CÁLCULO DA METADE DISPONÍVEL PARA COLAÇÃO DE BENS E REDUÇÃO POR INOFICIOSIDADE

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1 CÁLCULO DA METADE DISPONÍVEL PARA COLAÇÃO DE BENS E REDUÇÃO POR INOFICIOSIDADE Cibele Pinheiro Marçal Tucci, mestre em processo civil e doutora em direito civil pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, Conselheira da Associação dos Advogados em São Paulo e sócia de Tucci Advogados Associados. A questão referente à colação e à redução por inoficiosidade de bens doados vem sendo tratada de maneira assistemática pela doutrina e jurisprudência, estando a merecer algumas reflexões mais consistentes, dada a complexidade dos problemas que pode ensejar. A fim de preservar o direito à legítima, a colação e a redução por inoficiosidade estão contempladas nos arts. 544, 549, 1.847, 1.967, 1, 2.002, e 2.007, 3º do Código Civil, que pouco inovaram em relação ao sistema vigente sob a égide do diploma revogado. A partir do exame de referidas normas jurídicas, pode-se afirmar que o testador/doador não pode privar os seus herdeiros necessários da herança que por direito lhes toca, nem pode distribuir de maneira desigual a metade de seus bens (a legítima). Tanto a redução por inoficiosidade de bens doados quanto a colação constituem mecanismos em lei previstos com o escopo de proteger os interesses dos herdeiros necessários, sob diferentes perspectivas: (i) uma primeira, que cuida da imposição de limites a qualquer liberalidade, restringindo-a às forças da metade dos bens do doador; e (ii) uma segunda, que trata da dispensa ou não, concedida pelo autor da liberalidade, aos seus descendentes, do dever de colacionar as doações recebidas, sendo que também neste caso está ele adstrito à metade disponível dos seus bens.

2 Por força do que dispõem os art e do Código Civil, verifica-se que o doador não pode dispor de mais da metade dos seus pertences. Se o fizer, reputa-se inoficioso o excesso da doação, devendo ser restituída, ao seu patrimônio 1, a parte que superar a disponível no momento da liberalidade. Tal regra diz respeito à redução por inoficiosidade e pertence ao direito das obrigações (art. 549 do CC), servindo para regular a questão jurídica, não apenas em caso de doações que beneficiam herdeiros necessários, mas também naquelas que têm como donatários terceiros inteiramente estranhos à futura herança. Já sob outro aspecto, na seara do direito sucessório, o princípio da igualdade das legítimas cria a presunção iuris tantum de que ao dispor de seus bens em vida, em favor de qualquer de seus descendentes (ou cônjuge que com eles concorrer), o doador não pretendeu favorecer o beneficiário, em detrimento dos demais, mas apenas adiantou a parcela que, por herança, tocaria ao donatário, para que depois de sua morte seja a mesma devolvida à legítima e redistribuída em cotas iguais, entre os herdeiros de mesma classe. A igualdade presumida das legítimas admite exceção. Assim, sempre que no próprio título da liberalidade ou em testamento, o doador ou testador dispensar expressamente o donatário (descendente e/ou cônjuge que concorre à herança) de trazer os bens à colação, essa equiparação das legítimas não deverá ocorrer. A dispensa da colação, todavia, limita-se às forças da metade disponível, nos termos do que dispõe o art do Código Civil, vale dizer, o doador só pode favorecer alguns de seus herdeiros necessários, dentro dos limites da metade disponível. 1 A parte inoficiosa da doação é restituída ao seu patrimônio, se a ação de redução for movida em vida do doador. Se a redução por inoficiosidade ocorrer somente após a sua morte, os bens repostos serão divididos entre os herdeiros necessários. V. nesse sentido, Miguel Maria de Serpa Lopes, Curso de direito civil, Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989, vol. 3, p.426; Zeno Veloso, Comentários ao Código Civil, São Paulo, Saraiva, 2003, v. 21, p

3 São dois, portanto, os mecanismos de que lança mão o legislador para proteger as legítimas, sempre tomando como parâmetro as forças da metade disponível. O primeiro - redução por inoficiosidade - tem por finalidade redimensionar as doações, sempre que houver sido superado o limite da metade do patrimônio do doador, violando o direito de seus herdeiros necessários (descendentes, ascendentes e/ou cônjuge), e em face de quaisquer donatários. Não é dado ao doador dispensar essa conferência, porquanto o seu direito de proceder a liberalidades (desde que existam herdeiros necessários) reduz-se à metade dos seus bens 2. Qualquer herdeiro necessário pode, destarte, independentemente de ter sido ou não dispensada a colação, requerer que as doações sejam conferidas para apuração de eventual inoficiosidade (parte da doação que supera o limite da metade disponível). O segundo - colação de bens - importa obrigação para os descendentes (e/ou cônjuge que com eles concorra) de trazerem os bens recebidos em vida do autor da herança, ou o seu valor, para acrescer à legítima dos demais herdeiros da mesma classe, no inventário do doador. Como antes ressaltado, a obrigação de trazer bens à colação parte da presunção de que o doador, ao favorecer alguns descendentes (e/ou cônjuge, eventualmente), procedeu ao adiantamento da legítima, mas essa presunção pode ser derrogada por dispensa expressa da colação, no momento mesmo da liberalidade ou em testamento posterior. A colação só interessa a outros descendentes (e ao cônjuge que com eles concorrer 3 ) que tenham sido preteridos em vida, mas a quem 2 V., a respeito, Sílvio de Salvo Venosa, Direito civil, São Paulo, Atlas, 2004, p. 273: O dever de colacionar os bens não se confunde com a redução das disposições. 3 A solução depende do regime de bens do casamento. 3

4 assiste o direito de receber a legítima (uma parcela da herança) em situação de paridade com os demais herdeiros da mesma classe. Repita-se, contudo, que a dispensa da colação, além da exigência de ser expressa, sujeita-se ao limite da metade disponível 4. Desse modo, para ser eficaz, é preciso que o objeto da liberalidade não supere o valor da metade dos bens que pertencem ao doador, e isso, mesmo que haja expressa dispensa do dever de colacionar bens doados. PONTES DE MIRANDA 5, com a acuidade de sempre, esclarece que, mesmo se dispensada a colação, os bens doados devem ser trazidos para conferência no inventário, apurando-se eventual excesso da disponível, verbis: Nas leis, fala-se de dispensa de colação. Em verdade, não se dispensa colação, não se pré-exclui o dever de colacionar. O que se permite é que se explicite ter-se posto na metade disponível aquilo que excede a quota do herdeiro necessário, ou que lhe foi doado, ou dado em dote em vida do decujo. Não há dispensa; há inclusão no quanto disponível do que teria de ser colacionado. Pela incluibilidade na metade presumível não sofre as conseqüências da desigualdade das deixas a herança legítima necessária. O que o decujo estabelece é que só se verifique se o valor que o herdeiro necessário recebera ou vai receber cabe na quota disponível e se considere livre de qualquer medida de igualização. Não é, portanto, de dispensa de colação, ou de pré-exclusão do dever de colacionar, que se cogita. A lei disciplinou a colação para que se não fraudassem as regras jurídicas sobre sucessão 4 V. mais adiante, sobre o momento em que se calcula a metade disponível em questão., 5 Tratado de direito privado, Rio de Janeiro, Borsoi, 1954, v. 55, p

5 necessária. Deixou ao decujo a escolha entre considerar adiantamento de legítima aquilo que dispôs a favor do herdeiro legítimo necessário descendente, e pô-lo no quanto disponível. Importante notar que o princípio da igualdade das legítimas só se aplica se houver herdeiros necessários e a colação, utilizada como remédio para igualar as legítimas (dos descendentes e, às vezes, do cônjuge - cf. art do CC) só serve para preservar a própria legítima, de modo que os bens colacionados serão sempre indiferentes para cálculo da metade disponível 6. Eles só acrescem à legítima. Sob o prisma da obrigatoriedade da colação ou da sua dispensa há, portanto, dois tipos de doação a descendentes (e/ou cônjuge que concorra com estes como herdeiro necessário): (i) a que se reputa adiantamento da legítima e se sujeita à colação; e (ii) aquela cujo objeto se determinou saísse da metade disponível e não se sujeita à colação, desde que não supere o limite legal. Se, tendo doado bens, o doador não dispensou o donatário de colação, o valor dos bens objeto de liberalidade será trazido ao inventário para acrescer à legítima, dividindo-se depois, esta parte da herança, entre todos os descendentes e o cônjuge herdeiro (se for o caso), nos termos da lei (art ). Assim, se tinha 100 e doou 20, faleceu com 80. A metade disponível calcula-se sobre o total dos bens existentes ao falecer o testador, abatidas as dívidas e despesas do funeral (art do CC). A metade de 80 é 40. Esse é o valor da disponível. 6 Nesse mesmo sentido, entre outros, v. Caio Mario da Silva Pereira, Instituições de d ireito civil, vol., Rio de Janeiro, 4 Forense, 1994, p. 299; Maria Helena Diniz, Código Civil anotado, São Paulo, Saraiva, 1996, p ; Sílvio de Salvo Venosa, Direito das sucessões, São Paulo, Atlas, 1991, p

6 À outra metade (40), legítima, devem ser somadas as doações sujeitas à colação. Tem-se, pois: 40+20=60. São, portanto, estes 60 que serão divididos em partes iguais entre os herdeiros necessários e não haverá igualdade aritmética entre uma das metades, a disponível, e a outra, a legítima. Os bens doados em vida de maneira alguma acrescem à metade disponível. E nem teria sentido que assim fosse, porque a colação não visa a preservar a integridade do acervo hereditário (como se todas as doações fossem reversíveis), mas tende a igualar as legítimas dos descendentes e, eventualmente, do cônjuge, ou seja, aquela porção da herança da qual esses herdeiros necessários não podem ser expropriados, nem por vontade do doador e/ou testador. A matéria se torna bem mais complexa quanto ao outro tipo de doações, ou seja, aquelas que devem ser imputadas na metade disponível e não sujeitam o donatário/herdeiro à colação. Quanto a estas, é relevante verificar em que momento se apura a metade disponível para com ela cotejar a doação, a fim de averiguar a existência ou não de excesso. Além disso, é preciso saber qual o valor dos bens doados que se tomará por base (o do momento da liberalidade ou o da abertura da sucessão). E, finalmente, deve-se concluir se a dispensa da colação é eficaz, por haver ficado restrita ao limite legal. Passemos ao exame dessas questões, tanto no que diz respeito à redução por inoficiosidade, quanto ao dever de trazer os bens à colação. A discussão acerca do momento em que se apura a metade disponível já era tormentosa sob a égide do Código Civil revogado e torna-se novamente pertinente a partir de pequenas alterações de redação dos art (antes art ), (antes art ), com inclusão de parágrafo único, e 2.007, caput, e 3º e 4º (sem correspondência na legislação anterior) do atual diploma. 6

7 Pergunta-se: para efeito de conferência de doações (redução por inoficiosidade), assim como para colação entre herdeiros necessários, é possível interpretar que a metade disponível a ser considerada é aquela existente no momento da liberalidade e não no momento da abertura da sucessão? A resposta que já encerrava muita discussão sob o regime do revogado estatuto tende a se tornar definitivamente afirmativa, a partir da entrada em vigor do Código Civil de A discussão remonta a longa data e a ela se reportou magistralmente AGOSTINHO ALVIM 7, em sua clássica monografia sobre a doação. Esclarece ele que, antes da vigência do Código Beviláqua, o sistema determinava que se calculasse a metade disponível no momento da abertura da sucessão, mas que, em seguida, após a entrada em vigor do diploma de 1916, uma forte corrente doutrinária e jurisprudencial orientava-se no sentido de que o art passava a determinar que o momento da verificação de qualquer excesso seria o da liberalidade, pouco importando a fortuna do doador no momento da sua morte. AGOSTINHO ALVIM posicionava-se contrariamente a tal interpretação, aduzindo que tal solução afrontava o próprio princípio que visava à outorgar proteção à legítima e arrematava, em comentário ao art do Código Civil de 1916: dizendo o texto que a doação excedente àquilo de que o testador poderia dispor no momento da liberalidade é nula, significa, simplesmente, que se não exceder não pode ser anulada, pelo que os filhos carecerão de ação; mas não está dito que, futuramente, ao ser feita a conferência, e verificado o desfalque das legítimas por motivo superveniente, o donatário possa reter os bens, derrogando as regras do direito sucessório e do próprio art , que timbram em garanti-las. 7 Da doação, São Paulo, 1963, p. 163 e segs. Ed. RT, 7

8 Apesar da lucidez e da clareza da lição acima transcrita, a solução que se extrai do art do Código Civil é diferente, pelo menos quanto a redução por inoficiosidade. Estatui esse dispositivo legal que: Art São sujeitas à redução as doações em que se apurar excesso quanto ao que o doador poderia dispor, no momento da liberalidade. 1º O excesso será apurado com base no valor que os bens doados tinham, no momento da liberalidade. 2º A redução da liberalidade far-se-á pela restituição ao monte do excesso assim apurado; a restituição será em espécie, ou, se não mais existir o bem em poder do donatário, em dinheiro, segundo o seu valor ao tempo da abertura da sucessão, observadas as regras deste Código sobre a redução das disposições testamentárias. 3º Sujeita-se a redução, nos termos do parágrafo antecedente, a parte da doação feita a herdeiros necessários que exceder a legítima e mais a quota disponível. Ora, art do Código Civil (que não tinha precedente na legislação revogada) prescreve, como facilmente se infere, que a metade disponível a ser levada em conta para efeito de redução por inoficiosidade é aquela contemporânea ao momento da liberalidade. Mas o seu 3º faz distinção, caso se trate de doação feita a herdeiro necessário, e determina que o excesso seja apurado a partir do confronto entre a doação e as forças da metade disponível, somada à legítima do donatário. Há, pois, dois tipos distintos de doações a serem conferidas para efeito de eventual redução por inoficiosidade: (i) aquelas que foram 8

9 recebidas por terceiros estranho à futura herança; e (ii) aquelas que foram recebidas por herdeiros necessários. Pode-se afirmar, sob a égide do diploma de 2003, que em todos os casos de conferência de bens nos quais os agraciados com a doação são terceiros, excluídos da sucessão (i), deve-se verificar, no momento mesmo da liberalidade, se o patrimônio do doador é suficiente para a transmissão de bens a título gratuito, e se não estiver ultrapassado o limite em lei previsto (metade dos bens), a doação reputa-se perfeita e acabada, como se o doador tivesse falecido naquele dia sem que seja preciso averiguar qualquer alteração da fortuna do doador, no momento de sua morte. Se, por outro lado, os bens doados suplantarem a metade do patrimônio do doador, no momento da liberalidade, qualquer interessado pode pedir a redução por inoficiosidade, antes ou depois de aberta a sucessão. É nesse sentido a lição de ORLANDO GOMES 8 : Se a liberalidade ocorreu em vida do testador, modificase o critério. O excesso tem de ser apreciado no momento da doação, como se o doador falecesse naquele mesmo dia. Levam-se em conta, tão somente, as doações a estranhos ou a descendentes que não as recebam como adiantamento de legítima, porque, neste caso, são obrigados a conferir os bens. Reporta-se, o cálculo da parte disponível ao momento da liberalidade, seja qual for este, inexistindo, em nosso direito, limite temporal. 8 Sucessões, Rio, Forense, 1973, p

10 Nesse exato sentido, ZENO VELOSO 9 escreve, já sob a égide no novo Código Civil, que: No caso de doação, nosso direito anterior, pré-codificado, quanto ao momento em que se deveria verificar a existência ou não de excesso, elegia o da abertura da sucessão (Ordenações Filipinas, L. IV, T. 97, 4º). O art do CC de 1916 rompeu com essa solução, editando ser nula a doação quanto à parte, que exceder a de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Comentando esse dispositivo Clóvis Beviláqua reconhece que o Código adotou uma providência radical: A doação inoficiosa é nula no excesso da legítima; mas esse excesso se aprecia no momento da doação, como se o doador falecesse nesse mesmo dia, ponderando que o sistema que avalia a porção disponível no momento da abertura da sucessão peca por injusto: realmente, o doador poderia ser rico, dar moderadamente, e depois empobrecer, por qualquer razão estranha à sua liberalidade. E não é razoável que os herdeiros, que tiverem herança escassa, por um acidente da vida, enriqueçam à custa do donatário de muitos anos passados. Mas, ao contrário, o doador pode ficar rico, adquirindo muitos outros bens, depois de fazer a doação. Se esta era inoficiosa, considerando-se a situação patrimonial no momento da liberalidade, não deixa de ser assim considerada por ter o doador, posteriormente, agregado bens ao seu patrimônio. 9 Comentários ao Código Civil, cit., p

11 Parece-me, entretanto, que, a teor do 3º do art , a solução deverá ser diversa se o donatário for herdeiro necessário do doador. A conferência para redução por inoficiosidade aí, vai além das forças da metade disponível, para somar-se à legítima desse mesmo donatário. Ora, diante dessa circunstância, somente no momento da abertura da sucessão é que se pode verificar eventual excesso. Tal conclusão tem a adesão de PAULO CEZAR PINHEIRO CARNEIRO 10, ao escrever que: Diferente é o tratamento que o legislador deu às doações realizadas em favor dos herdeiros necessários. Como já examinado, são elas consideradas como adiantamento da legítima e, assim, o eventual excesso somente poderá ser verificado quando do falecimento do doador. É irrelevante o fato de que no momento da doação aquele bem tivesse valor superior ao monte de que o doador poderia dispor em testamento. O que importa para o mundo jurídico é que o valor daquele bem quando da morte do testador não exceda a metade disponível. As questões de fato se à época da doação esta situação ocorria ou não; se o doador posteriormente à doação veio a enriquecer ou a empobrecer não interessam ao mundo jurídico e são mutáveis, de mesmo modo que o devedor, outrora rico, tenha se tornado pobre quando da cobrança judicial. Se a colação tem por finalidade equalizar as legítimas, ela somente será necessária e possível no momento em que estas puderem ser exigidas, ou seja, quando da morte do autor da herança. Assim, as doações realizadas em favor dos herdeiros necessários são válidas e eficazes 10 Comentários ao Código de Processo Civil, Rio de Janeiro, Forense, 2001, p

12 independentemente do consentimento dos demais descendentes e somente poderão ser desconstituídas na medida em que configurar, no futuro, eventual excesso. Daí por que, tanto o Código Civil art como o Código de Processo Civil art dispõem que os herdeiros deverão colacionar o próprio bem ou, se já não o possuírem, o seu respectivo valor. Seria ilógica essa previsão, caso pudessem os herdeiros necessários promover a ação anulatória ao tempo da doação. O que interessa para o mundo jurídico, repita-se, é que os herdeiros necessários concorram igualitariamente à herança, salvo no que toca à parte disponível, se assim dispuser o falecido, seja no instrumento de doação, seja no testamento. Se isso ocorrer, a lei estará sendo observada, pouco importando que à época da doação tal situação de fato não estivesse presente. Não se trata, portanto, de modo igual os desiguais, como aliás, faz distinção o próprio texto legal que regula a matéria (art do CC). Esta solução, que se aplica à redução por inoficiosidade, não pode ser adotada em caso de conferência de bens para colação. E isso, porque, para efeito de colação de bens, há uma regra específica que dispõe sobre o momento de calcular a metade disponível. Reza o art do Código Civil que: São dispensadas da colação as doações que o doador determinar saiam da parte disponível, contanto que não a excedam, computado o seu valor ao tempo da doação. 12

13 Assim, e a partir da entrada em vigor do Código Civil de , não podem remanescer dúvidas. Os bens doados devem ser levados em conta pelo valor que tinham à época da liberalidade (art do CC). É esse o valor que deve ser confrontado com a metade disponível para se verificar se a dispensa da colação é ou não eficaz. Mas subsiste a dúvida: quando se avalia a metade disponível para efeito de atribuir eficácia à dispensa do dever de colacionar bens em inventário? No momento da liberalidade ou no da abertura da sucessão? Nos termos do que preceitua o art do Código Civil, parece-me induvidoso que o critério a utilizar é o do momento da liberalidade, ou seja, apura-se ali o valor da metade disponível para verificar se o autor da herança dispunha (naquela ocasião) de bens suficientes para que, sobre a metade disponível, se imputasse o excesso da doação feita ao herdeiro descendente (ou cônjuge que com este concorrer). Contrasta-se com essa metade disponível a doação, considerando o valor dos bens doados àquela época. Sendo a metade maior do que o valor dos bens doados, a colação há de ser dispensada, como se o doador houvesse falecido ali. Esta solução mantém-se inalterada mesmo que, sobrevindo o evento morte, a metade disponível venha a sofrer sensível redução. Em caso contrário, se a metade disponível não comportar o valor dos bens doados, no momento da doação, o dever de colacionar o excesso subsiste para o beneficiário da doação, apesar da dispensa do autor da liberalidade, sendo indiferente se, no futuro, por ocasião da abertura da sucessão, a metade disponível vier a sofrer sensível aumento. 11 Antes da entrada em vigor do Código Civil de 2003 irrompia séria discussão acerca do antagonismo existente entre os textos do art do CC de 1916 (atual art. 2005) e o art , parágrafo único, do CPC. A discussão ali, todavia, cingia-se a questão diversa, qual seja o momento em que se avalia os bens doados e não o momento em que se calcula a disponível. 13

14 É certo que, com essa interpretação, à época da abertura da sucessão, um dos herdeiros necessários poderá ser beneficiado com mais bens do que os outros, em detrimento da igualdade das legítimas. Mas é exatamente isso o que estava previsto pelo autor da herança, no momento da liberalidade, tanto que dispensou a colação. incomum, mas que via de regra passa despercebida. Resta ainda atentar para uma situação peculiar, que não é Trata-se da hipótese em que, além de doar bens em vida aos seus descendentes, dispensando-os da colação, o autor da herança dispõe em testamento sobre a sua metade disponível, contemplando terceiros, ou então favorecendo apenas um dos herdeiros necessários que já recebeu o adiantamento da sua legítima. Esta disposição testamentária permite vislumbrar a adoção de duas linhas de interpretação: (i) a primeira, partiria da premissa de que as doações foram dispensadas de colação e, não havendo excesso inoficioso (a ser calculado no momento da liberalidade), nada obsta conceder-se à metade disponível (apurada no momento da abertura da sucessão) o destino instituído pela deixa testamentária; (ii) outro entendimento, todavia, poderá considerar que se o testador já consumiu, em vida, a sua metade disponível, nela imputando as doações feitas a descendentes, isto deve ser levado em conta para dimensionar a deixa testamentária, de modo que poderá não remanescer saldo da metade disponível para atender à disposição de última vontade. Entendo que a solução deve variar dependendo de uma circunstância relevante: se o adiantamento da legítima tiver agraciado de maneira equivalente os herdeiros necessários, não haverá diferença a maior a imputar na metade dos bens, e esta metade - a disponível - poderá receber o destino prescrito na deixa testamentária. 14

15 Por outro lado, se também em relação ao adiantamento da legítima o autor da herança favoreceu um de seus herdeiros necessários, em detrimento dos demais, dispensando-o da colação, o excesso só pode ser imputado na disponível. Assim, a metade disponível que vier a ser apurada após a abertura da sucessão deverá sofrer a redução cabível, antes de se determinar o cumprimento da deixa testamentária. 15

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