CONHECIMENTO E INTERPRETAÇÃO
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- Raphaella Santana Gil
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1 CONHECIMENTO E INTERPRETAÇÃO Interpretação - livre exercício da razão - pensamento - pensar é interpretar Variadas formas de interpretação originaram vários conceitos de hermenêutica Não existem receitas infalíveis nem rotinas prontas, mas propostas e indicações Novos padrões culturais e valorativos alteram constantemente o sentido dos fatos A tarefa humana de interpretar é historicamente inesgotável e incompleta O sentido é a epifania do absoluto.
2 ASPECTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS Roma antiga - atividade dos jurisprudentes - hermenêutica como prática Europa medieval - atividade dos glosadores - hermenêutica como método Mundo contemporâneo - razão histórica - hermenêutica científica Atividade racional interpretativa - conhecimento e autoconhecimento Essência do ato de interpretar é a captação de um sentido - irrepetibilidade Racionalidade humana é o portal do sentido no mundo.
3 INTERPRETAÇÃO: CONCEITUAÇÕES Interpretação: momento dinâmico do conhecimento da realidade (mundo) Atividade realizada sempre no contexto social, donde se conclui que: expressa-se por meio de signos e sinais linguísticos insere-se num contexto comunicativo e cultural O ato de interpretar no Direito se perfaz em quatro momentos integrados: elevar para o plano da racionalidade os fatos confrontar com as hipóteses legais correlacionar os planos teórico e prático buscar a adequação ou inadequação
4 Interpretação - marca valorativa do Direito Direito, como ciência cultural, preocupa-se com as ações humanas inseridas num contexto histórico (envolve o autor e o intérprete). Ação humana e norma jurídica são carregadas de sentido; hermenêutica ajuda a integrar as duas na aplicação da lei ao caso concreto. A marca valorativa do Direito incorpora os valores de quem fez a lei e os valores inseridos na tradição histórica. A interpretação jurídica encontra referência tanto na vontade do autor da lei, quanto na vontade do seu intérprete, em épocas diferentes. O Direito tem dois momentos de criação: na vontade do legislador (caso genérico) e no ato decisório do juiz (caso concreto).
5 Parâmetros do ato interpretativo O ato de interpretar exige conhecimentos prévios - ordenamento jurídico. Qualificar um ato como jurídico equivale a considerá-lo em função do ordenamento Parâmetro objetivo: democracia e segurança jurídica. Condiciona a atuação do intérprete, impondo limites, controlando a arbitrariedade. Ao confrontar o fato com a norma, existem probabilidades e possibilidades. O estudo pessoal e a formação profissional conferem ao intérprete as diversas possibilidades de buscar uma solução. Parâmetro subjetivo: inteligência e criatividade.
6 Padrões hermenêuticos históricos Ao longo da história, juristas criaram padrões que chamamos fechados e abertos Fechados: apegam-se à perspectiva burocrática e literal do texto (comodismo) restringem a capacidade de absorção de situações novas divorciam o mundo jurídico da dinâmica social Abertos: capacidade reflexiva, viabilizam adaptação da norma a novas situações visam os fins sociais a que a norma se destina ultrapassam a literalidade e a tradição.
7 Lições de Miguel Reale e Carlos Maximiliano Interpretar uma lei importa previamente compreendê-la na plenitude dos seus fins sociais, a fim de poder-se, desse modo, determinar o sentido de cada um dos seus dispositivos. Precisa o intérprete possuir um intelecto respeitoso da lei, porém ao mesmo tempo inclinado a quebrar-lhe a rigidez lógica; apto a apreender os interesses individuais, porém conciliando-os com o interesse social. Cumpre escolher os magistrados entre os que bem conhecem as paixões humanas, as causas próximas e remotas dos fenômenos jurídicos, a finalidade dos institutos e dispositivos, os fatores sociológicos que influíram na elaboração ou na exegese dos textos.
8 Lições de Carlos Maximiliano A formação dos juristas deve ser capaz de incorporar categorias conceituais derivadas de uma leitura sociológica, filosófica, antropológica, psicológica e crítica do Direito tradicional e de sua relação com a sociedade, com o objetivo de se alcançar a melhor interpretação à prática que desenvolvem e com que convivem no dia-a-dia do seu trabalho. A interpretação jurídica exige do intérprete a posse de três atributos cuja concomitância no mesmo cérebro não é, por assim dizer, muito comum: probidade, ilustração e critério. probidade: esforço sincero de buscar sempre a verdadeira justiça ilustração: grande soma de conhecimentos critério: saber discernir entre o aparente e o real, o certo e o provável, o essencial e o acidental
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