Perspectivas para a Economia Brasileira e o Setor da Construção Civil Henrique de Campos Meirelles Novembro de 20 1
Como o Brasil Enfrentou a Crise 2
Diagnóstico Correto da Crise colapso do sistema internacional de crédito 1) escassez de crédito no Brasil cerca de 20% do crédito provinha de captação no mercado externo 2) deslocamento de demanda para o mercado doméstico por empresas do Brasil que captavam no exterior 3) exposição de empresas em derivativos deteriorou as condições de crédito 4) estagnação do mercado interbancário desestruturou os repasses entre bancos 3
Consequências colapso do sistema internacional de crédito 1) aperto generalizado de crédito em reais 2) forte restrição de crédito a exportadores 3) diminuição da atividade econômica em setores sensíveis a crédito 4) estresse severo de instituições pequenas e médias 5) bancos grandes com exposição de empresas expostas em derivativos 4
Medidas Anti-Crise Injeção de liquidez em moeda estrangeira Leilões a exportadores: US$ 24,4 bilhões Venda de dólares no mercado à vista: US$ 14,5 bilhões Leilões de swaps cambiais: US$ 33 bilhões Recente liquidação da posição em swap cambial do Banco Central Fonte: Banco Central 5
Medidas Anti-Crise Injeção de liquidez em moeda nacional Redução de depósitos compulsórios: R$ 99,8 bilhões Liquidez a instituições menores: R$ 42,2 bilhões Criação do recibo de Depósito bancário (RDB) com garantias de até R$ 20 milhões pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) Fonte: Banco Central 6
Concessões de Crédito (Média Diária) R$ bilhões 7,5 7,1 6,7 6,3 média diária -Set 7,1 6,8 média diária Mar-Out 7,1 7,4 5,9 5,5 Mar Mai Set Nov Mar Mai Out Fonte: Banco Central 7
Operações de Crédito 40 variação acumulada desde Set +41,2 variação % 30 20 10 0 +15,9 +10,0-4,5 bancos públicos privados grandes privados pequenos e médios +11,8 +3,0-10 Set Out Nov Dez Fev Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Fonte: Banco Central 8
Política Monetária Acumulação de Reservas Internacionais Sistema de Metas para a Inflação Regime de câmbio flutuante Possibilitaram, pela primeira vez, o Banco Central realizar política monetária contra-cíclica diante da crise internacional 9
Taxa de Juros de Mercado 29 26 23 % ao ano 20 17 taxa 180 dias mínimos históricos 14 taxa 360 dias 11 8 03 04 05 06 24/Nov 9,93 8,94 Fonte: BM&F Bovespa 10
Taxa de Juros Real 18 16 14 taxa de juros descontadas as expectativas de inflação % ao ano 12 10 8 6 mínimos históricos 5,4% 4 03 04 05 06 Fontes: BM&F Bovespa e Banco Central (Focus) 11
Política Contra-Cíclica Medidas do Banco Central amenizaram as fortes pressões sobre câmbio, expectativas de inflação e demanda por liquidez Como resultado das medidas, as políticas fiscais e monetárias contra-cíclicas foram potencializadas Assim que as condições dos mercados foram normalizadas, iniciaram-se as políticas contra-cíclicas 12
Política Fiscal Medidas fiscais em bens duráveis sensíveis à oferta de crédito e acesso ao crédito para empresas Redução do IPI de automóveis em 11/dez Isenção de IPI da linha branca em 18/abr Injeção de R$100 bilhões no BNDES Estímulo fiscal temporário, mantendo a credibilidade de uma ação fiscal responsável no futuro 13
Os Desafios do Pós-Crise e Política Econômica 14
Cenário Macroeconômico Diminuição da vulnerabilidade externa Controle da inflação Criação de empregos Retomada do crescimento econômico Sistema financeiro resiliente Perspectivas de crescimento sem geração de passivos 15
Reservas Internacionais 250 200 ago/ 205,1 23/nov 236,1 patamar recorde US$ bilhões 150 100 50 0 02 03 04 05 06 Fonte: Banco Central 16
Inflação sob Controle IPCA acumulado em 12 meses e metas expectativas de mercado 8 Out 4,2% 20 4,3% 2010 4,4% 6 % ao ano 4 2 0 04 05 06 10 11 Fontes: Banco Central e IBGE 17
Dívida Pública Líquida 55 51,3 53,5 previsão de mercado 50 45 40 48,2 48,0 45,9 43,9 41,8 38,8 44,0 42,1 39,5 38,6 37,0 35 30 25 02 03 04 05 06 Ago Dez 10 11 12 13 Fonte: Banco Central 18
Crescimento com Distribuição de Renda e Acesso ao Crédito 19
Produção de Veículos 350 300 318 297 produção estoques 275 284 295 273 316 250 200 198 185 204 150 100 97 50 0 Mar Mai Set Nov Mar Mai Set Fonte: Anfavea 20
Vendas de Veículos 210 média móvel de seis meses 190 Brasil 2006 = 100 170 150 130 110 Japão Europa 90 70 Estados Unidos 50 06 06 Ago Fonte: Bloomberg 21
Confiança da Indústria índice de 0 a 100 65 60 55 50 45 40 35 58,5 54,4 dados dessazonalizados 60,1 59,4 60,4 65,9 62,0 Out : todos os setores 58,1 58,2 apresentaram índice acima 52,5 de 50 49,4 47,4 30 25 1T 06 2T 06 3T 06 4T 06 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T Fonte: IBGE 22
Produção Industrial dados dessazonalizados 130 120 110 126,3 127,0 125,9 128,4 128,2 118,8 103,9 1,6 112,3 114,4 119,2 118,3 100 90 80 70 60 50 Mar Mai Set Nov Mar Mai Set Fonte: IBGE 23
Antecedentes da Produção Industrial: Papelão Ondulado 110 105 média -Set 102,1 102,3 1,1 106,1 20 = 100 100 95 90 96,0 93,1 90,9 96,1 95,5 98,8 85 80 75 Mar Mai Set Nov Mar Mai Out Fonte: ABPO e Banco Central (ajuste sazonal) 24
Confiança do Consumidor 120 115 Nov : maior nível em 18 meses Set 05 = 100 110 105 100 média histórica 95 90 Mar Mai Set Nov Mar Mai Set Nov Fonte: FGV (ICC) 25
Massa Salarial 2004 = 100 135 130 125 120 115 110 105 100 massa salarial real ampliada Ago /Ago : +3,9% (massa salarial, programas de proteção social e benefícios previdenciários) massa salarial real Set /Set : +2,5% salário real Set /Set : +1,9% 95 04 04 05 05 06 06 Fonte: IBGE 26
Massa Salarial Ampliada e Vendas de Supermercados 120 vendas de supermercados 115 2006 = 100 110 105 massa salarial real ampliada 100 95 06 06 Fonte: ABRAS e Banco Central 27
Vendas no Comércio 125 vendas em Supermercados correspondem a 52% das vendas no varejo 120 115 110 105 100 PMC comércio varejista Set / Set : +5,0% Set / Ago : +0,3% 95 Abr Out Abr Out Abr Set Fonte: IBGE (com ajuste sazonal) 28
Taxa de Desemprego dados dessazonalizados 13 Brasil 11 9 9,7 Out 9,5 Set % 7 Estados Unidos Área do Euro 8,0 Set 5 Set 02 Set 03 Set 04 Set 05 Set 06 Set Set Set Fontes: IBGE, BLS, Eurostat e Statistics Bureau (Japão) 29
Criação de Empregos 250 242 253 recorde para outubro 231 200 milhares 150 100 50 0 9 35 106 132 119 138-50 -100-102 Fev Mar Abr Mai Jun Ago Set Out Fonte: MTE (Caged série iniciada em 1996) 30
Criação de Empregos Formais 8,9 milhões de empregos gerados desde janeiro de 2003 800 mil empregos perdidos durante a crise 1,3 milhão de vagas criadas desde fevereiro Fonte: MTE (CAGED) 31
Redução das Desigualdades de Renda classe de renda média classe de renda baixa 50 42,4 41,6 44,1 45,5 48,2 50,2 52,3 53,2 40 30 20 29,2 30,4 27,9 24,4 23,0 20,8 18,4 18,3 10 0 Jun 02 Jun 03 Jun 04 Jun 05 Jun 06 Jun Jun Jun Fonte: FGV-CPS 32
Redução das Desigualdades de Renda Entre 2003 e 20 25,9 milhões entraram na classe média 19,4 milhões de pessoas deixaram a classe baixa Fonte: FGV-CPS 33
0,5717 0,5680 0,5620 Redução das Desigualdades de Renda 0,60 0,6001 0,5937 0,5947 0,5957 índice de Gini 0,5886 0,5829 0,58 0,56 0,5546 0,54 0,52 0,50 98 99 00 01 02 03 04 05 06 Fonte: FGV-CPS 34
Crescimento da construção civil e do crédito habitacional 35
Construção Civil O setor de construção civil emprega 1,9 milhão de pessoas com carteira assinada ou 5% do total de empregos formais no Brasil Entre 2003 e 20, o setor criou 8 mil vagas de emprego formal, taxa de crescimento acima do conjunto da economia Em 20, o setor já criou 210 mil postos de trabalho ou 18% do total das novas vagas de emprego formal no Brasil Fonte: MTE (Caged) 36
Crédito Habitacional volume de crédito 104,8 100 80 crescimento real de 167% entre /04 e / 74,8 R$ bilhões 60 40 29,6 33,4 41,5 52,5 20 0 04 04 05 05 06 06 Fonte: Banco Central *deflacionado pelo IPCA 37
Crédito Habitacional distribuição do volume de crédito habitacional ( ) incorporadores R$ 14,3 bilhões construtoras R$ 11,1 bilhões Crédito Habitacional R$ 104,8 bilhões outros crédito habitacional à pessoa física R$ 76,9 bilhões Fonte: Banco Central 38
Crédito Habitacional 8,0 participação no volume total de crédito 8,0% 7,8 7,6 7,4 7,2 % 7,0 6,8 6,6 6,4 6,2 6,0% 6,0 06 06 Fonte: Banco Central 39
Perspectivas Para o Crédito Continuação da estabilidade macroeconômica propiciará crescimento de crédito com prazos mais longos, ampliando oportunidades em setores que requerem créditos de mais longo prazo, como habitação e infraestrutura Crescentes oportunidades na economia brasileira tendem a expandir ainda mais o mercado de crédito em geral Diminuição do prêmio de risco e a crescente confiança propiciarão maior disponibilidade de recursos 40
Resultado: Brasil sai mais forte da crise e sem passivos para o futuro 41
Crescimento do PIB na Saída da Crise 15 variação do 2º trimestre de 20 contra trimestre anterior dados dessazonalizados 10 5 % 0-5 Fonte: Global Data Watch (JP Morgan) e IBGE 42
Custo Fiscal da Crise 8 7 6 5 4 3 2 1 0 8,3 custo dos pacotes de estímulo fiscal (exceto setor financeiro) 6,8 5,8 5,4 5,1 4,9 4,2 3,8 3,6 3,6 2,5 2 1,6 1,5 1,5 1,2 1,2 1,1 0,3 Coreia do Sul Arábia Saudita China Rússia África do Sul Austrália Japão Estados Unidos Canadá Alemanha México Indonésia Reino Unido Argentina França Brasil Índia Turquia Itália % do PIB Fonte: FMI 43
Crescimento do PIB 105 PIB trimestral com ajuste sazonal 103 Brasil 4º trimestre de 20 = 100 101 99 97 95 93 91 89 Coreia do Sul Área do Euro Japão 87 85 1º trim. 20 2º trim. 3º trim. 4º trim. 1º trim. 20 Estados Unidos 2º trim. Fonte: Bloomberg 44
Produto Interno Bruto 6 5 4 taxa anual de crescimento real 5,0% (2006-20) 5,0% (Focus) % 3 2 1 0 2,1% (1999-2002) 3,3% (2003-2005) 0,8% (Rel. de Inflação) 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 20 20 20 2010 Fontes: IBGE, Banco Central e Focus 45
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