Calendário Econômico Pine: Salada grega 29 de junho de 2015

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1 Calendário Econômico Pine: Salada grega 29 de junho de 2015 COMENTÁRIO SEMANAL Os eventos externos dominam a agenda da semana. Em primeiro lugar, na quinta-feira, nos EUA, serão divulgados os dados do mercado de trabalho de junho. A mediana das expectativas aponta para uma criação de vagas de trabalho (payroll) de 230 mil postos (230K), lembrando que o máximo avizinha 300K e o mínimo beira 190K. A exemplo dos dados de maio, quando o resultado do payroll ficou em 280K, nossa perspectiva pende para um número bem mais forte do que o da mediana na esteira da recuperação dos dados de atividade econômica norteamericana no 2T15 em relação ao 1T15. Ainda em função da reação econômica nos EUA no segundo trimestre, a taxa de desemprego deve ceder marginalmente para 5,4% em junho (contra 5,5% em maio); entretanto, o indicador mais importante para a dinâmica das moedas em mercados emergentes e periféricos é o número do payroll do mês. Tendo em vista que contamos com um número mais forte de criação de vagas, a tendência do yield do Treasury de dois anos seria a convergência para 0,70%-0,75% ao ano até o final da semana. Como resultado disso, o real deveria permanecer mais próximo de 3,15/US$ do que de 3,05/US$. Entretanto, é bem provável que o yield do Treasury de dois anos fique perto de 0,6% mais em função dos imbróglios gregos e do movimento de risk-off do que de qualquer desapontamento com os dados de mercado de trabalho nos EUA. De fato, antes do referendo grego às novas medidas na direção da continuidade do duro ajuste fiscal, o qual ocorrerá no dia 05/07, o governo grego terá que pagar ao FMI 1,6 bilhão no dia 30/06, além de 1,5 bilhão em despesas com pessoal e benefícios previdenciários no último dia de junho. O banco central europeu (BCE) já decidiu no fim de semana manter o limite da linha de crédito emergencial (ou excepcional) ao sistema financeiro grego (ELA, Emergency Liquidity Assistance) em 89 bilhões, lembrando que o montante de pagamentos da dívida soberana grega em 2015 totaliza US$28,2 bilhões (US$26,9 bilhões em principal e US$1,2 bilhões em juros). Neste contexto, o não pagamento de 1,6 bilhão ao FMI no dia 30/06 impulsionaria a demanda por euro à vista na Grécia, o que significa um aumento da já elevada demanda por saques bancários por parte do público, uma restrição mais alta ainda do limite relativo do ELA, o prolongamento do feriado bancário na Grécia e, finalmente, o acionamento tanto do pagamento antecipado de parte significativa das dívidas privadas e soberanas quanto da cláusula de cross-default a todas as classes de ativos financeiros no âmbito do ESM (European Stability Mechanism). Em outras palavras, diante desse quadro de cross-default, de pagamento antecipado de dívidas e de aumento exponencial da demanda por euro na Grécia, o limite do ELA tornar-se-ia relativamente pequeno. Esse quadro tipicamente acarretaria a o aumento dos prêmios de risco em ativos de renda fixa gregos, nos países periféricos ou com elevadas relações dívida-pib na zona do euro (Portugal, Espanha e Itália) e em economias credoras mais frágeis da dívida pública grega (como Turquia). O resultado final dessa conjuntura que se arrasta há um bom tempo seria um movimento adicional de risk-off que implicaria a desvalorização do euro em relação ao dólar rumo à paridade, a queda dos yields do Treasuries norte-americanos de dois a dez anos (onde o primeiro tenderia a 0,55%-0,60% ao ano), a desvalorização da cesta de moedas em relação ao dólar norte-americano e a consequente gravitação do real entre 3,15/US$ e 3,20/US$ no curto prazo. Portanto, para a já difícil vida do risco brasileiro não ficar mais complicada ainda, resta torcer pela prevalência do bom senso e contar com a ajuda até da mitologia grega na solução de uma equação que envolve ajuste e sacrifício. BRASIL IGP-M - junho O IGP-M de junho subiu 0,67% na comparação mensal, acima do IGP-10 do período (0,57%) e do IGP-M de maio (0,41%). Com isso, a variação anual acelerou de 4,3% para 5,6%, seu maior patamar desde junho/14. O IPA agrícola vem reduzindo sua deflação mensal índice após índice e deve retornar ao campo positivo já no final deste mês. Diferentemente, o IPA industrial vem desacelerando paulatinamente e assim deve ser ao longo das próximas leituras. Em linha com as pressões observadas nos demais preços ao consumidor, o IPC-M deve ter registrado o pico recente dos IPCs da FGV e deve desacelerar ao longo de junho, o mesmo valendo para o INCC.

2 Sendo assim, esperamos nova aceleração do IGP-DI com consequente desaceleração mensal ao longo do próximo mês. Produção industrial maio A atividade industrial de maio, segundo nossas projeções, deve ter recuado 0,8% m/m já tratados os efeitos sazonais. Na comparação anual, o índice deverá ter novo recuo, agora de 10,8%. Os destaques (em termos mensais) ficaram (i) com a queda de 1,6% da confiança do industrial, segundo a FGV, com (ii) recuo de 0,9 pontos percentuais no nível de utilização da capacidade instalada; (iii) a expedição de caixas, acessórios e chapas recuou 2,2%, (iv) a produção de veículos, comercias leves, ônibus e caminhões e máquinas agrícolas caiu 3,0% segundo a Anfavea e (v) a produção de petróleo e gás natural recuou 0,2%. Diferentemente, a circulação de veículos pesados nas estradas, segundo a ABCR, cresceu 0,6%. Ainda aguardamos o INA da Fiesp. O fraco desempenho observado até agora ainda não deve se alterar nos próximos meses. Resultado Fiscal - maio Esperamos déficit de R$ 7 bilhões do setor público consolidado, dos quais R$ 8 bilhões vêm do governo central. O resultado se compara com um déficit de R$ 11 bilhões em maio de 2014 que, assim, levaria o déficit acumulado em 12 meses de 0,8% do PIB para 0,7%, ainda longe da meta imposta por Levy e a LDO. De fato, basta perceber que o resultado do Tesouro Nacional nos cinco primeiros meses do ano é superavitário em apenas R$ 6,6 bilhões, o menor valor para o período desde 1998, mesmo em termos nominais. Marco Maciel Economista-chefe Marco Caruso Economista

3 Horário País Indicador Data PINE Mediana Anterior terça-feira, 30 de junho de :00 Brasil Sondagem da Indústria jun/ :00 Brasil Sondagem de Serviços jun/ :30 Brasil Política Fiscal (Resultado Primário - R$ bi) mai/15-7,0-13,4 - Brasil Indicador de Nascimento de Empresas mai/ :00 Z. do Euro Taxa de Desemprego (%) mai/15-0,1 11,1% 06:00 Z. do Euro CPI: Núcleo (YoY %) jun/15-0,8% 0,9% 10:00 EUA Preços Residenciais (MoM % a.s.) abr/15-0,90% 0,95% 10:45 EUA Chicago PMI jun/15-50,3 46,2 19:00 EUA Discurso de J. Bullard (Fed St. Louis) ,4 11:00 EUA Confiança do Consumidor jun/ :00 China Sondagem Industrial PMI jun/15-50,4 50,2 22:00 China PMI Serviços jun/ ,2 22:45 China PMI Industrial jun/15-49,6 49,6 quarta-feira, 1 de julho de :00 Brasil IPC-S (4ª Quadrissemana) (MoM %) jun/15-0,78% 0,83% 10:00 Brasil PMI Industrial jun/ ,9 12:30 Brasil Fluxo Cambial Semanal 26/jun :00 Brasil Balança Comercial Mensal (USD Milhões) jun/ ,8 - Brasil Indicadores Industriais (Nuci % a.s.) mai/ ,6% - Brasil Vendas de Veículos (em unidades) jun/ :00 Z. do Euro PMI Industrial jun/15-52,5 52,5 08:00 EUA Pedidos de Hipotecas (WoW % a.s.) ,6% 09:15 EUA Emprego no Setor Privado (mil) jun/ :00 EUA Gastos com Construção (MoM % a.s.) mai/15-0,6% 2,2% 11:00 EUA ISM Industrial jun/15-53,1 52,8 quinta-feira, 2 de julho de :00 Brasil IPC-Fipe (MoM %) jun/ ,62% 09:00 Brasil PIM: Produção Industrial (MoM % a.s.) mai/15-0,80% -0,4% -1,2% 09:00 Brasil PIM: Produção Industrial (YoY %) mai/15-10,80% -10,20% -7,6% 09:30 EUA Relatório de Emprego (criação de vagas) (mil) jun/ :30 EUA Taxa de Desemprego (%) jun/15-5,40% 5,5% 09:30 EUA Ganho Médio por Hora (MoM %) jun/15-0,2% 0,3% 09:30 EUA Pedidos de auxílio desemprego (mil) , :00 EUA Encomendas à Indústria (MoM % a.s.) mai/ ,5% -0,4% 22:45 China PMI Serviços jun/ ,5 sexta-feira, 3 de julho de :00 Brasil PMI Serviços jun/15-42,5 04:55 Alemanha PMI Serviços jun/15 54,2 54,2 05:00 Z. do Euro PMI Serviços jun/15 54,4 54,4

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