PRINCÍPIOS DE NUTRIÇÃO ANIMAL Mestrado Integrado em Medicina Veterinária Ano Lectivo 2010 / 2011 SISTEMAS DE VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA ENERGIA Amadeu Borges de Freitas Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 1 OBJECTIVOS: 1.- CONCEITO DE SISTEMA DE VALORIZAÇÃO ENERGÉTICA 2.- SISTEMAS ENERGÉTICOS PARA MONOGÁSTRICOS 3.- SISTEMAS ENERGÉTICOS PARA RUMINANTES Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 2 1
SUMÁRIO: 1- Conceito e utilidade dos sistemas energéticos 2- As diferentes expressões de energia = Sistemas energéticos 2.1- Sistemas energéticos para monogástricos 2.2.- Sistemas energéticos para ruminantes Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 3 Sistemas de Valorização Energética Água Glúcidos Prótidos Lipidos Vitaminas ENERGIA Minerais ALIMENTOS NECESSIDADES NUTRITIVAS Nutrientes ENERGIA Conservação Produção Um sistema de valorização energética é um conjunto de regras que relaciona a ingestão de energia de um animal (ALIMENTOS) com as suas performances ou produtividade (NECESSIDADES). Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 2
NECESSIDADES NUTRITIVAS 1 000 Kcal /dia Que quantidade de alimento fornecer? 1 000 / 4 000 = 0,25 Kg Alimento / Dia ALIMENTO 4 000 Kcal / Kg OS ALIMENTOS E AS NECESSIDADES DEVEM SER EXPRESSOS NO MESMO TIPO DE ENERGIA E NAS MESMAS UNIDADES Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 5 SE FORNECER A NOVILHOS DE 350 Kg DE PESO VIVO, 5 Kg DE FENO DE AVEIA (2,0 Mcal EM/kg) e 4 KG DE ALIMENTO COMPOSTO (3,1 Mcal EM/kg) QUAL O GANHO MÉDIO DIÁRIO ESPERADO? Energia Ingerida? EM= (5 x2) + (4x3,1) = 22,4 Mcal Necessidades diárias de novilhos Peso Vivo (Kg) 350 GMD (kg/dia 0) 0,9 1,1 1,3 1,4 Ingestão Mínima de M.S. (Kg) 5,3 8,0 8,0 8,0 8,2 % Grosseiros 100 45-55 20-25 15 15 E.M. (Mcal) 10,6 20,8 22,4 24,2 25,3 P.B. (Kg) 0,46 0,80 0,83 0,87 0,90 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 3
PARTIÇÃO ENERGÉTICA ENERGIA BRUTA ENERGIA DIGESTÍVEL Energia Fecal Energia Metano Energia Urina ENERGIA METABOLIZÁVEL Calor Conservação (Eficiência EM) ENERGIA LIMPA DE CONSERVAÇÃO ENERGIA LIMPA DE PRODUÇÃO (Energia Retida) Calor Produção (Eficiência EM) Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 7 ENERGIA LIMPA Sistemas de Valorização Energética VANTAGEM Energia que melhor considera os processos de utilização metabólica dos nutrientes energéticos! - Implica a medição directa do valor dos alimentos. INCONVENIENTES - Distinção entre manutenção e produção. - Não satisfaz plenamente as condições de aditividade que estão na base da formulação. Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 8 4
ENERGIA METABOLIZÁVEL Sistemas de Valorização Energética VANTAGENS - Energia menos variável e mais fácil de determinar nos alimentos - Cumpre melhor o princípio da aditividade INCONVENIENTES -Transformação das necessidades dos animais, calculadas em EL, em EM -Transformação do valor EM dos alimentos em EL Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 9 ENERGIA DIGESTÍVEL Sistemas de Valorização Energética VANTAGENS - Maior facilidade de determinação nos alimentos (digestibilidade) - Cumpre as condições de aditividade - Sobrestima o valor energético das proteínas INCONVENIENTES - Difícil transposição das necessidades dos animais. Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 10 5
Sistemas de valorização energética para monogástricos Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 11 Sistema de valorização energética para cães e gatos ENERGIA METABOLIZÁVEL: Para cães e gatos utiliza-se um sistema de energia metabolizável estabelecido por uma directiva europeia e utilizado em todo o espaço da União Europeia EM (Mj/kg) = 0,1464 PB + 0,3556 EE + 0,1464 ENA (PB, EE e ENA em %) Para alimentos de gatos com um teor de humidade superior a 14%: EM(Mj/kg) = 0,1632 PB + 0,3222 EE + 0,1255 ENA 0,2092 (PB, EE e ENA em %) Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 12 6
Sistema de valorização energética para cães e gatos ENERGIA METABOLIZÁVEL: EM (Mj/kg) = 0,1464 PB + 0,3556 EE + 0,1464 ENA (PB, EE e ENA em %) ALIMENTO Humidade = 10% Cinzas = 8% P.B. = 25% E.E. = 11% F.B. = 3% EM (Mj/kg) = 0,1464 PB + 0,3556 EE + 0,1464 ENA = (0,1464x25)+(0,3556x11)+(0,1464x43) = 3,66 + 3,91 + 6,30 = 16,51 Mj / Kg 3994 Kcal /kg E.N.A. = (100-10-8-25-11-3) = 43% Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 13 Sistema de valorização energética para cães e gatos NECESSIDADES DE MANUTENÇÃO ENERGIA: Kcal EM = 132 x PV 0,73 1 Hora Actividade /dia = 1,1 M EM = 132 x 5,37 A: 10 Kg PV Sedentário = 709 Kcal EM / Dia B: 10 Kg PV Activo (1h/dia) EM = 709 x 1,1 = 780 Kcal EM / Dia Alimento = 709 / 3994 = 180 g/dia ou 780/3994 = 195 g/dia Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 7
Sistemas de valorização energética para Suínos 1.ENERGIA DIGESTÍVEL: Muito utilizado (INRA) - Cálculo das necessidades de manutenção e produção com algum rigor (Dietas e raças utilizadas padronizadas) -O valor dos alimentos é fácil de determinar, embora sobrestimando a proteína - Com alimentos mais ricos em constituintes da parede celular, há a necessidade de corrigir os valores de energia. Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 15 Sistema de valorização energética para Suínos ENERGIA DIGESTÍVEL: 12000 10000 8000 6000 4000 2000 0 ED (Kcal/dia) 8800 9200 9600 10000 8000 7000 6000 4200 5000 25 30 40 50 60 70 80 90 100 PV NECESSIDADES ENERGÉTICAS ED SUÍNOS (Kcal/Kg) Milho 3 400 Trigo 3 310 Sorgo 3 200 Cevada 2 890 ED SUÍNOS (Kcal/Kg) Aveia 2 730 Sêmea 2 450 Luzerna 1 860 VALOR ENERGÉTICO ALIMENTOS Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 16 8
Sistemas de valorização energética para Suínos 2.ENERGIA METABOLIZÁVEL: EM= 0,96 ED Mais rigoroso por ter em consideração a menor valorização da proteína. NECESSIDADES ENERGÉTICAS E.M. (Kcal/dia) RAÇÃO PESO VIVO (Kg) 3-5 5-10 10-20 820 1 620 3 265 3 450 Kcal E.M./kg CONSUMO DIÁRIO (g) EM (Kcal/dia) PESO VIVO (Kg) 3-5 5-10 10-20 238 470 946 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 17 Sistemas de valorização energética para Suínos 3.ENERGIA LIMPA: - Mais recentemente (Alemanha, França) - Considera o equilíbrio em Aminoácidos essenciais das dietas - Alguns problemas de aplicabilidade. SISTEMA NEF (Rostock) EL (Kcal/kg) = 2,49 PD + 8,63 EED +1,5 FBD + 3,03 ENAD PD, EED, FBD, ENAD em g/kg SISTEMA Just EN (Kcal /kg MS) = 0,75 EM -450 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 18 9
Sistema de valorização energética para Suínos Tables de alimentation pour les porcs (1994) E. Digestível (Kcal/Kg) E. Limpa (Kcal/Kg) EL/ED % Milho 3 400 2 650 77,9 Cevada 3 020 2 258 74,8 Aveia 2 695 1970 73,1 Óleo Vegetal 8 500 7 525 88,5 Ervilha 3 300 2 260 68,5 B. Soja 48 3 500 2 005 57,3 F. Peixe 72 4 400 2 540 57,7 Luzerna 1 950 1 010 51,8 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 19 Sistemas de valorização energética para Aves ENERGIA METABOLIZÁVEL: Para as aves, a EM é incontestavelmente o sistema mais apropriado porque permite as medições mais precisas e mais rápidas. ENERGIA METABOLIZÁVEL APARENTE A EM pode ser corrigida para a retenção azotada. Esta correcção é, conforme os autores, de 8,22 ou 8,73kcal/g de azoto retido. ENERGIA METABOLIZÁVEL CORRIGIDA Pode-se ainda corrigir para as perdas azotadas não ligadas directamente à ingestão de alimento (perdas endógenas) ENERGIA METABOLIZÁVEL VERDADEIRA Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 20 10
Sistema de valorização energética para Aves AVES E.M. Aparente = Valor energético mais fácil de medir MAIS UTILIZADO E.M. APARENTE Retenção Azotada 8,22-8,73 Kcal/g N Subtracção das perdas endógenas fecais e urinárias E.M. CORRIGIDA E.M. VERDADEIRA > 5-10% Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 21 Sistema de valorização energética para Aves EQUAÇÕES DE REGRESSÃO: Sibbald (1961) EM (Kcal/kg) = 35,2 PB + 78,5 EE + 41,0 Amido + 35,5 Açucares Hartel (1977) EM (Kcal/kg) = 36,1 PB + 76,9 EE + 40,6 Amido + 26,1 Açucares Sibbald (1980) EM Verdadeira (Kcal/kg MS ) = 3 951 + 54,4 EE - 88,7 FB 40,8 Cinzas Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 22 11
Sistema de valorização energética para Aves NÍVEL ENERGÉTICO DA RAÇÃO (Kcal EM/Kg) 2900 3000 3100 3200 P.B % 21,5 22,2 23,0 23,7 Lis. % 1,12 1,16 1,20 1,14 Met. % 0,47 0,48 0,50 0,52 Ca % 1,00 1,03 1,06 1,10 P % 0,67 0,68 0,69 0,70 NECESSIDADES ENERGÉTICAS EM AVES (Kcal/Kg) Milho 3 300 Trigo 3 310 Sorgo 3 180 Cevada 2 745 EM AVES (Kcal/Kg) Óleo vegetal 9 250 Sêmea Trigo 1 460 B. Soja 2 420 B. Girassol 1975 VALOR ENERGÉTICO ALIMENTOS Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos Sistema de valorização energética para Equinos ENERGIA DIGESTÍVEL: ÉGUAS EM CONSERVAÇÃO / GESTAÇÃO: CONSERVAÇÃO (Mcal ED/dia): 16, 40 9º MÊS :E.D.(Mcal/dia) = 18,20 10º MÊS :E.D.(Mcal/dia) = 18,53 11º MÊS: E.D.(Mcal/dia) = 19,68 NECESSIDADES ENERGÉTICAS Cereais ED (Mcal/ Kg) Aveia 3,24 Cevada 3,29 Milho 3,84 Alimento composto complementar 13 MJ/kg VALOR ENERGÉTICO ALIMENTOS Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 24 12
Sistema de valorização energética para Equinos 1 UFC = Energia Limpa de um kg CEVADA de referência = 2200 Kcal EL ADULTO UFC/dia Repouso (CONSERVAÇÃO) 4,2 Trabalho ligeiro 5,8 Trabalho médio 7,4 Trabalho intenso 6,7 ERVA / PASTAGEM (Por kg) Qualidade MS % UFC Má 20 0,12 Média 20 0,15 Boa 22 0,18 NECESSIDADES ENERGÉTICAS VALOR ENERGÉTICO ALIMENTOS Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 25 Sistema de valorização energética para Coelhos PESO VIVO 1. CONSERVAÇÃO 1.0 kg 1.5 kg 2,0 kg 4.0 kg 2. GESTAÇÃO dias 1 a 21 dias 22 a 31 3. LACTAÇÃO (200 g/dia) 4. CRESCIMENTO (45 g/dia) NECESSIDADES ENERGÉTICAS 4.0 kg ED (kcal/dia) 184 234 280 425 566 851 EM (kcal/dia) 151 191 229 349 466 698 PB dig. (g) 2 3 4 7 9 13 4.0 kg 1358 1114 42 1.kg 1.5 kg 2.0 kg 170 203 237 139 167 194 8 10 11 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 26 13
Sistema de valorização energética para Coelhos Teor em Energia Digestível das rações para coelhos Energia Digestível ADULTOS (manutenção) COELHA GESTANTE COELHA EM LACTAÇÃO 2 200 Kcal /Kg 2 500 Kcal/Kg 2 600 Kcal /Kg Teor em Energia Metabolizável das rações para coelhos Coelha em lactação Coelha em gestação Crescimento Reprodutor macho Ração universal Energia Metabolizável (kcal/kg) 2500 2400 2400 2120 2400 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 27 Sistemas de valorização energética para Ruminantes Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 28 14
Sistemas de valorização energética para Ruminantes SISTEMAS ANTIGOS 1809: Sistema de equivalentes de feno (Hay unit) 1880, 1913, 1929: Unidade Alimentar Escandinava (Scandinavian feed unit) 1900, 1912: Sistema de Equivalentes de Amido (Kellner system UA) 1900: Energia Limpa de Armsby (1900) 1936:TDN - Nutrientes Digestíveis Totais (Total Digestible Nutrients) 1954: Sistema Francês Unidade Forrageira Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 29 Sistemas Antigos de Valorização Energética para Ruminantes 1.Sistema de equivalentes de feno: (Hay unit) - Proposto por Albrecht von Thaer em 1809 - Baseado no valor energético do Feno (alimento de referência) - Valor de substituição dos diferentes alimentos: quantidade de alimento necessário para substituir uma unidade de alimento de referência, sem afectar a produção do animal. Exemplo: O valor nutritivo de 1 kg de palha = 0,5 kg de feno Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 30 15
Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes 2.Unidade Alimentar Escandinava (Scandinavian feed unit) - Em 1880: 1 kg Concentrado (aveia x cevada) igual a 1 unidade alimentar - Em 1915: 1 kg de cevada = 1 unidade alimentar - Hanson, 1913 (Suécia): Desenvolvimento para vacas de leite - (a energia limpa de 1 kg de cevada produz 3 litros de leite com 3,5% de gordura) - Mollgard, 1929 (Dinamarca): Energia Limpa para Engorda Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 31 Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes 3. Sistema de Equivalentes Amido (Kellner system- Starch equivalent) - Expressa o valor da Energia Limpa dos alimentos em relação ao valor da EL do amido E.L. Amido = 2,36 Mcal/ Kg Exemplo: Cevada 1,91 Mcal/kg 1 kg de cevada tem um equivalente de amido = 1,91/2,36 = 0,81 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 32 16
Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes 4. Energia Limpa de Armsby - Iniciado em 1900 - Utiliza diferentes valores de Energia Limpa para as diferentes funções 1 kg de equivalentes de amido para manutenção 2356 kcal para produção de gordura 3100 kcal para produção de leite 3050 kcal Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 33 Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes 5. Nutrientes Digestíveis Totais-TDN (Total Digestible Nutrients) - baseado na digestibilidade e no valor energético dos nutrientes TDN (por 100g) = PBD (g) + FBD (g) + ENAD (g) + 2,25 GBD (g) TDN = MOD + (EEDx1,25) São expressos em g/kg ou % 1kg TDN = 18,45 MJ ED EM = 0,82 ED 1 Kg TDN = 15,13 MJ EM Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 34 17
Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes 6. Unidade Forrageira- U.F. (Leroy) - Cevada como alimento padrão: (872 g MS; 726g M.O.D.) 1kg de cevada padrão 754,75g TDN E.M. = 754,75 x 3,65 = 2755 kcal As perdas de energia sob a forma de calor provocadas pela ingestão de MS eram iguais à quantidade de M.S. Energia Limpa 1 Kg Cevada = 2755 kcal 872 = 1833 kcal UF do alimento = (E.M. M.S.) / 1883 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 35 Sistemas Energéticos Antigos para Ruminantes a)- Cálculo da Energia Metabolizável ou Limpa dos alimentos a partir dos nutrientes digestíveis b)- O valor energético expresso em função de uma referência (amido, cevada) c)- Diferenças importantes entre a produção prevista e a obtida BASE Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 36 18
Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes 1- SISTEMA INGLÊS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL (Blaxter, 1965; ARC, 1980; AFRC, 1993) VALOR ENERGÉTICO DAS DIETAS EXPRESSO EM ENERGIA METABOLIZÁVEL (Soma da EM fornecida por cada alimento) Eficiência da utilização da EM (K) para: Manutenção(Km) Crescimento (kf; Kg) Lactação (Kl) NECESSIDADES ANIMAIS EXPRESSAS EM ENERGIA LIMPA Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 37 Eficiência da utilização da EM (K) Kg Km Kl Manutenção (km) > Lactação (kl) > Crescimento (kg) q = Metabolizabilidade = EM/ EB Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 38 19
Energia Metabolizável q = Metabolizabilidade = EM/ EB - Soma da E.M dos alimentos da dieta Energia Bruta - Determinação laboratorial (bomba calorimétrica) - Tabelas de valor nutritivo - Equações de regressão: EB(MJ/kg) = 0,0226 PB + 0,0407 GB + 0,0192 FB + 0,0177 ENA - Valores médios: Todos os alimentos = 18,4 MJ/ kg MS Silagens = 19,2MJ/ kg MS Dietas com 4 a 5% de GB = 19,4 MJ/kg MS Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 39 1- SISTEMA INGLÊS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL (Blaxter, 1965; ARC, 1980; AFRC, 1993) DETERMINAÇÃO DA ENERGIA LIMPA = E. Metabolizável X Eficiência de utilização (K) Energia Limpa para Manutenção = E. M. x Km Energia Limpa para lactação = E.M. x KL Energia Limpa para ganho de peso = EM x Kg Km=0,35 q + 0,503 0,67 Kl=0,35 q + 0,42 0,59 q = EM / EB Kg=0,78 q + 0,006 0,38 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 40 20
1- SISTEMA INGLÊS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL (Blaxter, 1965; ARC, 1980; AFRC, 1993) Sabendo que uma dieta tem 15,8 Mj/kg de Energia Bruta e 7,5 Mj/Kg de Energia Metabolizável determine: a) Energia Limpa para manutenção b) Energia limpa para lactação c) Energia Limpa para crescimento Fórmulas de cálculo: Km=0,35 q + 0,503 0,67 Kl=0,35 q + 0,42 0,59 Kg=0,78 q + 0,006 0,38 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 41 1- SISTEMA INGLÊS DE ENERGIA METABOLIZÁVEL (Blaxter, 1965; ARC, 1980; AFRC, 1993) Energia Bruta =15,8 Mj /Kg Energia Metabolizável =7,5 Mj /Kg METABOLIZABILIDADE (EM/EB) =7,5/15,8 = 0,475 Km=0,35 q + 0,503 0,67 Kl=0,35 q + 0,42 0,59 Kg=0,78 q + 0,006 0,38 ELm (EM x Km)=7,5 x 0,67 = 5,02 Mj/kg ELl (EM x Kl)=7,5 x 0,59 = 4,43 Mj/kg ELg (EM x Kg)=7,5 x 0,38 = 2,85 Mj/kg Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 42 21
Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes 2. Sistema de Energia Limpa de Rostock (Nehring, 1967-1971) Baseado nos resultados de calorimetria indirecta. Equações de regressão múltiplas entre o teor de nutrientes digestíveis do alimento e o seu potencial para Engorda (Energia Limpa para Engorda- ELf) Bovinos: ELf (kcal) = 1,78 PBD + 7,04 EED + 2,37 FBD + 2,13 ENAD Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 43 Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes 3- SISTEMA AMERICANO DE ENERGIA LIMPA A- BOVINOS EM CRESCIMENTO E ENGORDA (Sistema de Energia Limpa Californiano) (Lofgreen e Garret,1968) B- BOVINOS EM LACTAÇÃO (Sistema de Energia Limpa Californiano) (Flatt, Coppck e Moe, 1965) Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 44 22
Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes A- Sistema de Energia Limpa Californiano (Lofgreen e Garret,1968) Para bovinos em crescimento e engorda (NRC, 1976,1984) Baseado em abates comparativos Energia limpa calculada a partir da E. Metabolizável Manutenção: ELm = 1,37ME 0,138ME 2 + 0,0105 ME 3 1,12 (Mcal/kg) Crescimento: ELg = 1,42ME 0,174ME 2 + 0,0122 ME 3 1,65 (Mcal/kg) Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 45 A- Sistema de Energia Limpa Californiano (Bovinos de carne) Trigo (kcal/kg) EM ENl ENm ENc 2930 1785 1837 1269 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 46 23
Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes B- Sistema de Energia Limpa de Beltsville (Flatt, Coppck e Moe, 1965) Para vacas em lactação (NRC, 1978,1988) Energia Limpa para expressar o valor energético dos alimentos e as necessidades de manutenção, produção de leite e variação de peso. A E.L. para lactação é a soma da energia para manutenção mais a energia contida no leite. Correcção para a variação do peso vivo e o nível de ingestão. Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 47 B- Sistema de Energia Limpa de Lactação Trigo (kcal/kg) EM ENl ENm ENc 2930 1785 1837 1269 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 48 24
Sistema de valorização energética para Ruminantes 4. SISTEMA FRANCÊS: UNIDADES FORRAGEIRAS U.F.V.=UNIDADE FORRAGEIRA CARNE U.F.L.=UNIDADE FORRAGEIRA LEITE U.F.V.= UNIDADE FORRAGEIRA CARNE: QUANTIDADE DE ENERGIA LIMPA (1 820 Kcal) CONTIDA NUM QUILOGRAMA DE CEVADA PADRÃO (2700 Kcal E.M.) PARA A CONSERVAÇÃO E CRESCIMENTO DE RUMINANTES. U.F.L.= UNIDADE FORRAGEIRA LEITE: QUANTIDADE DE ENERGIA LIMPA (1 700 Kcal) CONTIDA NUM QUILOGRAMA DE CEVADA PADRÃO ( 2700 Kcal E.M.) PARA A CONSERVAÇÃO E PRODUÇÃO DE LEITE DE RUMINANTES Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 49 U.F.V.=UNIDADE FORRAGEIRA CARNE EXPRESSAR AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DOS ANIMAIS EM CRESCIMENTO OU EM ENGORDA, QUE UTILIZAM UMA PARTE IMPORTANTE DA ENERGIA INGERIDA PARA CRESCIMENTO NOVILHOS PESO VIVO (Kg) G.M.D. (g/ dia) UFV/ DIA 150 1000 3,3 1200 3,7 BORREGOS PESO VIVO (Kg) G.M.D. (g/ dia) UFV/ DIA 15 150 0,57 200 0,58 EXPRESSAR O VALOR ENERGÉTICO DOS ALIMENTOS (COMPARANDO A SUA E.L. COM A DA CEVADA PADRÃO) PASTAGEM= 0,2 UFV/Kg MILHO=1,09UFV/Kg Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 50 25
U.F.V.=UNIDADE FORRAGEIRA CARNE 1 Kg CEVADA = 2 700 Kcal ENERGIA METABOLIZÁVEL 60 % da E. Metabolizável é utilizada para conservação com uma eficiência de 75,6% 40% da E. Metabolizável é utilizada para engorda com uma eficiência de 55,4% ENERGIA LIMPA DE 1 UFV (1 Kg Cevada padrão) = (2700 x 0,6 x 0,756 ) + (2700 x 0,4 x 0,554) = 1 820 Kcal Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 51 4. SISTEMA FRANCÊS: UNIDADES FORRAGEIRAS 1 UNIDADE FORRAGEIRA CARNE (UFV) = 1 820 Kcal de ENERGIA LIMPA UFV DO ALIMENTO = E.LIMPA / 1820 = (EM x Kmf) / 1820 Kmf = (Km x Kf x 1,5) / (Kf + 0,5 Km) K Eficiência de utilização da EM Kf- crescimento Km- manutenção Km = 0,287 q + 0,554 Kf = 0,78 q + 0,006 q = EM / EB Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 52 26
DETERMINAR O TEOR ENERGÉTICO DO FENO (UFV) % MS E.B. (Kcal/Kg) E.M. (Kcal/Kg) Feno 85 3 766 1 794 Dados Auxiliares: CONHECIMENTO: Km = 0,287 q + 0,554 q= EM/ EB Kf = 0,78 q + 0,006 UFL = (EM x Kmf) / 1820 Kmf = (Km x Kf x 1,5) /(Kf + 0,5 Km) 1 q Feno = 0,476 2 Km Feno = 0,691 3 Kf Feno = 0,377 4 Kmf Feno = 0,541 5 E.L. Feno = 1794 x 0,541 = 970,6 Kcal 6 UFV = 970,6 / 1820 = 0,53 UFV/Kg UFV/Kg MS? UFV/Kg MS= 0,53 / 0,85 = 0,62 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 53 U.F.L.=UNIDADE FORRAGEIRA LEITE EXPRESSAR AS NECESSIDADES ENERGÉTICAS DAS FÊMEAS EM LACTAÇÃO, GESTAÇÃO OU SECAS, DAS FÊMEAS EM CRESCIMENTO E DOS MACHOS COM CRESCIMENTOS MODERADOS (COM NECESSIDADES DE CONSERVAÇÃO REPRESENTANDO 80-85% DAS NECESSIDADES ENERGÉTICAS TOTAIS). NECESSIDADES DIÁRIAS VACAS LEITEIRAS DE 600 Kg PESO VIVO UFL / DIA VACA EM CONSERVAÇÃO 5,0 VACA PRODUZINDO 20 L DE LEITE 13,8 OVELHAS PV(Kg) UFL ADULTAS CONSERVAÇÃO 50 0,62 60 0,71 EXPRESSAR O VALOR ENERGÉTICO DOS ALIMENTOS PASTAGEM= 0,25 UFL/Kg MILHO=1,11 UFL/Kg Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 54 27
U.F.L.=UNIDADE FORRAGEIRA LEITE 1 Kg CEVADA = 2 700 Kcal ENERGIA METABOLIZÁVEL Eficiência de Utilização da E. Metabolizável para manutenção e lactação = 63% ENERGIA LIMPA DE 1 UFL (1 Kg de cevada padrão) = (2700 x 0,63 ) = 1 700 Kcal Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 55 4. SISTEMA FRANCÊS: UNIDADES FORRAGEIRAS 1 UNIDADE FORRAGEIRA LEITE (UFL) = 1 700 Kcal de ENERGIA LIMPA UFV DO ALIMENTO = E.LIMPA / 1700 = (EM x Kl) / 1700 K Eficiência de utilização da EM Kl- lactação Kl = 0,60 + 0,24 (q -0,57) q = EM / EB Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 56 28
DETERMINAR O TEOR ENERGÉTICO DO FENO (UFL) % MS E.B. (Kcal/Kg MS) E.M. (Kcal/Kg MS) Feno 85 4 430 2 110 Dados Auxiliares: Kl = 0,60 + 0,24 (q-0,57) 1 q Feno = 0,476 CONHECIMENTO: q= EM/ EB UFL = (EM x Kmf) / 1700 Kl Feno = 0,577 5 6 E.L. Feno = 2 110 x 0,577 = 1217,5 Kcal/ kg MS UFL = 1217,5 / 1700 = 0,72 UFL/Kg MS UFV/Kg? UFV/Kg = 0,72 x 0,85 = 0,61 Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 57 Sistemas Energéticos Actuais para Ruminantes 1. Energia Metabolizável (Reino Unido) 2. Unidades Alimentares Escandinavas (Dinamarca) 3. Nutrientes Digestíveis Totais (Estados Unidos) 1. 4. Unidades Alimentares (Alemanha) 2. Energia Limpa de Lactação (Estados Unidos) 3. Unidades alimentares para lactação (Holanda) Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 58 29
BIBLIOGRAFIA: McDonald, P.; Edwards, R.A.; Greenhalgh, J.F.D. Animal Nutrition. 4th Edition. 1996. Cap.11: Evaluation of foods: Energy content of foods and the partition of food energy within the animal. Cap. 12: Evaluation of foods: Systems for expressing the energy value of foods. Jarrige, R. Alimentation des bovins, ovins et caprins. INRA. 1988. Chap. 3: Nutrition énergétique. INRA. L alimentation des animaux monogastriques: porc, lapin, volailles. 1984. Chap.2: Valeur énergétique des aliments destinés aux animaux monogastriques. Universidade de Évora 2010/2011: Princípios de Nutrição Animal Amadeu Borges Freitas: Sistemas Energéticos 59 30