DEMOGRAFIA. Assim, no processo de planeamento é muito importante conhecer a POPULAÇÃO porque:

Documentos relacionados
MÉTODOS PARAMÉTRICOS PARA A ANÁLISE DE DADOS DE SOBREVIVÊNCIA

Séries temporais Modelos de suavização exponencial. Séries de temporais Modelos de suavização exponencial

Universidade Federal do Rio de Janeiro

Modelos Não-Lineares

Conceito. Exemplos. Os exemplos de (a) a (d) mostram séries discretas, enquanto que os de (e) a (g) ilustram séries contínuas.

Análise de séries de tempo: modelos de decomposição

Prof. Lorí Viali, Dr. UFRGS Instituto de Matemática - Departamento de Estatística

Processos de Markov. Processos de Markov com tempo discreto Processos de Markov com tempo contínuo. com tempo discreto. com tempo contínuo

Utilização de modelos de holt-winters para a previsão de séries temporais de consumo de refrigerantes no Brasil

Modelos de Crescimento Endógeno de 1ªgeração

EXAME DE ESTATÍSTICA AMBIENTAL 2ª Época (V1)

EXAME DE ESTATÍSTICA AMBIENTAL 1ª Época (v1)

Módulo de Regressão e Séries S Temporais

DENOMINADORES: QUAIS SÃO? COMO SE CALCULAM?

Grupo I (Cotação: 0 a 3.6 valores: uma resposta certa vale 1.2 valores e uma errada valores)

4 O modelo econométrico

EXAME DE ESTATÍSTICA AMBIENTAL Ano lectivo 2015/16-1ª Época (V1) 18 de Janeiro de 2016

Análise e Processamento de BioSinais

Séries de Tempo. José Fajardo. Agosto EBAPE- Fundação Getulio Vargas

Antes de mais nada, é importante notar que isso nem sempre faz sentido do ponto de vista biológico.

A entropia de uma tabela de vida em previdência social *

Problema de controle ótimo com equações de estado P-fuzzy: Programação dinâmica

Tabela: Variáveis reais e nominais

Instituto de Física USP. Física V - Aula 26. Professora: Mazé Bechara

Notação Equações de Maxwell Caracterização de Ondas Electromagnéticas Escrita em valores instantâneos e em Amplitudes Complexas Propagação no ar, em

Análise de Pós-optimização e de Sensibilidade

5.1. Filtragem dos Estados de um Sistema Não-Linear Unidimensional. Considere-se o seguinte MEE [20] expresso por: t t

Aplicações à Teoria da Confiabilidade

Voo Nivelado - Avião a Hélice

Ciências do Ambiente

Regularização de descargas

Circuitos Elétricos I EEL420

Tópicos Especiais em Energia Elétrica (Projeto de Inversores e Conversores CC-CC)

3 Metodologia do Estudo 3.1. Tipo de Pesquisa

Motivação. Prof. Lorí Viali, Dr.

Capítulo 11. Corrente alternada

4 Filtro de Kalman. 4.1 Introdução

Movimento unidimensional 25 MOVIMENTO UNIDIMENSIONAL

2.ª AULA Representação gráfica de sinais Rampa unitária, Impulso unitário e Escalão unitário

Função de risco, h(t) 3. Função de risco ou taxa de falha. Como obter a função de risco. Condições para uma função ser função de risco

4 O Papel das Reservas no Custo da Crise

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

Cinemática em uma dimensão. o Posição, deslocamento velocidade, aceleração. o Movimento com aceleração constante, o Queda livre

Desafios para o IBGE nas estimativas populacionais dos municípios brasileiros: aplicação de distintas metodologias

Introdução ao Controle Ótimo: Otimização de funções e funcionais. Otimização paramétrica. Problema de controle ótimo com tempo final fixo.

IV. METODOLOGIA ECONOMÉTRICA PROPOSTA PARA O CAPM CONDICIONAL A Função Máxima Verosimilhança e o Algoritmo de Berndt, Hall, Hall e Hausman

CINÉTICA QUÍMICA LEI DE VELOCIDADE - TEORIA

5 Metodologia Probabilística de Estimativa de Reservas Considerando o Efeito-Preço

Função Exponencial 2013

2.6 - Conceitos de Correlação para Sinais Periódicos

DISCIPLINA SÉRIE CAMPO CONCEITO

TRANSFORMADA DE FOURIER NOTAS DE AULA (CAP. 18 LIVRO DO NILSON)

A CONTABILIZAÇÃO DOS LUCROS DO MANIPULADOR 1

UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS DEPARTAMENTO DE GESTÃO E ECONOMIA MACROECONOMIA III

4 Metodologia Proposta para o Cálculo do Valor de Opções Reais por Simulação Monte Carlo com Aproximação por Números Fuzzy e Algoritmos Genéticos.

Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Matemática e Estatística Econometria

Capítulo 2 EFEITOS NO NÍVEL DE PRODUTO DA ECONOMIA CAUSADOS POR ALTERAÇÕES MONETÁRIAS EXÓGENAS

3 O Modelo SAGA de Gestão de Estoques

5 Erro de Apreçamento: Custo de Transação versus Convenience Yield

MATEMÁTICA APLICADA AO PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO E LOGÍSTICA. Silvio A. de Araujo Socorro Rangel

SISTEMAS DE FILAS DE ESPERA COM INFINITOS SERVIDORES UMA APLICAÇÃO EM LOGÍSTICA

Escola Secundária da Sé-Lamego Ficha de Trabalho de Matemática Ano Lectivo de 2003/04 Funções exponencial e logarítmica

Movimento unidimensional. Prof. DSc. Anderson Cortines IFF campus Cabo Frio MECÂNICA GERAL

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. DINIS 12º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A Tema II Introdução ao Cálculo Diferencial II

Econometria Semestre

Um modelo matemático discreto para a dispersão da leptospirose em uma população de ratos

Para Newton, conforme o tempo passa, a velocidade da partícula aumenta indefinidamente. ( )

5 Aplicação da Modelagem Estrutural ao problema de previsão de Preço Spot de Energia Elétrica.

GABARITO CURSO DE FÉRIAS MATEMÁTICA Professor: Alexandrino Diógenes

CIRCUITO RC SÉRIE. max

Análise de Projectos ESAPL / IPVC. Critérios de Valorização e Selecção de Investimentos. Métodos Dinâmicos

Gráfico 1 Nível do PIB: série antiga e série revista. Série antiga Série nova. através do site

Exercícios sobre o Modelo Logístico Discreto

Teoremas Básicos de Equações a Diferenças Lineares

N(0) número de núcleos da espécie inicial no instante t=0. N(t) número de núcleos da espécie inicial no instante t. λ constante de decaimento

5.3 Escalonamento FCFS (First-Come, First Served)

Previsão de Demanda. Logística. Prof. Dr. Claudio Barbieri da Cunha

2 Formulação do Problema

O boi almiscarado (musk ox)

3 Modelo Teórico e Especificação Econométrica

Módulo 2 A população sem estrutura etária

6 Processos Estocásticos

4 CER Compensador Estático de Potência Reativa

Seção 5: Equações Lineares de 1 a Ordem

Saneamento Ambiental I. Aula 29 Modelagem processo de autodepuração

3 Modelos de Markov Ocultos

MECÂNICA DE PRECISÃO - ELETRÔNICA I - Prof. NELSON M. KANASHIRO FILTRO CAPACITIVO

Instituto de Física USP. Física Moderna. Aula 23. Professora: Mazé Bechara

Análise de Informação Económica e Empresarial

Teorias do Crescimento Licenciatura de Economia FEUC

MODELAGEM DA DEMANDA POR MÉDICOS NOS MUNICÍPIOS MINEIROS: ESTIMATIVAS CONJUNTAS AO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA INTEGRADAS NO SISTEMA VENSIM.

ESCOLA SECUNDÁRIA COM 3º CICLO D. DINIS 11º ANO DE ESCOLARIDADE DE MATEMÁTICA A

3 Retorno, Marcação a Mercado e Estimadores de Volatilidade

11 Introdução aos modelos matriciais A Matriz de Leslie

Exercícios Sobre Oscilações, Bifurcações e Caos

Crescimento com regulação. Módulo 13

Problemas de vestibular funções exponenciais e logaritmos

4 Análise dos tributos das concessionárias selecionadas

Teste F na Regressão Linear Múltipla para Dados Temporais com Correlação Serial.

Modelos BioMatemáticos

Transcrição:

DEMOGRAFIA Fone: Ferreira, J. Anunes Demografia, CESUR, Lisboa Inrodução A imporância da demografia no planeameno regional e urbano O processo de planeameno em como fim úlimo fomenar uma organização das sociedades de forma a saisfazer as necessidades e aspirações das populações envolvidas, endo na grande maioria dos casos que lidar com fores resrições económicas. O dimensionameno dos serviços, equipamenos e infraesruuras para saisfazer essas necessidades e aspirações em de passar forçosamene pela avaliação do número de habianes a servir. Esse dimensionameno não se refere apenas à população exisene à daa da elaboração do plano mas ambém ao seu horizone de projeco, iso é, a população a servir deverá ser avaliada, por um modelo devidamene esado e calibrado, de forma a ser possível er uma esimaiva, com o grau de rigor necessário para o fim em visa, da população no horizone emporal em causa. A esraificação da população quer por idades, sexos, caegorias sociais, ec. esá ambém relacionado com as suas aspirações. A caracerização desa esraificação é, nauralmene, valiosa para a caracerização dos ipos de serviços a criar, para dar resposa a aspirações dessas populações. Assim, no processo de planeameno é muio imporane conhecer a OULAÇÃO porque: Quanidade Variação emporal ara quanas pessoas dimensionar? (Ex. serviços, equipamenos, infra-esruuras) Esudo dos mecanismos de: Reprodução Migração More Qualidade Composição ara que ipo de pessoas dimensionar? (Ex. Tipo de equipamenos) Esudo da esraificação Idades Sexo Escolaridade Ocupação laboral Níveis salariais. Localização Disribuição espacial Onde localizar? Esudo da dispersão Densidades. 1. Variação emporal da população Saldo fisiológico ou crescimeno naural SF = N O N - Número de nascimenos na unidade de empo considerada; O - Número de óbios na unidade de empo considerada.

Saldo migraório SM = I E I - Número de imigranes na unidade de empo considerada ( enrada ); E - Número de emigranes na unidade de empo considerada ( saída ). Taxa de naalidade n = N / 0 N - Número de nascimenos na unidade de empo considerada; Taxa de moralidade δ = O / 0 O - Número de óbios na unidade de empo considerada; Taxa de saldo fisiológico ou de crescimeno naural TSF= SF / 0 SF - Saldo fisiológico na unidade de empo considerada; TSF = SF / 0 TSF = (N O) / 0 TSF = N / 0 O / 0 TSF= n - δ Taxa de migração Tm = SM / 0 SM - Saldo migraório na unidade de empo considerada; Taxa de crescimeno c = / 0 Variação da população na unidade de empo considerada ( 1 0 ); 2. Composição c = / 0 c = ( 1 0 ) / 0 c = [( 0 + N O + I E) 0 ] / 0 c = (N O + I E) / 0 c = n - δ + Tm c = TSF + Tm A esraificação da população por idades, sexos, ocupação laboral, nível de insrução, rendimenos, ec. é essencial para a definição dos equipamenos e serviços a criar. A forma mais usual de quanificação e represenação gráfica da esraificação por idades e sexos é a irâmide eária: gráficos de referencial caresiano em que o eixo das ordenadas represena as idades e o das abcissas a população dividida em população masculina (pare negaiva do eixo) e feminina (pare posiiva do eixo). A variável idade não é conínua. Normalmene a sua discreização é feia à cusa de classes ou escalões eários (cohors) de dimensão consane, usualmene de 5 anos. No enano, o esudo de deerminadas realidades jusifica a esraificação eária da população nouros escalões, por exemplo: 3ª idade 65 anos op. Aciva 20 64 anos Jovens 0 19 anos

INDICADORES DEMOGRÁFICOS S/ ESTIMATIVAS DA OULAÇÃO Relação de masculinidade Índice de envelhecimeno no opo na base Relação de dependência H M op. 65 op. 0 19 op. 65 op. oal op. 0 19 op. oal op. 0 19 + op. 65 op. 20 64 Relação de dependência dos idosos op. 65 op.19 64 Relação de dependência dos jovens op. 0 19 op. 20 64 Relação de ferilidade Relação de acividade op. Fem. 15 49 op. Fem. oal op. 20 64 op. oal 3. Disribuição espacial da população O indicador mais uilizado para a caracerização da localização da população é a densidade populacional medida normalmene em hab/ha. A represenação gráfica desas densidades é feia à base de carogramas. 1991 2001 Densidade opulacional por Freguesia Lisboa

4. Méodos de projecção populacionais Os méodos de projecção, em geral, podem ser classificados em dois grandes grupos: causais e não causais. Os méodos não causais podem ser caracerizados por uilizarem unicamene a variável empo como explicaiva das variações a prever. Iso é, por análise de uma série cronológica de valores enam averiguar da possibilidade de relacionar a variável empo com a variável a esudar aravés de uma expressão maemáica. or consequência eses modelos assumem como hipóese de base que a endência de variação emporal da população se maném consane e igual à que foi averiguada aé ao momeno da elaboração do modelo. Os méodos causais fazem inerferir no modelo variáveis que, além de esaisicamene poderem ser assumíveis como causais (ou seja, dependenes esaisicamene), são reconhecíveis como al em análises lógicas do fenómeno. Ou seja, procuram relacionar a variável sobre a qual se quer fazer projecções com ouras variáveis que possam ser explicaivas do seu comporameno. Cada um deses grupos de méodos pode ser ainda subdivididos em globais e esraificados: Causais (incluem vários parâmeros) Globais Esraificados Não causais (empo é a única variável considerada) Globais Esraificados Os Méodos Globais são aqueles que omam a população como um odo e fazem a sua projecção como al; os Méodos Esraificados analisam a população esraificada e fazem a projecção dos esraos. Méodos não causais Como já foi referido, eses modelos assumem como hipóese de base que a endência de variação emporal da população se maném consane e igual à que se verificou aé ao momeno de elaboração do modelo. Méodos não causais globais a) Linear (aumeno da população consane) b) Exponencial (axa de crescimeno consane) c) Logísico Méodos não causais esraificados a) Modelo de Cohor-Survival (mariz de sobrevivência) aplicado à esraificação por idades b) Modelo de Cohor-Survival (mariz de sobrevivência) aplicado à esraificação por idades e por sexo c) Méodo das razões 4.1 Méodos não causais globais Um passo muio imporane e fundamenal para a consrução do modelo consise na averiguação do ipo da função a adopar e do grau de dependência esaísica. 1º passo Diagrama de dispersão enre as duas variáveis

2º passo Ajusameno das observações a uma função = f ( θ, ) + ε população; f função escolhida com parâmeros θ; - empo; ε - resíduos 3º passo Deerminação dos parâmeros do modelo Méodo dos mínimos quadrados: min Σ ( Y Y*) 2 = min Σ ε 2 4º passo Avaliação da adequabilidade da função Quadrado do coeficiene de correlação enre as duas variáveis: ρ 2 MODELO LINEAR = a + b O crescimeno de população para o mesmo inervalo de empo é consane. Deerminação dos parâmeros do modelo Aplicação do Méodo dos Mínimos Quadrados: Min Σ ε 2 = Min Σ ( *) 2 = Min Σ [ i ( a* + b* i )] 2 A minimização de Σ ε 2 passa pela deerminação das derivadas parciais: ( Σ ε 2 / a* ) = 0 ( Σ ε 2 / b* ) = 0 A parir daqui obém-se um sisema a duas equações a duas incógnias o que permie definir os parâmeros da função. a* = µ p - b b* = Σ i [ ( i - µ ) ( i - µ p ) ] Σ i ( i - µ ) 2 MODELO EXONENCIAL = ab

A axa de crescimeno é consane. Deerminação dos parâmeros do modelo A aplicação do MMQ passa pela linearização da função aravés da aplicação de logarimos: Ln = Ln a + Ln b * = A + B A parir da expressão genérica conclui-se: ara =o 0 = a b 0 = a ara =1 1 = a b 1 = 0 b b = 1 / 0 b ( 0 / 0 ) = ( 1 / 0 ) ( 0 / 0 ) b = 1+ ( 1 0 / 0 ) b = 1 + c Generalizando: = 0 ( 1+ c ) Lei de Malhus MODELO LOGÍSTICO = K / (1 + e a + b ) K K = Lim população limie esimada com base nos parâmeros de ocupação Deerminação dos parâmeros do modelo A aplicação do MMQ passa pela linearização da função aravés da aplicação de logarimos: = K / (1 + e a + b ) (1 + e a + b ) = K / e a + b = (K / ) 1 a + b = Ln ( K / ) *