Flavio Filgueiras Pacheco Moreira

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Flavio Filgueiras Pacheco Moreira"

Transcrição

1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO COPPEAD ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS DE QUASI-MONTE CARLO, AMOSTRAGEM DESCRITIVA, HIPERCUBO LATINO E MONTE CARLO CLÁSSICO NA ANÁLISE DE RISCO Flavio Filgueiras Pacheco Moreira Dissertação de Mestrado Orientador: Prof. Dr. Eduardo Saliby PhD em Pesquisa Operacional - LANCASTER/UK Rio de Janeiro Março 1

2 ii Folha de Aprovação ESTUDO COMPARATIVO DOS MÉTODOS DE QUASI-MONTE CARLO, AMOSTRAGEM DESCRITIVA, HIPERCUBO LATINO E MONTE CARLO CLÁSSICO NA ANÁLISE DE RISCO Flavio Filgueiras Pacheco Moreira Dissertação submetida ao corpo docente do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de mestre. Aprovada por: Prof. - Orientador Eduardo Saliby COPPEAD/UFRJ Prof. Eduardo Facó Lemgruber COPPEAD/UFRJ Prof. Gastão Coelho Gomes COPPE/UFRJ

3 iii Ficha Catalográfica Moreira, Flavio Filgueiras Pacheco. Estudo comparativo dos métodos de Quasi-Monte Carlo, Amostragem Descritiva, Hipercubo Latino e Monte Carlo clássico na análise de risco/flavio Filgueiras Pacheco Moreira. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, 1. xv, 135p. il. Dissertação Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPEAD, Análise de risco.. Métodos de amostragem. 3. Simulação. 4. Tese (Mestr. UFRJ/COPPEAD). I. Título.

4 iv Ao Lucas, Simples Amostra de Esperança.

5 v AGRADECIMENTOS Ao professor Eduardo Saliby, pelo grande incentivo, pela confiança demonstrada e pela valiosa Orientação. Aos professores Eduardo Facó Lemgruber e Gastão Coelho Gomes, pelo empenho na leitura da versão final do trabalho há poucos dias da apresentação e pelas sugestões acrescentadas. A minha esposa, Claudia, pela compreensão, apoio e incentivo durante todas as etapas de elaboração deste trabalho, e por Tudo que possa ser entendido como Amor. Aos meus sogros, Alcides e Sabah, pelo incentivo e por cuidar de meu ativo mais precioso, o Lucas, durante os momentos de preparação e redação do trabalho. A minha mãe, Oraide, pelo apoio, incentivo e presença constante em todas as etapas de minha formação. Aos meus irmãos, Claudio e Lucio, pelo incentivo para realização deste projeto. Aos demais parentes, amigos e Instituições (COPPEAD, CNPq e Booz Allen & Hamilton) que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização deste trabalho de pesquisa.

6 vi RESUMO MOREIRA, F. F. P. Estudo comparativo dos métodos de Quasi-Monte Carlo, Amostragem Descritiva, Hipercubo Latino e Monte Carlo clássico na análise de risco. Orientador: Eduardo Saliby. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, p. Dissertação. (Mestrado em Ciências da Administração) Esta pesquisa comparou os desempenhos, quanto à velocidade de convergência e exatidão dos resultados, de seis métodos de amostragem empregados atualmente em ambientes empresariais e acadêmicos. Os métodos analisados foram o de Quasi-Monte Carlo, utilizando as seqüências numéricas de baixa discrepância de Halton, Sobol e Faure, o método de conjunto determinístico, como a amostragem Descritiva, o de conjunto estratificado, como o Hipercubo Latino, e o clássico método de Monte Carlo. Este último é precursor dos demais e considerado padrão de amostragem nas aplicações de Simulação. Os desempenhos dos métodos em relação aos critérios adotados para convergência e exatidão foram comparados entre si em três categorias de aplicações da análise de risco decisão de investimento, avaliação de carteira de ações, avaliação do preço de opções - e em uma aplicação científica, caracterizada pela avaliação de integrais múltiplas. O método da amostragem Descritiva apresentou os melhores resultados consolidados para as condições estabelecidas.

7 vii ABSTRACT MOREIRA, F. F. P. Estudo comparativo dos métodos de Quasi-Monte Carlo, Amostragem Descritiva, Hipercubo Latino e Monte Carlo clássico na análise de risco. Orientador: Eduardo Saliby. Rio de Janeiro: UFRJ/COPPEAD, p. Dissertação. (Mestrado em Ciências da Administração) This research has intended to compare the performance, regarding the rate of convergence and the valuation precision, of six sampling methods applied to the businesses sphere and academic researches nowadays. The employed methods were the Quasi-Monte Carlo with the Halton, Sobol and Faure low discrepancy numerical series, deterministic set method as Descriptive sampling, stratified set method as Latin Hypercube sampling, and the classic Monte Carlo method. The latter method is the pioneer of the existing ones and considered as the standard sampling method in Simulation. The analyzed methods performance based on the rate of convergence and the results precision criteria were compared against each other in three categories of risk analysis applications investment decision, stock portfolio evaluation, option price evaluation and in a scientific application, consisting of multiple integration evaluation. The Descriptive sampling method showed the best aggregate results on the previous assigned conditions.

8 viii LISTA DE QUADROS Quadro 4.1 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato definido para o caso-base (D=5), na aplicação de Análise de Risco... 9 Quadro 4. Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato definido para o caso variante 1 (D=8), na aplicação de Análise de Risco Quadro 4.3 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual relativo ao valor exato definido para o caso variante (D=16), na aplicação de Análise de Risco 94 Quadro 4.4 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato definido para o caso variante 3 (D=1), na aplicação de Análise de Risco Quadro 4.5: Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato para o caso-base (D=4), na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações... 1 Quadro 4.6 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato para o caso variante 1 (D=8), na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Quadro 4.7 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato para o caso variante (D=1), na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações... 1 Quadro 4.8 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato para o caso-base, na aplicação de Precificação de Opções Quadro 4.9 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato da integral no caso-base (D=4), na aplicação de Integração Múltipla Quadro 4.1 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato da integral no caso variante 1 (D=8), na aplicação de Integração Múltipla Quadro 4.11 Número de corridas e valor absoluto do desvio percentual do resultado relativo ao valor exato da integral no caso variante (D=1), na aplicação de Integração Múltipla

9 ix LISTA DE GRÁFICOS Figura.1 Resultado possível em experimentos bidimensionais para quantificar a discrepância das séries numéricas regiões concentradas e regiões vazias... 9 Figura. Discrepâncias para 5 pares ordenados no quadrado unitário, utilizando como coordenadas séries de Halton (A) e séries aleatórias (B) - D 5 (A) = 3% e D 5 (B) = 5%... 9 Figura.3 Discrepâncias para 15 pares ordenados no quadrado unitário, utilizando como coordenadas séries de Halton (A) e séries aleatórias (B) D 15 (A) = 1,67% e D 15 (B) =,33% Figura.4 Discrepância para 55 pares ordenados no quadrado unitário, utilizando como coordenadas séries de Halton (baixa-discrepância) D 55 =,57% Figura.5 Discrepância para 55 pares ordenados no quadrado unitário, utilizando como coordenadas séries aleatórias D 55 = 1,35% Gráfico 3.1 Função de distribuição acumulada de probabilidades dos volumes anuais de vendas (mil unidades), segundo tabela Gráfico 4.1 Percentual consolidado de vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério de velocidade de convergência, na aplicação de Análise de Risco Gráfico 4. Percentual consolidado de vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério de exatidão do resultado, na aplicação de Análise de Risco...97 Gráfico 4.3 Percentual consolidado de vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo à velocidade de convergência, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Gráfico 4.4 Percentual consolidado de vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo à exatidão do resultado, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Gráfico 4.5 Percentual consolidado de vitórias para cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério de exatidão do resultado, na aplicação de Precificação de Opções Gráfico 4.6 Percentual consolidado das vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério da velocidade de convergência, na aplicação de Integração Múltipla

10 x Gráfico 4.7 Percentual consolidado das vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério de exatidão do resultado, na aplicação de Integração Múltipla Gráfico 5.1 Percentual consolidado das vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério da velocidade de convergência, em todos os experimentos da pesquisa Gráfico 5. Percentual consolidado das vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo ao critério de exatidão do resultado, em todos os experimentos da pesquisa Gráfico 5.3 Percentual consolidado das vitórias de cada método de amostragem sobre o total relativo a ambos os critérios de desempenho, em todas as aplicações da pesquisa... 1

11 xi LISTA DE TABELAS Tabela 3.1 Custos unitários dos novos produtos e suas probabilidades de ocorrência, para a aplicação de Análise de Risco no lançamento Tabela 3. Intervalos possíveis para os volumes anuais de venda dos novos produtos, para a aplicação de Análise de Risco no lançamento Tabela 3.3 Valores do investimento inicial para lançar o novo produto e suas probabilidades de ocorrência, para a terceira variante da aplicação de Análise de Risco... 7 Tabela 3.4 Variações no preço final dos novos produtos com as respectivas probabilidades de ocorrência, para a terceira variante da aplicação de Análise de Risco... 7 Tabela 3.5 Reduções no volume de vendas do primeiro ano após lançar o produto, para a terceira variante da aplicação de Análise de Risco Tabela 3.6 Retornos anuais médios e desvios-padrão para as ações da carteira analisada, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações... 7 Tabela 3.7 Matriz de correlação entre os retornos anuais médios das ações da carteira analisada, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações... 7 Tabela 3.8 Retornos anuais médios e desvios-padrão para as ações da carteira analisada, na primeira variante da aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações 73 Tabela 3.9 Matriz de correlação dos retornos anuais médios das ações da carteira analisada, na segunda variante da aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações.74 Tabela 3.1 Retornos anuais médios e desvios-padrão das ações da carteira analisada, na terceira variante da aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Tabela 3.11 Matriz de correlação dos retornos anuais médios das ações da carteira analisada, na terceira variante da aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações.. 75 Tabela 3.1 Fluxo de caixa bruto do portador de uma opção de compra para um ativoobjeto, na data de exercício ou do vencimento da opção Tabela 4.1 Valores exatos para o VPL, tamanho das amostras, número de corridas e critério de desvio, adotados nos casos da aplicação de Análise de Risco Tabela 4. Valores exatos para a probabilidade, tamanho das amostras, número de corridas e critério de desvio, adotados na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações... 99

12 xii Tabela 4.3 Valores exatos para a integral, tamanho de amostras, número de corridas e critério de desvio, adotados na aplicação de Integração Múltipla Tabela 4.4 Número de linhas de código das macros elaboradas em VBA para fornecer as amostras de acordo com os algoritmos dos métodos de amostragem analisados na pesquisa Tabela 7.1 Velocidade de convergência máxima e mínima e respectivos desvios percentuais, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Análise de Risco Tabela 7. Desvio percentual máximo e mínimo e respectivas velocidades de convergência, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Análise de Risco Tabela 7.3 Número de vitórias para cada método de amostragem estudado quanto ao critério da velocidade de convergência, na aplicação de Análise de Risco Tabela 7.5 Velocidade de convergência máxima e mínima e respectivos desvios percentuais, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Tabela 7.6 Desvio percentual máximo e mínimo e respectivas velocidades de convergência, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Tabela 7.7 Número de vitórias para cada método de amostragem estudado quanto ao critério da velocidade de convergência, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Tabela 7.8 Número de vitórias para cada método de amostragem estudado quanto ao critério da exatidão do resultado, na aplicação de Avaliação de Portfolio de Ações Tabela 7.9 Velocidade de convergência máxima e mínima e respectivos desvios percentuais, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Precificação de Opções Tabela 7.1 Desvio percentual máximo e mínimo e respectivas velocidades de convergência, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Precificação de Opções Tabela 7.11 Número de vitórias para cada método de amostragem estudado quanto aos dois critérios de desempenho, na aplicação de Precificação de Opções Tabela 7.1 Velocidade de convergência máxima e mínima e respectivos desvios percentuais, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Integração Múltipla... 13

13 xiii Tabela 7.13 Desvio percentual máximo e mínimo e respectivas velocidades de convergência, relativos à Monte Carlo, para cada método de amostragem na aplicação de Integração Múltipla Tabela 7.14 Número de vitórias para cada método de amostragem quanto ao critério da velocidade de convergência, na aplicação de Integração Múltipla Tabela 7.15 Número de vitórias para cada método de amostragem quanto ao critério da exatidão do resultado, na aplicação de Integração Múltipla Tabela 7.16 Número de vitórias consolidadas para cada método de amostragem em relação ao critério da velocidade de convergência, para todas as aplicações Tabela 7.17 Número de vitórias consolidadas para cada método de amostragem em relação ao critério da exatidão do resultado, para todas as aplicações Tabela 7.18 Total geral do número de vitórias para cada método de amostragem em relação a ambos os critérios de desempenho, para todas as aplicações

14 xiv SUMÁRIO 1 O PROBLEMA INTRODUÇÃO OBJETIVOS QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS HIPÓTESES DELIMITAÇÃO DO ESTUDO RELEVÂNCIA DO ESTUDO... 7 REFERENCIAL TEÓRICO O MÉTODO DE MONTE CARLO MÉTODOS DE CONJUNTOS DETERMINÍSTICOS E PROBABILÍSTICOS Hipercubo Latino para grandes amostras Amostragem Descritiva....3 MÉTODO DE QUASI-MONTE CARLO Discrepância Séries numéricas de Halton Método simplificado de Halton Séries de Sobol e Faure Experimentos com séries de baixa-discrepância APLICAÇÕES DE QUASI-MONTE CARLO CONCLUSÕES METODOLOGIA TIPO DE PESQUISA UNIVERSO E AMOSTRA ANÁLISE DE RISCO Variantes do experimento de análise de risco AVALIAÇÃO DE PORTFOLIO DE AÇÕES Variantes do experimento de avaliação de portfolio de ações PRECIFICAÇÃO DE OPÇÕES INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA Variantes do experimento de integração múltipla COLETA DE DADOS Velocidade de convergência Exatidão do resultado Eficiência da correlação forçada RESULTADO TRATAMENTO DOS DADOS LIMITAÇÕES DA PESQUISA Metodologia Hardware Software RESULTADOS DAS SIMULAÇÕES... 88

15 xv Análise de risco Velocidade de convergência Exatidão do resultado Avaliação de Portfolio de Ações Eficiência da correlação forçada Velocidade de convergência Exatidão do resultado Precificação de Opções Velocidade de convergência Exatidão do resultado Integração múltipla Velocidade de convergência Exatidão do resultado Complexidade do código de programação CONCLUSÃO SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXO APLICAÇÃO DE ANÁLISE DE RISCO APLICAÇÃO DE AVALIAÇÃO DE PORTFOLIO DE AÇÕES APLICAÇÃO DE PRECIFICAÇÃO DE OPÇÕES APLICAÇÃO DE INTEGRAÇÃO MÚLTIPLA CONSOLIDAÇÃO DO NÚMERO DE VITÓRIAS NA PESQUISA

16 1 O PROBLEMA Neste capítulo, serão apresentadas as principais características dos métodos de simulação, os objetivos e questões a serem respondidos após a pesquisa, as principais hipóteses e delimitações para os métodos empregados e as razões que justificaram e motivaram este estudo. 1.1 Introdução A simulação é um método de resolução de problemas complexos ou de difícil solução analítica que vem sendo cada vez mais utilizada em diversas áreas de conhecimento, como as áreas administrativas e financeiras. A crescente complexidade das análises e das inter-relações entre as variáveis, além da maior disponibilidade de recursos computacionais, têm contribuído para isso. As principais vantagens oferecidas pelo método de simulação são a grande flexibilidade na preparação de aplicações e o grau de acessibilidade aos pesquisadores interessados. Sistemas de apreciação de ativos, avaliação de fluxos de caixa, previsão de vendas, controle de estoques, atendimento a clientes e transportes público e militar têm sido exemplos correntes de aplicações das ferramentas de simulação. As principais desvantagens na utilização do método de simulação - dificuldade operacional na modelagem e implementação das aplicações - e o tempo empregado para executar os programas têm sido atenuados pela evolução computacional e pelo surgimento de algoritmos que procuram reduzir o tempo de execução das atividades. Todo processo de simulação consiste na construção de um modelo lógicomatemático, na tradução deste modelo em linguagem de programação, na execução do programa e na coleta de resultados. Segundo Saliby (1989), há três categorias de simulação: determinística/probabilística, estática/dinâmica e discreta/contínua.

17 Na simulação determinística, as variáveis presentes são determinísticas e, em caso de problemas mais simples, existe uma solução analítica que deve ser analisada. É o caso de aplicações em planejamento financeiro e sistemas macroeconômicos. Na simulação probabilística, o modelo é mais próximo da realidade e, por conseqüência, mais complexo, havendo maior número de inter-relacionamentos entre variáveis. Nestes casos, os modelos possuem variáveis aleatórias com papéis auxiliares cujos valores serão gerados pelos métodos apropriados a cada problema. A simulação estática é utilizada nos sistemas que não sofrem alteração ao longo do tempo, como por exemplo nas aplicações do método de Monte Carlo ao cálculo de integrais ou nas amostragens realizadas em estudos estatísticos. Contudo, a maioria das aplicações de simulação está ligada a experimentos em sistemas que evoluem com o tempo, como é o caso das análises financeiras, que requerem o uso da simulação dinâmica. A simulação é classificada como discreta ou contínua de acordo com os valores assumidos pelas variáveis e com os processos utilizados para atualização dos mesmos. Na simulação discreta, a hipótese é que o estado do sistema não se altera entre a ocorrência de eventos consecutivos. Na simulação contínua, muito embora a passagem do tempo seja em pequenos intervalos, o tempo é considerado contínuo pelo sistema em estudo. De acordo com Saliby (1989), a simulação contínua é muito utilizada nos sistemas descritos por equações diferenciais e nas simulações de processos contínuos como as operações em refinarias de petróleo. A maioria das aplicações realizadas neste estudo é de natureza probabilística discreta. Esta dissertação estuda o problema do tempo e da exatidão dos resultados nos experimentos de simulação, analisando os diversos métodos de amostragem existentes e que têm sido recentemente pesquisados no universo acadêmico. Dentre estes métodos, estão o método de Monte Carlo, os de Quasi-Monte Carlo (ou de baixa-discrepância), o Hipercubo Latino e a amostragem Descritiva.

18 3 Na verdade, alguns dos métodos de amostragem utilizados representam uma mudança de princípio em relação ao tradicional método de Monte Carlo. Segundo Saliby (1989), o princípio da imitação total, que fez da amostragem aleatória simples (Monte Carlo) um padrão em simulação, não é seguido quando utilizamos a amostragem Descritiva ou algumas das séries de baixa-discrepância (Quasi-Monte Carlo) nas aplicações. Os resultados obtidos abrem caminho para questionar a padronização deste princípio nos casos de simulação. O método de Monte Carlo foi proposto, inicialmente, por von Neumann e Ulam para a solução de problemas matemáticos complexos com difícil solução analítica, durante a Segunda Guerra Mundial. Estes problemas envolviam soluções de integrais múltiplas nos estudos de difusão de nêutrons que, mais tarde, culminariam na construção da primeira bomba atômica. Alguns anos depois, as principais deficiências do método foram apontadas como sendo o grande esforço computacional envolvido e a baixa precisão dos resultados. Na década de 5, o método de Monte Carlo foi utilizado para aplicações envolvendo filas de espera com o intuito de estimar parâmetros e obter conclusões sobre seu comportamento. Era o início das aplicações de simulação por Monte Carlo. Um dos pioneiros desta idéia foi Tocher, autor do primeiro livro sobre o assunto, lançado em Os métodos do Hipercubo Latino e da amostragem Descritiva, que surgiram nas aplicações de simulação após Monte Carlo, foram comparados a este por diversos pesquisadores, dentre eles Saliby (199a) e Saliby e Paul (1993), que identificaram melhora, em termos estatísticos, em relação à amostragem aleatória simples. Os métodos de amostragem de Quasi-Monte Carlo, que têm sido empregados recentemente em inúmeros experimentos, podem auxiliar no cálculo do valor em risco das aplicações do mercado financeiro. A complexidade da modelagem e da programação, entretanto, poderia não justificar o aumento na velocidade de convergência dos resultados em algumas ocasiões.

19 4 Desta forma, seria sempre recomendável utilizar os métodos de amostragem de Quasi-Monte Carlo quando o aparato computacional e seus afins não representassem impedimento e a velocidade de simulação fosse o fator preponderante na aplicação estudada? Assim, o objetivo principal deste trabalho é utilizar os métodos de Quasi-Monte Carlo, amostragem Descritiva e Hipercubo Latino em aplicações voltadas principalmente ao mercado financeiro e comparar os resultados obtidos aos provenientes do método tradicional de Monte Carlo. 1. Objetivos O objetivo principal deste estudo é comparar a exatidão dos resultados e o tempo empregado na simulação dos experimentos da área financeira quando utilizamos os métodos de amostragem de Quasi-Monte Carlo (Faure, Sobol e Halton) e os demais métodos de amostragem conhecidos (Monte Carlo, Hipercubo Latino e Descritiva). Outro objetivo do estudo é identificar o grau de complexidade adicionado ao modelo computacional desenvolvido para Monte Carlo quando adotamos algum dos três outros métodos de amostragem conhecidos (Quasi-Monte Carlo, Hipercubo Latino ou amostragem Descritiva). Um objetivo intermediário é testar os algoritmos sugeridos por Cholesky para obtenção de séries correlacionadas a partir de séries de amostras aleatórias independentes. As amostras transformadas por Cholesky serão empregadas nos experimentos envolvendo carteiras de ações. Os resultados serão comparados aos obtidos sem utilizar a transformação.

20 5 Há interesse em desenvolver algoritmos e macros em Excel para os métodos de amostragem de Quasi-Monte Carlo e para as transformadas de Cholesky, a fim de tornar acessíveis os resultados e incentivar novas pesquisas na área. Por fim, pretendemos aplicar os conceitos da amostragem por Quasi-Monte Carlo a problemas de cálculo com integrais múltiplas para testar a exatidão dos resultados em relação à solução analítica já conhecida. 1.3 Questões a serem respondidas O aumento na velocidade de simulação utilizando Quasi-Monte Carlo em relação à velocidade utilizando Monte Carlo é significativo? A complexidade acrescentada ao modelo sugerido e ao código de programação pode representar impedimento à utilização de Quasi-Monte Carlo? O ganho de velocidade ao utilizar Quasi-Monte Carlo em relação às velocidades obtidas com os métodos do Hipercubo ou da amostragem Descritiva é significativo? Existe algum parâmetro que possa caracterizar as aplicações em que a utilização de Quasi-Monte Carlo possa ser viável ou inviável? Em aplicações científicas, que exigem normalmente a resolução de integrais múltiplas, a performance do método de Quasi-Monte Carlo excedeu a performance de Monte Carlo clássico? O emprego do algoritmo de transformação de Cholesky realmente produz séries correlacionadas segundo uma matriz fornecida?

21 6 Os resultados das aplicações envolvendo uma carteira de ações correlacionadas apresentaram valores muito discrepantes antes e após aplicar a transformada de Cholesky? Existe algum parâmetro ou matriz de correlação para as ações da carteira que possua influência na comparação dos resultados antes e após aplicar Cholesky? 1.4 Hipóteses A velocidade de simulação utilizando a seqüência de Faure (Quasi-Monte Carlo) é muito inferior às velocidades utilizando outras seqüências de amostragem com baixadiscrepância. A velocidade de simulação utilizando a seqüência de Faure é equivalente à velocidade de convergência utilizando a seqüência de amostragem Descritiva. A aplicação das transformadas de Cholesky não traz resultados significativos quando o número de corridas de simulação é muito elevado. O aumento na complexidade do código de programação ao utilizar o método de Quasi-Monte Carlo é significativo apenas para a seqüência de Halton. 1.5 Delimitação do estudo O experimento de comparação entre dois ou mais métodos de amostragem pode envolver uma série de dimensões de comparação. Dentre estas dimensões, destacamos apenas três a serem considerados neste estudo: a velocidade de convergência do experimento, a exatidão do resultado obtido na simulação e o grau de complexidade do código de programação adotado.

22 7 A velocidade de convergência da variável de saída do experimento envolve critérios de parada que podem estar associados, entre outros parâmetros, à precisão do resultado obtido, ao número de corridas executadas ou ao tempo máximo permitido para a simulação do experimento. A escolha do critério dependerá do tipo de exercício realizado. A exatidão do resultado obtido na simulação será avaliada pelo desvio percentual do resultado, após a convergência, relativo ao valor exato da simulação. Este valor foi definido como o resultado obtido pela execução do experimento com Monte Carlo clássico. Pelo critério de convergência adotado, a simulação será interrompida quando duas corridas consecutivas apresentarem resultados cujo desvio percentual for inferior a um limite pré-estabelecido. O grau de complexidade do programa gerador de amostras pode ser comparado através de alguns parâmetros, por exemplo, pelo tempo empregado para gerar uma única amostra de tamanho significativo, pelo número de linhas de programação no códigofonte ou pelo tipo da linguagem de programação adotada na simulação. Neste estudo, a comparação foi feita através do número total de linhas no programa. Devido ao interesse de tornar os programas desenvolvidos acessíveis em simples computadores pessoais (sem softwares específicos para análise de dados), a linguagem de programação utilizada foi o VBA do MS Excel. 1.6 Relevância do estudo O método de Monte Carlo é amplamente utilizado em Simulação, desde a apreciação de instrumentos financeiros complexos até a resolução de integrais múltiplas cuja solução analítica não aparenta ser viável. Estudos preliminares como em Traub (1996) envolvendo métodos determinísticos de amostragem, entretanto, mostraram

23 8 resultados aparentemente superiores, em relação à velocidade e à exatidão, aos apresentados pelos métodos tradicionais. Velocidades de simulação cerca de 5 vezes mais elevadas e erros cerca de vezes inferiores aos apresentados pelo método tradicional de Monte Carlo foram constatações específicas para os casos testados de Quasi-Monte Carlo. Antes de concluir sobre sua viabilidade em casos gerais, suas propriedades deveriam ser analisadas com maior riqueza de detalhes. Ainda que tenham sido testados com instrumentos derivativos inexistentes no País, as conclusões nos incentivam a aplicar tal método em instrumentos financeiros similares, devido ao grande potencial de economia no tempo de execução e melhoria no resultado associado ao uso do método. O método de transformação de um vetor de variáveis aleatórias independentes em outro vetor de variáveis correlacionadas, desenvolvido por Cholesky e apresentado em Iman e Conover (198), demonstrou resultados satisfatórios nas análises pelo método de Monte Carlo. Sua simplicidade de cálculo e de programação, aliadas ao fato de poder ser aplicado a quaisquer métodos de amostragem que aceitem variáveis correlacionadas, são atrativas para a realização de estudos amostrais. O ganho potencial na exatidão das avaliações de carteiras de ações em nosso mercado acionário poderia ajudar a reduzir os problemas da arbitragem nesse mercado. Este capítulo apontou a flexibilidade dos métodos de simulação na solução de problemas complexos, bem como suas principais desvantagens. Foi mostrado que o objetivo fundamental do trabalho será comparar os diferentes métodos de amostragem existentes. As perguntas relevantes sobre o objetivo principal e as correspondentes hipóteses a serem testadas também foram listadas. Em seguida, foram mostradas as simplificações adotadas e as razões que motivaram a pesquisa, dentre elas a necessidade de obter avaliações confiáveis para problemas de complexidade crescente em intervalos de tempo cada vez menores.

24 9 REFERENCIAL TEÓRICO Neste capítulo, serão apresentados o contexto histórico e a evolução dos métodos de amostragem empregados em simulação e abordados nesta pesquisa. Uma breve descrição das características dos métodos mais complexos, como o de Quasi- Monte Carlo com séries numéricas de baixa-discrepância, e algumas de suas recentes aplicações também serão mostradas..1 O método de Monte Carlo Segundo Saliby (1989), o método de Monte Carlo com amostragem aleatória simples possui vasta aplicação na simulação probabilística, apesar de ter sido concebido originalmente por von Neumann e Ulam, durante a Segunda Guerra Mundial ( ), para resolução de complexas integrais múltiplas e de diversos outros problemas matemáticos de natureza determinística. Após alguns anos de sua criação, suas principais desvantagens foram identificadas e reconhecidas: o esforço computacional na preparação dos programas e a baixa precisão dos resultados obtidos. Com recursos computacionais restritos à época, as pesquisas foram direcionadas para aumentar a precisão nos cálculos através de novas técnicas de redução de variância, muitas delas com controle parcial do processo de amostragem. No início da década de 5, com o aparecimento dos primeiros computadores, o método de Monte Carlo começou a ser aplicado em experimentos probabilísticos como, por exemplo, na obtenção de parâmetros para dimensionar filas de espera. Nascia, assim, a simulação por Monte Carlo, que teria seu primeiro livro publicado em Impulsionada pela redução nos custos dos recursos computacionais e pelo desenvolvimento de novas linguagens de programação, apesar da persistência dos

25 1 problemas de precisão nos cálculos, a metodologia de simulação começou a ser largamente empregada. As técnicas de redução de variância ainda eram pouco usadas devido à idéia pré-concebida de que os verdadeiros processos de amostragem não deveriam sofrer restrições.. Métodos de conjuntos determinísticos e probabilísticos McKay, Beckman e Conover (1979) realizaram um estudo comparativo entre dois métodos de amostragem, o Hipercubo Latino e a Amostragem Estratificada, e o método tradicional de Monte Carlo. Naquela época, métodos numéricos que forneciam soluções aproximadas para problemas relacionados ao fluxo de fluidos, com soluções analíticas complexas, já eram empregados há anos. Em alguns dos problemas de fluxo de fluidos era impraticável ou impossível realizar experimentos em laboratório. O código de programação, nestes casos, deveria estar correto para garantir que o resultado da simulação transcreveria a realidade nas condições de contorno adotadas. Na ocasião, os códigos computacionais eram muito complexos e até mesmo um simples conjunto de dados de entrada requeria várias horas de processamento no mais veloz dos computadores utilizados nas simulações. Ao modelarem fenômenos reais em computadores, os pesquisadores sempre enfrentavam o problema da escolha dos valores que deveriam utilizar como variáveis de entrada nos modelos. Tal dificuldade surgia naturalmente, uma vez que em processos físicos os parâmetros estão em constante transformação, flutuando ao redor dos valores nominais. Freqüentemente, os pesquisadores replicavam as incertezas sobre os valores de entrada tratando estes como variáveis aleatórias. Entretanto, como as janelas de tempo dos experimentos eram muito pequenas, as variáveis de entrada precisavam ser escolhidas com cuidado. Esta preocupação

26 11 freqüente levou os autores a procurar novos métodos de amostragem para as variáveis. Acabaram adotando na pesquisa os métodos desenvolvidos para estudar a segurança de reatores no Grupo de Hidrodinâmica do Laboratório Científico de Los Alamos. Um programa, chamado Sola-Ploop, foi utilizado para simular a descompressão de um vaso retilíneo preenchido com água à temperatura e pressão iniciais definidas. As variáveis de entrada foram consideradas uniformemente distribuídas sobre seus intervalos de flutuação. A variável analisada foi a pressão no interior do vaso em função do tempo. O instante inicial foi definido como o momento de ruptura do vaso. A janela de tempo considerada foi de milisegundos. O programa foi executado inúmeras vezes, aplicando os três métodos estudados, selecionados dentre inúmeros outros, de modo a permitir as comparações realizadas. Os autores demonstraram que os novos métodos de amostragem Hipercubo e Estratificada - não produziram estimativas tendenciosas para a variável de saída. O método da amostragem Estratificada consistiu em subdividir o universo de amostras (de onde seriam extraídos, aleatoriamente, N elementos) em um certo número de subconjuntos disjuntos (I), de onde deveriam ser retiradas as amostras de elementos (n j ), de modo que o produto destes termos (I n j ) igualasse o total de elementos (N) da variável de entrada no modelo. A amostragem por Hipercubo Latino seguia o mesmo princípio da amostragem Estratificada ao considerar N subconjuntos disjuntos. Contudo, apenas um elemento de cada conjunto era extraído para a variável de entrada no modelo. Uma vantagem natural do Hipercubo sobre os demais métodos de amostragem adotados ficava evidente quando a variável de saída do modelo era influenciada apenas por algumas das componentes da variável de entrada. O experimento consistiu em realizar 5 observações para cada um dos três métodos de amostragem analisados e coletar os dados sobre a precisão e a exatidão dos resultados individuais obtidos. O tempo total para a execução do programa foi de sete

27 1 horas. Alguns dos resultados estavam inconsistentes com o sugerido pela teoria. Segundo os autores, tais discrepâncias aconteceram devido ao tamanho das amostras e à independência parcial dos estimadores ao longo do tempo. Os gráficos comparativos para as médias e desvios obtidos como resultado das 5 observações indicaram que os estimadores adotados não eram tendenciosos. Os desvios dos estimadores utilizando a amostragem Estratificada foram inferiores aos apresentados por Monte Carlo. Contudo, foi a amostragem por Hipercubo que demonstrou clara superioridade, pois os desvios com este método foram cerca de 5% dos desvios apresentados por Monte Carlo...1 Transformada de Cholesky Pouco tempo depois, Iman e Conover (198) desenvolveram um procedimento para induzir determinada matriz de correlação em variáveis multidimensionais nos experimentos de simulação. A metodologia era simples e independente do tipo de distribuição da amostra, preservando o formato original da mesma. O método poderia ser empregado nos experimentos onde o conceito de variáveis correlacionadas era aplicável. Os autores realizaram experimentos utilizando a amostragem por Monte Carlo para estimar o viés e a variância associados ao método. Naquela época, modelagens eram largamente empregadas para simular relacionamentos complexos entre variáveis econômicas, sociais ou físicas, a fim de estimar valores desconhecidos ou realizar previsões. A evolução dos computadores induzia uma crescente complexidade nos modelos desenvolvidos e já não era raro encontrar aplicações com centenas de variáveis de entrada que consumiam horas de processamento até fornecer o primeiro resultado. Muitos estudos sobre técnicas estatísticas para modelagem em computadores já haviam sido publicados, mas pouco fora feito relativamente à incorporação de dependências múltiplas entre as variáveis de entrada. Era comum apenas assumir as variáveis de entrada como independentes entre si, apesar dos estudos de Scheuer e

28 13 Stoller (196) já apontarem a possibilidade de gerar vetores correlacionados a partir de vetores aleatórios indicando, na ocasião, dois métodos para realizar esta transformação. Uma abordagem em uso para incorporar certa dependência entre variáveis era considerar combinações lineares de variáveis aleatórias a fim de construir uma estrutura com a correlação desejada. Isto funcionava bem para séries de entrada aleatórias normais mas, quando as amostras de entrada eram obtidas por métodos estratificados, esta abordagem destruía a integridade dos estratos originais. Além disso, as combinações lineares para amostragens aleatórias não-normais poderiam afetar a distribuição marginal apresentada pelas séries originais. Outra abordagem, proposta alguns anos antes, segundo os autores, consistia em transformar linearmente um vetor normalmente distribuído em outro vetor multidimensional e, logo após, aplicar as transformações convenientes para obter as distribuições marginais procuradas. Contudo, os momentos (média, variância) das séries transformadas eram difíceis de controlar. Em caso de duas variáveis, o controle poderia ser feito utilizando distribuições log-normais e hiperbólicas mas, em caso de mais variáveis, o tratamento analítico ficava inviável. A abordagem proposta pelos autores foi baseada na hipótese de que a correlação por rank (ou rank correlation) era uma forma sensata de definir dependências entre as variáveis de entrada no modelo. Os autores acreditavam que o coeficiente de correlação calculado sobre as séries originais, ainda não transformadas, poderia perder sentido caso tais séries fossem não-normais ou quando houvesse outliers nas amostras. Por outro lado, os coeficientes de correlação por rank continuavam fazendo sentido para a maioria das simulações, mesmo quando os dados de entrada eram normalmente distribuídos. O método utilizado consistia na aplicação da transformada de Cholesky para obter, a partir da matriz de correlação desejada, uma matriz triangular inferior que, por sua vez, seria multiplicada à direita por um vetor multidimensional com variáveis independentes, resultando no vetor multidimensional com as correlações desejadas.

29 14 Para o caso tridimensional (D=3), o algoritmo de Cholesky para produzir vetores correlacionados a partir de vetores independentes foi descrito a seguir. Sejam: * Σ... a matriz de correlação desejada para a variável de entrada; * A... uma matriz triangular superior; * A t... a matriz transposta da matriz A. Por definição, devemos admitir que: Σ = A t A [.1] Assim, teremos: Σ = s s s s s s 1 3 s s s a A = 11 a a 1 a a a A T = aa a a a 3 a 33 [.] E, conseqüentemente: s s s s s s 1 3 s s s = aa a a a 3 a a a a 1 a a a [.3] Ou, de forma equivalente: s s s s s s 1 3 s s s = a11 a. 1 a a. 13 a a 13. a a a a a a 1 3. a a. 11 a a. a a a + 13 a a a33 3 [.4]

30 15 E, se este sistema apresentar solução, então: a a a = = = s s1 a11 s31 a11 11 a a a 3 33 = = = s 1 a s 33 a1 ( s a. a ) a 13 a 3 [.5] Generalizando para vetores multidimensionais (D=N), teremos: a a ii ij = = i 1 k = 1 i 1 1 a s ii ii a s ij ik a k= 1 ik. a jk, com j = i + 1, i +,..., N [.6] Uma das hipóteses do método era a independência das séries de variáveis de entrada utilizadas na transformação de Cholesky. Entretanto, tais amostras nem sempre apresentavam a independência desejada. Os autores desenvolveram então um procedimento para corrigir as discrepâncias decorrentes deste fato e que eram observadas entre as matrizes de correlação calculadas e esperadas. O procedimento consistia na aplicação da transformada de Cholesky sobre a matriz de correlação real (naturalmente distinta da matriz identidade I) relativa às amostras originais. A nova matriz triangular inferior obtida era invertida e multiplicada à direita pela matriz triangular já produzida por Cholesky, para gerar uma nova matriz triangular inferior que seria aplicada sobre os vetores de entrada. Os novos vetores obtidos a partir desta última operação possuiriam, exatamente, a matriz de correlação procurada. Este algoritmo de ajuste da Transformada de Cholesky, para os casos em que a matriz de correlação dos vetores de entrada é diferente da matriz identidade, foi apresentado a seguir.

31 16 Sejam: * T... a verdadeira matriz de correlação da variável de entrada; * Q... uma matriz triangular inferior; * Σ... matriz de correlação desejada para a variável de entrada; * S... uma matriz auxiliar. Tais que: T = Q Q t [.7] Σ = S T S t [.8] Assim: Σ = S Q Q t S t = A t A [.9] Onde uma solução possível é: S Q = A t ou S = A t Q -1 [.1] Em seguida, a matriz Q é determinada pela aplicação do algoritmo de Cholesky à matriz T e S é determinada pelas equações.1. A matriz S t é a nova matriz de transformação ajustada. A matriz S t deve ser multiplicada à direita pelo vetor de entrada para obter o novo vetor transformado que, desse modo, possuirá matriz de correlação idêntica à matriz desejada (Σ). Alguns testes realizados pelos autores, envolvendo amostragens de Monte Carlo, demonstraram que a aplicação do procedimento de correção aproximou bastante os valores reais dos valores procurados para as correlações das séries de entrada, principalmente para as correlações próximas de zero. A medida de variância das séries corrigidas era cerca de 1 a 15 vezes menor que a das séries não-corrigidas e decrescia à medida que o número de repetições aumentava.

32 17 Um teste importante utilizando um exemplo prático obtido de um livro-texto foi realizado pelos autores para avaliar o impacto da transformação das variáveis independentes em variáveis correlacionadas. Neste teste, a variável aleatória de entrada possuía quatro dimensões e alimentava uma função analítica. Foi empregada a distribuição normal multidimensional, por ser a única distribuição multidimensional que poderia ser manipulada sem fazer uso dos métodos de aproximação apresentados pelos autores. Valores arbitrários para as demais variáveis do exercício foram atribuídos apenas para caracterizar uma aplicação de simulação. As saídas consideradas no teste foram: a função-distribuição dos valores da função analítica estudada e seus quatro momentos. Os resultados utilizados como referência para as comparações foram obtidos com amostras de 1 elementos. Em seguida, foram utilizados os métodos de Monte Carlo e do Hipercubo Latino para gerar amostras de 5 elementos em dez corridas consecutivas. Os resultados foram comparados à referência anteriormente definida. Dois casos foram analisados utilizando Monte Carlo e o Hipercubo e aplicando o método desenvolvido pelos autores. Outros dois casos foram preparados utilizando as mesmas amostras sem, contudo, aplicar o procedimento sugerido pelos autores. Nos casos em que o procedimento de forçar a correlação foi aplicado, para ambos os métodos de amostragem, três dos quatro momentos apresentaram valores mais próximos aos da referência. Além disso, todos os casos onde o procedimento foi aplicado apresentaram desvios-padrão com valores inferiores para os quatro momentos. Os gráficos das funções-distribuição da variável de saída (função analítica) também foram comparados nos casos onde o procedimento de forçar a correlação foi utilizado e nos casos em que não o foi. Os resultados mostraram que, para aquele exemplo, utilizar o método sugerido pelos autores resultou em melhores estimativas, tanto para Monte Carlo quanto para o Hipercubo.

33 18.. Hipercubo Latino para grandes amostras Alguns anos depois, Stein (1987) estava analisando o modelo matemático para um equipamento do qual pretendia estimar o valor esperado de uma certa medida de performance. O modelo matemático consistia em um conjunto de equações diferenciais e a medida de performance era uma função multidimensional. Quando o número de variáveis era muito grande, métodos analíticos ou determinísticos eram evitados, tendo em vista sua complexidade. Nestes casos, os pesquisadores utilizavam então a simulação por Monte Carlo, com amostragem aleatória simples. Contudo, o autor utilizou também, em seu exercício de simulação, a amostragem por Hipercubo Latino, sugerida por McKay e outros (1979). Stein (1987) verificou, ao começar o experimento, que a amostragem por Hipercubo estratificava, na medida do possível, cada distribuição marginal das variáveis de entrada. Por outro lado, escolhia aleatoriamente o valor a ser utilizado dentro de cada estrato do Universo. O autor concluiu que, quanto maior o número de simulações em relação ao número de variáveis de entrada da função estudada, a utilização da amostragem por Hipercubo Latino produzia resultados com menor variância que os obtidos por Monte Carlo. O autor sabia, por McKay e outros (1979), que a variância do resultado da simulação seria menor no Hipercubo que em Monte Carlo quando a covariância entre duas amostras consecutivas fosse negativa. Isso aconteceria quando a função utilizada como estimador fosse monotônica em cada uma de suas variáveis. O autor sabia que não era o caso do estimador no experimento analisado (circuito eletrônico). Como o resultado prático apontava que a variância do Hipercubo era menor que a de Monte Carlo, o autor procurou encontrar uma demonstração que justificasse tal observação. Concluiu assim que, quando o número de observações aumentava e atingia um valor muito superior ao número de variáveis de entrada, a covariância do estimador para duas observações consecutivas era, assintoticamente, negativa.

34 19 Juntamente com a estimativa de valor do estimador, o autor sabia que era importante produzir a estimativa do erro no cálculo do estimador. Quando utilizava a amostragem aleatória simples (Monte Carlo) com N repetições, o autor sabia que uma estimativa consistente da variância do valor esperado do estimador seria (1/N) da variância da amostra. Porém, quando utilizava o Hipercubo, investigações preliminares indicaram que seria possível avaliar o estimador aproximando sua função por meio de equações de regressão. Entretanto, era difícil avaliar tais equações e a performance do estimador com esse procedimento, o que tornava sua utilidade incerta. Uma forma simples, segundo o autor, de estimar a variância de um estimador ao utilizar a amostragem por Hipercubo é aplicar o método da amostragem por Hipercubo Latino Replicado. Este método consiste em criar várias amostras com Hipercubos independentes e estimar a variância entre tais amostras. Este método foi desenvolvido por Iman e Conover (198). Claro que o número de Hipercubos deve ser grande para que a estimativa seja precisa. Em muitas aplicações, podem existir dependências entre as componentes da variável de entrada dos modelos. O autor apresentou um procedimento para introduzir tais dependências em amostragens por Hipercubo Latino, quando o tamanho destas amostras fosse grande. Embora ciente da existência do procedimento desenvolvido por Iman e Conover (198), o autor verificou que seria inadequado utilizar este procedimento quando a dependência condicional entre duas variáveis de entrada não fosse monotônica. O autor sugeriu, assim, um novo método para atribuir dependência entre variáveis independentes geradas pelo Hipercubo. O método partia de uma matriz de ranks (or rank matrix) já definida e consistia em construir uma nova amostra com o Hipercubo a partir da inversa da função-distribuição geradora da matriz de ranks. O problema era encontrar tal função inversa. Porém, quando era difícil encontrar a função analítica, o autor conseguia uma boa aproximação por simulação.

, logo, para se obter uma boa precisão seria necessário aumentar, e muito, o número de

, logo, para se obter uma boa precisão seria necessário aumentar, e muito, o número de 2. Simulação de Monte Carlo A Simulação de Monte Carlo (SMC) é um método numérico que utiliza um gerador de números aleatórios para simular possíveis valores da variável de interesse e assim obter a estimativa

Leia mais

)XQGDPHQWRVGHSUREDELOLGDGHHHVWDWtVWLFD

)XQGDPHQWRVGHSUREDELOLGDGHHHVWDWtVWLFD )XQGDPHQWRVGHUREDELOLGDGHHHVWDWtVWLFD,QWURGXomR A história da estatística pode ser dividida em três fases. De acordo com PEANHA (00), a estatística inicialmente não mantinha nenhuma relação com a probabilidade,

Leia mais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais João Eduardo da Silva Pereira (UFSM) jesp@smail.ufsm.br Tânia Maria Frighetto (UFSM) jesp@smail.ufsm.br

Leia mais

Sumário. CAPÍTULO 1 Conceitos preliminares 1. CAPÍTULO 2 Descrição de dados: análise monovariada 47

Sumário. CAPÍTULO 1 Conceitos preliminares 1. CAPÍTULO 2 Descrição de dados: análise monovariada 47 CAPÍTULO 1 Conceitos preliminares 1 Introdução........................................................1 O que é estatística?.................................................. 4 Papel dos microcomputadores.........................................

Leia mais

MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL

MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL MÉTODOS QUANTITATIVOS PARA CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO EXPERIMENTAL Pedro Henrique Bragioni Las Casas Pedro.lascasas@dcc.ufmg.br Apresentação baseada nos slides originais de Jussara Almeida e Virgílio Almeida

Leia mais

CONFIRMAÇÃO DA IMPRECISÃO DE RESULTADOS ESTATÍSTICOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE EXCEL, ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO DE DADOS

CONFIRMAÇÃO DA IMPRECISÃO DE RESULTADOS ESTATÍSTICOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE EXCEL, ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO DE DADOS CONFIRMAÇÃO DA IMPRECISÃO DE RESULTADOS ESTATÍSTICOS OBTIDOS COM A UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE EXCEL, ATRAVÉS DE SIMULAÇÃO DE DADOS LUCIANA DO NASCIMENTO LANCHOTE 1 Iniciação Científica, Bolsista CNPq, UFLA

Leia mais

Um modelo estocástico para o fluxo de caixa de um plano de previdência de um indivíduo 15

Um modelo estocástico para o fluxo de caixa de um plano de previdência de um indivíduo 15 2 Simulação estocástica A simulação computacional consiste em empregar técnicas matemáticas em computadores com o propósito de gerar ensaios que tentam reproduzir de maneira análoga um processo ou operação

Leia mais

Exercícios de programação

Exercícios de programação Exercícios de programação Estes exercícios serão propostos durante as aulas sobre o Mathematica. Caso você use outra linguagem para os exercícios e problemas do curso de estatística, resolva estes problemas,

Leia mais

Estatística Descritiva

Estatística Descritiva C E N T R O D E M A T E M Á T I C A, C O M P U T A Ç Ã O E C O G N I Ç Ã O UFABC Estatística Descritiva Centro de Matemática, Computação e Cognição March 17, 2013 Slide 1/52 1 Definições Básicas Estatística

Leia mais

P. P. G. em Agricultura de Precisão DPADP0803: Geoestatística (Prof. Dr. Elódio Sebem)

P. P. G. em Agricultura de Precisão DPADP0803: Geoestatística (Prof. Dr. Elódio Sebem) Amostragem: Em pesquisas científicas, quando se deseja conhecer características de uma população, é comum se observar apenas uma amostra de seus elementos e, a partir dos resultados dessa amostra, obter

Leia mais

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4.1. Introdução Os sistemas de potência interligados vêm adquirindo maior tamanho e complexidade, aumentando a dependência de sistemas de controle tanto em operação

Leia mais

Fernando Nogueira Simulação 1

Fernando Nogueira Simulação 1 Simulação a Eventos Discretos Fernando Nogueira Simulação Introdução Simulação não é uma técnica de otimização: estima-se medidas de performance de um sistema modelado. Modelos Contínuos X Modelos Discretos

Leia mais

7 Avaliação de Opções Reais Através do Método LSM

7 Avaliação de Opções Reais Através do Método LSM Avaliação de Opções Reais Através do Método LSM 88 7 Avaliação de Opções Reais Através do Método LSM Neste capítulo, iremos aplicar o método desenvolvido por Longstaff & Schwartz para a avaliação de opções

Leia mais

MOQ-13 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA. Professor: Rodrigo A. Scarpel

MOQ-13 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA. Professor: Rodrigo A. Scarpel MOQ-13 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA Professor: Rodrigo A. Scarpel rodrigo@ita.br www.mec.ita.br/~rodrigo Programa do curso: Semanas 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 e 16 Introdução à probabilidade (eventos,

Leia mais

Aula 2. ESTATÍSTICA E TEORIA DAS PROBABILIDADES Conceitos Básicos

Aula 2. ESTATÍSTICA E TEORIA DAS PROBABILIDADES Conceitos Básicos Aula 2 ESTATÍSTICA E TEORIA DAS PROBABILIDADES Conceitos Básicos 1. DEFINIÇÕES FENÔMENO Toda modificação que se processa nos corpos pela ação de agentes físicos ou químicos. 2. Tudo o que pode ser percebido

Leia mais

SUMÁRIO. Prefácio, Espaço amostrai, Definição de probabilidade, Probabilidades finitas dos espaços amostrais fin itos, 20

SUMÁRIO. Prefácio, Espaço amostrai, Definição de probabilidade, Probabilidades finitas dos espaços amostrais fin itos, 20 SUMÁRIO Prefácio, 1 3 1 CÁLCULO DAS PROBABILIDADES, 15 1.1 Introdução, 15 1.2 Caracterização de um experimento aleatório, 15 1.3 Espaço amostrai, 16 1.4 Evento, 17 1.5 Eventos mutuamente exclusivos, 17

Leia mais

8 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros

8 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros 8 Conclusões e Sugestões para Trabalhos Futuros No presente trabalho foi proposta uma metodologia capaz de estimar o valor incremental do mercado de carbono nos projetos que utilizam as fontes renováveis

Leia mais

INE 5101 Simulação Discreta. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE

INE 5101 Simulação Discreta. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE INE 5101 Simulação Discreta 1 Objetivos do curso Ao final deste curso você deverá saber: O que é modelagem e simulação de sistemas; Como funcionam programas de simulação; Como utilizar corretamente uma

Leia mais

A Estatística compreende um conjunto de

A Estatística compreende um conjunto de UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA INTRODUÇÃO Departamento de Estatística Luiz Medeiros http://www.de.ufpb.br/~luiz/ CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ESTATÍSTICA O que a Estatística significa para você? Pesquisas

Leia mais

SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 3 Sarita Mazzini Bruschi

SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 3 Sarita Mazzini Bruschi Universidade de São Paulo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação Departamento de Sistemas de Computação SSC546 Avaliação de Sistemas Computacionais Parte 1 -Aula 3 Sarita Mazzini Bruschi Material

Leia mais

6 Simulação de Monte Carlo - Visão Geral

6 Simulação de Monte Carlo - Visão Geral 6 imulação de Monte Carlo - Visão Geral 6.1 Introdução Com a evolução da tecnologia, os métodos numéricos tornaram-se uma importante ferramenta na resolução de problemas nas diversas áreas de conhecimento,

Leia mais

Introdução a Teste de Software

Introdução a Teste de Software Universidade Católica de Pelotas Tecnólogo em Análise e Desenvolvimento de Sistemas Disciplina de Qualidade de Software Introdução a Teste de Software Prof. Luthiano Venecian 1 Conceitos Teste de software

Leia mais

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3.

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. 1 1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. Modelo de Resultados Potenciais e Aleatorização (Cap. 2 e 3

Leia mais

Avaliação Quantitativa de Sistemas

Avaliação Quantitativa de Sistemas Avaliação Quantitativa de Sistemas Contexto A Avaliação Quantitativa de Sistemas permite a avaliação de sistemas antes mesmo da sua implementação física. Dessa forma, é possível avaliar um sistema projetado

Leia mais

I - Introdução à Simulação

I - Introdução à Simulação 1 I - Introdução à Simulação Simulação é, entendida como a imitação de uma operação ou de um processo do mundo real. A simulação envolve a geração de uma história artificial de um sistema para a análise

Leia mais

Introdução ao Planejamento e Análise Estatística de Experimentos 1º Semestre de 2013 Capítulo 3 Introdução à Probabilidade e à Inferência Estatística

Introdução ao Planejamento e Análise Estatística de Experimentos 1º Semestre de 2013 Capítulo 3 Introdução à Probabilidade e à Inferência Estatística Introdução ao Planejamento e Análise Estatística de Experimentos Capítulo 3 Introdução à Probabilidade e à Inferência Estatística Introdução ao Planejamento e Análise Estatística de Experimentos Agora,

Leia mais

2. METODOLOGIA DE PESQUISA

2. METODOLOGIA DE PESQUISA 2. METODOLOGIA DE PESQUISA O presente capítulo apresenta a metodologia de pesquisa proposta e procura-se dar uma visão geral do que será feito para atingir os objetivos. Está dividido em seis partes: i)

Leia mais

6 Validação Metrológica

6 Validação Metrológica 6 Validação Metrológica Com o propósito de facilitar o entendimento do trabalho, o capítulo apresenta conceitos básicos de metrologia e definições relacionadas ao tem objeto da investigação. 6.1. Conceitos

Leia mais

Instrumentação Industrial. Fundamentos de Instrumentação Industrial: Introdução a Metrologia Incerteza na Medição

Instrumentação Industrial. Fundamentos de Instrumentação Industrial: Introdução a Metrologia Incerteza na Medição Instrumentação Industrial Fundamentos de Instrumentação Industrial: Introdução a Metrologia Incerteza na Medição Introdução a Metrologia O que significa dizer: O comprimento desta régua é 30cm. A temperatura

Leia mais

Conceito de Estatística

Conceito de Estatística Conceito de Estatística Estatística Técnicas destinadas ao estudo quantitativo de fenômenos coletivos, observáveis. Unidade Estatística um fenômeno individual é uma unidade no conjunto que irá constituir

Leia mais

Métodos Estatísticos em Física Experimental

Métodos Estatísticos em Física Experimental Métodos Estatísticos em Física Experimental Compilação de termos e definições gerais de metrologia. Os termos e definições apresentadas a seguir foram extraídos da 1ª edição brasileira do Guia para Expressão

Leia mais

Monitor: Diego Augusto Silva (P8 Eng. Elétrica) Atendimento: 2as. de 19:45h às 21:30h

Monitor: Diego Augusto Silva (P8 Eng. Elétrica)   Atendimento: 2as. de 19:45h às 21:30h Monitor: Diego Augusto Silva (8 Eng. Elétrica) Email: Atendimento: as. de 9:5h às :30h A Nota arcial de Aproveitamento (NA) será obtida da seguinte forma: NA = 0.6 NT + 0. N A nota prática será dada por:

Leia mais

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI

PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI Sumário PERFIL DOS AUTORES... XVII PREFÁCIO... XIX INTRODUÇÃO... XXI CAPÍTULO 1 O processo de pesquisa e os enfoques quantitativo e qualitativo rumo a um modelo integral... 2 Que enfoques foram apresentados

Leia mais

GRADE CURRICULAR E CORPO DOCENTE. Fase 1 Carga horária total: 360h

GRADE CURRICULAR E CORPO DOCENTE. Fase 1 Carga horária total: 360h Ciência da Computação CÂMPUS LAGES Instrumentos Regulatórios (Resolução CEPE e CONSUP ou Portaria de reconhecimento do curso pelo MEC) RESOLUÇÃO CEPE/IFSC Nº 39, DE 13 DE AGOSTO DE 2014. RESOLUÇÃO CONSUP/IFSC

Leia mais

Modelamento e simulação de processos

Modelamento e simulação de processos Modelamento e de processos 3. Modelagem e Prof. Dr. André Carlos Silva 2 1. Modelos matemáticos Segundo Possa (1995), um modelo pode ser definido como sendo uma equação, ou um conjunto de equações, que

Leia mais

AMOSTRAGEM. É a parte da Teoria Estatística que define os procedimentos para os planejamentos amostrais e as técnicas de estimação utilizadas.

AMOSTRAGEM. É a parte da Teoria Estatística que define os procedimentos para os planejamentos amostrais e as técnicas de estimação utilizadas. AMOSTRAGEM É a parte da Teoria Estatística que define os procedimentos para os planejamentos amostrais e as técnicas de estimação utilizadas. Nos planejamentos amostrais, a coleta dos dados deve ser realizada

Leia mais

Coleta e Modelagem dos Dados de Entrada

Coleta e Modelagem dos Dados de Entrada Slide 1 Módulo 02 Coleta e Modelagem dos Dados de Entrada Prof. Afonso C. Medina Prof. Leonardo Chwif Três Etapas Coleta Tratamento Inferência Coleta dos Dados 1. Escolha adequada da variável de estudo

Leia mais

étodos uméricos AJUSTE DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

étodos uméricos AJUSTE DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA étodos uméricos AJUSTE DE FUNÇÕES Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE DE JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA

Leia mais

5 Definição da Árvore de Cenários

5 Definição da Árvore de Cenários 5 Definição da Árvore de Cenários 5.1. Considerações Iniciais Com o intuito de propor um método para definir a sub-árvore a ser visitada durante o processo do cálculo da estratégia ótima de operação, de

Leia mais

PESQUISA OPERACIONAL I

PESQUISA OPERACIONAL I PESQUISA OPERACIONAL I Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza edwin.professor@gmail.com www.engenharia-puro.com.br/edwin Objetivos A disciplina busca possibilitar ao Aluno: Fornecer conhecimentos de Pesquisa

Leia mais

DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR NO PROGRAMA OPTIMI

DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR NO PROGRAMA OPTIMI DESENVOLVIMENTO DE UM MÓDULO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR NO PROGRAMA OPTIMI BIONDI C. O.¹, VIANNA S. S. V. 2, RODRIGUES M. T. M.³ 1 Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Engenharia de Sistemas Químicos

Leia mais

4 Modelos de Regressão Dinâmica

4 Modelos de Regressão Dinâmica 4 Modelos de Regressão Dinâmica Nos modelos de regressão linear (Johnston e Dinardo, 1998) estudados comumente na literatura, supõe-se que os erros gerados pelo modelo possuem algumas características como:

Leia mais

Estatística. Probabilidade. Conteúdo. Objetivos. Definições. Probabilidade: regras e aplicações. Distribuição Discreta e Distribuição Normal.

Estatística. Probabilidade. Conteúdo. Objetivos. Definições. Probabilidade: regras e aplicações. Distribuição Discreta e Distribuição Normal. Estatística Probabilidade Profa. Ivonete Melo de Carvalho Conteúdo Definições. Probabilidade: regras e aplicações. Distribuição Discreta e Distribuição Normal. Objetivos Utilizar a probabilidade como estimador

Leia mais

Opções Reais. Modelagem do Ativo Básico. Processos Estocásticos. Modelando Incerteza. Processos Estocásticos. IAG PUC-Rio

Opções Reais. Modelagem do Ativo Básico. Processos Estocásticos. Modelando Incerteza. Processos Estocásticos. IAG PUC-Rio Opções Reais Modelagem do Ativo Básico Prof. Luiz Brandão brandao@iag.puc-rio.br IAG PUC-Rio Processos Estocásticos Modelando Incerteza Processos Estocásticos A incerteza em um projeto pode ter mais do

Leia mais

INTERPOLAÇÃO LINEAR E BILINEAR: APLICAÇÃO EM TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS DE IMAGEM INTRODUÇÃO

INTERPOLAÇÃO LINEAR E BILINEAR: APLICAÇÃO EM TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS DE IMAGEM INTRODUÇÃO INTERPOLAÇÃO LINEAR E BILINEAR: APLICAÇÃO EM TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS DE IMAGEM Autores: Giulia Denise Kujat VIEIRA; Milene Karine GUBETTI. Identificação autores: Estudantes do Curso Técnico em Informática

Leia mais

Súmario APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...13

Súmario APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...13 Súmario APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...13 CAPÍTULO I LÓGICA PROPOSICIONAL...15 1. Lógica Proposicional...15 2. Proposição...15 2.1. Negação da Proposição...18 2.2. Dupla Negação...19 2.3. Proposição Simples

Leia mais

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E tecnologia PARAÍBA. Ministério da Educação

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E tecnologia PARAÍBA. Ministério da Educação INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E tecnologia PARAÍBA Ministério da Educação Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba - Campus Cajazeiras Diretoria de Ensino / Coord. do Curso

Leia mais

AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico

AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico 1 AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico Ernesto F. L. Amaral 15 de abril de 2010 Métodos Quantitativos de Avaliação de Políticas Públicas (DCP 030D) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução

Leia mais

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples 1 AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples Ernesto F. L. Amaral 18 e 23 de outubro de 2012 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução à econometria: uma abordagem

Leia mais

A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS NO PLANEJAMENTO E ANÁLISE DE ESTUDOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA DE SOFTWARE (FONTE:

A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS NO PLANEJAMENTO E ANÁLISE DE ESTUDOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA DE SOFTWARE (FONTE: A UTILIZAÇÃO DE MÉTODOS ESTATÍSTICOS NO PLANEJAMENTO E ANÁLISE DE ESTUDOS EXPERIMENTAIS EM ENGENHARIA DE SOFTWARE (FONTE: ESELAW 09 MARCOS ANTÔNIO P. & GUILHERME H. TRAVASSOS) 1 Aluna: Luana Peixoto Annibal

Leia mais

TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM

TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM TÉCNICAS DE AMOSTRAGEM Ralph dos Santos Silva Departamento de Métodos Estatísticos Instituto de Matemática Universidade Federal do Rio de Janeiro Sumário Definições e Notação Estimação Amostra Aleatória

Leia mais

ANOVA - parte I Conceitos Básicos

ANOVA - parte I Conceitos Básicos ANOVA - parte I Conceitos Básicos Erica Castilho Rodrigues 9 de Agosto de 2011 Referências: Noções de Probabilidade e Estatística - Pedroso e Lima (Capítulo 11). Textos avulsos. Introdução 3 Introdução

Leia mais

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos

4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4 Cálculo de Equivalentes Dinâmicos 4.1 Introdução O crescimento do sistema de energia elétrica, o aumento do número de interligações e a sofisticação dos modelos para representação dos componentes de

Leia mais

MÉTODOS NUMÉRICOS APLICADOS À ENGENHARIA

MÉTODOS NUMÉRICOS APLICADOS À ENGENHARIA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA MÉTODOS NUMÉRICOS APLICADOS À ENGENHARIA INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS DE DIFERENÇAS FINITAS E DE VOLUMES

Leia mais

Introdução aos Números Pseudo-aleatórios. Profa. Dra. Soraia Raupp Musse

Introdução aos Números Pseudo-aleatórios. Profa. Dra. Soraia Raupp Musse Introdução aos Números Pseudo-aleatórios Profa. Dra. Soraia Raupp Musse Conceito: Um gerador de número pseudo-aleatório é um algoritmo que gera uma seqüência de números, os quais são aproximadamente independentes

Leia mais

Noções de Simulação. Ciências Contábeis - FEA - Noturno. 2 o Semestre MAE0219 (IME-USP) Noções de Simulação 2 o Semestre / 23

Noções de Simulação. Ciências Contábeis - FEA - Noturno. 2 o Semestre MAE0219 (IME-USP) Noções de Simulação 2 o Semestre / 23 Noções de Simulação Ciências Contábeis - FEA - Noturno 2 o Semestre 2013 MAE0219 (IME-USP) Noções de Simulação 2 o Semestre 2013 1 / 23 Objetivos da Aula Sumário 1 Objetivos da Aula 2 Motivação 3 Geração

Leia mais

PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS ESTATÍSTICOS EM ENGENHARIA

PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS ESTATÍSTICOS EM ENGENHARIA PROJETO E ANÁLISES DE EXPERIMENTOS (PAE) INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS ESTATÍSTICOS EM ENGENHARIA VARIABILIDADE NA MEDIDA DE DADOS CIENTÍFICOS Se numa pesquisa, desenvolvimento de um processo ou produto, o valor

Leia mais

Aula 4: Gráficos lineares

Aula 4: Gráficos lineares Aula 4: Gráficos lineares 1 Introdução Um gráfico é uma curva que mostra a relação entre duas variáveis medidas. Quando, em um fenômeno físico, duas grandezas estão relacionadas entre si o gráfico dá uma

Leia mais

Noções de Amostragem

Noções de Amostragem Noções de Amostragem AMOSTRAGEM Amostragem: é a área da estatística que estuda técnicas e procedimentos para retirar e analisar uma amostra com o objetivo de fazer inferência a respeito da população de

Leia mais

CAPÍTULO 3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

CAPÍTULO 3 POPULAÇÃO E AMOSTRA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS GCN 7901 ANÁLISE ESTATÍSTICA EM GEOCIÊNCIAS PROFESSOR: Dr. ALBERTO FRANKE CONTATO: alberto.franke@ufsc.br F: 3721 8595 CAPÍTULO 3 POPULAÇÃO E AMOSTRA As pesquisas de opinião

Leia mais

2 O Processo de Avaliação de Recursos de Petróleo Não Descobertos

2 O Processo de Avaliação de Recursos de Petróleo Não Descobertos 2 O Processo de Avaliação de Recursos de Petróleo Não Descobertos Antes do processo de exploração de recursos não descobertos, são as atividades de prospecção de petróleo que identificam regiões que pela

Leia mais

Funções Geradoras de Variáveis Aleatórias. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE

Funções Geradoras de Variáveis Aleatórias. Simulação Discreta de Sistemas - Prof. Paulo Freitas - UFSC/CTC/INE Funções Geradoras de Variáveis Aleatórias 1 Funções Geradoras de Variáveis Aleatórias Nos programas de simulação existe um GNA e inúmeras outras funções matemáticas descritas como Funções Geradoras de

Leia mais

CE Estatística I

CE Estatística I CE 002 - Estatística I Agronomia - Turma B Professor Walmes Marques Zeviani Laboratório de Estatística e Geoinformação Departamento de Estatística Universidade Federal do Paraná 1º semestre de 2012 Zeviani,

Leia mais

4 Exemplos de verificação

4 Exemplos de verificação Exemplos de Verificação 66 4 Exemplos de verificação Neste capitulo são apresentados exemplos para verificar o programa computacional desenvolvido para fluxo 3D em meios porosos saturados ou nãosaturados,

Leia mais

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas.

Definição. Os valores assumidos pelos estimadores denomina-se estimativas pontuais ou simplesmente estimativas. 1. Inferência Estatística Inferência Estatística é o uso da informção (ou experiência ou história) para a redução da incerteza sobre o objeto em estudo. A informação pode ou não ser proveniente de um experimento

Leia mais

População e Amostra. População: O conjunto de todas as coisas que se pretende estudar. Representada por tudo o que está no interior do desenho.

População e Amostra. População: O conjunto de todas as coisas que se pretende estudar. Representada por tudo o que está no interior do desenho. População e Amostra De importância fundamental para toda a análise estatística é a relação entre amostra e população. Praticamente todas as técnicas a serem discutidas neste curso consistem de métodos

Leia mais

MODELAGEM E SIMULAÇÃO

MODELAGEM E SIMULAÇÃO MODELAGEM E SIMULAÇÃO Professor: Dr. Edwin B. Mitacc Meza edwin@engenharia-puro.com.br www.engenharia-puro.com.br/edwin Análise da Decisão Pela própria natureza da vida, todos nós devemos continuamente

Leia mais

Distribuições Amostrais

Distribuições Amostrais Distribuições Amostrais 1 Da população, com parâmetro, retira-se k amostras de tamanho n e calcula-se a estatística. Estas estatísticas são as estimativas de. As estatísticas, sendo variáveis aleatórias,

Leia mais

Plano de testes. Norma ANSI/IEEE para Documentação de Teste de Software define plano de testes como:

Plano de testes. Norma ANSI/IEEE para Documentação de Teste de Software define plano de testes como: Plano de testes Norma ANSI/IEEE 829-1998 para Documentação de Teste de Software define plano de testes como: Um documento que define o âmbito, abordagem, recursos e escalonamento (planeamento) das atividades

Leia mais

PESQUISA OPERACIONAL. UNIDADE 1 Introdução à Pesquisa Operacional. Prof. Me. Carlos Guimarães

PESQUISA OPERACIONAL. UNIDADE 1 Introdução à Pesquisa Operacional. Prof. Me. Carlos Guimarães PESQUISA OPERACIONAL UNIDADE 1 Introdução à Pesquisa Operacional Prof. Me. Carlos Guimarães Objetivo Introduzir o tema Pesquisa Operacional por meio da apresentação: Da sua origem; Das sociedades profissionais

Leia mais

Conteúdo. 1 Introdução. Histograma do Quarto Sorteio da Nota Fiscal Paraná 032/16. Quarto Sorteio Eletrônico da Nota Fiscal Paraná

Conteúdo. 1 Introdução. Histograma do Quarto Sorteio da Nota Fiscal Paraná 032/16. Quarto Sorteio Eletrônico da Nota Fiscal Paraná Quarto Sorteio Eletrônico da Nota Fiscal Paraná Relatório parcial contendo resultados 1 da análise estatística dos bilhetes premiados Conteúdo 1 Introdução Este documento apresenta a análise dos resultados

Leia mais

MODELO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR INTEIRA MISTA PARA MINIMIZAÇÃO DOS ADIANTAMENTOS E ATRASOS EM FLOW SHOP COM SETUP DEPENDENDE DA SEQUÊNCIA

MODELO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR INTEIRA MISTA PARA MINIMIZAÇÃO DOS ADIANTAMENTOS E ATRASOS EM FLOW SHOP COM SETUP DEPENDENDE DA SEQUÊNCIA MODELO DE PROGRAMAÇÃO LINEAR INTEIRA MISTA PARA MINIMIZAÇÃO DOS ADIANTAMENTOS E ATRASOS EM FLOW SHOP COM SETUP DEPENDENDE DA SEQUÊNCIA Cristiano Marinho Vaz, cmv02@hotmail.com Vinícius Ferreira da Silva

Leia mais

Simulação de Sistemas. Adaptado de material de Júlio Pereira Machado (AULA 17)

Simulação de Sistemas. Adaptado de material de Júlio Pereira Machado (AULA 17) Simulação de Sistemas Adaptado de material de Júlio Pereira Machado (AULA 17) Análise dos Dados de Saída Além das tarefas de modelagem e validação, devemos nos preocupar com a análise apropriada dos resultados

Leia mais

1 O esquema de Alamouti: Diversidade na transmissão

1 O esquema de Alamouti: Diversidade na transmissão 1 O esquema de Alamouti: Diversidade na transmissão 1.1 O Caso de uma antena receptora A Figura?? mostra a representação em banda básica do esquema de Alamouti com diversidade na transmissão. O esquema

Leia mais

Inventário Florestal. Amostragem

Inventário Florestal. Amostragem Inventário Florestal Amostragem 1 Definição: Seleção de uma parte (amostra) de um todo (população), coletando na parte selecionada, algumas informações de interesse, com o objetivo de tirar conclusão (inferência)

Leia mais

Disciplina: Processamento Estatístico de Sinais (ENGA83) - Aula 02 / Processos Aleatórios

Disciplina: Processamento Estatístico de Sinais (ENGA83) - Aula 02 / Processos Aleatórios Disciplina: Processamento Estatístico de Sinais (ENGA83) - Aula 02 / Processos Aleatórios Prof. Eduardo Simas (eduardo.simas@ufba.br) Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica/PPGEE Universidade

Leia mais

Simulação a Eventos Discretos. Fernando Nogueira Simulação 1

Simulação a Eventos Discretos. Fernando Nogueira Simulação 1 Simulação a s Discretos Fernando Nogueira Simulação Introdução Simulação não é uma técnica de otimização: estima-se medidas de performance de um sistema modelado. Modelos Contínuos X Modelos Discretos

Leia mais

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO AMANDA LÚCIA CARSTENS RAMOS

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO AMANDA LÚCIA CARSTENS RAMOS UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CURITIBA CURSO DE ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO AMANDA LÚCIA CARSTENS RAMOS JOSÉ EDUARDO LIMA DOS SANTOS SISTEMA INTEGRADO DE AUTOMAÇÃO RESIDENCIAL

Leia mais

Pesquisa Operacional Introdução. Profa. Alessandra Martins Coelho

Pesquisa Operacional Introdução. Profa. Alessandra Martins Coelho Pesquisa Operacional Introdução Profa. Alessandra Martins Coelho julho/2014 Operational Research Pesquisa Operacional - (Investigação operacional, investigación operativa) Termo ligado à invenção do radar

Leia mais

Introdução controle manual pelo coordenador da disciplina: abordagem conceitual: jogos lúdicos:

Introdução controle manual pelo coordenador da disciplina: abordagem conceitual: jogos lúdicos: 1 Introdução Desde a última década, uma nova forma de ensino na área administrativa tem chamado a atenção por seu espírito inovador, pela forma dinâmica de seu aprendizado e pela criatividade estimulada

Leia mais

Estatística

Estatística Estatística 1 2016.2 Sumário Capítulo 1 Conceitos Básicos... 3 MEDIDAS DE POSIÇÃO... 3 MEDIDAS DE DISPERSÃO... 5 EXERCÍCIOS CAPÍTULO 1... 8 Capítulo 2 Outliers e Padronização... 12 VALOR PADRONIZADO (Z)...

Leia mais

PESQUISA OPERACIONAL APLICADA A LOGÍSTICA

PESQUISA OPERACIONAL APLICADA A LOGÍSTICA PESQUISA OPERACIONAL APLICADA A LOGÍSTICA Pós-Graduação em Logística e Supply Chain Valdick Sales 1 APRESENTAÇÃO Valdick sales Graduado em Ciência da Computação pela UFPE. Pós-Graduado em Redes e Banco

Leia mais

MATRIZ DE REFERÊNCIA-Ensino Médio Componente Curricular: Matemática

MATRIZ DE REFERÊNCIA-Ensino Médio Componente Curricular: Matemática MATRIZ DE REFERÊNCIA-Ensino Médio Componente Curricular: Matemática Conteúdos I - Conjuntos:. Representação e relação de pertinência;. Tipos de conjuntos;. Subconjuntos;. Inclusão;. Operações com conjuntos;.

Leia mais

Estatística. Professor Jair Vieira Silva Júnior.

Estatística. Professor Jair Vieira Silva Júnior. Estatística Professor Jair Vieira Silva Júnior Ementa da Disciplina Estatística descritiva; Interpretação de gráficos e tabelas; Amostras, representação de dados amostrais e medidas descritivas de uma

Leia mais

Estatística 1. Resumo Teórico

Estatística 1. Resumo Teórico Estatística 1 Resumo Teórico Conceitos do Curso 1. Tipos de Variáveis e Representações Gráficas a. Tipos de Variáveis b. Distribuição de Frequências c. Histograma 2. Estatística Descritiva Medidas Estatísticas

Leia mais

Probabilidade e Estatística. Estimação de Parâmetros Intervalo de Confiança

Probabilidade e Estatística. Estimação de Parâmetros Intervalo de Confiança Probabilidade e Estatística Prof. Dr. Narciso Gonçalves da Silva http://páginapessoal.utfpr.edu.br/ngsilva Estimação de Parâmetros Intervalo de Confiança Introdução A inferência estatística é o processo

Leia mais

Análise de dados em Fisica de Particulas

Análise de dados em Fisica de Particulas Análise de dados em Fisica de Particulas Magno V.T. Machado Instituto de Fisica - UFRGS Escola de Fisica de Particulas e Campos. Agosto 05-09, 2013 Números aleatórios e Monte Carlo Muitas aplicações computacionais

Leia mais

Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21. Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23

Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21. Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23 SUMÁRIO Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21 Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23 Natureza da pesquisa 23 Métodos não científicos e científicos de solução de problemas 30 Modelos

Leia mais

Intervalos de Confiança

Intervalos de Confiança Intervalos de Confiança INTERVALOS DE CONFIANÇA.1 Conceitos básicos.1.1 Parâmetro e estatística Parâmetro é a descrição numérica de uma característica da população. Estatística é a descrição numérica de

Leia mais

Prof. Lorí Viali, Dr.

Prof. Lorí Viali, Dr. Prof. Lorí Viali, Dr. viali@pucrs.br http://www.pucrs.br/famat/viali/ Dentre a grande variedade de sistemas que podem ser modelados e para os quais a simulação pode ser aplicada com proveito, uma classe

Leia mais

3.1 CRIAR A GEOMETRIA/MALHA;

3.1 CRIAR A GEOMETRIA/MALHA; 72 3 METODOLOGIA A metodologia adotada no presente trabalho foi a de utilizar a ferramenta de dinâmica dos fluidos computacional (CFD) para simular dispositivos microfluídicos de diferentes geometrias

Leia mais

Planificação a médio e longo prazo. Matemática B. 11º Ano de escolaridade. Total de aulas previstas: 193. Ano letivo 2015/2016

Planificação a médio e longo prazo. Matemática B. 11º Ano de escolaridade. Total de aulas previstas: 193. Ano letivo 2015/2016 Planificação a médio e longo prazo Matemática B 11º Ano de escolaridade. Total de aulas previstas: 193 Ano letivo 2015/2016 Professor responsável: Paulo Sousa I O programa Matemática B do 11º Ano - Página

Leia mais

Nessa situação, a média dessa distribuição Normal (X ) é igual à média populacional, ou seja:

Nessa situação, a média dessa distribuição Normal (X ) é igual à média populacional, ou seja: Pessoal, trago a vocês a resolução da prova de Estatística do concurso para Auditor Fiscal aplicada pela FCC. Foram 10 questões de estatística! Não identifiquei possibilidade para recursos. Considero a

Leia mais

étodos uméricos SOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIOAS Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno

étodos uméricos SOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIOAS Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno étodos uméricos SOLUÇÃO NUMÉRICA DE EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIOAS Prof. Erivelton Geraldo Nepomuceno PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA UNIVERSIDADE DE JOÃO DEL-REI PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

Leia mais

Clóvis de Araújo Peres Cargo: Professor Titular de Estatística da USP UNIFESP Formação: PhD em Estatística pela Universidade WISCONSIN - USA

Clóvis de Araújo Peres Cargo: Professor Titular de Estatística da USP UNIFESP Formação: PhD em Estatística pela Universidade WISCONSIN - USA TÍTULO: ESTUDO ESTATÍSTICO PARA DETERMINAÇÃO DO ERRO DE MICROMEDIÇÃO DAS ÁREAS PILOTO DE CONTROLE E REDUÇÃO DE PERDAS DO SISTEMA DE ABASTECIEMNTO DE ÁGUA DO MUNICÍPIO DE GUARULHOS. TEMA DO TRABALHO: ABASTECIMENTO

Leia mais

Técnicas de Amostragem

Técnicas de Amostragem Técnicas de Amostragem 1 Amostragem é o processo de seleção de uma amostra, que possibilita o estudo das características da população. Quando obtemos informações a partir de amostras e tentamos atingir

Leia mais

AVALIAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO POLINOMIAL NO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADOS EM ELEMENTOS TRIANGULARES

AVALIAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO POLINOMIAL NO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADOS EM ELEMENTOS TRIANGULARES AVALIAÇÃO DO ENRIQUECIMENTO POLINOMIAL NO MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS GENERALIZADOS EM ELEMENTOS TRIANGULARES Neimar A. da Silveira Filho niemarsilveira@ufmg.br Thaiane Simonetti de Oliveira thaianesimo@gmail.com

Leia mais

O ALEATÓRIO EM COMPUTAÇÃO. Por Diogo Anderson Integrante do Grupo PET Computação

O ALEATÓRIO EM COMPUTAÇÃO. Por Diogo Anderson Integrante do Grupo PET Computação O ALEATÓRIO EM COMPUTAÇÃO Por Diogo Anderson (diogo@dsc.ufcg.edu.br) Integrante do Grupo PET Computação AGENDA Introdução Definição Aplicações Números aleatórios Números aleatórios vs pseudo-aleatórios

Leia mais

Les Estatística Aplicada II AMOSTRA E POPULAÇÃO

Les Estatística Aplicada II AMOSTRA E POPULAÇÃO Les 0407 - Estatística Aplicada II AMOSTRA E POPULAÇÃO AULA 1 04/08/16 Prof a Lilian M. Lima Cunha Agosto de 2016 Estatística 3 blocos de conhecimento Estatística Descritiva Levantamento e resumo de dados

Leia mais

VERSÃO RESPOSTAS PROVA DE MÉTODOS QUANTITATIVOS

VERSÃO RESPOSTAS PROVA DE MÉTODOS QUANTITATIVOS UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE DE RIBEIRÃO PRETO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES PROCESSO SELETIVO MESTRADO - TURMA 2012 PROVA

Leia mais