Grãos: Produção final 09 de janeiro de 2017
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- Henrique Figueira Lima
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1 Grãos: Produção final 09 de janeiro de 2017 Com a virada do ano, chegamos a um ponto importante, pois serão divulgados os números finais da produção americana. Como normalmente acontece, o relatório de produção do USDA de janeiro traz o valor definitivo das culturas de verão nos EUA (ex: milho e soja). Porém ainda irão sobrar muitas dúvidas sobre o lado da demanda, tanto interna quanto externa. Soja Após a colheita nos EUA, a atenção do mercado recai sobre a demanda, sendo que 2 coisas chamaram bastante atenção. As exportações americanas ainda estão bem elevadas e as a quantidade contratada cresceu ainda mais nas últimas semanas. Além disso, a demanda por biodiesel na matriz energética aumentou com uma maior utilização dele no mandato de energias renováveis da Agencia de Proteção do Ambiente. Ou seja, o mercado ficou aquecido e sustentado nos EUA, porém as noticias positivas da America do Sul foram mais fortes e fizeram as cotações caírem marginalmente ao longo do último mês. De forma resumida, sobre o número final de produção americana, nosso modelo ainda indica uma produtividade de 52.7 bushels por acre, contra os atuais 52,5 bu/ac do USDA. Uma análise interessante sobre os relatórios de janeiro é que não parece existir uma preponderância de aumento ou queda nas estimativas de produtividade. No entanto, (com um grau de boa vontade) observasse uma leve indicação que nos anos nos quais as condições boas/excelente são altas às revisões são de incrementos de produtividade. Outra analise histórica dos relatórios de janeiro é que nos anos que apresentaram uma revisão grande na produção, o lado da demanda é alterado de forma a contrabalancear essa diferença. Assim, acreditamos que os estoques devem variar pouco, mesmo que a produção nos surpreenda. Assim, nossa projeção é que os estoques finais da safra 2016/17 passem de 480 para 505 mln bushels. Condições de safra finais X Produtividade de soja no WASDE de Jan e balanço nos EUA 80 Condições Boas/otimas no final da safra (%) Var. produtividade em Janeiro (bu/ac) / /17 USDA PINE USDA PINE Área plantada (mln acres) Área colhida (mln acres) Rendimento (bu/acres) Estoque de entrada Produção 3,926 3,926 4,361 4,374 Importação Oferta total 4,148 4,148 4,588 4,597 Esmagamento 1,886 1,886 1,930 1,940 Exportações 1,936 1,936 2,050 2,025 Sementes Outros Demanda total 3,951 3,951 4,108 4,092 Estoques finais Relação Estoque/Consumo 5.00% 5.00% 11.68% 12.33% Fonte: USDA; elaboração: PINE Macro & Commodities Research
2 America do Sul Na Argentina, o plantio da soja já terminou em todas as principais áreas do país. Porem, o clima está apresentando variações extremas nessa safra. Já passou de um período de excesso de chuvas para uma seca no começo de dezembro e agora está novamente com risco de enchentes na virada do ano. De qualquer forma, é visível que o clima não está tão seco como seria esperado em um período de La Niña. Nossa projeção é que a Argentina produza 56 mln ton de soja na safra 2016/17. Enquanto no Brasil já ocorrem às primeiras colheitas, sendo que no mês de janeiro deverá acelerar a colheita, chegando ao ápice apenas em março. No entanto, esperamos que uma grande quantidade de soja seja colhida ainda em janeiro. Assim, acelerando o fluxo de exportações do Brasil. Do lado do clima, também tem apresentado uma boa variação ao longo do tempo. No nordeste o clima está bem mais seco que a média e já liga o sinal amarelo da produção na região. Nos estados de GO e MG o clima também está mais seco que a média histórica. Já no Sul o clima está favorável ao desenvolvimento das lavouras. Apesar do mês de dezembro ter sido mais seco que o esperado, em especial na primeira quinzena. Nossa expectativa é que o Brasil colha 103 mln ton de soja na safra 2016/17. Soja colhida no Brasil por mês e Plantio na Argentina Quantidade soja colhida por mês (mln ton) 2014/ / /17 dez jan fev mar abr mai Plantio de soja na Argentina (%area) 100 % média 5a 90 % 2016/17 80 % 70 % 60 % 50 % 40 % 30 % 20 % 10 % 0 % 27-out 3-nov 10-nov 17-nov 24-nov 1-dez 8-dez 15-dez 22-dez 29-dez 5-jan 12-jan 19-jan 26-jan 2-fev Fonte: USDA; elaboração: PINE Macro & Commodities Research Milho Após o termino da colheita do milho nos EUA, esse mercado apresentou pouca variação (ou pelo menos sem uma tendência no curto prazo). Mas esperamos que nos próximos meses ocorram algumas mudanças visto que pelo lado da demanda interna americana existem duas forças contrarias: 1) a demanda de etanol está mais forte que o normal e os estoques estão baixos para o período do ano (com exportações elevadas); 2) o setor de proteína animal está especialmente sobre-ofertado e alguma correção deverá ocorrer em 2017, reduzindo a demanda por ração. Fazendo a análise sobre os relatórios de janeiro não é estatisticamente significante nenhuma preponderância de revisão (nem para cima ou para baixo). No entanto, existe uma ligeira
3 indicação que nos anos nos quais as condições boas/excelente são altas às revisões são de redução de produtividade. Assim, reforçando, nossa projeção de leve redução de produtividade, nossa estimativa é de 174,8 bushels por acre, contra 175,3 bu/ac do USDA. Além de sermos mais otimistas em relação as exportações americanas que as atuais estimativas. Desta forma, nossa projeção é de que os estoques finais fiquem em 2,321 bilhões de bushels, abaixo dos níveis do departamento americano de 2,403 bi bu. Condições de safra finais X Produtividade de milho no WASDE de Jan e balanço nos EUA Condições Boas/otimas no final da safra (%) R² = Var. produtividade em Janeiro (bu/ac) América do Sul 2015/ /17 USDA PINE USDA PINE Área plantada (mln acres) Área colhida (mln acres) Rendimento (bu/acres) Estoque de entrada 1,731 1,731 1,738 1,738 Produção 13,601 13,601 15,226 15,173 Importação Oferta total 15,400 15,400 17,013 16,961 Ração animal 5,130 5,130 5,650 5,630 Industria/sementes 6,635 6,635 6,735 6,785 - etanol 5,206 5,206 5,300 5,350 Exportações 1,898 1,898 2,225 2,225 Demanda total 13,662 13,662 14,610 14,640 Estoques finais 1,738 1,738 2,403 2,321 Relação Estoque/Consumo 12.72% 12.72% 16.45% 15.85% Na Argentina o plantio do milho ainda não terminou, porém ficaram ainda apenas algumas áreas marginais para serem semeadas. O clima atrapalha a produtividade do milho ainda mais do que para a soja, por causa da sua elevada variabilidade. No entanto, ainda é cedo para garantimos que a produção será afetada pelo clima, mas já foi comprometida qualquer chance de ser muito acima da tendência. Nossa projeção é que a Argentina produza 37 mln ton de milho na safra 2016/17. No Brasil, a safra de milho de verão ainda tem um bom potencial com a maior parte dos analistas elevando a expectativa de área plantada. A produtividade também deverá ser boa, porém no RS a seca de dezembro já fez uma vitima e o milho plantado precocemente teve sua produtividade comprometida. As áreas de milho no triangulo mineiro também devem perder produtividade em decorrência do clima seco. Nossa expectativa é que o Brasil produza 29,3 mln ton de milho safrinha e 89,9 mln ton no total.
4 Plantio de milho na Argentina Plantio de Milho na Argentina (%total) 100% 90% media 5a 2016/17 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 1-set 1-out 1-nov 1-dez 1-jan 1-fev Fonte: USDA; elaboração: PINE Macro & Commodities Research Research: Commodities - PINE Lucas Brunetti
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