1) Aplicações das Leis de Newton
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- Maria Antonieta Amarante Braga
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1 1 Fonte: SEARS E ZEMANSKY Física I Mecânica 10 a edição. São Paulo: Addison Wesley, Capítulo 5: Aplicações das Leis de Newton 1) Aplicações das Leis de Newton Estratégia para solução de problemas utilizando as Leis de Newton 1. Defina um sistema de coordenadas. Um diagrama indicando a direção e o sentido positivo de cada eixo é sempre útil. 2. Seja coerente com os sinais. Uma vez definido o sentido positivo do eixo Ox, os componentes da aceleração, da força e da velocidade com esta direção e este sentido possuem sinais positivos. 3. Ao aplicar a primeira e a segunda lei de Newton, sempre se concentre sobre um corpo específico. Desenhe um diagrama do corpo livre mostrando todas as forças que atuam sobre o corpo, mas não inclua as forças que este corpo exerce sobre outros corpos. No seu diagrama você pode representar o seu corpo como uma partícula. 4. Identifique as grandezas conhecidas e as desconhecidas e use um símbolo algébrico para cada grandeza desconhecida. Caso no início você conheça a direção e o sentido da força, uso um símbolo para representar o módulo da força, uma grandeza sempre positiva. Lembre-se que os componentes da força ao longo de um eixo particular podem ser positivos ou negativos. 5. Escreva a primeira lei de Newton (para problemas com aceleração nula) ou a segunda lei de Newton (para problemas com aceleração diferente de zero) através de seus componentes usando o seu sistema de coordenadas, conforme recomendação da etapa 1. Resolva as equações, explicitando as incógnitas. Exercício 1: Tensão de uma corrente sem massa. Para melhorar a acústica em um auditório, um refletor de som com massa igual a 200 kg é suspenso por uma corrente presa ao teto (figura 4.22a). Qual é o peso do refletor? Qual é a força (o módulo, a direção e o sentido) que a corrente exerce sobre ele? Qual é a tensão na corrente? Suponha que a massa seja desprezível. ( w=1960n, T=1960N, -T=-1960N.) Exercício 2: Tensão em uma corrente com massa. No exercício 1, suponha que a massa da corrente não seja desprezível, e sim igual a 10,0 kg. Determina as forças na extremidade da corrente. (T1 = 2058N) Exercício 3: Equilíbrio em duas dimensões. Na figura 5.2a, o motor de um automóvel com peso w está suspenso por uma corrente ligada no ponto O a duas outras correntes, uma delas amarrada ao teto e a outra presa na parede. Ache as tensões nas três correntes, desprezando os pesos das correntes e sabendo-se que w = 2200 N. (T1=2200N, T2=1270N, T3 = 2540N)
2 2 Exercício 4: Um plano inclinado. Um carro está em repouso sobre a rampa de um rebocador de carro (Figura 5.3a) formando um ângulo de 10 o com a horizontal. O freio do carro está solto e o carro não está engrenado; logo, somente o cabo ligado ao carro e ao rebocador impede o carro de deslizar para baixo ao longo da rampa. Se o peso do carro é w = 5000N, ache a tensão no cabo e a força com a qual a rampa empurra os pneus do carro. Exercício 5: Tensão em torno de uma polia sem atrito. Blocos de granito estão sendo retirados de uma pedreira e transportados para cima de um plano inclinado de 15 o. Por razões ambientais, o barro também está sendo despejado na pedreira para preencher buracos antigos. Pediram que você descobrisse um meio de usar esse barro para mover facilmente o granito para fora da pedreira. Você projeta um sistema no qual o bloco de granito sobre um carrinho com rodas de aço (peso w1, incluindo o carrinho) é puxado para cima sobre trilhos de aço por um balde cheio de barro (peso w2, incluindo o balde) que cai verticalmente para o interior da pedreira (Figura 5.4a). Desprezando o peso do cabo e os atritos na polia e nas rodas, determine a relação entre os pesos w1 e w2 para que o sistema se mova com velocidade constante. (w2 = 0,26w1)
3 3 Exercício 6: Tensão em um cabo de elevador. Um elevador e sua carga possuem massa total igual a 800 kg (Figura 5.8a). O elevador está inicialmente descendo com velocidade igual a 10,0 m/s; a seguir ele atinge o repouso em uma distância de 25,0m. Ache a tensão T no cabo de suporte enquanto o elevador está diminuindo de velocidade até atingir o repouso. (T= 9440N) Exercício 7: Peso aparente dentro de um elevador em aceleração. Uma garota de 50,0 kg está sobre uma balança dentro do elevador do exercício 6 (figura 5.9a). Qual é a leitura da balança? (N=590N)
4 Exercício 8: Aceleração descendo a montanha. Um tobogã cheio de estudantes em férias (peso total w) escorrega para baixo numa encosta coberta de neve (Figura 5.10a). A montanha possui uma inclinação constante e o tobogã está tão bem lubrificado que não existe qualquer atrito. Qual é a aceleração do tobogã? (ax=g.sen) 4 Exercício 9: Dois corpos com a mesma aceleração. Um braço de robô puxa um carrinho de 4,0 kg ao longo de um trilho horizontal sem atrito com uma corda de 0,50 kg, aplicando na corda uma força horizontal de módulos F=9,0N (Figura 5.12a). Calcule a aceleração do sistema e a tensão no ponto onde a corda é amarrada no carrinho. (a= 2,0m/s 2, T = 8N) Exercício 10: Dois corpos com acelerações de mesmo módulo. Na figura 5.13a, um cavaleiro com massa m 1 = 1kg desliza sobre um trilho de ar horizontal sem atrito em um laboratório de física. Ele está ligado a um peso de laboratório de massa m 2 = 5 kg através de um fio leve, flexível e não deformável, que passa sobre uma pequena polia sem atrito. Calcule a aceleração de cada corpo e a tensão no fio.
5 5 2) Forças de Atrito O atrito é uma força importante em muitos aspectos de nossa vida cotidiana. O óleo no motor de um automóvel minimiza o atrito entre as partes móveis, porém se não fosse o atrito entre os pneus do carro e o solo, não poderíamos guiar um carro nem fazer curvas. Atrito estático e atrito cinético Quando um corpo está em repouso ou desliza sobre uma superfície, podemos sempre decompor as forças de contato em componentes perpendiculares e paralelas à superfície. Chamamos o vetor componente perpendicular à superfície de força normal e a representamos por N ( normal é sinônimo de perpendicular). O vetor componente paralelo à superfície é a força de atrito, representada por f. Por definição, N e f são forças sempre ortogonais entre si. O sentido da força de atrito é sempre contrário ao sentido do movimento relativo entre as duas superfícies. O tipo de atrito que atua quando um corpo está deslizando sobre uma superfície denomina-se força de atrito cinético fc. O módulo da força de atrito cinético geralmente cresce quando a força normal cresce. Por exemplo, no sistema de freios do carro, quanto mais as pastilhas de freio são comprimidas contra o disco de freio, maior é o efeito da freada. Em muitos casos verifica-se experimentalmente que o módulo da força de atrito cinético fc é proporcional ao módulo N da força normal. Em tais casos, podemos escrever: f c = c.n (módulo da força de atrito cinético) equação 1 c = coeficiente de atrito cinético adimensional (sem unidade) A força de atrito também pode atuar quando não existe movimento relativo ( corpo parado). Quando você tenta arrastar uma caixa ela pode não se mover porque o solo exerce uma força igual e contrária. Essa força denomina-se força de atrito estático fs. Na figura 5.16a) a caixa está em repouso equilibrada pela ação do peso w e pela força normal N exercida da de baixo para cima pelo solo sobre a caixa (Figura 5.16b) e aumentamos gradualmente a tensão T na corda. No início, a caixa permanece em repouso porque, à medida que T cresce, a força de atrito fs também cresce (permanecendo com o mesmo módulo de T). Em dado ponto, T torna-se maior que o máximo valor da força de atrito estático fs que a superfície pode exercer. Então a caixa quebra o vínculo ( a tensão é capaz de quebrar as ligações moleculares entre as superfícies da caixa e o solo) e começa a deslizar. A Figura 5.16c mostra um diagrama das forças quando T atingiu esse valor crítico. Quando T supera esse valor, a caixa não está mais em equilíbrio. Para um dado par de superfícies, o valor máximo de fs depende da força normal. A experiência mostra que esse valor máximo (fs) max é aproximadamente proporcional a N; chamamos o fator de proporcionalidade de s de coeficiente de atrito estático. f s s.n (módulo da força de atrito estático) equação 2 Na equação 2, o sinal de igual só é válido quando a força T, paralela a superfície, atingiu seu valor crítico e o movimento está na iminência de começar (Figura 5.16c). Quando T for menor do que esse valor (Figura 5.16b), o sinal da desigualdade é válido. Neste caso é necessário usar a condição de equilíbrio (Fr = 0 força resultante nula) para achar fs. Quando não existe nenhuma força aplicada (T=0), como na figura 5.16a, então também não existe nenhuma força de atrito estático (fs=0). Logo que o deslizamento começa (Figura 5.16d), a força de atrito normalmente diminui; manter a caixa deslizando é mais fácil do que produzir o início do movimento. Portanto, o coeficiente de atrito cinético é geralmente menor do que o coeficiente de estático para um dado par de superfícies, conforme mostra tabela abaixo. Valores aproximados dos coeficientes de atrito Materias Estático, s Cinético, c Aço com aço 0,74 0,57 Alumínio com aço 0,61 0,47 Cobre com aço 0,53 0,36 Teflon com teflon 0,04 0,04 Borracha com concreto (seco) 1,00 0,80 Borracha com concreto (úmido) 0,30 0,25 Quando para t=0 começamos sem nenhuma força aplicada (T=0) e gradualmente aumentamos a força, ocorrerá uma pequena variação de força de atrito, conforme indicado na Figura Em alguns casos, as superfícies podem alternadamente aderir (atrito estático) e deslizar (atrito cinético). Ex: giz numa posição errada sobre o quadro negro, som do violino...
6 Exercício 11: Atrito em um movimento horizontal. Uma empresa de entrega acaba de descarregar na calçada em frente a sua casa um engradado de 500N com equipamento de ginástica (Figura 5.18a). Você verifica que para começar o movimento até a porta da sua casa você precisa aplicar uma força horizontal de módulo igual a 230N. Depois da quebra do vínculo e de iniciado o movimento, você necessita apenas de 200N para manter o movimento com velocidade constante. (a)qual é o coeficiente de atrito estático e o coeficiente de atrito cinético? (b) Qual é a força de atrito se o engradado está em repouso sobre uma superfície, e uma força horizontal de 50N é aplicada sobre ele? (a: s = 0,46 e C = 0,40; b: fs = 50N) 6
7 7 Exercício 12: No exercício 11, suponha que você tente mover o engradado amarrando uma corda em torno dele e puxando a corda para cima com um ângulo de 30 o com a horizontal (Figura 5.19a). Qual a força que você deve fazer para manter o movimento com velocidade constante? O esforço que você faz é maior ou menor do que quando aplica uma força horizontal? Supor w = 500N e c = 0,40. ( T = 188N,N = 406N) Exercício 13: Movimento de um tobogã com atrito I: Um tobogã possui um atrito cinético c sendo que sua inclinação é apenas suficiente para que o tobogã se desloque com velocidade constante. Deduza uma expressão para o ângulo de inclinação em função de w e de c. ( c = tan)
8 Exercício 14: Movimento de um tobogã com atrito II: Qual seria a solução do exercício 13 considerando o mesmo tobogã, porém uma inclinação mais íngreme? Agora o tobogã se acelera. Deduza uma expressão para aceleração em termos de g,, c e w. (ax = g.(sen - c.cos) ) 8 Atrito de rolamento É mais fácil mover um armário cheio sobre um carrinho com rodas do que arrasta-lo sobre o piso Quanto é mais fácil? Podemos definir um coeficiente de rolamento r, como uma força horizontal necessária para um deslocamento com velocidade constante sobre uma superfície plana dividida pela força normal de baixo para cima exercida pela superfície. Os engenheiros de transporte chamam r de resistência a tração. Valores típicos de r, são 0,002 a 0,003 para rodas de aço sobre trilhos de aço e 0,001 a 0,002 para pneus de borracha sobre concreto. Esses valores mostram a razão pela qual um trem que se desloca sobre trilhos gasta muito menos combustível do que um caminhão em uma auto-estrada. Exercício 15: Movimento com atrito de rolamento: O peso de um carro comum é cerca de 12000N. Se o coeficiente de atrito de rolamento for r = 0,010, qual a força horizontal necessária para deslocar este carro com velocidade constante em uma estrada plana? Despreze a resistência do ar. (fr = 120N) Resistência de um fluido e velocidade terminal Se você colocar sua mão para fora da janela de um carro que se move com alta velocidade, ficará convencido da existência da resistência de um fluido, a força que um fluido (um gás ou um líquido) exerce sobre o corpo que se move em seu seio. O corpo que se move exerce uma força sobre o fluido para afastalo do caminho. Pela terceira lei de Newton, o fluido exerce sobre o corpo uma força igual e contrária. O módulo da força da resistência de um fluido normalmente cresce com a velocidade do corpo através do fluido. Para baixas velocidades (menores que a velocidade de uma bola de tênis no ar), o módulo f da força de resistência de um fluido é aproximadamente proporcional à velocidade do corpo v: f = k. v (resistência de um fluido para baixas velocidades) onde k é um fator de proporcionalidade que depende da forma e do tamanho do corpo e das propriedades do fluido. Para velocidades maiores, a força é aproximadamente proporcional a v 2. Ela é então chamada de arraste do ar, ou simplesmente arraste. Aviões, gotas de água caindo e carros que se movem com velocidades elevadas, todos sofrem a ação do arraste do ar. f = D. v 2 (resistência de um fluido para altas velocidades) O fator de proporcionalidade D depende da forma e do tamanho do corpo e da densidade do ar. Por causa dos efeitos da resistência do fluido, um objeto caindo em um fluido não terá aceleração constante. Para descrever seu movimento devemos aplicar a segunda lei de Newton (Fr = m.g + (-k.v) = m.a). Por exemplo, caso você deixe cair uma pedra num lago profundo (baixa velocidade) a velocidade final v t (quando a=0), denominada velocidade terminal, é dada por: v t = (m.g)/k (velocidade terminal, resistência do fluido f = k.v) Para um objeto caindo no ar com velocidade elevada, a velocidade terminal é dada por: v t = raiz quadrada (m.g)/d (velocidade terminal, resistência do fluido f = D. v 2 )
9 Exercício 16: Velocidade terminal de um pára-quedista. Para um corpo humano caindo no ar em posição horizontal, o valor da constante D é aproximadamente 0,25 kg/m. Considerando um pára-quedista de 80,0 kg, a sua velocidade terminal é: (56 m/s) 3) Dinâmica do Movimento Circular Para uma partícula que se desloca ao longo de uma circunferência com velocidade escalar constante, a aceleração é sempre orientada para o centro do círculo (perpendicular a velocidade instantânea) O módulo a rad da aceleração centrípeta é constante, sendo dado em termo da velocidade v e do raio R por: a rad = v 2 /R A velocidade v é dada em função do comprimento da circunferência (2..R) e o período T. v = (2..R)/T O movimento circular uniforme, como qualquer movimento de uma partícula, é governado pela segunda lei de Newton. A aceleração da partícula orientada para o centro deve ser produzida por alguma força, ou diversas forças, tais que a soma vetorial (força resultante F rad ) seja um vetor sempre orientado para o centro do círculo. O módulo da força radial (F rad ) é dado por: F rad = m.a rad = (m.v 2 )/R 9 Exercício 16: Força no movimento circular uniforme. Uma pequena caixa de plástico com massa de 0,300 kg se desloca com movimento circular uniforme em um plano horizontal sem atrito, como o de uma mesa de ar (figura 5.26a). A caixa está segura por uma corda de 0,140 m de comprimento presa a um pino fixado na superfície. Se a caixa completa duas revoluções por segundo, ache a força F exercida sobre ela pela corda. (F=6,63N)
10 Exercício 17: Contorno de uma curva. O carro está fazendo uma curva plana com raio R. Se o coeficiente de atrito entre os pneus e a estrada for igual s, qual a velocidade máxima vmáx com a qual o carro pode completar a curva sem deslizar? 10 Exercício 18: Movimento circular uniforme em um círculo vertical. Um passageiro na roda-gigante de um parque de diversões se move em um círculo vertical de raio R com velocidade v. Supondo que o assento permaneça sempre na vertical durante o movimento, deduza relações para a força que o assento exerce sobre o passageiro no topo do círculo e em seu ponto inferior.
11 11 Exercícios para entregar no dia da segunda avaliação: 01) Ache a tensão em cada corda da figura abaixo, sabendo que o peso suspenso w = 100N. (Ta = 73,2N e Tb = 89,2N) curso para cima, de modo que o avião passa a descrever um círculo vertical. a) Se a velocidade do avião na base do círculo for igual a 95,0 m/s, qual será o raio mínimo do círculo para que a aceleração não supere 4 vezes a aceleração da gravidade? b) Qual é seu peso aparente neste ponto? (a) 230m (b) 2450N 02) Dois blocos, cada um com peso w = 100N, são mantidos em equilíbrio em um plano inclinado sem atrito. Sabendo que o ângulo = 30 o, determine: a) a tensão na corda que conecta os dois blocos; b) a tensão na corda que conecta o bloco A com a parede; c) Calcule o módulo da força que o plano inclinado exerce sobre cada bloco; d) Interprete suas respostas para os casos = 0 e = 90 o. a) 50N, b) 100N, c) 87N 03) Duas caixas estão ligadas por uma corda sobre uma superfície horizontal. A caixa A possui massa m a = 10kg e a caixa B possui massa m b = 10kg. O coeficiente de atrito cinético C = 0,40. As caixas são empurradas para a direita com uma velocidade constante F. a) Calcule o módulo da força F; b) a tensão na corda que conecta os blocos. (a) 98N (b) 39,2N 04) No exercício 10, calcule a aceleração e atração no fio, caso o coeficiente de atrito cinético entre o cavaleiro de massa m 1 e o trilho de ar seja de C = 0,10. a=8m/s 2 ; T=9N (aproximadamente) 05) Uma mulher de 50,0 kg pilota um avião mergulhando verticalmente para baixo e muda o
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