10' RODADA GOIANA DE TECNOLOGIA EM MANEJO DE SUíNOS. Viabilidade ambiental e soluções de mercado para utilização dos dejetos em urna granja de suínos.



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Transcrição:

10' RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Viabilidade ambiental e sluções de mercad para utilizaçã ds dejets em urna granja de suíns. ntrduçã Egídi Am Knzen Há um cnsens generalizad de que setr da Suincultura deva adtar uma pstura de respeit à qualidade d mei ambiente e de vida. Dentr desta cncepçã a implantaçã de prjets de prduçã deve bedecer às nrmas de equilíbri entre s passivs e ativs ambientais decrrentes ds sistemas de prduçã. A realidade n cntext atual, Giás é hje detentr de aprximadamente 58 mil matrizes em prduçã, gerand em tm de 3,2 niilhões de nr' de dejets. ndependente da maneira crn cnsiderads s dejets de suíns, apresentam alt pder pluente, especialmente para s recurss hídrics, em terms de Demanda Biquímica de Oxigêni. A cnsideraçã desta apresentaçã é de que s dejets de urna granja de suíns apresentam elevad ptencial ecnômic e prdutiv, cm um mínim de agressã ambiental e quais as alternativas tecnlógicas a serem adtadas para a cncretizaçã desta meta. A alimentaçã representa a mair parte d cust de prduçã d suín. O aprveitament das rações efetivamente cnvertidas em cresciment e aument de pes atinge a urna média de 45 a 60%, send restante eliminad pelas dejeções (Kiehl, 1985). As rações ds suíns sã.cncentradas e cuidadsamente frmuladas, que em funçã d baix aprveitament mantém alta cncentraçã de elements nas dejeções. Este fat leva a urna incidência n cust final d suín na rdem de 20 a 25%. A recuperaçã deste cust e a pssibilidade de ganh adicinal sã estabelecidas pela adequada utilizaçã ds dejets. Esta, pr sua vez, estabelece alguns bjetivs: > Aprveitament racinal de td ptencial prdutiv dispnível dentr da prpriedade rural. > Aumentar a estabilidade ds sistemas de prduçã existentes cm a intrduçã de nvs cmpnentes tecnlógics. > Maximizar a eficiência ds sistemas de prduçã, reduzind custs e melhrand a prdutividade; estabelecend princípi de que: "O RESÍDUO DE UM SSTEMA É NSUMO POTENCAL PARA OUTRO SSTEMA PRODUTVO". > Assciar s diverss cmpnentes da cadeia prdutiva em sistemas integrads, sustentáveis scial e ecnmicamente, e que preservem mei ambiente. Estes bjetivs lançam, pis, grande desafi para Agrnegóci: "O desenvlviment de sistemas de prduçã agrpecuáris, capazes de prduzir aliments em qualidade e quantidade suficientes, sem afetar adversamente s recurss d sl e mei ambiente". O resultad deste desafi leva à integraçã ds váris cmpnentes ds sistemas de prduçã desenvlvids na prpriedade, a mesm temp se integra a mercad ds seus prduts, a agrindústria. Oprtunidades e Ptencial A precupaçã cm as mudanças climáticas e cm aqueciment glbal que vem crrend é expressa n tratad de Kyt. Este, pr sua vez, autriza mecanisms de intervençã na

10 RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS reduçã de ermssa ds gases de efeit estufa denminad de Mecanism de Desenvlviment Limp - MDL, destinad a países desenvlvids e em desenvlviment, que é cas d Brasil (Figura 1). O MDL bedece a alguns critéris, entre s quais sã citads: cntribuir para bjetiv primrdial da ONU; cntribuir para desenvlviment sustentável d país e demnstrar adicinalidade. Resídus 2% 14% Transprte Figura 1. Fntes de emissã mundiais. Fnte:. US EPA Os dads de emissã demnstram que a agrpecuária brasileira tem enrme ptencial para auxiliar na sluçã ds prblemas mundiais causads pels gases de efeit estufa. A cncentraçã da suincultura nas regiões Sul, Sudeste e Centr-Oeste Brasileir e cnfinament praticamente ttal, evidenciu séris riscs ambientais n tcante a sistema usual de manej ds dejets em lagas abertas. As lagas de manej ds dejets prduzem grande vlume de metan (C~) que é lançad na atmsfera. Sabe-se que metan é vinte uma vezes mais agressiv à atmsfera d que Gás Carbônic (Dióxid de Carbn). A suincultura giana, cm 57.800 matrizes em prduçã tem um ptencial para a prduçã de metan da rdem de 32,88 mil m 3 pr an, que cnvertids em Dióxid de Carbn (Ca 2 ) representam 463,20 mil tneladas métricas de gás carbônic lançads na atmsfera. Pr utr lad, a captura d metan em bidigestres e sua utilizaçã reduzem a emissã de gás carbônic para 31,10 mil tneladas métricas (1.489%) e gera em tm de 578.000 Crédits de Carbn (RCEs) pr an, smand um mntante de U$ 4.046.000, ds quais uma parte amrtiza s investiments ds bidigestres e utra financia a tecnlgia das mudanças nas práticas de manej e utilizaçã ds dejets. A prduçã de 32,88 mil m 3 de metan ptencializa a geraçã de 26,608 mil kw/an, representand um valr de R$ 115,00 pr matriz u na utilizaçã de cmbustível em mtres para bifertilizaçã representam 540 hectares adubads pr dia. a ptencial da suincultura, em funçã de sua estruturaçã n Brasil, chamu a atençã da AgCert Sluções Ambientais, para investiment em tecnlgia de bidigestres e ferecer s crédits das Reduções Certificadas de Emissã (RCEs) para financiament da tecnlgia e as mudanças na prática de manej e tratament ds dejets de suíns. a tratament ds dejets em bidigestr reduz a carga rgânica em 84%, pdend atingir até 96%, quand auxiliads pr agentes de birremediaçã (bactérias). Além da carga rgânica bservaram-se, nas mesmas avaliações, reduções de fósfr ttal (40%), cbre ttal (40%) e zinc ttal (22%). Cm a adiçã de agentes de birremediaçã as reduções atingiram a 91, 96 e 97%, respectivamente para fósfr, cbre e zinc (Tabelas 1 e 2).

" 10 RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Tabela 1. Cmpsicã ds bifertilizantes de uma granja, sem adiçã (2005). Cmpsiçã Antes Depis Reduçã % mg / Litr DB05 8.586 1.861 78 DQO 16.962 2.586 84 FÓSFORO 265 134 49 COBRE 4,48 2,67 40 ZNCO 6,24 4,82 22 ph 6,86 7,03 - Fnte: Análises d Labratóri SANEAR, Bel Hriznte, MG (2005). Tabela 2. Cmpsiçã ds bifertilizantes de uma granja, cm adiçã (2005). Cmpsiçã Antes Depis Reduçã % mg / Litr DB05 11.177 414 96 DQO. 19.986 775 96 FÓSFORO 407 34 91 COBRE 11,56 0,46 96 ZNCO 14,85 0,44 97 ph 6,69 8,03 - Fnte: Análises d Labratóri SANEAR, Bel Hriznte, MG (2005). Para adequad dimensinament ds sistemas de bidigestres, necessári se tmam cnhecer vlume ds dejets prduzids pels diverss sistemas u núcles de prduçã. Na gestaçã cada fêmea aljada prduz em tm de 16 litrs de dejets pr.dia. Já na maternidade esta quantidade se eleva para 27 litrs fêmes pr dia. Na creche s leitões prduzem 1,4 litrs/animal/dia. Na fase de cresciment e terminaçã este valr varia de 13 a 15 litrs pr suín pr dia. O dimensinament da estrutura de armazenament e a subseqüente estabilizaçã cnsideram para cicl cmplet de 150 a 170 litrs pr fêmea n plante e para núcle de prduçã de leitões, vlume de dejets pr matriz n plantel é de 35 a 40 litrs/dia. Os prjets de cnstruçã ds bidigestres bedecem algumas etapas e critéris. O dimensinament para a regiã d sudeste e centr-este baseia-se n temp de retençã hidráulica (28 dias) e nas quantidades de dejets prduzids pr fase. Os prjets ds bidigestres aprvads pela ONU e implantads pela certificadra AgCert bedecem a um mdel estabelecid em parceria cm a Sansuy, ENGEP e USP- Jabticabal (Figura 2 - A e B).

10 RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS ~". C_A ~'~2=n~:~i --r-=-t T! ~!/~. / "'- ~~ - ~.l:: m 8 m Figura 2. Mdel de bidigestr (A) e cnstruí d (B)... /1 1"'- -'~ 1.78. F 0,781.. adtad pela certificadra AgCert, em planta baixa As razões para implantaçã ds Bidigestres na Suincultura sã de rdem ambiental e ecnõmica, uma vez que crre a reduçã elevada da carga pluente, a mesm temp em que dispnibiliza cmbustível alternativ e fertilizante rgânic. A partir d funcinament ds primeirs bidigestres desenvlveram-se sistemas de utilizaçã d bigás e ds bifertilizantes cm insum na prduçã agrícla e pastagem. Os bifertilizantes fram analisads e sua cmpsiçã revelu ser bastante diferente ds dejets de suíns nã tratads em bidigestr (Tabela 3 e 4). As elevadas reduções bservadas em alguns cmpnentes, tais cm demanda biquímica e química de xigêni, fósfr, cbre e zinc infere que bifertilizante cnstitui-se em insum ambientalmente mais segur que s dejets sem tratament. Cm a geraçã de bifertilizante é cntínua, há necessidade de um sistema de armazenament segur, que pde ser de um u de váris lags, impermeabilizads cm manta plástica cberta cm terra e sl-ciment. A lcaçã ds lags em pnts estratégics dentr das áreas de prduçã u próxim as lcais de utilizaçã, reduz cust peracinal d sistema de distribuiçã. Os dejets de suíns pdem ser distribuíds de diversas maneiras: - Cm equipament de aspersã: aplicaçã unifrme. - Cm tanques tratrizads: aplicaçã unifrme e/u lcalizada. Cmpsiçã e Utilizaçã Para a adequada utilizaçã ds dejets de suíns, é imprescindível cnheciment de sua qualidade. Os bifertilizantes e s dejets sem a bidigestã apresentam uma cmpsiçã aprximada, ilustrada nas tabelas 3 e 4.

10' RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Tabela 3. Cmpsiçã média ds bifertilizantes de suíns de diverss bidigestres: Elements kg pr m' u pr tnelada de bifertilizante Nitrgêni 1,17 1,10 0,89 1,21 1,09 1,26 P20S 0,81 0,45 0,64 0,22 0,11 0,16 K20 0,89 0,70 0,72 0,88 0,92 0,82 NPK 2,87 2,25 2,25 2,31 2,12 2,24 Fnte: Análises ds Labratóris da SANEAR, BH e Embrapa Milh e Srg, (2005). Tabela 4. Cmpsiçã média ds dejets de suíns de acrd cm ter de sólids: Elements/ kg pr m 3 u pr tnelada de dejets Sólids 0,72% 1,63% 2,09% 2,54% 3,46% 4,37% Nitrgêni 1,29 1,91 2,21 2,52 3,13 3,75 P 2 0 S 0,83 1,45 1,75 2,06 2,68 3,29 K 2 0 0,88 1,13 1,25 1,38 1,63 1,88 NPK 3,00 4,49 5,21 5,96 7,44 8,92 Fnte: de Miranda e utrs (Embrapa Suíns e Aves, EMATER-SC, Epagri-SC,1999). cnheciment destes valres permite calcular-se a adubaçã para cada cultura a ser feita, baseand-se na prdutividade pretendida. As aplicações ds dejets de suíns pder ser feita cm equipament de aspersã e u cm tanques tratrizads. O investiment para us ds tanques é relativamente alt, a limitaçã de área pssível de adubar, tant em quantidade, quant em tpgrafia e ainda de cmpactar excessivamente sl. Os tanques tratrizads permitem, pr utr lad, fazer a distribuiçã unifrme e/u lcalizada n sl. Os sistemas de aspersã permitem a distribuiçã apenas de maneira unifrme, prém, cm a vantagem de ser mais precisa em sua quantificaçã, permitind também mair área fertilizada cm mesm investiment em equipaments. O cust da fertilizaçã pr aspersã, nrmalmente é em tm de 50% menr que a fertilizaçã cm tanque tratrizad, além de nã ferecer limitações relativas a trânsit na área (Figura 2). Figura 2. Exempls de equipaments mecanizads e aspersã para distribuiçã de dejets líquids. A distribuiçã d bifertilizante, em algumas prpriedades, já é feit cm mtres utilizand cm cmbustível bigás. Um exempl de aplicaçã, cm aspersã cnvencinal, na cultura de café é realizad na Fazenda 5 Estrelas e via pivô-central na Granja Flhads, em Patrcíni, MG (Figuras 3,4 e 5).

10" RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Figura 3. Transferência d bifertilizante cm mtr gaslina/bigás (A) e aplicaçã n camp via autprpelid cm mtr diesellbigás (B). Figura 4. Aplicaçã de bifertilizante e seu resultad na prjeçã de entrenós ns rams de prduçã para safra d café de 2006. Patrcíni, MG (2005) Resultads da adubaçã cm dejets e bifertilizante de suíns. A prduçã de milh e sja fi desenvlvida pela Embrapa Milh e Srg, em Ri Verde, GO em parceria cm a Fundaçã de Ensin Superir de Ri Verde, GO (Fesurv) e Perdigã Agrindustrial S/A durante períd de 2000 a 2005. Para a fertilizaçã das áreas fram utilizadas diversas dses, em aplicaçã exclusiva e cmbinada cm adubaçã química. A prdutividade de milh cm us de dses crescentes de dejets de suíns, em Latssl Vermelh-Amarel de cerrad, atingiu níveis que variaram de 5.820 kg a 7.286 kg de milh pr hectare (Figura 5). A dse de 50m3 exclusiva u cmbinada cm adubaçã 50% da química e cm nitrgêni em cbertura prduziu em tm de 7.000 de milh pr hectare, equivalente à prdutividade média da regiã, utilizand-se alta tecnlgia. A prdutividade cm dses de 100 e 200 m3 ha -a fi semelhante à das dses menres, cm um agravante de ferecer riscs a mei ambiente.

10' RODADA GOANADE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS /"'------------------------------------- 8.000--,' m 2 O O 1 ---+---------------------------------~. TESi. AO.avM. 25 m3+so/.ad. 50m3 50r.13""1Jréia 100m3 200m3 DOSES DE DEJETOS TEST. AO.CUt.!. 25m34 50m3 50m3.ure.a 100m3 DOSES DE DEJETOS Figura 5. Prduçã média de milh fertilizad cm dejets líquids de suíns durante períd de 2001/2005. Ri Verde, GO (2005). mesm trabalh fi realizad cm a sja, também em sistema de planti diret. A prdutividade média variu de 3.274 a 3.619 kg h-a. A prdutividade média fi equivalente em tdas as dsagens de adubaçã, tant químicas quant cm dejets de suíns (Figura 6). 4.000 M ê DA 200112005 3.000 2.000 1.000 TEST. AO.OJM. zsee SOnQ SOrrG<N 75tTfi. 100rrO TEST. AO.OUM 25m3 50 m3<n 75 m3 100 m3 DOSES DE DEJETOS DOSES DE DEJETOS Figura 6. Prduçã média de sja fertilizada cm dejets líquids de suíns durante períd de 2001/2005. Ri Verde, GO, 2005. Os primeirs trabalhs de fertirrigaçã cm dejets de suíns, tiveram cm base a fertirrigaçã química de pastagens em Giás, e fram realizads em pastagens de capim tanzânia, mmbaça e braquiarã em Brazilândia, Mat Grss d Sul, em 1997. A ecnmia de fertilizante químic fi acima de 85%, em 2.000 hectares fertirrigads. A fertilizaçã de pastagem de mmbaça, em Ri Verde, GO, n períd de 2001 a 2004, prpiciu a ltaçã de 6,5 a 7 D.A. pr hectare durante períd de nvembr de 2003 a junh de 2004 (Figura 7). Além da fertirrigaçã em pastagens as culturas de bata e d milh fram desenvlvidas nas Granjas 5 Estrelas e Falhads em Patrcíni, MG. A batata atingiu a 66 tneladas pr hectare, cm ecnmia de fertilizantes e defensivs (Figura 8). A prdutividade de milh cm utilizaçã exclusivamente de bifertilizante atingiu a 9.684 kg h-a u sejam 161 sacs pr hectare (Figura 9).

10a RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Figura 7. Mmbaça fertirlizad cm dejets suíns, durante quatr ans. Ri Verde, GO, 2004. Figura 9. Milh em sistema de planti fertilizad bifertilizante de diret, suíns: cm 9.684 kg ha-. Patrcíni, MG (2005). Figura 8. Prduçã de batata fertirrigada cm bifertilizante de suíns, cm prdutividade de 66 t. ha-1 Patrcíni, MG (2005). Estud recente cm fertirrigaçã de tiftn 85 pssibilitu a 1 prduçã de 5.928 kg ha- de matéria seca em períds de crte a cada 35 dias (Figura 10). 6.000/1 00 ' '" " 5.000: '" '" ";"~ 4.000 i ~ 3.000 " - ~:-------------------------- : <t: U w rn 2.000 <t: OC ~ <t: 1.000 :;: 50m3 100m3 200m3 Figura 10. Prduçã de matéria seca de Tiftn-85 fertirrigad cm dejets de suíns. Drumnd (2003).

'7 E 8,".: 10' RODADA GOANADE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS Benefici/Cust ds sistemas de prduçã cm utilizaçã de dejets de suíns. Estud de custs da aplicaçã de dejets feit em Santa Catarina pela Epagri-SC Embrapa Suíns e Aves, cmpara s sistemas de aplicaçã cm tanque tratrizad e aspersã. Avaliaram-se s dis sistemas cm a dse anual de 40 rrr' ha- em áreas que variaram de 6 a 60 hectares (Figura 11). O estud mstra que até 24 hectares adubads s custs de ambs se equipararam. À medida que a área fertilizada cresceu s custs da aspersã decresceram 52,6% em relaçã a tanque tratrizad. 12 LlASPERSÃO.TANQUE ~ c::: êii 4 ::l U 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 Área adubada cm 40 m 3 ha": Figura 11. Estud cmparativ de cust da aplicaçã anual de 40m 3 ha- l de esterc líquid de suíns, realizada. cm tanque mecanizad e aspersã. Epagri-SC & Embrapa Suín e Aves, SC (1995). Os sistemas de prduçã de milh cm aplicaçã de dejets de suíns destacaram as relações de benefici/cust de 1,47 e 1,48, respectivamente para 50 m 3 e 100 m 3 ha- l. Entretant, em cndições circunstanciais em que s vlumes de dejets gerads pel sistema criatóri frem maires d que as estabelecidas para 50 e 100 m 3 ha- l, prdutr pderá utilizar dses de 150 rrr' ha- l, btend ainda resultads ecnmicamente viáveis, nã bstante acréscim> tímid da prdutividade. st quer dizer que para cada real aplicad na prduçã de milh cm dejets de suíns, retmu a prdutr R$ 1,47 e R$ 1,48 em valr da prduçã. Prtant uma rentabilidade de 47% e 48%, sem mensurar s efeits benéfics que a adubaçã rgânica pera n sl. Resultads na recuperaçã de pastagens cm dejets de suíns. Uma pesquisa de adubaçã de Brachiaria brizantha cv. Marandú cm dses crescentes de dejets de suíns realizada na Universidade de Giás, mstru um increment de 156% na prduçã de matéria seca pr hectare e a qualidade da prteína na matéria seca melhru 230%. A prduçã de matéria seca e prteína bruta estã indicadas na figura 12. O acmpanhament de adubaçã de 78 hectares de braquiarã cm 180 m 3 ha- l de dejets de suíns, em fazenda lcalizada em Ri Verde, Giás, mstru que a partir d terceir an fi pssível manter uma ltaçã de 5,5 cabeças pr hectare, em sistema de pastrei rtacinad, n períd de utubr de 2000 a junh de 2001 (183 dias). Os ganhs diáris ds animais variaram de 490 a 900 gramas pr cabeça pr dia, dependend d lte, se

10' RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS cruzad u nelre pur (Figura 13). Quand fi avaliad períd de fevereir a junh de 2001, s ganhs diáris fram de 780 a 1.130 gramas pr cabeça; cnsiderad períd de utilizaçã d ptencial máxim da pastagem. Durante pastrei fi feit uma suplementaçã de 1,2 kg de cncentrad prtéic/energétic pr animal. 7.000 OM.S. P.B. 6.390 1200 B cruza nd. 11Nel X Tucura Nelere 1.130 5.824., 6.000 ~ 5.223.~ 1000 -Cl :.: 5.000 ~ i800 ~: 4.000 3.541.«- :::> «: 3.000 e, 2.000 2.495 600.~ i5 400 :.: ẓ. 200 89 O. ' TEST. Ad.Oul. 50m3 100m3 150m3 DOSES DE DEJETOS Figura 12 Prduçã de matéria seca e prteína, em kg/ha de Brachiaria brizantha cv. Marandú, fertilizada cm dses crescente de dejets de suíns. Giânia, GO. Barnabé et al. (2001). 10/00-06101 FevlJunh-2001 PERl DE PASTORBO Figura 13. Ganh diári de pes em grmas pr cabeça, de bvins de crte em sistema de pastrei rtaciinad em pastagem de braquiarã fertilizad cm dejets de suíns, durante s períds de 10/2000 a 06/2001 e de 02 a 06/2001. Ri Verde, GO (2001). Mvimentaçã de elements n sl. Um estud de mnitrament d perfil de Latssl vermelh-amarel de cerrad (Ri Verde, GO 2005) cm utilizaçã de dses crescentes de dejets de suíns, 25, 50, 75 e 100m 3 ha", em cultura de sja, durante cinc ans sucessivs, abrangend as camadas de 0-20 em, 40-60 em e 90-120 em, mstru diferenças acentuadas nas cncentrações de cbre e zinc. As depsições nas camadas estã mstradas nas figuras 14 e 15. E1TEST. OUMCO 1!l25 m3 li! 50m3 le 50m3 + N 1!l75m3 0-20 40-60 90-120 E1100m3 PERFL (-cm-) Figura 14. Cncentrações de cbre n perfil de Latssl Vermelh de cerrad, cm cinc ans sucessivs de aplicaçã de dejets de suíns. Ri Verde, GO (2005).

10' RODADA GOANA DE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS 5/1 +r-j --- 3 V! DTEST. 111QUMCO l]25 m3 le 50m3 1E50m3 + N 1E75m3 m 100m3-20 40-60 9 O - 12 O PROFUNDADE DO PERFL (em) Figura 15. Cncentrações de zinc n perfil de Latssl Vermelh de cerrad, cm tcinc ans sucessivs de aplicaçã de dejets de suíns. Ri Verde, GO (2005)_. acmpanhament d perfil de Latssl vermelh de cerrad cm utilizaçã de dses crescentes de dejets de suíns de 100, 150 e 200m 3 ha-\ em pastagem de braquiarã estabelecid n Campus da Universidade Federal de Giás, durante seis ans sucessivs, abrangend as camadas -de 0-10 em, 10-20 em 20-40 em e 40-60 em, mstru cmprtament diferente d cbre e zinc, quand cmparad cm a cultura de sja. As depsições nas camadas estã mstradas nas figuras 16 e 17. ::~r----_-lltest.!"':~f---------[! QUíMCO 611 4 2! a 10 10 a 20 20 a 40 40 a 60 PERAL (em) ~ 100 m3 1!1150m3 ~200 m3 Figura 16. Ccentraçã de cbre n perfil de Latssl Vermelh de cerrad, cm 6 ans sucessivs de aplicaçã de dejets de suíns. UFGO - Giânia, GO, Beneval et al. (2006).

10' RODADA GOANADE TECNOLOGA EM MANEJO DE SUíNOS ~TEST. OQUíMCO ~ 100 m3 E/150 m3 [1200 m3 a 10 10 a 20 20 a 40 40 a 60 PERFL (em) Figura 17. Ccentraçã de zinc n perfil de Latssl Vermelh de cerrad, cm 6 ans sucessivs de aplicaçã de dejets de suíns. UFGO - Giânia, GO, Beneval et al. ( 2006). A cncentraçã de cbre e zinc n perfil d sl é fatr de extrema imprtância, vist que em altas cncentrações pdem atingir s mananciais de água, m funçã de sua mvimentaçã em prfundidade n perfil de sl. O cbre, principalmente é extremamente prejudicial à saúde humana e animal. O cnheciment destas mvimentações de elements n sl visualiza pssíveis desbalançs e efeits ncivs nas camadas mais prfundas d sl, a mesm temp em que pssibilita estabelecer estratégias para crrigir rums ns sistemas de utilizaçã ds dej ets de suíns cm fertilizantes na prduçã agrpastril. Cnclusões e recmendações. Os dejets de suíns pdem cnstituir fertilizantes eficientes na prduçã de grãs e de frragem, desde que adequadamente estabilizads antes de sua utilizaçã. Os beneficis ecnômics ds sistemas de prduçã de grãs cm a utilizaçã de dejets de suíns superam seus respectivs custs. As dses de dejets de suíns devem sempre bedecer à repsiçã da exprtaçã de elements pelas prduções. O sistema de distribuiçã ds dejets animais pr aspersã é mais ecnômic d que de tanques mecanizads. As dses ecnômicas de dejets de suíns para a prduçã de milh em áreas de cerrad, em planti diret variam de 50 a 100 m 3 ha- 1, para a prdutividade de 6.700 a 8.400 kg/ha. Os dejets de suíns mstraram-se fertilizantes eficientes na prduçã de pastagem para sistemas de pastrei rtacinad.