OS SETORES-CHAVE DA ECONOMIA CATARINENSE: UMA ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO
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- Rodrigo Molinari Borja
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1 OS SETORES-CHAVE DA ECONOMIA CATARINENSE: UMA ANÁLISE DE INSUMO-PRODUTO Arle Luz Fachnello (Professor do Departamento de Economa da UFSC. e-mal: Darlan Chrstano Kroth (Professor de Teora Econômca da UFFS. e-mal: ÁREA TEMÁTICA: 8. ECONOMIA REGIONAL E URBANA RESUMO O presente artgo teve como obetvo calcular dversos ndcadores de nterdependênca setoral da economa catarnense, utlzando-se de uma matrz nsumo-produto do estado, para o ano de Esses índces permtem destacar os prncpas setores-chave presentes na economa estadual, vsualzando assm o grau de mpacto e dfusão sobre a economa de choques nesses setores. Destacam-se os setores da agropecuára, ndústra de almentos, ndústra petroquímca, ndústra metal e sderurga, ndústra eletroeletrônca, ndústra têxtl e de vestuáro e servços de comérco e de transporte. Palavras-Chave: Setores-chave, economa catarnense, matrz nsumo-produto
2 2 1 Introdução O conhecmento dos fluxos econômcos é parte mportante do entendmento da dnâmca econômca de uma regão. Essas nformações permtem maor efcênca na tomada de decsão e na aplcação de polítcas setoras. Com esse ntuto, esse trabalho vsa contrbur com a lteratura regonal para a formação de um arcabouço anda maor de estatístcas sobre a dnâmca econômca de Santa Catarna. Na lteratura dsponível e que trata da economa catarnense, verfca-se que grande parte vem se concentrando em analsar o desempenho dos pólos produtvos, a exemplo de Campos et al (2005), Lns (2005) e Caro et al (2008). Tas estudos prvlegam as característcas de cada setor e cada regão, tanto em termos de relações com a economa naconal como nternaconal. Há ausênca de análses que vsualze a economa como um conunto de cadeas produtvas nterlgadas por fluxos de transporte, comérco e servços em geral. A análse do efeto-transbordamento entre setores é relevante, segundo Mller e Blar (2009), no sentdo de conhecer quas seram os setores que possuem maor mpacto sobre toda a economa (consderando tanto a demanda como o fornecmento de nsumos), os chamados setores-chave. Uma determnada atvdade econômca pode apresentar elevado valor do produto, destacando-se por esse motvo, mas não necessaramente pode ter grande vnculação com as demas atvdades do estado. Logo, seu crescmento ou decadênca pode ter resultados muto lmtados. Nesse sentdo, conhecendo mas profundamente as relações entre os setores e os mpactos que cada um deles tem sobre toda a economa, tem-se melhores condções para construr polítcas públcas que vsam o estímulo da economa. O estudo dos setores-chave e das nter-relações dos setores da economa catarnense torna-se mas relevante num momento em que alguns estudos, como os de Kroetz (2006), Caro e Fernandes (2010) e Matte e Lns (2010) snalzam para a exstênca de um processo de desndustralzação relatva no Estado, tendo em vsta o enfraquecmento de setores dtos de alta e méda-alta tecnologa. Neste sentdo, se por um lado as estatístcas demonstram que o Estado vem amplando sua partcpação no valor adconado total do país, por outro, a ndústra catarnense vem perdendo espaço,
3 3 sobretudo no que se referem a setores ntensvos em tecnologa, setores estes que se destacam na atual conuntura do comérco nternaconal. 1 Sendo assm, o presente artgo tem como prncpal obetvo calcular alguns ndcadores de nterdependênca econômca das atvdades econômcas do estado, a partr de uma Matrz de Insumo-Produto estmada para o Estado de Santa Catarna. Os prncpas ndcadores de relaconamento apresentados na lteratura de Economa Regonal e que serão calculados neste trabalho são: os multplcadores de produto, os índces de lgação para frente e para trás (Rasmussen- Hrschmann), os índces puro de lgação (SONIS; HEWINGS, 1993) e o índce de campo de nfluênca (SONIS; HEWINGS, 1995). Por meo desses ndcadores, busca-se explctar quas são os prncpas setores da economa catarnense em termos de geração de mpactos dretos e ndretos sobre os demas setores da economa estadual com vstas a explorar mas ntensamente as nterrelações econômcas setoras de cada atvdade presente no estado. Para desenvolver esses propóstos, o artgo está organzado da segunte manera: a prmera parte contempla esta ntrodução, na segunda parte é realzada uma apresentação da metodologa, o que nclu a construção dos ndcadores de relaconamento; a tercera parte apresenta e dscute os resultados e a quarta parte é reservada para as conclusões. 2. Materal e Método A análse desagregada ou das relações entre setores de uma economa é vablzada pelo nstrumental de Matrz Insumo-Produto (MIP). A MIP é a representação de dados econômcos de uma regão e/ou de um país, em um determnado período, resumndo o fluxo de produção, em termos monetáros, de cada setor da economa. 1 Conforme dados do Mnstéro do Desenvolvmento, Indústra e Comérco Exteror (2011), a balança comercal de Santa Catarna vem apresentando défct desde 2009, e o crescmento das mportações (de 2002 a 2011) chegou a 1.500%, um crescmento muto superor ao verfcado pelas exportações (190%). Outro aspecto é que a maor parcela de nossas exportações se refere a bens báscos, 31% em 2003 e 42% em 2011.
4 Vendas () Modelo de Insumo-produto e ndcadores de nterdepêndenca econômca A análse de Insumo-Produto tem orgem no fluxo crcular de renda e fo adaptada ao estudo empírco da nterdependênca de quantdades entre atvdades econômcas nterrelaconadas. Essa ferramenta analítca é um mportante nstrumento de análse estrutural e de mpacto de polítcas econômcas, prncpalmente no que dz respeto às polítcas setoras. Nela a economa funcona como uma vasta rede tentando equaconar oferta e demanda, sea em nível regonal ou multrregonal. A MIP é estruturada de forma que em suas lnhas regstram-se as vendas do setor para os demas setores e para o consumo das famílas (C), nvestmentos prvados (I), gastos do governo (G) e exportações (E), conforme representação feta no Quadro 1. Assm, a demanda ntermedára (CI ) mas a demanda fnal (Y ) compõem o produto total ou as vendas totas do setor. Quadro 1 - Matrz de nsumo-produto orgnára do modelo de Leontef Compras () Total Setores Consumo ntermedáro Demanda fnal produto Setor 1 Setor 2 Setor 3 C I G E X Setor 1 z 11 z 12 z 13 CI 1 C 1 I 1 G 1 E 1 Y 1 X 1 Setor 2 z 21 z 22 z 23 CI 2 C 2 I 2 G 2 E 2 Y 2 X 2 Setor 3 z 31 z 32 z 33 CI 3 C 3 I 3 G 3 E 3 Y 3 X 3 DI 1 DI 2 DI 3 Importação (M) M 1 M 2 M 3 Impostos(T) T 1 T 2 T 3 Valor VA 1 VA 2 VA 3 Adconado(VA) Total de gastos (X ) X 1 X 2 X 3 Fonte: Adaptado de Castro (2003). Nota: C é a produção do setor, consumda pelas famílas; I é a produção do setor, destnada ao nvestmento; G é a produção do setor, consumda pelo governo; E é a produção do setor, que é exportada; CI é a produção do setor, que é utlzada como consumo ntermedáro; DI são as despesas com nsumos ntermedáros pelo setor ; Y é o total de demanda fnal da atvdade ; X é a oferta total do setor ou valor bruto da produção ; X é o custo de produção total do setor ; M é o total de mportações do consumo ntermedáro pelo setor ; VA é o valor adconado (remuneração dos fatores prmáros) gerado pelo setor. De acordo com Bulmer-Thomas (1982), expandndo para n setores, é possível denotar o produto total do setor por:
5 5 X n z 1 ( C I G E ) 1,...,n 1,..., n (1) em que X é o produto bruto total; z é a produção do setor, utlzado como nsumo ntermedáro pelo setor ; produção do setor destnada ao nvestmento; pelo governo; e G e C é produção do setor comprada pelas famílas; I é a G é a produção do setor comprada E é a produção do setor destnada à exportação. Da soma de E obtém-se a demanda fnal (Y). C, I, Os componentes da demanda fnal são exógenos, sendo o camnho pelo qual se captam choques de demandas e, ou, alterações de polítcas econômcas, cuos efetos são relaconados com mudanças na oferta setoral, no valor adconado e nas rendas nsttuconas. Nas colunas da MIP, por sua vez, são regstradas as compras de nsumos ntermedáros produzdos pela ndústra com custos guas a (DI ). As demas partes componentes na coluna representam o valor adconado ( VA ), composto pelo somatóro da remuneração do trabalho no setor (RL ) e da remuneração do captal no setor (RK ) e o valor dos mpostos (T ); n é o número de setores produtvos; e z é a produção do setor, que é utlzada, como nsumo ntermedáro, no setor. X n z 1 ( VA M ) 1,...,n 1,..., n (2) em que X é o custo bruto total gual ao produto bruto total; z é a produção do setor, utlzado como nsumo ntermedáro pelo setor ; pelo setor ; e M é a mportação de nsumos do setor. VA são valores adconados pagos A matrz de coefcentes de Leontef pode ser obtda dvdndo os valores das compras ntermedáras ( z ) pelos valores brutos da produção ( X ). Assm, defne-se a matrz de coefcentes técncos como: z A, 1,2,..., n (3) X em que cada elemento da matrz A, a, representa os nsumos do setor demandados
6 6 pelo setor, para cada undade do valor da produção total. Estmada a matrz de coefcentes técncos, é possível gerar os índces de lgação para frente e para trás, dos índces puros de lgação para frente e para trás e dos índces puros totas. A teora de nsumo-produto permte a análse de mpacto econômco e da estrutura produtva. Essas análses são baseadas em ndcadores de encadeamento produtvo, os quas permtem dentfcar e quantfcar os setores-chave da regão. A dentfcação da nterdependênca setoral da economa de uma regão consttu-se em um poderoso nstrumental, ao apresentar os setores que mas contrbuem para o desenvolvmento da economa, podendo ser utlzado para sugerr polítcas de desenvolvmento regonal e planeamento econômco. Esses ndcadores são anda capazes de orentar a alocação de recursos para setores que promovam, mas ntensamente, o crescmento da produção, do emprego e da renda. Os prncpas ndcadores utlzados na lteratura e que serão abordados na pesqusa são: Índce de Rasmussem/Hrschman, Campo de Influênca e Índce Puro de Lgação (GHS). Esses ndcadores foram calculados para dversas economas regonas e naconal no Brasl. Entre os trabalhos estão: Clementes e Ross (1992), Gulhoto et al (1994) e Kuresk e Nunez (2004). 2.2 Índces de Rasmussen-Hrschamann (RH) Os índces de lgação de Rasmussen-Hrschman foram desenvolvdos por Rasmussen (1956) e Hrschman (1958) para dentfcar setores-chave na economa. Os índces de lgações para trás ndcam o quanto um setor demanda nsumos da economa, em relação aos demas setores. Por sua vez, os índces de lgação para frente ndcam até que ponto dado setor tem seus nsumos demandados pela economa, em relação aos demas setores. O índce de lgação para trás ( ILT ) é uma medda do grau de dependênca de cada setor produtvo com os setores fornecedores de nsumos. Sabendo-se que b representa os coefcentes da matrz nversa de Leontef, I A 1 denotado por:, esse índce pode ser
7 7 ILT n b / n 1, = 1,2,...n (4) n 2 b / n, 1 O índce de lgação para frente ( ILF ) é uma medda de nterlgação de um setor com os seus compradores, sendo representado por: ILF n 1, = 1,2,...n (5) n 2 b / n, 1 b / n Os setores que apresentarem valores superores à undade para esses índces são consderados acma da méda, sendo, portanto, setores-chave para o crescmento da regão/estado. Os índces de lgação para trás com valores maores que a undade ndcam que o setor é altamente dependente do restante da economa, enquanto valores maores que a undade para os índces de lgação para frente ndcam que a produção de determnado setor é amplamente utlzada pelos demas. 2.3 Abordagem do Campo de nfluênca O conceto de campo de nfluênca descreve como se dstrbuem as mudanças dos coefcentes dretos no sstema econômco, permtndo determnar quas as relações entre os setores mas mportantes dentro do processo produtvo. Ele derva da tentatva de superar as dfculdades de vsualzação dos prncpas elos de lgação dentro da economa fornecdos pelos índces de Rasmussen-Hrschman. A abordagem do campo de nfluênca vsa complementar aos índces de lgação, na medda que permte expor os prncpas elos de lgação dentro da economa, assocados aos setores. Sea a matrz de coefcentes dretos A a e defne-se a matrz de varações ncrementas nos coefcentes dretos de nsumos como sendo E. Agora a matrz 1 nversa de Leontef será dada por B I A b 1 B( ) I A b ( ) e por
8 8 Segundo Sons e Hewngs (1989 e 1995), caso a varação sea pequena e só ocorra num coefcente dreto, tem-se que o campo de nfluênca desta varação pode ser aproxmada pela expressão: B( ) B F( ) (6) onde F(e ) é a matrz do campo de nfluênca do coefcente a. Vsando determnar quas seram os coefcentes que possuram os maores campos de nfluênca, assoca-se a cada matrz F(e ) um valor que será dado por: n n ) 2 S f kl ( (7) k1 l1 em que S é o valor assocado à matrz F(e). Assm, os valores de S serão aqueles com os maores campos de nfluênca dentro da economa. 2.4 Índce puro de lgação De acordo com Gulhoto (1995), partndo da decomposção da matrz de coefcentes técncos de Leontef (A), uma decomposção melhorada de A pode ser feta da segunte forma: A A A em que r A A r rr A e A A r A r A A rr A A rr são matrzes de nsumos dretos, dentro do setor e dentro do resto da economa, respectvamente, sendo o resto da economa defndo como a economa menos o setor ; A r e r (8) A r são matrzes retangulares que mostram os nsumos dretos adqurdos pelo setor do resto da economa e os nsumos dretos adqurdos pelo resto da economa do setor, respectvamente; A é uma matrz que representa o setor solado do resto da economa; e economa. A r é uma matrz que representa o resto da Denotando-se a matrz nversa de Leontef transformada por 1 L I A, Gulhoto (1995) argumenta que cada decomposção adtva da matrz de coefcentes
9 9 técncos de Leontef, representada na equação (8), pode ser convertda em duas decomposções multplcatvas da matrz nversa de Leontef: L P 2 P 1 (9) ou, alternatvamente L PP (10) 1 3 sendo 1 P I A, I PA 1 1 r P e I A P P. 3 1 Conforme Gulhoto (1995), a equação (9) sola a nteração dentro do resto da economa, P 1, da teração do setor com o resto da economa, P 2. Observa-se anda que P 2 mostra os mpactos dretos e ndretos que a demanda por nsumos do setor tem sobre a economa, P 1 A. Por sua vez, a equação 16 sola a teração dentro do resto da economa, P 1, da teração do resto da economa com o setor, P 3. Na equação (10, percebe-se que P 3 revela que o nível dos mpactos no setor é gerado pelas necessdades dretas e ndretas do resto da economa, A P1. Pode-se agora escrever a equação (11), como segue: ~ ~ A r I 0 L ~ ~ r Ar I r Ar Ar 0 (11) r em que: P2 P1 I A 1, ~ I A A A 1 e I A 1 r r r r rr Da equação (11) pode-se decompor, P 2, como segue: I 0 ~ I A 0 r P 2 (12) r Ar I 0 I 0 I Defne-se anda: 2 I B 1 P (13) A Ar B P1 A (14) r Ar 0 O Índce Puro de Lgações para Trás (IPLT) pode ser defndo a partr da equação (14), da segunte forma:
10 10 IPLT A q (15) rr r r em que rr é um vetor lnha untáro de dmensão aproprada ao número de setores contdos na MIP e q é o valor bruto da produção do setor. Os Índces Puros de Lgação para Frente (IPLF) podem ser obtdos da equação (10), conforme segue: ~ ~ I 0 Ar r L ~ ~ 0 (16) r r Ar I Ar A r r em que, P1 P3 I 0 ~ I A 0 r r P 3 (17) Ar I 0 I 0 I 3 I F 1 P (18) A Ar r F A P1 (19) Ar 0 Da equação (20) derva-se o IPLF: IPLF A q (20) em que compõe o resto da economa. r r rr q rr é um vetor coluna com o valor bruto da produção de cada setor que O Índce Puro de Lgação Total (IPT) para cada setor pode ser defndo como a soma de IPLT e IPLF, pos esses índces são expressos em valores correntes. Dessa manera: IPT IPLT IPLF (21) Para defnr esses índces em suas formas normalzadas, basta dvdr o valor obtdo de cada índce, para cada setor, pela méda do própro índce em todos os setores. 2.5 Construção da matrz de nsumo-produto de Santa Catarna Para a estmação dos ndcadores de nter-relaconamento econômco no estado é necessára a construção e uma matrz de nsumo-produto estadual. O trabalho partu dos dados orundos das Tabelas de Recursos e Usos do Brasl de 2005, dvulgados pelo IBGE. As tabelas de produção e uso são desagregadas em 56 setores de atvdades econômca e 110 produtos. Tomando então como base os dados naconas, foram
11 11 ncalmente geradas as matrzes de mpostos e margens para cada setor, á que os dados dvulgados pelo IBGE apresentam os valores de mpostos e margens por produto. Esse procedmento seguu os passos apresentados em Gulhoto e Sesso-Flho (2005). Em seguda, a matrz estadual fo obtda por meo de parcelas referentes a cada setor de atvdade apresentado na matrz naconal. Essas parcelas representam a partcpação do estado na produção naconal, e foram obtdas de dversas pesqusas realzados no país, nclundo a Pesqusa Pecuára Muncpal, Pesqusa Trmestral do Lete, Pesqusa Trmestral do Abate, Pesqusa Industral Anual, Pesqusa Anual da Indústra de Construção Cvl, Produção da Extração Vegetal e da Slvcultura, Pesqusa Mensal do Emprego e Pesqusa de Orçamento Famlar do IBGE. Os dados de comérco exteror do estado foram extraídos do Sstema Alce da Secretara de Comérco Exteror (SECEX), do Mnstéro do Desenvolvmento, Indústra e Comérco Exteror (MDIC). A partr dos dados de produção e uso foram realzados procedmentos de auste e consstênca, de forma que a produção de cada produto fosse gual a sua demanda total e que o valor do produto setoral fosse gual às despesas com nsumos e remuneração de fatores. Assm, a matrz de nsumo-produto de Santa Catarna resultante desse processo possu a consstênca necessára para sua utlzação. Por fm, dos 56 setores da matrz orgnal, decdu-se agregar a matrz em 33 setores. 3. Os Setores-chave na economa catarnense 3.1 Multplcadores de produção A apresentação dos resultados e análse dos setores-chave da economa catarnense é ncada pela apresentação dos multplcadores de produção e seus efetos dretos e ndretos. O multplcador de produção é um dos três índces que podem ser calculados dretamente pela matrz nversa de Leontef (os outros dos são de emprego e de renda), e consste na forma tradconal de análse da MIP quando realzam-se choques na demanda fnal. Os multplcadores de produto, de acordo com Mller e Blar (2009), se desdobram em efetos dretos e ndretos. Os efetos dretos referem-se ao montante que o setor deverá produzr para satsfazer o aumento na sua demanda fnal e anda para atender à demanda dos demas setores. Já o efeto ndreto consdera o valor total da
12 12 produção em todos os setores da economa que é necessáro para satsfazer o aumento de uma undade monetára na demanda fnal pelo produto do setor. Tabela 1 Multplcadores de Produção Setores de Atvdade Multplcador Produção Efeto Dreto Efeto Indreto Índce Ordem Índce Ordem Índce Ordem 1 Agrcultura, slvcult., exp. florestal, pecuára e pesca 1, , , Petróleo, Gás Nat., Mn. Ferro e Outras nd. extrat. 1, , , Indústra do café 2, , , Benefcamento de produtos vegetas 2, , , Abate de anmas 2, , , Indústra de latcínos 2, , , Indústra de açúcar 2, , , Fabrcação de óleos vegetas 2, , , Outros produtos almentares 2, , , Produtos do fumo 2, , , Têxtes, Art. vestuáro, acessóros e couro e calçados 1, , , Produtos de madera - exclusve móves 2, , , Celulose e produtos de papel 2, , , Jornas, revstas, dscos 1, , , Indústra Petroquíca 2, , , Ind. Farmaceutca, Perfum. E lmpeza 1, , , Ind. Metal e Sderurga 1, , , Máqunas e eqtos, nclusve manutenção e reparos 2, , , Ind. Elétrco Eletrôncos 2, , , Veículos e Peças 2, , , Móves e produtos das ndústras dversas 1, , , Eletrcdade e gás, água, esgoto e lmpeza urbana 1, , , Construção 1, , , Comérco 1, , , Transporte, armazenagem e correo 1, , , Servços de nformação 1, , , Intermedação fnancera e seguros 1, , , Servços mobláros e aluguel 1, , , Servços de manutenção e reparação 1, , , Servços de aloamento e almentação 1, , , Servços prestados às empresas 1, , , Educação, Saúde e outros servços mercants 1, , , Educação, Saúde, Adm. Públca e Seg.Socal 1, , , Fonte: Resultados da pesqusa. A tabela 3 apresenta os multplcadores e respectvos efetos dretos e ndretos para os 33 setores da economa catarnense que estão sendo analsados. Verfca-se que o setor de fabrcação de óleos vegetas possu o maor multplcador de produção do Estado de Santa Catarna, apresentando índce de 2,69. Esse ndcador mostra que, caso ocorrer o ncremento na demanda de R$ 1,00 neste setor, o valor bruto de produção catarnense sofre elevação de R$ 2,69. Do valor total de 2,69, o valor de 1,20 refere-se ao efeto dreto, ou sea, quanto o setor de fabrcação de óleos vegetas precsa produzr para atender ao aumento de
13 13 R$ 1,00 na sua demanda, mas o que os outros setores de atvdade rão lhe demandar para provê-lo com nsumos. Já o efeto ndreto equvale a 1,49, sto é, quanto os demas setores produzrão para suprr, com nsumos, o setor de fabrcação de óleos vegetas catarnense, quando sua demanda é ncrementada em R$ 1,00. O setor de fabrcação de óleos vegetas está mas lgado a cadea produtva de óleos e dervados, nclundo óleo de soa e a margarna (que por sua vez, tem relação estreta com cooperatvas agropecuáras que possuem usnas de fabrcação de óleos e também do bodesel 2 ). Cadeas estas que possuem uma elevada demanda a montante, sto é, demandam muta matéra-prma, sobretudo dos setores agrícola e produtos químcos. Essa relação fca comprovada pelo elevado efeto para trás que será analsado no próxmo tem. Os próxmos ses setores com maores índces de multplcador de produção estão todos lgados a ndústra de processamento de almentos: ndústra de latcíno, do café, benefcamento de produtos vegetas, abate de anmas, outros produtos almentares e produtos do fumo. Todos estes com forte efeto para trás, ndcando que a maor demanda fnal por esses produtos tem um efeto grande nos fluxos produtvos ex-ante. Cabe observar que sso não ndca o tamanho ou mportânca do setor na economa estadual, mas sm a resposta da economa a movmentos na demanda fnal setoral. Embora a atvdade de processamento do café apareça nesse ndcador, não há produção desse produto no estado. 3.2 Índces de lgação para frente e para trás de Rasmussen e Hrschmann Nesse tem, a análse dos setores-chave da economa catarnense refere-se aos índces de lgação para frente e para trás e estão apresentados na tabela 2. O índce de lgação para frente nforma o quanto um setor é demandado pelos outros. Verfca-se na tabela 2 que há 10 setores que apresentaram índce de lgação para frente maor que 1, confgurando-se portanto como setores-chave. Os 10 setores-chave (no sentdo para frente) podem ser consderados como setores de nsumos para as demas atvdades econômcas exstentes no Estado, a 2 Segundo IBGE (2011), em 2009 Santa Catarna possuía 06 usnas de bodesel.
14 14 exemplo da agrcultura, dos servços e da ndústra (petroquímca, outros produtos almentares e metal e sderurga). Cta-se o caso da Indústra Petroquímca que possu o maor índce de lgação para frente e concentra a produção de város nsumos que são utlzados pela quase totaldade dos 33 setores, como refno de petróleo, etanol, resnas, produtos químcos, artgos de plástco, tntas e artgos de borracha. Já para setores-chave (no sentdo para trás), tem-se 17 setores com índce acma de 1, sendo que destes, 15 estão lgados e/ou pertencem à ndústra. O setor de processamento de óleos vegetas apresentou o maor índce, 1,37. Na sequênca também destacam-se os setores de processamento de almentos, como latcínos e abate de anmas. Isso reflete a maor capacdade destes setores mpulsonarem a economa estadual quando sua produção cresce. Esse resultado corrobora com o multplcador de produção. Tabela 2 Índces de Lgação Rasmussen-Hrschman para Frente e para Trás Setores de Atvdade Ind. Lg. Frente RH Ind. Lg. Trás RH Mult. Produção Índce Ordem Índce Ordem Índce Ordem 1 Agrcultura, slvc., expl. florestal, pecuára e pesca 3, , , Petróleo, gás natural, mn. ferro e outras nd. extr. 0, , , Indústra do café 0, , , Benefcamento de produtos vegetas 0, , , Abate de anmas 0, , , Indústra de latcínos 0, , , Indústra de açúcar 0, , , Fabrcação de óleos vegetas 0, , , Outros produtos almentares 1, , , Produtos do fumo 0, , , Têxtes, art. vestuáro, acessóros e couro e calçados 0, , , Produtos de madera - exclusve móves 0, , , Celulose e produtos de papel 0, , , Jornas, revstas, dscos 0, , , Indústra Petroquíca 3, , , Ind. Farmaceutca, Perfum. E lmpeza 0, , , Ind. Metal e Sderurga 1, , , Máqunas e equpamentos, nclusve manut. e reparos 0, , , Ind. Elétrco Eletrôncos 0, , , Veículos e Peças 0, , , Móves e produtos das ndústras dversas 0, , , Eletrcdade e gás, água, esgoto e lmpeza urbana 1, , , Construção 0, , , Comérco 1, , , Transporte, armazenagem e correo 1, , , Servços de nformação 1, , , Intermedação fnancera e seguros 1, , , Servços mobláros e aluguel 0, , , Servços de manutenção e reparação 0, , , Servços de aloamento e almentação 0, , , Servços prestados às empresas 1, , , Educação, Saúde e outros servços mercants 0, , , Educação, Saúde, Adm. Públca e Seg.Socal 0, , , Fonte: Resultados da pesqusa.
15 15 Na ndústra de latcínos, por exemplo, o elevado multplcador (o segundo maor índce) evdenca que a produção deste setor acaba envolvendo uma ampla gama de atvdades, como por exemplo: cração de gado letero, produção de almentação anmal (agrcultura), produtos veternáros, transporte (e setores relaconados, como: combustível, servços de reparação), metal-mecânco, embalagens e comérco. Destacase que o lete é uma das prncpas fontes de renda da agropecuára catarnense. Levando em conta apenas o conceto restrto, sto é, aquele que apresenta, smultaneamente índces de lgação para frente e para trás maores do que 1, pode-se apontar apenas 3 setores-chave na economa catarnense: Indústra petroquímca, Outros produtos almentares e Ind. metal e sderurga. Como apontado nos dos parágrafos anterores, esses setores estão ntmamente lgados as prncpas atvdades econômcas do estado, que nclu a agrondústra e o setor metal-mecânco. 3.3 Índces puros de lgação (GHS) Os índces de lgações de Rasmussen-Hrschman, analsados anterormente, ndcam os mpactos solados de um determnado setor no restante da economa, não levando em consderação os dferentes níves de produção desses setores. Os índces GHS buscam corrgr essa lmtação, e por sso são consderados mas abrangentes, ao levar em consderação a mportânca do setor na economa local. Esses índces GHS dentfcam os mpactos de um aumento na demanda fnal em um determnado setor, consderando as nterações dos demas setores com esse aumento da produção. Em outras palavras, o ntuto do GHS é solar determnado setor, do restante da economa e verfcar suas lgações com os demas setores. Com base nos cálculos, verfca-se que 11 setores possuem índce de lgação maor que 1, ou sea, podem ser consderados setores-chave na economa catarnense. Em ordem de mportânca, os setores-chave expostos na Tabela 3 são: Indústra Petroquímca, Agropecuára, Comérco; Servços Prestados às Empresas; Transportes; Indústra Metalúrgca e Sderurga; Intermedação Fnancera; Servços de Utldade Públca (eletrcdade, gás, água, esgoto); Servços de Informação; Outros Produtos Almentares; e, Petróleo e Gás.
16 16 Tabela 3 Índces Puros de Lgação para Frente, para Trás e Total Setores de Atvdade Índ. Puro Lg. Frente Índ. Puro Lg. Trás Índ. Puro Lg. Total Índce Ordem Índce Ordem Índce Ordem 1 Agrcultura, slvcult., exp. florestal, pecuára e pesca 4, , , Petróleo, Gás Nat., Mn. Ferro e Outras nd. extrat. 1, , , Indústra do café 0, , , Benefcamento de produtos vegetas 0, , , Abate de anmas 0, , , Indústra de latcínos 0, , , Indústra de açúcar 0, , , Fabrcação de óleos vegetas 0, , , Outros produtos almentares 1, , , Produtos do fumo 0, , , Têxtes, Art. vestuáro, acessóros e couro e calçados 0, , , Produtos de madera - exclusve móves 0, , , Celulose e produtos de papel 0, , , Jornas, revstas, dscos 0, , , Indústra Petroquíca 4, , , Ind. Farmaceutca, Perfum. E lmpeza 0, , , Ind. Metal e Sderurga 2, , , Máqunas e eqtos, nclusve manutenção e reparos 0, , , Ind. Elétrco Eletrôncos 0, , , Veículos e Peças 0, , , Móves e produtos das ndústras dversas 0, , , Eletrcdade e gás, água, esgoto e lmpeza urbana 1, , , Construção 0, , , Comérco 3, , , Transporte, armazenagem e correo 2, , , Servços de nformação 1, , , Intermedação fnancera e seguros 1, , , Servços mobláros e aluguel 0, , , Servços de manutenção e reparação 0, , , Servços de aloamento e almentação 0, , , Servços prestados às empresas 2, , , Educação, Saúde e outros servços mercants 0, , , Educação, Saúde, Adm. Públca e Seg.Socal 0, , , Fonte: Resultados da pesqusa. Esses setores se caracterzam como grandes ofertantes da economa. Assm, se a demanda da economa catarnense sofresse um aumento de exportações, por exemplo, esses setores sofreram os maores mpactos em vrtude de ofertar nsumos para o conunto da economa. Dos setores com maores índces GHS para frente, destacam-se a Indústra Petroquímca, a Agropecuára e a Indústra metalúrgca e sderurga. São esses setores que também apareceram com os maores índces pela análse do índce de Rasmussen- Hrschman. No que concerne ao índce GHS para trás, encontrou-se também 11 setoreschave, sendo estes: Abate de anmas; Agropecuára; Admnstração Públca e Segurdade Socal; Indústra Elétrca/Eletrônca; Máqunas e equpamentos; Comérco; Outros produtos almentares; Transportes; Indústra têxtl e de vestuáro; Construção Cvl; e, Educação e Saúde (servços prvados).
17 17 Comparando com os resultados encontrados pelo índce de lgação RH para trás, verfca-se uma grande dspardade, com apenas 2 setores comuns entre os dos grupos (Abate de Anmas e Outros Produtos Almentares) e apenas 3 setores lgados dretamente ao agronegóco. Consderando o somatóro dos dos índces (possível nesse caso), tem-se também na tabela 3 o índce puro total. Com base nesse ndcador, ratfcando como prncpas setores-chave tem-se a Agropecuára, a Indústra petroquímca, a Indústra de abate de anmas. O setor de Comérco também aparece com destaque entre os setores, em função da sua grande partcpação nos fluxos produtvos da economa estadual. O setor Abate de anmas, por ter um grande índce GHS para trás, consoldou-se como o quarto maor em termos de GHS total. O setor de Transportes, que acabou se sobressando tanto em termos de índce GHS para frente como para trás, demonstra sua mportânca para a economa estadual, assm como sua dependênca da dnâmca local. O uso do transporte por, pratcamente todos os setores, o coloca como uma atvdade muto dependente do crescmento da economa catarnense. Por outro lado, o crescmento das demas atvdades produtvas e de servços no estado também depende da capacdade de oferta desse setor. 3.4 Campo de nfluênca O cálculo do índce do campo de nfluênca busca complementar a análse realzada dos índces Rasmussen-Hrschman. Enquanto os índces possbltam dentfcar quas os setores-chave, o campo de nfluênca contrbu para vsualzar quas setores sofrerão maor mpacto quando o setor-chave for estmulado, possbltando perceber os elos de lgação dentro de toda a economa (como uma espéce de reação em cadea). Com sso, pode-se vsualzar o número e quas setores se concentram a dfusão dos mpactos de um choque em determnado setor. Os resultados do campo de nfluênca se aproxmam dos resultados agregados dos índces Rasmussem/Hrchaman. A fgura 1 apresenta os setores que apresentaram coefcentes acma da méda e portanto consderados setores-chave. A méda dos coefcentes encontrados fcou em 2,17, os pontos alaranados (mas escuro) representam coefcentes pouco acma da méda e os pontos amarelos (mas claro) representam coefcentes muto acma da méda.
18 18 Fgura 1 Campo de nfluênca Fonte: Resultados da pesqusa. Destacam-se aqu os setores que apresentaram maor campo de nfluênca no sentdo para trás (compradores de nsumo): Servços de Utldade Públca (eletrcdade, gás, água, esgoto) com 21 coefcentes acma da méda; Têxtl e Vestuáro, com 18 coefcentes; Indústra petroquímca e Indústra farmacêutca, com 15 coefcentes; e com 14 coefcentes acma da méda aparecem os setores de Indústra Metalúrgca e Sderurga; Fabrcação de óleos vegetas e Transportes. No sentdo para frente (vendedores de nsumo) os mesmos setores acma ctados também aparecem com maor campo de nfluênca, alterando apenas o número de coefcentes. Por exemplo, o setor Têxtl e Vestuáro possu 22 coefcentes acma da méda no sentdo para frente. Cabe destacar que esses setores possuem pelo menos um índce RH, para trás ou para frente, acma de um. Essa stuação corrobora a característca do campo de nfluênca de que os setores com maores índces de lgação, também rão observar
19 19 maores coefcentes nesta análse. A exceção desta regra fcou para o setor de Indústra farmacêutca. Uma possível explcação para ocorrer esta stuação é devdo que o setor está muto lgado com a ndústra petroquímca, uma vez que engloba perfumes, remédos e produtos de hgene e lmpeza. Na análse do campo de nfluênca, assm como no índce puro de lgação, percebe-se um maor mpacto da atvdade ndustral no conunto da economa dos efetos de um aumento sofrdo em sua demanda. Esta stuação pode ser explcada pelo fato da ndústra necesstar de uma grande oferta de nsumos por um lado (efetos para trás) e por outro lado, ter seu produto utlzado como nsumo por uma grande gama de setores em Santa Catarna (no sentdo para frente). 3.5 Comparação entre os índces abordados De acordo com Gulhoto et al (1994), como os índces de Rasmussen-Hrschman e do campo de nfluênca dão maor ênfase para a estrutura nterna da economa na defnção dos setores-chave, e os índces puros de lgação enfatzam o nível de produção em cada setor da economa (e não apenas da estrutura nterna), esses enfoques alternatvos devem ser avalados de forma conunta/complementar para avalar os setores-chave da economa. A Tabela 4 é uma espéce de quadro-síntese com os 10 prncpas setores destacados nos índces calculados anterormente. Na avalação conunta de todos os índces, percebe-se que, entre esses setores, ses são atvdades ndustras, três de servços e a agropecuára e pesca. Tabela 4 Indcadores dos prncpas setores-chave da economa catarnense Fonte: Resultados da pesqusa.
20 20 Percebe-se que, em geral, o setor que se destaca (acma da méda) acaba aparecendo nos dversos ndcadores analsados; alguns como ofertantes de nsumos para o conunto da economa catarnense, outros como mportantes compradores do produto local. A ndústra petroquímca sempre se destaca, pos mutas das atvdades produtvas no estado utlzam algum nsumo dessa ndústra. Esses nsumos vão desde o plástco, tntas, borrachas, resnas até produtos farmacêutcos. Isso faz dela bastante dependente da dnâmca da economa estadual. Nesse caso, o fluxo é somente de uma va. A atvdade agropecuára, nclundo a pesca e setor florestal, demonstra ter uma forte lgação com a dnâmca econômca estadual. Ela é realzada em todas as regões do estado e tem maor destaque como provedora de nsumos báscos para as atvdades ndustras, especalmente a ndústra de almentos e móves. Mas ela também aparece como mportante usuára de produtos e servços produzdos no estado. Essa nteração é maor anda com atvdades como abate de anmas e outros produtos almentares, em que o nsumo básco vem da agropecuára. Esses dos setores também de destacam no efeto trasbordamento de mudanças na demanda fnal podem ocasonar. Eles possuem os maores multplcadores de produção, ndcando que o crescmento da sua demanda, sea para exportação ou consumo nterno, provoca a maor amplação no produto estadual, entre os setores destacados na tabela 4. Os setores que aparecem na tabela 4 também são, em geral, atvdades de alto valor de produção e emprego no estado. Mas sso não é uma regra. O setor têxtl e de vestuáro, mesmo sendo uma das maores ndústras no estado em produção e emprego, não apresenta grande destaque na ntegração como os demas setores do estado. O prncpal nsumo algodão e/ou fo não é produzdo no estado e o produto fnal é dreconado para o consumdor fnal de todo o país.
21 21 4 Conclusão O presente artgo teve como obetvo calcular dversos ndcadores de relaconamento setoral da economa catarnense de Foram estmados os multplcadores de produção, índces de Rasmussem/Hrschman, índces puro de lgação, campo de nfluênca. Esses índces permtem destacar os prncpas setoreschave presentes na economa estadual, vsualzando assm o grau de mpacto e dfusão sobre a economa estadual de choques sobre esses setores. O trabalho contrbu com a lteratura no sentdo de explctar os setores e seus relaconamentos mas relevantes para a dnâmca da economa de Santa Catarna. De forma geral, os prncpas setores-chave encontrados foram: agropecuára; ndústra de almentos, com destaque para abate de anmas, latcínos e fabrcação de óleos vegetas; ndústra petroquímca; ndústra metal e sderurga; ndústra eletroeletrônca; ndústra têxtl e de vestuáro, servço de comérco e de transporte. Quanto se vsualza os setores-chave pelo índce puro de lgação, revelam-se quas os prncpas setores responsáves por mudanças no nível da renda e de outros ndcadores macroeconômcos do estado. Para a economa catarnense, destacaram-se entre as prncpas atvdades a agropecuára, o abate de anmas, o comérco, a ndústra petroquímca, a ndústra eletro-eletrônca, e o transporte e armazenagem. Já pelos demas ndcadores, revela-se as atvdades que tem a capacdade de propagar seus choques (postvo ou negatvo) sobre os demas setores da economa. Entre as prncpas destacam-se a agropecuára, fabrcação de óleos vegetas, abate de anmas, benefcamento de produtos vegetas, a ndústra petroquímca, ndústra de metal e sderurga, ndústra têxtl e de vestuáro. De forma geral, esse grupo de atvdades se destaca na economa catarnense, não somente pela elevada partcpação do valor de produção, renda e emprego, mas também pelo grau de ntegração com os demas setores da economa. Essa nterdependênca, sea como atvdades fornecedoras de produto/servço para as demas atvdades presentes no terrtóro catarnense ou como demandadora destes, as colocam como atvdades-chave para polítcas que vsem estmular a economa estadual ou amenzar possíves problemas econômcos ora exstentes.
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