QiD 6 5º ANO PARTE 1 LEITURA, COMPREENSÃO E GRAMÁTICA NOME: TURMA: DATA DE ENTREGA: 14 / 09 / 2016

Transcrição

1 NOME: TURMA: UNIDADE: NOTA: DATA DE ENTREGA: 14 / 09 / 2016 TEXTO I Encontrei essa foto no meio de uma caixa de sapatos, já bem amarrotada. Mandei escanear, gravei em CD, pen drive e ainda encaminhei para meu próprio , apavorada com a possibilidade de perdê-la. Confesso que o que me toca não é o olhar amoroso de pai em minha direção, nem o fato de estar encarapitada em seus ombros e muito menos o sorriso delicioso de nós dois. O que me encanta são as mãos misturadas. Quem observar bem, percebe que os dedinhos de uma das minhas mãos apertam suavemente o dedão da mão direita dele. E a mão esquerda dele envolve desde o meu pulso, dando rumo, equilíbrio e segurança. Em nossas vidas, sempre foi assim: uma história contada por mãos que se apoiam e partilham. Acho que fui a única garota cujo pai, até os 10 anos de idade, colocava uma esteirinha no chão, bem do lado da cama, deitava e me dava a mão, para que eu adormecesse tranquila. Pegava no sono de mãos dadas com pai, meu braço infantil meio caído para o lado de fora da cama, em direção ao chão onde ele invariavelmente cochilava. Daquelas mãos paternas veio a certeza de que eu tinha, por toda a vida, com quem contar. Já na vida adulta, ficou marcada em mim a segunda semana de janeiro de Papai teve um sério problema cardiológico e passou alguns dias no CTI. Depois da sua alta na unidade de terapia intensiva, não havia vaga nos apartamentos do hospital e ele foi transferido para uma enfermaria. Passei seis dias dormindo assentada em uma cadeira dura, de mãos dadas com ele. Quando apagavam as luzes, eu chegava a cadeira bem pertinho da beirada da cama, debruçava sobre o colchão até conseguir recostar a minha cabeça e apertava a mão dele entre as minhas. Do mesmo jeito que adormecíamos, acordávamos horas depois: mãos misturadas. O curioso é que, quando criança, não era raro que eu tivesse pesadelos ao pegar no sono. E quase toda noite experimentava aquela sensação de que estava caindo de um

2 penhasco. No exato momento em que sonhava estar em queda livre, o meu braço tremia e ele apenas apertava minha mão forte, dizendo: Está tudo bem, filha. Estou aqui. Minutos depois, eu já ressonava, serena. No período em que meu pai esteve no hospital, devem ter sido as lembranças do CTI que tumultuaram o seu sono. Invariavelmente, eu sentia, durante a noite, suas mãos tremendo um pouco; quando olhava, me deparava com um rosto cansado que se contorcia. Eu apenas repetia: Está tudo bem, pai. Estou aqui. Em segundos ele adormecia. Eu era invadida por uma emoção incontrolável que se transformava em lágrimas de gratidão. Lágrimas que molhavam nossas mãos. Mãos. Aquelas com que sempre pude contar. Aquelas que, hoje, tenho a honra de amparar. Aquelas que terei a sorte de apertar entre as minhas no próximo domingo. A partilha. O equilíbrio. E o amor. Principalmente, o amor. Ao meu pai, com carinho, Ana Silvia ( VOCABULÁRIO: encarapitada colocada no alto, montada. Invariavelmente - de modo invariável, da mesma forma; constantemente. 1. O texto acima foi escrito em homenagem ao pai da colunista, na ocasião do Dia dos Pais. a) (4,0) A autora demonstra preocupação com a foto encontrada. Justifique o porquê de sua preocupação. b) (3,0) Ao observar a foto, ela se sensibiliza com o que vê. Transcreva do texto o trecho que a sensibiliza ao olhar para a foto. c) (4,0) No 3º e 5º parágrafos, podemos perceber o amor e a atenção que o pai dispensa à filha. Que cuidados paternais a menina recebia?

3 d) (6,0) Em determinado momento da vida, a narradora retribui o mesmo gesto que o pai tinha para com ela. Identifique esse momento, descrevendo-o abaixo. Indique a situação que tornou possível o reconhecimento da filha. 2. Leia o trecho e responda às questões a e b. Acho que fui a única garota cujo pai, até os 10 anos de idade, colocava uma esteirinha no chão, bem do lado da cama, deitava e me dava a mão, para que eu adormecesse tranquila. a) (3,0) A qual pessoa gramatical se refere o primeiro verbo da frase? b) (4,0) Em que tempo e modo se encontra o verbo sublinhado? 3. (3,0) Reescreva a frase, substituindo a palavra sublinhada por outra de mesmo sentido. Minutos depois, eu já ressonava, serena. 4. (3,0) Reescreva a expressão sublinhada, transformando o adjetivo em uma locução adjetiva Daquelas mãos paternas veio a certeza de que eu tinha, por toda a vida, com quem contar.

4 5. (10,0) Relacione os verbos à sua forma nominal correspondente. ( A ) INFINITIVO ( B ) GERÚNDIO ( C ) PARTICÍPIO ( ) Eu era invadida por uma emoção incontrolável,... ( ) Aquelas com que sempre pude contar. ( )... e ele foi transferido para uma enfermaria. ( ) Passei seis dias dormindo assentada em uma cadeira dura... ( )... uma história contada por mãos que se apóiam e partilham. 6. (3,0) Na língua portuguesa, um mesmo verbo pode expressar diferentes sentidos. Marque um (X) na frase em que o verbo tocar foi utilizado com o mesmo sentido do usado na frase abaixo destacada. Confesso que o que me toca não é o olhar amoroso de pai em minha direção, nem o fato de estar encarapitada em seus ombros e muito menos o sorriso delicioso de nós dois. ( ) As mãos do pai e da filha tocavam-se a todo instante. ( ) A música tocava enquanto conversávamos. ( ) Toquei em sua mão para demonstrar solidariedade. ( ) A presença de meu pai sempre me tocava. 7. (6,0) Reescreva no plural o trecho sublinhado da frase destacada no retângulo acima. 8. (6,0) Considere a frase destacada na questão 6 e complete o quadro com palavras que possuam o número de letras e fonemas indicados. PALAVRA LETRAS FONEMAS A B C - 8 6

5 TEXTO II A escritora Thalita Rebouças é autora da série de livros Fala sério!. Na edição dedicada ao pai, a autora utilizou um diálogo entre a protagonista da história, Malu, com o pai, como forma de apresentação de sua nova obra. Leia este diálogo entre Armando e Malu: (...) Vamos fazer assim, pai: agora você me leva na Alice, espera lá embaixo uns 40 minutinhos e depois leva a gente pra Nanda. De lá passamos num posto para comprar petiscos e aí bora pra festa. Quando eu quiser que você me apanhe, eu ligo, beleza? Vem cá, Malu, por acaso você está achando que eu sou seu motorista? Arrã. Aprende uma coisa, minha filha: pais NÃO são motoristas! Mas não é legal me levar e me buscar? É o oposto de legal. Você acha que eu não tenho nada melhor pra fazer? Acho. Maria de Lourdes! Pai, você só me chama assim quando tá bravo comigo. Por favor, leva sua filha linda e espetacular pra festa... Ela te ama tanto... Não vem com eu te amo, que não me convence. Por que é que você tem que subir na Alice? Ela não consegue decidir se vai de saia ou de vestido, ou seja, precisa muito de mim. Você não vai subir. Não dá, pai, tenho que ajudar a Alice. A festa é importantaça, é o lançamento deste livro. Que livro, Malu? O livro sobre a gente, ué. Os pais estavam se sentindo ignorados e tanto pediram que agora têm um livro só sobre eles. Eu sou fofa demais, mesmo. É maluca demais, isso sim. E mimada demais também, porque eu nunca soube dizer não pra você. Nunca mesmo. Tanto que todos os nãos que você não disse pra mim estão no livro. Assim como sua aversão a fraldas, ao meu cocô gigante quando eu era bebê e a alguns namorados meus. Nossas brigas e diálogos mais legais também estão nele. Se sou protagonista do livro, eu tinha que estar nessa festa, não? Você em festa de adolescente? Fala sério, pai! Pai em festa de gente da minha idade é mico.

6 Fala sério, Malu! Não, pai! Esse livro não existe. Mas vai existir. Ah, se vai! E você não perde por esperar! 9. (4,0) O texto II diferencia-se do texto I ao apresentar uma linguagem mais informal, próxima da usada no cotidiano: uma linguagem coloquial. Identifique e escreva duas marcas desse tipo de linguagem encontradas no texto. 10. A leitura do texto II permite-nos conhecer um pouco da relação entre Malu e o sr. Armando, seu pai. Leia o texto e responda aos itens propostos. a) (3,0) O pai de Malu demonstra contrariedade com a pedido da filha. Copie do texto uma fala que comprove isso. b) (3,0) A filha demonstra conhecer bem o pai e percebe a sua irritação. Como essa irritação do pai foi percebida pela filha? c) (3,0) A menina Malu utliza-se de artifícios para convencer o pai a fazer o que ela quer. Copie a fala em que a filha apresenta o argumento para convencer o pai. d) (2,0) A que tipo de festa a conversa entre pai e filha se refere? f) (6,0) Em alguns momentos do diálogo, Malu elogia a si mesma. Indique três adjetivos que ela usou para caracterizá-la.

7 10. (3,0) A expressão grifada na frase abaixo é muito falada por adolescentes. Escreva qual o seu significado. Pai em festa de gente da minha idade é mico. 11. Esta é a capa do livro de Thalita Rebouças de que trata o texto II. Observe-a e faça as questões a e b. a) (4,0) Destaque do título do livro a palavra paroxítona acentuada e justifique a sua acentuação. b) (3,0) Classifique o tipo de frase apresentada no título do livro. 12. Numa das falas, Malu utiliza o adjetivo de forma inadequada, considerando o uso padrão da Língua Portuguesa. Veja: A festa é importantaça, é o lançamento deste livro. Considere o uso padrão da Língua e reescreva a frase com o adjetivo no grau superlativo: a) (4,0) absoluto sintético: b) (4,0) absoluto analítico:

8 TEXTO III 13.(6,0) Reescreva a fala de Calvin no 2º quadrinho, usando o verbo AMAR no futuro do presente do indicativo. Faça as alterações necessárias. Indique tempo e modo do verbo FAZER após o emprego do verbo AMAR no futuro do presente.