DIREITO DO TRABALHO INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA

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1 DIREITO DO TRABALHO INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA Sonia Soares

2 Considerações prévias: O Direito necessita de interpretação e para tanto se baseia em uma sólida teoria sólida, pois nem sempre a redação das leis são claras e precisas. Por mais que o legislador se esmere, nem sempre consegue imprimir na redação da fonte normativa o objetivo e finalidade almejados, assim como, nela imprimir dinamismo para fazer frente as transformações sociais.

3 Segundo Maurício Godinho Delgado O Direito consiste no conjunto de princípios, institutos e regras, incorporados por coerção, que imprimem certa direção à conduta humana, quer alterando, vedando ou sancionando práticas percebidas, quer estimulando ou garantindo sua reprodução. Tem o direito, portanto, caráter atuante sobre a vida social, dela resultando e sobre ela produzindo efeitos. Esse caráter social atuante do fenômeno do Direito sua referência permanente à vida concreta importa no constante exercício pelo operador jurídico de três operações específicas e combinadas de suma relevância: a interpretação jurídica, a integração jurídica e, finalmente, a aplicação jurídica.. (Curso de Direito do Trabalho, 2ª. Edição)

4 Interpretação trata-se de um processo analítico de compreensão e determinação do sentido e extensão da norma jurídica. Integração consiste em um processo lógico de suprimento das lacunas percebidas nas fontes principais do Direito em face de um caso concreto, mediante o recurso a fontes normativas subsidiárias. Aplicação implica no processo de incidência e adaptação das normas às situações concretas

5 INTERPRETAÇÃO DA NORMA JURÍDICA: DIFERENÇA ENTRE HERMENÊUTICA E INTERPRETAÇÃO: Hermenêutica: Deriva do grego, origem no Deus grego Hermes divindade conhecida como o mensageiro dos deuses, tutelar da escrita, detentor de inúmeros segredos, capaz de revelá-los aos homens (Zangrando); É a arte e técnica da interpretação, revelando o seu verdadeiro alcance e intenção, além das suas repercussões individuais e sociais (Zangrando); teoria científica da interpretação, compreendendo: a interpretação, a integração e a aplicação do Direito.

6 INTERPRETAÇÃO: Conceito: interpretação, termo latino interpretare (inter-penetrare), significando penetrar mais para dentro, fazendo referência à pratica de feiticeiros antigos, que introduziam suas mãos nas entranhas de animais mortos, a fim de prever o futuro e obter respostas para os problemas humanos; Interpretar, interpretar é explicar; dar significado de vocábulo, atitude ou gesto; reproduzir por outras palavras um pensamento exteriorizado; mostrar o sentido verdadeiro de uma expressão; extrair, de frase, sentença ou norma, tudo que na mesma se contém (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 19 ed., p. 7.) Interpretar consiste em aplicar as regras que a hermenêutica perquire e ordena. A interpretação é um processo mental de pesquisa do real conteúdo da lei. (Alice Monteiro de Barros,2006,p.126)

7 Assim: Interpretar a norma é atribuir-lhe um significado, medindo-lhe a exata extensão e a possibilidade de sua aplicação no caso concreto. Consiste em buscar a razão de ser da norma, no sentido de existência, da sua utilidade social, no seu caráter de justiça. Fundamental para que o operador do direito não se transforme em mero leitor da norma.

8 Classificações interpretação da norma jurídica: Quanto ao intérprete: Autêntica Doutrinária Jurisprudencial Quanto à forma: Gramatical Lógico Sistemático Teleológico Histórico-evolutivo Quanto ao efeito: Declarativa Extensiva Restritiva

9 Interpretação quanto ao intérprete: Autêntica: Consiste na interpretação da norma feita pelo próprio legislador. É encontrada, comumente na própria lei, na exposição de motivos da Lei, nos anais da casa legislativa que registram os debates políticos sobre a norma e em outras leis que a ela se referem.

10 Art Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou expresso, correspondente à relação de emprego. Itens 44 a 46 da exposição de motivos: 44. O que os objetantes não alcançaram foi o deliberado propósito de se reconhecer a correspondência e equivalência entre a relação de emprego e o contrato de trabalho, para os efeitos da legislação social, correspondência essa que a escola contratualista italiana nega, exigindo expressa pactuação Na concepção do projeto, admitido, como fundamento de contrato, o acordo tácito, é lógico que a relação de emprego constitui o ato jurídico suficiente para provocar a objetivação das medidas tutelares que se contêm no direito do trabalho em vigor, 46. O conceito firmado na consolidação é tanto mais justo e relevante quanto é o que se evidencia em face de contratos formalmente nulos ou substancialmente contrários à ordem pública dos preceitos da legislação de proteção

11 doutrinária: fruto de escritos elaborados por estudiosos e pesquisadores do Direito, ao analisar as normas jurídicas, sem o compromisso de solucionar uma hipótese concreta.

12 Art. 2º, 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva? A revogada Lei 435,17/05/ 1937 par único art. 1º anunciava..., a não ser para o fim único de se considerarem todas elas com um mesmo empregador. Neste ponto a lei fixava a solidariedade ativa. Este parágrafo que estabelecia a solidariedade ativa foi revogado. A CLT (art. 2, 2º) manteve (...) a solidaridade passiva. Discutível é a concepção do grupo econômico como empregador único, afirmada por parte da doutrina mas ainda sem base legal (Nascimento, Amauri Mascaro. Curso de Direito do Trabalho Saraiva 23ª Edição, p. 687)

13 jurisprudencial: realizada pelos tribunais, decisões proferidas sobre conflitos submetidos a apreciação dos mesmos. Realizada pelos Tribunais (envolve todos os profissionais da área jurídica, ou seja, os advogados, o Ministério Público e os Magistrados). Nascerá a jurisprudência baseada na fundamentação de cada um destes profissionais. Tem por objetivo a solução de hipóteses concretas

14 Art. 2º, 2º - Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. Há solidariedade ativa e passiva ou apenas passiva? SÚMULA Nº 129 CONTRATO DE TRABALHO. GRUPO ECONÔMICO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário.

15 Quanto à forma: Gramatical: o método é o básico, mera análise sintática da construção gramatical. A norma jurídica é uma figura de linguagem com sujeitos interlocutores e objeto. Interlocutor ativo: Emissor da norma. Interlocutor passivo: Destinatário da norma. Objeto: Conteúdo da norma. Consiste na verificação da construção gramatical e análise sintática do texto.

16 XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho O acordo também deve ser coletivo ou pode ser individual? Pode ser individual. Se o adjetivo coletiva se referisse também ao sujeito acordo, então teria que ser colocado no plural e no masculino: coletivos

17 Ocorre que nem sempre o legislador prima pela boa técnica redacional. Assim, a mera interpretação gramatical nos leva a dilemas insuperáveis para determinar o exato alcance da norma jurídica. Art Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do seu domicílio. Domicílio : O lugar onde o cidadão tem a sua residência permanente. Dilema: Se não transfere o domicílio, não é transferência segundo o caput supra transcrito. Se transfere o domicílio a transferência é definitiva e não tem direito ao adicional do parágrafo terceiro do mesmo artigo. Quanto o adicional será devido?

18 Art Reconhecida a inexistência de falta grave praticada pelo empregado, fica o empregador obrigado a readmiti-lo no serviço e a pagar-lhe os salários a que teria direito no período da suspensão. Reintegração pressupõe o retorno ao posto de trabalho com o pagamento dos salários e demais vantagens contratuais desde a ilegal dispensa. Retorno ao status quo. Readmissão considera o período entre a dispensa e o retorno como suspensão do contrato de trabalho. É readmissão ou reintegração?

19 Evidente que o exame gramatical do texto normativo é o primeiro passo para o trabalho de interpretar. Claro está, porém, que a busca do sentido exato da norma não passa pelo mero exame gramatical do texto normativo, sendo necessárias outras técnicas de hermenêutica.

20 Lógica: Consiste no uso do raciocínio indutivo e dedutivo, através de proposições lógicas, como, por exemplo, se, então, inclusão e exclusão, silogismo (Premissa maior, premissa menor e conclusão). É algo que fazemos inconscientemente, porque a mente rejeita conclusões que sejam logicamente contrárias entre si.

21 Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. (Premissa maior) João é pessoa física que trabalha de forma subordinada a empregador de forma não eventual, pessoal e mediante salário (premissa menor). Logo, João é empregado (conclusão).

22 Art. 3º - Considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Art Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. Se gorjeta não se confunde com salário, sendo espécie diversa de remuneração. (Art. 457). Se o contrato de trabalho tem como elemento de onerosidade o salário e não a remuneração (art. 3º) Então, a gorjeta não compõe o elemento de onerosidade do contrato de trabalho.

23 Sistemática: Consiste na análise da norma em face à sua posição dentro do sistema jurídico como um todo e, ainda, buscar o sentido do dispositivo onde está inserido. O parágrafo guarda relação com o caput do artigo, o artigo, com a seção, a seção com o Título, o Título com o Livro e o Livro com o Código. Um dispositivo de Lei não pode ser examinado sem o seu referencial, sob pena de perder (o intérprete), a noção da estrutura organizacional do ordenamento jurídico.

24 CF: Art. 7º, XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; A leitura isolada deste inciso pode fazer crer ao intérprete que devem ser reconhecidas todas as convenções coletivas e todos os acordos coletivos de trabalho. Façamos a leitura com o caput. CF: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:... XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho; Percebe-se que o reconhecimento das Convenções e Acordos Coletivos é um direito dos trabalhadores e não dos empregadores e quando visem a melhoria de sua condição social.

25 CLT: Art º- Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. A Leitura deste dispositivo isoladamente pode fazer crer que toda vez que o empregado realizar trabalho em localidade diversa do contrato tem este o direito de optar por interpor a ação no local da prestação de serviços ou no local de trabalho. Vamos ler o art. 651, 3º em conjunto com o seu caput. Art A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Vê-se, portanto, que a regra é no sentido de que a reclamação será proposta no local da prestação de serviços mesmo que tenha sido contratado em outro local. Como interpretar o 3º em relação ao caput? A opção ocorre apenas quando o empregador promover atividades fora do seu local, ou seja, ao empregador itinerante. (Circo, por exemplo).

26 Teleológica: Também chamada de finalística, consiste em buscar a mens legis da norma e protege três sentidos básicos ratio leges - razão da lei vis leges - sentido da lei ocasio leges - época da lei. O art. 5º da L.I.C.C. determina ao intérprete que se faça a seguinte pergunta: Por que a norma existe? Art. 5 - Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.

27 CF ADCT Art. 10. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Para qual razão existe tal norma? A mim parece que a norma surgiu para evitar a dispensa discriminatória, ou seja, dolosa, aquela em que o empregador, ao ter confirmada a gestação, dispensa a empregada para livrar-se do problema. Daí a expressão confirmação.

28 CF Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração; A quem esta norma protege? A mim protege a sociedade e não a administração pública. Aliás, protege a sociedade da administração pública, preservando o Princípio da Impessoalidade

29 Histórica-evolutiva: O sistema histórico-evolutivo, parte da premissa de que a norma tem vida própria, tem força expansiva, pelo qual é possível ao interprete atribuir-lhe um sentido novo, de acordo com a sociedade atual, no momento da aplicação da norma. Consiste em analisar qual era a sociedade ao tempo em que a norma foi promulgada e verificar se tais condições continuam as mesmas ou foram alteradas. Fundamental na aplicação da teoria tridimensional de Miguel Reale (Fato-valor-norma), ou seja, verificar se o fato ainda existe e, em caso afirmativo, qual é o seu valor atual.

30 CLT Art Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: f) embriaguez habitual ou em serviço; A interpretação meramente gramatical nos leva à conclusão que a expressão ou, que é disjuntiva, permite a dispensa por justa causa do empregado que é ébrio contumaz mesmo fora do serviço. Historicamente a embriaguez habitual era vista como desvio de caráter. Atualmente, sabe-se, é doença. Ninguém pode ser dispensado, e muito menos por justa causa, porque é doente.

31 Por vezes a aplicação dos diversos métodos de interpretação nos leva a resultados interpretativos diferentes. Nestas ocasiões, no Direito do Trabalho, especificamente, há que se aplicar o Princípio in dubio pro operario. Nos demais ramos do Direito (e também no Direito do Trabalho), o intérprete deve valer-se de uma base teórica sólida, consistente em Princípios Gerais e específicos do direito e equidade, sobre os quais trataremos adiante.

32 CF: Art. 7º, IV - salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; A interpretação gramatical da parte em destaque (a que, aliás, foi feita pelo STF na Súmula vinculante nº 04) nos leva à conclusão de que nenhum benefício pode ser calculado sobre o salário mínimo. Sabe-se, porém, que historicamente (em 1.988) o país vivia período de alta inflação e, para proteger-se da corrosão da moeda, contratos civis, comerciais, etc eram celebrados em salário mínimo. Para evitar a corrosão da moeda ainda maior, o governo não aumentava o salário mínimo, prejudicando os trabalhadores. Esta, portanto, é uma norma de proteção aos trabalhadores (como, aliás, está no caput - sistemática) e não para seu prejuízo.

33 COMPOSIÇÃO ORGÂNICA. Indevida. Da interpretação gramatical,lógica e teleológica depreende-se que a cláusula convencional não impõe obrigação de pagamento da parcela denominada composição orgânica, declarando apenas que referida verba compõe o valor pagoa título de remuneração fixa. Não há que se cogitar de salário complessivo, pois a norma em questão prescinde da individualização do valor, mesmo porque, se o fizesse, certamente haveria alteração do valor da remuneração fixa do aeronauta, em afronta ao que foi livremente estabelecido pelas partes convenentes. Aplicável, à espécie, o disposto nos arts. 114 do Código Civil e 7º, XXVI da Constituição Federal. Apelo obreiro indevido. Processo TRT/SP Nº AC ª. Turma -Data da publicação 16/05/2017

34 ACÚMULO DE FUNÇÃO. Adicional indevido. Interpretação lógica, teleológica e sistemática dos dispositivos consolidados é no sentido de que o empregado obrigou-se a todo e qualquer serviço compatível com sua condição pessoal, estando as diversas tarefas realizadas em uma mesma jornada remuneradas pelo salário ajustado (arts. 444 e 456, único da CLT). Apelo não provido no particular. PROCESSO TRT/SP Nº AC ª TURMA- DATA PUBLICAÇÃO 21/02/2017

35 Quanto ao efeito: Interpretação declarativa: o legislador atribuiu à lei o sentido exato das palavras nela utilizadas. Extensiva ou ampliativa pressupõe que a forma legal aplica-se aos casos que não estão abrangidos pelo seu teor literal, ou seja, a lei quis mais do que disse (AMB p.134/135, 2ª. Edição). Ocorre com a análise de dispositivos que versem sobre direitos humanos fundamentais e direitos constitucionais fundamentais, por exemplo. Restritiva: supõe que a lei quis menos do que disse. Esse critério de interpretação limita o campo de aplicação da lei a um âmbito menos amplo do que aquele constante de suas expressões. Ocorre com os contratos benéficos, as cláusulas penais, e as normas de exceção em geral.

36 CC Art Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente. EMENTA: HORAS EXTRAS. TRABALHO EXTERNO. Exatamente por ser exceção, deve ter o artigo 62, I, da CLT interpretação restritiva, eis que destinado apenas àquelas hipóteses em que o empregador não dispõe de nenhum meio de controle da jornada efetivamente desenvolvida fora das vistas do empregador, como o caso do viajante, que em cada dia está em local diferente, dono absoluto de seu tempo. Se o empregador pode efetuar o controle da jornada, não há que se falar em aplicação do artigo 62, I, consolidado. Recurso ordinário da reclamada a que se nega provimento no tópico. PROCESSO TRT/SP N.º AC ª TURMA DATA PUBLICAÇÃO 05/07/2017

37 EMENTA: Horas extras. Base de cálculo. O fato de as normas coletivas limitarem a base de cálculo das horas extras ao salário nominal do empregado não afasta a validade das disposições. Isso porque a majoração do adicional de horas extras (100%), resguardado o limite legalmente estabelecido, resulta da negociação coletiva e das concessões recíprocas das partes acordantes, nos termos do art.7º, XXVI, CF/88. Tal norma encerra benefício aos empregados e deve ser interpretada restritivamente, nos termos do art.114, CC. Não há como se reconhecer a validade de parte de normas coletivas e muito menos a aplicação de parte de cláusula normativa. A análise da norma mais benéfica, a ser aplicada ao contrato de trabalho do empregado, deve ser feita pela integralidade do instrumento normativo, consoante a teoria do conglobamento PROCESSO TRT/SP Nº AC data publicação 11/04/ ª. Turma TRT 2ª. Região

38 PARTICULARIDADES INTERPRETAÇÃO TRABALHISTA Não foi elaborada teoria própria de interpretação para o direito do trabalho. O objetivo do intérprete é sempre alcançar o objetivo da lei, independentemente do subsistema. No entanto, em se tratando do Direito do Trabalho, por ter marcante função social, segundo a doutrina, deve o intérprete sempre observar: a)os valores sociais sobrepõem-se aos valores particulares; b) predomínio do interesse coletivo sobre o particular; c) a inversão clássica das normas jurídicas em face da aplicação do princípio da norma mais favorável.

39 Deve observar valores (Zangrando): Liberdade de trabalho Livre iniciativa Conservação do emprego e da empresa Liberdades trabalhistas, tais como, sindicalização, associação, escolha da profissão, direito de greve, negociação, reinvindicação Isonomia de tratamento no trabalho Não-discriminação Segurança no trabalho Linhas gerais critérios de interpretação do contrato individual do trabalho são os seguintes: conteúdo do contrato de trabalho deve estar em sintonia com as normas mínimas de proteção ao trabalhador; as cláusulas do contrato de trabalho só podem reduzir direitos por expressa autorização legal ou negocial (art.7º., VI, XIII e XIV CF; teoria do conglobamento); predomínio do princípio da primazia da realidade na aferição dos exatos contornos do contrato; como regra, renúncia prévia, no ato da contratação, ou posterior dos direitos na vigência do contrato, é inadmissível (art.9º. CLT) JORGE NETO/CAVALCANTE

40 A função interpretativa auxilia o operador do Direito do Trabalho, diante do fato concreto, qualificar a natureza da relação jurídica existente. Finalidade do contrato de trabalho é permitir o desenvolvimento socioeconômico, de modo que o empregado possa, por meio do contrato de trabalho, alcançar sua inserção social, progresso profissional e realização pessoal; enquanto o empregador, servindo-se do trabalho do primeiro, consiga sob o regime de concorrência, desenvolver atividade econômica lucrativa. (BARACAT, A Boa-Fé no Direito Individual do Trabalho).

41 Art Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. Cargo de confiança bancário. Horas extraordinárias. No caso concreto, a demandante reconheceu a validade da transação extrajudicial firmada após a rescisão contratual e relativa ao intervalo intrajornada e 7ª e 8ª horas extras, com seus respectivos reflexos. Assim, por meio daquela transação, conclui-se que a obreira acordou, de boa-fé, que nada mais havia "a reclamar acerca destes títulos conciliados no período imprescrito". Destarte, considerando que a vedação ao enriquecimento sem causa deve ser observada, que a palavra empenhada de boa-fé deve ser respeitada (art. 113 do CC) e que a conciliação tem eficácia liberatória geral (art. 625-E, parágrafo único, da CLT), impõe-se a manutenção do julgado quanto ao indeferimento das pretensões, ainda que por fundamento diverso. PROCESSO TRT/SP Nº ACÓRDÃO Nº ª Turma- Data de publicação 10/08/2016

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