FINANÇAS APLICADAS À SAÚDE II. Professor Cristóvão Pereira

Documentos relacionados
E [ ] É o problema que ocorre quando uma empresa identifica baixa rentabilidade em relação ao que foi projetado.

Capítulo 15 Métodos de Avaliação Econômica de Investimentos

Finanças Corporativas. Prof.: André Carvalhal

15/07/2014. Empreendedorismo ASPECTOS LEGAIS: ESTRUTURA DE CAPITALIZAÇÃO PLANO FINANCEIRO PARTE II. Objetivos de Aprendizagem. Atuação Empreendedora

Análise de Viabilidade Econômica de Projetos de Investimento

VIABILIDADE FINANCEIRA DE PROJETOS Semana Acadêmica de Administração da UFSC

Matemática Financeira Moderna ANÁLISE DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS REAIS

Módulo 2 Finanças e Economias Aplicadas a Compras

Balanço Patrimonial. Circulante Compreende obrigações exigíveis que serão liquidadas até o final do próximo exercício social.

Capítulo 12. Tema 10: Análise das demonstrações contábeis/financeiras: noções iniciais. Noções de Contabilidade para Administradores EAC 0111

Prof. Marcelo Delsoto

Análise de Investimentos Ricardo Suñer Romera Neto

Método do Fluxo de Caixa Descontado - FCD

Prof. Herbert Kimura RENDA VARIÁVEL. Prof. Herbert Kimura. Prof. Herbert Kimura

1. Introdução II. Técnicas de Orçamento de Capital III. Estimativa dos Fluxos de Caixa

Diariamente empresas são avaliadas pelas mais diferentes razões. Por exemplo:

Tópicos Especiais Contábeis: EVA

VERSÃO RESPOSTAS PROVA DE FINANÇAS

Administração Financeira II 2016/2

Finanças. Prof. Milton Henrique

24/02/2017. Prof. Elisson de Andrade

SEM0530 Problemas de Engenharia Mecatrônica II

Avaliação Financeira de Empresas e Empreendimentos Imobiliários

Reunião 10. Análise Financeira

29/09/2010. Objetivos. Orçamento Empresarial UFRN Prof. Gabriel Martins de Araújo Filho. Tópicos da Aula BIBLIOGRAFIA

PLANEJAMENTO E TÉCNICAS DE ANÁLISE PARA PROJETOS

CONTABILIDADE GERAL. Balanço Patrimonial. Situação Líquida e VPL. Prof. Cláudio Alves

Tema: Análise de Investimentos

ECONOMIA. Microeconomia. Taxa Interna de Retorno. Prof. Alex Mendes

Elaboração e Análise de Projetos Socioambientais ACH-1157

Decisões de Financiamentos e Estrutura de Capital. Professor: Francisco Tavares

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÔMICA DA AMPLIAÇÃO DA APROFEIRA 1 ANALYSIS OF THE ECONOMIC VIABILITY OF THE EXPANSION OF THE APROFEIRA

Fluxo de caixa, valor presente líquido e taxa interna de retorno 1

FINANÇAS COMO PILAR DA GOVERNANÇA CORPORATIVA Prof. Haroldo Moura Vale Mota 2014

ESCOLA DE NEGÓCIOS E GESTÃO

SELEÇÃO E VIABILIDADE DE PROJETOS

GESTÃO FINANCEIRA DE EMPRESAS

EAE ELABORAÇÃO E ANÁLISE DE PROJETOS TÓPICO 6

Empreendedorismo. Prof. Dr. Marco Antonio Pereira. Plano de Negócios Análise Financeira e Econômica.

Fundamentos de Finanças Curso de Ciências Econonômicas Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Lucratividade: Crescer, Sobreviver ou Morrer

T8.1 Esboço do Capítulo. Capítulo 8

FINANÇAS ANALISTA FGV

Avaliação de Empresas

SUMÁRIO CAPÍTULO 1 FINANÇAS CORPORATIVAS

RELAÇÕES COM INVESTIDORES. 4º Trimestre de Resultados Tupy. Relações com Investidores Março / 2017

COMPREENDENDO SUA EMPRESA PELOS SEUS NÚMEROS PROF. DR. RONI C. BONIZIO 2017

Relação entre Risco e Retorno. Mensurando o Retorno

Análise de Empreendimentos

Disciplina: Economia Para Engenharia Elétrica (TE142) Capítulo II. ANÁLISE DE ALTERNATIVAS DE INVESTIMENTOS

Finanças 1. Aulão Quiz 1

05/06/2017. Representar graficamente uma análise econômica de investimentos;

Douglas Fabian. Bacharel em Administração. MBA Gestão Estratégica de Pessoas

AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE INVESTIMENTOS EM EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Conceitos. a. Fluxo de caixa operacional. FC O = Lucro Líquido + Juros + Depreciação. FC O = EBIT IR + Depreciação. b. Fluxo de caixa dos ativos

Análise de projetos de investimentos

CONTABILIDADE BÁSICA 7ª Edição CONTABILIDADE BÁSICA 7ª Edição Cap. 05- Balanço Patrimonial Grupo de Contas

Módulo 6 Gestão Econômica e Financeira

Avaliação de Investimentos. Prof. Adriano Paranaiba

ANÁLISE DE INVESTIMENTO

1. COORDENAÇÃO ACADÊMICA. Profª. ILDA MARIA DE PAIVA ALMEIDA SPRITZER 2. APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA ANALISTA FGV

CUSTO DOS COMPONENTES DA ESTRUTURA DE CAPITAL

VALUATION PARA STARTUPS NA PERSPECTIVA DO INVESTIDOR

ENSINO SECUNDÁRIO / PROFISSIONAL VIABILIDADE FINANCEIRA

EMENTAS MÓDULO I Governança Corporativa e Indicadores Estratégicos Negociação e Tomada de Decisão Gestão de Projetos

MA NUA L OPERA CIONA L AUTOR DATA PÁGINA. Carine Husein Lena 23/02/2017 1/13 ÍNDICES PEG

EXERCÍCIO 1 DE FIXAÇÃO. 1 Associe o segmento de estudo em finanças com o seu objeto de estudo:

O que será visto neste tópico...

Métodos de Payback. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia. Fonte: Projetos de Invest. Na Empresa, J.C.

Apresentação de Resultados. 2T17 e 1S17

Unidade IV AVALIAÇÃO DAS. Prof. Walter Dominas

Critérios alternativos para orçamento de capital

Reunião APIMEC São Paulo, 13 de dezembro de 2012

Critérios alternativos para orçamento de capital

FLUXO DE CAIXA. Administração Financeira aplicação de recursos. distribuição CONCEITOS. Fluxo de caixa previsão de: ingressos desembolsos

Aula 7. Fluxo de caixa. Professor: Cleber Almeida de Oliveira. slide 1

Como fazer avaliação econômico financeira de empresas. Este conteúdo faz parte da série: Balanço Patrimonial Ver 3 posts dessa série

Apresentação de Resultados 4T16 / 2016

Professor Orientador Doutor em Engenharia Agrícola. UNUCET - UEG 1

GST0071- Administração Financeira

Apresentação de Resultados 1T17

VERSÃO 1 RESPOSTAS PROVA DE FINANÇAS

Finanças Corporativas

FATOR DEBENTURES INCENTIVADAS FUNDO DE INVESTIMENTO MULTIMERCADO CRÉDITO PRIVADO - CNPJ: /

FEA- USP, 30 de setembro de AVALIAÇÃO INTERMEDIÁRIA: EAE 422 Análise e Elaboração de Projetos Prof. Dr. Eduardo Luzio. Nome:

Decisões de Financiamentos e Estrutura de Capital Professor : Francisco Tavares

A depreciação real de um ativo destes, num determinado período, é a diferença entre o seu valor de aquisição e o seu valor de revenda.

Análise Vertical Cia Foot S/A

Contabilidade. Resumo

INVESTIMENTO, FINANCIAMENTO E VIABILIDADE ECONÓMICO-FINANCEIRA

7.Noção de investimentos

PARTICIPAÇÃO DE MERCADO: ANUÁRIO ABLA 2018

Instituto de Economia - UFRJ IEE Economia do Empreendedorismo Professora: Renata La Rovere Tutor: Guilherme Santos

VERSÃO 1 RESPOSTAS PROVA DE FINANÇAS

ANÁLISE DE BALANÇOS MÓDULO 2

FATOR DEBENTURES INCENTIVADAS FUNDO DE INVESTIMENTO RENDA FIXA CREDITO PRIVADO - CNPJ: /

RESULTADOS 4T17. 8 de Março de 2018

AFLP Análise Financeira de Longo Prazo. Assunto: Valor Presente Líquido (VPL)

Transcrição:

FINANÇAS APLICADAS À SAÚDE II Professor Cristóvão Pereira

Cristóvão Pereira Mestre em Gestão Empresarial FGV Engenheiro Eletricista PUC/RJ MBA New York University MBA Ibmec/RJ CEO Takeover Ltda.

Contato cristovao@pobox.com (11)98497-3131 http://bit.ly/fgvprofcristovao Arquivos para alunos

Cálculo da média Prova: 70% Trabalho: 30%

O Que é Finanças? Um processo decisório: Envolve dinheiro; Visa a criar riqueza.

Riqueza História da riqueza; Tipos de cultura Anterior a 1630; Posterior; Situação da riqueza hoje.

Objetivo de Finanças Maximizar o volume de riqueza dos proprietários.

Ativos da empresa Ativos reais; Ativos financeiros; Ativos base; Ativos derivativos.

Ativos reais Aqueles utilizados para criação de riqueza. Tangíveis; Intangíveis.

Ativos financeiros Aqueles utilizados para captação de recursos: Contratos que embutem promessas; Pedaços de papel

Ativos base Aqueles que têm valor por si próprios.

Ativos derivativos Aqueles cujo valor depende do valor do ativo base.

Empresa 1. Cria e vende ativos financeiros; 2. Capta recursos com a venda; 3. Investe em ativos reais; 4. Cria riqueza com os ativos reais; 5. Distribui a riqueza para os proprietários dos ativos financeiros.

Ativos financeiros Se subdividem em: Obrigações (títulos de dívida) Ações (títulos de propriedade)

Recursos captados Com obrigações: São chamados de capital de terceiros Com ações: São chamados de capital próprio.

Modelos São simplificações da realidade utilizadas para tomada de decisões.

Fluxo de Caixa É o principal modelo em finanças; Tudo em finanças é representado por fluxo de caixa.

Fluxo de Caixa São simplificações da realidade; O fluxo de caixa é uma simplificação.

Tipos de FC Representação em setas; Única até 1980. Representação em planilhas. Mais usada hoje.

Em setas R$120 R$150 R$200 0 1 2 3 R$100

Em planilhas 0 1 2 3 (R$100) R$120 R$150 R$200

Períodos e datas Períodos são espaços de tempo; Datas são pontos no tempo.

Períodos comuns Períodos mais comuns utilizados: Anos; Meses; Dias.

Modelo e Realidade Modelo: valores nas datas; Realidade: valores nos períodos.

Modelo piorado Por que os modelos devem ser piores que a realidade em finanças?

Regras de Modelagem REALIDADE REGRAS DE MODELAGEM MODELO

Regras de Modelagem 1. Qualquer valor que ocorra no período N, deve ser colocado na data N; 2. Exceto investimentos, que devem ser colocados na data N-1.

Exercício Monte o fluxo de caixa anual nas duas representações, de seta e de planilha, de um projeto com duração de quatro anos, para o qual são informados os seguintes dados: O projeto será iniciado em 12/03/2018; As receitas para os primeiros cinco meses do primeiro ano são de R$20 mil por mês, dobrando para R$40 mil por mês, nos últimos meses do primeiro ano; Para os segundo e terceiro anos, as receitas mensais previstas são de R$80 mil por mês; Para o último ano a receita líquida cai para R$50 mil por mês; Despesas são constantes de R$15 mil por mês no projeto; Serão feitos três investimentos, nos valores de R$120 mil; R$80 mil e R$50 mil, respectivamente nas seguintes datas: 17/03/2018; 31/10/2020 e 27/01/2022.

Retorno de Investimento É representado pela soma de duas parcelas: Ganho de capital; Lucratividade (dividend yield)

Retorno de Investimento Ganho de capital: É um ganho apenas potencial; Lucratividade: É um ganho efetivo de caixa.

Ganho de capital GC t = P t P t 1 P t 1

Lucratividade (yield) FC t L t = t P t 1

Harry Markowitz Prêmio Nobel em 1990; Nascido em: 24/08/1927.

Aproximação Normal

Representação Todos os ativos podem ser representados por apenas dois parâmetros. Retorno esperado (média); Desvio padrão (risco).

William Sharpe Dividiu o prêmio Nobel de 1990; Nascido em: 16/07/1934

Índice de Sharpe I A Sharpe = R A R f σ A

Free Cash Flow É o fluxo de caixa que está livre para remunerar os fornecedores de capital (investidores); Receitas-despesas-custos-impostosinvestimentos = Free Cash Flow

Contabilidade Lucro = receita despesa; Regime de competência; Visão de curto prazo; Presente e passado.

Riqueza Riqueza = VP(Free Cash Flow); Regime de caixa; Visão de futuro; Longo prazo.

Risco No popular: perigo! No financeiro: variabilidade

Diversificação É o simples aumento do número de ativos de uma carteira.

Divisão do Risco O Risco total (σ) pode ser dividido em: Risco diversificável (ou único); Risco sistemático.

Diversificável e não

Diversificável Pode ser praticamente eliminado pela simples diversificação da carteira; Para tanto bastam de 25 a 30 ativos quaisquer; Não vale a pena diversificar além disso.

Sistemático Não pode ser eliminado pela simples diversificação; Pode ser reduzido com o emprego de ativos de baixa correlação (setores diferentes). Só consegue ser eliminado com o emprego de derivativos.

Valor de um ativo Pode ser calculado pelo valor presente do fluxo de caixa futuro estimado a ser gerado pelo ativo. No caso de empresas, pelo seu free cash flow.

Mercado Primário Quando um ativo é vendido pela primeira vez pela empresa, e ela recebe o dinheiro, dizemos que se trata de mercado primário.

Mercado Secundário Quando o ativo é negociado posteriormente e os recursos não vêm para a empresa.

Mercado de Capitais É o mercado que financia a empresa no longo prazo; Se subdivide em dois principais mercados: Mercado de debêntures; Mercado de ações.

Preço Justo É o preço quanto o investidor acha que vale o ativo.

Preço de Mercado É o preço médio resultante da operação dos diversos agentes financeiros com os preços que estão dispostos a pagar.

Modelo de Gordon P = D 1 Justo k g S

Nomenclatura D 1 = dividendo do primeiro período; k s = custo do capital próprio (ou retorno esperado pelo acionista); g = taxa de crescimento dos dividendos

Custo do capital próprio k S = R f + prêmioderisco

TMA TMA = Taxa Mínima de Atratividade; A menor taxa de rentabilidade exigida por um investidor para fazer determinado projeto.

TMA TMA = R f + prêmioderisco

Análise de Projetos 1. Valor Presente Líquido (VPL); 2. Taxa Interna de Retorno (TIR); 3. Payback; 4. Índice de Lucratividade Líquida (ou Índice de rentabilidade)

VPL - definição VPL(TMA) = I 0 +VP(TMA)dos FC após I 0

VPL - interpretação É uma medida de criação de riqueza em relação à Taxa Mínima de Atratividade.

VPL - utilidade É considerado o melhor método de avaliação da viabilidade econômica de projetos.

VPL - critérios Se VPL(TMA)>0 O projeto rende a TMA e, além disso, cria riqueza no valor do VPL. O projeto é aceito. Se VPL(TMA)=0 O projeto rende exatamente a TMA, não criando riqueza. O projeto é aceito. Se VPL(TMA)<0 O projeto não rende sequer a TMA e, se for feito, destruirá riqueza no valor do VPL. O projeto não é aceito.

TIR - definição TIR (Taxa Interna de Retorno) É a taxa que anula o VPL

TIR - armadilhas 1. Está implícito no cálculo que os recursos recebidos poderão ser reinvestidos à mesma taxa da TIR; 2. Só há garantia de ser única se houver apenas uma inversão de sinal; 3. Não se pode comparar projetos com a TIR se houver investimento inicial distintos.

TIR vs. VPL

Payback - definição É o prazo do projeto necessário para pagar o investimento inicial.

Payback - problemas 1. Não considera o valor do dinheiro no tempo. Pode ser resolvido com o payback descontado; 2. Não considera o que vem depois do período de payback.

ILL- definição ILL = VP(TMA)dos FC após I 0 I 0 ILL = VPL + I 0 I 0

ILL - utilidade Serve para priorizar projetos com VPL positivo quando há racionamento de capital; Racionamento de capital ocorre quando não há recursos suficientes para se fazer todos os projetos com VPL > 0

Capital Próprio Obtido com a venda de ações; Remuneração condicionada ao lucro; Não há garantias para o investidor; Principal não é devolvido pela empresa

Capital de terceiros Obtido com a venda de obrigações; Principal é devolvido; Remuneração é incondicional; Há garantia jurídica.

Ciclo Operacional É o prazo que vai da entrada da matéria prima no estoque ao recebimento dos valores da venda do produto acabado.

Capital de Giro É o montante de recursos que devem ser investidos na empresa para viabilizá-la durante o seu ciclo operacional.

Necessidade de CG Necessidade de capital de giro é diferente de investimento em capital de giro.

Necessidade de CG N CG E + CR + CMO CP

Investimento em CG I CGt = N CGt 1 N CGt