RELATO DE EXPERIÊNCIA BAMBOLETRAS A CIRANDA DAS LETRAS

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1 RELATO DE EXPERIÊNCIA BAMBOLETRAS A CIRANDA DAS LETRAS Professoras: Ivonir Terezinha Cardoso Doroteia Nagel Carneiro Coordenadora: Mileidy Scheffen Orientadora de Estudo: Marcia Nagel Cristofolini Escola Municipal Vicente Vieira Educação Infantil e Ensino Fundamental Bairro: Georgia Paula Município: Garuva SC GT3 - Consciência Fonológica nas Classes de Alfabetização OBJETIVO Consolidar a consciência fonológica e sua relação com o processo de compreensão do Sistema de Escrita Alfabéticaa e de sua consolidação em séries iniciais do ensino Fundamental. A Escola Municipal Vicente Vieira atende alunos da Educação Infantil às séries finais do Ensino Fundamental, com sede na Rua Antonio Ladislau de Araújo Nº. 802, bairro Giorgia Paula, município de Garuva, Estado de Santa Catarina, CEP , telefone-fax (0xx47) , possui o decreto de criação 896/96, lei de denominação 864/95, e parecer de autorização de funcionamento de 5ª -8ª série nº.74 de 04/04/2000 e em 02 de abril de 2004 foi inaugurada a Pré-Escola Victória Junqueira Pensky. A partir do ano de 2007 teve inicio o processo de ensino de 09 anos. Subordinada à Secretaria Municipal de Educação, mantida pela Prefeitura Municipal de Garuva, está vinculada ao Sistema Municipal de Ensino, bem como pelas leis e pareceres Nacionais e Estaduais. Atende aproximadamente, uma clientela de alunos distribuídos da pré escola ao nono ao do Ensino Fundamental. A referida escola, apesar de hoje localizar-se próxima ao centro da cidade, traz um histórico de clientela carentee e típica de periferia, percebe-se um núcleo familiar desestruturado, e por consequência a ausência da mesma no ambiente escolar. Percebe-see que a dificuldade em seguir regras e falta de limites estão presentes no cotidiano o que tem gerado, de certa forma, um trabalho extra aos docentes, que mesmo com as dificuldades supra citadas, tem apresentado resultados positivos ao final de cada etapa da escolarização. 1

2 A presente sequencia didática foi aplicada no 2º ano 04 do ensino fundamental. Turma com 26 alunos, sendo que estes ao serem diagnosticados no início do ano letivo de 2013, apresentaram dezesseis alunos que não reconheciam todo o alfabeto e os demais liam e escreviam palavras com silabas simples, ou seja, liam e escreviam palavras na seguinte combinação: CV (Consoante/Vogal) e nenhum deles apresentavam-se convencionalmente alfabetizados/letrados. Mediante diagnóstico realizado, a observação supra e as orientações recebidas durante o curso do PNAIC, as docentes desenvolveram projetos e sequencias didáticas na referida turma com o objetivo de proporcionar aos alunos a consolidação da consciência fonológica e sua relação com o processo de compreensão do Sistema de Escrita Alfabética. As discussões em torno do letramento no Brasil surgiram na década de 80. O debate envolveu questões sobre o que é ser alfabetizado e o que é ser letrado. Mesmo nos dias de hoje estes termos ainda não estão totalmente inseridos no contexto escolar e entre a comunidade escolar, ainda há os que os desconhecem. Para diferenciar os dois termos Carvalho (2007) menciona, alfabetização no sentido restrito de aprendizagem inicial da leitura e da escrita, isto é, a ação de ensinar (ou o resultado de aprender) o código alfabético, ou seja, as relações entre letras e sons. (p.65). observa-se que a autora aponta para uma especificidade da alfabetização que seria a ação do professor ensinar e do aluno aprender o código alfabético. Por outro lado, letrado seria aquele sujeito que conhece a leitura e a escrita e consegue utilizá-las para resolverr situações do dia a dia. Carvalho explica a diferença, [...] uso a palavra Uma pessoa alfabetizada, conhece o código alfabético, domina as relações grafofônicas, em outras palavras, que sons as letras representam, é capaz de ler palavras e textos simples, mas não necessariamente é usuário da leitura e da escrita na vida social. Pessoas alfabetizadas podem, eventualmente, ter pouca ou nenhuma familiaridade com a escrita dos jornais, livros, revistas, documentos, e muitos outros tipos de textos; podem também encontrar dificuldades para se expressar por escrito. [...] Letrado, no sentido em que estamos usando esse termo, é alguém que se apropriou suficientemente da escrita e da leitura a ponto de usá-las com desenvoltura, com propriedade, para dar conta de suas atribuições sociais e profissionais (CARVALHO,2007, p.66- grifo nosso). Soares (2003) afirma, porém que não há uma distinção clara entre alfabetização e letramento. Para ela os dois conceitos se superpõem uma vez que, aqui no Brasil se considera que um sujeito alfabetizado seja capaz de ler e redigir um bilhete simples, ou seja, ao ler e escrever a pessoa faz uso destas habilidades. 2

3 Letramento e alfabetização indissociáveis. Soares apontaa que no letramento ocorre, são processos distintos, porém interdependentes e [...] imersão das crianças na cultura escrita, participação em experiências variadas com a leitura e a escrita, conhecimento e interação com diferentes tipos e gêneros de material escrito e o que é propriamente a alfabetização, [...] consciência fonológica e fonética, identificação das relações fonema-grafema, habilidades de codificação e decodificação da língua escrita, conhecimento e reconhecimento dos processos de tradução de forma sonora da fala para a forma gráfica da escrita. [...] (SOARES, 2003,p.15). Diante das ponderações de Carvalho (2007) e Soares (2003), das observações diagnósticas e orientações do PNAIC, surgem a sequencia Bamboletras A Ciranda das Letras, e para o seu desenvolvimento foram realizadas atividades que contemplaram: Gêneros: Poema, Lista e Biografia; Leitura; Oralidade; Interpretação de texto; S. E. A. (Sistema de Escrita Alfabética); Ortografia (diferentes usos do M e do R); Diminutivo; Cruzadinhas, caça-palavras, ditado e auto ditado; Divisão silábica e classificação quanto ao número de sílabas; Diversos tipos de letras; Segmentação de palavras e tipos sonoros (rimas, fonemas e sílabas); Produção de texto. Em um primeiro momento distribuímos o poema digitado onde as crianças realizaram a leitura individual do poema Bamboletras de Dilan Camargo, em seguida leitura coletiva e com o dedinho, procuramos as rimas, circulamos e pintamos as mesmas. Houve a interpretação oral e uma conversa sobre o autor e a intenção do mesmo utilizando sabiamentee as palavras e as rimas. Em seguida realizamos atividades de registro das estações do ano, onde destacamos a primavera como a estação das flores e das borboletas. Em um segundo momento, novamente a leitura coletiva com o dedinho e seguimos com a construção do texto fatiado, onde cada aluno recebeu uma parte do poema, alguns em caixa alta e outros em letra cursiva, cada aluno treinou a leitura de sua parte e acompanhou a construção do 3

4 poema, primeiro em caixa Anais Eletrônicos do I Seminário Final do PNAIC & palavras dos colegas (quando um não conseguia ler, a turma o auxiliava) e outros esperavam ansiosos a vez para levar o seu verso até o cartaz, bem como a aluna especial Cyndi (Visual e Paralisia Diplégica) que ficou realizada por ler sozinha o seu verso para os demais colegas. Em seguida os alunos fizeram o registro do poema no caderno, onde escolheram o tipo de letra de sua preferência para o registro ( Esta dinâmica do uso das duas letras foi realizada para incluir a aluna Cindy, que apesar de ler e conhecer os diversos tipos de letras, apresenta dificuldade de registro na letra cursiva devido ao seu comprometimento motor, adaptando-se a letra caixa alta com maior facilidade). Utilização de lápis de cor, tinta guache e cola colorida para a decoração do cartaz onde foi registrado o poema Bamboletras, com a intervenção da professora de artes. Em um terceiro momento, foi levado à sala de aula uma caixa com palavras rimadas. Cada aluno, antes de pegar uma palavra, colocava a fantasia de borboleta, com direito a varinha mágica para acertar a palavra. O aluno retirava a palavra da caixa mágica, lia e rimava com as demais espalhadas em uma mesa. Exemplos: LETRAS BAMBOLETRAS, BORBOLETAS palavras, cruzadinha, complete com as sílabas inicial/final e auto ditado. palavras do poema e outras sílabas complexas envolvendo os diversos usos da letra R, e ainda construído com um rolinhoo de papel alumínio (reciclável) e cada crianç a montava as sílabas formando palavras depois realizamos o registro no caderno com a classificação silábica quanto ao número de sílabas. Neste dia realizamos os jogos da caixa amarela, com rimas, quebra-cabeça e bingo de palavras. Em um quinto momento, sempre voltando ao texto original Bamboletras, após a leitura coletiva, realizou-se a reorganização do texto, que foi previamente dividido em palavra. O mesmo deu-se sem a consulta ao texto original e para tanto realizamos diferentes agrupamento de acordo individual e revisão do poema (individual e coletiva) observando-se a estrutura, rimas e ortografia das palavras empregadas. alta e depois em letra cursiva, alguns fizeram intervenções com as PRETAS, BANDO BAILANDO, entre outras. E realizamos atividades de registro como: caça- Em um quarto momento realizou-se atividades como, texto lacunado, ditado com como atividades de registro realizamos a separação de sílabas primeiro com material concreto com o nível de aprendizagem de cada aluno. Num próximo momento, realizou-se a reescrita Em um sexto momento repertoriamos os alunos com texto informativo, Metamorfose das Borboletas, do livro didático de ciências, realizamos a interpretação oral e coletiva do referido texto e utilizamos o dicionário para encontrar os significados das palavras desconhecidas. 4

5 (Enfatizamos as características do texto informativo bem como dos verbetes do dicionário e sua função). Salientamos no texto metamorfose das borboletas, as medidas de tempo. Em um sétimo momento, desenvolvemos uma atividade com a construção de uma lista de cores da obra de arte de Romero Brito Borboletas, realizamos a leitura compartilhada do texto informativo sobre a biografia do autor, e as crianças pintaram com as cores que Romero Brito utilizou na sua obra. Após este momento trabalhamos as formas geométricas existentes na mesma. E para finalizar, realizamos uma produção de texto livre com o tema Borboletas, onde a criança pode expressar livremente seu conhecimento sobre o tema. Como relatamos no início, realizamos o diagnóstico da turma e trabalhamos focados em sanar tais dificuldades apresentados no diagnóstico inicial. Pois bem, ao final do ano letivo entregamos uma turma onde apenas dois alunos não haviam consolidado os direitos de aprendizagem propostos para o referido ano. E podemos a firmar com segurança que este trabalho não teria sido possível sem o conhecimento prévio que recebemos com o curso do PNAIC, pois até então tínhamos uma noção do que queríamos alcançar e agora temos um norte, que nos direciona para onde queremos chegar. ANEXOS: 5

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8 REFERENCIAS CARVALHO, Marlene. Alfabetizar e Letrar um diálogo entre a teoria e a prática.. 4ª Ed. Petrópolis: Vozes, EDUCAÇÃO, Ministério. Pacto Nacional Pela Educação na Idade Certa: a Apropriação do Sistema de Escrita Alfabética e a Consolidação do Processo de Alfabetização: Ano 2: Unidade 3/ Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Disponível em: acesso em20/05/