveitando-se de sua influência sobre países da África, Oceania e América Central, conseguiu o que parecia improvável: a escolha do Rio contra candidatas como Chicago e Madri. Pouco depois, investigações da Justiça suíça concluiram que Havelange havia recebido propina da antiga agência de marketing esportivo ISL. Assumiu a culpa, devolveu parte do dinheiro e foi retirado do processo. O caso, porém, custou-lhe o cargo de presidente honorário de Fifa e COI, e a saúde de Havelange a partir de então piorou. A imagem de grande dirigente foi tão abalada que o COI simplesmente ignorou sua morte. Justamente no Rio 2016 que ele ajudou a fazer acontecer. 5

6 PERSONAGENS DO DIA BRASIL I. Queiroz e R. Conceição CANOAGEM E BOXE POR ADALBERTO LEISTER FILHO Dois atletas baianos conseguiram conquistas inéditas para o esporte olímpico brasileiro durante os Jogos do Rio 2016: Isaquias Queiroz (canoagem) e Robson Conceição (boxe). Queiroz ganhou a prata na prova C m da canoagem velocidade. É a primeira medalha do país na história da modalidade, que se tornou olímpica a partir dos Jogos de Munique Na final da prova, o baiano de Ubaitaba só ficou atrás do alemão Sebastian Brendel, que defendia o bicampeonato olímpico. O bronze foi para Serghei Tarnovschi, de Moldova. Gostaria de dizer que estou muito feliz pela prata, mesmo tendo ficado atrás deste monstro [Brendel] por quem tenho enorme admiração,. Ele deixou claro que sua campanha no Rio 2016 está só começando. Isaquias ainda vai disputar o C1 200 m e o C m (essa em parceria com Erlon de Souza) nesta Olimpíada. Ainda tenho duas provas pela frente. Meu objetivo nos Jogos do Rio é ganhar três medalhas, afirmou. Ousadia semelhante teve Robson Conceição, baiano de Salvador, para faturar a primeira medalha de ouro do boxe olímpico. Na final da categoria leve (até 60 kg), ele derrotou o francês Sofiane Oumiha por pontos e dedicou a conquista à filha. 0 Quando ela for mais velha, vou dizer que ela é minha maior inspiração e queria dar para ela o maior presente que pudesse. Ela fará dois anos nesta sexta-feira, e esse é o meu presente para ela, contou Conceição. OS PRIMEIROS DA HISTÓRIA Isaquias nasceu em 3 de janeiro de 1994 Primeiro brasileiro a ser campeão mundial junior, em 2011 Perdeu um rim ao cair de uma árvore e bater sobre uma pedra Robson nasceu em 25 de outubro de 88 Começou a praticar boxe para ter melhor desempenho em briga de rua, em Salvador Quando pequeno, ele ajudava a avó na feira, após a escola 6

7 QUADRO DE MEDALHAS 1. ESTADOS UNIDOS GRÃ-BRETANHA CHINA RÚSSIA ALEMANHA ITÁLIA HOLANDA FRANÇA AUSTRÁLIA BRASIL O BRASIL CONSEGUIU ONTEM O PRIMEIRO OURO DO BOXE E A PRIMEIRA MEDALHA DA CANOAGEM; O PAÍS, PORÉM, DEPENDE DE PELO MENOS CINCO MEDALHAS DE OUROO PARA TENTAR FICAR ENTRE OS FEZPRIMEIROS LUGARES IMAGEM DO DIA Agatha e Barbara celebram a vitória sobre os EUA na semi do vôlei de praia; elas tentarão o ouro ao derrubar as principais favoritas à medalha; Wlash, dos EUA, nunca havia perdido em Olimpíadas 7