CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 05/10/2017

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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 05/10/ tributario@legale.com.br AULA 11 Imunidade e Isenção...continuação aula 10. Síntese da aula anterior. Imunidade é benefício fiscal garantido pela Constituição. É dizer ao ente político que é incompetente para cobrar o tributo, mesmo que o contribuinte pratique o fato gerador. Imunidade na tributação indireta Contribuinte de fato: consumidor que arcou com o valor do tributo Mesmo que o contribuinte de fato seja imune, ele irá arcar com tributo, posto que não faz parte da relação jurídica. Só será reconhecida a imunidade quando o ente imune fazer parte da relação jurídica. Pessoa imune deve arcar com ar obrigações acessórias, só será livre da obrigação acessória, se a lei expressamente definir. SÚMULA N. 399 Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU

2 Resposta: Não é detentora da imunidade. Art. 173, 2º da CF, 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Atividade de exploração econômica e está sendo realizada com concorrência privada. SÚMULA N. 399 STJ- Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. A lei municipal escolhe o contribuinte dentro do estabelecido pelo art. 34 do CTN: 1 - Proprietário do imóvel, 2 - O titular do seu domínio útil 3 - Possuidor a qualquer título (análogo ao possuído do usucapião) Exemplo: Autarquia imune compactua contrato de compra e venda irretratável com comprador não imune, sendo que a data do registro do contrato foi dez/16, o comprador deve arcar com o IPTU? Súmula 583 STF - Promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do imposto predial territorial urbano. A responsabilidade pode ser dirigida ao contribuinte se o contrato for irretratável.

3 IMUNIDADE RELIGIOSA Com a finalidade da difusão das práticas religiosas a constituição estabeleceu a imunidade. - Todo o patrimônio em nome da igreja é imune. - Decisão do STF: Exploração de atividade estranha mas em patrimônio da igreja, resguarda o direito a imunidade desde que o produto arrecadado seja utilizado para as práticas/finalidades religiosas. Art. 150, 4º da Constituição Federal - 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas. Súmula Vinculante 52 - Ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, "c", da Constituição Federal, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades para as quais tais entidades foram constituídas. Imóveis vagos temporariamente de propriedade da igreja, também são imunes. Exemplo: Igreja executada por uma obrigação acessória não cumprida, e após ajuizada a execução, a igreja ficou inerte, não possui bens em seu nome, único patrimônio é a própria renda das doações dos fiéis, pode ser penhorado? Resposta: art. 833 CPC estabelece os bens impenhoráveis. Porém o STJ tem relativizado a impenhorabilidade, analisando cada caso concreto.

4 STJ vem excluindo que o locatário não se enquadra em detentor a qualquer título, visto que não há direito real na relação, apenas direito contratual pessoal. Exemplo: Imóvel de propriedade de um particular, realiza contrato de compra e venda com a igreja, quando a igreja vai realizar o registro, percebe que há débitos de IPTU e taxas, mas mesmo assim realiza a compra. Fato Gerador dos débitos é de 2015 Em janeiro de 2017 é iniciada execução fiscais dos débitos. Resposta: A igreja está atuando como responsável tributária na sucessão de bens imóveis. Nesse caso não pode se valer da imunidade, pois não foi ela que praticou o fato gerador.

5 C) SUBJETIVA Os sujeitos que são protegidos - Partidos políticos e suas fundações - Sindicato dos trabalhadores - Entidades de educação e assistência social (sem fins lucrativos) Atender os requisitos da lei (lei complementar neste caso é o art. 14 do CTN). Os requisitos são cumulativos: 1 remeter dinheiro para o exterior; 2 não pode distribuir lucro; 3 deve manter as obrigações acessórias em dia. Observação: para caracterizar que não tem fins lucrativos, basta demonstrar que destinou 100% dos rendimentos para a própria instituição.

6 Observação: Só após a análise dos 4 pontos preliminares que se analisa o mérito, quais sejam: 1 - É tributo 2 - Vício formal 3 - Estava vigente na época do FG 4 - Estava eficaz Resposta: A lei que limitaria ao exercício da imunidade deveria ser por meio de Lei Complementar, ocorre que a Lei 9.532/1997 é ordinária, logo, não pode ser aplicada na presente demanda. D) LIVROS, JORNAIS, PERIODICOS E O PAPEL DESTINADO A IMPRESSÃO

7 Periódicos: veículos de pensamento periódicos (revista, gibi e livro independente do conteúdo). - Não pode ter 100% do seu conteúdo com o publicidade. - Papel destinado a impressão Sumula 657 STF Súmula 657 STF - A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.

8 Argumentos Utilizados Receita Federal - Ausência de previsão legal - Definição legal do vocábulo livro - Equipamento eletrônico possui outras finalidades Livraria - Interpretação extensiva do conceito de imunidade - Liberação da mercadoria Súmula 323 e Súmula 70 STF

9 Desde que seja exclusivamente para leitura. Todos os componentes.

10 A gráfica entende que não deveria pagar o ISS pela prestação do serviço. Resposta: A imunidade está no objeto e não sob o sujeito. O ISS é sobre o prestador, logo, deve pagar.

11 Súmula Vinculante 48 - Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro. Para desembaraçar a mercadoria na entrada do país tem que pagar o tributo Sem desembaraçar a mercadoria não entra não entra no Brasil. BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada