Cruzeiro usa patrocínio e lança liga de pôquer

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1 O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO O F E R E C I M E N T O DO NÚMERO DO DIA EDIÇÃO SEGUNDA-FEIRA, 20 / MAIO / mi de euros por temporada é o quanto a Mediapro pagará pelos direitos de transmissão do Campeonato Espanhol feminino; o contrato é até 2022 Cruzeiro usa patrocínio e lança liga de pôquer POR ERICH BETING O Cruzeiro estreará no próximo sábado, dia 26, um patrocínio para a parte traseira do calção com a PPPoker, empresa online de pôquer. Além da marca exposta no uniforme, a grande novidade da parceria é o lançamento de uma liga de pôquer exclusiva do clube mineiro, a Liga Cruzeiro PPPoker. Para impulsionar o acordo, a liga já entrou em funcionamento no domingo, com a disputa de um primeiro torneio que dava a vencedor um par de ingressos para o jogo de estreia, que será contra a Chapecoense, no Mineirão, e uma camisa oficial do clube. Além disso, até o nono colocado na competição ganhou o uniforme. "Trouxemos para junto de nós um grande parceiro de um dos nichos de mercado que mais crescem no mundo. E a previsão para o mercado brasileiro é bastante otimista. Para se ter uma ideia, o faturamento dos jogos virtuais no país deve saltar de 1

2 R$ 2,2 bilhões em 2017 para R$ 3,2 bilhões em Estamos buscando projetos que são sucesso no planeta, trazendo para dentro do nosso universo", declarou em nota Rene Salviano, diretor comercial e de novos negócios do Cruzeiro. O patrocínio firmado pelo clube é válido apenas até o final deste ano. Ao site do clube mineiro, Jiang Frank, diretor de marketing global da PPPoker, afirmou: "Nós estamos certos que o resultado desta cooperação será inacreditável. Também nos sentimos honrados de verdade por desenvolver esse relacionamento com o Cruzeiro, aos nossos olhos o maior e mais tradicional clube do Brasil". O patrocínio mostra como os clubes começam a aproveitar a permissão do governo para marcas de jogos de azar de patrocinar o esporte fechando com empresas de origens duvidosas. A PPPoker é uma empresa que se autoproclama "uma das líderes em jogos de pôquer online no mundo", porém nos sites sobre o pôquer a empresa não aparece entre as mais conceituadas para o jogador colocar dinheiro. Segundo o comunicado do Cruzeiro, a PPPoker faz parte da Elex Tech, marca chinesa produtora de jogos online com atuação no Brasil. No site da empresa, porém, consta que ela faz parte da Lein Network Technology Co, de Hong Kong. Aos poucos, as empresas de jogos de azar começam a entrar no futebol. Além do Cruzeiro, o Santos fechou na semana passada com a marca Casa de Apostas. Já o Corinthians possui acordo desde abril com a Marjo Sports, e o Fortaleza e o Vasco têm, desde o começo do ano, acordo com a NetBet. Desde janeiro, os jogos de azar foram liberados a atuar no país, mas ainda não possuem regulamentação para essa atuação. As marcas geralmente usam cartões de crédito internacional para permitir que jogos sejam realizados desde o Brasil.

3 OPINIÃO Origem de patrocínio precisa ser estudada POR ERICH BETING diretor executivo da Máquina do Esporte Oprojeto do Cruzeiro de criar uma liga de pôquer com a marca do time é interessante e pode, no final das contas, ser lucrativo não apenas para seu novo patrocinador, mas também para o próprio clube. Mas, e sempre tem um "mas", o clube precisa estudar com muito cuidado o movimento que fez. O Comitê Olímpico do Brasil corre o risco de ter de arcar com uma dívida milionária com a Receita Federal por um patrocínio mal trabalhado pela extinta Confederção Brasileira de Vela e Motor nos anos 90. Após duas décadas, a Receita tem pressionado o COB a assumir a bronca pelo não-pagamento de impostos de um acordo com casas de bingo que patrocinavam os atletas da vela, naquela época os grandes responsáveis por medalhas olímpicas da delegação brasileira em disputas dos Jogos. Para tentar resumir a história. A CBVM não pagou tributos sobre o patrocínio e, pior ainda, manteve uma fidelidade canina aos bingos, mesmo com o governo dando indícios de que a atividade deles seria muito em breve considerada irregular. Enquanto guerras de liminares mantinham as casas abertas, alguns atletas saiam em defesa da manutenção dos bingos e se recusavam a tirar o patrocínio de barcos. Duas décadas depois dessa confusão, a conta chegou. Salgadíssima, em R$ 200 milhões. Hoje, a CBVM nem existe mais. Mas a Receita vai cobrar esse dinheiro. A entrada de casas de apostas e empresas de jogos online no mercado brasileiro ainda não está regulamentada, mas já foi permitida por lei. Com isso, as marcas do segmento, que antes se apoiavam na brecha da lei para atuar apenas com publicidade em veículos de mídia, começaram a entrar com mais vigor no mercado de patrocínio. O movimento feito pelo Cruzeiro nessa história é pioneiro. Mas, se não estiver juridicamente muito bem protegido, pode vir a se tornar uma enorme dor de cabeça. Na Inglaterra, as próprias empresas de apostas começaram a questionar o quanto a propaganda desenfreada para as pessoas jogarem não tem gerado um comportamento compulsivo nos apostadores e criado um problema de saúde para o país. Com isso, diversas travas e amarras para a publicidade e o patrocínio começam a ser criadas. Por aqui, nem voltamos a permitir as apostas de fato e o mercado começou a já projetar algumas ideias revolucionárias que podem, por isso mesmo, serem rapidamente proibidas. A origem de um patrocínio precisa ser estudada com muita cautela. Do contrário, em vez de solução, ele pode se tornar um problema para o patrocinado. Brasil nem criou regra para o jogo e projetos inovadores são lançados; o passado mostra quanto isso é arriscado

4 Com 1 ano, Clube do Patrocínio bate 100 mil projetos POR REDAÇÃO SIGVARIS USA IRONMAN PARA AMPLIAR CONTATO COM BRASILEIRO A marca suíça de meias de compressão Sigvaris vai usar o patrocínio às etapas do Ironman que acontecem no Brasil para ampliar o contato com o consumidor do país. A marca fechou um acordo para ser patrocinadora das etapas de Florianópolis, Rio e São Paulo que ocorrem este ano. A empresa usará a etapa catarinense para montar um stand em que vai tirar dúvidas sobre as meias de compressão. Para isso, contratou o bombeiro e ironman Miguel Morone. Criado há um ano como um meio de aproximar patrocinadores de projetos de patrocínio, o Clube do Patrocínio celebrou recentemente a marca de 100 mil projetos cadastrados, consolidando a ferramenta como uma espécie de "buscador" para projetos cadastrados em leis de incentivo. Com proponentes e 39 empresas patrocinadoras cadastradas, o "Clube" afirma que tem uma média de um patrocínio fechado a cada 20 dias a um tíquete médio de R$ 150 mil. Até agora, o caso mais bem-sucedido no esporte foi o que permitiu a uma dupla de velejadores participar dos Jogos Pan-Americanos de Lima, que ocorre este ano. Gabriela Nicolino e Samuel Albrecht conseguiram bancar a participação nos Jogos por meio de um patrocínio incentivado que foi descoberto dentro da plataforma. A empresa patrocinadora recebeu um aviso de que o projeto da dupla tinha sentido dentro daquilo que ela procurava no site. "Estamos muito orgulhosos de ter contribuído de forma direta com a realização de vários projetos, nos âmbitos esportivo, cultural e social. Tivemos várias histórias marcantes. Em apenas um ano, já nos tornamos a maior plataforma do mercado de patrocínios incentivados, com a maior base de projeto", afirma Sadi Neto, gestor da plataforma, que foi criada pela agência de marketing Golden Goal. Além dos patrocínios, a plataforma tem auxiliado na doação de alimentos para projetos que ainda não conseguiram captar patrocínio. Cinco delas já receberam o benefício. FRANÇA LIMITA A 10 EUROS INGRESSO PARA TIME VISITANTE A Ligue 1, gestora do Campeonato Francês, anunciou uma medida para incentivar a presença de torcedores visitantes nos jogos da competição. A partir da próxima temporada, torcida visitante pagará apenas 10 euros para ir ao jogo. Além do limite de preços, a liga estabeleceu que no máximo 5% da capacidade do estádio será destinada ao torcedor visitante, ou então mil ingressos. Essa carga de bilhetes, porém, pode variar caso haja um acordo entre os clubes para isso. O tabelamento de preços para a torcida visitante vem sendo adotado na Europa há dois anos pela Inglaterra, em que o limite pago pelo torcedor visitante é de 30 libras.

5 Puma lança coleção de chuteiras femininas POR POR ERICH BETING REDAÇÃO A comunicação direta com o público de futebol feminino começa a ficar ainda mais forte no mercado com a proximidade da Copa do Mundo. No último final de semana, a marca alemã Puma apresentou a primeira linha de chuteiras exclusiva para as mulheres, chamada Puma One Trailblazer. A data escolhida para o lançamento não foi em vão. No sábado, o Lyon bateu o Barcelona e se sagrou pela sexta vez campeão da Liga dos Campeões feminina. Dentro de campo, Ada Hegerberg marcou três dos quatro gols do time francês utilizando a nova chuteira. A atacante norueguesa é a principal garota-propagada da linha de produtos e uma das esperanças da Puma para se destacar na Copa do Mundo, que acontece na França nos próximos meses de junho e julho. O lançamento da coleção exclusiva para mulheres amplia a preocupação das marcas em dar cada vez mais espaço ao público feminino às vésperas do Mundial. Em março, a Adidas já havia anunciado que dará a mesma premiação dada aos homens para as mulheres patrocinadas pela marca que conquistarem o Mundial. A Nike também tem procurado dar mais ênfase às mulheres na competição, criando uma linha de roupa exclusiva e lançamento global, como acontece com os homens. A Copa do Mundo de 2019 pode ser um divisor de águas no tratamento que é dado às mulheres no futebol. No Brasil, pela primeira vez o Mundial será transmitido pela Globo. Marcas como o Guaraná Antarctica lançaram de forma inédita uma campanha publicitária protagonizada apenas pelas jogadoras da seleção brasileira. Além disso, algumas empresas permitirão que funcionários fiquem em recesso durante o expediente para acompanhar as partidas da seleção brasileira no torneio. 5