Crise Financeira: Uma revisão da perspectiva Marxista

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1 1 Crise Financeira: Uma revisão da perspectiva Marxista Fernando Henrique Taques 1 Henrique Pavan Beiro de Souza 2 Resumo: A crise financeira internacional na economia americana no ano de 2008 trouxe à tona novamente a discussão econômica sobre a origem das crises. Anteriormente, apenas o crash de 1929 apresentou magnitude tão relevante, colocando em discussão as políticas econômicas adotadas até então, suscitando o debate econômico entre diversas escolas de pensamento econômico. Os efeitos da crise foram notórios sobre os mercados financeiros, mas também atingiram duramente a economia real, especialmente o setor produtivo, as indústrias e o setor de serviços. Com efeito, as consequências sobre o emprego, a renda e o nível de comércio foram sentidas não apenas na economia americana, mas também em outros países. Partindo desse contexto, este artigo tem como objetivo descrever os elementos propulsores e as formas de manifestação teórica das crises sob a perspectiva marxista visando compreender as origens desse fenômeno a partir da corrente marxista, bem como discorrer sobre a crise de 2008 e seus desdobramentos para a economia americana. Para tanto, faz uso de indicadores econômicos sobre a evolução dos preços e venda dos imóveis Estados Unidos, taxa de crescimento do produto interno bruto e nível de emprego e renda no período entre 2000 e A metodologia ainda contempla os argumentos sobre o capital portador de juros e capital fictício, além do papel da taxa de lucro, expostos na concepção marxista sobre a origem de crises financeiras. Como resultado, é possível observar que o capital fictício domina as relações econômicas e políticas de tal forma que a crise possui como origem o próprio capital e não a esfera produtiva. Palavras-chave: crise; marxismo; subprime Classificação JEL: E1, E32, N12 1 Mestre em Economia pela Pontífica Universidade Católica de São Paulo PUC/SP e Professor das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e do Centro Universitário SENAC/SP. 2 Mestre em Economia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP e doutorando em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC UFABC. Professor das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU).

2 2 Abstract: The international financial crisis in the American economy in 2008 brought again to the fore again an economic discussion on the origin of crises. Previously, only the 1929 accident had such magnitude relevant, putting in discussion the economic policies adopted until then, raising the economic debate between several economic schools of thought. The effects of the crisis were notorious about the financial markets, but also hit hard the real economy, especially the productive sector, the industry and services sector. Indeed the consequences on employment, income and on the level of trade were not only felt by the American economy, but also in other countries. Starting from this context, this article aims to describe the propelling elements and the forms of theoretical manifestation of the crises under a marxist perspective, seeking to understand the origins of this phenomenon from the marxist stream, as well as discourse about the 2008 crisis and its developments on the American economy. Therefore, it makes use of economic indicators on the evolution of prices and sale of real estate in the United States, growth rate of gross domestic product and employment and income between 2000 and The methodology also includes the arguments on the capital bearer of interest and fictitious capital in addition to the role of the rate of profit, exposed in the Marxist conception of the origin of financial crises. As a result, you can see that the fictitious capital dominates economic and political relations so that the crisis has its origin on capital and not in the productive sphere. Keywords: crisis; marxista, subprime JEL Classification: E1, E32, N12 1. Introdução A crise financeira de 2008/2009 traz à tona a discussão teórica sobre as causas originárias das crises econômicas. Diversas escolas de pensamento econômico abordaram, sob distintas óticas, os motivos pelos quais as crises emergem, suscitando o debate na literatura econômica. Para Marx (1985) o comportamento cíclico do processo de acumulação capitalista ocorre pelo próprio modo de produção capitalista. Nessa abordagem teórica, o capital portador de juros é dado quando o proprietário do capital concede empréstimo a um determinado capitalista com vistas a obter retorno financeiro do capital emprestado. Nesse caso, não há no ciclo do capital a etapa da produção da economia real. Esse capital fictício, que não agrega valor real, na realidade, pode gerar efeitos adversos na economia real.

3 3 A crise norte-americana de 2008 possui elementos de um processo de financeirização da economia, iniciado na década de Buscando expandir o financiamento imobiliário, a partir de hipotecas de imóveis como garantia, as instituições financeiras refinanciavam as dívidas, de sorte que gerava um movimento especulativo dentro de um sistema que gerava liquidez entre as empresas financeiras. Assim, o objetivo central da pesquisa consiste em compreender se a crise de 2008 pode ser explicada a partir do referencial teórico marxista acerca das origens e desdobramentos do capital. Para tanto, a estratégia metodológica parte da revisão bibliográfica sobre a perspectiva marxista das crises financeiras e de dados sobre a economia americana no período em questão, a saber: taxa de crescimento do produto interno bruto, taxa de juros real, nível de consumo e valor adicionado da indústria, no período entre 2001 e A adoção de indicadores da indústria busca conferir efeitos sobre a economia real ante um período marcado por um acentuado crescimento pautado no modelo de financiamento de imóveis. A hipótese da pesquisa consiste em verificar se, de fato, a crise de 2008 apresenta elementos que indicam que sua origem possa ser explicada pela teoria do capital portador de juros abordada por Marx. A principal contribuição da pesquisa é pautada na relação não apenas da perspectiva teórica, mas também dos indicadores da economia real dos Estados Unidos para compreender o fenômeno em questão. Além desta introdução e da conclusão o artigo está dividido em mais três seções. A primeira apresenta a teoria do capital portador de juros e capital fictício, na segunda a teoria referente à tendência declinante da taxa de lucros, principais pontos de sustentação teórica da origem das crises financeiras nos trabalhos de Marx. Por fim, a terceira compreende a análise e descrição da crise da crise financeira de 2008/2009 e sua respectiva origem pela ótica marxista. 2. Capital Portador de Juros A acumulação de dinheiro por si só não é capital. Contudo, ele se torna capital a partir do momento em que pode ser emprestado ao capital produtor de mercadorias ou mesmo ao capital comercial. Assim, passa a assumir outro valor de uso, o de produção de lucro.

4 4 O dinheiro passa a ser capital, pois há uma conexão com o movimento total do capital. Desta forma, a partir do dinheiro é que se inicia o processo capitalista de produção. Segundo Marx: O dono do dinheiro, para valorizar seu dinheiro como capital, cede-o a terceiro, lança-o na circulação, faz dele a mercadoria capital; capital não só para si, mas também para os outros; e capital para quem o cede e a priori para o cessionário, é valor que possui o valor de uso de obter mais valia, lucro; valor que se conserva no processo e volta, concluído seu papel, para quem o desembolsou primeiro, no caso, o proprietário do dinheiro. O dinheiro portanto se afasta do dono por algum tempo, passando de suas mãos para as do capitalista ativo não é dado em pagamento nem vendido, mas apenas emprestado; só é cedido sob a condição de voltar, depois de determinado prazo, ao ponto de partida, e ainda de retornar como capital realizado, positivando seu valor de uso de produzir mais valia (MARX, Livro III,Vol. V, cap. XXI, p. 397) Marx sinteza o movimento real do capital portador de juros através do seguinte esquema: MP D D M P M ' D' D' (1) FT produtivo, onde, D é dinheiro, MP os meios de produção, FT a força de trabalho, P o capital M ' a mercadoria para a venda e D' o dinheiro já acrescido da mais-valia. A expressão representa que o ponto incial e o final do capital, constituindo o capital monetário ( D D' ), todavia seu ponto obrigatório de valorização é a passagem pela forma de capital produtivo. Cabe ainda mencionar que a fórmula é ainda mais válida se o tomador de empréstimo for um capitalista comercial. A partir deste raciocínio, quando o proprietário do capital-dinheiro concede o empréstimo de seu capital para um capitalista industrial ou mesmo a um atacadista, ele não está realizando nenhuma parte do ciclo que o capital passa na produção capital, uma vez que o retorno do dinheiro emprestado completa o ato realizado, isto é, a cessão do dinheiro por um determinado período de tempo. Neste momento que o dinheiro passa a assumir outro valor de uso, decorrente do lucro que produz, uma vez transformado em capital. É na qualidade de capital potencial, de meio de produzir lucro, que se torna uma mercadoria de gênero particular. A posse do capital dinheiro concede a seu proprietário, no momento do empréstimo, direito à parte do lucro do capital

5 5 industrial ou comercial, sendo sob a forma de juros, logo, os juros constituem dedução do lucro, sendo originários da mais-valia. No pagamento do juro, o capitalista produtivo transfere ao capitalista monetário uma soma adicional de dinheiro como contrapartida pelo valor de uso do capital. Em termos líquidos, trocou-se um valor de uso que não contém valor em si, por dinheiro, que tem um valor determinado (CHOCIAY e NEVES, 2009). Em contrapartida, sob a ótica do emprestador, a posse do dinheiro lhe confere o direito de exigir juros, independentemente do resultado da aplicação pelo capital industrial ou comercial. Para Marx (1986) esta é a forma mais reificada, mais fetichista do capital, pois para o proprietário do dinheiro sua simples posse é razão de juros, não havendo a percepção que este é oriundo da dedução do lucro. Segundo Chociay e Neves (2009), os preços de mercado médios tendem a se igualar à expressão monetária do valor das mercadorias. Porém, flutuações entre oferta e demanda fazem com que os preços oscilem em torno deste patamar. Para a taxa de juros a determinação ocorre por meio da concorrência (capital monetário), uma vez que não há valor. Para Marx o juro não é condição inerente à produção capitalista, uma vez que a realização do empréstimo entre o capitalista credor e o que recebe o capital não constitui ato algum do processo real de circulação do capital (MARX, 1986, pg. 261). Desta forma, o fetiche é constituído a partir do ganho do capitalista industrial como remuneração de sua atividade, bem como o juro que é tido como propriedade natural do capital monetário ao se valorizar para o seu respectivo proprietário. 3. Tendência declinante da taxa de lucros, sistema de crédito e crises financeiras No arcabouço teórico marxista, é importante salientar o papel central que o sistema financeiro exerce como uma espécie de coordenador da atividade capitalista. Seu papel na determinação dos fluxos financeiros, canalizando ora a produção, ora o rentismo se configura, antes de mais nada, como uma rede de poder que unifica as unidades produtivas e os interesses individuais sob seu jugo. Desta organização via mercado, a capacidade de influenciar e captar os interesses políticos se torna um meio de manutenção, aumento e perpetuação de poder que

6 6 explica políticas de desregulamentação financeira que suscitaram a crise do subprime. Harvey (2013), assim resume o papel central do capital financeiro no sistema capitalista: Na medida em que os capitalistas individuais, agindo em interesse próprio e buscando maximizar seus lucros em um ambiente competitivo, adotam tecnologias e tomam decisões que são inconsistentes com a acumulação equilibrada, o sistema de crédito oferece a esperança de controlar esse comportamento errôneo. A profunda contradição entre os comportamentos individuais e as exigências de classe que, ( ), exerce uma influência desestabilizadora tão poderosa sobre o caminho da acumulação, parece controlável, talvez até reconciliável. A estabilidade pode ser imposta sobre um capitalismo do contrário anarquista e não coordenado mediante a organização e o gerenciamento apropriados do sistema de crédito. Ou assim parece (HARVEY, 2013, p. 384). Ora, se o fluxo de crédito equilibra o sistema, funcionando como ligação entre produção e consumo e como mediador do conflito de classes e dos potenciais conflitos individuais no seio da própria classe capitalista, como as crises ainda ocorrem? A explicação para estes fenômenos reside em alguns fatores. A equalização das taxas de lucro propiciada pelo sistema de crédito aumenta a competição intersetorial e interempresarial por inovações tecnológicas, reforçando a tendência à superacumulação. Em outras palavras, a expansão da composição orgânica do capital resultante do processo de acumulação tenderia a pressionar os preços de produção para cima. Todavia, o sistema de crédito viabiliza a continuação deste processo o que causa ainda maior distanciamento entre o acúmulo de capital físico e a utilização de trabalho. Ou seja, o crédito intensifica o descasamento entre oferta e demanda. Ainda mais quando a possibilidade de vendas a crédito permite o aumento dos ativos no balanço das empresas, causando uma espiral de otimismo no mercado (GONTIJO, 2009). Ao mesmo tempo, o surgimento de uma fração de classe que detém o capital portador de juros gera uma contradição em si no sistema. Como dito antes, eles são responsáveis pela dinâmica da acumulação geral e pela coordenação via distribuição de crédito e equalização das taxas de lucro do sistema capitalista. Todavia, os administradores do capital financeiro e seus próprios detentores atuam a partir de seus interesses individuais, explorando as vantagens desta posição ao atuar nos mercados financeiros buscando rentabilidade a partir da própria especulação. Este seria o reino do capital fictício, no qual sua valorização não tem como prérequisito a produção real, dependendo apenas da dinâmica de circulação neste mesmo mercado. Assim sendo processa-se uma autonomização da esfera financeira, algo imanente à categoria do

7 7 dinheiro exposta na seção anterior. Porém, é possível afirmar que esta autonomização é aparente, na medida em que a geração de valor real ainda reside no ciclo produtivo, sendo a própria existência da possibilidade de crise um fato decorrente do potencial descasamento entre produção e venda. Em outras palavras, a esfera da produção ainda é decisiva mesmo quando o capital financeiro aparenta demonstrar ar de soberania (MOLLO, 2011b). Alves Pinto (1997) destaca a emergência da pessoa jurídica como indicador de que a relação entre o capital fictício e o capital produtivo permanece, em essência, com seus campos delineados, porém não totalmente separados. Assim, o portador da ação não pode, ao mesmo tempo, ser portador também das máquinas e equipamentos. Estes pertencem à pessoa jurídica, sendo que ao acionista cabe a parte dos lucros e dos dividendos. Porém, depende em última instância da produção, da realização do lucro e da mais-valia. Também é verdade, todavia, que o desenvolvimento dos mercados financeiros via esfera da circulação faz com que a riqueza privada representada por títulos, ações, debêntures etc., seja diretamente influenciada pelas oscilações de oferta e demanda típicas deste mercado. Com a financeirização, a plasticidade deste movimento ganha corpo no tempo e no espaço, conferindo-lhe aparente autonomia. De qualquer forma, o ciclo barra no próprio limite da geração de renda e isto significa voltar ao reino da produção e dos investimentos reais em equipamentos, trabalhadores, mercadorias. Marx conclui que o sistema de crédito permite uma enorme expansão da escala da produção e/ou das empresas, a substituição do capitalista individual pelas formas social e associada do capital (sociedades anônimas, corporações etc.), a separação da administração da posse, a criação de monopólios que provocam a interferência do Estado e a ascensão de uma nova aristocracia financeira. E com isso acelera o desenvolvimento material das forças produtivas e estabelece o mercado mundial. Mas também acelera a formação de crises e traz à tona os elementos de desintegração do capitalismo. Marx chama isso de abolição do modo de produção capitalista dentro do próprio modo de produção capitalista e, portanto, uma contradição autodissolutora. (HARVEY, 2013, p. 387) O quadro traçado por Harvey (2013), portanto, traz uma ilustração vívida da dinâmica das crises financeiras na teoria marxista: há uma evidente contradição entre o desenvolvimento do capital produtivo e do capital financeiro, de modo que, este processo resulta numa alteração profunda do sistema que acaba negando-se a si mesmo. Ademais, aplicando os conceitos trabalhados anteriormente em termos históricos, seria importante abordar a crise do subprime como manifestação de uma crise estrutural do

8 8 capitalismo, associada à chamada terceira revolução industrial. Já é conhecido que o imperativo do capital em seguir negando o trabalho vivo em sua busca por inovação tecnológica e aumento da produtividade resulta na tendência declinante das taxas de lucro. Aí reside a contradição central do sistema: a busca por produtividade reduz os custos unitários de trabalho transferidos à mercadoria, o que por si só representa diminuição da mais valia e dos lucros. Como reação, os capitalistas atuam no sentido de reduzir ainda mais seus custos deprimindo salários, gerando tendências deflacionárias e crises de superprodução. Portanto, o que se vê desde os últimos decênios do século XX é uma fase de ajuste produtivo no cerne do capitalismo, induzindo a maior utilização de tecnologias de fronteira com a concomitante redução do nível de emprego. O aumento do crédito e a desregulamentação financeira podem ser vistos como resultados deste processo de precarização do trabalho e de reestruturação produtiva: os dirigentes políticos propiciam certo alívio para as classes média e trabalhadora facilitando a concessão maciça de créditos hipotecários, assim como a recuperação da rentabilidade do capital é impulsionada pelo setor financeiro a partir da explosão do mercado de derivativos o que permite a securitização e transferências de riscos, num movimento em que a especulação com os próprios títulos securitizados representa parte dos ganhos das instituições financeiras. Todavia, Chega um momento, contudo, em que um evento qualquer como, por exemplo, a suspensão de pagamentos pelo BNP Paribas de seus hedge funds, no dia 9 de agosto de 2007 ou a falência do Lehman Brothers no dia 15 de setembro de 2008 torna claro para os experts o castelo de cartas em que se assenta o processo especulativo, dando origem aos pânicos que assinalam o desabrochar da crise financeira, através da qual se principia o processo de ajuste da economia, inclusive de supressão do distanciamento entre produção e consumo, dos desequilíbrios intersetoriais e do descolamento da esfera financeira em relação aos seus fundamentos (GONTIJO, 2009, p. 16). 4. Crise Financeira 2008/2009 Procede-se aqui a uma análise das características marcantes da crise do subprime à luz da ideia de Marx de que as crises financeiras são originárias do processo do capitalismo, onde o capital portador de juros e, em particular, o capital fictício assumiram a dominância nas relações econômicas e políticas. Após a crise dos anos surgiu, nos Estados Unidos, um modelo de financiamento de imóveis viabilizado com passivos bancários de curto prazo que financiaram hipotecas, tendo como garantia o próprio bem. Neste cenário as instituições financeiras privadas

9 9 não atuavam no mercado de financiamento imobiliário. Como forma de estímulo, foi criado um movimento especulativo onde as hipotecas pudessem ser transformadas em títulos de liquidez, podendo ser negociados no sistema financeiro mundial. Esta emissão de títulos, por sua vez, não estava condicionada à venda de títulos, mas sim podendo atrelar a outros papéis. Esta dinâmica de securitização gerou uma oferta massiva de títulos derivados do crédito hipotecário. Tal inovação trouxe aos agentes uma sensação de redução dos riscos na medida em que tais ativos tinham como características sua enorme liquidez e demanda nos mercados globais desregulamentados. Títulos como os Credit Default Swaps emitidos maciçamente pela AIG e as Mortgage Backed Securities emitidos por instituições de financiamento imobiliário -, foram amplamente negociados, sobretudo nos momentos em que o mercado crescia impulsionado por taxas de juros modestas (GONTIJO, 2008). A ideia é que, com a securitização, o banco transfere o risco hipotecário para os investidores, reduz os seus custos e contorna, através da remoção das hipotecas dos seus balanços, as imposições dos Acordos de Basiléia, com o consequente descongelamento do capital bancário, que se torna livre para outras operações. Para os investidores, o processo, além de favorecer a diversificação de carteira, permite retornos mais elevados, uma vez que os seus rendimentos são dados pela taxa do crédito hipotecário menos os ganhos do banco originador, os custos de administração das MBSs, o prêmio do seguro e os custos da classificação de risco. (GONTIJO, 2008, p. 15) Na perspectiva de Mollo (2011a), esse predomínio de operações financeiras em detrimento das produtivas resulta na perda de relação entre a produção real e a própria circulação de valores, conforme versa a abordagem teórica do capital fictício. Nesse sentido, ativos de natureza financeira, com subvalorização ou sem lastro com a produção real, ou ainda o crescimento da participação dos juros de maneira favorável à acumulação de capital financeiro, são situações onde é possível observar o predomínio do capital fictício. Mas o movimento de destacamento da esfera financeira tem suas raízes fincadas no lado real da economia, sobretudo quando se trata do setor imobiliário, o qual apresenta eminente instabilidade e depende do crédito para a sua existência. De acordo com Gontijo (2008), a crise do subprime representa o ápice de um processo de reversão do ciclo de construção iniciado a partir de meados da década de A importância desses ciclos resulta no fato de que seus efeitos propiciam a elevação dos investimentos em geral, dado seus efeitos multiplicadores em cadeia. O próprio setor de construção civil tem o poder de arrastar um grande número de

10 10 empregos em industrias correlacionadas, além de ativar as indústrias de bens de consumo e os investimentos públicos em infraestrutura urbana. Todavia, este mesmo setor carrega em si uma instabilidade altamente pró-cíclica apresentando uma correlação positiva com o crescimento da renda e da demanda agregada, assim como da oferta de crédito. Mas as origens deste ciclo podem ser rastreadas em algumas décadas anteriores. Na perspectiva de Carcanholo (2011), esse próprio processo de desregulamentação financeira e também do setor bancário, iniciado na década de 1980, refletiu diretamente em uma liberdade maior para emissão de passivos e alocação desses mesmos recursos em outros ativos, o que implica em uma ausência de regulação da própria economia. Os contratos de subprime eram tidos como de alto risco de inadimplência pelo tomador de empréstimo, então o credor (agências hipotecárias ou bancos) mesclaram contratos subprime com outros com menor risco e revendiam o título para outras instituições financeiras ou mesmo diretamente no mercado. O conjunto de títulos eram classificados como de baixo risco e sua remuneração era mais elevada, contando inclusive com seguradoras. Desta maneira, as dívidas de longo prazo foram financiadas com recursos especulativos de curto prazo no próprio mercado financeiro, com distintos prazos para recebimento e pagamento (GONTIJO, 2008). A consequência foi uma ampliação da financeirização da economia, mas com ausência de relação com as rendas geradas no processo produtivo (uma vez que não havia comprovação para a tomada de empréstimos), então o resultado foi um crescimento pautado em capital fictício, sem retorno no processo produtivo que é o meio de garantia do crescimento de produção e renda (MOLLO, 2011a). A crise de 2008/2009, portanto, representou a eclosão deste modelo adotado ate então. O estímulo para aquisição de imóveis se dava mesmo para clientes que não possuim renda regular comprovada, emprego estável ou mesmo cadastro bancário que o classifica-se como possível pagador. Como aponta Carcanholo (2011), os preços dos imóveis indicaram elevação significativa, uma vez que a oferta de financiamento se expandia largamente, refletindo em boas condições para tomadores de crédito. Em um ambiente de liquidez internacional com concomitante ausência de regulação, o crédito se expandiu mais que proporcionalmente do que o setor produtivo, gerando uma instabilidade típica do comportamento do capital fictício.

11 11 Os resultados do efeito da crise podem ser diretamente observados através dos indicadores da economia norte-americana: Tabela 1 Indicadores Macroeconômicos Estados Unidos ( ) Variação Produto Interno Bruto (%) Taxa de Juros Real (%) Gasto com Consumo Final (bilhões US$) Indústria Valor Adicionado (% do PIB) ,97 4, ,2 22, ,78 3, ,4 21, ,80 2, ,0 21, ,78 1, ,0 21, ,34 2, ,1 21, ,66 4, ,8 22, ,77 5, ,3 22, ,25 3, ,1 21, ,80 2, ,1 20, ,52 1, ,4 20,39 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do World Bank. A variação do PIB dos Estados Unidos já sinalizava taxas de crescimento decrescentes a partir de 2004, mas no epicentro da crise, entre 2008 e 2009, os efeitos foram mais sentidos com oscilações negativas no produto. Enquanto no primeiro momento é possível observar uma elevação da oferta de capital de natureza monetária e formação de expectativas favoráveis a um cenário de crescimento de preços, o segundo período é marcado por um movimento cíclico que persistia. Todavia, a partir do momento em que a demanda de capital fictício descola da capacidade de pagamentos de passivos, então não há mais sustentação para alta nos preços e há uma quebra nesse processo (CARCANHOLO, 2011). Esse contexto é possível ser observado, pois inicialmente há um crescimento da economia sustentado via consumo e crédito, mas um descompasso em 2004 com a elevação da inadimplência e taxas de juros, que culmina na redução de preços de imóveis e queda na oferta de crédito, que por sua vez gera ainda mais inadimplência. É possível também observar um descolamento entre a produção real e a circulação financeira, o que refletiu fortemente na dificuldade de financiamento dos bancos (ou refinanciamento, no caso), rebaixamento das classificações de risco de empresas, gerando a necessidade de intervenção estatal e de bancos

12 12 centrais, além de falências bancárias e outras empresas, inclusive algumas listadas em bolsas de valores que perderam grande valor de mercado, o que levou algumas dessas empresas a modificações de resultados financeiros em balanços para reduzir o impacto real da crise em questão, situação agravada com a quebra do banco Lehman Brothers ao final de 2008 (FAHRI e CINTRA, 2009; MOLLO, 2011a; CARCANHOLO, 2011). Almeida (2009) ressalta que há uma contaminação da esfera financeira para a real da economia no período, condição essa que demonstra que processos de produção e circulação não são independentes, mas sim estão intimamente relacionados diante da necessidade de ambos na reprodução do capital fictício. A propagação dos efeitos na economia real se deu via retração do crédito para construção civil, que por sua vez reduz o nível de atividade econômica que já indicava sinais de enfraquecimento em Como consequência, diante de um processo de especulação imobiliária, houve uma queda nos preços dos imóveis, pois o próprio crescimento dos preços dos imóveis nos períodos anteriores não foi gerado devido a fatores reais, mas sim especulativos. Logo, o descompasso de queda na demanda de imóveis com restrição da oferta implicou em queda nos preços dos imóveis. Ainda a conjunção de fatores como baixo crescimento, a permanência de baixas taxas de juros, que possuem correlação eminentemente negativa com os ativos imobiliários, e o processo de securitização dos créditos hipotecários suscitaram um verdadeiro boom no mercado imobiliário. De acordo com Gontijo (2008), a última fase de expansão teve início em meados da década de 1990, quando os preços reais dos imóveis passaram a se elevar num ritmo moderado (2,3% ao ano durante o período ). Novo impulso foi dado pela redução da taxa de juros promovida pelo Federal Reserve, na esteira do estouro da bolha do mercado acionário, particularmente do segmento de alta tecnologia ( Dot.com ), em 2000, ao que se seguiu novo corte dos juros depois do ataque terrorista de 11 de setembro de Como resultado, a taxa de fundos federais chegou a apenas 1% em 2003, fazendo com que os custos do crédito hipotecário atingissem o seu menor nível em quarenta anos. Essa redução das taxas de juros, combinada com o desenvolvimento do processo de securitização e com as inovações financeiras introduzidas no período transformaram o boom do mercado residencial em verdadeiro frenesi, de modo que a taxa média de elevação dos preços dos imóveis foi de 6,4% ao ano no período , com o pico sendo atingido em 2005, ano em que os preços das residências sofreram uma elevação da ordem de 14%. (GONTIJO, 2008, p. 16) Com a elevação da taxa básica de juros nos Estados Unidos diversos tomadores de empréstimos não puderam mais honrar seus compromissos hipotecários, gerando, por

13 13 conseguinte, uma onda generalizada de inadimplência nos meses seguintes e, por sua vez, de quebra em diversas empresas da economia. De acordo com Dantas (2009), o crescimento nos níveis de endividamento das empresas, famílias e consumidores, foram acompanhados por demissões em massa em virtude da queda acentuada no nível de produção e na demanda pelos produtos. Como consequência, houve aumento na taxa de desemprego e atuação do Estado no sentido de minimizar os efeitos da crise mediante expansão fiscal. Também é possível observar que o valor adicionado da indústria como proporção do produto interno bruto decai inicialmente em 2002 e depois, novamente, em 2008 e Na primeira parte da década, com o crescimento da economia pautado na financeirização da economia, a expansão do crédito é mais que proporcional à expansão da indústria, contexto esse que na perspectiva marxista levaria a uma ruptura do sistema diante da expansão da economia pautada no capital fictício. A partir da eclosão da crise, em 2008, a variação negativa do produto nacional é acompanhada de uma queda no ritmo da produção industrial, resultado que agrava os efeitos sobre a economia real. Este desdobramento ocorreu na medida em que o dinheiro passou a representar o valor, mesmo que a forma preço dele se afaste e se autonomize, de sorte que a busca por fazer dinheiro sem passar pela produção se impõe e, se a ela não se colocam obstáculos, ela assume a forma de capital fictício hipertrofiado. Assim, as crises são geradas pelo capital, cuja manifestação primeira ocorre na esfera financeira passando, por conseguinte para outras esferas, como ocorreu na crise de 2008/ Conclusão O juro, originário de uma parcela do lucro, é o principal ator do ciclo produtivo de reprodução do capital na teoria marxista. A crise deflagrada na esfera financeira é originária a partir das teorias do capital portador de juros, do capital fictício e da tendência declinante das taxas de lucros. Com respeito ao capital portador de juros a constituição do fetiche ocorre a partir do ganho do capitalista industrial como remuneração de sua atividade. No pagamento do juro, o capitalista industrial transfere ao capitalista monetário uma soma adicional de dinheiro como

14 14 contrapartida pelo valor de uso do capital. Em termos líquidos, trocou-se um valor de uso que não contém valor em si, por dinheiro, que tem um valor determinado. Outro ponto se refere ao fato que, ao ser emprestado, o dinheiro concentrado nos bancos se duplica, um vez que há o dinheiro e os títulos que representam direitos sobre o dinheiro. Portanto, temos que um único valor monetário se transformou em dois valores, aparentemente, o que não é possível, pois apenas o dinheiro constitui valor real. O capital ficticício ganha aparente poder de coordenação do sistema ao propiciar a continuação do ciclo produtivo e ao efetivar a ligação entre oferta e demanda. Todavia, seu desenvolvimento propicia uma má sinalização de preços para os capitalistas que, inflados pela aparência de rentabilidade, seguem investindo na produção e acumulação de capital físico. Logo, ocorre a tendência à superacumulação. Ao mesmo tempo, os operadores do capital financeiro passam a atuar como agentes centrados em seus próprios interesses, sempre buscando transações favoráveis. Neste ponto, a valorização de ações e ativo financeiros, assim como a própria inflação dos ativos das empresas produtivas fazem parte deste processo de financeirização. Em outros termos, o capital fictício se desenvolve em termos aparentemente autônomos facilitando o surgimento de bolhas especulativas e de produtos sofisticados como derivativos. A crise do subprime nada mais foi do que o reencontro entre o reino do capital fictício e o reino da produção real. Quanto ao progresso técnico dispendioso do capital, a partir do pressuposto de Marx, temos que este gera elevação da taxa de salários e, por consequência, uma redução da taxa de mais-valia. Porém, a taxa de lucros necessariamente iria reduzir mesmo que a composição orgânica do capital se mantivesse constante em decorrência do aumento da taxa de salários. Neste sentido, a crise financeira de 2008/2009 revela não apenas a ampliação das formas de capital portador de juros, mas em essência, principalmente, o capital fictício ao dominar relações econômicas e políticas. Portanto, esta crise é uma crise do capital que não teve como origem a esfera produtiva. 6. Referências Bibliográficas

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