Conceitos Fundamentais Aula 1

Documentos relacionados
Notação Equações de Maxwell Caracterização de Ondas Electromagnéticas Escrita em valores instantâneos e em Amplitudes Complexas Propagação no ar, em

Instituto de Física USP. Física V - Aula 26. Professora: Mazé Bechara

Ondas Eletromagnéticas

Exemplos de fontes emissoras de ondas eletromagnéticas

MESTRADO INTEGRADO EM ENG. INFORMÁTICA E COMPUTAÇÃO 2013/2014. EIC0014 FÍSICA II 2o ANO 1 o SEMESTRE

As cargas das partículas 1, 2 e 3, respectivamente, são:

CEL033 Circuitos Lineares I

Circuitos Elétricos I EEL420

Circuitos Elétricos- módulo F4

5.1 Objectivos. Caracterizar os métodos de detecção de valor eficaz.

Temperatura. Teoria cinéticamedida da energia cinética de translação média dos átomos ou moléculas que constituem o corpo.

O potencial eléctrico de um condutor aumenta à medida que lhe fornecemos carga eléctrica. Estas duas grandezas são

F B d E) F A. Considere:

Universidade Federal do Rio de Janeiro

DEMOGRAFIA. Assim, no processo de planeamento é muito importante conhecer a POPULAÇÃO porque:

Eletromagnetismo. As Leis do Eletromagnetismo

Capítulo 2: Conceitos Fundamentais sobre Circuitos Elétricos

Departamento de Física da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Física Experimental (Engenharia Informática) (2008/2009) 2ª.

Amplificadores de potência de RF

Eletromagnetismo II. 4 a Aula. Professor Alvaro Vannucci. nucci

INTRODUÇÃO TEÓRICA - EXPERIÊNCIA 3. Comportamento de Componentes Passivos

Análise e Processamento de BioSinais

As informações sobre o exame apresentadas neste documento não dispensam a consulta da legislação referida e do Programa da disciplina.

ONDAS ELETROMAGNÉTICAS

Séries temporais Modelos de suavização exponencial. Séries de temporais Modelos de suavização exponencial

TRANSFORMADA DE FOURIER NOTAS DE AULA (CAP. 18 LIVRO DO NILSON)

dipolar eléctrico de um cristal ferromagnético)

Física C Extensivo V. 7

Tópicos Especiais em Energia Elétrica (Projeto de Inversores e Conversores CC-CC)

Capítulo 11. Corrente alternada

Espectro da radiação electromagnética

N(0) número de núcleos da espécie inicial no instante t=0. N(t) número de núcleos da espécie inicial no instante t. λ constante de decaimento

Cap. 5 - Tiristores 1

FÍSICA IV. Prof. Pierre Vilar Dantas. Horário: 7M Aula 01-29/07/2017

LEIS DO ELETROMAGNETISMO Equações de Maxwell

Instituto de Física USP. Física Moderna. Aula 23. Professora: Mazé Bechara

RADAR DE ABERTURA SINTÉTICA SAR

MECÂNICA QUÂNTICA E INTEGRAIS DE CAMINHO. Prof. Dr. Tobias Frederico ITA. São José dos Campos, SP

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - UFPR Setor de Tecnologia Departamento de Engenharia Elétrica. Disciplina: TE053 - Ondas Eletromagnéticas

Electromagnetismo Aula Teórica nº 24

Eletromagnetismo II. Prof. Daniel Orquiza. Prof. Daniel Orquiza de Carvalho

EXAME NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO VERSÃO 1

Equilíbrio térmico. diatérmica. adiabática. (A e B estão em contacto térmico)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

Microondas I. Prof. Fernando Massa Fernandes. Sala 5017 E Aula 2

Circuitos elétricos oscilantes. Circuito RC

UNIDADE 2. t=0. Fig. 2.1-Circuito Com Indutor Pré-Carregado

PROCESSO SELETIVO O DIA GABARITO 2 13 FÍSICA QUESTÕES DE 31 A 45

k π PROCESSO SELETIVO O DIA GABARITO 3 13 FÍSICA QUESTÕES DE 31 A 45

6ROXomR: A aceleração das esferas é a mesma, g (aceleração da gravidade), como demonstrou

Eletrodinâmica Clássica II

4 Análise de Sensibilidade

Aplicações à Teoria da Confiabilidade

Introdução aos Sinais

Física C Extensivo V. 3

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Engenharia de Porto Alegre Departamento de Engenharia Elétrica ANÁLISE DE CIRCUITOS II - ENG04031

Sinais e Sistemas. Série de Fourier. Renato Dourado Maia. Universidade Estadual de Montes Claros. Engenharia de Sistemas

AULA 8 CONDUÇÃO DE CALOR EM REGIME TRANSITÓRIO SISTEMA CONCENTRADO

Para Newton, conforme o tempo passa, a velocidade da partícula aumenta indefinidamente. ( )

Capítulo 2 Diodos semicondutores de potência

F-128 Física Geral I. Aula exploratória-07 UNICAMP IFGW F128 2o Semestre de 2012

UFSM-CTISM. Projeto de Redes sem Fio Aula-04

4. SINAL E CONDICIONAMENTO DE SINAL

Redes de Computadores I

Introdução ao Controle Ótimo: Otimização de funções e funcionais. Otimização paramétrica. Problema de controle ótimo com tempo final fixo.

Regularização de descargas

Análise de séries de tempo: modelos de decomposição

2.6 - Conceitos de Correlação para Sinais Periódicos

5ª Lista de exercícios Eletromegnetismo 1 Newton Mansur (01/18)

EN2607 Transformadas em Sinais e Sistemas Lineares Lista de Exercícios Suplementares 1 2 quadrimestre 2011

2 Formulação do Problema

4 CER Compensador Estático de Potência Reativa

Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE Programa de Engenharia Química 2014/1

UM MÉTODO RÁPIDO PARA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DO ENROLAMENTO DO ESTATOR DE MOTORES DE INDUÇÃO TRIFÁSICOS DO TIPO GAIOLA

Circuitos AC Introdução (Revisão) Conversão energia mecânica eléctrica. Física Experimental Aula_5. Lei de Faraday

Respondidos (parte 13)

Movimento unidimensional. Prof. DSc. Anderson Cortines IFF campus Cabo Frio MECÂNICA GERAL

Conceitos Básicos Circuitos Resistivos

Disciplina: Eletrônica de Potência (ENGC48) Tema 01: Introdução à Eletrônica de Potência

Capítulo 2. Modelização matemática por equações diferenciais

QUESTÃO 60 DA CODESP

ELETRÔNICA DE POTÊNCIA I Aula 13 - Retificadores com regulador linear de tensão

RELATIVIDADE ESPECIAL


3 LTC Load Tap Change

AULA 22 PROCESSO DE TORNEAMENTO: CONDIÇÕES ECONÔMICAS DE USINAGEM

n.estudante:... Eletromagnetismo / MIEEC; frequência 20.abr.2016;. Em cada pergunta só há uma resposta certa e só uma das justificações é a adequada.

ENGF93 Análise de Processos e Sistemas I

RELATIVIDADE ESPECIAL

RÁPIDA INTRODUÇÃO À FÍSICA DAS RADIAÇÕES Simone Coutinho Cardoso & Marta Feijó Barroso UNIDADE 3. Decaimento Radioativo

Lista de Exercícios n o.1. 1) O diodo do circuito da Fig. 1(a) se comporta segundo a característica linearizada por partes da Fig 1(b). I D (ma) Fig.

ONDAS E LINHAS DE TRANSMISSÃO

1 Movimento de uma Carga Pontual dentro de um Campo Elétrico

Comunicação. Tipos de Sinal. Redes. Tempo de Transmissão x Tempo de Propagação. d = v. Sinal Analógico. Sinal Digital.

18 GABARITO 1 2 O DIA PROCESSO SELETIVO/2005 FÍSICA QUESTÕES DE 31 A 45

Econometria Semestre

Primeira Lista de Exercícios

O cliente é a razão do nosso trabalho, a fim de inseri-lo em um novo contexto social de competitividade e empregabilidade.

CAPITULO 01 DEFINIÇÕES E PARÂMETROS DE CIRCUITOS. Prof. SILVIO LOBO RODRIGUES

Problemas das Aulas Práticas

Transcrição:

Conceios Fundamenais Aula 1 1

Noação Vecor Versor ^ e Produo inerno A Produo exerno A. B A B Tensor Nabla B Gradiene de um campo escalar Divergência de um campo vecorial Roacional de um campo vecorial u. A A 2

Sisema de Unidades Sisema MKSA [Mero Kilograma Segundo Ampere] Mero, referenciado ao segundo e à velocidade da luz no vácuo Quilograma, massa de uma barra padrão feia de uma liga de Plaina/Irídio Sévres, Paris Segundo, 9.192.631.770 períodos da radiação elecromagnéica emiida numa ransição de um áomo de Césio Ampére, correne consane que, percorrendo dois conduores comprimeno infinio afasados de 1m no vácuo, produziria enre os conduores uma força de 2 x 10 Newon por cada mero de conduor. Sisema MKSA racionalizado μ o π 7 4 10 Hm 1 3

Especro elecromagnéico É um recurso básico dos sisemas de comunicação.

Hisória Ondas sonoras voz. Comunicação à disância sinais de fogo, espelhos reflecores e bandeiras. ambores e ondas de luz visível Especro elecromagnéico fora da região do visível só começou a ser uilizado fim século XIX. Herz 1887 consruiu sisema de ransmissão de ondas de rádio. Verificou experimenalmene ondas elecromagnéicas, previsas 20 anos anes por Maxwell. Marconi: primeira ransmissão em 1895, desenvolveu o rádio do pono de visa comercial e paeneou primeiro sisema de elegrafia sem fios. Pouco anes da segunda guerra mundial surgiram os klisrões e os magnerões, capazes de gerar frequências aé 1 GHz, e os primeiros guias de onda. Primeiras experiências de ransmissão de OE aravés de guias de onda 1935, foram mal sucedidas. Em 1936, uma vez esabelecida a eoria, foi feia com sucesso a primeira ransmissão de OE com guias de onda. Desenvolvimeno de geradores e guias de onda fundamenal para uilização microondas, em comunicações e radares. 5

Hisória con. Mais arde esruuras planares sripline, microsrip, sloline, guias coplanares mais compacas, de cuso inferior e capazes de inegrar disposiivos acivos como díodos e ransisores. Cabos coaxiais ambém usados acualmene na ransmissão de sinais aé ao domínio das micro-ondas. Vanagem: banda larga. Desvanagem: difíceis de inegrar em circuios complexos. Fibras ópicas surgiram no final dos anos 70. Sisemas de comunicação ópicos de baixas perdas e baixa dispersão, com larguras de banda muio superiores às dos cabos coaxiais ou das esruuras de ondas miliméricas. Frequências dos sisemas de comunicação êm vindo a aumenar, devido essencialmene às enormes larguras de banda disponíveis nas frequências mais elevadas. Comunicação com ligações fixas uilizada durane largos anos. Serviços elefónicos ligações erresres fixas anos 40, comunicação inerconinenal ligações via saélie anos 70. As comunicações celulares móveis consiuem acualmene um vaso campo de invesigação e desenvolvimeno ecnológico. 6

Equações de Maxwell Leis do elecromagneismo são regidas pelas equações de Maxwell. Eqs. Maxwell baseadas em rabalhos de Faraday, Gauss, Ampére, ec. sec. XIX. ForçadeLorenz: E + v B F q Campos vecoriais campo elécrico e B indução magnéica grandezas fundamenais E de campo elecromagnéico. Podem ser deerminadas por experimenação. Campos vecoriais auxiliares: deslocameno elécrico Em espaço livre: H 1 μ o B D ε o E D, campo magneico H Permeabilidade magnéica 7 1 9 1 μo 4π 10 Hm, permiividade εo 1/36π 10 F m 7

Lei de Faraday A circulação de E indução magneica aravés de A. ao longo do conorno fechado Г f - variação emporal do fluxo da Γ f A ^ n ^ Γ f. E dl B. ds A ^ dl dl ^ ds ds n 8

Teorema de Sokes cálculo vecorial Circulação inegral de linha de um campo vecorial U Г f fluxo do roacional de aravés de A. U ao longo de uma linha fechada Γ f U. dl U. ds A B E Teorema de Helmholz cálculo vecorial Um campo vecorial fica compleamene definido quando forem conhecidos U e em odos os ponos do espaço.. U 9

Lei de Gauss O fluxo oal de D conida nesse volume. que sai dum volume V limiado por Sf é igual à carga elécrica oal D. ds q V dv Sf Teorema da divergência cálculo vecorial U ds.. U dv Sf V.D ρ 10

Campo magnéico A fone que cria a circulação ou roacional do campo magnéico é J Lei de Ampére Γ f H. dl A J. ds Grande conribuição de Maxwell: adicionar o ermo D Eqs. compaíveis com o principio da conservação da carga e permiiu prever a propagação de ondas elecromagnéicas 20 anos anes de Herz er verificado as previsões eóricas. 11

Termo Γ D D H. dl.. f A ds + S J ds Teorema de Sokes do cálculo vecorial Divergência de H D H J + Não foram enconrados aé agora cargas magnéicas Teorema da divergência B. ds 0 S f. B 0 12

Termo D J raduz um fluxo de cargas elécricas livres. Como a carga se conserva Sf J. ds ρ dv Eq. da coninuidade Teorema da divergência. J + ρ 0 13

I 14

o B D B E D J H +.. ρ Sabendo ρ e em-se 12 incógnias e 8 eqs. Eqs. adicionais resulam das relações enre campos imposas pelas caracerísicas do meio, relações Consiuivas. J Eqs. de Maxwell 15

Relações consiuivas A resposa do meio a um esímulo elecromagnéico depende das suas caracerísicas. Propriedades dos meios Homogéneos Lineares Isóropos Anisoropos Temporalmene dispersivos Espacialmene dispersivos Meios simples: com comporameno linear, isóropos e sem dispersão espacial. 16

Meios maeriais Comporameno dielécrico Resposa do meio a um campo elecromagnéico esáico e uniforme é descria em ermos de momenos dipolares elécricos induzidos. ρ p.p Campo elécrico cria momeno dipolar elécrico. D ε E + 0 P P - vecor polarização elécrica 17

Meios maeriais Comporameno magnéico Maeriais não ferromagnéicos: Quando se aplica um campo magnéico são induzidas pequenas correnes microscópicas que se opõem nos seus efeios magnéicos às variações do campo aplicado. Comporameno diamagnéico,momenos magnéicos em oposição ao campo magnéico. Comporameno paramagnéico, há a possibilidade de alinhar os momenos magnéicos aómicos individuais e o campo magnéico inensifica-se. Maeriais ferromagnéicos: os momenos magnéicos induzidos são muio mais inensos do que nos maeriais com comporameno magnéico ordinário. 18

Magneização B Correnes microscópicas induzidas Correnes Amperianas. Magneização M - momeno dipolar magnéico por unidade de volume. A densidade de correne associada às correnes microscópicas é dada por eem-se x M B μ H+ M 0 19

Descrição dos comporamenos dielécrico e magnéico Em ermos de momenos dipolares induzidos só é rigorosamene válida no caso dos campos esáicos uniformes separação complea de efeios elécricos e magnéicos. Regimes variáveis no empo Meios isorópicos simples sem dispersão espacial relações enre e e enre e descrias cada uma por uma convolução emporal. No domínio da frequência significa um relacionameno muliplicaivo enre as ransformadas de Fourier de e e de e. D E B H D E B H * * * ' E J H B E d E D σ μ ε ε.. ω ω μ ω ω ω ε ω H B E D 20

Equações de Maxwell em Meios Maeriais Num meio dielécrico simples, para além da carga livre ρ exise ambém carga de polarização ρ p, que em origem nos dipolos elécricos induzidos provocados pelo campo elécrico aplicado separação de cargas negaivas e posiivas.. E ρ +ρ εo p Leide Gauss Recorrendo ao vecor de polarização consiuído pela densidade volúmica do momeno dos dipolos elécricos induzidos no meio. ρ p. P A inrodução de D densidade de carga livre. em a vanagem de invocar apenas a. D ρ 21

1 μo B J + M + + ε o P E Correne livre Correne Amperiana Correne de polarização Correne deslocameno de vácuo O roacional da indução magnéica circulação ao longo de qualquer caminho fechado é deerminado pela densidade de correne oal. 22

A inrodução dos campos e facilia a escria das equações de Maxwell mas orna necessário arranjar um modelo para descrever os meios. D H ρ + D D J H Equações de Maxwell em ermos de D e H 23