CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO. Exercício Escolar 1 - Solução

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA DEPARTAMENTO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO. Exercício Escolar 1 - Solução"

Transcrição

1 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 1 CENRO DE CIÊNCIAS EXAAS E DA NAUREZA DEPARAMENO DE FÍSICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Exercício Escolar 1 - Solução Questão 1: Pistão em uma câmara adiabática Um cilindro de seção transversal S está dividido em duas câmaras separadas por um pistão que pode se mover sem atrito. O pistão e as paredes do cilindro são isolantes térmicos (paredes adiabáticas). Inicialmente o pistão está travado com cada câmara tendo altura L, contendo um gás ideal monoatômico com mesmo número de moléculas, N, em estados de equilíbrio, porém com pressões 3p 0 e p 0, conforme esquematizado na figura abaixo: L L 3p 0 p 0 d O pistão é relaxado permitindo que o gás da câmara esquerda empurre o pistão para a direita de maneira quasi-estática até alcançar a posição de equilíbrio d. (a) (,0 pontos) Descreva e justifique a natureza do processo termodinâmico que ocorre em cada gás até o pistão alcançar a posição de equilíbrio. Obtenha a equação que governa a pressão e o volume nesse processo. (b) ( 1,0 pontos) Determine a posição final de equilíbrio d do pistão. (c) ( 0,5 pontos) Qual a pressão final em cada câmara?

2 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 Questão : gás não-ideal A equação de estado para um gás não-ideal é dada por P N k n b a N onde N é o número de moléculas, e a, b e k são constantes. (a) (1,0 pontos) Use a primeira e a segunda Lei da ermodinâmica para obter o diferencial do energia interna U em termos de d e d. Expresse sua resposta em termos das grandezas acima mencionadas, de, e da capacidade calorífica C. (b) (1,0 pontos) Mostre que C é independente do volume para este gás, isto é, mostre que C (c) (0,5 pontos) Supondo que C é também independente da temperatura encontre a expressão para a entropia S(, )do gás. 0. Questão 3: caminhante aleatório discreto em 1-d Considere um caminhante aleatório em uma rede 1-d de espaçamento a 1 cuja probabilidade de dar um passo para a direita é p. (a) ( 3,0 pontos) Encontre a função densidade de probabilidade P(d, N)do caminhante estar na posição x d após N passos, em relação ao ponto de partida. Calcule o valor médio do deslocamento d a variânciaσ d. (b) ( 1,0 pontos) Considere o caso em que p 1/ e defina o deslocamento relativo y d/n. Use a aproximação de Stirling e mostre que P(d, N) P(y) se aproxima de uma f.d.p. gaussiana na variável y, no limite N>> 1. Identifique a média e variância da gaussiana. Questão 4 (bônus): erceira Lei da ermodinâmica ( 1,0 pontos) Enuncie a terceira Lei da ermodinâmica, comente seu significado físico e possíveis consequências.

3 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 3 Questão 1 - solução (a) Em um sistema fechado e isolado, a primeira Lei estabelece du dq d W ou seja, a variação da energia é igual à soma do calor recebido e do trabalho realizado pelo sistema, o qual, no caso do gás é d W P d du dq P d onde P é a pressão e, o volume. Como o processo em cada câmara é reversível e adiabático (isentrópico), i.e. sem troca de calor então dq 0 e em decorrência d S dq rev / 0. Como o sistema é fechado, termicamente isolado e acoplado mecanicamente ao exterior para fazer variar a posição da parede interna é conveniente calcular a variação da entalpia(h U+ ), i.e d H du+ P d + d P d H d P onde usamos que du P d. Por outro lado, para qualquer transformação reversível em um gás ideal temos du nc d e d H nc P d nc d n P d e nc P d d P γ C P C d P P γ d ln P γ ln+ ln (Constante) d P P d ou P γ Constante, onde γ 5 3 (b) Usando a equação de estado P γ Constante, obtida em (a) para cada gás em sua partição, ao longo da transformação isentrópica teremos p 0 γ 0 C 1 e p 1f γ 1 C 1 (gás da direita) 3p 0 γ 0 C e p f γ f C (gás da esquerda) Ao alcançar o equilíbrio teremos p 1f p f p f e 1f 0 S d, f 0 + S d

4 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 4 Logo, substituindo acima resulta p f ( 0 S d) γ p 0 γ 0 e p f ( 0 + S d) γ 3p 0 γ 0 Dividindo lado-a-lado, e usando que 0 S L resulta L+ d L d 31/γ ( 5 ) 3/5 8, L+ d 8(L d) d 7 L 0, 77...L 9 (c) A pressão final será portanto, e.g. na equação do gás da direita, γ 0 γ 0 L γ 9 5/3 p f p 0 p 0 p 0 p f p 0 1, 6 p 0 1f 0 S d L 7L/9 Questão : solução (a) Da primeira Lei temos du dq d W, enquanto da segunda Lei temos d S dq/ (processos reversíveis). Para o gás o trabalho realizado pelo gás é escrito como d W P d. Logo, temos du d S p d Como desejamos obter du(, ) precisamos escrever d S em termos de(, ), i.e. S S d S d + d e substituir na expressão de du, resultando S du Identifica-se então S d + P d S C Usando a relação de Maxwell para calcular a segunda derivada em du teremos: S P S onde a equação de estado foi utilizada. Finalmente substituindo em du resulta N k N b du C d + a N d

5 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 5 (b) emos então C U ComoU(, ) é uma função de estado i.e. possui diferencial exato a ordem da derivação pode ser alternada, ou seja: C U Identificando U no resultado do item(a) obtemos C a N 0 (c) O diferencial da entropia escrito acima é: S S d S d + d e pode ser reescrito com auxílio da relação de Maxwell supramencionada. i.e. d S C P d + d C N K d + d N b Considerando que C é constante independente de, o diferencial da entropia pode ser integrado desde um estado de referencia(s 0, 0, 0 ) resultando em: N b S S 0 + C ln + N k ln 0 0 N b Questão 3 - solução (a) Sejam nnúmero de passos para direita( ˆx 0) e m número de passos para esquerda ( ˆx 0). Para uma caminhada de N passos com tamanho final d temos: d n m com n+ m N d n N A probabilidade que ocorra uma dada caminhada de tamanho d será p(d, N)p n (1 p) m p n (1 p) N n p (N+d)/ (1 p) (N d)/ enquanto a probabilidade que ocorra qualquer caminhada de tamanho d, independentemente da ordem dos passos, será: P(d, N) N! n!m! p n (1 p) N n N! ((N+ d)/)!((n d)/)! p(n+d)/ (1 p) (N d)/

6 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 6 O valor médio de d será d N N (n N)P(d, N) np(d, N) N n N n0 n0 A média de n pode ser obtida diretamente da expressão: Logo n p p N N! n!m! p n q N n p p [p+ q]n N p(p+ q) N 1 N p }{{} n0 1 d N p N d (p 1)N A variânciaσ d d d pode ser obtida de maneira análoga, i.e. Finalmente d (n N) 4n 4nN+ N 4 n 4N n +N onde n p p p p [p+ q]n p p N p(p+ q)n 1 N p[(p+ q) N 1 +(N 1)p(p+ q) N ] n Np+ N p(p 1) d 4[N p+ N(N 1)p ] 4N[(p 1)N]+N 4N p 8N p+ N + 4N p σ d d d 4(N 1)N p (b) A fórmula de Stirling nos dá ln N! N ln N N. omando o logaritmo de P(d, N) teremos: N! ln P(d, N) ln n!m! p n (1 p) m Redefinindo N lnn N n lnn+ n m ln m+ n ln p+ m ln(1 p) N lnn n ln n m lnm+ n lnp+ m ln(1 p) n 1 (N+ d) N (1+ y) e m1 (N d) N (1 y) com yd N

7 FIS 715 Mecânica Estatística Lista de Exercícios 1 7 teremos ln P(d, N) N lnn N (1+ y) ln N (1+ y) N (1 y) ln N (1 y) + + N (1+ y) lnp+n (1 y) ln(1 p) N lnn N (1+ y)[ln N+ ln(1+ y) ln lnp] N (1 y)[ln N+ ln(1 y) ln ln(1 p)] N ln N [(1+ y) ln(1+ y)+(1 y) ln(1 y)]+ + N [ln[p(1 p)]+ y ln[p/(1 p)]] No regime N 1 devemos expandir a expressão acima em potências e y usando ln(1± y) ±y y +... resulta ln P(d, N) N ln N ln[p(1 p)] N (1+ y) y y +... (1 y) y+ y y ln[p/(1 p)] ln P(d, N) N ln+ N ln[p(1 p)]+ N y ln[p/(1 p)] N y + O y 4 Retornando à variável d e fazendo p 1/ resulta: ln P(d, N) N 1 d N P(d) e d /N

Interpretação microscópica da entropia

Interpretação microscópica da entropia Interpretação microscópica da entropia (entropia, probabilidade e desordem) Ω probabilidade termodinâmica (ou estatística) de um certo estado -A probabilidade estatística de um estado é uma medida da desordem

Leia mais

CAPÍTULO 6 Princípios de mínimo nas representações de Legendre

CAPÍTULO 6 Princípios de mínimo nas representações de Legendre UFABC - BC0205 Princípios de Termodinâmica - Curso 2015.2 Prof. Germán Lugones Composition, Piet Mondrian (1916) CAPÍTULO 6 Princípios de mínimo nas representações de Legendre o A transformação de Legendre

Leia mais

Halliday Fundamentos de Física Volume 2

Halliday Fundamentos de Física Volume 2 Halliday Fundamentos de Física Volume 2 www.grupogen.com.br http://gen-io.grupogen.com.br O GEN Grupo Editorial Nacional reúne as editoras Guanabara Koogan, Santos, Roca, AC Farmacêutica, LTC, Forense,

Leia mais

DO GAS IDEAL. W = Fdx = P Adx = PdV. P a. Assim, se imaginarmos o gás expandindo-se de um volume V 1 até um volume V 2, o trabalho total realizado é:

DO GAS IDEAL. W = Fdx = P Adx = PdV. P a. Assim, se imaginarmos o gás expandindo-se de um volume V 1 até um volume V 2, o trabalho total realizado é: 65 TERMODINÂMICA DO GAS IDEAL 4 4. Introdução Consideremos um gás ideal contido num cilindro com pistão como mostrado na Fig. 4.. Mediante a movimentação de êmbolo, é possível comprimir ou expandir tal

Leia mais

2/Mar/2016 Aula 4. 26/Fev/2016 Aula 3

2/Mar/2016 Aula 4. 26/Fev/2016 Aula 3 6/Fev/016 Aula 3 Calor e Primeira Lei da Termodinâmica Calor e energia térmica Capacidade calorífica e calor específico Calor latente Diagrama de fases para a água Primeira Lei da Termodinâmica Trabalho

Leia mais

FÍSICA MÓDULO 19 ENTROPIA. Professor Ricardo Fagundes

FÍSICA MÓDULO 19 ENTROPIA. Professor Ricardo Fagundes FÍSICA Professor Ricardo Fagundes MÓDULO 19 ENTROPIA ENTROPIA, UMA BREVE ANÁLISE MICROSCÓPICA A figura abaixo mostra como duas moléculas podem se organizar um uma região de volume total V, com uma fresta.

Leia mais

Teoria Cinética dos Gases

Teoria Cinética dos Gases CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA II Teoria Cinética dos Gases Prof. Bruno Farias Introdução Termodinâmica é o estudo das transformações

Leia mais

Física Estatística. Introdução. Vitor Oguri

Física Estatística. Introdução. Vitor Oguri Física Estatística Introdução Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 20 de

Leia mais

Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica III. Entropia e Pressão. Marcos Moura & Carlos Eduardo Aguiar

Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica III. Entropia e Pressão. Marcos Moura & Carlos Eduardo Aguiar UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Instituto de Física Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física Mestrado Profissional em Ensino de Física Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física Entropia

Leia mais

Condições de equilíbrio

Condições de equilíbrio UFABC - BC0205 Princípios de Termodinâmica - Curso 2015.2 Prof. Germán Lugones CAPÍTULO 2 Condições de equilíbrio Paul Klee, Highways and Byways (1929) Parâmetros intensivos Diferenciando a equação fundamental

Leia mais

Questão 1. Assinale com um x na lacuna V se julgar que a afirmativa é verdadeira e na lacuna F se julgar que é falsa. [2,0]

Questão 1. Assinale com um x na lacuna V se julgar que a afirmativa é verdadeira e na lacuna F se julgar que é falsa. [2,0] Universidade Federal do Espírito Santo Centro de Ciências Exatas Departamento de Física FIS966 Física Prof. Anderson Coser Gaudio Prova 3/3 Nome: Assinatura: Matrícula UFES: Semestre: 3/ Curso: Física

Leia mais

UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. Aula 7: Capacidades caloríficas de gases ideais, processos adiabáticos, equipartição da energia.

UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. Aula 7: Capacidades caloríficas de gases ideais, processos adiabáticos, equipartição da energia. UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones Aula 7: Capacidades caloríficas de gases ideais, processos adiabáticos, equipartição da energia. Energia interna de um gás ideal Energia interna: Do ponto

Leia mais

Mestrado e Doutorado em Física

Mestrado e Doutorado em Física UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO FUNDAÇÃO Instituída nos termos da Lei nº 5.152, de 21/10/1996 São Luís Maranhão CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA Exame de Seleção

Leia mais

MODELAGEM MATEMÁTICA DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS

MODELAGEM MATEMÁTICA DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS Modelagem Matemática de Sistemas Pneumáticos MODELAGEM MATEMÁTICA DE SISTEMAS PNEUMÁTICOS INTRODUÇÃO Os sistemas pneumáticos são sistemas fluidos que usam principalmente o ar como meio para a transmissão

Leia mais

Dedução da termodinâmica no conjunto microcanónico MEFT, IST. Areyoureallysurethatafloorcan talsobeaceiling? M. C. Escher

Dedução da termodinâmica no conjunto microcanónico MEFT, IST. Areyoureallysurethatafloorcan talsobeaceiling? M. C. Escher Física estatística Dedução da termodinâmica no conjunto microcanónico MEFT, IST Areyoureallysurethatafloorcan talsobeaceiling? M. C. Escher Dedução da termodinâmica Definimos a entropia no conjunto microcanónico

Leia mais

CAPÍTULO 4 Processos e máquinas térmicas

CAPÍTULO 4 Processos e máquinas térmicas Black Circle, Sir Terry Frost UFABC - BC0205 Princípios de Termodinâmica - Curso 2015.2 Prof. Germán Lugones CAPÍTULO 4 Processos e máquinas térmicas Processos quasestáticos A equação fundamental de um

Leia mais

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Departamento de Estudos Básicos e Instrumentais 4 Termodinâmica Física II Ferreira 1 ÍNDICE 1. Conceitos Fundamentais; 2. Sistemas Termodinâmicos; 3. Leis da

Leia mais

AULA 8 Teoria Cinética dos Gases II

AULA 8 Teoria Cinética dos Gases II UFABC - BC0205 Prof. Germán Lugones AULA 8 Teoria Cinética dos Gases II James Clerk Maxwell 1831-1879 A Distribuição de Velocidades Moleculares A velocidade média quadrática V rms nos fornece uma ideia

Leia mais

UFABC - BC Prof. Germán Lugones. AULA 9 Teoria Cinética dos Gases III

UFABC - BC Prof. Germán Lugones. AULA 9 Teoria Cinética dos Gases III UFABC - BC0205 - Prof. Germán Lugones AULA 9 Teoria Cinética dos Gases III Graus de liberdade e Calores Específicos Molares A previsão de que c v = 3/2 R concorda com o experimento para gases monoatômicos,

Leia mais

S em processos reversíveis (lentos) e irreversíveis (abruptos) Reservatório (R)

S em processos reversíveis (lentos) e irreversíveis (abruptos) Reservatório (R) S em processos reversíveis (lentos) e irreversíveis (abruptos) gás (g) Reservatório (R) Em processos abruptos, não há estados de equilíbrio entre os estados i e f. Não há como calcular W (i) emos que inferir

Leia mais

Aula 4 A 2ª Lei da Termodinâmica

Aula 4 A 2ª Lei da Termodinâmica Universidade Federal do ABC P O S M E C Aula 4 A 2ª Lei da Termodinâmica MEC202 As Leis da Termodinâmica As leis da termodinâmica são postulados básicos aplicáveis a qualquer sistema que envolva a transferência

Leia mais

FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2

FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2 FUNÇÕES DE ESTADO TERMODINÂMICAS: ENTALPIA E ENERGIA LIVRE Parte 2 [texto baseado nas seções 3.5, 3.6 e 3.9 de Physical Chemistry, P. Atkins e J. de Paula, Freeman 2006] As energias livres de Helmholtz

Leia mais

20/Mar/2015 Aula 9. 18/Mar/ Aula 8

20/Mar/2015 Aula 9. 18/Mar/ Aula 8 18/Mar/2015 - Aula 8 Diagramas TS Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica; formulações de Clausius e de Kelvin-Planck Segunda Lei da Termodinâmica e reversibilidade Gases reais (não-ideais) Equação de

Leia mais

Física do Calor. Entropia e Segunda Lei II

Física do Calor. Entropia e Segunda Lei II 4300159 Física do Calor Entropia e Segunda Lei II C A = C B = C A B f f A > B ds = dq rev S A = R dq rev = C A R f A d = C ln f A < 0 S B = R dq rev = C B R f B d = C ln f B > 0 S sis = S A + S B = C ln

Leia mais

TERMODINÂMICA 3 INTRODUÇÃO AO 2º PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA

TERMODINÂMICA 3 INTRODUÇÃO AO 2º PRINCÍPIO DA TERMODINÂMICA 3 INRODUÇÃO AO º PRINCÍPIO DA ERMODINÂMICA 3. O ciclo de Carnot (84). ERMODINÂMICA Investigou os princípios que governam a transformação de energia térmica, calor em energia mecânica, trabalho. Baseou

Leia mais

Cap. 20 A Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica

Cap. 20 A Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica Cap. 20 A Entropia e a Segunda Lei da Processos Irreversíveis e Entropia; Variação de Entropia; A Segunda Lei da ; Entropia no Mundo Real: Máquinas Térmicas; Entropia no Mundo Real: Refrigeradores; Eficiência

Leia mais

Entropia e Segunda Lei

Entropia e Segunda Lei Entropia e Segunda Lei BC0205 Roosevelt Droppa Jr. roosevelt.droppa@ufabc.edu.br Entropia e Segunda Lei Sentido de um processo Desordem no processo Conceito de entropia Entropia em proc. reversíveis e

Leia mais

2ª LEI, ENTROPIA E FORMALISMO TERMODINÂMICO. 1) Um gás perfeito de capacidades térmicas constantes. , ocupando inicialmente o volume V 0,

2ª LEI, ENTROPIA E FORMALISMO TERMODINÂMICO. 1) Um gás perfeito de capacidades térmicas constantes. , ocupando inicialmente o volume V 0, ermodinâmica Ano Lectivo 00/0 ª LEI, ENROIA E FORMALISMO ERMODINÂMIO ) Um gás perfeito de capacidades térmicas constantes p =, ocupando inicialmente o volume 0, expande-se adiabaticamente até atingir o

Leia mais

Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos)

Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos) Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Física Disciplina: Física II-A (FIT122) 2018.2 Data: 03/10/2018 Segunda Prova - Questões objetivas (0,7 pontos) 1. Um cilindro fechado por um êmbolo

Leia mais

Termodinâmica. Prof.: POMPEU

Termodinâmica. Prof.: POMPEU 1. DEFINIÇÃO A estuda a relação entre calor e trabalho que um sistema (por exemplo, um gás) troca com o meio exterior. 2. ENERGIA INTERNA (U) É a soma das várias formas de energia das moléculas que constituem

Leia mais

6.5 Equilíbrio e estabilidade em sistemas termodinâmicos

6.5 Equilíbrio e estabilidade em sistemas termodinâmicos 6.5 Equilíbrio e estabilidade em sistemas termodinâmicos O segundo postulado estabelece que, ao se remover um vínculo interno de um sistema composto, os parâmetros extensivos assumem valores tais que maximizam

Leia mais

2ª Lei da Termodinâmica. Prof. Matheus Fontanelle Pereira

2ª Lei da Termodinâmica. Prof. Matheus Fontanelle Pereira 2ª Lei da Termodinâmica Prof. Matheus Fontanelle Pereira Introdução Trabalho poderia ser obtido. Oportunidades de gerar trabalho Qual é o máximo valor teórico do trabalho que poderia ser obtido? Quais

Leia mais

Termodinâmica e Estrutura da Matéria 2013/14

Termodinâmica e Estrutura da Matéria 2013/14 Termodinâmica e Estrutura da Matéria 213/14 (LMAC, MEFT, MEBiom) Responsável: João P Bizarro Práticas: Eduardo Castro e ítor Cardoso Departamento de Física, Instituto Superior Técnico Resolução de exercícios

Leia mais

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Teoria Cinética do Gases

Universidade Federal do Pampa UNIPAMPA. Teoria Cinética do Gases Universidade Federal do ampa UNIAMA Teoria inética do Gases 7.alores específicos molares de um gás ideal A quantidade de gás ideal é medida pelo número de moles n, em vez da massa m O gás é submetido

Leia mais

( ) À quantidade ρ gh dá se o nome de pressão osmótica da solução. Animação

( ) À quantidade ρ gh dá se o nome de pressão osmótica da solução. Animação DIFUSÃO ATRAVÉS DE MEMBRANAS Já através de uma membrana o fluxo total de partículas é descrito através da equação, sendo P a permeabilidade da membrana àquela molécula: J = P ( ) C 1 C 2 A figura seguinte

Leia mais

1 Entropia empírica e entropia métrica

1 Entropia empírica e entropia métrica 1 Entropia empírica e entropia métrica Remark 1 Este conteúdo foi retirado do livro: H.A. Buchdahl, The Concepts of Classical Thermodynamics (Cambridge Univ. Press, 2009) Como vimos no caso da lei zero,

Leia mais

Apresentar os conceitos fundamentais da termodinâmica estatística e como aplicá-los as propriedades termodinâmicas vista até então.

Apresentar os conceitos fundamentais da termodinâmica estatística e como aplicá-los as propriedades termodinâmicas vista até então. Introdução À Termodinâmica Estatística Aula 15 Meta Apresentar os conceitos fundamentais da termodinâmica estatística e como aplicá-los as propriedades termodinâmicas vista até então. Objetivos Ao final

Leia mais

Reservatório a alta temperatura T H. Ciclos reversíveis

Reservatório a alta temperatura T H. Ciclos reversíveis 15/Mar/017 Aula 6 Ciclos termodinâmicos reversíveis Diagrama P e eficiência do Ciclo de Carnot Ciclo de Otto (motores a gasolina): processos e eficiência Ciclo de Diesel: processos, eficiência e trabalho

Leia mais

Física do Calor. Entropia II

Física do Calor. Entropia II 4300159 Física do Calor Entropia II Entropia, Processos Reversíveis e Irreversíveis Os processos naturais são irreversíveis. Apenas processos idealizados que ocorrem na condição de quase equilíbrio (processos

Leia mais

Termodinâmica 4. Alexandre Diehl. Departamento de Física - UFPel

Termodinâmica 4. Alexandre Diehl. Departamento de Física - UFPel Termodinâmica 4 Alexandre Diehl Departamento de Física - UFPel Consequências do experimento de Joule As paredes do recipiente contendo água eram isolantes. O trabalho realizado pelas pás sobre o sistema

Leia mais

Reservatório a alta temperatura T H. Ciclos reversíveis

Reservatório a alta temperatura T H. Ciclos reversíveis 9/Mar/016 Aula 6 Ciclos termodinâmicos reversíveis Diagrama P e eficiência do Ciclo de Carnot Ciclo de Otto (motores a gasolina): processos e eficiência Ciclo de Diesel: processos, eficiência e trabalho

Leia mais

18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA

18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA FÍSICA Professor Ricardo Fagundes MÓDULO 18 1ª LEI DA TERMODINÂMICA 1ª LEI DA TERMODINÂMICA Energia interna (U): a energia interna de um gás é a soma das energias cinéticas das partículas que o compõe

Leia mais

Problemas - Segunda parte

Problemas - Segunda parte Capítulo 18 Problemas - Segunda parte 18.1 Capacidade calorífica pela eqüipartição 1. Considere um sólido monoatômico, em que a força intramolecular é do tipo harmônica. Mostre que a capacidade calorífica

Leia mais

Neste modelo o gás é estudado de uma forma microscópica, onde a temperatura, a pressão e a. o resultado do movimento dos átomos e moléculas.

Neste modelo o gás é estudado de uma forma microscópica, onde a temperatura, a pressão e a. o resultado do movimento dos átomos e moléculas. TEORIA CINÉTICA Neste modelo o gás é estudado de uma forma microscópica, onde a temperatura, a pressão e a energia interna são interpretadas como o resultado do movimento dos átomos e moléculas. Pressão

Leia mais

18/Mar/2016 Aula 9. 16/Mar/ Aula 8

18/Mar/2016 Aula 9. 16/Mar/ Aula 8 16/Mar/2016 - Aula 8 Gases reais (não-ideais) Equação de van der Waals Outras equações de estado Isotérmicas, diagramas e transições de fase Constantes críticas. Diagramas PT e PT 18/Mar/2016 Aula 9 Processos

Leia mais

Termoestatística. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica

Termoestatística. Entropia e Segunda Lei da Termodinâmica 4300259 ermoestatística Entropia e Segunda Lei da ermodinâmica Entropia A variação de entropia (ds) de um sistema à temperatura que troca calor dq quase estaticamente (reversivelmente) é definida como:

Leia mais

DEGGE, 2012 Pedro M A Miranda Termodinâmica Aplicada Exame 2

DEGGE, 2012 Pedro M A Miranda Termodinâmica Aplicada Exame 2 DEGGE, 2012 Pedro M A Miranda Termodinâmica Aplicada Exame 2 Justifique, sucintamente, todos os cálculos e aproximações. Parte 1 1. O comporta-se como um gás de van der Waals com. Considere um dispositivo

Leia mais

Física do Calor Licenciatura: 4ª Aula (19/08/2015)

Física do Calor Licenciatura: 4ª Aula (19/08/2015) Física do Calor Licenciatura: 4ª ula (19/08/015) Prof. lvaro annucci imos, na última aula: Definição de massa molecular, que corresponde à massa de 1 mol da substância: M M m N Nos processos que envolvem

Leia mais

UFABC - BC0205 -Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. AULA 12 Uma visão estatística da entropia

UFABC - BC0205 -Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. AULA 12 Uma visão estatística da entropia UFABC - BC0205 -Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones AULA 12 Uma visão estatística da entropia Em aulas anteriores vimos que as propriedades macroscópicas dos gases podem ser explicadas em termos do

Leia mais

Os Ensembles Caps. 4, 5, 7 do Salinas

Os Ensembles Caps. 4, 5, 7 do Salinas Os Ensembles Caps. 4, 5, 7 do Salinas ensemble = conjunto, coleção de sistemas em condições idênticas ao sistema que queremos estudar FFI319 - Física Estatística 20 27 de Setembro p. 1 Microcanônico Micro-estados

Leia mais

FIS-14 Mecânica I. Ronaldo Rodrigues Pela

FIS-14 Mecânica I. Ronaldo Rodrigues Pela FIS-14 Mecânica I Ronaldo Rodrigues Pela Objetivos Visão geral: Termodinâmica e Mecânica Velocidade rms Equipartição da Energia e calor específico Origem microscópica da distribuição de Maxwell-Boltzmann

Leia mais

Balanço de Energia. Conceitos Básicos

Balanço de Energia. Conceitos Básicos Balanço de Energia Conceitos Básicos Sistema: arte de equipamento ou porção de material, escolhida arbitrariamente, onde a observação dos fenômenos é feita. Um sistema é delimitado por fronteiras. Um sistema

Leia mais

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO

LISTA DE EXERCÍCIOS 3º ANO Condições iniciais do gás: v0 vp0 pè0 è Condições finais do gás: vf 0,v p f? èf è Letra E p0 v0 pf vf p v pf 0, v p f 2 èo èf è è p0 a) Como foi informado que o processo ocorre em temperatura constante,

Leia mais

Processos Irreversíveis

Processos Irreversíveis Processos Irreversíveis Objeto solto de uma altura h v = 0 2gh Objeto lançado com velocidade V em superfície com atrito V V = 0 O que há de comum em todos os fenômenos irreversíveis? Movimentos organizados

Leia mais

Problemas de Física Estatística e Termodinâmica

Problemas de Física Estatística e Termodinâmica 1 Problemas de Física Estatística e Termodinâmica Todas as grandezas físicas se supõem expressas no Sistema Internacional de Unidades. 1. Uma variável aleatória y pode tomar valores no conjunto {1,2,3,4,5}

Leia mais

1 Q1, Entropia e equilíbrio termodinâmica

1 Q1, Entropia e equilíbrio termodinâmica Dever de Casa it Quinta feira, 18 de novembro, anno Domini MMX 1 Q1, Entropia e equilíbrio termodinâmica nome : Jefferson Xavier de Mello, Entregar 29/1/21 1.1 Enunciado Considere o sistema formado por

Leia mais

UTFPR Termodinâmica 1 Avaliando Propriedades Termodinâmicas

UTFPR Termodinâmica 1 Avaliando Propriedades Termodinâmicas UFPR ermodinâmica 1 Avaliando Propriedades ermodinâmicas Princípios de ermodinâmica para Engenharia Capítulo 3 Parte 3 Compressibilidade - Constante Universal dos Gases Considere um gás confinado em um

Leia mais

Considere o ciclo de potência representado na figura seguinte com três reservatórios de energia identificados como R H, R M, R C.

Considere o ciclo de potência representado na figura seguinte com três reservatórios de energia identificados como R H, R M, R C. Termodinâmica I Ano Lectivo 2007/08 1º Ciclo-2ºAno/2º semestre (MEMec,LEAMB,LEAR,LENAV) 1º Exame, 21/Junho /2008 P1 Nome: Nº Sala Problema 1 (2v+2v+1v) Considere o ciclo de potência representado na figura

Leia mais

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785

Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 Mecânica I (FIS-14) Prof. Dr. Ronaldo Rodrigues Pelá Sala 2602A-1 Ramal 5785 rrpela@ita.br www.ief.ita.br/~rrpela Mecânica Mecânica: estuda o estado de movimento (ou repouso) de corpos sujeitos à ação

Leia mais

Ensemble Grande Canônico

Ensemble Grande Canônico UFABC - NANHT3036-15SA - Mecânica Estatística Curso 017. Prof. Germán Lugones CAPÍTULO 5 Ensemble Grande Canônico 1 Sistema em contato com um reservatório Vamos procurar um ensemble que seja apropriado

Leia mais

REVISÃO. Avaliação do Conceito de Entalpia

REVISÃO. Avaliação do Conceito de Entalpia ERMODINÂMICA RACIONAL REIÃO Avaliação do Conceito de Entalpia Existe uma certa confusão na conceituação de entalpia, principalmente em relação a sua natureza. Os físico-químicos estão acostumados a lidar

Leia mais

Aula 9: Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica

Aula 9: Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones Aula 9: Entropia e a Segunda Lei da Termodinâmica Sadi Carnot [1796-1832] R. Clausius [1822-1888] W. Thomson (Lord Kelvin) [1824-1907] Quando um saco de pipocas

Leia mais

Exame Unificado EUF. 2º Semestre/2013 Parte 1 23/04/2013

Exame Unificado EUF. 2º Semestre/2013 Parte 1 23/04/2013 Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF º Semestre/013 Parte 1 3/04/013 Instruções: NÃO ESCREVA O SEU NOME NA PROVA. Ela deverá ser identificada apenas através do código (EUFxxx). Esta prova constitui

Leia mais

6/Mar/2013 Aula 7 Entropia Variação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais

6/Mar/2013 Aula 7 Entropia Variação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais 6/Mar/01 Aula 7 Entropia ariação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais Entropia no ciclo de Carnot e em qualquer ciclo reversível ariação da entropia em processos irreversíveis

Leia mais

Conjunto canónico MEFT, IST. Reality is merely an illusion, albeit a very persistent one Albert Einstein

Conjunto canónico MEFT, IST. Reality is merely an illusion, albeit a very persistent one Albert Einstein Física estatística Conjunto canónico MEFT, IST Reality is merely an illusion, albeit a very persistent one Albert Einstein Necessidade do conjunto canónico Fizémos o conjunto microcanónico, que descreve

Leia mais

UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Germán Lugones. AULA 5 Calor, Trabalho e Primeira lei da termodinâmica

UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Germán Lugones. AULA 5 Calor, Trabalho e Primeira lei da termodinâmica UFABC - Fenômenos Térmicos - Prof. Germán Lugones AULA 5 Calor, Trabalho e Primeira lei da termodinâmica Experimento de Joule (1845): Equivalente mecânico do Calor o Num calorímetro (recipiente de paredes

Leia mais

Física II-P1 INTRODUÇÃO 1 ENTROPIA

Física II-P1 INTRODUÇÃO 1 ENTROPIA Física II-P1 INTRODUÇÃO Fala, galera!! Fizemos aqui um resumão com o que mais tem caído nas P1s de Física II, abordando os temas de entropia, reversibilidade, cinética dos gases e distribuição de Maxwell.

Leia mais

Resolução das questões objetivas* da 1ª e da 2ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ

Resolução das questões objetivas* da 1ª e da 2ª Prova de Física II Unificada do Período UFRJ Resolução das questões objetivas* da ª e da ª Prova de Física II Unificada do Período 0.-UFRJ *Assuntos: Termodinâmica, Hidrodinâmica e Hidrostática. Resolução: João Batista F. Sousa Filho (Graduando Engenharia

Leia mais

Utilizando Gráficos de Entropia

Utilizando Gráficos de Entropia Módulo IV Variação da Entropia em Substâncias Puras, Relações Termodinâmicas (Tds), Diagramas T-s e h-s, Entropia em Substâncias Incompressíveis, Entropia em Gás Ideal. Utilizando Gráficos de Entropia

Leia mais

A teoria Cinética dos Gases

A teoria Cinética dos Gases CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA II A teoria Cinética dos Gases Prof. Bruno Farias Gases Um gás é formado de átomos (isolados

Leia mais

Física estatística. A distribuição de equiĺıbrio de um gás rarefeito: conjunto microcanónico e o método da distribuição mais provável MEFT, IST

Física estatística. A distribuição de equiĺıbrio de um gás rarefeito: conjunto microcanónico e o método da distribuição mais provável MEFT, IST Física estatística A distribuição de equiĺıbrio de um gás rarefeito: conjunto microcanónico e o método da distribuição mais provável MEFT, IST A realidade nem sempre é provável Jorge Luis Borges Equiĺıbrio

Leia mais

Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF

Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF Exame Unificado das Pós-graduações em Física EUF 1º Semestre/01 Parte 1 04/10/011 Instruções: NÃO ESCREVA O SEU NOME NA PROVA. Ela deverá ser identificada apenas através do código (EUFxxx). Esta prova

Leia mais

11/Mar/2016 Aula 7 Entropia Variação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais

11/Mar/2016 Aula 7 Entropia Variação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais 11/Mar/016 Aula 7 Entropia ariação da entropia em processos reversíveis Entropia e os gases ideais Entropia no ciclo de Carnot e em qualquer ciclo reversível ariação da entropia em processos irreversíveis

Leia mais

Condição de equilíbrio através de uma membrana permeável

Condição de equilíbrio através de uma membrana permeável Condição de equilíbrio através de uma membrana permeável Misturas de gases ideais ni p i R xi ; x i ni n fracção molar da componente i onde p i é a pressão parcial do gás i Σ p i é a pressão da mistura

Leia mais

Exame de Ingresso na Pós-graduação

Exame de Ingresso na Pós-graduação Exame de Ingresso na Pós-graduação Instituto de Física - UFF Profissional - 09 de Junho de 009 Resolva 6 (seis) questões, com pelo menos uma questão de cada uma das seções. A duração da prova é de 3 (três)

Leia mais

Aula 02 : EM-524. Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos

Aula 02 : EM-524. Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos Aula 02 : EM-524 Capítulo 2 : Definições e Conceitos Termodinâmicos 1. Termodinâmica Clássica; 2. Sistema Termodinâmico; 3. Propriedades Termodinâmicas; 4. As propriedades termodinâmicas pressão, volume

Leia mais

Propriedades termodinâmicas e a temperatura

Propriedades termodinâmicas e a temperatura Propriedades termodinâmicas e a temperatura Miguel Almeida 1 Introdução Algo que se percebe no estudo da termodinâmica é que todas as propriedades dependem da temperatura em que o sistema analisado se

Leia mais

2ª Aula do cap. 20 Entropia

2ª Aula do cap. 20 Entropia 2ª Aula do cap. 20 Entropia Lord Kelvin (1824-1907) Wassily Kandinsky Rudolf Julius Emmanuel Clausius (1822-1888) Ludwig Eduard Boltzmann 1844-1906 Max Karl Ernst Ludwig Planck 1858-1947 Substantivo feminino

Leia mais

Capítulo 4: Análise de Sistemas: 1ª e 2ª Leis da Termodinâmica

Capítulo 4: Análise de Sistemas: 1ª e 2ª Leis da Termodinâmica Capítulo 4: Análise de Sistemas: ª e ª eis da ermodinâmica Revisão Exercícios Primeira lei da termodinâmica O balanço de energia pode ser escrito na forma diferencial: de δ - δw Como energia E é uma propriedade

Leia mais

Física Estatística. Entropia de Boltzmann. Vitor Oguri

Física Estatística. Entropia de Boltzmann. Vitor Oguri Física Estatística Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) 23 de abril de 2018

Leia mais

Calor Específico Molar, Transformações Adiabáticas e Expansão Livre

Calor Específico Molar, Transformações Adiabáticas e Expansão Livre Calor Específico Molar, Transformações Adiabáticas e Expansão Livre Revisando Deduzimos que a temperatura determina a energia cinética média (via a velocidade média). O modelo de gás ideal não considera

Leia mais

Universidade de São Paulo Instituto de Física

Universidade de São Paulo Instituto de Física Universidade de São Paulo Instituto de Física FEP - FÍSICA II para o Instituto Oceanográfico º Semestre de 009 Sexta Lista de Exercícios a. Lei da Termodinâmica e Teoria Cinética dos Gases ) Uma máquina

Leia mais

Notas de Aula FIS0999 Termodinâmica e Física Estatística

Notas de Aula FIS0999 Termodinâmica e Física Estatística Notas de Aula FIS0999 - Termodinâmica e Física Estatística Ezequiel C. Siqueira 2013 Notas de Aula FIS0999 Termodinâmica e Física Estatística Ezequiel C. Siqueira Departamento de Física e Química Faculdade

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2. Nome: Data: 13/08/2012

Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2. Nome: Data: 13/08/2012 Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Programa de Pós-Graduação em Física Segunda prova de seleção para ingresso em 2012/2 Nome: Data: 13/08/2012 1 Seção A: Mecânica Clássica Uma nave espacial cilíndrica,

Leia mais

Primeira Lei da Termodinâmica

Primeira Lei da Termodinâmica Físico-Química I Profa. Dra. Carla Dalmolin Primeira Lei da Termodinâmica Definição de energia, calor e trabalho Trabalho de expansão Trocas térmicas Entalpia Termodinâmica Estudo das transformações de

Leia mais

Preencha a tabela a seguir, de acordo com as informações do texto.

Preencha a tabela a seguir, de acordo com as informações do texto. 1. Uma amostra de um gás está contida em um cilindro ao qual se adapta um êmbolo. A figura a seguir mostra o diagrama pressão X volume das transformações sofridas pelo gás. A energia interna do gás no

Leia mais

Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Física. Programa de Pós-graduação em Física. Processo seletivo

Universidade Federal de Uberlândia. Instituto de Física. Programa de Pós-graduação em Física. Processo seletivo MECÂNICA QUÂNTICA Considere o potencial da forma:, como ilustrado na Figura 1. a) Escreva a equação de Schrödinger para cada uma das três regiões do espaço. b) Qual das funções de onda, ilustradas na Figura

Leia mais

Processos Irreversíveis

Processos Irreversíveis Processos Irreversíveis Objeto solto de uma altura h v = 0 2gh Objeto lançado com velocidade V em superfície com atrito V V = 0 O que há de comum em todos os fenômenos irreversíveis? Movimentos organizados

Leia mais

EUF. Exame Unificado

EUF. Exame Unificado EUF Exame Unificado das Pós-graduações em Física Para o segundo semestre de 2015 14 de abril 2015 Parte 1 Instruções ˆ Não escreva seu nome na prova. Ela deverá ser identificada apenas através do código

Leia mais

Prof. Dr. Jeverson Teodoro Arantes Junior Engenharia de Materiais

Prof. Dr. Jeverson Teodoro Arantes Junior Engenharia de Materiais EN2815 Termodinâmica Estatística de Materiais Prof. Dr. Jeverson Teodoro Arantes Junior Engenharia de Materiais Para um N (número de partículas) fixo, uma equação de estado genérica, para vários gases,

Leia mais

TERMODINÂMICA I EXAME. 1.ª Época, 14 de Janeiro de 2002, 17h.00. Cotações dos Problemas 1, 2, 3, 4:

TERMODINÂMICA I EXAME. 1.ª Época, 14 de Janeiro de 2002, 17h.00. Cotações dos Problemas 1, 2, 3, 4: TERMODINÂMICA I EXAME 1.ª Época, 14 de Janeiro de 2002, 17h.00 Cotações dos Problemas 1, 2, 3, 4: 5 valores Notas: 1 - O exame é composto por 4 problemas; 2 - A prova deverá ser escrita a caneta com letra

Leia mais

Aula do Curso Noic de Física, feito pela parceria do Noic com o Além do Horizonte. Esta aula tratará de gases e termodinâmica:

Aula do Curso Noic de Física, feito pela parceria do Noic com o Além do Horizonte. Esta aula tratará de gases e termodinâmica: Esta aula tratará de gases e termodinâmica: Estudando a matéria, os cientistas definiram o mol. Um mol corresponde a 6,02. 10 " unidades de algo, número conhecido por N A, número de Avogadro. A importância

Leia mais

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Entropia

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Termodinâmica. Entropia ermodinâmica Entropia v.. Introdução Falamos nas aulas anteriores sobre a a Lei da ermodinâmica. Vimos dois enunciados da a Lei, o de Kelvin-Planck e o de Clausius. Falamos sobre sentido natural dos processos,

Leia mais

UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. Aula 11: Máquinas de combustão interna

UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones. Aula 11: Máquinas de combustão interna UFABC Fenômenos Térmicos Prof. Germán Lugones Aula 11: Máquinas de combustão interna Máquinas de combustão interna O motor a gasolina usado em automóveis e em outras máquinas é um tipo familiar de máquina

Leia mais

Termodinâmica dos Processos Irreversíveis. Lucas Máximo Alves

Termodinâmica dos Processos Irreversíveis. Lucas Máximo Alves Termodinâmica dos Processos Irreversíveis Lucas Máximo Alves Introdução A Termodinâmica de Equilíbrio ou por que não dizer a Termoestática (como realmente deveria ser chamada, mas por razões históricas

Leia mais

UFABC - Pós-graduação em Física - FIS Mecânica Estatística Curso Prof. Germán Lugones CAPITULO 1. Variáveis Aleatórias

UFABC - Pós-graduação em Física - FIS Mecânica Estatística Curso Prof. Germán Lugones CAPITULO 1. Variáveis Aleatórias UFABC - Pós-graduação em Física - FIS 07 - Mecânica Estatística Curso 208. - Prof. Germán Lugones CAPITULO Variáveis Aleatórias Introdução Mecânica Mecânica Estatística Termodinâmica H(p i,q i ) Q N (V,

Leia mais

2º Lei da Termodinâmica. Introdução Enunciado da 2º lei Rendimento de uma máquina térmica Ciclo de Carnot

2º Lei da Termodinâmica. Introdução Enunciado da 2º lei Rendimento de uma máquina térmica Ciclo de Carnot 2º Lei da Termodinâmica Introdução Enunciado da 2º lei Rendimento de uma máquina térmica Ciclo de Carnot Introdução Chamamos, genericamente, de máquina a qualquer dispositivo que tenha por finalidade transferir

Leia mais

Cálculo da energia média classicamente

Cálculo da energia média classicamente Cálculo da energia média classicamente Probabilidade de encontrar um ente com uma energia entre ε e ε +dε em um sistema em equilíbrio térmico à temperatura T : P ε = e ε Distribuição de Boltzmann (K =

Leia mais

As bases da Dinâmica Molecular - 9

As bases da Dinâmica Molecular - 9 As bases da Dinâmica Molecular - 9 Alexandre Diehl Departamento de Física - UFPel Termostato de Berendsen [J. Chem. Phys. 81, 3684 (1984)] Não simula o sistema em contato com um banho térmico (temperatura

Leia mais

TERMODINÂMICA. Propriedades da Entropia e o Terceiro

TERMODINÂMICA. Propriedades da Entropia e o Terceiro ERMODINÂMICA ropriedades da Entropia e o erceiro i rincípio íi da ermodinâmica diâ i ERMODINÂMICA 4. ropriedades da entropia O que é entropia? - A entropia é algo menos palpável do que uma quantidade de

Leia mais