O) DE CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS

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Doses e prcelmentos ADUBAÇÃO d dubção PARA de N PRIMEIRO e K 2 O... ANO PÓS-PLANTIO (N e K 2 O) DE CAFEEIROS FERTIRRIGADOS NA REGIÃO SUL DE MINAS GERAIS 137 Rubens José Guimrães 1, Myrine Stell Sclco 2, Alberto Colombo 3, Gleice Aprecid Assis 4, Gldyston Rodrigues Crvlho 5, Luiz Pulo Bernrdes Alexndre 6 (Recebido: 19 de mrço de 2009; ceito: 20 de gosto de 2010) RESUMO: A cfeicultur irrigd ocup cerc de 10% d áre totl plntd e é responsável por 25% d produção nul brsileir. Objetivou-se, neste trblho, vlir o efeito de diferentes doses e prcelmentos d dubção com N e K 2 O, plicd vi fertirrigção por um sistem de gotejmento, sobre o crescimento e teores folires de N e K de cfeeiros (Coffe rbic L.), durnte o primeiro no de dubção pós-plntio d lvour. A cultivr utilizd foi Ctiguá MG-3, no espçmento de 2,50 m x 0,6 m. Os trtmentos constrm de combinções de cinco doses de dubção de N e K 2 O (i) 70%, (ii) 100%, (iii) 130%, (iv)160% e (v) 190% do recomenddo pr cfeeiros não irrigdos) e dois prcelmentos ((i) qutro e (ii) doze plicções) e um testemunh não irrigd e dubd em qutro plicções de N e K 2 O n époc ds águs. O delinemento experimentl foi o de blocos csulizdos, qutro repetições, em esquem de prcels subdivids. As prcels form composts pelos prcelmentos e s subprcels pels doses. Cd subprcel constou de 10 plnts, sendo oito úteis. O crescimento ds plnts (lturs e diâmetros de cop e cule) foi superior no prcelmento de doze plicções e não diferencirm qunto às doses plicds vi fertirrigção, ms foi inferior n testemunh não irrigd. Pr lvours cfeeirs fertirrigds no sul de Mins Geris, deve-se reduzir pr 70% dose de N e K 2 O tulmente recomendd pr lvours de sequeiro. Plvrs-chve: Cfé, fertirrigção, nutrientes. FERTILIZATION (N nd K 2 O) OF FERTIRRIGATED COFFEE IN THE FIRST YEAR AFTER PLANTING IN THE SOUTHERN REGION OF MINAS GERAIS STATE ABSTRACT: Irrigted coffee production represents pproximtely 10% of the totl re plnted with coffee nd 25% of Brzil s nnul production of the crop. This study imed t determining the effects of different doses nd splittings of N nd K 2 O fertiliztion, pplied vi drip fertirrigtion, on growth nd lef N nd K concentrtions in the first yer of fertiliztion fter plnting. The cultivr Ctiguá MG-3 ws used in 2.50 m x 0.6 m spcing. Tretments consisted of combintions of five doses of N nd K 2 O fertilizer ((i) 70%, (ii) 100%, (iii) 130%, (iv)160%, nd (v) 190% of the recommended dose for non-irrigted coffee), two split pplictions ((i) four nd (ii) twelve pplictions) nd non-irrigted control tretment tht received 100% of the recommended dose in four pplictions during the riny seson. The experimentl design ws in rndomized blocks with four replictions in split-plots. Plots were constituted by different splitting mngements nd split plots by different doses. In ech split-plot eight plnts, from totl of ten, were smpled. Plnt growth (plnt height, stem nd crown dimeter) ws higher in the tretments tht received twelve fertilizer pplictions nd did not vry ccording to the fertirrigtion doses, but ws lower in the non-irrigted control tretment. In fertirrigted coffee fields in the southern region of Mins Geris stte, N nd K 2 O doses should be reduced to 70% of the mount usully recommended for non-irrigted coffee, providing tht twelve monthly pplictions re done. Index terms: Coffee, fertirrigtion, nutrients. 1 INTRODUÇÃO A cfeicultur irrigd é um relidde no cenário ncionl, ocupndo cerc de 10% d áre totl d cfeicultur ncionl (proximdmente 233 mil hectres) e em torno de 20 25% de su produção nul (SANTINATO et l., 2008), permitindo situr o cfeeiro entre s principis culturs irrigds do 1 Professor Assocido, Doutor, Deprtmento de Agricultur/DAG Universidde Federl de Lvrs/UFLA Cix Postl 3037 37200-000 Lvrs, MG - rubensjg@dg.ufl.br 2 Engenheir Agrônom, Doutor em Fitotecni, Deprtmento de Agricultur/DAG Universidde Federl de Lvrs/UFLA Cix Postl 3037 37200-000 Lvrs, MG - mssclco@dg.ufl.br 3 Professor Adjunto, PhD, Deprtmento de Engenhri/DEG Universidde Federl de Lvrs/UFLA -Cix Postl 3037 37200-000 Lvrs, MG - colombo@deg.ufl.br 4 Doutornd em Fitotecni, Deprtmento de Agricultur/DAG Universidde Federl de Lvrs/UFLA Cix Postl 3037 37200-000 Lvrs, MG - gleice_ufl@yhoo.com.br 5 Pesquisdor d EPAMIG, Doutor em Fitotecni, Deprtmento de Agricultur/DAG Universidde Federl de Lvrs/UFLA Cix Postl 3037 37200-000 Lvrs, MG - crvlho@epmig.ufl.br 6 Engenheiro Agrônomo, grdudo pel Universidde Federl de Lvrs/UFLA luis.pulo@sementesdrin.com.br Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

138 GUIMARÃES, R. J. et l. Brsil. Segundo os utores, desses 10%, de 4,5% 5% concentrm-se em Mins Geris, 3,0% 3,5% no Espírito Snto, de 1,0% 1,5% n Bhi e de 0,5% 1,0%, em Goiás. Ddos que quntifiquem extrção de nutrientes e su relção com o pdrão de desenvolvimento vegettivo e reprodutivo pr cfés fertirrigdos em diferentes fses fenológics d cultur e ns condições edfo-climátics d região sul de Mins Geris são conflitntes, ou mesmo fltm informções conscientes. A crênci de tis ddos pode comprometer o crescimento e produção diferencidos de lvours irrigds se s doses de fertilizntes forem clculds somente com bse n recomendção pr cultur de sequeiro (GUIMARÃES et l., 1999). Especilmente s doses de nitrogênio e potássio, podem ser lterds em um sistem de produção fertirrigdo, podendo gerr lterções no pdrão de desenvolvimento e consequentemente n produtividde do cfeeiro. Existem vários trblhos que quntificm o teor de nutrientes e o desenvolvimento em muds de cfeeiro (GONÇALVES, 2005; GONTIJO, 2004), em lvours em formção (CLEMENTE, 2005), e principlmente em lvours em produção (MALAVOLTA, 1993; MARTINEZ et l., 2003; MATIELLO et l., 2005). Porém, pr cfeeiros irrigdos s informções são bseds no comportmento d cultur de sequeiro (SANTINATO & FERNANDES, 2002). Os resultdos obtidos podem elucidr vários questionmentos ind sem respost qunto o mnejo d lvour irrigd, o que é o cso deste estudo que busc um recomendção de dubção segur e rcionl pr cfeeiros fertirrigdos, pr região do sul de Mins Geris. Ness região tem crescido utilizção d irrigção em lvours cfeeirs, devido principlmente os vernicos, cd vez mis frequentes, tingindo s lvours em fses fenológics crítics qunto à necessidde hídric. Segundo Coelho (1994), os pontos serem observdos qunto à plicção de N e K 2 O n fertirrigção são o potencil de perds por lixivição em função de su mobilidde nos diferentes tipos de solos e s exigêncis ds culturs em relção à curv de bsorção de nutrientes. De cordo com Antunes et l. (2001), desde que os fertilizntes potássicos não presentem problems de solubilidde pr plicção vi águ, o ponto crucil é definir em que condição deve-se fzer o prcelmento desse nutriente. Alguns utores como Sntinto & Fernndes (2002) recomendm um umento de 30% n dubção de cfeeiros irrigdos em produção. Já Frnç Neto et l. (2003), estudndo níveis diferencidos de fertirrigção e prcelmento de N e K 2 O, não encontrrm diferenç significtiv entre fertirrigção e dubção mnul convencionl junto com irrigção, ms ressltrm s inúmers vntgens dess técnic em relção à dubção convencionl, sugerindo ind necessidde d continuidde dos estudos nest áre. No que se refere o prcelmento, Silv et l. (2002), estudndo épocs de irrigção e prcelmento de dubção em 12 vezes, plicndo o dubo de form mnul, outros três prcelmentos de 12, 24, e 36 plicções de fertilizntes vi águ de irrigção, não encontrrm diferençs significtivs entre esses trtmentos. Mesmo ssim, não se sbe ind se o prcelmento feito somente durnte époc d sec é justificável já que os cfeeiros irrigdos têm crescimento durnte todo no, necessitndo ssim de nutrientes. De cordo com Burt (1995), qundo fertirrigção é relizd de mneir criterios, reduções ns doses de fertilizntes podem ser conseguids. Segundo esse utor, redução pode ser de té 25%, sem fetr o desenvolvimento e produtividde ds culturs. Alguns trblhos indicm redução de té 50% ns quntiddes de nitrogênio e potássio recomendds n dubção convencionl de sequeiro, qundo plicds em fertirrigção, sem prejuízo o cfeeiro, como consttdo n região do Triângulo Mineiro por Teodoro et l. (2005). Esses utores comentm ind que, com plicções de 125% e 150% d recomendção pr cultur de sequeiro, o teor folir de nitrogênio logo pós florção encontr-e em níveis mis centudos que o norml. Tmbém Fgundes (2006), trblhndo com dubção sólid e líquid em cinco doses (50%, 75%, 100%, 125%, e 150%) d dubção convencionl de sequeiro, com prcelmentos de 2, 4, 8, ou 12 plicções, em Bo Espernç-MG, consttou que: dubção líquid proporcionou mior desenvolvimento vegettivo do cfeeiro recém-plntdo em cmpo, qundo comprd à dubção sólid convencionl; Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

Doses e prcelmentos d dubção de N e K 2 O... 139 e que 50% d dose recomendd pr lvours de sequeiro em dois prcelmentos foi o suficiente pr o desenvolvimento d cultur, no primeiro no pósplntio. Objetivou-se, neste trblho, vlir o efeito de diferentes doses e prcelmentos d dubção com N e K 2 O, o longo dos 600 dis pós plntio, sobre o crescimento e os teores folires destes nutrientes ns plnts de cfeeiro (Coffe rbic L.) e, com bse ns resposts obtids presentr um recomendção de dubção, vi fertirrigção, pr lvours cfeeirs ness fse de formção. 2 MATERIAL E MÉTODOS O prepro do solo foi relizdo por meio de um rção com rdo de discos e dus grdeções em bril de 2007 e o plntio feito imeditmente pós, utilizndo-se muds de no podds e trtds em viveiro d cultivr Ctiguá MG-3. Foi relizdo o controle de Leucopter coffeell (Guérin-Mèneville & Perrottet) e Cercospor coffeicol Berk. & Cook.. O mnejo de plnts dninhs constou de cpins mnuis com posterior plicção de herbicid oxifluorfen. Os micronutrientes form fornecidos em três plicções folires, em intervlos de qurent dis com: sulfto de zinco (0,3%), oxicloreto de cobre (0,3%) e ácido bórico (0,3%). Tmbém form feits n fse inicil, pulverizções quinzenis de sulfto de mgnésio, e plicção de clcário e gesso como fonte de cálcio e enxofre, conforme recomendções de Guimrães et l. (1999). O clim d região é do grupo Cw, de cordo com clssificção de Koppen, ou sej, clim temperdo suve, chuvoso, com inverno seco (DANTAS et l., 2007). A tempertur médi nul do r é de 19,4 o C, com médi mínim de 14,8 o C e médi máxim de 26,1 o C. A umidde reltiv médi do r é de 76,2% e precipitção e evporção nul são de 1.529,7 mm e 1.034,3 mm, respectivmente. Utilizou-se o espçmento de 2,50 m entrelinhs e 0,6 m entre plnts (6666 plnts h -1 ). Os trtmentos constrm de cinco doses de dubção, em relção o recomenddo pr o primeiro no de dubção pós o plntio ou sej, pr o primeiro período chuvoso pós quele do plntio d lvour: (i) 70%, (ii) 100%, (iii) 130%, (iv) 160% e (v) 190% do recomenddo pr cfeeiros não irrigdos (GUIMARÃES et l., 1999) e (iv) um testemunh não irrigd e dubd com 100% d recomendção pr lvours de sequeiro, em qutro plicções de N e K 2 O de novembro mrço. Esss doses form estudds em dois prcelmentos de (i) qutro e (ii) doze plicções mensis. O delinemento experimentl foi o de blocos csulizdos, com qutro repetições, utilizndo-se o esquem de prcels subdividids, sendo s prcels composts pelos diferentes prcelmentos e s subprcels pels diferentes doses, perfzendo um totl de 12 trtmentos. Cd subprcel foi compost de 10 plnts, sendo considerds úteis s oito centris. Pr cd linh de trtmento form deixds borddurs dupls, de form não hver interferênci de um trtmento sobre o outro. As vriáveis de crescimento e teores folires form nlisds de cordo com um esquem dptdo dos experimentos em prcels subdividids (STEEL et l., 1997). Os efeitos de prcelmentos sobre o crescimento e sobre os teores folires de N e K form comprdos pelo teste de F. Os efeitos de doses e sus interções, lém de submetidos à plicção do teste de grupmento de médis de Scott-Knott, tmbém form submetidos à nálise de regressão. A diferencição dos trtmentos de doses de plicção e prcelmentos ocorreu prtir do início ds águs (novembro de 2007). A recomendção de dubção foi feit de cordo com Guimrães et l. (1999), com bse n nálise de solo coletd em tods s prcels de trtmento ntes d plicção dos mesmos. O fósforo (superfosfto simples) foi plicdo no plntio em dose únic e o nitrogênio e potássio conforme os trtmentos, utilizndo-se como fonte de nitrogênio uréi pecuári (45% de N) e o nitrto de potássio (13% de N), que tmbém forneceu o potássio (44% de K 2 O). O sistem de irrigção constou de um unidde centrl de controle (sistem de bombemento, filtros de rei e tel, injetor de fertilizntes, mnômetros e conexões), linh principl de tubos PVC, PN80, linhs de derivção de PVC, PN 40, linhs lteris com tubo flexível de polietileno, PN 40, gotejdores e registros. O sistem foi vlido periodicmente qunto à uniformidde de distribuição de águ. A irrigção de cd trtmento em cd unidde foi controld trvés de registros instldos num cix, referentes às qutro repetições. Os gotejdores form Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

140 GUIMARÃES, R. J. et l. espçdos de 30 cm n linh, formndo um fix molhd o longo d fileir de plnts. Esse espçmento foi determindo em função ds crcterístics do solo e pós determinção do bulbo molhdo pr o tipo de gotejdor utilizdo (vzão nominl de 3,75 L h -1 ). O momento de proceder às irrigções foi ddo pel tensão d águ no solo qundo ess tingi vlores próximos 20 kp n profundidde de 0,25 m, utilizndo-se turnos de reg fixos de dus vezes por semn (terçs e sexts-feirs). O controle d irrigção foi feito trvés de tensiômetros (com tensímetro de punção digitl e escl de leiturs em br). Os tensiômetros form instldos ns profundiddes de 0,10; 0,25; 0,40; 0,60; 0,80 e 1,00 m. Pr cálculo d lâmin plicd, n fse inicil, foi considerd médi ds leiturs dos tensiômetros té 0,25 m e, pós desenvolvimento ds plnts ess profundidde foi lterd pr 0,4 m de profundidde. O solo d áre experimentl é um Ltossolo Vermelho-escuro distroférrico, textur rgilos muito rgilos. A crcterizção químic pr cmd de 0-20 cm e s equções de vn Genuchten pr s cmds de 0-0,35m; 0,35-0,70m; e 0,70 1,05m são presentds ns Tbels 1 e 2, respectivmente. A primeir vlição de crescimento e colet de folhs do terceiro e qurto pres pr nálise dos teores de nutrientes (N e K), de cordo com Guimrães et l. (1999), foi relizd dois meses pós diferencição dos trtmentos, em jneiro de 2008. Assim, neste estudo form considerds s vlições de crescimento e os teores de N e K, os 330 (finl de fevereiro de 2008), e os 600 dis (finl de novembro de 2008) pós plntio ds muds. Form relizds medids de ltur de plnts (em centímetros, medidos Tbel 1 Crcterizção químic do solo n cmd de 0-20cm, d áre experimentl ntes do plntio. Crcterístic Uniddes Vlores ph (H 2 O) - 6,7 Fósforo (P) mg dm -3 15,4 Potássio (K) mg dm -3 137 Cálcio (C 2+ ) cmol c. dm -3 4,4 Mgnésio (Mg 2+ ) cmol c. dm -3 1,5 Alumínio (Al 3+ ) cmol c. dm -3 0,0 H+Al (Extrtor SMP) cmol c. dm -3 2,1 Som de bses trocáveis (SB) cmol c. dm -3 6,3 CTC (t) cmol c. dm -3 6,3 CTC ph 7,0(T) cmol c. dm -3 8,3 Índice de sturção por bses (V) % 74,9 Índice de sturção por lumínio (m) % 0 Mtéri orgânic (MO) dg kg -1 4,3 Fósforo remnescente (P-rem) mg L -1 7,7 Zinco (Zn) mg dm -3 5,1 Ferro (Fe) mg dm -3 76,7 Mngnês (Mn) mg dm -3 22,5 Cobre (Cu) mg dm -3 3,7 Boro (B) mg dm -3 0,2 Enxofre (S) mg dm -3 38,21 Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

Doses e prcelmentos d dubção de N e K 2 O... 141 do solo té gem terminl do rmo ortotrópico), diâmetros de cop (em centímetros, medidos no mior comprimento dos rmos plgiotrópicos, no sentido d entrelinh) e cule (em centímetros e medido cinco centímetros do solo com utilizção de um pquímetro), em oito plnts centris de cd subprcel. N nálise de vriânci ds crcterístics de crescimento, os resultdos referentes às doses de N e K 2 O, form estuddos incluindo-se o efeito d testemunh, não irrigd. Pr nálise de vriânci dos teores médios folires de N e K, os resultdos form presentdos considerndo-se pens s cinco doses plicds que form clculds com bse no porcentul de recomendção pr lvour de sequeiro, um vez que se trt de um propost pr uso d fertirrigção em lvour irrigd. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Dotção hídric Do período de novembro de 2007 novembro de 2008, qundo foi relizd últim vlição de crescimento, foi plicd um lâmin totl de irrigção de 194,1 mm e precipitção totl nesse período foi de 1899,9 mm. Dess form s plnts receberm um totl 2094 mm de águ por precipitção e irrigção, no período considerdo. 3.2 Análise de vriânci do crescimento e dos teores folires de N e K dos cfeeiros Ao finl de 600 dis de condução do experimento, s crcterístics ltur, diâmetro de cop e diâmetro de cule presentrm diferençs significtivs, em função dos trtmentos. Os resultdos de crescimento submetidos à nálise de vriânci indicrm níveis de significânci ds interções tripls (doses, prcelmentos e épocs) pens pr o diâmetro de cop. A interção de doses versus époc de vlição presentou níveis de significânci pr tods s crcterístics vlids e interção de prcelmento versus époc de vlição só não foi significtiv pr o diâmetro de cule. Considerndo cd ftor de form isold, têmse os seguintes resultdos: efeito significtivo de prcelmento sobre diâmetro de cop; efeito significtivo de doses sobre o diâmetro de cule. Qunto à nálise de vriânci dos teores folires de N e K 2 O tem-se: efeito significtivo do Tbel 2 Equções representtivs d curv crcterístic de umidde justds o modelo de Vn Genuchten, pr s cmds de 0-0,35m; 035-0,70m; e 0,70 1,05m do solo d áre experimentl. 0,300 1,285 0,222 zero 0,35 m 1 (0,542 0,165 0,300) 0,279 1,587 0,370 0,35 0,70 m 1 (0,612 0,160 0,279) 0,300 1 (0,626 0,164 0,300) 1,505 0,336 0,70 1,05 m potencil mtricil em cm umidde volumétric Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

142 GUIMARÃES, R. J. et l. prcelmento sobre o teor de K; de doses sobre o teor folir de N; de époc e d interção époc versus prcelmento sobre os teores folires de N e K; d interção de époc e doses sobre o teor folir de N. A interção tripl não foi significtiv pr os teores de N e K 2 O. 3.2.1 Efeito de prcelmento de N e K 2 O e sus interções no crescimento de plnts e nos teores folires de N e K. A nálise do desdobrmento de prcelmentos, dentro de cd époc de vlição, pr s crcterístics de crescimento foi significtiv pens os 600 dis (Tbel 3), sendo que o mior crescimento médio ds plnts ocorreu no prcelmento de doze plicções de N e K. Somente foi possível detectr o efeito do N no crescimento os 600 dis pós o plntio, pesr de que os 330 dis já se tivesse feito s qutro plicções de nitrogênio, no trtmento com qutro prcelmentos. Aos 330 dis pós plntio, s plnts comportrm-se igulmente qunto às crcterístics de crescimento pr os dois prcelmentos. Assim, o nitrogênio, que é o elemento que tem efeito direto sobre o desenvolvimento d prte ére ds plnts e embor fornecido e encontrdo em mior concentrção ns plnts sob qutro prcelmentos, não chegou condicionr um mior crescimento de plnts os 330 dis pós plntio. As médis seguids d mesm letr não diferem esttisticmente entre si, pelo Teste de Scott Knott, o nível de 5% de significânci. De cordo com os resultdos d Tbel 4, s plnts no prcelmento de qutro plicções presentrm mior teor de N. Consequentemente, não hvendo ind diferenç de crescimento de plnts os 330 dis pós plntio (Tbel 3) o teor de N foi mis elevdo ns plnts que receberm mior concentrção desse nutriente, ou sej, em qutro plicções. A nálise do desdobrmento de prcelmento dentro de cd époc de vlição de N e K indicou um mior crescimento médio de plnts os 600 dis pós plntio, tnto pr o prcelmento de qutro, qunto pr o de doze plicções de N e K (Tbel 3), o que já er esperdo. Aos 600 dis o efeito do N, fornecido às plnts o longo de doze plicções, em menores concentrções, porém de form constnte pode ter proporciondo um mior crescimento ds mesms. Esse nutriente se present em concentrções mis elevds no prcelmento de doze plicções (28,5 g kg -1 ), em relção o de qutro plicções (22,3 g kg -1 ) os 600 dis pós plntio (Tbel 4). Pr o período té 600 dis pós plntio do cfeeiro, neste estudo ficou evidencido que, n fertirrigção o uso de doses menores de N, em mior número de prcelmentos pode ser mis eficiente o crescimento do cfeeiro em relção à fertirrigção feit em qutro prcelmentos, no período ds águs. Em relção o prcelmento de K (Tbel 4) esse não presentou diferenç no teor folir os 330 dis e presentou-se em menor concentrção, em doze prcelmentos os 600 dis pós plntio. Nesse cso, pode ter ocorrido o efeito de diluição. Esse efeito fz com que, pesr d mior quntidde (g) de K bsorvid pels plnts, esse encontr-se diluído n mior quntidde de mtéri sec produzid (%), em função do mior crescimento. Os estudos que envolvem o prcelmento de nutrientes vi fertirrigção, normlmente são desenvolvidos em lvours já instlds e em fse de produção e os resultdos ind são conflitntes. Alves et l. (2000) reltm que os efeitos dos trtmentos de prcelmento (3, 6 e 9 prcelmentos) de dubção de N e K pr cfeeiros irrigdos, sob diferentes lâmins de plicção de águ e fertirrigdos form bstnte vriáveis, não hvendo tendênci de comportmento comum todos os prâmetros. Já, Coelho & Silv (2005), observrm miores produtividdes com doze prcelmentos de dubção de N e K vi mnul, em cfeeiros irrigdos. Os resultdos presentdos n Tbel 4 pr o desdobrmento de prcelmento dentro de cd époc de vlição indicrm que: (i) os 330 dis pós o plntio foi verificdo um teor folir de N significtivmente superior no prcelmento de qutro plicções em relção o prcelmento de doze plicções. Já os 600 dis pós o plntio, os teores folires de N form significtivmente superiores no prcelmento de doze plicções; (ii) o teor de potássio não diferiu os 330 dis e foi significtivmente superior no prcelmento de qutro plicções, os 600 dis pós o plntio. Como n litertur não existem informções de teores folires dequdos de nutrientes pr lvours cfeeirs em formção, os teores folires dos nutrientes verificdos neste estudo form comprdos os recomenddos por Mlvolt (1993) pr lvours cfeeirs em produção, pens pr um referênci. Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

Doses e prcelmentos d dubção de N e K 2 O... 143 Com bse n fix de vrição de teores folires de N e K, o longo dos meses do no, recomendd por Mlvolt (1993), observou-se que: (i) os teores folires de N verificdos (36,3 g kg -1 ) pr qutro prcelmentos os 330 dis pós o plntio situm-se cim dos limites de 26-31 g kg -1, considerdos normis pr os meses de mrço-bril. Aos 600 dis pós plntio o vlor encontrdo (22,3 g kg -1 ) está bixo do recomenddo pr os meses de novembro-dezembro que correspondem 28-32 g kg -1. Como o nitrogênio foi fornecido em qutro plicções, n époc ds águs, o longo do no pode ter ocorrido lixivição de nitrto e consequentemente menor bsorção pels plnts; (ii) em relção o prcelmento de doze plicções os 330 e 600 dis pós o plntio os vlores dos teores folires de N de 30,1 g kg -1 e 28,5 g kg -1 encontrm-se dentro dos limites recomenddos. Neste cso, o nitrogênio fornecido o longo do no mnteve um suprimento dequdo desse nutriente às plnts; (iii) os teores folires de potássio os 330 dis pós o plntio pr qutro (24,2 g kg -1 ) e doze prcelmentos (23,9 g kg -1 ) situm-se dentro dos limites recomenddos (19-24 g kg -1 ) por Mlvolt (1993). Já, os 600 dis pós o plntio os vlores encontrdos pr os dois prcelmentos (22,0 g kg -1 e 17,4 g kg -1 ) estão bixo do recomenddo (24-31 g kg -1 ) pr os meses de novembro-dezembro. 3.2.2 Efeito de doses de N e K 2 O e sus interções no crescimento de plnts e nos teores folires de N e K. A nálise do desdobrmento de doses dentro de épocs pr ltur de plnts, diâmetro de cop e diâmetro de cule presentou significânci pens os 600 dis pós o plntio (Figurs 1, 1b e 1c). Pr s três crcterístics vlids s doses estudds não diferencirm de form significtiv entre si e nem em relção à testemunh, os 330 dis pós o plntio. Aos 600 dis pós o plntio ltur de plnts e os diâmetros de cop e cule ds plnts form superiores nos trtmentos fertirrigdos em relção à testemunh, embor não tenh sido detectdo efeito ds doses sobre o crescimento. Isso signific um mior eficiênci do uso d fertirrigção em lvours cfeeirs irrigds, podendo indicr ind um Tbel 3 Altur médi de plnts, diâmetro médios de cop e de cule de cfeeiros, em função dos desdobrmentos de prcelmentos em cd époc de vlição. Prcelmento/ Époc. 330 600 Altur (cm) Diâmetro de cop (cm) Crescimento Diâmetro de cule (cm) 4 32,1 41,9 0,71 12 32,4 42,4 0,76 4 55,8b 61,2b 1,48b 12 58,6 76,2 1,62 Tbel 4 Teores de N e K em função dos desdobrmentos de prcelmentos, em cd époc de vlição e épocs em cd prcelmento. 330 600 Prcelmento/Époc N Teores de N e K (g kg -1 ) 4 36,3 24,2 12 30,1b 23,9 4 22,3b 22,0 12 28,5 17,4b K Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

144 GUIMARÃES, R. J. et l. economi de 30%, n dose de dubo nitrogendo e potássico. Fgundes (2006) e Teodoro et l. (2005) reltm reduções de té 50% ns doses de N e K recomendds n dubção convencionl de sequeiro, qundo plicds em fertirrigção, sem prejuízo o cfeeiro. O uso d águ d irrigção pr plicção de fertilizntes pode ser vntjoso tnto n economi de fertilizntes qunto pr o crescimento e produção ds lvours. O efeito benéfico d irrigção sobre o crescimento de plnts de cfeeiros foi reltdo por Crvlho et l. (2006). Os utores encontrrm miores txs de crescimento pr cfeeiros irrigdos em relção os não irrigdos. Esse pdrão de comportmento foi reltdo ind por Alves & Livrmento (2003) que destcm, em seu relto, que o pdrão szonl de crescimento do cfeeiro não é modificdo pel irrigção, porém esss plnts, normlmente, presentm miores txs de crescimento. Deve-se considerr ind que, o longo do tempo, s produtividdes de lvours de sequeiro são inferiores àquels obtids em lvours irrigds (SILVA et l., 2005) o que ocorre tmbém qundo se utiliz irrigção em lvours recepds (REZENDE et l., 2006). A nálise do desdobrmento de doses em função d interção entre épocs e prcelmentos presentou significânci (p 0,05) pens pr o diâmetro de cop e os 600 dis pós plntio. Considerndo o crescimento do diâmetro de cop pr um lvour em formção foi dotdo um modelo de regressão pr juste dos resultdos. Nesse estudo, pr um lvour em pleno desenvolvimento o crescimento do diâmetro de cop presentou um comportmento liner crescente em função ds doses plicds (% d dose recomendd pr lvour de sequeiro). Os resultdos presentdos ns Figurs 2 e 2b considerm como dose zero (0), pens pr efeito ilustrtivo, os resultdos observdos pr testemunh não irrigd. Aos 600 dis pós plntio e em qutro prcelmentos, os incrementos de crescimento do diâmetro de cop form menores, enqunto que pr o prcelmento de doze os incrementos form miores, o que pode ser visulizdo pel menor inclinção d ret em relção o eixo dos Y. Considerndo que os gráficos estão num mesm escl, foi observdo que, pr o prcelmento de qutro plicções, o crescimento registrdo pr os diferentes trtmentos é inferior o registrdo pr o prcelmento de doze plicções. Altur (cm) 70 60 50 40 30 20 10 0 Testemunh 70% 100% 130% 160% 190% 330 600 Épocs (dis pós plntio) b Diâmetro de cop (cm 80 70 60 50 40 30 20 10 0 Testemunh 70% 100% 130% 160% 190% 330 600 Épocs (Dis pós plntio) b Diâmetro de cule (cm 1,8 1,6 1,4 1,2 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Testemunh 70% 100% 130% 160% 190% 330 600 Épocs (dis pós plntio) b Figur 1 Altur de plnts (), diâmetro de cop (b) e diâmetro de cule (c) de cfeeiros os 330 e 600 dis pós plntio, sob diferentes doses e forms de dubção de nitrogênio e potássio. Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

Doses e prcelmentos d dubção de N e K 2 O... 145 Diâmetro de cop (cm) 100 90 80 70 60 50 40 Obs Est Liner (Est) 0 30 60 90 120 150 180 210 Doses Figur 2 Diâmetro de cop de plnts de cfeeiros, sob diferentes doses e prcelmentos de dubção. (*) Nos gráficos o Zero represent testemunh, não irrigd, e os demis representm s doses de 70, 100, 130, 160 e 190% d recomendção pr lvour de sequeiro. Diâmetro de cop (cm) 100 90 80 70 60 50 40 Obs Est Liner (Est) 0 30 60 90 120 150 180 210 Dico= 56,3+0,044x R 2 = 0,546 Dico= 63,1+0,121x R 2 = 0,512 4 prcelmentos 600 dis 12 prcelmentos 600 dis b Doses Pr estudo do comportmento dos teores folires de N e K em relção às diferentes doses, lém d comprção pelo teste de Scott-Knott (pd 0, 05) dotou-se tmbém nálise de regressão. Pelo teste de médis (Tbel 5) foi verificdo que, os 330 dis pós o plntio, os teores médios folires de N form miores ns doses mis lts de N e K, o psso que, os 600 dis pós o plntio, esses teores médios não diferencirm entre si. Pr os teores folires médios de K, os 330 dis pós o plntio, não se verificou diferençs significtivs em função ds doses de N e K. Aos 600 dis pós o plntio os teores folires de N não diferencirm em relção às diferentes doses de N e K 2 O. Form verificdos miores teores médios de K ns doses de 70 e 100% de N e K 2 O em relção às doses de 130, 160 e 190% d recomendção pr lvours de sequeiro, contudo s diferençs são muito pequens, o que não proporcionou diferençs significtivs no crescimento vegettivo ds plnts, como se pode notr pels Figurs 1, 1b e 1c. Os gráficos presentdos ns Figurs 3, 3b, referem-se o desdobrmento do efeito de doses de N dentro de cd époc de vlição e considerndo pens s doses plicds, vi fertirrigção. Aos 330 dis pós o plntio houve um créscimo constnte dos teores médios folires de N, em função do umento ds doses de N e K 2 O. Aos 600 dis pós o plntio, os teores folires de N justrm-se o modelo polinomil, indicndo um mior concentrção nos teores folires de N n dose de 70%, seguid por um qued ns concentrções de N ns doses de 100, 130 e 160% e um novo umento n dose de 190% d recomendção. Considerndo que os gráficos estão n mesm escl, foi observdo que os teores médios folires de N, os 600 dis pós plntio são inferiores os verificdos os 330 dis, efeito esse que se deve provvelmente o umento do crescimento ds plnts e consequente redução n concentrção de N (%). Em relção os teores médios folires de K, não houve efeito significtivo pr estudo de regressão de doses e sus interções. 4 CONCLUSÕES Pr lvours cfeeirs fertirrigds durnte o primeiro no de dubção pós-plntio, no sul de Mins Geris, deve-se reduzir pr 70% dose de N e K 2 O tulmente recomendd pr lvours de sequeiro, desde que sej prceld em doze plicções mensis. Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

146 GUIMARÃES, R. J. et l. 5 AGRADECIMENTOS A Fundção de Ampro Pesquis do Estdo de Mins Geris (Fpemig) pelo poio finnceiro e pel concessão d bols de Inicição Científic. Ao Consórcio Pesquis Cfé pelo poio finnceiro e pel concessão d bols de Desenvolvimento pr condução ds tividdes. 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVES, J. D.; LIVRAMENTO, D. E. d. Morfologi e fisiologi do cfeeiro. Lvrs: UFLA/FAEPE, 2003. 46 p. ALVES, M. E. B.; FARIA, M. A. de; GUIMARÃES, R. J.; MUNIZ, J. A.; SILVA, E. L. d. Crescimento do cfeeiro sob diferentes lâmins de irrigção e fertirrigção. Revist Brsileir de Engenhri Agrícol e Ambientl, Cmpin Grnde, v. 4, n. 2, p. 219-225, 2000. ANTUNES, R. C. B.; RENA, A. B.; MANTOVANI, E. C.; ALVARENGA, A. P.; COSTA, L. C.; DIAS, A. S. C. Influênci d fertirrigção no desenvolvimento do cfé rábic em formção. In: MANTOVANI, E. C.; SOUZA, L. O. C.; SOARES, A. R. (Eds.). Energi n gricultur. Pircicb: ESALQ, 2001. p. 64-67. (Boletim técnico, 4). BURT, C. M. Fertigtion: the next frontier. Irrigtion Business nd Technology, Sn Luis Obispo, v. 3, n. 4, p. 16-19, 1995. CARVALHO, H. M. de; COLOMBO, A.; SCALCO, M. S.; MORAIS, A. R. de. Evolução do crescimento do cfeeiro (Coffe rbic l.) irrigdo e não irrigdo em dus densiddes de plntio. Ciênci e Agrotecnologi, Lvrs, v. 30, n. 2, p. 243-250, mr./br. 2006. CLEMENTE, F. M. V. T. Fixs crítics de teores folires de mcro e micronutrientes no cfeeiro (Coffe rbic L.) no primeiro no de formção d lvour. 2005. 63 p. Dissertção (Mestrdo em Fitotecni) - Universidde Federl de Lvrs, Lvrs, 2005. COELHO, A. M. Fertigção. In: COSTA, E. F.; VIEIRA, R. F.; VIANA, P. A. (Eds.). Quimigção: plicção de produtos químicos e biológicos vi irrigção. Brsíli: EMBRAPA- SPI, 1994. COELHO, G.; SILVA, A. M. d. O efeito d époc de irrigção e de prcelmentos de dubção sobre produtividde do cfeeiro em três sfrs consecutivs. Ciênci e Agrotecnologi, Lvrs, v. 29, n. 2, p. 400-408, mr./br. 2005. DANTAS, A. A. A.; CARVALHO, L. G.; FERREIRA, E. Clssificção e tendênci climátic em Lvrs, MG. Ciênci e Agrotecnologi, Lvrs, v. 31, n. 6, p. 1862-1866, nov./ dez. 2007. FAGUNDES, A. V. Adubção líquid n implntção d lvour cfeeir (Coffe rbic L.). 2006. 41 p. Dissertção (Mestrdo em Fitotecni) Universidde Federl de Lvrs, Lvrs, 2006. FRANÇA NETO, A. C. F.; MOURA, B. R.; MANTOVANI, E. C.; RENA, A. B.; PALARETTI, L. F. Influênci d irrigção e d fertirrigção n produtividde d vriedde Aciá cerrdo: ddos de dus sfrs, em Viços, MG. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM CAFEICULTURA IRRIGADA, 6., 2003, Arguri. Anis... Arguri, 2002. p. 141-144. GONÇALVES, M. S. Fixs crítics de teores folires de nutrientes em muds de cfeeiro (Coffe rbic L.) produzids em tubetes. 2005. 82 p. Dissertção (Mestrdo em Fitotecni) Universidde Federl de Lvrs, Lvrs, 2005. GONTIJO, R. A. N. Fixs crítics de teores folires de mcro e micronutrientes em muds de cfeeiro (Coffe rbic L.). 2004. 84 p. Dissertção (Mestrdo em Fitotecni) Universidde Federl de Lvrs, Lvrs, 2004. GUIMARÃES, P. T. G.; GARCIA, A. W. R.; ALVAREZ, V. H.; PREZOTTI, L. C.; VIANA, A. S.; MIGUEL, A. E.; MALAVOLTA, E.; CORRÊA, J. B.; LOPES, A. S.; NOGUEIRA, F. D.; MONTEIRO, A. V. C. Recomendções pr o uso de corretivos e fertilizntes em Mins Geris: 5º proximção. Viços, MG: CFSEMG, 1999. p. 289-302. MALAVOLTA, E. Nutrição minerl e dubção do cfeeiro. São Pulo: Agronômic Ceres, 1993. 210 p. MARTINEZ, H. E. P.; MENEZES, J. F. S.; SOUZA, R. B.; ALVAREZ, V. V. H.; GUIMARÃES, P. T. G. Fixs crítics de concentrções de nutrientes e vlição do estdo nutricionl de cfeeiros em qutro regiões em Mins Geris. Pesquis Agropecuári Brsileir, Brsíli, v. 38, n. 6, p. 703-713, 2003. Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010

Doses e prcelmentos d dubção de N e K 2 O... 147 MATIELLO, J. B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A. W. R.; ALMEIDA, S. R.; FERNANDES, D. R. Cultur do cfé no Brsil: novo mnul de recomendções. Rio de Jneiro: MAPA/PROCAFE, 2005. 438 p. REZENDE, F. C.; OLIVEIRA, S. dos R.; FARIA, M. A. de; ARANTES, K. R. Crcterístics produtivs do cfeeiro (Coffe rbic L. cv. Topázio MG-1190), recepdo e irrigdo por gotejmento. Coffee Science, Lvrs, v. 1, n. 2, p. 103-110, jul./dez. 2006. SANTINATO, R.; FERNANDES, A. L. T. Cultivo do cfeeiro irrigdo em plntio circulr sob pivô centrl. Rio de Jneiro: MAPA/Procfé, 2002. 250 p. SANTINATO, R.; FERNANDES, A. L. T.; FERNANDES, D. R. Irrigção n cultur do cfé. 2. ed. Uberb: O Lutdor, 2008. 476 p. SILVA, A. M. d; COELHO, G.; SILVA, P. A. M.; COELHO, G. S.; FREITAS, R. A. Efeito d époc de irrigção sobre produtividde do cfeeiro Ctuí em 4 sfrs consecutivs. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM CAFEICULTURA IRRIGADA, 5., 2002, Arguri. Anis... Arguri, 2002. p. 144-149. SILVA, A. M. d; COELHO, G.; SILVA, R. A. Épocs de irrigção e prcelmento de dubção sobre produtividde do cfeeiro, em qutro sfrs. Revist Brsileir de Engenhri Agrícol e Ambientl, Cmpin Grnde, v. 9, n. 3, p. 314-319, 2005. STEEL, R. G. D.; TURRIE, J. H.; DICKEY, D. A. Principles nd procednes of sttistics: biometricl pproch. 3. ed. Boston: WCB/McGrw Hill, 1997. 666 p. TEODORO, R. E. F.; MELO, B. de; CARVALHO, H. de P.; SANCHES, A. A.; FERREIRA NETO, J. G.; RUFINO, M. de A. Efeito d fertirrigção nos teores folires de nitrogênio e potássio e n produtividde do cfeeiro. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE PESQUISA EM CAFEICULTURA IRRIGADA, 7., 2005, Arguri. Anis... Uberlândi:UFU, 2005. p. 45-49. Coffee Science, Lvrs, v. 5, n. 2, p. 137-147, mio/go. 2010