CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 29/08/2017

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 29/08/ tributario@legale.com.br AULA 01 Apresentação e Conceito de Tributo. Apresentação da Área Tributária Algumas Vantagens - Não possui audiência; - Agrega valor ao escritório; Estrutura da Pós-Graduação - Direito Constitucional = Normas da CF relacionada a matéria; - Direito Obrigacional = CTN - Direito Processual = Âmbito Administrativo e Judicial (iniciais e recursos) Grandes Áreas de atuação - Advocacia Privada = Tanto empresa quanto pessoa física; - Advocacia Pública Concurso (procuradores); - Carreira Fiscal Auditor - Carreira contábil complemento com o conhecimento da legislação tributária; Porque pagamos tributos? Para garantir a manutenção do Estado e consequentemente para o Estado garantir os direitos entabulados na Constituição Federal, deve se valer das receitas (originárias e derivadas), assim o Estado consegue promover Dignidade da Pessoa Humana. Originária: é a exploração do próprio patrimônio do Estado (Ex.: privatização, concessão e etc.); Derivada: dinheiro arrecadado com a exploração do patrimônio do particular, (Ex.: tributação); CARGA TRIBUTÁRIA É uma equação expressa em: Total de arrecadação de tributo PIB (Produto Interno Bruto) = 35% (aproximadamente);

2 - Aproximadamente 153 dias do ano é apenas para arcar com tributo; Índice de retorno de bem-estar social IRBES= relação da carga tributária com o bem estar prestado pelo Estado; - O baixo índice de IRBES influencia no aumento da sonegação, visto a ausência de serviços sociais; Atualmente existe uma alta tributação sobre o consumo. Porém o consumidor não integra a sujeição da lide, logo, é inviabilizado de pleitear a devolução do tributo pago indevidamente. (Exceto ICMS energia elétrica, entendimento STJ); Consequentemente apareceu a necessidade da Reforma Tributária; Nela se vislumbra a extinção do ISS, IPI, ICMS sendo substituído por IBS (imposto sobre operações de bens e serviços) e IS (Imposto Seletivo); ITCMD que atualmente é competência Estadual passará para a união; IPVA terá 100% da arrecadação dos veículos terrestre destinada ao município, visto que os veículos aquáticos e aéreos passarão a fazer parte da tributação. MODULAÇÃO DE EFEITOS ganho mas não levo Serve para trazer uma segurança jurídica, consequentemente ponderar a violação do erário ao arcar com a restituição. SISTEMA TRIBUTÁRIO Constituição Federal determina que as regras gerais do Sistema Tributário devem ser veiculadas por Lei Complementar Lei Complementar necessita de quórum de maioria absoluta para a aprovação. - O CTN 5172/66 foi votado como Lei Ordinária. Art. 34, 5º da ADCT optou-se pela recepção material do CTN, apenas apreciando o conteúdo disciplinado pela norma, ignorando seu critério formal; - Assim, atribui-se status de Lei Complementar ao CTN, posto que a CF/88 determina que o tema norma geral tributaria seja veiculado por Lei Complementar. - O CTN só pode ser alterado por lei Complementar; Caso Transportadora Goiânia/GO

3 A loja deixou de recolher o ICMS na circulação do produto, e o Código Tributário Estadual de Goiás estipulou responsabilidade solidária para a transportadora em arcar com o pagamento do tributo. Houve a apreensão da mercadoria, e imposição de multa e juros. A responsabilidade tributaria é instituto de norma geral, logo só pode ser veiculada por Lei Complementar, porém o Código Tributário Estadual de Goiás foi introduzido no ordenamento jurídico por meio de Lei Ordinária, logo houve um vício de formalidade na lei que incluiu a responsabilidade solidaria para a transportadora. Sumula 323 STF É inadmissível a apreensão de mercadoria como meio coercitivo para pagamento de tributo. Quando a lei ferir/inconsonante com a Constituição Leis anteriores a CF/88 CF/88 Leis posteriores a CF/88 Não recepcionada Inconstitucional Distinção da Natureza da Obrigação É importante distinguir se o débito que o Estado está cobrando é tributo ou não Ex.: pedágio, multa, contribuição sindical e etc. Se não sabe a natureza jurídica, não é possível saber qual regra jurídica é aplicada ao caso. Tributo Gênero (Teoria quinaria ou penta partida) = O tributo se divide em 5 espécies 1 Impostos 2 Taxas 3 Contribuição de Melhoria 4 Empréstimo Compulsório 5 Contribuição Especial - O Sistema tributário da CF\88 passou a vigorar em Março/89, conforme Art. 34 ADCT.

4 O art. 146, III, CF define regra geral para ser disciplinada por Lei complementar Obs.: incluir nesse rol o CTN, posto que possui status de Lei Complementar. Lei complementar tem que versar sobre a prescrição, conforme art. 146, III, b, CF. Sendo veiculada por lei ordinária, a lei afronta o princípio da legalidade, logo inconstitucional conforme Súmula Vinculante 08 STF. Hierarquia das normas O CTN disciplina no Art. 4, II que o fato gerador determina a natureza jurídica do tributo, sendo irrelevante o rol estabelecido. Porém o art. 148, P.U. da CF/88 determina que no caso dos Empréstimos Compulsórios, este será...vinculado à despesa que fundamentou sua instituição. Assim, o art. 4, II do CTN não foi recepcionado, visto que se contrapõem ao estabelecido pela Constituição, (a vinculação de receita é requisito para caracterizar o Empréstimo Compulsório) DEFINIÇÃO DE TRIBUTO Art. 3º CTN Define Tributo - Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.

5 Prestação pecuniária Obrigação de Dar em Dinheiro Compulsória Obrigatoriedade de realizar. - Sujeito ativo: art. 142, P.U, CTN, o Ente é obrigado a mandar o boleto para cobrança do contribuinte, sob pena de responsabilidade; - Sujeito Passivo: obrigado a dar dinheiro Cujo valor nela se possa exprimir art. 156, XI, CTN, desde que seja bem imóvel (dação em pagamento). Porém a lei do tributo deve autorizar. Lei /16 e Lei /16, ambas versando sobre tributo federal que autorizam a dação em pagamento de bem imóveis. Obs.: não se confunde com execução fiscal; Instituída em lei Em conformidade ao Princípio da Legalidade, sua instituição deve ser por meio de lei, observado a necessidade de Lei Complementar. H.I. F.G O.T. S.A. S.P. Hipótese de incidência = Normal geral e abstrata (subordina a todos e está em abstração, pois está apenas em hipótese, mundo das ideias ). Fato Gerador = Norma individual e concreta (é a concretização da hipótese de incidência, antes da prática era apenas uma hipótese que poderia incidir ou não, após a prática da hipótese, se torna um fato) hipótese de incidência praticada. Art. 114, CTN. Obrigação Tributária = Se o fato aconteceu, cria a obrigação Tributária. - não se aprecia a validade do negócio jurídico, apenas a prática do fato gerador Não constitua sanção de ato ilícito - O tributo não é uma sanção, e portanto não pode ser cobrado como tal. Não se confunde com a multa moratória, que se dá pelo atraso do pagamento do respectivo tributo. - Pecunia non olet = o dinheiro não tem cheiro. Para o Direito Tributário, não é relevante a validade no negócio jurídico, bem como a sua licitude, apenas a prática do Fato Gerador. Ex.: Se auferiu renda, não importa se foi por tráfico de drogas, incidirá Imposto de Renda. Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: a atividade vinculada é aquela em que não cabe ao intérprete da lei, qualquer margem de discricionariedade, não cabe análise de conveniência e oportunidade, devendo praticar o ato, conforme a determinação legal.

6 A Receita arrecadada tem que se tornar uma receita pública: caso não seja convertido para o erário, perde a essência de tributo. Obs.: Todos os requisitos tem que ser cumulados. - Não se inclui a multa, posto que é sanção de ato ilícito, logo Flavio é o responsável em arcar com o pagamento das multas. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada