ARTIGO ORIGINAL ESCOLA DE COLUNA PARA PACIENTES COM LOMBALGIA CRÔNICA INESPECÍFICA: BENEFÍCIOS DA ASSOCIAÇÃO DE EXERCÍCIOS E EDUCAÇÃO AO PACIENTE Sndr C de Andrde, *,** Aureln G Rieiro de Arújo, ** Mri José Vilr *,*** Resumo Ojetivos: A «Escol de Colun» vem sendo utilizd como form de prevenção e trtmento ds lgis d colun desde 1969, porém, su eficáci ind é reltd n litertur de form controvers. O ojetivo desse estudo foi vlir eficáci de um progrm de «Escol de Colun», com conteúdo teórico-prático pr pcientes com lomlgi crônic inespecífic. Mteril e Métodos: Setent pcientes form rndomizdos em dois grupos: experimentl (34 pcientes) e controle (36 pcientes). Os pcientes do grupo experimentl prticiprm do progrm de «Escol de Colun» teórico prático, o qul consistiu de 4 uls de 60 minutos com intervlo semnl entre s uls. Os pcientes do grupo controle gurdrm em um list de esper. Três vlições (inicil, às 4 e 16 semns) form relizds em cd grupo. As vriáveis nlisds form: intensidde d dor (Escl Visul Anlógic - EVA), cpcidde funcionl (Questionário de Incpcidde Funcionl de Rolnd-Morris) e moilidde d colun lomr (índice de Schöer). Pr nálise esttístic intr-grupos e inter-grupos foi usdo nível de significânci p < 0,05. Resultdos: 57 pcientes form nlisdos (29 do grupo experimentl e 28 do grupo de controle). Um melhor esttisticmente significnte foi oservd somente no grupo experimentl, em relção intensidde d dor, cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr. Tis melhors se mntiverm pós 16 semns em relção às vriáveis de intensidde d dor e cpcidde funcionl. *Progrm de Pós-Grdução em Ciêncis d Súde d Universidde Federl do Rio Grnde do Norte (UFRN) **Universidde Potigur (UnP), Ntl/RN Brsil. *** Disciplin de Reumtologi, Universidde Federl do Rio Grnde do Norte (UFRN), Ntl/RN Brsil. Foi oservd diferenç esttisticmente significnte intr-grupo n segund e terceir vlições ns vriáveis cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr. Conclusão: O progrm de «Escol de Colun» proposto se mostrou eficz pr pcientes com lomlgi crônic inespecífic. Plvrs-chve: Lomlgi Crônic; Escol de Colun; Reilitção; Educção o Pciente. Astrct Ojective: «Bck School» hs een used s wy of preventing nd treting ck pin since 1969, ut reports in the literture on its effectiveness remin controversil. The purpose of this tril ws to evlute efficcy of ck school progrm for non- -specific chronic low-ck pin. Ptients nd Methods: Seventy ptients were rndomized into two groups: experimentl group (34 ptients) nd control group (36 ptients). Experimentl group ptients prticipted in theoreticl nd prcticl ck school progrm, which ws composed of 4 weekly clsses of 60 minutes. Control group ptients were llocted t witing list. Three evlutions took plce (seline, fter 4 nd 16 weeks). The following vriles were nlyzed: pin intensity (visul numeric nlogue scle), functionl disility (Rolnd-Morris Disility Questionnire) nd spinl moility (Schöer index). Sttisticl nlysis for intr-group nd intergroup used significnce level of p < 0.05. Results: 57 ptients were nlyzed (29 in experimentl group nd 28 in control group). A sttisticlly significnt improvement ws oserved only in the experimentl group, regrding pin intensity, functionl disility nd spine moility. Such improvements hve persisted fter 16 weeks in pin intensity nd functionl disility vriles. In the 443
ESCOLA DE COLUNA PARA LOMBALGIA CRÔNICA INESPECÍFICA inter-group nlysis we oserved sttisticlly significnt difference in the second nd third evlutions concerning the functionl disility vriles nd spinl moility. Conclusion: The Bck School progrm proposed in this study seems to e effective for non-specific chronic low ck pin. Keywords: Chronic Low Bck Pin; Bck School; Rehilittion; Ptient Eduction. Introdução A dor lomr é um ds lterções músculo-esquelétics mis comuns ns socieddes industrilizds, fetndo de 70 80% d populção dult em lgum momento d vid. 1, 2 Adultos jovens, por se encontrrem n fse economicmente produtiv d vid, são os mis susceptíveis, sendo um ds rzões mis comuns pr posentdori precoce por incpcidde totl ou prcil 3 e um ds principis entiddes consumidors de fundos de cuiddos médicos, posentdori e pgmentos de compensção. 4, 5 Estudos nos Estdos Unidos e Cndá reltm que lomlgi é responsável por 15 25% ds despess com seguro de súde. 6,7 A dor lomr crret grndes repercussões socioeconômics por cusr impcto significtivo n cpcidde funcionl dos seus portdores. 8, 9 A postur indequd é um dos ftores responsáveis pels lgis d colun, onde ocorre um desequilírio entre crg funcionl (esforço requerido pr o trlho e pr s tividdes de vid diári) e cpcidde funcionl (potencil de execução pr o trlho e tividdes de vid diári). 10 Devido à consttção do lto custo de trtmento d lomlgi e d flt de eficáci ds prátics terpêutics convencionis, foi crid primeir «Escol de Colun» em 1969 n Suéci, pel fisioterpeut Mrine Zchrisson-Forssell, um método de treinmento posturl composto de informções teórics juntmente com prátic de exercícios terpêuticos pr colun. Desde o seu surgimento este método tem sido freqüentemente usdo n prevenção e trtmento de pcientes com lomlgi, porém o longo dos nos houve vrição do seu conteúdo, dependendo de onde tem sido dotd. A «Escol de Colun» tem como principl fundmento compreensão d relção d dor com o umento de tensão mecânic n relizção 11, 12 ds tividdes de vid diári. N últim revisão Cochrne relizd pr vlir eficáci ds «Escols de Colun» n lomlgi inespecífic, 13 os utores concluírm que flhs metodológics dos estudos (não descrição d rndomizção, não especificção do número de pcientes em cd grupo ou pequeno número de prticipntes), em como heterogeneidde destes (populções de estudo, conteúdo do progrm de «Escol de Colun», tipos de intervenções de controle e medids de resultdo) tornm conflitntes s evidêncis em relção eficáci d «Escol de Colun» pr pcientes com lomlgi, sendo portnto necessário mis estudos controldos rndômicos pr verificção d su eficáci. O presente estudo tem como ojetivo vlir eficáci de um progrm teórico-prático de «Escol de Colun» pr pcientes com lomlgi crônic inespecífic. Mteril e Métodos Foi relizdo um estudo intervencionl, rndômico, controldo, único-cego em 70 pcientes dultos (18 60 nos), com dignóstico de lomlgi crônic inespecífic. Após consult pr dignóstico com médicos reumtologists (nmnese, exme físico e exmes complementres, qundo necessário), os pcientes com lomlgi crônic inespecífic form encminhdos pr Clínic Escol de Fisioterpi d Universidde Potigur (UnP) Ntl RN/Brsil. Os critérios de inclusão form: dor lomr por mis de três meses, presenç de dor no momento do estudo e cpcidde cognitiv pr ssinr o Termo de Consentimento Livre e Esclrecido. Os critérios de exclusão form: grvidez, hérni de disco, espondilite infeccios ou inflmtóri, tumores, frturs, dor torácic, no omro ou no pescoço e firomilgi. Os pcientes form rndomizdos por meio de um sistem desenvolvido em Visul Bsic, em dois grupos: experimentl (34 pcientes) e controle (36 pcientes), distriuição rndômic foi colocd em envelopes lcrdos. Conforme im sendo encminhdos e concordndo com prticipção no estudo, pós ssinr o Termo de Consentimento Livre e Esclrecido e relizrem vlição, o envelope d ordem er erto e o pciente er direciondo pr o grupo em que prticipri. O grupo experimentl foi dividido em três sugrupos de 6 pcientes e dois de 8 pcientes. Todos os sugrupos prticiprm ds mesms lições. 444
SANDRA C DE ANDRADE E COL. O grupo experimentl, supervisiondo por um fisioterpeut, receeu 4 uls de 60 minutos, um vez por semn, d «Escol de Colun» sedo no progrm originl de Forssell. 11 N primeir lição, usndo recursos udiovisuis, form ordds noções sore ntomi e função d colun verterl, sendo enftizdos ftores produtores de dor lomr e posicionmentos de proteção d colun tnto no repouso qunto ns tividdes d vid diári, lém de ergonomi no trlho. Pr explicção dos ftores produtores de dor lomr form demonstrds posturs indequds durnte tividdes diáris que utilizm forçdmente colun como movimentos de torções e flexões. Após prte teóric foi demonstrdo e prticdo o posicionmento de proteção d colun durnte o repouso (deitdo em decúito dorsl com qudril e joelho fletidos e poidos ou semi-fowler), sendo os pcientes conselhdos descnsr nest posição sempre que possível. Tmém foi ensind form corret de dormir (decúito lterl com s perns fletids e trvesseiro n cervicl e outro entre s perns). Pr reduzir tensão n lomr durnte execução de tividdes diáris em cs e no trlho form ilustrdos e treindos os posicionmentos dequdos pr s seguintes situções: ) posturs prolongds em pé, ) posição sentd c) levntr e sentr d) levntr e crregr peso e) vrrer cs. Posteriormente os pcientes relizrm os seguintes exercícios que form repetidos em tods s lições: longmento d muscultur prverterl (flexão de Willims), fortlecimento d muscultur extensor do qudril (exercício de ponte), fortlecimento d muscultur flexor do qudril (levntmento de pern estendid) e fortlecimento d muscultur dominl. Form relizds 3 séries de 8 12 repetições pr todos os exercícios de fortlecimento. Ao finl d ul todos os pcientes receerm um crtilh informtiv elord pelos pesquisdores contendo ilustrções, detlhmento dos exercícios e ds posturs dequds pr todos os tipos de tividdes diáris. Os pcientes form orientdos prticr s posturs dequds em sus css e locl de trlho, em como relizr os exercícios prendidos dus vezes por di, em cs. N segund ul, form explicds s doençs espinhis mis freqüentes, sendo enftizdo que postur indequd é um dos principis ftores responsáveis pels lgis d colun. N terceir ul foi explicd importânci do fortlecimento d muscultur dominl e prverterl pr conservção de o postur, sendo igulmente importnte o fortlecimento dos músculos ds perns, que uxilim dorr e estirr os joelhos durnte o levntmento de pesos, reduzindo crg sore colun. N qurt e últim ul form recordds e prticds tods s lições prévis. Os pcientes form conselhdos prticr regulrmente tividdes físics. No grupo controle os pcientes form informdos que nenhum intervenção seri providencid pr eles («list de esper»). Entretnto, tmém form informdos que serim chmdos pr vlições dicionis e visdos que seri dd prioridde pr intervenção pós o término do estudo. Nenhum trtmento tivo dicionl foi providencido. A vlição inicil foi relizd trvés de um fich contendo ddos demográficos como idde e ocupção (trlho doméstico do lr/ doméstics e trlho não doméstico), e ddos clínicos (tempo de doenç, utilizção ou não de medicmentos pr lívio d dor lomr). As vriáveis: intensidde d dor, moilidde d colun lomr e cpcidde funcionl form vlids em três momentos (inicil, pós 4 e 16 semns). A intensidde d dor vlid foi referente à dor sentid no di d vlição, sendo mensurd pel escl visul nlógic (EVA), 14,15 que vri de zero dez. A moilidde d colun lomr, foi medid pelo índice de Schoer, 16 expresso em centímetros (cm). Pr vlição d cpcidde funcionl, foi plicdo o questionário de Rolnd e Morris, 17 específico pr colun, trduzido e vliddo pr populção rsileir. 18 Este questionário foi utilizdo pr vlir interferênci d lomlgi n cpcidde funcionl do pciente relizr s tividdes d vid diári e vid prátic, seu escore vri de zero vinte e qutro, sendo que zero, não represent nenhum impcto d dor sore pesso e o vlor 24 é indictivo de incpcidde funcionl totl. Todos os pcientes form vlidos pelo mesmo vlidor, cego qunto o grupo que os pcientes pertencim. O estudo foi provdo pelo Comitê de Étic em Pesquis d Universidde Federl do Rio Grnde do Norte (UFRN). A normlidde dos vlores mostris dos pcientes foi verificd trvés do teste de Kolmogorov-Smirnov. Como s vriáveis presentrm distriuição norml, foi plicdo n vlição inicil o teste t de student e o teste χ 2 (qui-qudrdo), fim de verificr homogenidde dos grupos. A náli- 445
ESCOLA DE COLUNA PARA LOMBALGIA CRÔNICA INESPECÍFICA Qudro I. Distriuição e nálise dos ddos demográficos e clínicos n vlição inicil dos pcientes dos grupos Experimentl e Controle. Crcterístic demográfics e Grupo Grupo clínics dos pcientes Experimentl Controle χ 2 p-vlor Idde (nos), médi (±DP) 45,17 (±12,38) 44,92 (±14,14) 0,945 Profissão, n (%) 2,97 p>0,05 Trlho doméstico 9 (31%) 15 (54%) Trlho não doméstico 20 (69%) 13 (46%) Utilizção de medicmento, n (%) 0,49 p>0,05 Sim 16 (55%) Não 13 (46%) Tempo de doenç (nos), médi (±DP) 6,10 (±7,26) 8,40 (±10,38) 0,334 Intensidde d dor (EVA), médi (±DP) 4,97 (±2,71) 5,61 (±2,64) 0,369 Cpcidde funcionl (Rolnd Morris), médi (±DP) 10,48 (±5,93) 11,00 (±4,72) 0,252 Moilidde lomr (Schoer), médi (±DP) 13,91 (±1,15) 14,23 (±0,91) 0,718 se de vriânci (ANOVA) foi relizd pr cd grupo estuddo (experimentl e controle) pr verificr se existi diferenç entre os três períodos vlidos ns vriáveis: intensidde de dor, flexiilidde e incpcidde funcionl. O teste de comprções múltipls de Newmn-Keuls foi relizdo no grupo experimentl pr detectr entre quis dos períodos s médis form diferentes. Form desconsiderdos os ddos dos pcientes que não completrm s vlições. Um nível de significânci p <0,05 foi considerdo. Todos os testes form relizdos usndo SPSS versão 10.0.1. Resultdos Dos 70 pcientes rndomizdos, 13 (18,6 %) não completrm s vlições (sendo 5 do grupo Experimentl e 8 do grupo Controle). As cuss pr ndono form: não dispens do trlho (4 pcientes), mudnç de endereço e telefone (4 pcientes) e flt de interesse (5 pcientes). Um totl de 57 pcientes foi nlisdo. Os pcientes do grupo experimentl que terminrm o estudo comprecerm tods s uls. Form registrdos qutro eventos dversos entre os pcientes que completrm o progrm: 4 pcientes informrm dor n muscultur dominl pós primeir ul. Eventos dversos não form indicdos como cus de interrupção. No Qudro I são presentdos os ddos n vlição sl do grupo experimentl e controle, não hvendo diferenç esttisticmente significnte entre os grupos, em relção à idde, ocupção, utilizção de medicmentos pr lívio d dor, intensidde d dor, cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr. Verificmos, ns três vlições dos grupos experimentl e controle, usndo nálise de vriânci ANOVA, melhor esttisticmente significnte somente no grupo experimentl, ns vriáveis: intensidde d dor (p<0,0001), cpcidde funcionl (p=0,0002) e flexiilidde d colun (p=0,03). N nálise inter-grupo foi oservdo diferenç esttisticmente significnte n segund e terceir vlições pr s vriáveis cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr. O grupo experimentl presentou diminuição de 46% n intensidde d dor (EVA) imeditmente pós s uls de escol de colun (p< 0,0001), o vlor médio (±DP) d EVA foi 4,97 (±2,71), 3,22 (±2,83) e 3,43 (±2,63) ns vlições sl, semn 4 e 16, respectivmente. O grupo controle experimentou diminuição n intensidde d dor, porém sem diferenç esttisticmente significnte (p = 0,165), os vlores médios (±DP) d EVA ns três vlições form 5,61 (±2,64), 4,86 (±1,90) e 4,89 (±2,27). Foi oservdo melhor significnte entre primeir e segund vlições (p<0,001), ssim como entre primeir e terceir (p<0,001), ms não entre segund e terceir vlições (p>0,05) (Figur 1). Houve melhor esttisticmente significnte d cpcidde funcionl do grupo experimentl (p=0,0002), oservdo-se redução de 2,34 pontos nos escores do questionário de Rolnd Morris ime- 446
SANDRA C DE ANDRADE E COL. Intensidde d EVA 10 8 6 4 2 0 Inicil Grupo experimentl Grupo controle p<0,0001 Tempo de Seguimento p=0,165 4 Sem 16 Sem Inicil 4 Sem 16 Sem Cpcidde funcionl (Rolnd Morris) 24 18 18 15 12 9 6 3 0 Inicil Grupo experimentl Grupo controle p=0,0002 p=0,509 4 Sem 16 Sem Inicil 4 Sem 16 Sem Tempo de Seguimento Figur 1. Distriuição dos vlores médios e ds diferençs entre s vlições no grupo experimentl e controle, n vriável intensidde d dor (EVA). Not: letrs iguis representm médis semelhntes de cordo com o teste Newmn-Keuls Figur 2. Distriuição dos vlores médios e ds diferençs entre s três vlições relizds, no grupo experimentl e controle d vriável cpcidde funcionl (Rolnd Morris). Not: letrs iguis representm médis semelhntes de cordo com o teste Newmn-Keuls ditmente pós s uls de «Escol de Colun». Os vlores do Rolnd Morris pssrm de 10,48 (±5,93) n vlição inicil pr 8,13 (±6,14) n semn 4 e pr 8,41 (±6,56) n semn 16. O grupo controle experimentou diminuição nos escores d cpcidde funcionl, porém sem diferenç esttisticmente significnte (p=0,51). Os vlores ds médis (±DP) do Rolnd Morris ns três vlições form 11,0 (±4,72), 9,85 (±4,92) e 10,57 (±5,95). Foi verificdo dentro do grupo experimentl diferenç esttisticmente significnte d cpcidde funcionl entre primeir e segund vlições (p<0,001), ssim como entre primeir e terceir (p<0,001), ms não entre segund e terceir vlições (p>0,05) (Figur 2). Foi oservdo que mos os grupos tiverm umento d flexiilidde d colun, porém pens no grupo experimentl est diferenç foi esttisticmente significnte (p=0,03). Os resultdos ds médis (±DP) ds três vlições form 13,91 (±1,15), 14,31 (±0,84) e 14,09 (±0,96) pr o grupo experimentl e 14,23 (±0,90), 14,32 (±0,89) e 14,18 (±0,89) pr o grupo controle. N vlição do grupo experimentl pr detectr quis ds vlições presentvm diferenç esttisticmente significnte, foi verificdo diferenç somente entre primeir e segund vlições (p<0,05). Estes ddos são visulizdos n Figur 3. Moilidde lomr (Schöer) 6 5 4 3 2 1 0 Inicil Grupo experimentl Grupo controle p=0,03 p=0,25 4 Sem 16 Sem Inicil 4 Sem 16 Sem Tempo de Seguimento Figur 3. Distriuição dos vlores médios e nálise ds diferençs entre s três vlições, dos grupos experimentl e controle n vriável moilidde d colun lomr (índice de Schöer). Not: letrs iguis representm médis semelhntes de cordo com o teste Newmn-Keuls 447
ESCOLA DE COLUNA PARA LOMBALGIA CRÔNICA INESPECÍFICA Discussão A intervenção educcionl é um ferrment importnte pr melhor dos pdrões de súde de um populção. A «Escol de Colun» pr pcientes que sofrem de dor lomr crônic deveri ser considerd serimente como um lterntiv de trtmento e prevenção secundári. Estudos controldos rndômicos sore «Escol de Colun» têm resultdos contrditórios, levndo dúvids sore su eficáci. 19-22 Oservmos, porém, que os estudos que relizm em seus progrms prátics de exercícios, grupos pequenos de pcientes e vários encontros, presentm ons resultdos, 22-24 o que evidenci que flh pode não estr no método, e sim n form de plicção. O progrm de «Escol de Colun» deste estudo foi sedo n propost de Forssel, 11 sendo utilizdo ssocição de conteúdo teórico-eductivo e prátic de exercícios específicos pr colun lomr. Nossos resultdos mostrrm diminuição d intensidde d dor, umento d cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr nos pcientes que prticiprm ns uls proposts. Acreditmos que cominção de teori e prátic em tods s uls, em como entreg de mteril impresso com o conteúdo ds lições judou no prendizdo dos pcientes. Outr crcterístic fvorável o prendizdo do nosso progrm foi formção de grupos pequenos (6 8 pcientes). Knoplich oservou um rendimento inferior dos pcientes que prticipvm d «Escol de Colun» de féris, pois mesm er oferecid grndes grupos (té 80 pessos). Em su propost inicil, s uls erm ministrds pr 10 15 pcientes. 25 É importnte ressltr que não houve nenhum efeito colterl sério d relizção de exercícios domicilir, confirmndo que pcientes com lomlgi crônic inespecífic devem ser instruídos e incentivdos relizr dirimente exercícios de fortlecimento e longmento específicos pr colun em cs. Neste estudo, os grupos form similres ns vriáveis: idde, tempo de doenç e uso de medicmentos, ssim como nos prâmetros de intensidde d dor, cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr, n vlição inicil. Isto demonstr um rndomizção stisftóri e que os grupos erm homogêneos e dequdos pr comprção. A mensurção d quntidde e tipo de medicmentos nlgésicos e nti-inflmtórios utilizdos pelos pcientes, torn-se difícil neste tipo de estudo, fto que se repete nos estudos com lomlgi. No entnto, n vlição sl, oservmos que os grupos erm homogêneos qunto o uso ou não de medicmentos pr lívio d dor lomr o que demonstr que melhor no grupo experimentl se deu pels uls de «Escol de Colun». Apesr d diferenç esttisticmente significnte ter sido encontrd pens no grupo experimentl, foi oservdo leve melhor (sem significânci esttístic), do grupo controle em tods s vriáveis nlisds. Acreditmos que est melhor do grupo controle pode ter ocorrido devido ftores como: melhor espontâne de lguns pcientes, efeitos dos medicmentos ou renovção ds expecttivs pr cur, por estrem fzendo prte de um list de esper pr novo trtmento. A dor é o principl sintom reltdo pelos pcientes com lomlgi, sendo importnte n vlição pós lgum intervenção. No nosso estudo os pcientes que prticiprm ds uls de «Escol de Colun» experimentrm imeditmente pós o término ds uls redução de 46% n intensidde d dor, com mnutenção d melhor pós três meses de seguimento. Este efeito é comprável com o trlho de Linton et l, no qul os pcientes que prticiprm do progrm de «Escol de Colun» mntiverm melhor otid seis meses pós. 23 Oservmos que, ssim como no nosso estudo, este tmém relizou prátic de exercícios no progrm de «Escol de Colun» e não somente informções sore ftores produtores de dor lomr e posicionmentos de proteção d colun. Em relção à vriável cpcidde funcionl, melhor encontrd em nosso estudo tmém é reltd por outros utores, 22,26 no entnto utilizndo diferentes métodos de vlição. 27 Utilizmos o questionário de incpcidde de Rolnd Morris, 17 pois provê vlição específic d colun, é muito utilizdo nos trlhos científicos, é sensível mudnçs em pessos com lomlgi, lém de ser um instrumento trduzido, dptdo e vliddo pr populção rsileir. 18 Foi reltdo em estudo recente, utilizndo o questionário de Rolnd-Morris, 17 melhor importnte d cpcidde funcionl no grupo que prticipou do progrm de «Escol de Colun». 24 Este estudo, porém, foi relizdo com pens 24 pcientes. Vários ftores como, diminuição d dor, umento d moilidde d colun, postur dequd durnte execução de trefs de vid diári, umento d forç 448
SANDRA C DE ANDRADE E COL. musculr, podem ter colordo com melhor d cpcidde funcionl dos pcientes, sendo difícil determinção isold de um único ftor. A vrição d flexiilidde d colun lomr é um prâmetro stnte utilizdo nos estudos que relizm lgum intervenção em pcientes com lomlgi, sendo vlid de diverss mneirs (inclinômetro digitl elétrico, 28 distânci dedo chão, 29 índice de Schöer 16 ).Verificmos em nosso estudo, melhor n vriável flexiilidde d colun lomr, no grupo experimentl, pesr dess respost ter sido menor, qundo comprd os outros prâmetros estuddos. Verificmos ind, que est foi únic vriável em que melhor otid não foi mntid o finl do estudo. Apesr d pequen vrição chd no índice do Schöer, nossos pcientes informrm melhor clínic d moilidde d colun lomr. Est vrição pequen er esperd, principlmente pel pouc vriilidde do teste. Resultdo semelhnte foi encontrdo por outros utores. 22, 24 Lnkhorst et l, no entnto, oservrm em seu estudo um umento leve, ms significnte pós um no, n moilidde espinhl de pcientes com lomlgi crônic que prticiprm de seu progrm de «Escol de Colun». 26 Os resultdos clínicos e esttísticos dest tenttiv judrm reforçr importânci dos progrms de «Escol de Colun» em trnsferir prte d responsilidde do trtmento pr o pciente. Emor nosso estudo tenh compnhdo os pcientes durnte 3 meses, é importnte estudr os enefícios longo przo de progrms de «Escol de Colun» com conteúdo teórico-prático. Sugerimos que este método de prevenção e trtmento sej prescrito em ssocição com outrs terpis. As divergêncis encontrds nos estudos que vlim progrms de «Escol de Colun» precem estr relcionds à flt de metodologi dequd e de pdronizção do método, o que torn necessário relizção de outros estudos, pr se certificr dos enefícios desse tipo de intervenção. A principl limitção deste estudo foi não controlr o consumo de medicmentos utilizdos pelos pcientes, o que pode ter interferido nos resultdos, tnto do grupo experimentl como do controle. Concluímos que o progrm proposto de «Escol de Colun» com conteúdo teórico-prático, influenci n diminuição d intensidde d dor e umento d cpcidde funcionl e moilidde d colun lomr, com preservção dos enefícios n intensidde d dor e cpcidde funcionl por três meses, sendo um opção segur e de ixo custo n prevenção secundári e trtmento de pcientes com lomlgi crônic inespecífic. Correspondênci pr Sndr Cristin de Andrde Ru São Cristovão 3831 Apto 101 Lgo Nov CEP 59056-290 Ntl/RN Brsil E-mil: sndrndrde@unp.r; sndr.ndrde.fisio@gmil.com Referêncis 1. Deyo RA, Cherkin D, Conrd D, Volinn E. Cost, Controversy, Crisis - Low-Bck Pin nd the Helth of the Pulic. Annu Rev Pulic Helth 1991;12:141-156 2. Frymoyer JW, Ctsril WL. An Overview of the Incidences nd Costs of Low-Bck-Pin. Orthop Clin North Am 1991;22:263-271 3. Nchemson A. Bck pin: delimiting the prolem in the next millennium. Int J Lw Psychitry 1999;22:473-490 4. Andersson GBJ. Epidemiologic Aspects on Low- Bck-Pin in Industry. Spine 1981;6:53-60 5. Linton SJ. Chronic Pin - the Cse for Prevention. Behv Res Ther 1987;25:313-317 6. Spengler DM, Bigos SJ, Mrtin NA, Zeh J, Fisher L, Nchemson A. Bck Injuries in Industry - Retrospective Study.1. Overview nd Cost-Anlysis. Spine 1986;11:241-245 7. Klein BP, Jensen RC, Snderson LM. Assessment of workers' compenstion clims for ck strins/ sprins. J Occup Med 1984;26:443-448 8. Deyo RA, Tsui-Wu YJ. Functionl Disility Due to Bck Pin. Popultion-Bsed Study Indicting the Importnce of Socioeconomic Fctors. Arthritis Rheum 1987;30:1247-1253 9. Wester BS, Snook SH. The Cost of 1989 Workers Compenstion Low-Bck-Pin Clims. Spine 1994;19:1111-1116 10. Deyo RA. Mesuring the Functionl Sttus of Ptients with Low-Bck Pin. Arch Phys Med Rehil 1988;69:1044-1053 11. Forssell MZ. The Bck School. Spine 1981;6:104-106 12. Forssell MZ. The Swedish Bck School. Physiotherpy 1980;66:112-121 13. Heymns MW, vn Tulder MW, Esmil R, Bomrdier C, Koes BW. Bck schools for nonspecific low ck pin. (Cochrne Dtse Syst Rev). The Cochrne Lirry 2006 14. Crichton N. Visul Anlogue Scle (VAS). J Clin Nurs 2001;10:706 15. Downie WW, Lethm PA, Rhind VM, Wright V, Brnco JA, Anderson JA. Studies with Pin Rting-Scles. Ann Rheum Dis 1978;37:378-381 16. Thoms E, Silmn AJ, Ppgeorgiou AC, Mcfrlne GJ, Croft PR. Assocition etween mesures of spinl moility nd low ck pin - An nlysis of new ttenders in primry cre. Spine 1998;23:343-347 449
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