PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União DESPACHO

Transcrição

1 DESPACHO Referência: / e / Assunto: Recurso em desfavor do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, tendo em vista a insatisfação com as respostas dadas aos pedidos formulados via e-sic Senhor Ministro de Estado Chefe da, O presente Despacho se refere aos pedidos formulados em 09/05/2013. Acerca do protocolo / , o cidadão relatou procedimentos de concessão de auxílio doença e requereu a transformação em auxílio acidentário, conforme segue: beneficio(genérico concedido)b-31 auxilio de doença comum,não emissão do cat pela empresa,nem comunicação(omissão,negligencia)no convite do gerente da loja com promessa de ganhar mais retornei ao trabalho não pedindo prorrogação do afastamento,minha situação de saúde piorou ficando incapacitado para o exercício do trabalho,novamente foi requerido novo beneficio,sendo negado,alegando não haver nexo,recorrido as juntas ratificado a decisão inicial. incapacitado para o trabalho,venho pedir a transformação do beneficio desde a data do inicio em auxilio acidentário,até a recuperação total ou aposentadoria,por motivo de justiça clamo ao Digníssimo responsável 2. O Serviço de Informação ao Cidadão SIC/INSS se manifestou em 10/05/2013. Pontuou que o pedido do cidadão não encontra respaldo na Lei de Acesso à Informação. Encaminhou orientações complementares para que o cidadão resolva sua demanda via central de teleatendimento, pelo sítio eletrônico da previdência, e, por fim, por uma de suas agências. 3. Na mesma data, o cidadão interpôs recurso de primeira instância. Alegou que não almeja informação pessoal, mas sim social. Apontou para situação de prejuízos e ele e a sua família advinda de atitude incorreta de servidor do INSS. Anexou cópia do Ofício 5327/2012/CGCid/OGU/CGU-PR que recebeu da, informando o encaminhamento de sua demanda ao INSS, para a adoção de providências cabíveis. 4. O recurso foi indeferido pela autoridade de monitoramento do SIC/INSS em 13/05/2013. Argumentou-se que o indeferimento não é relativo ao direito de benefício previdenciário, mas em respeito à regulamentação da LAI, que prevê cautelas no trato de informações pessoais. Uma vez que é necessária a identificação do titular das informações, requereu-se ao cidadão comparecer a uma das agências da previdência social. 5. Na mesma data, o cidadão interpôs recurso de segunda instância. Em seu recurso, o cidadão

2 copiou novamente o Ofício 5327/2012/CGCid/OGU/CGU-PR, apresentou cópia de demanda protocolada junto à ouvidoria da Previdência Social em abril de 2012 e cópia de demandas protocolizadas pelo recorrente e por sua esposa em janeiro de O Presidente do INSS indeferiu o recurso em 20/05/2013. O posicionamento informado anteriormente foi mantido: trata-se de demanda referente ao reconhecimento de direito regrado pela legislação previdenciária, e não de pedido de informação pública com respaldo na LAI. 7. O caso chegou à CGU em 29/05/2013. Na ocasião, o cidadão manifestou descontentamento com o tratamento dispensado a sua reclamação/denúncia: degradação no ambiente publico,ocasionando constrangimento,perca irreparável duvida insegurança,impunidade no setor publico,sentido inapto a reclamação sem valor,sentindo que reclamação e denúncia é pra enganar o publico que usa esse mecanismo 8. No que tange ao protocolo / , o cidadão fez menção ao protocolo / e alegou que o perito se negou a aceitar documentação médica. Apontou ainda para omissão de informações, conforme abaixo: protocolo / no dia 01/02/2012,perito não aceita documentação médica fornecida por mim para não haver beneficio e alega que o médico e clinico geral municipal,pedi explicação e até hoje omitem,a informação,hoje com essa lei da informação,gostaria que me fosse enviada. 9. Em 10/05/2013, o SIC/INSS respondeu que a demanda não se enquadra na LAI, por versar sobre informações de interesse pessoal de benefício. Sugeriu ao cidadão se valer de outros canais institucionais para solução da demanda. 10. O cidadão recorreu em 13/05/2013. Argumentou que a informação é do interesse do trabalhador e de sua família. Apontou para prejuízos e para protocolos abertos junto à ouvidoria da Previdência Social e junto à ANS, para denunciar irregularidades praticadas por clínicas e peritos. 11. Na mesma data, o recurso foi indeferido pela autoridade de monitoramento do SIC/INSS, que alegou que o indeferimento não é relativo ao direito de benefício previdenciário, mas em respeito à regulamentação da LAI, que prevê cautelas no trato de informações pessoais. Uma vez que é necessária a identificação do titular das informações, requereu-se ao cidadão comparecer a uma das agências da previdência social. Indicou ao cidadão o local em que se encontram a legislação e as orientações sobre a concessão de auxílio doença. 12. Ainda no dia 13/05/2013, o cidadão interpôs recurso de segunda instância. O cidadão copiou o Ofício 5327/2012/CGCid/OGU/CGU-PR e apresentou cópia de demandas protocoladas junto à

3 ouvidoria da Previdência Social em janeiro de 2012, sobre pedido de reconsideração de perícia e denúncia de irregularidades no atendimento. 13. Em 20/05/2013, o recurso foi indeferido pelo Presidente do INSS, que manteve o posicionamento informado anteriormente: a demanda se refere ao reconhecimento de direito regrado pela legislação previdenciária, e não se configura como um pedido de informação pública com respaldo na LAI. 14. Ao recorrer à CGU, em 21/05/2013, o cidadão manifestou descrença e sentimento de humilhação. Apontou que por erro da previdência e da empresa para a qual prestava serviços passa por necessidade juntamente com sua família. É o relatório. Análise 15. Os recursos de terceira instância foram interpostos de forma tempestiva, observou-se o prazo de dez dias contido no artigo 23 do Decreto 7.724/2012. Os casos foram analisados nas instâncias recursais anteriores, conforme preceitua o artigo 16, 1º da Lei /2011 c/c artigo 23 do Decreto 7.724/2012. Os recursos foram apresentados à CGU por pessoa legitimada a figurar na relação processual,, que apresentou o pedido inicial e os correspondentes recursos, não obtendo satisfação com os pronunciamentos do INSS. Em relação ao demandado, observa-se que houve o cumprimento de prazos para apresentação de respostas, bem como a identificação dos setores e autoridades responsáveis por elas. 16. Os pontos levantados pelo cidadão são bastante confusos, e se caracterizam mais como denúncias e reclamações que como pedidos de acesso à informação nos termos da Lei /2011. O cidadão cita irregularidades na emissão de Comunicado de Acidente de Trabalho CAT, postura omissa do gerente do estabelecimento comercial a que está vinculado, negativas injustas de concessão de benefícios, prejuízos na vida pessoal e de sua família, postura indevida de perito do INSS, dentre outros. O cidadão solicita ainda a transformação do benefício que recebe em auxílio acidentário, bem como esclarecimentos sobre a rejeição de documentos médicos por perito. 17. É certo que a Lei /2011 visa garantir ao cidadão o direito fundamental de acesso a informações de forma clara, objetiva e transparente; sendo a divulgação a regra e o sigilo a exceção. Porém, a CGU, como instância recursal dos pedidos advindos da LAI, não tem competência para analisar o mérito das concessões de benefícios previdenciários, de rever decisão administrativa de rejeição de documentos médicos e tampouco dar tratamento a reclamações e denúncias. 18. Apesar da apresentação de demanda em canal indevido, os pleitos do cidadão são legítimos e merecem atenção da Administração Pública. Percebe-se que o cidadão já expôs os fatos tanto à Ouvidoria da Previdência Social quanto à OGU, conforme as cópias de documentos anexadas no decorrer dos protocolos / e /

4 As ouvidorias são os canais competentes para viabilizar o contato entre órgãos e cidadãos, receber denúncias, reclamações, elogios e sugestões. Assim, sugere-se ao cidadão fazer novo contato com a OGU - esclarecendo os fatos, acrescentando fatos novos e provas - via internet a partir de preenchimento de formulário eletrônico em ou pelo envio de correspondência para o endereço:,, SAS Quadra 01, Bloco A, 8º andar, Edifício Darcy Ribeiro, CEP: Brasília (DF). Outro meio a ser utilizado, inclusive para apurar eventuais injustiças cometidas pelo empregador, é o Poder Judiciário. 19. A CGU abraça com entusiasmo e seriedade o papel de órgão fomentador do controle social e instância recursal dos pedidos de acesso à informação baseados na Lei /2011, por reconhecer a importância da ampla participação cidadã na manutenção do Estado Democrático de Direito. Porém, a referida lei não abrange o tratamento de matérias típicas de ouvidoria. Nota-se que o INSS se manifestou em todos os pedidos e recursos, apontando para o cidadão caminhos alternativos para a tentativa de resolução das questões levantadas. Assim, não há que se falar em negativa de informação, mas em inviabilidade de resolver a demanda via sistema e-sic e LAI. O recurso não merece ser conhecido, pois a matéria não se encontra respaldada pela LAI, não havendo ainda subsunção dos fatos aos casos elencados pelo artigo 16 da citada Lei: Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria- Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: I - o acesso à informação não classificada como sigilosa for negado; II - a decisão de negativa de acesso à informação total ou parcialmente classificada como sigilosa não indicar a autoridade classificadora ou a hierarquicamente superior a quem possa ser dirigido pedido de acesso ou desclassificação; III - os procedimentos de classificação de informação sigilosa estabelecidos nesta Lei não tiverem sido observados; e IV - estiverem sendo descumpridos prazos ou outros procedimentos previstos nesta Lei. Conclusão 20. Diante do exposto, opina-se pelo não conhecimento do recurso.

5 Folha de Assinaturas Documento: DESPACHO nº 6821 de 06/09/2013 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Despacho contendo Proposta de Julgamento - 3ª Instância Recusal - LAI Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral Assinado Digitalmente em 06/09/2013 Relação de Despachos: No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo n ão conhecimento do recurso interposto. JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor-Geral Assinado Digitalmente em 06/09/2013 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: 91c6b07c_8d07931de728a4f