Nota de Crédito. Julho Fonte: BACEN - 30/08/2012

Transcrição

1 Nota de Crédito Julho 2012 Fonte: BACEN - 30/08/2012

2 A carteira de crédito totalizou R$ 2,18 trilhões em julho, equivalendo a 50,7% do PIB. A carteira de crédito aumentou 0,7% em julho, encerrando na casa dos R$ 2,18 trilhões. Esse montante, equivalente a 50,7% do PIB, sofreu outra desaceleração no crescimento sobre o mesmo mês de 2011, após contabilizar alta de 17,7% ante os 18,5% verificados no início de Tal movimento resultou da interação entre, o arrefecimento na taxa de expansão do segmento livre, de 16,6% para 15,3%, e a manutenção do ritmo relacionado ao estoque direcionado, na casa dos 22%. Em decorrência desse arrefecimento, na esfera dos recursos livres, aqueles considerados direcionados ampliaram a participação para pouco mais de 36% do crédito total, sendo as operações habitacionais e o crédito por meio do BNDES (direto ou através de repasses) os grandes protagonistas desta ampliação, com altas de 2,5% e 1,3% no mês e, praticamente, 38% e 17% no confronto com julho do ano anterior, respectivamente. Considerando que boa parte do saldo da primeira modalidade permanece nos balanços dos bancos controlados pelo governo, assim como o volume do BNDES, a presença das instituições públicas ampliou, concomitantemente, para mais de 45% do crédito no sistema financeiro em julho. Em contraparte, o peso da fração relacionada às instituições privadas (onde prevalece o crédito com recursos livres) diminuiu independente de o controle ser nacional ou estrangeiro, ocorrendo, mais acentuadamente em 2012, nos 37,6% do crédito controlado pelo capital nacional. No âmbito dos recursos livres, o crédito destinado às pessoas jurídicas cresceu menos no confronto com junho do que a alta verificada nas pessoas físicas (0,3% e 0,5%, respectivamente), porém, quando a comparação ocorre sobre os mesmos meses de 2011, desde março a taxa empresarial prossegue mais acelerada. Nesse sentido, os volumes expandiram 14,0% e 16,7% em 12 meses, sendo o último, relacionado às pessoas jurídicas, impulsionado pelo saldo de operações com recursos externos, com altas de 1,9% no mês e de 35,8% em 12 meses. Dentre as últimas, o ACC se destacou ao registrar elevações de 2,5% no mês e 34,2% em 12 meses, enquanto o financiamento para capital de giro, a mais representativa modalidade da carteira livre empresarial (48% total), expandiu 0,6% no mês e 18,7% em 12 meses. Pelo lado das pessoas físicas, o crescimento foi, em boa parte, impulsionado pelo CDC veículos (mês: 1,0% e Jul./12: 14,3%) e pelo crédito pessoal (mês: 0,9% e Jul./12: 16,7%), modalidade que considerando a consignação em folha de pagamentos ultrapassou os R$ 270 bilhões. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC I

3 As concessões de crédito somaram mais de R$ 198 bilhões em julho, recuando, como de costume, na comparação com o mês de junho (-1,1%). Esse declínio acabou favorecido pela maior quantidade de dias úteis no mês, pois, caso considerados, a queda de -10,1% significou a pior para meses de julho¹. Todavia, dado o elevado nível da média diária (R$ 9,0 bilhões), o valor concedido continuou expressivo, não apenas por superar aquele contabilizado em julho de 2011, como, principalmente, por se configurar como o historicamente mais elevado para meses de julho¹, independente dos segmentos (PF e PJ). Sendo assim, mesmo depois de contabilizada a queda mensal de -7,8%, os R$ 3,69 bilhões diários relacionados ao segmento de pessoas físicas acabaram 5,6% acima dos registros de Jul./11, ao passo que, da mesma forma, o fluxo diário nas pessoas jurídicas (R$ 5,34 bilhões) encerrou 7,2% maior que o observado em julho do ano anterior, a despeito da queda verificada no confronto com junho (-11,6%). As reduções mensais disseminaram-se dentre as diferentes modalidades (referenciais) contratadas pelos consumidores, enquanto apenas o CDC veículos reduziu o fluxo diário no confronto com julho do ano anterior (-5,1%). Movimento semelhante foi verificado dentre as linhas que compõem o segmento empresarial, com recuos na comparação mensal e expansões sobre Jul./12, exceto pela concessão diária através do ACC, que cresceu 8,4% na comparação com junho, e pelo desconto de promissórias, hot money e conta garantida, que retrocederam no paralelo com julho do ano anterior (-22,5%, -23,9% e -1,8%, respectivamente). Fonte: BACEN / Elaboração ABBC Mesmo com o tradicional arrefecimento no meio do ano, o fluxo médio diário foi o mais elevado para meses de julho independente do segmento¹. ¹ Iniciada em II

4 Fonte: BACEN / Elaboração ABBC Mesmo com o tradicional arrefecimento no meio do ano, o fluxo médio diário foi o mais elevado para meses de julho independente do segmento¹. As concessões de crédito somaram mais de R$ 198 bilhões em julho, recuando, como de costume, na comparação com o mês de junho (-1,1%). Esse declínio acabou favorecido pela maior quantidade de dias úteis no mês, pois, caso considerados, a queda de -10,1% significou a pior para meses de julho¹. Todavia, dado o elevado nível da média diária (R$ 9,0 bilhões), o valor concedido continuou expressivo, não apenas por superar aquele contabilizado em julho de 2011, como, principalmente, por se configurar como o historicamente mais elevado para meses de julho¹, independente dos segmentos (PF e PJ). Sendo assim, mesmo depois de contabilizada a queda mensal de -7,8%, os R$ 3,69 bilhões diários relacionados ao segmento de pessoas físicas acabaram 5,6% acima dos registros de Jul./11, ao passo que, da mesma forma, o fluxo diário nas pessoas jurídicas (R$ 5,34 bilhões) encerrou 7,2% maior que o observado em julho do ano anterior, a despeito da queda verificada no confronto com junho (-11,6%). As reduções mensais disseminaram-se dentre as diferentes modalidades (referenciais) contratadas pelos consumidores, enquanto apenas o CDC veículos reduziu o fluxo diário no confronto com julho do ano anterior (-5,1%). Movimento semelhante foi verificado dentre as linhas que compõem o segmento empresarial, com recuos na comparação mensal e expansões sobre Jul./12, exceto pela concessão diária através do ACC, que cresceu 8,4% na comparação com junho, e pelo desconto de promissórias, hot money e conta garantida, que retrocederam no paralelo com julho do ano anterior (-22,5%, -23,9% e -1,8%, respectivamente). ¹ Iniciada em III

5 Após cair novamente, a taxa média de juros encerrou como a menor de toda a série¹. A A taxa média de juros sofreu outra queda, finalizando em 30,7% a.a.. Novamente, a redução ocorreu mais intensamente nesta ponta, do que na outra, relacionada ao custo médio de captação, resultando, portanto, na 5ª retração consecutiva do spread médio bruto. Tanto nas pessoas físicas como nas jurídicas, as taxas de juros finalizaram em patamares historicamente baixos. Nas últimas, esta foi a segunda menor já contabilizada para meses de julho¹ e nas primeiras, a mínima desde A queda nos juros empresariais foi influenciada, em boa parte, pelas operações pós-fixadas², onde o ACC registrou diminuição dos juros e do spread, para 10,1% a.a. e 3,0 p.p. respectivamente. Pelo lado das operações prefixadas contratadas pelos consumidores, a trajetória declinante derivou, do financiamento para aquisição de bens (exceto veículos) (58,6% a.a.) e do menor registro para meses de julho dos últimos anos (desde Jul./07) no cheque especial (151% a.a.). O prazo médio, por sua vez, repetiu o patamar verificado em junho (503 dias corridos), depois de absorver movimentos contraditórios, de alta nas pessoas físicas e baixa nas pessoas jurídicas (ambas de 3 dias). Expandindo o horizonte de análise ao mesmo mês do ano anterior, a ampliação (de 17 dias) refletiu o sentido de ambos segmentos, sendo de 34 dias para as pessoas físicas e de 4 dias para as pessoas jurídicas. ¹ Iniciada em ² Taxa contratada, acrescida de variação cambial calculada entre o dólar médio mensal no mercado à vista e a cotação média do contrato futuro de dólar comercial, para o vencimento correspondente ao prazo das modalidades. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC IV

6 A inadimplência aumentou para 5,9% da carteira referencial, refletindo o movimento nas pessoas físicas. Enfim, a inadimplência, caracterizada como o percentual de atrasos acima de 90 dias, aumentou 0,1 p.p. no mês, encerrando em torno dos 5,9% da carteira referencial. Considerando esse desempenho, o indicador consolidado acumulou uma alta de 0,7 p.p. sobre aquele verificado em julho do ano anterior, sendo 0,4 p.p. apenas em A elevação no ano decorreu, principalmente, das operações com pessoas físicas (PF: 0,5 p.p. e PJ: 0,1 p.p.), assim como o crescimento observado no confronto com julho do ano anterior (PF: 1,3 p.p. e PJ: 0,2 p.p.). Entretanto, estes diferenciais prosseguiram arrefecendo quando comparados aos calculados no início do ano, da mesma forma que o movimento nos percentuais das operações empresariais. Essa tendência ocorreu no mês em que quase todas as modalidades referenciais destinadas às pessoas físicas apresentaram incrementos nos percentuais, exceto pelo CDC veículos que, por sua vez, mesmo mantendo o percentual estável, na casa dos 6,0% da carteira, evidenciou o segundo indicador mais elevado para a modalidade¹. Pelo lado empresarial, a aquisição de bens (3,2% da carteira) e o ACC (0,4% da carteira) foram as duas únicas linhas a reduzir a inadimplência sobre o mês anterior. Todavia, no paralelo com o mesmo mês de 2011, apenas a segunda apresentou redução, enquanto a primeira contabilizou aumento de 0,7 p.p.. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC ¹ Iniciada em V

7 Já na comparação com o mesmo mês de 2011 ambos os segmentos continuaram em alta, entretanto, num ritmo menos acentuado que o registrado no início do ano. Enfim, a inadimplência, caracterizada como o percentual de atrasos acima de 90 dias, aumentou 0,1 p.p. no mês, encerrando em torno dos 5,9% da carteira referencial. Considerando esse desempenho, o indicador consolidado acumulou uma alta de 0,7 p.p. sobre aquele verificado em julho do ano anterior, sendo 0,4 p.p. apenas em A elevação no ano decorreu, principalmente, das operações com pessoas físicas (PF: 0,5 p.p. e PJ: 0,1 p.p.), assim como o crescimento observado no confronto com julho do ano anterior (PF: 1,3 p.p. e PJ: 0,2 p.p.). Entretanto, estes diferenciais prosseguiram arrefecendo quando comparados aos calculados no início do ano, da mesma forma que o movimento nos percentuais das operações empresariais. Essa tendência ocorreu no mês em que quase todas as modalidades referenciais destinadas às pessoas físicas apresentaram incrementos nos percentuais, exceto pelo CDC veículos que, por sua vez, mesmo mantendo o percentual estável, na casa dos 6,0% da carteira, evidenciou o segundo indicador mais elevado para a modalidade¹. Pelo lado empresarial, a aquisição de bens (3,2% da carteira) e o ACC (0,4% da carteira) foram as duas únicas linhas a reduzir a inadimplência sobre o mês anterior. Todavia, no paralelo com o mesmo mês de 2011, apenas a segunda apresentou redução, enquanto a primeira contabilizou aumento de 0,7 p.p.. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC ¹ Iniciada em VI

8 Operações de Crédito Sistema Financeiro Nacional R$ 2,18 tri (+0,7% mês +17,7% Jul./11) 50,7% PIB ( -- p.p. mês +4,5 p.p. Jul./11) R$ 1,39 tri (+0,4% mês +15,3% Jul./11) Recursos Direcionados R$ 789 bi (+1,2% mês +22,1% Jul./11) A carteira de crédito totalizou R$ 2,18 trilhões em julho, equivalendo a 50,7% do PIB. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 01

9 Operações de Crédito Saldo R$ 1,39 tri (+0,4% mês +15,3% Jul./11) Pessoa Física R$ 692,2 bi (+0,5% mês +14,0% Jul./11) Pessoa Jurídica R$ 702,6 bi (+0,3% mês +16,7% Jul./11) A participação dos recursos livres reduziu novamente, finalizando em 63,9% do total. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 02

10 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Saldo R$ 1,15 tri (+0,5% mês +17,4% Jul./11) Pessoa Física R$ 551,4 bi (+1,0% mês +16,0% Jul./11) Pessoa Jurídica R$ 599,0 bi (+0,1% mês +18,9% Jul./11) Dentre as modalidades, destaque para o capital de giro e para o crédito pessoal, que incluindo o consignado totalizou mais de R$ 270 bilhões. Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 03

11 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Concessão Mensal R$ 198,6 bi (-1,1% mês +11,6% Jul./11) Pessoa Física R$ 81,1 bi (+1,4% mês +10,6% Jul./11) Pessoa Jurídica R$ 117,5 bi (-2,8% mês +12,3% Jul./11) Mesmo com o tradicional arrefecimento no meio do ano, as concessões de crédito acumularam R$ 198,6 bilhões no mês... Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 04

12 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Concessão Diária R$ 9,03 bi (-10,1% mês +6,5% Jul./11) Pessoa Física R$ 3,69 bi (-7,8% mês +5,6% Jul./11) Pessoa Jurídica R$ 5,34 bi (-11,6% mês +7,2% Jul./11)...correspondendo ao fluxo médio diário mais elevado para meses de julho independente do segmento¹. ¹ série iniciada em Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 05

13 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Taxa de Juros 30,7% a.a. (-0,4 p.p. mês -9,0 p.p. Jul./11) Pessoa Física 36,2% a.a. (-0,3 p.p. mês -9,5 p.p. Jul./11) Pessoa Jurídica 23,6% a.a. (-0,2 p.p. mês -7,8 p.p. Jul./11) Após cair novamente, a taxa de juros encerrou como a menor de toda a série¹... ¹ série iniciada em Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 06

14 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Spread Bruto 23,0 p.p. (-0,2 p.p. mês -4,4 p.p. Jul./11)...e o spread bruto sofreu a quinta redução consecutiva. Pessoa Física 28,4 p.p. (-0,1 p.p. mês -4,7 p.p. Jul./11) Pessoa Jurídica 16,0 p.p. (+0,1 p.p. mês -3,3 p.p. Jul./11) Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 07

15 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Prazo Médio 503 dias ( -- dia mês +17 dias Jul./11) O prazo médio permaneceu estável no mês de julho. Pessoa Física 612 dias (+3 dias mês +34 dias Jul./11) Pessoa Jurídica 403 dias (-3 dias mês +4 dias Jul./11) Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 08

16 Referenciais para Taxa de Juros (EXCETO COOPERATIVAS DE CRÉDITO, OPERAÇÕES DE LEASING, RURAL E OUTROS) Inadimplência (% ATRASOS > 90 DIAS) 5,9% carteira (+0,1 p.p. mês +0,7 p.p. Jul./11) A inadimplência aumentou em função das operações com pessoas físicas. Pessoa Física 7,9% carteira (+0,1 p.p. mês +1,3 p.p. Jul./11) Pessoa Jurídica 4,0% carteira ( -- p.p. mês +0,2 p.p. Jul./11) Fonte: BACEN / Elaboração ABBC 09

17 ABBC cada vez mais com você. Av. Paulista, 949-6º andar - Cerqueira César CEP: São Paulo - SP Telefone: (5511) Fax: (5511) CEZAR YOO DELLAGATTI cdellagatti@abbc.org.br