Círculo Iniciático de Hermes

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3 Círculo Iniciático de Hermes THELEMA (ΘΕΛΗΜΑ) O livro Thelema (ΘΕΛΗΜΑ), consiste numa compilação das obras de Aleister Crowley que o mesmo declara não serem de sua autoria, e que foram apenas redigidas por ele como escriba de uma inteligência superior; portanto, são considerados trabalhos inspirados. O principal desses livros, é o Livro da Lei o único a ser transmitido a ele ditado por voz. Sobre todos os outros Crowley escreve no Confessions: O espírito veio em mim e eu escrevi vários livros de uma forma que dificilmente saberia como descrever. Eles não foram tomados de ditado, como o Livro da Lei, nem forem eles minha composição. Nem mesmo posso chamá-los de escrita automática. Só posso dizer que estava totalmente consciente no momento em que escrevia... Não posso duvidar que esses livros são trabalho de uma inteligência independente da minha. Os Livros Liber AL Vel Legis é o texto fundamental para Thelema. É o único Livro Sagrado que Aleister Crowley declarou não ter parte na autoria. Sua primazia é indicada no capítulo III, verso 47: [Este livro será traduzido em todas as línguas: mas sempre com o original na escrita da Besta; pois o casual formato das letras e suas posições com relação umas às outras: nestes existem mistérios que nenhuma Besta adivinhará.] Os textos remanescentes foram escritos entre os anos 1907 e Se acordo com Crowley, eles não foram muito bem escritos por ele, mas através dele e, portanto, são referidos como trabalhos inspirados. História da Publicação Alguns desses textos foram originalmente e publicados por Crowley em 1909 sob o título de ΘΕΛΗΜΑ. Em 1983 esses textos originais, junto com outros textos adicionais, foram publicados sob o novo título The Holy Books of Thelema pela Ordo Templi Orientis (O..T..O..). Home-Page: goya@rosacruz.com.br (Pág. 1) Última Revisão em: 16/03/17 13:15

4 Círculo Iniciático de Hermes Conteúdo Original do livro ΘΕΛΗΜΑ Volume I Liber LXI vel Causæ Explica a verdadeira história e origem do movimento presente. Esse texto sendo de Classe D, não é tecnicamente um Livro Sagrado, mas foi incluído no ΘΕΛΗΜΑ como uma Introdução, e por isso que está listado aqui. Liber LXV: Liber Cordis Cincti Serpente Um relato das relações do aspirante e seu Sagrado Anjo Guardião. Volume II Liber VII: Liber Liberi vel Lapidis Lazuli Estas são as Palavras de Nascimento de um Mestre do Templo. Seus 7 Capítulos referem-se aos 7 Planetas na seguinte ordem: Marte, Saturno, Júpiter, Sol, Mercúrio, Lua, Vênus. Volume III Liber XXVII: Sendo um livro de Trigramas das Mutações do Tao com o Yin e Yang. Um relato do processo Cósmico. Liber CCXX, Liber AL vel Legis, O Livro de Lei Dentro do cânon da Sagrada Escritura Thelêmica, o principal é o Livro da Lei. É esperado que todo Thelemita interprete o livro por si mesmo, baseados nos comentários e outros escritos de Therion; mas são avisados de não promoverem suas interpretações a outros. Liber DCCCXIII: Ararita Um relato do Hexagrama e o método de reduzi-lo à Unidade e Além. Esse livro descreve em linguagem mágica um processo muito secreto da Iniciação. Textos adicionas incluídos no Livros Sagrados de Thelema Liber I: Liber B vel Magi Um relato do grau de Magus, o maior grau que se é possível manifestar, de alguma forma, nesse plano. Liber X: Liber Porta Lucis Uma relato do envio de Mestre Therion pela A.'.A.'. e uma explicação da sua missão. Liber LXVI: Liber Stellae Rubeae Magia Sexual velada em simbolismo. Liber XC: Liber Tzaddi vel Hamus Hermeticus Um relato da Iniciação, e uma indicação a respeito daquelas que são apropriados ao mesmo. Liber CLVI: Liber Cheth vel Vallum Abiegni Magia Sexual velada em simbolismo. Home-Page: goya@rosacruz.com.br (Pág. 2) Última Revisão em: 16/03/17 13:15

5 Círculo Iniciático de Hermes Liber CCXXXI: Liber Arcanorum Um relato do processo cósmico tal como é indicado pelos Trunfos do Tarot. A seqüência dos 22 Trunfos é explicada como uma fórmula da Iniciação. Liber CCCLXX: Liber A'ash vel Capricorni Pneumatici Analisa a natureza da força mágica criativa no homem, explica como despertá-la, como usá-la e indica os objetivos gerais, bem como os particulares a serem ganhados desse modo. Magia Sexual velada em simbolismo. Liber CD: Liber Tau vel Kabbalae Trium Literarum Uma interpretação gráfica do Tarot no plano de Iniciação. Livros listados por classe Classe A Liber I: Liber B Vel Magi Sub Figurâ 1 Liber VII: Liber Liberi Vel Lapidus Lazuli, Adumbratio Kabbalæ Ægyptiorum Sub Figurâ VII Liber X: Liber Porta Lucis Sub Figureâ X Liber XXVII: Liber Trigrammaton Sub Figurâ XXVII Liber LXV: Liber Cordis Cincti Serpente Sub Figurâ XXVII Liber LXVI: Liber Stellæ Rubeæ Sub Figurâ LXVI Liber XC: Liber Tzaddi Vel Hamus Hermeticus Sub Figurâ XC Liber CLVI: Liber Cheth Vel Vallum Abiegni Sub Figurâ XC Liber CCXX: Liber Al Vel Legis Sub Figurâ CCXX Liber XXXI: Liber Al(Liber Legis), The Book of the Law Liber CCXXXI: Liber Arcanorum ιων ATU ν TAHUTI Quas Vidit Asar In Amennti Sub Figurâ CCXXXI Liber Carcerorum ιων Qliphoth cum suis Geniis Liber CCCLXX: Liber A'ash Vel Capricoroni Pneumatici Sub Figuræ CCCLXX Liber CD: Libe Tau Vel Kabbalæ Trium Literarum Sub Figuræ CD Liber DCCCXII: Vel Ararita Sub Figuræ DLXX Classe A-B Liber CCCCXVIII: Liber XXX Ærum Vel Saeculi, Sendo a Visão e a Voz dos Anjos dos trinta Aethyrs. Liber CDXV: Opus Lutetianum (Trabalho de Paris) Classe A-B Liber DCCCCLXII: ΘΗΣΑΥΡΟΥ ΗΙΔΩΛΩΝ Classe D Liber LXI: Liber Causae Home-Page: goya@rosacruz.com.br (Pág. 3) Última Revisão em: 16/03/17 13:15

6 Círculo Iniciático de Hermes Notas sobre a Lista Liber I originalmente era Classe B, mas foi mudado para Classe A em Liber LXI originalmente era Classe A, mas foi mudado para Classe B, e então mudado para Classe D. Liber CCXX e Liber XXXI são essencialmente o mesmo. O XXXI é a versão manuscrita original, e CCXX foi transcrito do original recebendo número 220 porque é composto por 220 versos. Liber CCCCXVIII possui instruções no 8 Aethyr e no 18 que são de Classe D. Sendo um diário, pertenceria mais propriamente à Classe B, exceto as partes ditadas pelos Anjos. Partes que não são consistentes ou claramente demarcadas. Liber DCXV, conhecido como A Operação Paris é um diário mágico. O material de Classe A está tão interligado com o restante que é quase impossível separá-lo. Liber DCCCCLXIII é Classe A apenas na introdução. O restante do texto é Classe B. A Estela da Revelação não é parte do livro Thelema, apesar de ser parte da Missa Gnóstica (Liber XV), que é executada pelos Thelemitas como parte de seus rituais sagrados. O Comento de Ankh F N Khonsu é algumas vezes considerado como parte do Liber Al vel Legis. Outras vezes, é considerado um documento à parte. Em ambos os casos se entende que não deve haver discussões sobre os Livros Sagrados. A proposta deste documento é permitir que outros interpretem o Livro da Lei por si sós. Em outras palavras, ninguém deve pregar seu conteúdo ou dizer aos demais que sua compreensão é a única e a verdadeira compreensão. Home-Page: goya@rosacruz.com.br (Pág. 4) Última Revisão em: 16/03/17 13:15

7 LIBER CAUSÆ A LICÃO PRELIMINAR 1

8 LIBER CAUSÆ SVB FIGVRA CLXXXV A..A.. Publication in Class D. Tradução: Frater Ever 2

9 A Lição Preliminar Em Nome do Iniciador, Amén. 1. No começo era a Iniciação. A carne nada vale; a mente nada vale; aquilo que é desconhecido para ti e acima destas, embora firmemente baseado sobre o seu equilíbrio, dá vida. 2. Em todos os sistemas de religião, deve ser encontrado um sistema de Iniciação, o qual pode ser definido como o processo pelo qual um homem chega a aprender sobre aquela Coroa desconhecida. 3. Embora ninguém possa comunicar o conhecimento ou o poder para realizar isto que nós podemos chamar a Grande Obra, é, todavia, possível que os iniciados guiem outros. 4. Todo homem deve superar seus próprios obstáculos, expor suas próprias ilusões. Porém, outros podem ajudá-lo a fazer ambos, e eles podem torná-lo completamente apto a evitar muitos dos falsos caminhos que não levam a lugar algum, os quais tentam os pés cansados do peregrino não iniciado. Eles podem, além disso, assegurar que ele seja devidamente provado e testado, pois há muitos que pensam ser Mestres, os quais sequer começaram a trilhar o Caminho do Serviço, que para lá conduz. 5. Agora, a Grande Obra é uma, a Iniciação é uma, e a Recompensa é uma, embora diversos sejam os símbolos com os quais o Inexprimível é revestido. 6. Escuta, portanto, a história do sistema que esta lição te dá a oportunidade de investigar. Ouve, nós te rogamos, com atenção: pois apenas uma vez a Grande Ordem bate à porta de alguém. Qualquer um que conheça algum membro dessa Ordem como tal, jamais poderá conhecer outro, até que também tenha atingido a Maestria. Aqui, portanto, nós pausamos, para que tu possas analisar-te a ti mesmo minuciosamente e considerar se já estás preparado para dar um passo irrevogável. Pois a leitura daquilo que se segue é Registrada. 3

10 A Lição de História. Há alguns anos atrás, um número de manuscritos cifrados foi descoberto e decifrado por certos estudantes. Eles atraíram muita atenção, pois pretendiam derivar dos Rosacruzes. Tu prontamente entenderás que a genuinidade da afirmação nada importa, sendo tal literatura julgada por si só, não pelas fontes que lhe são reputadas.. Entre os manuscritos, estava um que dava o endereço de uma certa pessoa na Alemanha, por nós conhecida como S.D.A. Aqueles que descobriram as cifras escreveram para S.D.A. e, de acordo com as instruções recebidas, uma Ordem foi fundada, a qual operava de uma maneira semi-secreta.. Após algum tempo, S.D.A. morreu: pedidos ulteriores de ajuda encontraram pronta recusa dos colegas dela. Foi escrito por um deles que o esquema de S.D.A. sempre fora visto com desaprovação. Mas, já que a regra absoluta dos adeptos é não interferir no julgamento de qualquer outra pessoa, quem quer que seja - quanto mais, então, uma de si mesmos, a mais altamente reverenciada - eles se abstiveram de oposição ativa. O adepto que escreveu aquilo acrescentou que a Ordem já tinha conhecimento suficiente para capacitar a si mesma ou aos seus membros a formular um elo mágico com os adeptos.. Logo após isto, alguém chamado S.R.M.D. anunciou que havia formulado tal elo, e que ele mesmo e dois outros deveriam governar a Ordem. Rituais novos e revisados foram emitidos, e conhecimento fresco jorrou em correntes.. Nós devemos passar por cima dos infelizes embustes que caracterizaram o período seguinte. Já se provou totalmente impossível elucidarem-se esses fatos complexos. Nós nos contentamos, pois, em observar que a morte de um de seus dois colegas e a fraqueza do outro asseguraram a S.R.M.D. a autoridade exclusiva. Os rituais foram elaborados, apesar de bastante eruditos, em prolixo e pretensioso contra-senso: o conhecimento se provou sem valor, mesmo onde estava correto: pois é em vão que pérolas, mesmo que não tão claras e preciosas, sejam dadas aos porcos. Os ordálios se transformaram em desprezo, sendo impossível que qualquer um ali falhasse. Candidatos inadequados foram admitidos, por nenhuma razão melhor do que a de sua prosperidade mundana. Resumindo, a Ordem falhou em iniciar.. O escândalo surgiu e, com ele, o cisma.. Em 1900, um certo P., um irmão, instituiu um rigoroso teste para S.R.M.D., de um lado, e para a Ordem, de outo.. Ele descobriu que S.R.M.D., embora um erudito de alguma habilidade e um magista de notáveis poderes, jamais havia chegado à completa iniciação; e mais: havia caído do seu posto original, tendo imprudentemente atraído para si forças do mal, grandes e terríveis demais para que ele suportasse. A afirmação da Ordem, de que os verdadeiros adeptos estavam a seu cargo, foi definitivamente afastada.. Dentro da Ordem, com duas exceções certas e duas duvidosas, ele não encontrou qualquer pessoa preparada para qualquer tipo de iniciação.. Em conseqüência, por sua sutil sabedoria, ele destruiu tanto a Ordem, quanto o seu chefe. 4

11 . Não sendo ele mesmo um adepto perfeito, foi lançado pelo Espírito no Deserto, onde habitou por seis anos, estudando à luz da razão os livros sagrados e os sistemas secretos de iniciação de todos os países e idades.. Finalmente, foi-lhe dado um certo grau exaltado, pelo qual um homem se torna o mestre do conhecimento e da inteligência, e não mais seu escravo. Ele percebeu a inadequação da ciência, filosofia e religião; e expôs a natureza auto-contraditória da faculdade do pensamento.. Retornando à Inglaterra, ele deitou seus conhecimentos humildemente aos pés de um certo adepto D.D.S., o qual o acolheu fraternalmente e admitiu seu título ao grau que ele tão dificilmente conquistara.. Portanto, esses dois adeptos conversaram, dizendo: Não está escrito que as tribulações serão encurtadas?. Por conseguinte, eles resolveram estabelecer uma nova Ordem, a qual deveria ser livre dos erros e imposturas da anterior.. Sem Autoridade, eles não poderiam fazê-lo, a despeito da exaltação de seu posto entre os adeptos. Eles resolveram preparar todas as coisas, grandes e pequenas, para o dia em que aquela Autoridade fosse recebida por eles, já que eles não sabiam onde procurar por adeptos mais altos do que eles mesmos, mas sabiam que o verdadeiro caminho para atrair a sua atenção era equilibar os símbolos. O templo deve ser construído antes que o Deus possa habitá-lo.. Assim, por ordem de D.D.S., P. preparou todas as coisas por sua ciência e sabedoria arcanas, escolhendo apenas aqueles símbolos que fossem comuns a todos os sistemas e rigorosamente rejeitando todos os nomes e palavras que supostamente implicassem em qualquer teoria religiosa ou metafísica. Descobriu-se que fazer isso por completo era impossível, já que toda língua tem uma história, e o uso (por exemplo) da palavra espírito implica na Filosofia Escolástica e nas teorias Hindu e Taoísta concernentes à respiração do homem. Então, era difícil evitar a implicação de alguma tendência ao usarem-se as palavras ordem, círculo, capítulo, sociedade, irmandade, ou qualquer outra para designar o corpo de iniciados.. Deliberadamente, então, ele tomou refúgio na indefinição. Não para velar a verdade ao Neófito, mas para adverti-lo contra valorizar o que não é essencial. Ouvindo o Candidato, então, o nome de um Deus, que ele não assuma precipitadamente que se refere a qualquer Deus conhecido, que não o Deus que somente ele mesmo conhece. Ou falando o ritual em termos (embora vagos) que pareçam implicar em filosofia Egípcia, Taoista, Budista, Indiana, Persa, Grega, Judaica, Cristã ou Mulçumana, que ele reflita que isto é um defeito da linguagem; a limitação literária e não o preconceito espiritual do homem P.. Especialmente, que ele se guarde contra a descoberta de símbolos sectários definitivos nos ensinamentos de seu mestre e na racionalização do conhecido ao desconhecido, que certamente o tentarão. Nós laboramos dedicadamente, querido irmão, para que tu jamais sejas levado a perecer sobre esse ponto; pois ali muitos homens santos e justos foram arruinados. Assim, todos os sistemas visíveis perderam a essência da sabedoria. Nós procuramos revelar o Arcanum; nós apenas o profanamos. 5

12 . Agora, assim que P., com amarga labuta, preparou todas as coisas sob a orientação de D.D.S. (como quando a mão escreve, enquanto o cérebro consciente, embora ignorante dos movimentos detalhados, aplaude ou desaprova o trabalho finalizado), houve um certo tempo de repouso, como a terra que jaz sem cultivo.. Entretanto, estes adeptos se ocuparam intensamente com a Grande Obra.. Na plenitude do tempo, igualmente a uma árvore florida que carrega frutos em sua estação, todas aquelas dores terminaram, e estes adeptos e seus companheiros obtiveram a recompensa que eles buscavam - eles deviam ser admitidos à Eterna e Invisível Ordem que não tem nome entre os homens.. Portanto, eles, que com faces sorridentes haviam abandonado seus lares, suas posses, suas mulheres, seus filhos, a fim de realizar a Grande Obra, puderam, com calma sóbria e retidão firme, abandonar a própria Grande Obra; pois esta é a última e maior projeção do alquimista. Também um V.V.V.V.V. surgiu, um adepto exaltado do grau de Mestre do Templo (ou este tanto foi o que ele desvelou aos Adeptos Exemptos) e Sua declaração está entesourada nos Escritos Sagrados. Tais são Liber Legis, Liber Cordis Cincti Serpente, Liber Liberi vel Lapidis Lazuli e outros tantos, cuja existência pode ser, um dia, revelada a ti. Cuida-te para que tu não os interpretem, quer na Luz ou na Escuridão, pois somente em L.V.X. podem eles ser entendidos.. Também, Ele conferiu a D.D.S., O.M. e um outro, a Autoridade da Tríade, os quais, por sua vez, a delegaram a outros, e estes assim novamente, de modo que o Corpo de Iniciados possa ser perfeito, igualmente da Coroa até o Reino e além.. Pois a Perfeição não habita nos Pináculos, ou nas Fundações, mas na Harmonia ordenada de um com todos. 6

13 Para saber mais sobre a A..A.. visite o site 7

14 LIBER CORDIS CINCTI SERPENTE אדני O Livro do Coração Cingido com a Serpente Comentado por 666 1

15 LIBER CORDIS CINCTI SERPENTE SVB FIGVRA אדני A..A.. Publication in Class A. Tradução: Frater Ever 2

16 Índice Capitulo I 04 Capitulo II 11 Capitulo III 22 Capitulo IV 30 Capitulo V 55 3

17 Os cinco capítulos referem-se aos cinco elementos. 1 - Terra; 2 - Ar; 3 - Água; 4 - Fogo; 5 - Espírito. Cada capítulo mostra seu Elemento à Luz da relação entre o Adepto Menor e seu Sagrado Anjo Guardião. Assim, no Capítulo 1, o mundo material, ou aspecto sensível da Natureza, é demonstrado ser a mera pintura simbólica de algo completamente diverso. CAPÍTULO I 1. Eu sou o Coração; e eis a Cobra enroscada Da mente em volta ao cór do qual não se vê nada. Ó minha cobra, sobe! Está chegada a hora Da flor velada e santa. Ó minha cobra, aflora! Sobe com esplendor que fulge e que retumba No cadáver de Asar que flutua na tumba! Tu és jogado ao Nilo; Tifon, ele é teu! Ah me! Porém a glória e fúria da tormenta Enfaixa-te de força, em forma te acalenta. Aquieta-te, Ó minha alma! a fim que suma o encanto Ao erguer dos condões; findo aeon; novo, e santo! Vê! que belo que sou, que alegre assim Te faço, Ó cobra que me envolves no tempo e no espaço! Vê! nós somos um só, e o vendaval de arroube Vai, desce no poente, e o Escaravelho sobe. Ó Khephra! Teu zumbido, a nota pura e santa, Seja sempre o só transe e voz desta garganta! Eu aguardo a alvorada! O chamado do Pai, O Senhor Adonai, o Senhor Adonai! 1. Invocação de Kundalini. O Adepto "morre" para o mundo material e floresce como um Lótus. Ele cessa; e entra no silêncio da meia-noite, onde adora Khephra. Então ele aguarda a chegado do seu Senhor. 2. Adonai falou a V.V.V.V.V., dizendo: Deve haver sempre divisão na palavra. 3. Pois as cores são muitas, mas a luz é uma. 4. Portanto tu escreves aquilo que é esmeralda-mãe, e de lápis-lazuli, e de turquesa, e de alexandrita. 5. Outro escreve as palavras de topázio, e de profundo ametista, e de safira cinza, e de profundo safira com um toque como que de sangue. 6. Portanto vós vos afligis por causa disto. 7. Não vos contenteis com a imagem. 8. Eu que sou a Imagem de uma Imagem digo isto. 9. Não discutais a imagem, dizendo Além! Além! Sobe-se à Coroa pela Lua e pelo Sol, e pela seta, e pelo Fundamento, e pelo escuro lar das estrelas partindo da terra negra. 10. Não de outra forma podeis vós atingir a Ponta Polida. 11. Nem está bem que o sapateiro tagarele o assunto Real. Ó sapateiro! conserta-me este sapato, para que eu possa andar. Ó rei! se eu for teu filho, falemos da Embaixada do Rei teu irmão O Anjo diz: Cada homem vê a Natureza à sua maneira. O que ele vê é apenas uma imagem. Todas as imagens devem ser ignoradas; o Adepto deve aspirar de todo coração à Ponta Polida. Este assunto não pode ser discutido em linguagem vulgar; o rei tem que falar dos assuntos da realiza de uma maneira soberana. 4

18 12. Então houve silêncio. A fala nos deixara por algum tempo. 12. Silêncio. O Adepto registra as suas impressões. O grau máximo de qualquer tipo de energia sobre passa o poder receptivo do observador. Parece então como se fosse energia de alguma outra ordem. 13. O acônito não é tão agudo quanto o aço; no entanto, fere o corpo mais sutilmente. 13. Quanto mais sutil a forma de energia, tanto mais potente, mas menos fácil de obervar. 14. Tal como beijos malignos corrompem o sangue, assim minhas palavras devoram o espírito do Homem. 14. A verdade destrói a razão. 15. Eu respiro, e há infinito desassossego no espírito. 16. Como um ácido rói o aço, como um câncer que corrompe por completo o corpo, assim sou Eu para o espírito do homem. 16. O Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião dá uma nova e mais alta forma de energia que destrói os tipos mais grosseiros de existência. 17. Eu não descansarei até que o tenha dissolvido todo. 17. O processo continua até ser completado. 18. Assim também a luz que é absorvida. Um absorve pouca, e é chamado branco e reluzente; um absorve toda e é chamado negro. 18. Fenômenos resultam de resistência ao "amor". A união perfeita é silenciosa. 19. Portanto, Ó meu querido, tu és negro. 19. V.V.V.V.V., tendo alcançado em perfeição o Grau de Adeptus Minor, parece maligno. 20. Ó meu lindo, Eu te tornei semelhante a um retinto escravo núbio, um menino de olhos tristes. 20. (Ele aparenta ser um escravo "do diabo", e de sofrer sob uma maldição "divina" - Nota de M.). 21. Ó o cão! o imundo! eles gritam contra ti. Porque tu és meu bem-amado. 21. (Os iniciados de graus inferiores temem e desprezam o Adeptus Minor - Nota de M.) 22. Felizes aqueles que te elogiam; pois eles te vêem com Meus olhos. 22. Aqueles que compreendem todo este trabalho elogiam V.V.V.V.V. 23. Não em voz alta eles te elogiarão; mas na guarda noturna um se aproximará furtivamente e te dará o aperto secreto; outro em privado te coroará com uma coroa de violetas; um terceiro ousará grandemente, e beijará com lábios loucos os teus. 5

19 24. Sim! a noite cobrirá tudo, a noite cobrirá tudo Eles o fazem de modos secretos. 25. Tu Me procuraste longamente; tu correste tanto avante que Eu não pude te alcançar. Ó meu querido tolo! de que amargura te coroaste os dias. 25. Perdurabo impediu seu próprio sucesso pela sua ânsia exagerada. 26. Agora Eu estou contigo; Eu jamais deixarei o ter ser. 27. Pois Eu sou aquela macia, sinuosa, enroscada em volta tua, coração de ouro! A união quando feita é permanente. 28. Minha cabeça está adereçada com doze estrelas; Meu corpo é branco como leite das estrelas; brilha com o azul do abismo de estrelas invisível. 28. O Anjo está coroado com o Zodíaco. Seu corpo é o de Nuit. 29. Eu achei aquilo que não podia ser achado; Eu achei um vaso de mercúrio. 29. A estabilidade foi achada na base de uma mudança contínua. 30. Tu instruirás teu servo em seus caminhos, tu falarás muito com ele. 30. Parece uma injunção ao Sagrado Anjo Guardião para que se mantenha em contato constante com o Adepto. 31. (O escriba olha para cima e grita) Amém! Tu o disseste, Senhor Deus! 31. O Adepto aceita isto como uma promessa definida. 32. Adonai falou mais a V.V.V.V.V. e disse: 33. Deleitemo-nos na multidão dos homens! Construamos deles um bote de madrepérola para nós, a fim de navegarmos no rio de Amrit! Proposta de encarar o mundo fenomênico do novo ponto de vista. 34. Tu vês aquela pétala de amaranto soprada pelo vento das baixas, doces sobrancelhas de Hathor? 35. (O Magister viu-a, e regozijou-se na beleza dela.) Escuta! 36. (De um certo mundo veio um lamento infinito.) Aquela pétala caindo pareceu aos pequeninos uma onda para engolir seu continente Dois pontos de vista, tal como o sorriso de uma moça é morte para muitas células do seu corpo. 37. Assim eles recriminarão teu servo, dizendo: Quem te encarregou de nos salvar? 6

20 37. Isto explica por que os homens ressentem o seu salvador. Eles interpretam seus atos como destrutivos. 38. Ele sofrerá muito. 38. Ele em sua mente humana se entristece com isto. 39. Todos eles não compreendem que tu e Eu estamos fazendo um bote de madrepérola. Nós desceremos o rio de Amrit até os bosques de teixos de Yama, onde podemos nos regozijar extremamente. 40. A alegria dos homens será o nosso brilho prateado, a tristeza deles será o nosso brilho azulado - tudo na madrepérola Mas a relação toda é ilusória. Na realidade, o Anjo e o Adepto estão simplesmente se preparando para partir juntos pela eternidade; o Trabalho do Adepto de redenção da Humanidade é apenas uma imagem vista enquanto ele prepara a sua madrepérola. 41. (O escriba se enraiveceu com isto. Ele disse: Ó Adonai e meu mestre, eu tenho carregado o tinteiro e a pena sem salário, a fim de que eu pudesse buscar esse rio de Amrit, e navegar nele como um de vós. Isto eu exijo como paga, que eu partilhe do eco de vossos beijos.) 41. A mente humana exige que a aliviem da dor de ver a Natureza sob este aspecto, alegando que tem servido os Mestres com devoção sem egoísmo. 42. (E imediatamente lhe foi isto concedido.) 43. (Não; mas não com isto ele se contentou. Por um infinito rebaixamento em vergonha ele se esforçou. Então uma voz:) 43. A mente exige completo alívio. 44.Tu te esforças sempre; mesmo em te entregando tu te esforças por entregar-te - e vê! tu não te entregas. 45. Vai aos lugares mais externos e submete todas as coisas. 46. Submete teu medo e teu desgosto. Então - entrega-te! O método. Conhece tudo que é possível, torna-te indiferente a tudo. Isto feito, torna-te perfeitamente passivo. 47. Houve uma virgem que andava a esmo no trigal, suspirando; então nasceu algo novo, um narciso, e nele ela. 48. No mesmo instante Hades se abateu sobre ela e possuiu-a e a levou Persephone, a alma presa à terra. Trigo - sustento material; o resultado é sofrimento. Narciso - o instinto sexual florescendo como Beleza. 7

21 No instante em que a alma esquece o "trigo" e deseja a flor, Hades vem e carrega com ela.. Hades é o senhor do "Inferno", isto é, a Alma escura, secreta, porém divina dentro de cada homem e cada mulher. O estupro portanto significa que o desejo de beleza acorda o subconsciente, o qual toma posse da Alma e a entroniza, permitindo-lhe volta à terra (Conhecimento do mundo material) somente em certa ocasiões, para atender ao bem estar da humanidade. 49. (Então o escriba conheceu o narciso em seu coração; mas como não lhe subia aos lábios, ele envergonhou-se e se calou.) 49. Eu fui tomado por um impulso de adorar a Beleza, e senti vergonha da minha incapacidade de escrever na mesma hora um poema que fosse digno do tema. 50. Adonai falou uma vez ainda com V.V.V.V.V. e disse: A terra está madura para a vindima; comamos de suas uvas, e embriaguemo-nos com elas. 50. O Anjo convida o Adepto a regozijar-se em certos acontecimentos que estão a ponto de ocorrer na terra. 51. E V.V.V.V.V. respondeu e disse: Ó meu senhor, meu pombo, meu excelso, como parecerá esta palavra às crianças dos homens? 51. O Adepto duvida que sua doutrina venha a ser retamente compreendida pela humanidade. 52. E Ele respondeu-lhe: Não qual podes ver. É certo que cada letra desta cifra tem algum valor; mas quem determinará o valor? Pois varia sempre, de acordo com a sutileza d'aquele que a fez. 52. O Anjo concorda; mas é ainda mais cético que o Adepto, sugerindo que qualquer evento pode ser interpretado como significando qualquer coisa que a gente queira. 53. E Ele respondeu-lhe: Não tenho Eu a chave da cifra? Eu estou vestido com o corpo de carne; Eu sou um com o Eterno e Onipotente Deus. 53. O Adepto protesta que é capaz de interpretar fenômenos corretamente; que existe uma relação particular que é verdadeira, e que todas as outras são falsas. Ele lembra ao Anjo que ele se percebe a Si Mesmo (como um Ente único sempre idêntico a Si Mesmo) tanto na mais baixa matéria quanto no mais elevado espírito. 54. Então disse Adonai: Tu tens a Cabeça do Falcão, e teu Falo é o Falo de Asar. Tu conheces o branco, e tu conheces o negro, e tu sabes que estes são um. Mas por que buscas tu o conhecimento da equivalência deles? 54. O Anjo pergunta por que alguém que possui absoluta Visão, Senhorio e poder de subir (a Cabeça do Falcão), que possui energia criadora capaz de fertilizar a Natureza, sua mãe, irmã e esposa (o Falo de Asar), alguém que conhece os pares de opostos e o fato de sua identidade, se preocupa em calcular as equações que expressam as relações entre os ilusórios símbolos de diversidade. 55. E ele disse: Para que minha Obra possa ser correta. 55. O Adepto replica que ele precisa compreender as leis da ilusão para poder trabalhar no mundo de ilusão. 8

22 56. E Adonai disse: O segador forte e moreno varreu a sua ceifa, e regozijou-se. O homem sábio contou seus músculos, e ponderou, e não compreendeu, e ficou triste. Seja tu, e regozija-te! 56. O Anjo replica que tais cálculos levam a gente a acreditar na realidade das ilusões, a atrapalhar-se com suas complexas falsidades, e finalmente, a abster-se de agir por medo de errar; quando na realidade não tem importância o que a agente faz, pois uma ilusão serve tanto quanto qualquer outra. O dever do Adepto é executar seu Trabalho viril e alegremente, sem ânsia de resultado ou medo de acidentes. Ele deve exercer por completo as suas faculdades; o livre e espontâneo funcionamento dessas faculdades é suficiente justificativa. Tornar-se cônscio da atividade de qualquer órgão é prova de que o órgão em questão não está funcionando bem. 57. Então o Adepto alegrou-se, e levantou seu braço. Vede! um terremoto, e praga, e terror sobre a terra! Uma queda daqueles que sentavam em lugares elevados; uma fome sobre a multidão! 57. O Adepto aceita o conselho e exerce seu poder. O aparente resultado de sua Obra é desastre. 58. E a uva caiu madura e rica em sua boca Uma longa parábola em diálogo. 58. Mas a idéia toda do Adepto da sua relação de Redentor para com a humanidade é verificada ser uma fantasmagoria. A verdade é que ele "comeu uma uva", isto é, começou a saborear o banquete que seja Anjo propôs no Verso 50. (Veja-se CCXX, I, 31.) 59. Manchada está a púrpura da tua boca. Ó brilhante, com a glória branca dos lábios de Adonai. 59. Todo ato do Adepto é na realidade o beijo do seu Anjo. 60. A espuma da uva é como a tormenta sobre o mar; os navios tremem e sacodem-se; o capitão está com medo. 60. O êxtase da relação do Adepto com o seu Anjo dispersa pensamentos "normais"; o Ego receia perder controle da mente. Isto, naturalmente, ocorre em um plano menos real, o plano normal de consciência. O receio do Ego é justificado, pois este êxtase conduzirá a uma situação em que a aniquilação do Ego será decretada para que o Adepto possa cruzar o Abismo e tornar-se um Mestre do Templo. Lembre-se de que o Ego não é realmente o centro e coroa do indivíduo; de fato, a dificuldade toda parte do falso conceito que o Ego tem de sua importância. 61. Isso é a tua embriaguês, Ó santo, e os ventos rodopiam a alma do escriba para dentro do porto feliz. 61. O êxtase do Conhecimento e da Conversação do Sagrado Anjo Guardião traz paz à "alma do escriba" (sua mente consciente) pelo processo de imprimir uma tal energia aos seus pensamentos que o conflito normal entre eles (que causa a dor) torna-se insignificante, tal como os antagonismos pessoais de um regimento de cavalaria são esquecidos no ardor de uma carga. 62. Ó Senhor Deus! que o porto caia na fúria da tormenta! Que a espuma da uva tinja minha alma com Tua luz! 9

23 62. Mas a mente, sabendo que as velhas brigas recomeçarão assim que passe o êxtase, pede que esta anestesia seja removida. A mente aspira a entrar no êxtase com todos os elementos do seu ser, não importa com que dor. A mente sabe que não pode estar realmente contente até que cada fibra individual vibre harmoniosamente naquele supremo encanto. 63. Bacchus envelheceu, e foi Silenus; Pan sempre foi Pan, para sempre e sempre mais, através dos aeons. 63. A mente sabe que os tipos mais baixos de embriaguês eram apenas excitações, as quais terminam em estupor e senilidade. A mente exige a loucura de Pan, a ereção de cada partícula de seu ser em um só símbolo que inclua Tudo. Este símbolo deverá combinar a inteligência (onisciência) do Homem com a onipotência tipificada por chifres, e a raptura criadora do Bode pulando. Este Pan não está embriagado, mas completamente louco, estando além da discriminação (Conhecimento) porque inclui tudo em si mesmo; igualmente, ele é imune aos assaltos do tempo, uma vez que tudo que acontece só pode acontecer dentro dele; isto é, todos os acontecimentos são igualmente o exercício das funções dele, e portanto são acompanhados por êxtase, já que Ele incluiu todas as possibilidades em Sua unidade, de forma que toda mudança é parte da sua vida, um ato de amor sob vontade. 64. Intoxica o mais íntimo., Ó meu amante, não o mais externo. 64. Presumivelmente isto é uma vez mais a voz do Anjo. Ele aconselha o Adepto a prestar menos atenção no futuro à transmutação de impressões grosseiras em rapturas de união. A obra maior é fazer com que a Mente Inconsciente se interpenetre com o Anjo. Pois este é o Sacramento definitivo. O Adepto corre perigo de se contentar com a alegria consciente de fazer com que justamente esses pensamentos que tem sempre sido causa de erro brilhem com esplendor e pureza ao toque do Anjo. Mas é muito mais importante renunciar a estas recompensas, se bem que elas sejam inefavelmente santas e deliciosas, e lançar-se ao trabalho de aperfeiçoar o Ente mais íntimo, purificá-lo de personalidade e uní-lo ao Universo, ainda que esta Consecução seja demasiado profunda para ser experimentada diretamente na mente consciente. 65. Assim foi - sempre o mesmo! Eu mirei à baqueta pelada de meu Deus, e eu atingi,; sim, eu atingi. 65. Em um código secreto o Adepto afirma que ele é (por assim dizer) do mesmo sexo que o seu Anjo. Não se trata aqui da união de opostos para produzir um tertium quid, mas uma realização de identidade, como o retorno à consciência após delírio, cujo êxtase não produz fruto envolvendo novas responsabilidades, novas possibilidades de sofrimento; é completamente auto-suficiente, sem passado nem futuro. A "baqueta pelada" é a Energia criadora do Anjo, despojada de todos os véus, apontando ao Zênite, pronta e impetuosa por agir. O Adepto exclama com alegria que ele aspirou a unir-se a esta idéia, e foi bem sucedido. Assim conclui a descrição das relações do Adepto com o seu Anjo no que concerne ao elemento Terra, o aspecto concreto e manifestado da Natureza. A ilusão foi completamente destruída; o pão tornou-se o corpo de Deus. No entanto, esta é apenas a forma mais baixa de existência; no capítulo seguinte compreenderemos como a mente - qual distinguida do assunto dos pensamentos - é concentrada e santificada pela Magia do Adepto. 10

24 CAPÍTULO II O primeiro capítulo descreve o efeito produzido pelo Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião sobre a aparência das coisas e as sensações que essa aparência causa. É a transmutação do elemento Terra e da parte da alma que lhe corresponde, o Nephesch. Agora trata-se do elemento Ar, as faculdades da alma chamadas Ruach, isto é, a mente considerada como um instrumento de apreensão intelectual, uma máquina apropriada para a análise de impressões e interpretações destas em termos do pensamento consciente. O Trabalho de obtenção de Conhecimento e da Conversação do Sarado Anjo Guardião estando localizado em Tiphereth, o centro do Ruach, o resultado do sucesso é a harmonização, concentração e glorificação da mistura de idéias soltas e desconexas que são sugeridas pela multiplicidades sem significação das concepções mentais. 1. Eu entrei na montanha de lápis-lazuli, mesmo como um falcão verde entre os pilares de turqueza que está sentado sobre o trono do Oriente. 1. Descreve a passagem da Consciência Divina (o Falcão) colorida por amor (verde) para dentro do mundo do espaço estrelar (lápis-lazuli, pedra que é azul com pontos de ouro), seguindo um curso equilibrado desde a terra até o céu (os pilares de turqueza). O Oriente é o canto atribuído ao Ar, e o Falcão está ali sentado - isto é, estabilizado, não sendo distraído por quaisquer pensamentos que surgem na mente. 2. Assim cheguei a Duant, a habitação das estrelas, e ouvi vozes que gritavam alto. 2. Estado agora aberta ao Universo inteiro, a Alma escuta o que quer que seja dito. (Ar é o veículo do som.) 3. Ó Tu sentes sobre a Terra! (assim me falou uma certa Figura Velada) tu não é maior que tua mãe! Tu grão de pó infinitésimo! Tu és o Senhor de Glória, e o cão imundo. 3. Uma "Figura Velada" (Isis) explica que nenhuma consciência individual pode ser mais que a esfera de que nasce e que constitui o seu ambiente. É igualmente suprema e vil, estas qualidades sendo ilusões produzidas de relações artificiais, as quais podem ser escolhidas à vontade. 4. Descendo, mergulhando minhas asas, eu cheguei às habitações de escuro esplendor. Lá, naquele abismo informe, fui eu feito um comungante dos Mistérios Invertidos. 4. A Divindade, para se realizar a si própria, deve voluntariamente submeter-se à experiência da imperfeição. Deve tomar o Sacramento que a une ao escuro glamour do 'Mal', a contraparte do qual exalta o 'Pecador' à Divindade. 5. Eu sofri o abraço mortal da Cobra e do Bode; eu prestei a homenagem infernal à vergonha de Khem. 5. Ela aceita a fórmula de: a) Dualidade, isto é, vida de vibração; (a1) Norte; (a2) a ilusão do Conhecimento. b) Exílio; (b1) a Fome de Ardor; (b2) Trabalho. Ela aquiesce à vergonha de ser um Deus oculto em forma animal. 6. Nisto havia esta virtude, que o Um tornou-se o todo. 6. O objetivo deste ato é realizar as possibilidades da nossa unidade através da representação de sua integridade como um número infinito de casos particulares, tal como alguém poderia tentar obter uma idéia do significado da palavra 'poesia' pelo estudo de todos os poemas existentes. 11

25 Nenhum poema por si só poderia ser mais que uma ilustração imperfeita da idéias abstrata de 'poesia'; no entanto, somente através dessas imagens concretas se pode alcançar alguma compreensão do que a palavra significa. 7. Além disto, eu tive a visão de um rio. Nele havia um botezinho; e neste, sob velas de púrpura, estava uma mulher dourada, uma imagem de Asi lavrada do ouro mais fino. Também, o rio era de sangue, e o bote de aço brilhante. Então eu a amei; e, desatando meu cinturão, atirei-me à correnteza. 8. Eu recolhi-me ao botezinho, e durante muitos dias e noites a amei, queimando lindo incenso diante dela. 8. Ele se identifica com o consciente puro, imune ao curso do Pensamento, no entanto flutuando nesse curso, e se devota a este Ideal, com fervor poético e religioso. 9. Sim! Eu lhe dei da flor da minha juventude. 9. Ele consagra a sua energia criadora ao Ideal 10. Mas ela não se moveu; apenas, pelos meus beijos eu a conspurquei tanto que ela enegreceu perante mim. 10. Este processo destrói a beleza superficial do Ideal. Sua pureza é correspondida pelo contato da mortalidade. 11. Entretanto eu a adore, e dei-lhe da flor da minha juventude. 11. A despeito do seu desapontamento, o Aspirante persistem em 'amor sob vontade'. Ele se dá completamente à Verdade, mesmo agora quando ela parece tão escura e medonha. 12. Também aconteceu que através disto ela adoeceu, e corrompeu-se diante de mim. Quase eu me atirei à correnteza. 12. O Ideal agora se decompõe em formas repulsivas, não mais reconhecíveis como o objeto do amor dele. O Aspirante é tentado a abandoná-la, e a buscar refúgio do Consciente afogando-se nesses pensamentos que o rodeiam, e que continuamente tentam a atenção dele. 13. Então, no fim do mercado, seu corpo era mais branco que o leite das estrelas, e sua boca rubra e quente como o ocaso, e sua vida de um branco em braza como o calor do sol do meio-dia. 13. Esse desespero subitamente se desfaz. Seu ideal aparece em sua verdadeira forma, uma mulher vivente em vez de uma imagem de ouro inanimada. A substância dela é a gora mais pura que a luz das estrelas; seus lábios - o instrumento da sua fala e das suas carícias - são cheios de vida e calor como o ocaso - isto é, eles prometem repouso, amor e Beleza (Rathor, deusa do Oeste). Ela está viva com a pura energia do centro do sistema ao qual o Aspirante pertence: isto é, ela é a realização da idéia criadora de que até agora ele havia sido apenas uma parte. 14. Então ela se ergueu do abismo de Idades de Sono, e seu corpo me abraçou. Eu me derreti por completo em sua beleza, e alegrei-me. 12

26 14. A escuridão do passado desaparece quando seu Ideal possui o Aspirante; e seu Ego se dissolve no êxtase de união com ela; ele se torna a essência de toda Alegria. 15. Também o rio tornou-se o rio de Amrit, e o botezinho era a carruagem da carne, e suas velas o sangue do coração que me carrega, que me carrega. 15. Agora então mesmo os pensamentos do Aspirante se tornam imortais; sua consciência é compreendida como o veículo da sua vida física - em vez de vice-versa, como supõem os profanos. Suas paixões já não são idênticas com a vida individual dele. Assim, não há conflito com a Natureza. A Vontade é ela mesma o Ente. 16. Ó mulher serpente das estrelas! Eu, mesmo eu, Te fiz de uma pálida imagem de ouro fino O rio é a corrente de pensamento. O bote é o consciente. As velas de púrpura são as paixões que dirigem o curso do consciente, e a mulher é o ideal puro que procuramos fazer o ocupante constante e o guia da nossa vida consciente. Esta 'mulher', se bem que feita de ouro, é apenas uma imagem sem vida. O rio é de sangue; isto é, a corrente dos pensamentos deve ser identificada com objeto de nossa vida, não ser o mero campo de reflexão de toda impressão casual. O bote é de aço; isto é, a consciência deve ser capaz de resistir à intrusão de todo pensamento indesejado. Amando este ideal, o Aspirante se livra de tudo que o prende (vergonha, egoísmo, etc... - 'desatando o cinturão') 16. Minha concepção pessoal de Nuit é o resultado da Operação de Magia que eu executei para dar vida ao ideal que originalmente eu tinha em meu coração, adore, e resolvi realizar. A passagem inteira descreve a maneira de se lidar com qualquer idéia de forma a realizá-la em perfeição. 17. Também o Santo veio sobre mim, e eu vi um cisne branco flutuando no azul. 17. O cisne é a Consciência estática do Adepto. Está pousado no espaço infinito, suportado pelo Ar - i.e., o campo de propagação do pensamento. 18. Entre suas asas eu me sentei, o os aeons fugiram. 18. No Êxtase, o tempo não conta. 19. Então o cisne voou, e mergulhou, e subiu; no entanto não fomos alhures. 19. O Êxtase move-se de uma sublimidade de Dita a outra; mas não há progresso possível para a perfeição, portanto não existe fito a ser alcançado em tais movimentos. 20. Um meninote louco que montava comigo falou ao cisne e disse: 20. O meninote é a razão humana, que exige mensuração como condição primária de consciência inteligível. Sabendo que o tempo está passando, ele não pode compreender por que este movimento todo não acercou o cisne de algum ponto fixo, ou por que a relação entre o ponto de partida e a presente posição do cisne não é um constante motivo de ansiedade para este. O meninote não pode compreender movimento sem referência a coordenadas fixas. 21. quem és tu que flutuas e voas e mergulhas e sobes no inano? Vê, todos estes aeons passaram; de onde vens tu? Aonde vais? 13

27 22. E rindo eu lhe ralhei, dizendo: Não há de onde! Não há aonde! 22. Eu replico que, apreendendo o contínuo (Nuit) como tal, não existem "Marcas-no-Espaço". 23. O cisne não falando, ele respondeu: Então, se não há fito, para que esta jornada eterna? 23. O cisne, naturalmente, permanece em silenciosa: o Êxtase transcende expressão. A razão pergunta o motivo de movimento sem destino. 24. E eu reclinei minha cabeça contra a Cabeça do Cisne, e ri-me, dizendo: Não há alegria inefável neste vôo sem fito? Não há cansaço e impaciência para quem quereria alcançar algum alvo? 24. O Adepto, aproximando seu pensamento ainda mais do Êxtase, ri, tanto de pura alegria quanto porque acha graça na absurda incongruidade de argumentos "razoáveis" dos quais ele está agora livre para sempre; e expressa a sua idéia assim: O livre exercício de nossa faculdades é pura alegria; se eu sentisse necessidade de alcançar algum objetivo, isto resultaria na dor do desejo, na tensão do esforço, e no medo de fracasso. 25. E o cisne permaneceu silente. Ah! mas nós flutuamos no infinito Abismo. Alegria! Alegria! Cisne branco, sustenta-te sempre entre as tuas asas! 25. Mas o diálogo fez com que o Adepto refletisse mais profundamente sobre a sua dita, de forma que o Êxtase se torna imóvel, percebendo sua perfeita relação com a Infinidade do contínuo. O Adepto requer que o êxtase seja constante. 26. Ó silêncio! Ó raptura! Ó fim das coisas visíveis e invisíveis! Tudo isto é meu, que Não sou. 26. Silêncio dá termo à imperfeição implícita na linguagem humana - todas as palavras sendo evidências de dualidade, uma quebra na Perfeição. Raptura: fim do conflito entre quaisquer duas coisas: elas são dissolvidas por Amor; e perdendo o senso do Ego que causa a dor do sentimento de sua separação do Todo, sua imperfeição, a dissolução do esforço é expressada como raptura. 'Ó fim das coisas visíveis e invisíveis!' Isto não só significa que todas as coisas - sendo imperfeitas - são destruídas, mas que este é o verdadeiro fim - Teass - das coisas - sua perfeição. 'Tudo isto é meu, que Não sou.' O Adepto é agora proprietário de todas as coisas, tendo chegado ao estado chamado 'Não' que contém todas elas, e do qual elas são somente imagens. Enquanto ele era um Ego positivo, ele era uma delas, e oposto a elas; elas não lhe pertenciam. Para fazê-las suas, ele deve tornar-se o contínuo em que todas as coisas existem potencialmente como membros de qualquer série que seja selecionada para ilustrar quaisquer propriedades desejadas da sua Natureza. 27. Deus Radiante! Deixa que eu faça uma imagem de ouro e gemas para Ti! para que o povo possa derrubála e espezinhá-la em pó! Para que a Tua glória seja vista deles. 27. O Adepto é movido a manifestar sob a forma de poesia a Divindade que ele viu. Ele prevê que o vulgo se enfurecerá, desprezará seus livros e os calcará aos pés; mas assim fazendo, pelo ato mesmo os olhos deles se abrirão à glória do Deus. Isto pode significar que o meu Trabalho pode vir a renovar o verdadeiro fervor religioso nesses que perderam toda visão e toda fé; sua fúria contra mim os levará a perceber que no fundo dos seus corações está o instinto de que eles são entes espirituais. 28. Nem será dito nos mercados que eu cheguei quem deveria vir; mas Tua vinda será a palavra única. 14

28 28. Meu trabalho religioso não resultará em eu ser reconhecido como o Redentor; mas os homens admitirão que o Espírito do Deus Solar Horus soprou sobre eles, e infundiu-lhes o barro com vida. 29. Tu Te manifestarás no imanifesto; nos lugares secretos os homens te encontrarão, e Tu os conquistarás. 29. Horus será reconhecido como a explicação de todas essas energias do Universo que nós sabemos devem existir, se bem que os nossos sentidos não podem percebê-las. Os homens perceberão Horus ao explorarem os mistérios da Natureza, como o Inconsciente do Homem, ou a estrutura do Átomo. Ele os compelirá a admitir que Ele é o Ultimal princípio atrás de todas as manifestações, contrariando as velhas teorias deles. (O exato significado de 'Norus' nesta passagem deve ser extraído de CCXX, Capítulo III.) 30. Eu vi um jovem pálido e triste deitado sobre o mármore à luz do sol, chorando. A seu lado estava o alaúde esquecido. Ah! mas ele chorava. 30. Ele é pálido, tendo dado o seu sangue ao seu Trabalho. Ele é triste, tendo compreendido a Dor do Universo (Seu próprio Trabalho o levou a esta compreensão). Ele está deitado, como que cansado e duvidando se vale a pena trabalhar. Ele está sobre o mármore; isto é, os duros, nús fatos da existência, apesar de todo polimento, machucam-lhe a carne. ele está à luz do sol: ele vê mais que claramente a Natureza. Seu Anjo brilha sobre ele, mas de uma altura inacessível. Ele chora: ele, cujo dever é verter vinho para os Deuses, pode apenas derramar água salgado sobre o solo nu. Ele não pode fazer música; ele até perdeu a memória de que era capaz de fazê-lo antigamente. 31. Então veio uma águia do abismo de glória e cobriu-o com sua sombra. Tão negra era a sombra que ele ficou invisível. 31. A Águia simboliza a influência do Pai dos Deuses, também a mais alta forma de Vida Mágica, e o Governo do Ar, isto é, o poder de comandar o mundo dos pensamentos. Isto o cobre de maneira a esconder a personalidade dele. 32. Mas eu ouvi o alaúde tocando vivamente através do ar azul e quieto. 32. Assim inspirado, ele retoma alegremente a sua música; o Ar mesmo torna-se quieto, isto é nenhum pensamento o perturba; e é azul, estando cheio dos espíritos de santidade, amor e pureza. 33. Ah! mensageiro do Bem-Amado, cobre-me com Tua sombra! 33. O Adepto invoca a Palavra de seu Anjo para silenciar todos os pensamentos pessoais. 34. Teu nome é Morte, talvez; ou Vergonha, ou amor. Contando que me tragas novas do Bem-Amado, não perguntarei teu nome. 34. Ele aceitará isto em qualquer forma em que apareça; se a Morte mesma for necessária para acabar com a amolação do Ego, ou a Vergonha para mortificá-lo e impedir que se pavoneie, ou o Amor para destruir as suas ambições, ainda assim o Adepto aceitará o mensageiro. 15

29 35. Onde está agora o Mestre? gritam os loucos meninotes. Ele está morto! Ele está envergonhado! Ele está casado! e sua zombaria dará volta ao mundo. 35. Seus preconceitos 'racionais' presumivelmente perguntarão em tal caso: "Que aconteceu com as tuas ambições mágicas? Tu não és o Mestre que querias ser; tu és apenas o escravo desse teu Anjo - o que quer que a palavra signifique. Tua personalidade está sufocada, tuas ambições estão esmagadas, tua ocupação única é ecoar as palavras desse 'Anjo', as quais você nem sequer aprova. 'Tu destruíste teu Ser, tu mereceste inventivas dos teus amigos; tu abandonaste tua carreira e te ataste aos caprichos de uma mulher.'" 36. Mas o Mestre terá tido a sua recompensa. O riso dos zombadores será um corrupio no cabelo do Bem- Amado O jovem é Ganímedes, a águia a ave de Júpiter. Aqui, Ganímedes simboliza o Adepto. 36. O Adepto admite que seu corpo e mente, abandonados à sua sorte, sofreram esses desastres. Mas a intimidade com seu Anjo, para adquirir a qual ele deliberadamente abandonou todo cuidado com seus assuntos pessoais, justifica a sua conduta; e as recriminações de suas idéias intelectuais não são por ele percebidas como tais. Elas são para ele um movimento do cabelo do Bem-Amado (energias radiantes da Individualidade do Anjo); isto é, elas chamam sua atenção para uma das Glórias d'aquele. 37. Vê! o Abismo da Grande Profundez. Ali está pujante golfinho, fustigando seus lados com a força das ondas. (1)37. O Abismo é a Mente; o Golfinho é o Consciente Desassocegado. (2)37. Os homens são governados pelo orgulho e outras paixões. (3)37. O golfinho significa qualquer estado mental que seja inquieto, descontente e incapaz de escapar às suas circunstâncias. (4)37. O golfinho é profano. 38. Ali está também um harpista de ouro, tocando infinitas melodias. 38. O harpista é o instrutor cujo elogio do Caminho Iniciático induz o profano a procurar a Iniciação; ele é o Guru que aquieta a mente fazendo-a escutar sons harmoniosos, em vez de torturar-se pensando em suas dores e suas paixões. Estes sons harmoniosos são produzidos através de meios mecânicos; isto refere-se a práticas como Asana, etc. 38. Eles säo mais eficientemente impressionados pelo elogio da beleza, mostrada em suas mais brilhantes vestes. 38. Cura isto refletindo que esta é a matéria prima da Beleza, tal como o caráter de Macbeth, o infortúnio do Timon, etc., deras a Shakespeare sua chance. Faz com que teu próprio problema sirva ao tema de tua vida como um sublime drama. 39. Então o golfinho deleitou-se nelas, e deixou seu corpo, e se tornou uma ave. 39. Libertado de sua grosseria e violência, o Consciente aspira a ideais elevados. É, no entanto, incapaz de manter silêncio e tem pouca inteligência. É treinado escutando a harmonia da vida - alento inspirando junto, em vez de músculo agitando metal, Isto refere-se a Pranayama, mas também à apreensão de que a 16

30 inspiração em si é apenas um movimento superficial; o Consciente deve aprender a arte de usar todo e qualquer alento para produzir harmonia. 39. Desta forma, teu pensamento se tornará lírico; mas isto não será suficiente para satisfazer tua necessidade. Tu sentirás a natureza transitória de um tal pensamento. 40. O harpista também pôs de lado sua harpa, e tocou melodias infinitas na Flauta de Pan Quando tiverem sido ensinados a aspirar, e tiverem sido limpados dos apetites mais grosseiros, ensina-lhes as sete ciências. 40. O Consciente agora adquire compleição divina e humana. O Fauno simboliza a aspiração firme, o poder criador e a inteligência humana. As asas do anseio idealístico são depostas; o pensamento aceita o fato de sua verdadeira natureza e aspira apenas a perfeições possíveis. Agora ele ouve a harmonia do Universo expressada através da voz humana; isto é, sob uma forma articulada e inteligível, de maneira que cada vibração, além de deleitar os sentidos, apela à alma. Isto representa o estágio da concentração em que, estando fixo em meditação sobre algum assunto, o praticante penetra o aspecto superficial desse e tenta atingir-lhe a realidade, o verdadeiro significado de sua relação com o observador. 40. Transforma-o apreciando-o como um fato de intrínseca importância na estrutura do Universo. 40. Ele aprende que o Adepto não é uma perfeição daquilo que ele sente ser a parte mais nobre dele mesmo, mas um Microcosmo (Nota de M.: Esta é uma das diferenças fundamentais entre o verdadeiro Adepto e um Irmäo Negro). 41. Então a ave desejou muito esta alegria, e depondo suas asas, tornou-se um fauno da floresta. 41. A exaltação lírica dará lugar a uma realização profunda de ti mesmo, e de tudo que te concerne, como um Habitante da Natureza, contendo em tua consciência os elementos do Bestial e do Divino, ambos igualmente necessários à Compleição do Universo. Teu desconforto mental do início agora te parecerá agradável, uma vez que sem aquela experiência tu serias eternamente mais pobre. 41. Ele completa a formação de si mesmo como uma imagem do Todo. 42. O harpista também depôs sua flauta de Pan, e com a voz humana cantou suas melodias infinitas Tendo-os instruído até eles estarem realmente prontos, por estarem completos, para real iniciação, dize-lhes Verdades. 42. Agora interpreta aquela experiência como 'um trato particular de Deus com tua alma'. Descobre uma explicaçäo para ela; compele a experiência a fornecer uma mensagem inteligível. 42. Ele então compreende todas as coisas, e finalmente se torna o Todo. 43. Então o fauno encantou-se e foi-lhe atrás muito longe; por fim o harpista calou-se, e o fauno virou Pan no meio da primal floresta da Eternidade. 17

31 43. O estágio final é alcançado. Todos os positivos possíveis säo percebidos como desvios do Negativo, e portanto como erros. Há Silêncio. Entäo fauno se torna o Todo. Foi-se a floresta limitada das idéias secundárias em que no passado ele habitou, e que ele abandonou para seguir a Palavra que o encantou. Ele está agora no Mundo de Idéias cuja natureza é simples (primal) e que näo determinadas por condições tais como o Tempo. (Uma árvore é uma idéia, sendo fálica e tendo ramos.) 43. Uma vez eles estejam no Caminho, cala-te; eles chegarão à Consecução naturalmente. 43. Continua este fio de pensamento até entrares em Raptura, causada pelo reconhecimento do fato que tu - e tudo mais - säo expressöes estáticas de um sublime Orgasmo Espiritual, elementos de um Eucarística uniforme. A Verdade, não importa quão esplêndida, perderá agora todo significado para ti. Ela pertence a um mundo onde discriminação entre o sujeito e predicado é possível, o que implica imperfeição; e tu te elevaste acima desse plano. Tu assim te tornas Pan, o Todo;; não mais uma parte. Tu vibras com a alegria do ardor de criação, tornada uma deusa virgem por amor a ti. Também, tu estás louco, a razão sendo o estado que conserva as coisas em proporções definidas umas com as outras, enquanto que tu as dissolveste todas em teu próprio ser, em êxtase incomensurável. 43. Ele então compreende todas as coisas, e finalmente se torna o Todo. 44. Tu não podes encantar o golfinho com silêncio, Ó meu profeta! Moral: Pratica Yoga Elementar até tua técnica ser perfeita; não tentes atingir Nibbana até saberes como. 1. Descreve a maneira de adquirir Concentração pelo método das 'Escadas' (ver Liber Aleph). 2. Indica como lidar com gente que desejamos iniciar. 3. Dá um método para se passar de um estado mental a outro à vontade. A idéia básica em cada caso é que devemos aplicar o remédio apropriado a qualquer doença que possa existir; não algum remédio idealmente perfeito. A matéria prima deve ser passada gradativamente através de cada fase do processo; é inútil tentar obter dela a Tintura Perfeita através da execução imediata da Projeção Final. 4. Descreve o curso inteiro do Caminho Iniciático. Estes quatro significados necessitam uma explicação detalhada, verso por verso. Moral: Pratica Yoga Elementar até tua técnica ser perfeita; não tentes atingir Nibbana até saberes como. Muitas säo as virtudes do Silêncio; mas quem jurou auxiliar aos homens tem que ensinar-lhes o Próximo Passo. Não tentes curar ataques de melancolia através de ideais elevados; eles parecerão absurdos, e tu apenas aumentarás teu desespero. O profano não consegue imaginar qual a intenção dos Mestres quando estes trabalham com os que lhes estão mais próximos. 45. Então o adepto foi arrebatado em dita, e o além da dita, e excedeu o excesso do excesso. 18

32 45. Frases extravagantes tentam registrar o Evento. 46. Também seu corpo tremeu e cambaleou com a carga daquela dita, e daquele excesso, e daquele ultimal inominável. 46. O corpo físico, seus nervos (ao tentarem reagir simpaticamente à experiência) sendo carregados além de sua capacidade, é atingido. 47. Eles gritaram Ele está ébrio ou Ele está louco ou Ele sente dor ou Ele está a ponto de morte; e ele näo os ouviu. 47. O observador (outros, ou a própria mente racional dele) não compreende o que se passa. 48. Ó meu Senhor, meu bem-amado! Como hei de compor cantos, quando até a memória da sombra da tua glória é uma coisa além de toda música da fala ou do silêncio? 48. Tudo isto é inexprimível. 49. VÊ! eu sou um homem. Mesmo uma criancinha poderia näo Te suportar. E entäo? Esta passagem descreve a reação do Adepto ao estado de Êxtase. O ponto é, que toda tentativa de descrição é fútil. 49. Então o adepto foi arrebatado em dita, e o além da dita, e excedeu o excesso do excesso. 49. Mesmo a inocência de uma criança näo poderia suportar o impacto do Anjo. Um homem, tendo idéias fixas de verdade, sofre um terrível abalo quando elas säo todas despedaçadas, tal como acontece nesta experiência. 50. Eu estava só num grande parque, e junto a um certo outeiro estava um anel de relva profunda esmaltada onde uns vestidos de verde, lindíssimos, brincavam. 51. Em seu brinquedo eu cheguei até mesmo à terra do Sono Encantado. 51. Brincando assim eu cheguei a um estado de êxtase poético (Sono Encantado). Aí eu me senti feliz. 52. A noite inteira eles dançaram e cantaram; mas Tu és a manhã, Ó meu querido, minha serpente que Te enroscas em redor deste coração O parque é o mundo das idéias bem plantadas e bem cultivadas, tais como o literato e o letrado usufruem. Aqui eu encontrei um lugar onde eu podia exaltar minha consciência (ou outeiro). Perto estava um anel de relva (minha poesia) em que brincavam fadas (meus personagens, minhas frases, meu ritmo, etc.) 52. Mas isto tudo aconteceu durante a noite; meu mais elevado êxtase poético é como escuridão comparado à luz do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião. 53. Eu sou o coração, e Tu a serpente. Aperta mais teus anéis em volta minha, para que nem luz nem dita possam penetrar. 19

33 53. Eu sou o senso feminino que aceita os abraços do masculino S.A.G. Eu requero contato mais íntimo: mesmo a luz e a dita da Raptura me distraem da Uniäo com Ele. 54. Arrebata-me em sangue, como uma uva sobre a língua de uma branca jovem Dórica que enlanguece ao luar com seu amante. 54. Sua presença näo deve me deixar nenhuma luz própria. 55. Entäo que o Fim desperta. Longo tempo tu dormiste, Ó grande Deus Terminus! Longamente tu esperaste no fim da cidade e das estradas desta. Acorda Tu! näo esperes mais! 55. O Fim significa "O Verdadeiro Ser". Terminus é a Pedra Fálica que jaz além da mente (cidade) e seus pensamentos (estradas). Através desta Uniäo com o Anjo eu espero chegar ao Verdadeiro Ser, o eterno, fixo indivíduo criador. 56. Näo, Senhor! mas eu cheguei a Ti. Sou eu que espero enfim. 56. Tendo conseguido o Conhecimento e Conversaçäo do Sagrado Anjo Guardiäo (por um esforço, por assim dizer, masculino) o Adepto torna-se receptivo, feminino, paciente, entregando sua vontade por completo àquela do seu Anjo. 57. O profeta gritou contra a montanha: vem tu aqui, para que eu possa falar-te! 58. A montanha näo se moveu. Portanto foi o profeta até à montanha, e falou-lhe. Mas os pés do profeta ficaram cansados, e a montanha näo lhe ouviu a voz. 59. Mas eu clamei alto por Ti, e eu viajei em busca Tua, e de nada me valeu. 60. Eu esperei com paciência, e Tu estavas comigo desde o início É igualmente inútil chamar o que a gente deseja ou sair à sua procura. Isto apenas afirma a ausência da coisa desejada, e a verdade é que está com a gente o tempo todo, se apenas extinguimos a nossa inquietação. 61. Isto agora eu sei, Ó meu amado, e nós estamos deitados à vontade entre os vinhais. 61. Isso feito, acabou-se o esforço; temos apenas que usufruir. 62. Mas estes teus profetas; eles deves gritar alto e fustigar-se; eles devem cruzar desertos virgens e oceanos insondados; esperar por Ti é o fim, näo o princípio. 62. Porém, tal como as coisas säo, nós somos constituídos de maneira a ser incapazes de tal simplicidade. Temos que passar por muito para aprendermos a esperar! 63. Que escuridäo cubra a escrita! Que o escriba se vá em seus caminhos. 20

34 63. O consciente do escriba, até agora requerido para que ele pudesse registrar as palavras daquela parte do seu Ler que nós chamamos 'o Adepto' e as palavras do seu Anjo, é agora dispensado para que cuide dos seus afäs normais. 64. Mas tu e Eu estamos deitados à vontade entre os vinhais; o que é ele? 64. O Adepto e seu Anjo permanecem no repouso do Êxtase: eles näo deixam de existir quando o escriba näo mais os percebe. Pelo contrário; eles lhes parece bastante irreal. 65. Ó Tu Bem-Amado! näo existe um fim? Näo, mas existe um fim. Acorda! levanta-te! cinge teus membros, Ó tu corredor; leva a Palavra às cidades pujantes, sim, às cidades pujantes. 65. Uniäo com o seu Anjo näo é o único fito do Adepto. Existe um 'fim', um Propósito próprio à sua individualidade. Portanto o Anjo ordena-lhe que se retire dos Transes de Uniäo. Ele deve assumir a forma de Hermes (corredor - o portador da Palavra) e entregar a Palavra que lhe foi confiada às 'cidades pujantes'. Isto pode significar 'às maiores mentes do mundo'. 21

35 CAPÍTULO III Este capítulo é atribuído à água; trata dos reflexos preliminares da verdade qual apreendida pela intuiçäo, antes de qualquer apreensäo intelectual; e da natureza da Compreensäo e do instinto sexual. 1. Em verdade e Amém! Eu passei pelo mar profundo, e pelos rios de água corrente que ali abundam, e eu cheguei à Terra Sem Desejo. 2. Onde estava um unicórnio branco com uma coleira de prata, na qual estava gravado o aforisma Linea viridis gyrat universa O mar é o Sensório da Alma, e as corrente suas tendências - essas atividades em que ela se compraz. Até que tenhamos passado pela totalidade de experiências possíveis (qual adivinhadas pela estimativa da atualidades disponíveis em nosso caso particular), a gente näo pode alcançar o estado em que todo Desejo é reconhecido como fútil. Somente quando isto está fixado podemos perceber o Unicórnio - Movokepws - de Astris - o único, puro (é branco) Propósito cujo nome é escrito da maneira a ser explicada. A coleira representa complecçäo - a 'infinidade' ou 'eternidade' simbolizada por um anel. Está em volta do pescoço, i.e., o lugar do Conhecimento (Daath - o Visuddhi cakkra) e feito de prata, o metal da Virgem Isis- Urânia, a qual anima Aspiraçöes puras. O nome do Unicórnio (cujo chifre significa o poder criador) é 'A Linha Verde cinge o Universo'. Note-se a etimologia viridis, a qual está ligada a 'vir' e 'vis'; também a idéia de 'gyrut', lembrando-nos do aforisma 'Deus é Ele com a Cabeça do Falcäo, tendo uma força espiral'. A Linha Verde, aqui escolhida para sugerir o Limite do Universo, lembra o Cinturäo de Vênus. O limite da Existência, portanto, näo é uma idéia fixa, mas um sempre-crescente Princípio Vegetal de Vida, da natureza do Amor. Em suma, podemos dizer que a expressäo inteligível da pura Idéia criadora é o princípio uniforme do Crescimento. 3. Entäo a palavra de Adonai veio a mim pela boca do Magister meu, dizendo: Ó coraçäo que estás cingido com os anéis da velha cobra, levanta-te à montanha da iniciaçäo! 3. O Anjo entäo fala à consciência humana do Adepto por intermédio de seu Ser Iniciado - de outra forma ele näo poderia compreender uma täo elevada mensagem. Ele comanda o homem, qual homem (o coraçäo, Tiphereth, o lugar do Eu Consciente), a que adquira o ponto de vista do Iniciado. A cobra velho representa o Desejo natural, o qual é a 'causa da Dor', condena o homem a rastejar no pó, e o une à baixa vida animal. 4. Mas eu lembrei-me. Sim, Than, sim, theli, sim Lilith! estas três me cingiam de há muito. Pois elas säo uma. 4. Than, Theli e Lilith säo três formas serpentinas descritas na Qabalah! Than é realmente Tanha - nenhum trocadilho é intencionado, mas Th é a letra da matéria, e N representa a forma de Vida réptil e pisceana. Está relacionada com o 'glútem no sangue' que von Eckartshausen chama 'o corpo do pecado'. Theli: LI significa satisfaçäo secreta - uma idéia que sugere vergonha. Lilith: LI duplicado e portanto tornado tedioso, e tornando em escuridäo material. 5. Linda eras tu, Ó Lilith, tu mulher-serpente! 22

36 6. Eras esguia e teu gosto uma delícia, e teu perfume era de almíscar mistrado de ambergris. 6. O Adepto analisa essa Rainha-Demônia do seu Nephesch. Ele se recorda do apelo sensual dela, e nota que, a dissoluçäo de todas as coisas sendo inevitável, o apego a elas leva ao sofrimento e à destruiçäo. Nos versos 11-12, de mais a mais, ele mostra que aparte consideraçöes da passagem do tempo a natureza desse Desejo é, intrinsicamente, corrupçäo. 7. Tu apertavas o coraçäo com teus anéis, e isso era como a primavera de alegria. 7. O Adepto analisa essa Rainha-Demônia do seu Nephesch. Ele se recorda do apelo sensual dela, e nota que, a dissoluçäo de todas as coisas sendo inevitável, o apego a elas leva ao sofrimento e à destruiçäo. Nos versos 11-12, de mais a mais, ele mostra que aparte consideraçöes da passagem do tempo a natureza desse Desejo é, intrinsicamente, corrupçäo. 8. Mas eu vi em ti uma certa mancha, mesmo naquilo em que me deleitava. 9. Eu vi em ti a mancha de teu pai o macaco, do teu avô o Verme Cego do Lodo. 10. Eu olhei o Cristal do Futuro, e vi o horror do teu Fim. 11. Mais, eu destruí o tempo Passado, e o tempo Vindouro - näo tinha eu o Poder da Ampulheta? 12. Mas mesmo na hora eu vi corrupçäo O Adepto analisa essa Rainha-Demônia do seu Nephesch. Ele se recorda do apelo sensual dela, e nota que, a dissoluçäo de todas as coisas sendo inevitável, o apego a elas leva ao sofrimento e à destruiçäo. Nos versos 11-12, de mais a mais, ele mostra que aparte consideraçöes da passagem do tempo a natureza desse Desejo é, intrinsicamente, corrupçäo. 13. Entäo eu disse: Ó meu amado, Ó Senhor Adonai, eu te rogo que desfaças as roscas da serpente! 14. Mas ela estava apertada em volta minha, de modo que minha Força era impedida em seu começo É inútil pedir ao Anjo que livre o Adepto dessa coerçäo: a força mágica do Adepto, a qual é necessária para este fim, é pelo Desejo impedida mesmo de começar. 15. Também eu orei ao Deus Elefante, o Senhor dos Começos, que derruba obstruçäo. 15. O Adepto invoca Ganesha, o qual representa o poder de quebrar obstruçöes. O elefante, 'o semipensador com a mão', é a força moral do homem, parcialmente inteligente e dócil ao controle de seu Mestre Espiritual. 16. Estes deuses vieram prontamente em minha ajuda. Eu os vi; eu me uni a eles; eu me perdi em sua vastidäo. 16. Essa força moral sendo posta em açäo, o Anjo também se torna um auxiliar eficiente, e a contriçäo do Desejo desaparece totalmente 23

37 (Nota de M.: O Anjo só auxilia ativamente quanto o seu cliente dá o primeiro passo na direçäo certa; se o cliente näo dá o primeiro passo, ou vai na direçäo contrária aos seus interesses espirituais, o Anjo se abstém. De outra forma, seria escravidäo, e näo guarda, a relaçäo.) 17. Entäo eu me percebi cingido pelo Infinito Círculo de Esmeralda que circunda o Universo. 17. O Adepto agora percebe que ele está limitado apenas pela Linha Verde do verso Ó Serpente de Esmeralda, Tu näo tens tempo Passado, nem tempo Vindouro. Em verdade, Tu näo és. 18. Esta linha é reconhecida como equivalente ao Negativo - Nuit Ela Mesma. 19. Tu és gostosa além do tato e do sabor, Tu näo podes ser vista de glória, Tua voz está além da Fala e do Silêncio e da Fala no Silêncio, e Teu perfume é de puro embergris, que näo é de se pesar contra o mais fino do ouro fino. 20. Também Tuas roscas säo de infinito alcance; o Coraçäo que Tu encercas é um Coraçäo Universal Esta Idéia de Puro Amor é sem limites; ela outorga a verdadeira, a máxima satisfaçäo possível; seu perfume (significado espiritual) näo está misturado com qualquer concepçäo imperfeita (Ambergris é o perfume de Kether; almíscar refere-se ao Amor em um senso um pouco animalizado.) 20. Também o Anjo é identificado com esta Linha Verde, e desta forma a consciência do Adepto se expande para incluir o Universo. 21. Eu, e Mim, e Meu, estavam sentados com alaúdes na praça de mercado da grande cidade, a cidade das violetas e das rosas. 22. A noite caiu, e a música dos alaúdes parou. 23. A tempestade rugiu, e a música dos alaúdes parou. 24. A hora passou, e a música dos alaúdes parou. 25. Mas Tu és a Eternidade e o Espaço; Tu és Matéria e Movimento; e Tu és a negaçäo de tudo isso. 26. Pois näo existe Símbolo de Ti A idéia do Ego näo deve ser utilizada para unificar a experiência do Adepto. Em tal caso, a música da Vida cessa quando a dúvida obscurece, problemas perturbam, ou o tempo cansa o consciente. O Adepto deve perder-se por completo na consciência do seu Anjo, que está além de tais limitaçöes e imune de tais ataques, pois Ele näo pode ser expressado por nenhuma Imagem fixa que pode ser destruída. 27. Se eu digo Subí sobre as montanhas! as águas celestiais flúem ao meu comando. Mas tu és a Água além das águas. 28. O rubro coraçäo triangular foi colocado em Teu templo; pois os sacerdotes desprezaram igualmente o templo e o deus. 24

38 29. No entanto o tempo todo Tu ali oculto estavas, como o Senhor do Silêncio está oculto nos botöes do lótus Estes versos säo especialmente obscuros e devem até certo ponto assim permanecer. Pois eles contém uma alusäo ao ponto mais secreto e mais crítico da Carreira Mágica de TO MEGA THERION. 'O grupo coraçäo triangular' é o símbolo peculiar de Ra-Hoor-Khuit; e o Profeta hesitou em aceitar o Livro da Lei, que proclama o Deus, porque considerava isto imcompatível com o seu Juramento de alcançar o Conhecimento e Conversaçäo do seu Sagrado Anjo Guardiäo. Somente dezenove anos mais tarde foi que ele percebeu por completo que o Sagrado Anjo Guardiäo está escondido neste símbolo R.H.K. Os 'sacerdotes' aqui parecem representar os Chefes Secretos da A.'. A.'., os quais executaram seu propósito de estabelecer a Lei através de TO MEGA THERION, com completo descaso pelas idéias pessoais dele quanto ao seu Trabalho (templo) e ao objeto de sua adoraçäo (deus). A metáfora ao fim do verso 29 nos lembra que o lótus (a Natureza-Isis) esconde debaixo de sua aparência externa as perfeiçöes secretas da criança. 30. Tu és Sebek o crocodilo contra Asar; tu és Mati, o Assassino no Profundo. Tu és Tifon, a Fúria dos Elementos, Ó Tu que transcendes as Forças em seu Concurso e Coesäo, em sua Morte e Disrupçäo. Tu és Piton, a terrível serpente em volta do fim de todas as coisas! O Adepto aprende a controlar todas as variedades de imagens que se apresentam, e a criar quaisquer que ele deseje. Mas seu Anjo representa o Ideal que é seu limite neste assunto. Todas as idéias de que ele é capaz estäo compreendidas na natureza de seu Anjo. 30. O S.A.G. é agora identificado näo apenas com R.H.K., mas com símbolos ostensivamente hostís. Ele é para ser encontrado em todos os fenômenos. 31. Eu me virei três vezes em todas as direçöes; o sempre eu cheguei a Ti por fim. 32. Muitas coisas eu vi, mediatas e imediatas; mas näo as vendo mais, eu vi a ti Em qualquer direçäo em que o Adepto decida mover-se, ele deverá chegar eventualmente ao seu Anjo. Tudo que ele vê näo é mais que um véu sobre a Sua Face. 33. Vem Tu, Ó Bem-Amado! Ó Senhor Deus do Universo, Ó Vastidäo, Ó Minuscia! Eu sou o Teu amado. 34. O dia inteiro eu canto o Teu deleite; a noite inteira eu me deleito em Teu canto. 35. Näo existe nenhum outro dia ou noite que este. 36. Tu estás além do dia e da noite; eu sou Tu mesmo, Ó meu Criador, meu Mestre, meu Esposo! Esta passagem, puramente lírica, näo requer comentário especial. Ela assevera a ultimal identidade de todas as idéias com o Anjo, incluindo o próprio Adepto, que se reconhece unido a Ele na relaçäo triuna do Pai, Governante e Noivo: a fonte de seu Ser, o determinante de sua Vontade, e a inspiraçäo de sua Fertilidade e Alegria. 37. Eu sou como o cachorrinho vermelho que está sentado nos joelhos do Desconhecido. 25

39 37. O cäo é a baixa natureza animal - 'vermelho' é o símbolo da sua energia, sensibilidade e poder de amar. Ele está impotente (nos joelhos do) no circundante Mistério da Vida (Desconhecido), mas permanece quieto e confia. 38. Tu me trouxeste o grande deleite. Tu me deste Tua carne a comer e do Teu sangue como uma oferta de intoxicação. 38. O Anjo substitui esta atitude por uma satisfação e nutrição completas. É n'ele que o Adepto vive, é sua Vida que o embriaga. 39. Tu ferraste as presas da Eternidade em minha alma, e o Veneno do Infinito me consumiu inteiramente. 39. O inimigo Tempo foi devorado, e o Ego limitado dissolvido no Infinito. 40. Eu estou tornado como um opulento diabo da Itália; uma mulher loura e forte de face cavada, comida de fome de beijos. Ela bancou a rameira em diversos palácios; ela deu seu corpo às bestas. 40. A referência é à Marquesa de Brivilliers; ela representa o Nephesch ou Alma Animal. Esta Alma atem procurado satisfazer as suas paixões de diversas formas extravagantes. 41. Ela matou seus parentes com forte veneno de sapos; ela foi castigada com muitas varas. 41. Ódio de outras almas - a dor de receber verdades. 42. Ela foi despedaçada sobre a Roda; as mãos do verdugo a amarraram ali. 42. Com isto a unidade dela acaba sendo despedaçada por Mudança. Ela foi presa ao ciclo de Samsara pelo Ministro da Justiça. 43. As fontes d'água foram abertas sobre ela; ela lutou contra tormento extremo. 43. Sua solidez não pode mais resistir à ação da Pureza; seus complexos são invadidos pelo Solvente Universal. Sua resistência é uma tortura tremenda. 44. Ela rebentou sob o peso das águas; ela afundou no horrendo mar. 44. Finalmente a coerência dela é quebrada, e o senso de separação desmorona e dissolve-se no infinito Oceano de Amor. 45. Assim sou eu. Ó Adonai, meu senhor, e assim são as águas da Tua intolerável Essência. 46. Assim sou eu, Ó Adonai, meu amor, e Tu me arrebentaste por completo O texto confirma esta interpretação da Iniciação como o equivalente de extensa psicanálise. (Nota de M.: Porém, essa extensão vai imensamente além daquilo que a psicanálise mundana pode atingir. Até o presente, os psicanalistas estudaram apenas seções do Nephesch e do Ruach.) 47. Eu estou derramado como sangue sobre os picos; os Corvos da Dispersão me levaram por completo. 26

40 47. A vida do Ego é dispersada sobre todas as idéias salientes. Os corvos são os pássaros de Netzach, a esfera de Vênus. I.e., a vida do Adepto é transportada para longe, voando, pelo Amor Universal. 48. Portanto está afrouxado o selo que guardava o Oitavo abismo; portanto é o vasto mar como um véu; portanto há uma dilaceração de todas as coisas. 48. Este processo conduz à completa passagem do Abismo - a respeito do que consulte-se Libri 418 e VII. 49. Sim, também em verdade Tu és a fresca quieta água da fonte encantada. Eu me banhei em Ti, e me perdi em Tua quietude. 50. Aquilo que entrou como um valente menino de lindos membros sai como uma donzela, como uma criancinha em sua perfeição As idéias acima são aqui repetidas sob a forma de outro símbolo. A 'fonte' é Salmacis. A individualidade positiva se torna a Universal e Perfeita Virgem do Mundo. 51. Ó Tu luz e deleite, arrebata-me ao oceano leitoso das estrelas. 52. Ó Tu Filho de uma mãe que transcende a luz, abençoado seja Teu nome, e o Nome de Teu Nome, através das idades! Um desabafo lírico sobre o tema. Note-se Muit, e o novo Verdadeiro Eu nascido d'ela agora que o velho Falso Ego é aniquilado. 53. Vê! eu sou uma borboleta na Fonte de Criação; deixa-me morrer antes da hora, caindo morto em Tua corrente infinita! 53. A referência é ao Ato XVII. A borboleta é o Neschamah (puro ----). Sua natureza é aquela de um ente separado momentaneamente, sem dor, de Nuit. 54. Também a corrente das estrelas flui sempre majestosa à Habitação; carrega-me no Colo de Nuit! 54. A corrente das almas (estrelas) flui sempre em direção a Nuit, isto é, cada homem e mulher tem a mesma Verdadeira Vontade - recuperar a sua Mãe original. 55. Este é o mundo das águas de Main; esta é a água amarga que se torna doce. Tu és belo e amargo, Ó dourado, Ó meu Senhor Adonai, Ó tu Abismo de Safira. 55. O acima é declarado um Mistério do Ato XII. o 'afogamento' do Adepto transforma o Transe de Sofrimento no Transe do Amor. O Anjo é visto como um símbolo positivo desse "Grande Amor". 56. Eu sigo a Ti, e as águas da Morte lutam extênuas contra mim. Eu passo às Águas além da Morte e além da Vida. 56. Pelo seu Conhecimento e Conversação esta transmutação é realizada. 57. Como responderei ao homem tolo? Por nenhum caminho ele chegará à Tua Identidade! 27

41 57. Este 'homem tolo' não pode ser conduzido à perfeição, pois ele é composto de Qliphoth ou excremento. Sua emancipação é precisamente de tais partes de seu ente; elas não são da sua essência. 58. Mas eu sou o Tolo que não liga ao Jogo do Mago. A mim a Mulher dos Mistérios instrui em vão; eu quebrei os grilhões do Amor e do Poder e da Adoração. 58. O Adepto se identifica com este Puro Tolo. Ele é indiferente à Ilusão da Existência Fenomenal causada pelo Mago (Pekht, Extensão, o Ato I, --, 2, --, Mayan). A Mulher dos Mistérios (Isis, Ato II, --, 3, --) não estraga a pureza dele com seus fantásticos reflexos da Verdade. Ele não está mais à mercê da Imperatriz, Ato III, --, 4, --; nem do Imperador, Ato IV, --, 90, Áries; nem do Microfante, Ato V, --, 6, Taurus. Isto é, nem as distinções sutís (I< II) da Verdade nem as suas imagens grosseiras (III, IV, V) podem causar injúria à sua perfeição do Zero. 59. Portanto é a Águia unida ao Homem, e a força de infâmia dança com o fruto do justo O 'homem tolo' é o homem natural, o profano. 'Tolo' neste sentido significa vazio, vaidoso, cheio de si. Ele é o 'pequeno louco', adiante comparado com o Louco, Ato O, --, do Taro, o qual é o primeiro Caminho de Kether. 59. O resultado é que os símbolos de Realeza e de Espiritualidade são agora equivalentes àqueles da vida plástica (Aquário e Escórpio) e manifestação vibratória. A força é encontrada no Ato XII, --, 40, -- (Veja-se verso 55); nela está pendurado, isto é, livre da terra, movendo-se alegremente (dança) o homem manifestado ou estendido (Ato VIII, --, 30, Libra: a forma positiva ou expressada do Ato O; Aleph e Lamed são a Chave de CCXX). 60. Eu baixei, Ó meu querido, às águas negras e brilhantes, e Te colhi como uma pérola negra de valor infinito. 61. Eu desci, Ó meu Deus, ao abismo do todo, e eu Te encontrei lá no meio sob o disfarce de Nada (Estes versos podem ser lidos como Estrofe e Anti-Estrofe; mas antes, quando o Anjo fala, nós somos informados de que é Ele falando.) As 'águas negras e brilhantes' são as do Akasa, o mênstruo de manifestação; a Pérola é a simétrica, redonda perfeição do Anjo, o qual é assim um símbolo tangível da Amorfidade de Nuit. (Quanto a 'negra', vede novamente Cap. I,vv ) 62. Mas como Tu és o Último, Tu és também o Próximo, e como o Próximo eu Te revelo à multidão. 62. Se bem que assim ultimal, o Anjo está também em íntimo contato com o Homem. Isto explica a política de 666, revelada no resto do parágrafo. (Nota: Durante sua peregrinação na China, Crowley atingiu à recordação de suas encarnações passadas e definiu sua Vontade Mágica,ou Grande Obra, como conduzir a humanidade ao próximo passo em sua evolução espiritual, isto é: a obtenção do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião. ---M.) 63. Aqueles que sempre Te desejam Te obterão, mesmo no Fim do seu Desejo. 63. O C.&C. do S.A.G. representa a suprema necessidade, e sua consecução coincide com a destruição final do Desejo (no sentido que os budistas dão a esta palavra). 64. Glorioso, glorioso, glorioso Tu és, Ó meu amante super - no Ó Ser do meu ser. 28

42 65. Pois eu Te achei igualmente no Mim e no Ti; não há diferença, Ó meu belo, Ó meu Desejável! No Um e nos Muitos eu Te encontrei; sim, eu Te encontrei O capítulo termina em um desabafo de exaltação lírica. "Todo número é infinito; não há diferença." "Portanto agora vós me conheceis por meu nome Nuit, e ele por um nome secreto que Eu lhe darei quando afinal ele me conhecer. Desde que Eu sou o Espaço Infinito, e as Infinitas Estrelas dali, fazei assim também. Nada amarreis! Que não haja diferença feita entre vós entre qualquer coisa e qualquer outra coisa; pois daí vem dor." (Liber CCXX, Capítulo I, vv. 4 e 22.) O C.&C. do S.A.G. dissolve todo pensamento na identidade da insignificância. Ele existe igualmente na Unidade de R.H.K. e em todo e qualquer detalhe de manifestação fenomênica. 29

43 CAPÍTULO IV Este capítulo é atribuído ao Elemento Fogo. Trata dos raios salientes de Idéia Positiva, além de qualquer intuição; e da natureza da Vontade e da energia sexual, o aspecto dinâmico do Ente. Estando assim além da Compreensão, sendo a Voz do Inconsciente, torna-se naturalmente impossível mesmo para o Iniciado o apreender o capítulo tal como é. O capítulo trata das Unidades Originais; e compete ao Mestre do Templo (o Adepto em Tiphereth não pode de forma alguma compreender o capítulo) a tarefa de receber, interpretar, dar nascimento e expressão consciente ao sublime gesto d'elas. 1. Ó coração de cristal! Eu a Serpente Te abraço; Eu enterro minha cabeça no Teu centro mais íntimo, Ó Deus meu amor. 1. Ele chama o Adepto de 'Coração de Cristal', sugerindo que este é uma concentração de luz, energia, amor, lucidez e pureza. É com estas qualidades do Adepto que ele se comunica. Este é o objetivo da preparação. O Adepto deve apresentar esta imagem perfeitamente antes que o Conhecimento e Conversação possa operar. Isto é, purificação e consagração devem preceder invocação. É extremamente difícil mesmo para o Mestre do Templo, mesmo após anos de contemplação, firmar em seu consciente a percepção de que a parte material dele não é mais "ele" que qualquer outra coleção de fenômenos. O Anjo Se descreve como a Serpente. A serpente é, claro, o símbolo de sabedoria, imortalidade, realeza e outras semelhantes qualidades. O Anjo não só se enrola em volta do coração do Adepto como também mergulha sua cabeça ao centro deste coração. Ele chama o Adepto de 'Deus meu amor'; naturalmente, uma entidade de uma tal ordem de existência já assimilou há muito tempo a verdade do Panteísmo. 2. Mesmo qual nos ressoantes altos varridos de vento de Mytilene alguma mulher como deusa põe de lado a lira e, seus cabelos flamejando qual auréola, mergulha no coração da criação, assim Eu, Ó Senhor meu Deus! 2. A referência é o Safo, a qual amava o Sol, e se atirou ao mar para alcançá-lo. Ela é aqui o símbolo do Anjo representado pelo Caminho de Gimel, onde está a 'Grã Sacerdotisa'. Este caminho liga Macroprosopus IKether) e Microprosopus (Tiphereth), a divindade suprema e sua manifestação humana. O Sol é atribuído a Tiphereth, e assim simboliza o Adepto. O Anjo pensa-se 'mergulhando no líquido coração da criação', isto é a reflexão na matéria do Verdadeiro Ser do Adepto que Ele ama. 3. Há uma beleza indizível, onde as flores flamejam. 3. O Anjo acha beleza neste 'coração de corrupção'. Por esta imagem Ele quer significar a vida de mutabilidade. 'As flores flamejam': Fenômenos florescem e incendeiam, isto é, tocam. 4. Ah me! mas a sede de Tua alegria resseca esta garganta, de modo que Eu não posso cantar. 4. A intensidade da paixão do Anjo é tão grande que Eke não a pode exprimir mesmo em música. O bote é aqui o símbolo de consciência, tal como no Capítulo II, vv A língua é o Logos do Anjo, e os rios desconhecidos novas esferas de pensamento. O eterno sal é o sofrimento que tinge o grande mar de Binah, e ele espera pelo método acima transcender o Transe de Sofrimento no que se refere a todas estas possibilidades. 5. Eu me farei um botezinho de minha língua, e explorarei os rios desconhecidos. Pode ser o eterno sal vire doçura, e minha vida não seja mais sedenta. 30

44 6. Ó vós que bebeis da salmoura do vosso desejo, estais perto da loucura! Vossa tortura cresce se bebeis, e continuais bebendo. Subí pelos regatos à água fresca; Eu vos esperarei com os meus beijos. 6. Ele se recorda do método paralelo mas contrário dos homens de procurar satisfação no objeto do desejo. A água é o símbolo do prazer, e desejo está impregnado de sofrimento. Agir desta forma enlouquece a iludida raça dos homens. Ele os convida a 'subir pelos regatos', isto é, as estreitas passagens do pensamento, as correntes concentradas de pensamento que levam ao prazer puro - a 'água fresca'. Quando os homens conseguem viajar, através da vontade controlada, até o verdadeiro puro prazer, eles O encontram esperando para administrar o Sacramento. 7. Como a pedra-bezoar que é encontrada na barriga da vaca, assim é meu amante entre os amantes. 8. Ó menino de mel! Traz-me aqui Teus membros frescos! Sentemo-nos por um pouco na chácara, até o sol descer! Festejemos sobre a relva fresca. Trazei vinho, vós escravos, para que as bochechas do meu menino se enrubesçam A pedra-bezoar é uma bola composta principalmente de cabelos que representam forças estreitamente entrelaçadas. O Anjo compara o Adepto com esta pedra, vendo-o como um complexo de diversas energias. Os membros do Adepto são os instrumento da sua atividade. O Anjo o convida a repousar na chácara, em Sua companhia. A chácara é o local onde os processos naturais culminaram em frutificação. A relva fresca parece ser um símbolo da vida vegetativa, e o Anjo propõe usar esta sempre verdejante frescura da Natureza como o campo do regozijo e da nutrição. Ele chama os escravos, isto é, os instrumentos de ação, controlados e postos em uso, para que tragam vinho, isto é, forneçam os meios para o êxtase, pois Ele deseja que o Adepto se inflame de raptura e manifeste o calor dessa raptura em sua face, isto é, sua consciência externa. 9. No jardim de imortais beijo, Ó tu brilhante, resplandece! Faz de Tua boca uma papoula, que um beijo é a chave do sono infinito e lúcido, o sono de Shi-loh-am. 9. Um jardim geralmente simboliza um lugar onde a beleza é cultivada; os poetas orientais usam a palavra para expressar uma coleção de poemas ou ditados. Os beijos imortais são os sinais da operação do 'amor sob vontade', a qual é perpétua. O Anjo chama o Adepto para que demonstre seu brilho como se o Conhecimento e Conversação fosse um sacramento além daquilo implicado em todos os atos. A papoula é um símbolo de paz, exaltação e deleite, a doadora do sono, pelo qual é significado o silenciamento de todas as distrações possíveis. A boca do Adepto, o órgão através do qual ele é nútrico, expressa seus pensamentos, desta boca é significado seu abandono ao Anjo, o ato de casamento, e esta é a chave do sono infinito e lúcido. Sono foi explicado acima. É infinito, sendo livre da limitação de condições, e lúcido, sendo caracterizado por pura visão. Shi-loh-am: a palavra significa paz. (xx). 10. Em meu sono Eu contemplei o Universo como um cristal límpido sem mancha. 10. O Anjo explica que em seu sono (no repousante êxtase do amor, poder-se-ia mesmo dizer no orgasmo do amor; a referência é ao particular Samadhi da consecução do C.&.C. do S.A.G. ) ele obteve a visão do Universo como fenômeno contínuo e imaculado. Isto é implicitamente contrastado com o efeito do mesmo ato sobre o Adepto, para o qual significa simplesmente União com a Divindade. O Anjo encontrou perfeição em seu próprio Adepto: isto completa a Perfeição Esta seção é o Anjo falando. Ele explica Seu Conhecimento e Conversação de Seu próprio*' ponto de vista. 31

45 A aspiração em direção a Ele é masculina. No momento de consecução, isto é substituído por passividade, tal como foi explicado em capítulos prévios. A aspiração paralela a vontade do Anjo de comungar. Mas superficialmente a vontade d'ele é de caráter diverso. Sua natureza vai ser explicada agora. 11. Existem ricaços vaidosos sem vintém que ficam à porta da taverna e tagarelam de seus feitos de bebedores de vinho. 11. A taverna é o templo de intoxicação espiritual. Do lado de fora estão os Irmãos Negros, vangloriando-se de suas próprias consecuções. 12. Existem ricaços vaidosos sem vintém que ficam à porta da taverna e insultam os hóspedes. 12. Eles são vaidosos de sua riqueza, isto é, egoístas e mesquinhos, no entanto sem vintém, isto é, suas consecuções são sem valor. Também, eles insultam esses que alcançaram o Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião: o Irmão Negro, a despeito de toda a sua arrogância, sabe (como Klingsor) qual é a sua verdadeira condição, e portanto ele blasfema a Loja Branca. 13. Os hóspedes brincam sobre sofás de madrepérola no jardim; o barulho dos homens tolos está escondido deles. 13. Os sofás simbolizam repouso. A madrepérola é a opalescência dos fenômenos quando são observados pelo Iniciado (compara-se o simbolismo do Arco-Íris). Note-se que os hóspedes estão no jardim, não na taverna. Isto pode significar que eles passaram além do estágio em que o ato é único a um estágio tal como descrito nos vv. 8 e 9. Os homens tolos: veja-se Cap. III, v. 57. O barulho é um símbolo de distração e falta de harmonia. Está 'escondido deles' - uma frase mais enfática do que 'não é ouvido por eles'. 14. Apenas o taverneiro teme que o favor do rei lhe seja retirado. 14. O taverneiro é o Guardião dos Mistérios, e o rei a autoridade pela qual as vidas dos homens são governadas. É o dever do taverneiro não só proteger os hóspedes da malícia dos Irmãos Negros, mas também impedir que essa malícia profane o sacramento. (Levi tem uma passagem sobre este ponto. Ele diz que quando o arcano foi divulgado na época da Revolução Francesa, tornou-se impossível pô-lo em prática. Os adeptos consequentemente brigaram entre si, e o resultado foi caos. Nós não devemos supor que isto seja apenas mera parte do assunto do voto de sigilo. Nem implica em dizer que a publicação dos métodos de consecução leva ao desastre. Foi simplesmente o quarto poder da Esfinge que, de algum modo, foi perdido.) 14. Parece estranho que o Magister, em meio à sua raptura, com as palavras de seu Anjo ainda lhe soando nos ouvidos, não encontrasse algo menos incôngruo a replicar. A dificuldade é explicada facilmente. Por um lado, seu êxtase é inefável. Por outro, é perfeito, de forma que não pode falar dele. Em terceiro lugar, ele percebe que parte do preço de sua consecução é a sua responsabilidade como Guardião dos Mistérios. Ele portanto chama a atenção do Anjo para aquilo que poderíamos descrever como a situação política Agora fala o Adepto, ou antes, fala o Mestre do Templo. 15. Assim falou o Magister V.V.V.V.V. a Adonai seu Deus, enquanto eles brincavam juntos à luz das estrelas de encontro à profunda poça negra que está no Lugar Santo da Casa Santa sob o Altar do Santíssimo. 15. As circunstâncias do diálogo são cuidadosamente explicadas. Ele é o Mestre do Templo, V.V.V.V.V., não o mero Adepto que simplesmente conseguir união. O Anjo é ainda mais especificamente identificado com o 32

46 símbolo de Adonai. Eles estão brincando juntos, isto é, em comunhão consciente; à luz da estrelas, isto é, na presença de Nuit; e o lugar onde se encontram é a 'profunda poça negra' simbólica de Binah, a esfera do sofrimento da Maternidade, o lugar de concepção e a habitação da Compreensão. O lugar santo é as três primeiras Shphiroth, isto é, acima do Abismo. A casa santa é a Árvore da Vida. E o Altar do santíssimo é Kether. 16. Mas Adonai riu, e brincou mais lânguido. 16. Adonai replica à passagem vv simplesmente mudando o ritmo de sua música para uma medida mais lânguida. Desta forma ele indica que não há razão para pressa ou ansiedade. 17. Então o escriba tomou nota, e alegrou-se. Mas Adonai não tinha medo do Mago e seu brinquedo. Pois foi Adonai quem ensinou ao Mago todos os seus truques. 17. O escriba é o ser humano consciente encarregado de anunciar estes assuntos; ele compreende que tudo está bem. O Mago é o Ato I, Mayan (ver Cap. II v. 58 e as referências em Liber 418). O Anjo não receia que as forças da ilusão possam jamais interferir com a Grande Obra. Ele é, em si mesmo, Macroprosopus. Esta frase necessita explicação. Exatamente com um homem aspira ao Conhecido e Conversação do seu S.A.G. e o consegue, assim também o Anjo aspira à "ultimal unidade demonstrada"; pois sua posição é o Caminho de Gimel. Em sua consecução, portanto, ele atingiu Kether, de que sai não somente o seu próprio Caminho de Gimel (levando a Tiphereth) mas também aquele de Beth (levando a Binah). Para compreendermos bem a completa natureza de binah, nós devemos manter este ponto em mente. O Sofrimento relacionado com a idéia desta Sephira deve-se ao fato que ela é o recipiente da ilusão original. Não existe sofrimento na outra corrente, o Caminho de Daleth, através do qual o senhor dela comunica sua essência. (Nota de M.: O "senhor" de Binah é Chokmah.) 18. E o Magister entrou no jogo do Mago. Quando o Mago ria, ele ria; tudo como deve um homem fazer. 18. O Magister, cuja habitação é Binah, agora usa a ilusão mesma como um meio de prazer. Ele procede naturalmente, como uma criança, sem receio de que possa haver alguma significação sinistra nas operações da Natureza. 19. E Adonai disse: Tu estás enredado na teia do Mago. Isto Ele disse sutilmente, para prová-lo. 19. Par aprová-lo, o Anjo sugere que o prazer dele na ilusão é idêntico ao prazer do profano. 20. Mas o Magister deu o sinal do Magistério e riu-lhe: Ó senhor, Ó bem-amado, relaxaram-se estes dedos nos anéis dos Teus cabelo, ou desviaram-se estes olhos do Teu olho? 20. O Magister replica que, se bem que aparentemente usufruindo as coisas boas da vida (por assim dizer), ele nunca por um instante esqueceu que está usufruindo o amor do seu Anjo, nem por perda de concentração sobre o olho (símbolo de visão, de energia criadora, de unidade, etc. Veja-se também o 'Olho de Horus') de seu amante, ele caiu do cume do seu Samadhi. O Magister é assim mostrado como perfeitamente iniciado; ele abraçou deliberadamente a terrível ilusão que é a fonte de todo sofrimento, e a tornou parte integral da Grande Obra. Não havendo outra direção de onde infortúnio o possa tocar, desde que ele é protegido pelos Guardiões do Abismo da interferência dos Caminhos de Zain e Cheth, ele está de agora em diante imune. 21. E Adonai deleitou-se extremamente nele. 33

47 A peculiaridade acima mencionada do diálogo prévio é o assunto de parte desta passagem. De modo geral, ela discute a questão das relações entre certos poderes da Natureza. 22. Sim, Ó meu mestre, tu és o amado do Bem-Amado; a Ave Bennu não está posta em Philae em vão. 22. A Ave Bennu refere-se aqui às correntes e sub-correntes iniciadas pela A.'. A.'. aproximadamente cada 600 anos, isto é, duas vezes no curso de cada Aeon. -X-1900 Aiwass TO ME-A OPHION Dee e Kellym Christian Rosencreutz, Luther, Paracelsus Jacobus Burgundus Molensis Mohammed Apolônio de Tiana BX 300 Gautama Buddha Nota: Escala de Tempo - imagens resolvidas dilatada apresentação. Pernas de cavalos de corrida. 'n' é uma série de 'm' acontecimentos, nenhum dos quais sugere 'n'. Cf. grifos de A, soletração de palavras, etc. Portanto não é medida da realidade (LXV I, 32 e seg.). Philae é uma ilha do Nilo, agora submergida pelo industrialismo, famosa por seu Templo de Ahathoor. Em Liber VII, vii, 27, a Ave Bennu é definitivamente identificada com a Fenix - ou Set o Asno Selvagem - através do simbolismo da Baqueta de Segundo Adepto do Adeptus Minor da R.R. et A.C. O texto afirma a Missão de TO ME(xx)A OPHION 666 9º = 2º A.'. A.'. como Logos do Aeon. Quem fala parece ser o escriba, isto é, o indivíduo Aleister Crowley através do qual estas energias 666 etc. se manifestam. Ele se regozija na Consecução do Conhecimento e Conversação do S.A.G. O resto deste capítulo trata em grande parte da relação deste escriba com o Adepto e o Anjo que coroam a sua personalidade. Os versos seguintes descrevem o Equinócio dos Deuses e a Consecução do c.&c. do S.A.G. Eles indicam o efeito de tais acontecimentos sobre o indivíduo; pois este capítulo refere-se ao Elemento Fogo, o Deus de Tetragrammaton, isto é, a essência da personalidade do homem em questão que homem. O C.&C. do S.A.G. representa a descida do Elemento Espírito no ser desse homem, de acordo com a fórmula regular da formação do Pentagrama IHShVH de IHVH. A dificuldade principal de interpretação está na complicação introduzida pelo Equinócio dos Deuses descreve este Evento*.o descreve o estado do escriba descreve a preparação do escriba para a sua Consecução descreve o umbral da Iniciação dele descreve a Iniciação mesma descreve a Compreensão dada por essa Iniciação das relações necessárias entre o Espírito e a Matéria. 34

48 45-53 descreve os resultados da Iniciação liga a Consecução do Equinócio dos Deuses responde a pergunta assim proposta uma profecia quanto ao futuro do escriba, as circunstâncias em que ele chegará à Perfeição de sua Consecução. 23. Eu que fui a sacerdotiza de Ahathoor regozijo-me no vosso amor. Ergue-te, Ó Deus-Nilo, e devora o lugar santo da Vaca do Céu! Que o leite das estrelas seja bebido por Sebek o habitante do Nilo! 23. O escriba se recorda de sua encarnação como uma sacerdotiza de Ahathoor, deusa do Amor e da Beleza. Ele chama as forças do Nilo de Sebek, o crocodilo que ali vive. Elas devem terminar com o regime da Mãe (Aeon de Isis). 24. Levanta-Te, Ó serpente Apep, Tu és Adonai o bem-amado! Tu és meu querido e meu senhor, e Teu veneno é mais doce que os beijos de Isis a mão dos Deuses! 24. Apofis substitui Isis. 25. Pois Tu és Ele! Sim Tu engulirás Asi e Asar e os filhos de Ptah. Tu vomitarás uma enxurrada de veneno para destruir os trabalhos do Mago. Somente o Destruidor Te devorará; Tu lhe enegrecerás a garganta, onde seu espírito habita. Ah, serpente Apep, mas Eu Te amo! 25. AIWASS (identificado com o S.A.G. de Aleister Crowley) destruirá as fórmulas de Isis e Osiris (Aeon do Deus Sacrificado). Não existe Aeon de Apofis; Sua função é sempre destruir. Agora o Destruidor devorará a Destruição mesma. Há aqui uma referência à lenda de Shiva, que bebeu o veneno formado pelo batimento do 'Leite das Estrelas' ou manifestação da Existência Fenomenal. Sua garganta fica negra (ou azul índigo) como resultado. Aiwass assim virou Apofis contra si próprio, para abrir caminho ao Aeon de Horus, a Criança Coroada e Conquistadora. Apep é amado; isto é, desaparece em êxtase à carícia de Aiwass, a 'pujante serpente' do verso 26 (a garganta é o local do Elemento do Espírito - o Akasha habita no Cakkram Visuddhi). O significado é que a fórmula dada por Aiwass destrói a idéia da Destruição como tal. O que até agora era chamado 'Morte', o método da ressurreição da Fórmula de Osiris IAO, deve ser compreendido de agora em diante como 'amor sob vontade'. 26. Meu Deus! Que Tua presa secreta penetre até o tutano do ossinho secreto que eu guardei para o Dia da Vingança de HoorRa. Que Kheph-Ra zumba com seus élitros! que os chacais de Dia e Noite uivem na imensidão do Tempo! que as Torres do Universo tremam, e os guardiões fujam correndo! Pois meu Senhor revelou-se como uma serpente pujante, e meu coração é o sangue do Seu corpo. 26. Este Dia de Vingança é o Aeon de Horus - começando com o Equinócio de Primavera (L.N.) de 1904 e.v. (Note-se CCXX, iii, 3 e ALASTOR o Vingador). O 'ossinho secreto' é encontrado no Fálo do Urso (Hebreu (xx)=6. Isto é um fato de anatomia. A natureza deste animal - que é de grande importância na Alquimia - pode ser estudada no Asch Metzareph. O Urso é simbólico de parte de TO ME(xx)A OPHION 666 de acordo com a descrição d'ele dada no Apocalipse: 35

49 "Eu vi uma besta levantar-se do mar, tendo sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez coroas, e sobre as suas cabeças o nome de blasfêmia. "E a besta que eu vi era como um leopardo, e seus pés eram como os pés de um urso, e sua boca como a boca de um leão: e o dragão deu-lhe o seu poder e seu trono com grande autoridade. "E eu vi uma das suas cabeças como que ferida de morte; e esta ferida mortal foi curada: e a terra inteira maravilhou-se da besta. "E eles adoraram o dragão que deu poder à besta; e eles adoraram a besta, dizendo: Quem é como a besta? Quem pode fazer-lhe guerra? "E foi foi-lhe dada uma boca dizendo grandes coisas e blasfêmias; e foi-lhe dado poder para continuar durante 42 meses. "E ele abriu sua boca em blasfêmia contra Deus, para blasfemar seu nome, e seu tabernáculo, e aqueles que estão no céu. "E foi-lhe dado poder para fazer guerra aos santos, e conquistá-los; e foi-lhe dado poder sobre todas as raças e linguagens e nações. E todos que vivem sobre a terra o adorarão, cujos nomes não estão escritos no livro de vida do cordeiro morto desde a fundação do mundo. "Se alguém tiver ouvidos, que ouça. Aquele que leva ao cativeiro cairá em cativeiro; aquele que mata com a espada deverá ser morto com a espada. Eis aqui a paciência e a fé dos santos. "E eu vi outra besta subindo da terra: e ele tinha dois chifres como um carneiro, e falava como um dragão. "E ele exerce todo o poder da primeira besta antes dele, e faz com que a terra e todos que ali habitam adorem a primeira besta, cuja ferida mortal foi curada. "E ele faz grandes maravilhas, e faz com que o fogo caia do céu à terra à vista dos homens. "E ele engana aqueles que vivem sobre a terra com estes milagres que ele tem poder de fazer à vista da besta; dizendo àqueles que vivem na terra que eles devem fazer uma imagem da besta, que foi ferida pela espada, e no entanto viveu. "E ele tinha poder para dar vida à imagem da besta, para que a imagem da besta pudesse falar e pudesse matar todos que não adoram a imagem da besta. "E ele faz com que todos, tanto os poderosos quanto os humildes, tanto os ricos quanto os pobres, tanto os livres quanto os escravos, recebam uma marca na mão direita, ou na testa. "E nenhum homem venderá ou comprará, a não ser que ele tenha a marca, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Que aquele que tem compreensão conte o número da besta; pois é o número de um homem; e seu número é Seiscentos e sessenta e seis." (Apocalipse, Cap. XIII). Este osso é consequentemente a Quintessência e Individualidade do Inconsciente de Aleister Crowley; ele tendo conservado a sua personalidade humana para servir como Instrumento do Logos deste Aeon. Ele agora requer que 'a presa' (dente - Shin - Espírito) de seu Anjo penetre ao mais íntimo do seu ser. Khephra, o Escaravelho Sagrado, é o Sol da meia-noite. Ele aparece no Ato XVIII (A Lua Minguante, referido a Pisces no Zodíaco) ao pé do hieróglifo, em uma poça (o firmamento de Nadir). Acima disto está 36

50 um caminho levando por entre duas montanhas coroadas por torres. Isto tudo sob a Lua Minguante, simbólica de ilusão e glamour, ao contrário da Lua no Caminho de Gimel, simbólica de pureza, aspiração, etc., onde vai o S.A.G. O Ato XVIII é guardado por dois cães ou chacais simbólicos de Anubis, o Guardião do Umbral (veja-se v. 34). O significado deste verso é portanto que Aiwass (revelado como uma 'serpente pujante') destruiu o princípio de ilusão. Em particular, a crença do homem de que ele é imortal (Osiris) deve dar lugar à consciência de que ele á a Criança Coroada e COnquistadora (Horus). Meu 'coração' - isto é, a vontade e consciência humanas de Aleister Crowley - é identificado com a essência da vida, de Aiwass (o sangue do Seu corpo que é usado por Ele como a base física de Sua manifestação em CCXX). 27. Eu sou como uma cortesã de Corinto doente de amor. Eu brinquei com reis e capitães, e fiz deles meus escravos. Hoje eu sou a escrava da viborazinha da morte; e quem desatará nosso amor? 27. Aleister Crowley abandonou todas as suas ambições pessoais para 'morrer' à carícia de Aiwass em Sua função como seu S.A.G. (A 'viborazinha' Microcósmica, em contraste com a 'pujante serpente' que é responsável pelo Evento Macrocósmico do Equinócio dos Deuses). As imagens da cortesã amorosa e de Cleópatra indicam que o Nephesch ou 'alma animal' de Aleister Crowley está implicado neste assunto. 28. Cansado, cansado! diz o escriba, quem me levará à visão da Raptura de meu mestre? 28. O escriba confessa a completa prostração da sua consciência humana enquanto divorciada de comunhão com a raptura do Adepto ('meu mestre') que o controla. 29. O corpo está cansado e a alma cansadissima, e sono lhes pesa nas pálpedras; no entanto está sempre presente a certeira consciência do êxtase, desconhecido, entretanto conhecido em que sua existência é certa. Ó Senhor, sê minha ajuda, e traze-me à dita do Bem-Amado! 29. A 'alma' aqui significa o Nephesch. O escriba é sustentado, mesmo em sua fatiga consciente, pela certeza do seu 'Inconsciente' de que ele chegou à Consecução, a despeito do esquecimento deste fato por parte do consciente humano. Ele apela ao Anjo para que inunde a consciência humana com a 'dita do Bem- Amado', como já foi explicado neste Livro. 30. Eu cheguei à casa do Bem-Amado, e o vinho era como fogo que voa de asas verdes pelo mundo das águas. 30. Isto lhe é concedido; a consciência humana entra na Casa de Delícias do Adepto. O vinho de raptura espiritual, que o intoxica, é comparado ao 'fogo que voa' (Shin) com 'asas verdes' (Daleth, amor) 'através do mundo das águas' (Mem). Passagens prévias devem permitir que o Aspirante compreenda bem este simbolismo. ((xx) na Qabalah é 'O Nome' e 'O Céu' (xx) significa 'Poder Onipotente' ; e (xx) significa Sangue'. Estes símbolos assim explicam o texto em detalhe). 31. Eu senti os lábios rubros da natureza e os lábios negros da perfeição. Como irmãs elas me afagaram seu irmãozinho; elas me adornaram como noiva; elas me trouxeram ao Teu quarto de núpcias. 31. Natureza e Perfeição são Isis e Naphthys, as quais preparam Osiris (veja-se o Papiro de Ani e o Livro dos Mortos em geral) para a Iniciação. O Candidato é aqui representado como irmão delas (Aleister Crowley é o Vau de IHVH, 'o Filho', a consciência humana em Tiphereth - masculina), mas adornado como noiva, pois simbolicamente ele é feminino para com o seu S.A.G. ; ele é o Coração a ponto de receber o abraço da Serpente. (Veja-se Cap. III, vv ). 37

51 32. Elas fugiram à Tua vinda; eu fiquei só perante Ti. 32. O Ego é deprivado de seus atributos antes que possa receber o impacto do S.A.G. Deve ser o puro Ser Humano como indivíduo, independente de suas manifestações como tal, independente dos fenômenos de sua relação com seu ambiente. 33. Eu tremi à Tua vinda, Ó meu Deus, pois Teu mensageiro era mais terrível que a estrela-morte. 33. O Ego percebe que o S.A.G. o aniquilará. Treme, e esse tremor de sua identidade é o sinal de sua entrega (compare-se o êxtase de medo de Amfortas no princípio de sua Curação; e veja-se o Capítulo II, vv. 60 e 62 e diversas outras passagens similares. A doutrina está em toda parte implícita; mas compare-se também Liber 418, o Décimo Quarto Aethyr, etc.d). Também, a mente incompreendida; pois enquanto o Ego humano existe, ele está circundado pela condições do seu ser/ e isto implica numa certa falsidade de apreensão, cuja raiz está na Ilusão de Separação mesma que torna possível a Idéia de um Ego. 34. No umbral quedou a fulminante figura do Mal, o Horror do vazio, com seus olhos fosforescentes como poços venenosos. Ele quedou, e o quarto corrompeu-se; o ar fedia. Ele era um velho peixe enrugado, mais horrendo que os cascões de Abaddon. 34. O umbral está diante da 'porta' ou pilone' de Daleth (Daleth significa porta; sua atribuição é Vênus, puro Amor, e seu Caminho é de Chokmah a Binah, a base do triângulo das Supernas. Esta 'porta' é assim em tudo um símbolo apropriado da entrada à Iniciação.) Portanto o 'umbral' está abaixo do Caminho de Daleth na Árvore da Vida; isto é, é o Abismo. O simbolismo acima refere-se estritamente à Consecução do Mestre do Templo; mas sua verdade é refletida no tecnicamente correto relato da Iniciação do Dominus Liminis a Adeptus Minor. Aí a 'porta' é o terceiro Recíproco ou Transverso Caminho (Daleth é o primeiro), Pé, que significa boca - a porta dos órgãos da vida. Pé é letra do Ato XVI, a 'Casa de Deus' ou 'Torre Fulminada'. O Hieróglifo representa uma Torre - simbólica do Ego em seu aspecto fálico, porém encerrado, isto é, separado. Esta Torre é ferida pelo Relâmpago ou Raio da Iluminação, o impacto do S.A.G. e a Espada Flamejante da Energia que procede de Kether para Malkuth. Da torre são arremessadas duas figuras formando, pela sua atitude, a letra Ayn (xx); estes são os gêmeos (xx) (Horus e Harpócrates) nascidos da abertura do útero da Mãe (o segundo aspecto da Torre como uma 'fonte encerrada', uma 'fonte selada' ou 'murada'). Eles representam, com referência ao aspecto másculo da Torre, os espermatozóides (Ayn é Capricórnio, o signo em que está o Sol no Solstício de Inverno L.N., quando o Novo Ano começa) emitidos pelo impacto do Orgasmo (Relâmpago ou Raio) e é 'arruinado' pela perda da ereção. No 'umbral', o Dominus Liminis é ameaçado pelos Caminhos de Nun, Samekh e Ayn, os Atos XIV, XV e XVI (Temperança ou Restrição, Morte e o Diabo), os quais surgem de Tiphereth, a morada de seu Anjo, para impedir a passagem dos profanos da Ordem Externa da A.'. D.'. A diferença principal (em essência) entre as fórmulas das duas Iniciações, na R.R. et A.C. e na A.'. A.'. respectivamente, consiste em que o Adeptus Exemplus está completamente abaixo de Daleth se bem que ele cruzou o Segundo Caminho Recíproco Teth em seu progresso para se tornar Adeptus Exemptus, e não tem Caminho pelo qual possa viajar (a não ser Gimel, que leva de Tiphereth a Kether, não de Chesed a Binah, que é onde ele vai; isto é para conservar fora os profanos da Ordem Interna da R.R. et A.C.); enquanto que o Dominus Liminis já atravessou o Caminho de Pé para atingir o Grau de Philosophus, e o umbral está dentro, em vez de fora, do Pilone. 38

52 O significado disto é o seguinte: Em cruzando o Abismo, o fito é aniquilar o Ego e suas faculdades por completo. Em simbologia cabalística: o fito é atingir a Zero. O perigo consiste portanto na identificação da consciência, ou 'ponto de vista', com qualquer dos produtos de desintegração. Chorozon, portanto d(nome pelo qual nós designamos a idéia da dispersão), não tem lugar na Tríada Superna. O umbral de iniciação, o Abismo, jaz completamente abaixo da porta de Daleth. A complecção da desintegração, a impotência (xx) e preguiça (xx) são garantidas pela ausência do amor (Daleth), o qual de outra forma poderia enfeixar os eventos dissipados para formar uma unidade (Em Liber 418, Sétimo Aethyr, nós aprendemos que se os Irmãos Negros pudessem apenas contemplar a Deusa do Amor - Daleth - acima deles, eles poderiam ainda chegar à Compreensão (Binah). Na iniciação a Adeptus Minor, as condições são completamente diversas. O fito é a consecução da unidade, não da negatividade, e não existe tal perfeição nas Sephireth do Ruach: Chesed, Geburah, Tiphereth, as quais compõem os Graus da Ordem Interna (R.R. et A.C.) como necessariamente excluindo Choronzon dos três Graus A.'. A.'. O estudante é aqui referido às Torres Elementais de Vigilância de Sir Edward Kelly (Veja-se o Equinócio I, volumes vii e viii). As quatro Tábuas Elementais (12 x 13) são ligadas pela pequena Tabuleta do Espírito (4 x 5), ou (quando as tábuas são arranjadas de forma a mostrá-las cada qual uma sub-seção da unidade de Tetragrammaton) por um cruz negra contendo as letras desta pequena Tabuleta do Espírito. Os nome de demônios malignos são notavelmente formados ao tomarmos algum símbolo imperfeito e desequilibrado das Torres de Vigilância, tal como um nome bilateral de debaixo da barra de Cruz de Calvário em qualquer dos ângulos Menores - e prefixando a letra apropriada da Cruz Negra. A doutrina assim implicada é que a natureza do Espírito não é somente representada por Shin, o Espírito Santo, cuja descida ao meio de Tetragrammaton santifica e ilumina as forças cegas dos Elementos, mas também pela matéria desalmada, escura, informe e vazia, o mero fundo para a manifestação, indiferentemente, de todos os fenômenos; e esta verdade é também simbolizada pela escuridão e pela potencialidade não desenvolvida do Akasa, qual explicado pela lenda de Shiva mencionada em um parágrafo prévio. O Elemento de Espírito pode portanto manifestar-se tanto com o S.A.G. quanto como a Persona Maléfica, o Morador do Umbral, descrito sensacionalisticamente para o público por Lord Bulwe-Lytton em seu romance Zanoni. Esta doutrina é também frequentemente encontrada em lendas folclóricas, onde o homem é representado como atendido por um gênio bom e por um gênio mau. O horror do gênio mau é intensificado pela sua função como alternativa do S.A.G. Nenhuma outra inteligência maligna pode se comparar com esta, seja por sua terrível asquerosidade subjetiva, seja pela sua hostilidade objetiva. Pois o gênio mau não é menos uma possibilidade de Consecução que o S.A.G. Agora, no caso do Adeptus Exemptus, se ele for repelido da Cidade das Pirâmides por falta de obediência perfeita à formula de 'amor sob vontade' ele permanece perdido no Abismo sem nenhuma possibilidade futura a não ser a de identificarse sucessivamente com cada fenômeno incoerente e ininteligível que aparece no sensório do homem material, o qual foi desintegrado como primeiro efeito de sua operação, cuja essência é recusar sanção a toda e qualquer imperfeição que protesta 'ser'. Inteiramente diverso é o caso do Dominus Liminis, cuja operação, se mal sucedida, pode ser uma simples derrota, talvez devida a erro não muito sério dele mesmo. À parte um simples desencorajamento, ele deveria ser capaz de tentar novamente sem desvantagem; de fato, ele deveria usar sua derrota prévia como uma lição. Mas ele pode também falhar por não ter assimilado completamente a injunção do Hiereus na cerimônia da sua iniciação ao Grau de Neófito: 'O medo é fracasso, e o começo do fracasso. Sê tu portanto sem medo, pois no coração do covarde a virtude não habita!' Similarmente, ele pode ter sido incapaz de satisfazer a fórmula do Hierofante naquela cerimônia: 'Lembra-te de que Força Desequilibrada é maligna. Excesso de 39

53 Misericórdia é fraqueza; excesso de Severidade é opressão.' Além disto, a fascinação do mal é às vezes tão perigosa quanto o medo. Em qualquer caso, ele pode esperar ser confrontado antes de mais nada pelo seu Gênio Mau (Veja-se, adiante, a cerimônia do Zelator na A.'. D.'.; a aparição dos Anjos Samael, Metatron e Sandalphon). Ele pode não resistir ao ataque. Ele pode ser repelido do umbral, e sua derrota pode ser mais ou menos prejudicial, de acordo com as circunstâncias. Mas seu medo pode ser tão grande que o induza a transformá-lo em fascinação, ou sua exaustão tão completa que ele esteja disposto a comprar a paz a qualquer preço. Em tal caso, o resultado pode ser que ele aceite sua Persona Maligna como seu S.A.G. Eu não gostaria de afirmar que mesmo uma tão pavorosa forma de fracasso é necessariamente fatal e definitiva, se bem que evidentemente deve sempre acarretar um Karma desastroso, envolvendo como envolve a asserção mágica, fortificada pelos juramentos mais solenes e selada pelo mais intenso êxtase da existência do mal absoluto (em certo senso da palavra; na realidade, para isto definida por ele mesmo); isto é, ele aquiesceu em dualidade, estabeleceu um conflito interno em si próprio, e cerimonialmente blasfemou e negou a unidade de sua própria Verdadeira Vontade. Por arrasadora que seja uma tal catástrofe, no entanto não é nem pode ser final, pois que os princípios envolvidos não se estendem acima de Tiphereth. Ele se tornou um Mago Negro, sem dúvida; mas está longe ainda de ser um Irmão Negro. Não pode ser afirmado que um tal Mago Negro manifestará qualquer tendência a se tornar um Irmão Negro quando a ocasião chegar; pois sua união, mesmo com a personificação do Mal, é também um ato de amor sob vontade, se bem que essa vontade seja falsa e viciada por todos os erros e defeitos concebíveis. Seu principal perigo é presumivelmente que a intensidade do sofrimento que resulta de sua (xx) pode, como no caso de Glyndon em Zaneni, levá-lo a querer escapar por completo da magia, a abster-se de quaisquer atos de amor por medo de se afastar ainda mais do seu verdadeiro caminho. Que ele se lembre das palavras de meu irmão: 'Se o tolo persistisse em sua tolice, ele se tornaria sábio.' Que ele portanto persista resolutamente em iniquidade, invocando a vingança dos Deuses, para que ao fim o excesso do seu amor e a transcendência da sua angustia possam trazê-lo de volta ao caminho da verdade. Do acima deve se tornar claro como é que o Gênio Mau está dentro do Santuário do Templo da Rosa Cruz, cuja fórmula é 'amor sob vontade', enquanto Choronzon é excluído igualmente desse templo e da Cidade das Pirâmides, cuja lei, se bem que ainda 'amor sob vontade', compreende ambos estes termos como sem limite. O Gênio Mau é descrito agora. A linguagem, naturalmente, é simbólica. Ao mesmo tempo, a aparência dada aqui poderia perfeitamente corresponder de perto às expressões sensória da experiência. Duas vezes nos é dito que ele "quedou", o que deve ser contrastado com a atividade de "ir" do S.A.G. (Vejase vv ). É a característica peculiar de todo Deus que ele "vai". Por isto ele leva o Ankha, ou ataduras de sandália, nos monumentos egípcios. Esta antítese se contrasta com a concepção dos Irmãos Negros, fechados em si mesmos, ressentindo mudança. A concepção thelêmica do Universo é dinâmica, de forma que stasis é inevitavelmente o símbolo de conflito com a Natureza. É o equivalente de Morte; pois a Morte sendo uma mudança, é um evento, isto é, um fenômeno de atividade da vida. Esta doutrina deve ser cuidadosamente estudada em CCXX. Que o estudante preste atenção, além disto, ao contraste entre os símbolos do S.A.G. e os do Gênio Mau. Os do Anjo (veja-se vv ) são positivos, ativos, sólidos, dinâmicos; de carruagens, cavaleiros, lanceiros; as armas de Júpiter e Pan são tremendamente vitais em suas mãos. Em contraste, o Gênio Mau é vago, irreal e inativo. Suas características são o horror e o vazio. Seus olhos são fosforescentes (Nota de M.: ghastly no original inglês; O.M. comenta que toma a palavra em seu estrito senso original, relacionado com o alemão Geist - fantasma, cascão, ou sombra espectral. A fosforescência de matéria em decomposição, que causa o fogo- 40

54 fátuo, é uma aproximação), e isto é particularmente repugnante, já que o sentido da visão é atribuído ao Fogo, e deveria ser agudo e luminoso. As atividades que ele controla são vagarosas, gosmentas e vermiculares. Seus olhos se asssemelham a poços de água venenosa, isto é, eles espreitam e recebem tão pouca luz quanto possível, quando o olho ideal deveria chamejar de luz. Ele faz com que o ar mesmo ao redor dele se torne estagnado e fedorento. Anatomicamente, ele se assemelha a um peixe, um habitante de sangue frio do elemento passivo (Note-se o peixe como símbolo aceitado de Jesus). Mesmo assim, ele é velho, vagaroso, enquanto que a virtude principal de um peixe é que desliza rapidamente. E ele é enrugado, oferecendo desnecessária resistência aos seus próprios movimentos, e aumentando sua fricção. Hediondo! Cascões ou Qliphoth são excrementos sem vida; e Abaddon é o destruidor ou dispersor - o destruidor por dispersão. 35. Eles me envolveu com seus tentáculos demoníacos; sim, os oito medos se apossaram de mim. 35. Seu método de combate (distinto daqueles do Anjo, que ou transfixa com uma lança ou esmaga com um raio) é envolver com seus tentáculos demoníacos, e portanto ilusórios. Este método é restringir o Aspirante, sabendo muito bem que 'a palavra do Pecado é Restrição.' Ele consegue comunicar os 'oito medos', os quais estão relacionados com as oito cabeças do Dragão que Desce. (Veja-se, para este simbolismo, O Templo do Rei Salomão, Equinócio I, volumes i, ii e iii). Elas são as restrições da Tríada Superna tentadas pelas sete Sephiroth abaixo do Abismo e por Daath. Por isto, o Dragão que Desce é mostrado na Árvore da Vida abaixo do Abismo após a Queda, e no chão do Sepulcro de Christian Rosencreutz. No simbolismo mais antigo, as oito cabeças são as oito Reis do Edom. 36. Mas eu estava ungido com o mui-doce óleo do Magister; escorreguei no abraço como uma pedra da funda de um menino dos bosques. 36. O Aspirante está 'ungido com o mui-doce óleo do Magister'. O Magister pertencendo a binah, este óleo pode ser tomado como simbolizando seu Neschamah ou aspiração. Veja-se o relato do Óleo Santo dado no Livro 4, Parte II. (O Óleo Santo é a Aspiração do Magista; é aquilo que o consagra à busca da Grande Obra; e tal é a sua eficácia que consagra todo o mobiliário do Templo e os seus instrumentos. É também a graça do crisma, pois esta aspiração não é ambição; é a qualidade outrogada pelo alto... É a pura luz traduzida em termos de desejo. Não é a Vontade do Magista, o desejo do mais baixo de atingir o mais alto; é a centelha do mais alto no Magista, que deseja unir o mais baixo a si. Também, a propriedade essencial de substâncias oleosas é diminuir a fricção e aumentar a facilidade de movimento. É portanto precisamente a réplica correta contra este tipo de ataque. Ainda mais, o Aspirante se compara a uma pedra, o que se refere à pedra cúbica simbólica do Adeptado perfeito, sendo a perfeição quadrada e equilibrada da Maçonaria espiritual; é circundada por seis quadrados que significam proteção de Macroprosopus. Vede também o simbolismo da Pedra no Sohar, um assunto demasiado extensivo para que possamos fazer mais que esta referência aqui. Há, ainda mais, uma identificação da Pedra com o Falo Sagrado e com o Sol, tal como adorado no Templo de Diana em Éfeso e na palavra ABRASAX. Em nossos próprios Livros Santos, vede o Cap. V, vv. 6 e 58 deste Livro, e Liber VII, Cap. vi, v. 2 ('Nós nos construímos um templo de pedras na forma do Universo, mesmo tal como tu usaste abertamente e eu escondido'. Nesta última conexão, note-se a justaposição apropriada de pedras como simbólica da Grande Obra. Isto é encontrado também na Voz do Silêncio, onde esses que alcançaram a libertação se constróem a si mesmos num muro para proteger a humanidade. Vede também Liber VII, Cap. vii, v. 6 ('Nós sabemos porque tudo está escondido na pedra, dentro do caixão, dentro do grande sepulcro, e nós também respondemos Olalam! Imal! Tutulu! como está escrito no antigo livro'). 41

55 Esta pedra é um projétil na 'funda do menino dos bosques', o qual pode ser tomado como representando a forma mais jovem e ativa de Pan; isto é, o aspirante se considera como que arremessado do infinito, e desligado de suas ataduras (compare-se Liber VII, Cap. vii, vv. 3-5), para que possa executar a Grande Obra. 37. Eu era liso e duro como o marfim; o horror não conseguir apoio. Então, ao ruído do vento da Tua vinda, ele foi dissolvido, e o absimo do grande vazio foi desdobrado diante de mim. 37. O aspirante é liso; suas qualidades foram perfeitamente harmonizadas. Ele é duro, tendo tornado perfeita a sua resitência a extrema pressão. A analogia é com margim. Marfim é a substância do dente, a letra Shin do Espírito Santo e também da substância do esqueleto sobre o qual seu ser está sendo construído. O som Sh, além disto, representa o poder do silêncio, como também a atividade e alerteza que acompanham a vontade de nos manifestarmos através da nossa Verdadeira Vontade. Eu cito aqui uma passagem das minhas notas originais sobre o significado intrínseco desta letra.: "S é o sibilo da serpente, o sopro arremessado do alento através dos dentes postos à mostra, porém fechados, o que é o sinal natural de alarme, ódio, desafio, natural a um homem que depara com um seu semelhante - outra aberração da macacada legítima. (Nota de M.: Ele está se referindo ao homem primitivo; mas essa hostilidade atávica subsiste na psique humana até hoje, e é a base de intolerância, perseguição, etc. É claro que ele sabe disso; é bom que o estudante também pondere sobre o assunto. Através deste gesto ele reconhece o seu irmão, e no princípio, quando necessário, assim o nomeava. (Mais tarde, quando não havia mais alarme, ainda temos 'Shh!', 'Psst!', não um apelo à atenção de outros homens). Em S está esta idéia de medo e cólera, também de ar, por causa do sopro mais apressado do alento. 'Tormenta' combina estas idéias; assim, os primeiro S - deuses foram deuses da tempestade. "Mais tarde este alento, ar movendo-se no homem, podia ser considerado uma prova de que o homem estava vivo; então esta letra-alento, S, pode vir a significar 'vida'. Por exemplo, Deus sopra sobre Adão para insuflar-lhe a 'alma vivente'; e Elias ressuscita um menino respirando sobre ele. O Ruach Elohim, novamente, é um Alento que paira sobre Cáos. Finalmente, encontramos um Espírito Santo fertilizando através de um alento. E não era Maut, o Abutre-Mãe, fertilizado pelo vento? Talvez também o chiado da chuva que fertiliza a terra, qual até mesmo um selvagem deverá chegar a observar nas regiões tropicais, onde o efeito segue a causa tão rapidamente, te-lo-ia impelido à convenção de que S deve significar Vida. Essa chuva vem do ar que ele respira, se bem que de além de sua pessoa; parece portanto natural para ele o fazer Zeus ou Shu deuses da chuva e deuses da vida, como também deuses do ar, deuses da tempestade, nomes para a intensa, medrosa cólera que no princípio significava apenas 'um inimigo' - um seu semelhante!" (Diário, Junho de 1920). O Gênio Mau é portanto incapaz de dominar o aspirante. Este havendo provado a sua virtude., está agora ponto para receber o S.A.G. Primeiro vem o ruído da Sua vinda. 'Pois o Senhor descerá do Céu, com um grito, com a voz do Arcanjo, e com a Trompa de Deus.' O 'Senhor' é Adonai - o hebreu para 'Meu Senhor'; e Ele desce do Céu, o Paraíso superno, o Sahashara Chakra no homem, com um 'grito', uma 'voz' e uma 'trompa', novamente símbolos aéreos, pois o ar é o condutor do som. Estes sons referem-se àqueles escutados pelo Adepto no momento do êxtase. (Livro 4, Parte II). Isto por si só é suficiente para destruir a ilusão do Gênio Mau. O 'Abismo do grande vazio' desdobra-se diante do aspirante, isto é, todos os fenômenos positivos desaparecem. O que resta é o 'espaço infinito' de Nuit. O corpo contínuo de possibilidades infinitas. 38. Através do mar semm ondas da eternidade Tu cavalgaste com Teus capitães e Tuas hostes; com Teus carros e cavaleiros e lanceiros Tu viajaste pelo azul. 42

56 38. 'O mar sem ondas da Eternidade' repete esta idéia. É o mênstruo acrônico da ação, não modificado por qualquer vibração, no entanto pronto para receber e transmitir aquilo que lhe é imposto pela vontade. O S.A.G. aproxima-se rapidamente (cavalga) acompanhado pelas suas hostes (Note-se que TZBA, usa hoste = 93). 39. Antes que eu Te visse, Tu estavas já comigo; eu fui trespassado por Tua maravilhosa lança. 39. A chegada do Anjo é demasiado rápida para a percepção do Adepto. Cf. Cap. II, v 60, etc. O simbolismo da lança deve ser estudado nas lendas da Crucifixão, de Parsifal, e outras. O assunto é ainda mais esclarecido no B-i-m (Nota de M.: Bagh-i-Muattar, de Crowley; sob o disfarce de um poema homossexual persa, trata das relações entre o S.A.G. e seu cliente). 40. Eu fui aturdido qual uma ave pelo relâmpago do Trovejador; eu fui varado como o ladrão pelo Senhor do Jardim. 40. O Trovejador é Júpiter, aqui considerado como o paternal criador, e guerreiro Senhor do Ar. O relâmpago é a Swastika, ou Disco de Zeus. Seu simbolismo é ultimalmente idêntido com aquele da esfera. A ave é o símbolo natural da alma que aspira. Cf. Cap. II, vv A Swastika tem a forma da letra Aleph, cujo Temurah é PLA (Veja-se o Sepher Sephiroth), pelo que significamos a instantânea destruição do Ego em Samadhi. A segunda frase ecoa as duas prévias. O Senhor do Jardim é Pan ou Priapus, o qual meu irmão Catullus constantemente representa punindo ladrões em sua peculiar maneira. (Nota de M.: Nos jardins gregos e romanos era comum uma estátua desnuda de Priapus ou Pan com o falo em ereção). Existe aqui um simbolismo especial do ladrão no qual talvez nós encontramos traços da lenda da Crucifixão e do ritual do sacerdote de Nemi (Nota de M.: Quem aspirava ao cargo do sacerdote de Nemi tinha que roubar um talismão sob sua guarda; e ou matava o sacerdote ou era morto por este. Veja-se o Golden Bough, de Sri James Fraser); mas sua significação detalhada foi em sua maior parte abandonada ou perdida. 41. Ó meu Senhor, naveguemos sobre o mar de sangue! 41. Cf. Cap. II, v. 15, passagens similares. I, 33-41, especialmente versos 33 e 39. No momento em que o Adepto conseguiu o C.&C. do seu S.A.G. ele não perde tempo, mas vai no caminho da sua Verdadeira Vontade, carregado sobre o dilúvio da vida física que ele derramou para usufruir a vida impessoal e sem esforço em comunhão com seu Anjo. Os versos apresentam uma imagem lírica do Mistério do Mal. 42. Existe uma profunda mancha sob o deleite inefável; é a mancha da geração. 42. O deleite de união com seu Anjo parece ao Adepto contar uma falha: em que, sendo uma operação de mudança ('mancha de geração') comparte de impermanência de todos os fenômenos complexos, e é portanto amenável à dor. Veja-se v Sem, se bem que a flor dança brilhante à luz do sol, a raíz se afunda na escuridão da terra. 43. Admite que as mais admiráveis manifestações nascem de mistérios 'subterrâneos', por assim dizer. A corrupção está no coração de todas as coisas. 43

57 44. Louvor a ti, Ó linda terra escura, tu és a mãe de um milhão de miríadeas de miríadas de flores. 44. Nenhuma tentativa é feita de contradizer o acima ou oferecer explicações conciliatórias. A solução está em contemplá-lo do ponto de vista oposto. A corrupção mesma, e todos os mistérios do sofrimento, devem ser considerados como motivo de regozijo, desde que são as forças cujo trabalho resulta em verdade e beleza. Cf. CCXX, Cap. I, vv Também, eu contemplei meu Deus, e Sua face era mil vezes mais brilhante do que o raio. Mas em seu coração eu vi o Lento e Escuro, anciente, o devorador de Seus filhos. 45. Na primeira sentença chama-se a atenção para o brilho da aparência do Anjo. A segunda sentença reconhece que sob aquela aparência está um símbolo de terror, a saber, Saturno, o qual é aqui compreendido pelos seus atributos lendários e astrológicos. Nós devemos acentuar que Saturno é o deus da geração. Isto estabelece uma referência ao v. 42. Saturno é chamado o devorador de seus filhos porque ele é o Tempo que esconde no ouvido os fenômenos que ele fez surgir no inano. Mas existe um outro significado, o qual é que ele não é obrigado pelos resultados da sua ação. O que quer que ele faça resulta apenas em um fenômeno transitório que desaparece automaticamente à medida que o tempo passa. Gente de mente estreita geralmente tem o hábito de lamentar a impermanência das coisas. Eles não refletem que se tudo que acontece permanecesse em existência, a carga do fatos logo se tornaria insuportável. A Natureza requer um sistema excretório, ou cedo ela ficaria entupida dom a multiplicidade de suas próprias ilusões. O progresso da mente humana depende do seu poder de assimilar os detalhes de qualquer trabalho. Eles constituem o produto acabado, e aparecem neste apenas em uma forma mudada. O esboço, o esquema preliminar, deve ser destruído. O processo é contínuo. A arte de progredir consiste em compor constantemente síntese mais complexas e mais compreensivas; assim como as palavras de um poema têm que abandonar o seu significado intrínseco para compor a unidade da impressão exercida pelo poema em seu conjunto, da mesma forma os poemas mesmos devem ser obsorvidos no conceito mais simples da mensagem do poeta. Esta fórmula é universalmente aplicável. É em particular o assunto da biologia. 46. No píncaro e no abismo, Ó meu lindo, não existe nada, em verdade não existe coisa alguma que não seja completamente e perfeitamente feita para Teu deleite. 46. Este verso está para o verso 45 assim como o verso 44 está para o verso 43. O trabalho de Saturno já não parece misterioso e terrível, porque sua natureza muda e perde-se no admirável resultado da sua operação. 47. A Luz se agarra à Luz, e a escória à escória; com orgulho uma acusa a outra. Mas não Tu, que és tudo, e além disso; que estás absolvido da Divisão das Sombras. 47. Cf. CCXX, Cap. I, vv e passagens similares. É natural para nós distinguir entre as coisas, preferir uma a outra. Mas o Anjo está acima de tal dualidade. Todas as coisas contribuem igualmente à sua perfeição. É dito que Ele está 'absolvido da Divisão das Sombras', isto é, da ilusão de dividualidade. É apenas uma ilusão que há diferença aparente entre fenômenos diversos. O erro mais fatal que o Adepto pode cometer é dar demasiada ênfase à agradabilidade de um grupo de coisas e a desagradabilidade de outro. Se ele persistir em fazê-lo, seu sectarianismo desvirtuará seu ideal de forma que seu Anjo, em vez de seer completo, compreensivo, e perfeito, representará seus preconceitos pessoais. Em tal caso o Adepto sofrerá quando quer que sua atenção seja chamada para alguma idéia da Natureza que não foi com êxito transmutada e incluída no âmbito da sua aspiração. 44

58 48. Ó dia da Eternidade, que Tua onda se quebre em glória quieta de safira sobre o laborioso coral que fabricamos! 48. Esta doutrina é repetida. O coral é o Karma produzido pela acumulação dos nosso atos. Esta construção foi executada no tempo, e sua necessidade é ser coberta pelo ritmo do Eterno Deleite. O C.&C. do S.A.G. age como um ponto de contato entre dois contínuos. Nenhum dos dois é compreensível sem o outro. 49. Nós fizemo-nos um anel de branca areia reluzente, esparzida sabiamente no meio do Oceano Deleitoso. 49. O simbolismo do verso prévio é continuado. O anel indica a perfeição do nosso próprio ser na síntese das nossas ações. Nós nos constituimos um fenômeno positivo situado em um ambiente de possibilidades infinitas, com as quais nós podemos estabelecer contato, como preferirmos. Para compreender esta passagem corretamente nós devemos manter em mente o ensinamento de CCXX sobre a natureza da existência. A aparição do Khu, a série de casamentos de Hadit e Nuit, leva à congragação do que poderia ser chamado uma individualidade positiva da Segunda Ordem, a qual está pronta a agir como unidade, e a invocar Nuit. 50. Que as palmeiras de brilho floresçam sobre a nossa ilha; nós comeremos do seu fruto, e nos alegraremos. 50. Atos de amor sob vontade devem ser dirigidos à criação de obras de arte. Estas são as palmeiras cuja flor deleita, cujo fruto nutre a nossa personalidade. Tais atos podem também ser dirigidos ao interior - o processo místico qual oposto ao mágico, a dissolução da personalidade considerada como imperfeição. O texto indica uma preferência pelo segundo processo. Isto é natural, o trabalho em questão sendo o C.&C. do S.A.G. ; isto é primariamente um trabalho de dissolução, em vez de mais construção. 51. Mas para mim a água lustral, a grande ablução, a dissolução da alma naquele ressoante abismo Mostram as duas formas em que este plano pode ser executado. 52. Eu tenho um filhinho como um bode malandro; minha filha é como uma aguiazinha sem plumas; eles conseguirão nadadeiras, para que possam nadar. 52. O simbolismo aqui é particularmente obscuro. O filho é presumivelmente o Ruach, e a filh o Nephesch. O primeiro parece ser descrito quanto à sua natureza cheia de caprichos, e a segunda quanto a seu pobre desenvolvimento em matéria de aspiração. Eles devem ser fornecidos com os meios de movimento rítmico. O defeito do bode é ser malandro, o caráter errático e indisciplinado dos seus pulos; o do Nephesch é sua preguiça, sua falta de asas. Eles devem ser tornados capazes de movimento ordeiro dentro do elemento da natureza do Anjo. 53. Para que eles possam nadar, Ó meu amado, nadar longe no mrono mel do Teu ser, Ó abençoado, Ó menino de beatitude! Esta passagem é a mais defícil do capítulo. É difícil considerar seus versos separadamente. No entanto, parece hão haver própria coerência entre eles, nenhuma idéia ordeira concatenando a sua diversidade. A solução parece estar em uma realização de que a passagem representa uma descoberta progressiva. Lembra o relato de uma viagem mental. Uma das chaves é a súbita mudança de ponto de vista, já comentada nos vv A contemplação da Beleza leva à reflexão sobre os elementos da Beleza que nós não reconhecemos como belos porque nosso 45

59 sensório não está ajustado àquele estágio de existência. Cf. o meu poema 'Ovariotomia', onde a beleza plástica da mulher parece ser destruída quando a cortam em pedaços. No entanto, a beleza reaparece sob uma forma diversa quando as células de que ela é composta são examinadas sob o microscópio. Usemos esta chave na passagem agora sob consideração. 54. Este meu coração está cingido com a serpente que deveora seus próprios anéis. 54. Os símbolos do coração e da serpente são mantidos como represtando o Adepto e o Anjo; mas o Anjo é agora mostrado como idêntido com a grande Serpente, Ananta, que circunda o verso e que, constantemente devorando seus próprios anéis, gradualmente restringe o Cosmo manifestado. 55. Quando haverá um fim, Ó meu querido, Ó quando serão o Universo e seu Senhor completamente engulidos? 55. O Adepto indaga com respeito ao processo (A resposta, aparentemente, é dada no verso 65). A despeito da perfeição da sua raptura, o Adepto parece reconhecer que isto é apenas, por assim dizer, um oásis no deserto. Ele estende a sua aspiração do problema pessoal do seu próprio erro à contemplação do Sofrimento Universal. 56. Não! quem devorará o Infinito? quem desfará o Erro do Princípio? 56. O Adepto parece esmagado por esta consideração. Parece-lhe teoricamente impossível 'desfazer o Erro do Princípio'. Isto significa que ele agora compreendeu a doutrina de que o princípio (Berashit) é necessariamente da natureza de um erro. Qualquer separação, qualquer senso de finitude representa imperfeição. É simples lógica que isto devesse ser assim. Ele foi, naturalmente, bem sucedido em fazer a sua imperfeição pessoal o meio de atingir auto-consciência, e daí um estado espiritual além de tudo de que ele parecia capaz. Mas sua consecução o tendo feito realizar o Universo inteiro, e identificá-lo com seu próprio sublime ser, ele experimenta o Transe da Dor. Deve-se ter em mente que cabalisticamente o Adepto não tem conhecimento especial de qualquer Sephira acima de Tiphereth até que ele a tenha atingido. Este postulado é promulgado simplesmente para conveniência de cálculo. Na prática, é natural para o aspirante o estar imbuído de motivos mais sábios que aqueles determinados pelo seu reconhecimento de suas imperfeições pessoais. O ponto da passagem é mostrar como a consecução, em vez de ser, como o aspirante talvez imaginara, a complecção da Grande Obra, pode estender a concepção que ele tinha daquele trabalho de um esfera pessoal a uma esfera impessoal. De fato, a primeira lição que ele aprende é que ele deve se aplicar imediatamente a se tornar apto para entrada na Terceira Ordem, agora que finalmente ele foi admitido à Segunda. Eu cito Liber 418, o 14º Aethyr. A doutrina está ali exposta com singular penetração e eloquência. 57. Tu gritas como um gato branco no telhado do Universo; nenhum existe para Te responder. 57. Este verso lança luz sobre os três versos prévios. O Anjo é agora claramente compreendido como ocupado com o Adepto, como tal, somente em uma fração de sua completa função. Ele não é mais o fito e a coroa do Adepto. Aquele trabalho tendo sido terminado, é visto em sua apropriada perspectiva. O Adepto começa a apreender a natureza do Anjo tal qual esse é em si mesmo, isto é, tal qual ele é em relação ao Macrocosmo. Agora, no caso particular de 666, o Anjo sendo Aiwass, a pertinência dos vv , os quais a princípio era obscuros, é agora vista como absoluta. Aiwass é o Logos do Aeon, seu número sendo 93, tal como o de Thelema, a Palavra da Lei. 666 é o porta-voz que ele e os chefe secretos da A.'. A.'. prepararam e 46

60 empregaram como um instrumento através do qual a Lei pudesse ser proclamada. 666 é o quarto número do Sol cuja casa é o Léo, o Leão, o qual novamente é o signo ascendente do nascimento do homem 666. Este homem, portanto, apreendendo seu Anjo como a perfeição do seu próprio símbolo, identificou-se com um gato (leão) branco (Kether) e, desde que ele é o Logos, diz-lhe 'Tu gritas'. Este é o elo com vv , pois 666 espera que Aiwass desfaça o Erro do Princípio pronundiando uma Palavra. Parece, no entanto, a 666 que esta palavra é gritada sobre o teto do Universo, isto é, a natureza da Palavra é completamente sublime. O teto do Universo é o símbolo de Kether, ou de Kether com os Caminhos Aleph e Beth que dali nascem, formando simbolicamente um teto para a Árvore da Vida. 'Nenhum existe para Te responder'. Acima de Kether está Nenhum ou o Negativo, os três tipos de Ain ou Nada. A queixa de 666 é portanto que esta Palavra não ahcará eco senão no coração de Nuit. 58. Tu és como um pilar solitário no meio do mar; nenhum existe para Te ver, Ó Tu que vês tudo! 58. Repete a idéia do verso 57. O 'pilar solitário' representa Chokmah, a Palavra Criadora, o Mercúrio Fálico, a Sabedoria pela qual os mundos foram criados. O mar é Binah, a habitação natural de Chokmah. A natureza de Binah, se bem que realmente é compreender, é ser a grande escuridão. Este é o simbolismo convencional. Muitos exemplos são dados neste e em outros livros sagrados. Mas vede em particular Liber 418: "Este é o Minstério de Babylon, a Mãe de Abominações, e este é o mistério de seus adultérios, pois ela se entregou a tudo quanto vive, e se tornou um comungante em seu mistério. E desde que ela se fez a servidora de cada, portanto ela se tornou a senhora de tudo. Tu ainda não podes compreender a glória dela. " Lis és tu, Ó Babylon, e desejável, pois tu te deste a tudo quanto vive, e tua fraqueza subjugou sua força. Pois naquela união tu compreendeste. Portando és tu chamada Compreensão, Ó Babylon Senhora da Noite! "Isto é a quilo que está escrito, 'Ó meu Deus, em uma derradeira raptura deixa-me atingir à União com os muitos!' Pois ela é Amor, e seu amor é um, e ela tem dividido o amor único em amores infinitos, e cada amor é um, e igual a Um, e portanto está ela passada 'da Assembléia e da Lei e da Iluminação à anarquia da solidão e das trevas. Pois sempre assim deve ela velar o brilho de seu Ser. ' "Ó Babylon, Babylon, tu Mãe pujante, que cavalgas sobre a besta coroada, deixa-me embriagar-me com o vinho das tuas fornicações; que teus beijos me façam delirar até a morte, para que mesmo eu, o portador da tua taça, possa compreender. "Agora, através da rubicunda incandescência da taça, eu percebo, longe no alto, e infinitamente grande, a visão de babylon. E a Besta sobre a qual ela cavalga é o Senhor da Cidade das Pirâmides, que eu vi no14º Aethyr." (12º Aethyr) "Ó tu que és mestre dos cinquenta portões da Compreensão, não é minha mãe uma mulher negra? Ó tu que és mestre do Pentagrama, não é o ovo do espírito um ovo negro? Aqui mora o terror, e a dor cega da alma, e vê! mesmo eu, que sou a única luz, uma chispa encerrada, estou de pé no sinal de Apofis e Tifon." (14º Aethyr) "Eu sou Aquele além de todos esses; e Eu levo os símbolos da escuridão pujante. "Haverá um selo como de um vasto, ameaçador e negro oceano de morte, e o central brazeiro de treva, radiando sua noite sobre tudo. 47

61 "Engolirá aquela escuridão menor. "Mas naquele profundo quem responderá: Que é? "Não Eu. "Não Tu, Ó Deus!" (Liber VII, vii ). Um símbolo principal de Chokmah como o Mercúrio Fálico é o olho. Eu cito da visão d'ele qual obtida no trabalho de Paris: "Ele (Mercúrio) é essencialmente Fálico, mas ele tem um livro na mão, o Livro de cento e seis páginas. Na última página, como um colofão, está uma estrela de quatro pontas, muito luminosa, e isto deve ser identificado com o Olho de Shiva; e o livro pertence ao Grau de 7º = 4º. O subtítulo do Livro é BIA, o que é dito significar 'força'." Neste aspecto, se b em que Chokmah é a Palavra, ele vê e não fala, a Palavra é em fato a Ação mesma, mais que qualquer pronunciamento inteligível. A queixa de 666 parece então ser que nem por palavra nem por ato pode Aiwass desfazer o Erro do Princípio. Thelema (que é em si mesma um símbolo absoluto de Chokmah) está além da compreensão do Universo cuja imperfeição é a sua função remediar. 59. Tu esmoreces, tu fracassas, tu escriba; gritou a Voz desolada; mas Eu te enchi de um vinho cujo sabor tu não conheces. 59. O epíteto 'desolado' atrai a atenção imediatamente. A palavra é derivada de DE-Solare, DE tendo um efeito enfático, de forma que a palavra 'desolado' significa 'completamente só'. Os Hierofantes porém têm habitualmente comunicado arcanos na presença do profano tomando vantagem da semelhança de som entre 'Sol' e 'solus', especialmente em partes da declinação tais como 'soli', que é genitivo singular de 'solus' e dativo singular de 'sol' e albativo plural de 'solus'. A palavra 'desolado' pode portanto ter sido usada para indicar a atribuição do Anjo tanto a Kether (Solus) como Tiphereth (Sol). O DE pode implicar uma referência à sua relação com o Adepto através do Caminho de Daleth, Amor, especialmente em vista do fato que Sua Palavra Thelema, 93, contém a idéia de Agape, 93. O verso é uma réplica direta de Aiwass a 666, o qual estava realmente muito desencorajado por ter percebido que a Grande Obra que ele havia executado, apesar de toda a raptura da dor pessoal dele, era apenas o portal do Caminho da Estupenda tarefa de redescobrir o Universo como ele fizera para si próprio. Aiwass explica que ele fez o necessário laço, máagico entre Si mesmo e o Mundo através do homem 666. Meu desânimo sob o senso da minha responsabilidade, meu sentimento de que meu trabalho pelo mundo estava antecipadamente condenado ao fracasso, eram devidos a minha ignorância do que Aiwass fizera. Ele afirma que Ele me encheu com um 'vinho cujo sabor tu não conheces'. Vinho é o símbolo universal para o êxtase espiritual e o meio de produzí-lo. 666 não sabe presiamente como este êxtase que pulsa em sua vida afetará outros. 60. Ele servirá para embriagar o povo da velha esfera cinzenta que rola no infinitamente Longe; eles lamberão o vinho como cães que lambem o sengue de uma linda cortesã trespassada pela Lança de um veloz cavaleiro que atravessa a cidade. 60. 'A velha esfera cinzenta que rola no infinito Longe' é a terra; pois o lugar em que o Adepto é arrebatado para comungar com o seu Anjo é remoto do Universo material. No entanto este vinho, que pode simbolizar CCXX mesmo ou até a poseia ou a biografia do homem 666, é garantido como possuindo a virtude de intoxicar os habitantes deste planeta. 48

62 O símbolo final é estranhamente e até formidavelmente vivido. A referência aos cães, ao sangue, e ao veloz cavaleiro pela cidade, sugere a história de Jehu e Jezebel, mas a alusão não é acurada ou completamente inteligível. O simbolismo geral, porém, é suficientemente claro. Cf., primeiramente, Cap. V, v. 8; Liber VII, Cap. vii, vv Cf. também da uniforme representação do Adepto como uma donzela ou prostituta. Para o cavaleiro veloz, Cf. Cap. IV, vv e o simbolismo geral do Anjo como portador da sagrada lança ou phallus; e montado em um cavalo para indicar sua rapidez e seu poder sobre a natureza animal. O sangue é usado constantemente como um símbolo da vida fluida, o veículo da energia animal. O significado do verso é então que este derrame da orgia do C.&C. do S.A.G. torna-se a nutrição e o método de intoxicação dos cães, isto é, de animais de um estágio inferior de evolução. É no entanto insinuado que eles contêm em si mesmos a divindade escondida. Vede CCXX, Cap. II, v./ 19. Eles têm apenas que virar ao contrário a sua fórmula mágica para atingir a divindade. Note-se também o uso da palavra 'lamber' (Nota de M.: "lap" no original inglês; é um anagrama de ALP, (xx), a soma de cujas letras quando escrita por extenso dá 111), que sugere a sede deles, sua avidez e prazer, mas tamabém está ligada ao simbolismo do número 111. Este implica a 'pesada escuridão' e a 'morte súbita' envolvidas no processo de Iniciação. Há também a doutrina toda do 'Tolo' ou 'Louco'. Além de tudo isto, a palavra 'lap' está na linguagem Angélica (Veja-se o Equinócio I, viii, 'Os 48 Chamados ou Chaves') 'Porque' assim indica que a limitação e sofrimento desses cães é devida à subserviência deles à faculadade da razão. 'Existe grande perigo em me; pois quem não compreende estas runas fará uma grande falha. Ele cairá no mundéu chamado Porque, e lá ele perecerá com os cães da Razão. Agora uma maldição sobre Porque e seus parentes! Seja Porque maldito para sempre! Se a Vontade para e grita Por que, invocando Porque, então a Vontade para e nada faz. Se o poder pergunta por que, então o Poder é fraqueza. Também, a razão é uma mentira; pois existe um fator infinito e desconhecido; e todas as palavras deles são meandros. Bastante de Porque! Seja ele danado para um cão!' (Liber CCXX, Cap. II, vv ). O estudante faria bem em meditar sobre estas considerações até que as tenha assimilado completamente, em separado e em combinação. Ele deveria então construir uma projeção visual da cena descrita neste verso. Desta forma ele eventualmente chegaria a uma apreensão intuitiva direta da maneira em que o trabalho da vida inteirade 666 pode auxiliá-lo a participar do sacramento de iniciação. Cf. também Liber VII, v.16, vv.20-25(24), vv , vv ; o mesmo Livro, Cap. IV, vv ; Cap. VII, vv Eu puz tanta ênfase na importância desta passagem devido às seguintes considerações: Minha carreira mágica pessoal começou quando eu tomei um juramento de alcançar o C.&C. do S.A.G. por motivos inteiramente egoístas e pessoais. Eu havia, é verdade, experimentado o Transe de Dor, mas a motivação dada por este para fazer o juramento estava estritamente circunscrita à minha insatisfação pessoal com a situação em que eu me encontrava - a meu saber, sem nenhuma intenção minha. No curso das preparações para executar a Operação da Magia Sagrada de Abramelin o Mago, eu descobri que os meus interesses eram inseparáveis dos do resto da humanidade. No entanto, eu formulei a minha Vontade Real desta forma: Minha missão na terra era ensinar aos homens 'o próximo passo', isto é, induzí-los a se devotarem a alcançar o C.&C. do S.A.G., em vez de tarefas filosoficamente mais universais como preconizadas pelos sábios Hindus e budistas. Foi a minha própria consecução que me compeliu a ampliar o alcance de minha Obra para incluir a função de Logos de Aeon, muito como já foi explicado nas passagens deste Capítulo ainda há pouco discutidas. As duas obras mais importantes. As duas obras mais importantes de origem estritamente inspirada que eu já produzi são LXV e VII, e agora se torna claro que é natural e necessário que assim fosse. Pois Liber LXV cobre toda possível questão que possa aparecer em conexão com o Grau de Adeptus Minor, e Liber VII faz o mesmo com o Grau de Magister Templi. 61. Também Eu sou a Alma do deserto; tu me buscarás ainda uma vez na solidão de areia. 49

63 61. O Anjo Se declara a Alma do Deserto. Esta afirmativa pode ser tomada como uma referência de modo geral à sua atribuição ao Caminho de Gimel, que liga Kether e Tiphereth cruzando o Abismo, ou Deserto, cuja característica essencial é ausência de alma. Veja-se Liber 418, 10º Aethyr. Choronzon é definido como falta de alma. Por protéicas que sejam as formas da aparição dele, todas têm isto em comum: não existe essência atrás delas. Elas são os Qliphoth (cascões), desprovidas de significado ou substância porque são meras categorias, desabitadas por qualquer individualidade. gimel, aliás, significa um camelo, 'o navio do deserto'. Cf. Liber VII, vv e Liber 333, Cap. 73: O DIABO, A AVESTRUZ E A CRIANÇA ÓRFÃ A Morte cavalga o Camelo da Iniciação. Tu corcunda de pescoço duro que gemes em Teu Asana, a morte te aliviará! Não mordas, Zelador querido, mas persiste! Dez dias tu passaste sem água na barriga? Tu passarás vinte mais com um tição aceso no traseiro! Sim! toda a tua aspiração é para a morte; a morte é a coroa de toda a tua aspiração. Tripla é a corda de luar de prata; ela te pendurará, Ó Santo, Ó homem Enforcado. Ó Camelo-Terminação-da-terceira-pessoado-plural por tua multiplicidade, tu Fantasma de um Não-Ego! Pudesse apenas a Tua mãe te ver, Ó tu UNT! A Infinita Serpente Ananta que circunda o Universo é simplesmente o Verme do Ataúde! (Comentário ao Capítulo acima, por A.C.) A letra hebraica Gimel soma 73; significa um camelo. O título do capítulo foi tirado das conhecidas linhas de Rudyard Kipling: "Mas o camelo militar, sem exagero algum É um diabo e uma avestruz e um órfãozinho em um". O Parágrafo 1 pode implicar um dogma da morte como a mais elevada forma de iniciação. A iniciação não é um fenômeno simples. Qualquer iniciação tem que ocorrer em diversos planos, e não é sempre conferida em todos estes simultâneamente. Percepções intelectuais e morais da verdade frequentemente, poderíamos quase dizer usualmente, precedem percepções espirituais e físicas. Uma pessoa seria tola se se declarasse iniciada a não ser que esta iniciação fosse completa em todos os planos. O Parágrafo 2 será facilmente compreendido por aqueles que praticaram Asana. Existe talvez uma referência sandônica ao rigor mortis, e certamente podemos conceber a atitude semi-humorística do veterano para com o principiante. O Parágrafo 3 é um comentário no mesmo tom de bom-humor ríspido. A palavra Selador é usada porque o Zelador da A.'. A.'. tem que passar um exame em Asana antes de se tornar elegível ao grau de Practicus. Os dez dias sem beber água. O Parágrafo 4 identifica a recompensa da iniciação com a morte; é uma cessação de tudo aquilo que nós chamamos vida, de uma forma que aquilo que nós chamamos morte não é. E a prata, e a lua, são todos correspondências de Gimel, a letra da Aspiração, desde que gimel é o Caminho que leva do Microcosmo em Tiphereth ao Macrocosmo em Kether. 50

64 Os epítetos são demasiado complexos para serem explicados em detalhe, mas Mem, o Homem Enforcado, tem uma estreita afinidade por Gimel, como será visto de um estudo de Liber 418. Unt é não apenas Camelo em hisdustânico, mas a terminação usual da terceira pessoa do plural do tempo presente de palavras latinas da Terceira e Quarta Conjugação. O Motivo pelo qual o leitor é assim chamado é que ele agora transcendeu a primeira e a segunda pessoa. Cf. Liber LXV, Cap. III, vv , e a tradução de Omar Khayyan por FitzGerald: "Falou-se um pouco de tu e Eu, Pareceu; e enão não mais de Tu e Eu." A terceira pessoa do plural tem que ser usada, porque ele agora se percebeu apenas um amontoado de impressões. Pois este é o ponto do Caminho de Gimel onde ele está precisamente o Abismo; o estudante deve consultar o relato disto dado em "O Templo de Salomão o Rei". O Ego é apenas'o fantasma de um não-ego, o foco imaginário no qual o não-ego se torna sensível. O Parágrafo 5 expressa o desejo do Guru que seu Chela possa a salvo alcanças Binah, a Mãe. O Parágrafo 6 cochicha o último e temido segredo da iniciação em sua orelha, identificando a vastidão do Santíssimo com o verme obsceno que morde as entranhas dos condenados ao inferno. V.V.V.V.V. É o Moto de 666 em seu Grau de Magister Templi. Veja-se Liber LXI, vv A função do Magister Templi é fazer com que o deserto floresça, transmitindo o Logos do Aeon a esses que estão abaixo do Abismo. À parte este significado geral, existe uma alusão pessoal a 666 que é Alastor, o Espírito da Solidão. Tolos rabís incluíram este símbolo em sua lista de demônios. Para o bem-nutrido fariseu, como para o moderno burgês, nada parece mais aterrador que a solidão em que a mente é compelida a encarar a realidade. Semelhnate gente teme acima de tudo regiões solitárias e selvagens. Até a lenda mesmo da sua tribo tem a ver com a 'terra de leite e mel' a Terra Prometida, o fantasma-desejo do sensualista. Observe-se que isto é apenas uma questão de ponto de vista. Cap. V, vv O que, para o presunçoso judeu com seu complexo de Édipo, é a extrema abominação, para nós é uma 'terra além de mel e espécies e toda perfeição', mesmo se a chamamos de 'Nada'. Nós consideramos os 'cansados', e seu ideal de conforto e civilização, como 'velha terra cinzenta'. De gustibus nos este disputandum. Mas existe um critério neste caso, pelo qual podemos determinar se nós ou eles escolheram a melhor parte. Pois é evidente que nehuma condição de existência pode ser verdadeiramente satisfatória se o prazer que ela causa pode ser perturbado. A questão é se a sua natureza é harmônica com a natureza do Universo. Pois a estabilidade depende disto. Nós consequentemente verificamos que o ideal do burguês é o repouso, e que sua concepção do Cosmo é estática. Ora, experiência comprova que tal não é o caso. O Universo é uma transição constante. Desejar repouso é portanto ir contra a própria Natureza. Nós aceitamos este fato e definimos os Irmão Neg ros diretamente como esses que tentam interromper o curso dos acontecimentos. Para nós o burguês é um desajeitado, ignorante Mago Negro amador. Nossa idéia de alegria é um livre movimento contínuo, e a estabilidade da nossa alegria é assegurada pela nossa concepção mesma de Jesod. Nós vemos que a fundação do Universo é mudança contínua. Quanto mais nós mudamos, mais fixos estamos em nossa 51

65 alegria. Veja-se os Aethyrs 11º e 3º, e várias passagens similares dos Livros Sagrados. Nós estamos farantidos pela natureza intrínseca das coisas, enquanto que o burguês está sendo constantemente perturbado pelos assuntos mais triviais, como a passagem do tempo e a flutuação do câmbio. As dificuldades da vida no deserto, e em particular o seu horror psicológico, indicam enfaticamente esta correspondência. À parte esta referência a Alastor, a palavra NOVAMENTE lembra os históricos eventos de 3 de Dezembro de 1909 e.v., em Bou Saada, quando 666 passou cerimonialmente pela Iniciação ao Grau de Mestre do Templo. Isto explica a alusão. Daí é evidente que a importância destes versos é inteiramente prática. Eles não devem ser tomados em um senso místico, mas como definitivamente predizendo um Grande Retiro Mágico a ser realizado por 666 em algum período no futuro. Não parece existir qualquer indicação clara quanto à data dessa jornada, mas suas condições são estabelecidas com considerável precisão, e o local mesmo da 'consumação' é descrito em termos tais que não deve haver dúvida. O estudante deveria aqui consultar o relato de tais acontecimentos como a busca e descoberta da Villa Caldarazzo, se ele deseja aprender a interpretar as instruções recebidas através de visões e oráculos. Eu sempre tome esta passagem neste sentido. Eu tenho esperado perceber, mais cedo ou mais tarde, que as mimnhas circunstâncias são tais que o curso de ação apropriado é fazer uma jornada tal que, após, será verificado que ela é uma precisa e exata realização desta predição. No momento de escrever este Comentário uma tal jornada está precisamente sendo contemplada, e pode talvez ser parte dos preparativos dela que eu fui movido a devotar minhas energias à análide deste Livro. É portanto diretamente pertinente ao meu próprio trabalho, e deveria ser extremamente útil da maneiro mais prática ao estudante, se eu traçar tão minuciosamente quanto possível as possíveis relações do simbolismo do texto. Em vista, porém, da extrema importância desse Grande Retiro Mágico, seria definitivamente impróprio discuti-lo coram populo enquanto ainda incoado. Mais, é uma característica bem conhecida de toda verdadeira profecia que, se bem que algumas da alusões devem ser inteligíveis no momento da pronunciação dela, de forma que o significado geral não seja passível de engano, no entanto devem haver outras passagens completamente impossíveis de interpretar até que a ocorrência predita venha a se processar. Em Macbeth e Parte I de Henry VI, Ato I, Cena 4, e Ato IV, Cena I, linhas 30-35, e Atop V, Cena 2, linhas ilustram esta condição. O estudante é também referido à interpretação e cumprimento da profecia em CCXX, III, 47. Nenhum húmero de investigações me teria habilitado a dizer em que sentido as palavras da predição se viriam a justificar. No caso do Grande Retiro Mágico indicado nestes versos, os dados são singularmente precisos. Mesmo quanto ao efeito do Trabalho, V. 63, existe um número de expressões pouco usuais - 'enfeitado', 'ungido', 'Consumação' - as quais no presente são, e devem assim continuar até o evento, perfeitamente obscuras. O verso, superficialmente, é vago ao máximo. Estas expressões poderiam ser aplicadas a quase qualquer forma de relação de Aiwass com a Besta. Quando o Retiro for um assunto para a história, tornar-se-á aparente que estas expressões descrevem com precisão quase matemática a natureza da orgias, e que em cada caso nenhuma outra palavra poderia substituir a palavra usada. Esta circunstância deveria ser prova irrefutável para esses que compreendem algo das leis da Natureza, especialmente no que concerne à doutrina da probabilidade, de que Aiwass possui o poder de predizer ocorrências futuras e de fazê-las ocorrer conforme Seus planos. A natureza vaga das expressões no presente é evidentemente uma parte essencial desta prova. Pois se eu fosse capaz de interpretá-las agora da maneira surpreendente e convincente com o que o tempo me permitirá fazê-lo, eu poderia,a exercendo prudência, e desta forma destruiria o seu valor evidencial. Este parágrafo foi ditado por mim a Frater O.P.V. na noite de 17 Julho de 1923 e.v. (Na realidade, de 10h às da noite, Terça-Feira, 17 de Julho de 1923, no Hotel Au Souffle du 52

66 Zephir, Marsa Plage, Tunísia. An XIX, Sol in 24º Cancer, Luna in 14º Virgo). A passagem será mostrada a Eddie para confirmação. 62. À tua mão direita, um grão-senhor, e formoso; à tua mão esquerda uma mulher vestida em gaze e ouro, tendo as estrelas em seu cabelo. Vós viajareis longe numa terra de mal e pestilência; vós acampareis no rio de uma tola cidade esquecida; lá vos encontrareis Comigo. 63. Lá Eu farei Minha habitação; como para bodas Eu virei enfeitado e ungido; lá a Consumação será feita Começando com o verso 54 o assunto deste Capítulo, e de fato do Livro inteiro, passou por um processo de modificação. Previamente tratava quase exclusivamente das relações entre o Anjo e o homem, a única variação sendo devida à divisão do homem, por razões de conveniência, em Nephesch, Ruach, etc. De fato, se nós identificarmos o Anjo com Jechidah, seria direito dizer que Liber LXV não é mais que um extenso comentário sobre a coluna LXVII de Liber 777. Mas agora nós primeiro tocamos na consciência do Universo em sua totalidade, e depois na relação peculiar de 666 com seu semelhantes. Nós já vimos que a função dele na vida do Planeta foi definida, e consequentemente não é estranho que o Anjo indique relações com 666. (Nota de M.: Porém, veja-se o Cap. I, vv ). 64. Ó meu querido, Eu também espero pelo brilho da hora inefável, quando o universo será como uma cinta para o meio do raio do nosso amor, estendendo-se além do fim permitido do Infindo. 64. A linguagem deste verso é curiosamente extravagante, no entanto curiosamente exata. A impressão é que o Anjo está. A impressão é que o Anjo está perpetrando violência sobre a linguagem, compelindo glifos ambíguos a assumirem forma definida. Referir ao Cap. III, v. 12, e meu comentário. Versos aparentemente fixam a conotação da palavra 'consumação'no verso 63. É difícil apntar qualquer motivo definido para minha impressão, no entanto é minha impressão que o amor então se estenderá não mais como até agora somente até Tiphereth (Liber LXV) ou até Binah (Liber VII), mas até Kether e o Ain Soph (Ilimitado). O Infindo parece ser Kether. Pelo menos, eu não posso conceber outra alternativa. Kether pode ser legitimamente descrito como infindo devido à sua unidade. Mas em tal caso, que significado podemos atribuir a 'fim permitido'? A sugestão é que existem realmente dois fins, um permitido, isto é, arbitrariamente atribuído, o outro inerente em sua natureza. A referência poderia então ser ou a Malkuth ou ao Ain. O fim 'alternativo' pode representar não 'finis' mas (xx). O fim permitido pode ser parafraseado como 'o fito legítimo'. Também 'infindo' poderia ser tomado como equivalente de 'sem objetivo'. O canon de perfeição da vontade é dado em CCXX, I, 44: 'Pois vontade pura, desembraçada de propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita.' Kether como unidade pode ser descrito como infindo porque é em si mesmo um resultado, um produto de 'amor sob vontade', a resolução da Dyada. O Universo é comparado com uma 'cinta para o meio do raio do nosso amor', como se aquele raio fosse um ilimitada linha de luz. A totalidade da existência manifestada seria então a fronteira da simples central Seção deste amor. 53

67 Este estado de coisas se passará quando cada um dos dois amantes se tiver identificado com a idéia infinita da qual ele é naturalmente um caso (centralizado ou constrangido) particular. Em outras palavras, o Anjo e o Adepto cada qual terá atingido auto-aniquilação ou dissolução no ser de Nuit e Hadit respectivamente; e assim o ponto de junção, a câmara nupcial, será no meio do Universo dos fenômenos finitos precipitado pela união dos infinitos complementos. O Universo será em fato determinado pelo raio que representa a vontade de amar destes dois. O fenômeno é portanto paraleleo ao ato fundamental de criação. Esta fórmula é tão profunda e importante que deve ser apreendida e assimilada pelo estudo das teorias a ela concernentes em CCXX antes que o estudante possa esperar atribuir qualquer significado verdadeiramente definido às idéias que eu acabo de tentar traduzir na linguagem de concepções intelectuais. Além disto tudo, existe indubitavelmente um significado Neshâmico ou Samádhico do verso 64 que não é de forma alguma sucetível de interpretação intelectual, a não ser por um Magister Templi que tenha feito um esforço especial para construir uma linguagem capaz de cruzar o Abismo entre Neschamah e Ruach, entre a consciência Samádhica e as condições normais de vida consciente. 65. Então, Ó tu coração, Eu a serpente de devorarei por completo; sim, Eu te devorarei por completo. 65. A conclusão - e seja lembrado que este capítulo inteiro trata da expressão Vontade Inconsciente - é que a 'Consumação' do C.&C. do S.A.G., cuja conotação é fixada pelo verso 64, é a completa e irrevogável absorção da consciência humana do Adepto naquela do seu S.A.G. O símbolo do coração, isto é, da apaixonada vida passiva do Adepto, é consumido (consumação) na vida eterna e divina representada pela serpente. A serpente é uma vibração de energia cujas curvas complementares aparecem como morte e vida. É a mudança de direção nos pontos solsticiais das curvas que produz a ilusão de stasis e portanto provoca nomenclatura por parte desses que não conseguem compreender a continuidade da linha, vendo como vêem apenas um seu diminuto arco. A idéia é apreendida quando a 'serpente' é tomada como no verso 54. Qualquer glifo que seja escolhido, o pensamento é o mesmo. A consumação implica a transformação da vida humana na contínua vibração espirala serpentina daquela pura energia que não é diminuida pelos seus resultados, que nem anseia pelos seus resultados nem é diminuida por eles. 54

68 CAPÍTULO V Este capítulo é atribuído ao elemento do Espírito; consequentemente trata da harmonização, em termos da Humanidade, das Quatro Formas Cegas de Energia. Em capítulos prévios, o homem 666, por ser uma idéia tão grosseira e tão complexa, não tinha nenhum direito natural a qualquer lugar nas relações entre o seu Anjo e o Adepto que ele selecionou e aperfeiçoou em si mesmo. 666, o 'escriba', etc., como ele é chamado em diversas passagens, deve formular um elo entre si e os outros (Veja-se Capítulo I, v. 31, vv , etc.). Mas como o Espírito, descendo ao centro de Fogo, Água, Ar e Terra, os constitui em uma Unidade, Microprosopus, assim este capítulo resume os quatro capítulos prévios, aplicando-os a 666. Explica como as Bodas Químicas de seu Ente Mágico com o seu Anjo afetam a totalidade do ser dele. A linguagem, consequentemente, é menos técnica; certas passagens, realmente, são inteligíveis tal como estão escritas, mesmo a mentes completamente sem iniciação. 1. Ah! meu Senhor Adonai que brincas com o Magister na Tesouraria de Pérolas, que eu escute o eco de vossos beijos começou a compreender sua relação com o Casamento no Capítulo IV, vv. 54 etc. Pois a raiz de Yod (em Tetragrammaaton) está no 'Inconsciente' que liga a consciência humana à Consciência Mágica. Cf. Cap. I, v.41, 'o eco de vossos beijos'; porque a realidade de tais relações está além de apreensão articulada: podemos nos tornar conscientes apenas do reflexo (em termos do Ruach) da intuição Neschâmica. Este fato explica a impotente tagarelice dos antigos Místicos: eles eram compelidos a empregar expressões retóricas, como o uso de palavras tais como 'inefável' e metáforas magnificamente misteriosas. Mas agora por fim S.H. Frater V.V.V.V.V., 8 = 3 colaborou COM G.H. Frater O.M., 7 = 4 para construir uma linguagem verdadeira, com símbolos acuradamente definidos, pela qual a gesta da A.'. A.'. (acima do Abismo) pode ser traduzida na linguagem da R.R. et A.C. (abaixo do Abismo). Vede Liber DCCCXIII ver Ararita: diversas passagens, mas especialmente Cap. V, vv A maior parte dos meus escritos sobre a orgia do Santo Espírito do Homem, desde a Espada de Canto, Konx Om Pax, e 777, até o Bagh-i-Muattar e meus relatórios Mágicos, é talvez principalmente valiosa para a humanidade por representar a primeira tentativa sistemática de interpretar a Intuição de Neschamah em termos do Intelecto de Ruach. A 'tesouraria de Pérolas'. Vede 777, Coluna 127, onde Pérolas são atribuídas ao Primeiro Palácio (as Três Supernas) e ao Sétimo (Yesod e Malkuthd). Mas o simbolismo da Pérola - ou Orvalho - é peculiarmente, apropriado para descrições da Boda Química. A Pérola é ZRO (vede o Bagh-i-Muattar; o Continente Perdido, etc), uma anuveada Nebulosa contendo o Rashith-ha-Gilgalim do novo Universo criado da Quintessência da Substância da Unidade do Anjo e do Adepto, extrapolada desta por virtude de 'amor sob vontade' no momento de Raptura. No Capítulo I, o Capítulo da Terra, o escriba ou profeta 666 é colérico, inoportuno, laborioso e envergonhado. Ele ainda não tivera sucesso em estabelecer as relações apropriadas. Agora ele foi bem sucedido; "que eu escute" não é uma exigência ou pedido. Implica o poder, como em um verdadeiro subjuntivo. Cf. 'que a luz se faça'. Ele não espera por resposta. 2. Não é o céu estrelado sacudido como uma folha à trêmula raptura do vosso amor? Não sou eu a esvoaçante fagulha de luz arremessada longe pelo grande vento da vossa perfeição? 2. Ele continua com absoluta confiança a indicar a fonte dos seus poderes. Ele nota que o céu estrelado (Nuit) é 'sacudido', isto é, sua continuidade é rompida pela Boda Química. No outro extremo, a condição 55

69 estática dele é destruída. Ele se compreende não mais como um fixo ser terrestre, mas como a 'esvoaçante fagulha de luz' - uma pura vibração dinâmica. Esta concepção, formulada pela primeira vez em Liber CCXX, e já explicada neste Comentário, é em fato a primeira condição daquilo que os Budistas chamam Samma Dithi - correta perspectiva. Enquanto o homem se concebe como um ente, em vez de como uma energia, ele atribui a si próprio não, como supõe o profano, estabilidade, mas estagnação, que é a morte. Além disto, esta fagulha é praticamente identificada com a raptura da Boda Química. 3. Sim, gritou o Santissimo, e da Tua fagulha Eu o Senhor acenderei uma grande luz; Eu queimarei por completo a cidade cinzenta na velha terra desolada; Eu a limparei da sua grande impureza. 3. Já foi explicado que o absoluto abandono do falso ser é a primeira condição da existência do Verdadeiro Ser. Enquanto 666 parecia a si mesmo uma existência separada, ele permanecia impotente. No momento em que ele se compreende 'arremessado pelo grande vento da vossa perfeição' o Anjo lhe declara seu sucesso precisamente naquele plano de ilusão por ele abandonado. O sofrimento e fracasso de 666 nascem de sua contemplação de seus semelhantes, da imperfeição e miséria, do tédio da existência sobre este planeta. Ele verificara que seus esforços pessoais, longe de remediarem o dano, tendiam pelo contrário a aumentálo. Agora porém que a personalidade foi destruída, ela se torna eficiente. É impossível mudar qualquer estado fixo atuando sobre este em seu próprio plano. Quando muito, pode-se rearranjar seu caráter pela fórmula de ALIM (Veja-se Livro 4, Parte III, Cap. iv), a fórmula da feitiçaria. Não importa como manipulemos os dígitos de um número divisível por 9, ele continua um múltiplo de 9. (Considere-se atentamente a doutrina toda do número 9. As referências já foram indicadas neste Comentário). O mundo de Assiah é uma cristalização da idéia Atziluthica através de Briah e Yetzirah. Pode ser efetivamente modificado pela importação de alguma outra quintessência Atzilúthica. É portanto inútil para 666, como um ente de Assiah, a procurar consertar Assiah. Ele pode fazer isto apenas exaltando-se a Atziluth pela Consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião, e atuando sobre Assiah através de Briah partindo de Yetzirah. O Anjo espontâneamente promete a 666 que sua Vontade Real se tornará operativa. A diminuta fagulha da sua individualidade será incendiada em uma grande luz, e esta luz consumirá a impureza da 'cidade cinzenta na terra velha e desolada'. Este Livro foi escrito em Londres, e a aparente referência no primeiro caso é àquela cidade. O texto pode significar que de alguma forma 666 se tornará 'uma grande luz', um fenômeno portentoso prenhe de destruição aos olhos de seus habitantes. Nesta interpretação não é claro o significado de 'sua grande impureza', ou de que forma a manifestação de 666 a 'limpará'. O método apropriado do exegese que imediatamente ocorre é reunir as passagens nos Livros Santos que se referem àquela cidade e estudá-los à luz dos eventos históricos em que 666 tomou parte. Mesmo assim, a despeito de certos possíveis incidentes significativos, pareceria que um tal acontecimento ainda está no futuro. Não há, naturalmente, qualquer sinal seguro de esta interpretação é válida. Uma alternativa poderia ser procurada no valor numérico do equivalente grego de 'cidade cinzenta', ou pode vir a transparecer que alguma cidade em particular tem direito a ser designada como cinzenta. Mais, a alusão pode ser estritamente uma metáfora poética; 'cidade cinzenta' pode significar não mais que um lugar onde homens se reunem, um local sombrio, enevoado (Veja-se Cap. IV, vv ). 4. E tu, Ó profeta, verás estas coisas, e tu não ligarás a elas. 4. Cf. verso 21, Liber CCXX, iii, 16; também Cap I, v. 44. Parece ser sempre implicado que o trabalho de 666 será secreto em um senso peculiar da palavra. Vede Liber CCXX, Cap. I, v. 10. Eu devo operar mudanças importantes na sociedade humana, a parte a mudança cardial afetando o começo do Aeon de 56

70 Horus e a proclamação da Lei de Thelema. Mais, eu verei, ao amenos até certo ponto, os resultados do meu trabalho, e importante que eu não me permita sentimentos de desencorajamento ou de satisfação na contemplação deles. 5. Agora está o Pilar estabelecido no Vazio; agora está Asi satisfeita por Asar; agora é Hoor baixado à Alma Animal das Coisas como uma estrela flamejante que cai sobre a escuridão da terra. 5. Este verso confirma a interpretação do verso 3. Existe uma referência bem diferente ao Equinócio dos Deuses. ABRAHADABRA, a Fórmula Mágica do Aeon (que não deve ser confundida com a Palavra da Lei do Aeon) representa o estabelecimento da coluna, pilar ou falo do Macrocosmo de 6 idéias positivas no vazio do Microcosmo de 5 Alephs. Aleph é um vazio ou cteis, sendo o Ato marcado O. O símbolo geral é repetido em termos particulares., Isis e Osiris governam respectivamente os dois Aeons (da Mãe e do Deus Sacrificado) pelos quais nós acabamos de passar. A satisfação de Asi por Asar indica que a operação deles está completada, sua conjunção tendo resultado na aparição de Horus (Herura-ha em seus aspectos gêmeos: a) Força e Fogo e b) Silêncio). O verso nos diz que se cumpriu aquilo que era a Grande Obra de 666 (em sua relação oficial com A.'. A.'., contrastada com sua carreira pessoal como magista) proclamar. A 'alma animal das coisas', isto é, o Nephesch do Mundo. O Senhor do Aeon representa mais que um novo estágio na infiltração progressiva da escuridão da matéria pela luz. Ele age diretamente sobre o Mundo de Assiah. Note-se, em particular, a forma assumida por ele - aquela de 'uma estrela flamejante que cai sobre a escuridão da terra'. É como um meteoro ou um raio que ele invade o planeta (Note-se que ele é 'baixado'; do ponto de vista da terra ele aparece de modo terrível, mas do ponto de vista dos Deuses ele é imbuído de toda possível gentileza). 6. Através da meia-noite tu és deixado cair, Ó mina criança, meu conquistador, meu capitão cingido com a espada, Ó Hoor! e eles te acharão como uma nodosa brilhante pedra negra, e eles te adorarão. 6. O simbolismo da meia-noite e da 'nodosa brilhante pedra negra' sugere uma referência ao Ato XVIII, onde Khephra o Escaravelho, o Sol da Meia-Noite, aparece viajando em seu barco sob o Céu. (A pedra é em toda parte convencionalmente aceita como um símbolo do Sol). A despeito da promessa do símbolo - 'existe uma aurora em botão na meia-noite' - esta primeira aparição de Horus é escura e amedrontadora. No entanto Ele é achado sob esta forma e adorado. A natureza do símbolo se torna inconfundível pelos epítetos adicionais: uma 'criança' indica a irresponsabilidade e inocente arteirice. 'Meu conquistador' define-o como vencendo a oposição da inércia, ou naturais preconceitos, da 'velha guarda' dos profanos. (Cf. Liber CCXX, iii em geral, e particularmente vv. 3-9, 11, 17, 18, 28, 32, 46, 49-55, 59, 70-72). 'Meu capitão cingido com a espada'. Isto acentua o aspecto guerreiro em que Horus primeiramente aparecerá (Nota de M.: Este Comentário foi escrito mais de quinze anos antes da Segunda Guerra Mundial; a Primeira Guerra Mundial seguiu em nove meses a segunda publicação do Livro da Lei; a Guerra do Balkã seguiu em nove meses a primeira publicação). Tomando-se estes versos como se referindo diretamente à primeira publicação do Livro da Lei, em Londres, observe-se que nove meses após a publicação do Equinócio I, vol. 10, a guerra estalou de forma que Horus foi adorado precisamente sob este aspecto e da maneira bem irrazoável que havia sido predita. 57

71 7. Meu profeta profetizará a teu respeito; em tua volta dançarão as donzelas, e brilhantes bebes lhes nascerão. Tu inspirarás os orgulhosos com infinito orgulho, e os humildes com um êxtase de abjeção; tudo isto transcenderá o Conhecido e o Desconhecido com algo que não tem nome. Pois é como o abismo do Arcano que é aberto no secreto Lugar de Silêncio. 7. 'Meu profeta', como em v. 4, refere-se a 666. Cf. Liber CCXX, Cap. I, v. 26, etc. Este título é-lhe dado com mais frequência que qualquer outro. O termo 'profeta' ou 'sacerdote' é contrastado com 'A Besta', cuja conexão é com a minha função em Tiphereth, implicando minha hombridade, minha realeza, minha mestria do êxtase, e como cumprindo a função a que se refere o Apocalipse, tanto quanto a confusão causada pela deliberada corrupção do texto daquele livro nos permite calcular. O título 'profeta' refere-se à função de serviço aos Deuses proclamados em Liber CCXX, e de administrar os sacramentos (a nova Magia, fórmula AB...A etc.). O título 'príncipe' pode ter conexão com a atribuição a tiphereth, desde que Microprosopus é o Vau de Tetragrammaton, Vau tendo o valor de 6, e correspondendo aos quatro príncipes (às vezes chamados Imperadores) do Tarot. A 'profecia' aqui mencionada é antes de mais nada CCXX, Cap. III, este livro mesmo, e vários outros poemas, ensaios e rituais. Liber 418, Aethyr I. O segundo parágrafo indica Horus em seus aspectos ativo e adulto. O estudante é referido à completa exposição do significado da letra Aleph, em particular àquela parte em que se explica que 'o bebê no ovo de azul', Harpócrates, no qual todo poder é latente d(ele sendo Harpócrates, Bacchus Dephues, Zeus, Baphomet, Parsifal como o 'Puro Louco', o Grande Louco das Lendas Célticas, a traquinas criança HErmes, etc.) no primeiro estágio de inocência pantomorfa, desenvolve-se ao chegar à puberdade em Parsifal o cavaleiro-andante, que obtém a Coroa ao ganhar a Filha do Rei (um mistério sobre o qual foram fundados os costumes temporais de muitas raças primitivas. Veja-se Sir James Fraser, 'The Golden Bough'). O Hermes fálico, o Baphomet do Ato XV, Zeus que assume a forma de uma besta para impregnar várias mulheres (a Mulher Escarlate no Ato XI. Veja-se também as lendas da Bela e a Fera, do Diabo de Sabbath, do Minotauro, Hércules - a princípio disfarçado como desarmado e ambissexual), muitas lendas asiáticas. O Senhor do presente Aeon, dois em um (Vau, Hé, Ato VI, nascido da união de Yod e Hé), tem sido o assunto de profecia através da história. Sua natureza, funções e relação com os outros Deuses é assim matéria de conhecimento geral entre iniciados e mesmo simples letrados. Ao mesmo tempo, sua presente aparição é, num certo sentido, um fenômeno original. Pois Ele é representado em CCXX como terceiro em relação a Nuit e Hadit, não como primeiro; Nuit e Hadit estando completamente além da compreensão de quem quer que seja, com exceção da 'Besta & sua Noiva e os vencedores da Ordália x'. (CCXX, III, 22) Ele é portanto mostrado como nascendo espontâneamente. Não existe referência a Isis e Osiris, os tradicionais pai e mãe de Horus na teologia dos egípcios. 'À tua volta dançarão as donzelas, e brilhantes bebês lhes nascerão.' Isto lembra o costume quase universal de circunambulação ou dança em redor do lingam, 'maypole' (Nota de M.: o equivalente na tradição portugo-brasileira é o 'poste de S. João), ou qualquer outro símbolo apropriado da faculdade criadora. A voz do escândalo sugere que mulheres que adotam este rito tornam-no efetivo através de precauções fisiológicas. Mas mesmo assim, a congruidade dos dois métodos é evidente, e a filoprogenitividade é tão justificada de seus filhos quanto a Sabedoria. Os puritanos afirmavam com razão que o Maypole era um lingam, e que a festa daquele dia (Nota de M.: "Festa de S. João", e a "Festa Junina" em geral, principalmente em cidades do interior do Brasil e Portugal, onde a tradição está menos deturpada) era um festival de Priapus. A seção restante do verso é extremamente obscura. A humildade parece ser desencorajada pelo Livro da Lei como incompatível com a correta compreensão de nós mesmos como uma estrela, um rei, um ente divino ou 58

72 soberano tanto quanto o maior dos Deuses. Mais; tende a levar ao Pecado, isto é, Restrição, uma vez que os humildes são capazes de não afirmar sua independência e seus direitos. Daí pareceria que em algum senso a humildade deve ser uma virtude positiva cujo climax em um'êxtase de abjeção' não é menos merecedor de respeito que qualquer outra forma de transe. Veja-se o Yi, capítulo XV, o Hexagrama Khien. Este Hexagrama é composto do trigrama do princípio fêmea (xx) modificando o símbolo da Terra (xx). Veja-se o último Trigrama em Liber Trigrammaton. 'Portanto foi o fim daquele sofrimento; mas naquele sofrimento uma gloriosa estrela de seis pontas por cuja luz eles pudessem enxergar para retornar à Habitação sem mancha; sim, à Habitação Sem Mancha. (Liber XXVII) Abasement (Nota de M.: a palavra usada no original inglês e traduzida como abjeção) significa movimento em direção à base, isto é, em direção ao Fundamento, Yesod, que representa a resolução da antinomia Estabilidade-Mudança. Observe-se a harmonia simpática de todos este símbolos e compare-se-os além disto com a doutrina de Tao Teh King com respeito à suprema força da água, que permanece em seu próprio nível, e que é a apoteose da fraqueza, no senso que o Tao Teh King, do princípio ao fim, atribui a esta palavra. Eu tomo esta oportunidade, além do mais, para citar o Livro de Mentiras. TAT Ex nihilo N.I.H.I.L. fit N. o Fogo que se contorce e queima como um escorpião. I. a inconspurcada, sempre fluente água. H. o Espírito interpenetrante, fora e dentro. Não é seu nome ABRAHADABRA? I. o inconspurcado, sempre fluente ar. L. a verde terra fértil. Ardentes são os Fogos do Universo, e em suas adagas eles suspendem o sangrento coração da terra. Sobre a terra jaz a água, sensual e sonolenta. Acima da terra paira o ar; acima do ar, mas também abaixo, fogo - e em todos - o material de toda existência entretecido em Seu invisível desenho está AI(xx)HP. Cap. 86. Comentário a este Capítulo por A.C.: O número 86 se refere a Elohim, o nome das forças elementais. O título é o sanscrito para Aquilo, no senso de 'O Existente'. Este capítulo é uma tentativa por substituir Elohim por um hieróglifo mais satisfatório dos elementos. A melhor atribuição de Elohim é Aleph, ar; Lamed, Terra; He, Espírito; Yod, Fogo; Mem, Água. Mas a ordem não é boa; Lamed não é satisfatório para Terra, e Yok é uma forma demasiado espiritualizada de Fogo. (Mas veja-se Livro 4, Parte III). Parágrafos 1-6. De Nada, Nada é feito. A palavra Nihil é tomada para afirmar que o universo Nada é, e aquilo será agora analisado. A ordem dos elementos é aquela de Jeheshua. Os elementos são tomados bastante como na Natureza; N facilmente é Fogo, desde que Marte rege Escórpio; a virgindade de I serve a Água e Ar, elementos que na Magia são estreitamente entrelaçados; H, a letra do alento, é apropriada para Espírito; Abrahadabra é chamado o nome de Espírito, porque é Cheth; L é Terra, verde e fértil, porque Venus, a verdura, fertilidade e chãzice das coisas e a Senhora de Libra, Lamed. No parágrafo 7 nós nos voltamos para a assim chamada atribuição Jetzirática de Pentagrammaton, aquela seguida pelo Dr. Dee, e pelos Hindus, tibetanos, chineses e japoneses. Fogo é a Fundação, o miolo central, das coisas; acima disso forma-se uma crosta, agitada de debaixo, e sobre isso se condensa o vapor d'água original. Em volta disso flui o ar, criado por Terra e Água através da ação da vegetação. Assim é o globo; mas tudo isto é um mero tremor no aethyr, AIGHP. Eis aí um novo Pentagrammaton, presumivelmente passível de uma outra análise dos elementos; mas de forma diversa. Alpha (A) é Ar; Rho 59

73 (P) o Sol; estes são o Espírito e o Filho da teologia cristã. No centro está o Pai, expresso como Pai e Mãe. I-H (Yod e He), Eta (H) sendo usado para expressar 'a Mãe' em vez de Epsilon (E), para mostrar que Ela foi impregnada pelo Espírito; é o alento ríspido, e não o macio. O centro de tudo é Theta (xx), que originalmente era escrito como um ponto em um círculo (xx), o sublime hieróglifo do Sol no Macrocosmo, e no Microcosmo do Lingam em conjunção com o Yoni. Esta palavra AI(xx)HP (Aethyr) é portanto um hieróglifo perfeito do Cosmo em termos de Teologia Gnóstica. O leitor deveria consultar La Messe et se Mystères, de Jean 'Marie de...' (Paris et Nancy, 1844), para uma demonstração completa da incorporação dos Mistérios Solar e Fálico no cristianismo). PÊSSEGOS Macio e oco, como tu vences o duro e cheio! Ele morre, entrega-se; a Ti o fruto! Sê tu a Noiva; tu serás a Mãe no futuro. A todas as impressões assim. Não deixes que elas te conquistem; no entanto deixa que elas engendrem dentro de ti. A mais insignificante das impressões, chegada à sua perfeição, é Pan. Recebe mil amantes; tu parirás apenas Uma Criança. Esta criança será o herdeiro do Destino, o Pai. Cap.4 Comentário a este Capítulo, por A.C. Daleth é a Imperatriz do Tarot, a letra de Venus, e o título, Pêssegos, novamente se refere ao Yoni. O capítulo é um conselho de aceitar todas as impressões; é a fórmula da Mulher Escarlate; mas não deve ser permitido a qualquer impressão que domine voce, apenas que lhe frutifique; da mesma forma como o artista, vendo um objeto, não o adora, mas dele engendra uma obra prima. Este processo é exibido como um aspecto da Grande Obra. Os dois últimos parágrafos podem ter alguma referência com o 13º Aethyr (veja-se A Visão e a Voz). Daí é evidente que a humildade e abjeção mencionadas não têm relação com a 10ª 'virtude' à qual é dado o nome de humildade: a humildade de Uriah Heap e Pecksniff, de Tartuffe, do 'Jesus crucificado' da A.C.M., C.I.C.C.U. e semelhantes associações do rebanho, que é sempre acompanhada por hipocrisia, inveja, baixa astúcia e a síndrome de temores característica daqueles que se sabem inferiores. É curioso refletir que na Inglaterra nós associamos essa atitude mental com o Cristianismo, principalmente o Cristianismo Romano, enquanto no Continente precisamente as mesmas características são atribuídas ao Judaísmo. Os 'humildes' nesta passagem estão evidentemente empregando uma definida fórmula mágica, com absoluta energia e confiança. Os resultados da manifestação de Horus são agora ditos como transcendendo 'o Conhecido e o Desconhecido com algo que não tem nome'. Está bem claro que isto é assim, mas é longe de óbvio por que razão o fato deva ser tão enfaticamente afirmado e explicado, especialmente em uma terminologia tão pouco usual e tão obscura. A palavra 'isto' na sentença final pode referir-se ao 'algo' sem nome ou a 'tudo isto'. O 'secreto Lugar de Silêncio' é o útero de Nuit ou 'ovo de azul' que esconde o bebê Harpócrates. A expressão 'Arcano que é aberto' pode talvez ser parafraseada 'a verdade secreta que é manifestada'. O 60

74 Abismo pode sempre ser tomado como significando 'ausência de apoio'. É a forma ou meio de manifestação de tudo que não está assim manifestado. Alternativamente, pode ser que o abismo é aberto, quer dizer, tornado passível de investigação. 'Tudo isto' não tem nome porque é a 'ultimal unidade demonstrada' (vede CCXX, III, 37) de Horus. Sua identidade absorve estes diversos fenômenos absolutamente por igual. Na perfeita pureza da criança, ou puro louco (Parsifal, ao lhe perguntarem seu nome, responde 'Eu não sei'), todas as diferenças desaparecem para sempre; ver CCXX, I, v. 4 e vv Este verso 7 pode portanto ser sumarizado mais ou menos como segue: A proclamação de Horus por 666 habilitará toda pessoa a executar sua função legítima ou Real Vontade, e assim fazendo, a alcançar a perfeição de sua própria natureza, enquanto que a ilusão de dividualidade é inteiramente destruída. Tal como está escrito, Liber CCXX, I, 44-45: 'Pois vontade pura, desembaraçada de propósito, livre da ânsia de resultado, é toda via perfeita. 'O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; não, são nenhum!' 8. Tu chegaste aqui, Ó meu profeta, por graves caminhos. Tu comeste do excremento dos Abomináveis; tu te prostraste diante do bode e do Crocodilo; os homens maus fizeram de ti um joguete; tu vagaste como uma maneira pintada, sedutora com doces perfumes e pintura chinesa, pelas ruas; tu escureceste os cantos dos teus olhos com Kohl; tu tingiste teus lábios de vermelho; tu emplastraste tuas bochechas com esmaltes de margim. Tu bancaste a desavergonhada em todo portão e cada beco da grande cidade. Os homens da cidade te seguiram desejosos de te abusar e te bater. Eles mastigaram as douradas lantejoulas de fino pó com as quais tu adornaste os teus cabelos; eles fustigaram tua carne pintada com seus açoites; tu sofreste coisa indizíveis. 8. A essência desta rapsódia é clara; entretanto, o plano em que melhor pode ser interpretada diferirá de acordo com o grau de iniciação alcançado pelo leitor. De um modo geral, porém, pode ser parafraseada: 'Tua alma foi submetida à contaminação da ilusão material e fenomenal. Cf. Cap. II, vv. 4-6, 7-16; III, vv. 4-12, 40-48; IV, vv. 2-3, 5, 33-37, Veja-se também Liber VII, diversas passagens, as quais podem ser descobertas pelo reto engenho do Adepto Exempto. 9. Mas Eu queimei dentro de ti como uma pura chama sem óleo. À meia-noite Eu brilhei mais do que a luta; durante o dia Eu excedi completamente o sol; nos atalhos pouco trilhados do teu ser Eu flamejei, e desfiz a ilusão. 9. A despeito do acima, o Sagrado Anjo Guardião tem sempre habitado o ente do Adepto, não necessitando nem mesmo a nutrição representada pelo 'óleo'. (Para este símbolo veja-se o Livro 4, Parte II, Capítulo 5). (Nota de M.: Veja-se também Cap./ IV, v. 36, e o comentário). O Anjo excede igualmente Sol, Lua e Agni, os três princípios que (no simbolismo Hindu) entram em curso sucessivamente durante cada vinte e quatro horas, assim determinando o caráter do Dhyana alcançado em qualquer período do dia. 10. Portanto tu és completamente puro diante de Mim; portanto tu és Minha virgem eternamente. 10. A relação do homem com o seu Anjo independe de seus atos 'qua' homem. Seu Nephesch, considerado como em relação com o não-ego, é incapaz de interferir com o seu verdadeiro Nephesch. 61

75 11. Portanto Eu te amo com excedente amor; portanto aqueles que te desprezam te adorarão. 11. Isto sendo compreendido pelos profanos, eles percebem o Homem em sua própria perspectiva. Eles percebem que os 'vícios' de Shakespeare e Shalley não destroem do seu gênio. 12. Tu serás amorável e piedoso para com eles; tu os curarás do mal inominável. 12. Os profanos sendo assim purificados, são capazes de receber o benefício da Iniciação do Adepto. 13. Eles mudarão ao serem destruídos, mesmo como duas estrelas escuras que se chocam no abismo e esbrazeiam num incêndio infinito. 13. A referência parece ser a uma teoria (fora da moda no presente) quanto à formação das nebulosas. O ponto aqui é simplesmente que o íntimo contado de duas idéias aparentemente 'escuras' ou 'malignas' resulta em sua transmutação em luz. É 'amor sob vontade'. 14. Durante tudo isso Adonai trespassou meu ser com sua espada que tem quatro lâminas; a lâmina do raio, a lâmina do Pilone, a lâmina da serpente, a lâmina do Falo. 14. Adonai: (xx). Aleph é a swastika ou Raio por sua forma; Daleth significa porta ou Pilone; Nun refere-se a Scorpio, a Serpente; Yod é o Falo (Yod de IHVM) considerado como a idéias mais íntima e mais simples. 15. Também, ele me ensinou a santa indizível palavra Ararita, de forma que eu derreti o ouro sêxtuplo em um único ponto invisível, do qual nada se pode dizer. 15. Veja-se Liber Ararita (DCCCXIII sub figura DLXX) para isto. A maneira simbólica de escrever a Palavra '(xx) Um volume à parte poderia ser escrito -- e deveria ser, e será escrito! -- sobre os Arcanos deste Hieróglifo. 16. Pois o Magistério desta Opus é um magistério secreto, e o sinal do mestre nisso é um certo anel de lápislazuli com o nome do meu mestre, que sou eu, e o Olho no Meio. 16. A referência é a um anel material: veja-se 'O Espírito da Solitude' para algum relato a respeito. As letras em volta do Olho são V.V.V.V.V. Veja-se Liber LXI, vv. 29 e seguintes. Estas são as iniciais do Moto de 666 como Mestre do Templo, 8 = 3 ' Vi Veri Vniversum Vivus Vici'. Também, V é a letra latina significando 5, e seu valo ((xx) ou (xx)) é 6. A alusão é portanto a 5 = 6 a Grande Obra.i Novamente, o arcanjo das letras no lápis-lazuli indicava o Pentagrama. 17. Também Ele falou e disse: Isto é um sinal secreto, e tu não o revelarás ao profano, nem ao neófito, nem ao zelador, nem ao prático, nem ao filósofo, nem ao adepto menor, nem ao adepto. maior. 18. Mas ao adepto exempto tu te revelarás se tiveres necessidade dele para as operações menores da tua arte A instrução é pessoal e prática. Cf. CCXX, Cap. I, vv. 10 e 50, O M.T. se comunica, como tal, apenas com o Adeptus Exemptus:d isto é, diretamente. 19. Aceita a adoração da gente tola a quem odeias. O Fogo não é conspurcado pelos altares dos Ghebers, nem é a Lua contaminada pelo incenso daqueles que adoram a Rainha da Noite. 19. Novamente pessoal e prática para 666. Eu tenho causado muita complicação por insistir em tornar tudo claro à gente que não estava preparada para tal. 62

76 Ghebers: Adoradores do Fogo na Pérsia. Veja-se o Conto de Gabineau: Trois Ans en Asie. Geralmente, o abuso de uma fórmula não injuria a parte passiva, que não está envolvida e não incorre responsabilidade. 20. Tu viverás entre o povo como um diamante precioso entre diamantes nublados, e cristais, e pedaços de vidro. Somente o olho do mercador justo te contemplará, e mergulhando sua mão te escolherá e te glorificará diante dos homens. 20. Ainda pessoal e prático. 666 deve continuar a viver sua vida normal como homem do mundo, irreconhecido como o que é salvo pelo 'mercador justo', o homem que pode julgar valores corretamente. É o dever e o privilégio de algum tal homem a trazer a 666 sua devida medida de fama. 21. Mas tu não ligarás a nada disto. Tu serás sempre o coração, e Eu a serpente Me apertarei em volta tua. Meus anéis nunca se relaxarão através dos aeons. Nem mudança nem sofrimento nem insubstancialidade te terão; pois tu passaste além de todos estes (naturalmente) ligará tão pouco à fama quanto ele tem ligado à incompreensão, ao abuso e à calúnia. Ele estará inteiramente absorvido em Sua Consecução do Conhecimento e Conversão do Sagrado Anjo Guardião. Isto é sempiterno. Mudança, sofrimento, insubstancialidade: Anicca, Dukkha, Anatta: as três Características. Veja-se meu 'Ciência e Budismo' e outras referências. 22. Mesmo como o diamante brilhará rubro para a rosa e verde para a folha da roseira; assim tu permanecerás à parte das Impressões. 22. Impressões: Vrittis. O Verdadeiro Ser independe de todos os fenômenos. Veja-se numerosas explicações destes assuntos em muitos dos meus escritos. Veja-se, em particular, meu Tao Teh King (Nota de M.: A tradução dele para o inglês, que é a melhor em existência); o M.T. reage com perfeita elasticidade a todos os impactos, parecendo completamente passivo para com todos por igual; mas na realidade não é influenciado no mínimo que seja por qualquer deles. 23. Eu sou tu, e o Pilar está estabelecido no vazio. 23. Compare-se este refrão com vv. 5, 24, 25. No verso 5 a Grande Obra é anunciada impessoalmente. Aqui é identificada com a Consecução. 24. Também tu estás além das estabilidades do Ente e da Consciência e da Bemaventurança; pois Eu sou tu, e o Pilar está estabelecido no vazio. 24. Ente, Consciência, Bemaventurança: Sat, Chit, Ananda. Veja-se meus escritos sobre a Filosofia Hindu. Contraste-se com o verso 21. A Consecução emancipa o Adepto de todas e quaisquer condições. 25. Também tu discursarás sobre estas coisas ao homem que as escreve, e ele partilhará delas como um sacramento; pois Eu que sou tu sou dele, e o Pilar está estabelecido no vazio. 25. A consciência humana de Aleister Crowley deverá ser iluminada sobre este ponto. Ele deverá ser assim santificado, e 'consumado' ou 'consumido'. Esta Boda Química o une ao seu Anjo e ao Adepto, Três em Um e Um em Três; esta é a perfeição final da união. Daí a repetição pela quarta vez do símbolo do Pilar no Vazio. Cf. as Quatro Consagrações no Ritual do Neófito da A.'. A.'.. 63

77 O Practicus não deve ficar surpreendido -- nem mesmo ele! -- de ver os assunto privados de 666 discutidos em uma Publicação Classe A da A.'. A.'. que se propõe a lidar com a Grande Obra de 5 = 6. Este livro trata primariamente da Consecução daquele Grau por 666; e é somente porque toda Consecução verdadeira é quase que por completo impessoal que o seu conteúdo é válido para o Aspirante em geral. 26. Da Coroa ao Abismo, assim vai ele único e ereto. Também a esfera ilimitada a resplandecerá com o seu brilho. 26. A Coroa, Kether; o Abismo, quer Daath ou aquilo que está além de Malkuth. A Esfera ilimitada, o Ain Soph. O significado geral é que a Consecução enche o Universo inteiro. 27. Tu te regozijarás nas poças de água adorável; tu enfeitarás tuas donzelas com pérolas de fecundidade; tu acenderás flama como línguas lambentes de licor dos Deuses entre as poças. 27. As poças, e a flama entre elas, refere-se às Sephiroth e aos Caminhos. O significado geral é que a Consecução tornou o Adepto capaz de executar trabalho criador em todas as esferas. 28. Também, tu converterás o compassante ar nos ventos de água pálida, tu transmutarás a terra em um abismo azul de vinho. 28. Torna-o, além disso, capaz de executar transmutações; não é bem claro por que motivo estes exemplos especiais foram escolhidos, a não ser que seja por razões puramente poéticas (Eles são, em essência, Ar em Água, e Terra em Fogo). 29. Rútilos são os coriscos de rubi e ouro que ali chispam; uma gota intoxicará o Senhor dos Deuses meu servo. 29. Para as cores neste e no último verso, cf. CCXX: 'Azul sou Eu e ouro na luz de minha noiva: mas o brilho rubro está em meus olhos; e minhas escamas são púrpura e verde. 'Púrpura além do púrpura: é a luz mais alta que a visão. 'Existe um véu; aquele véu é negro. É o véu da mulher modesta; é o véu de sofrimento, e o mando de morte: isto é nada de me. Rompei aquele mentiroso espectro dos séculos: não veleis vossos vícios em palavras virtuosas: estes vícios são meu serviço; vós fazeis bem, e Eu vos recompensarei aqui e no além.' (Cap. II, vv ) O Senhor dos Deuses presumivelmente é Júpiter; ele pode ter sido escolhido porque a transmutação inteira refere-se a Chesed, ou por causa da sua posição como a mais alta Sephira de Microprosopus. 30. Também, Adonai falou a V.V.V.V.V., dizendo: Ó meu pequenino amoroso, minha gazela, meu lindo, meu menino, enchamos o pilar do Infinito com um infinito beijo! 31. De modo que o estável foi sacudido e o instável se aquietou. 32. Aqueles que viram isto gritaram como um formidável medo: O fim das coisas chegou. 33. E assim foi. 64

78 A identificação dos diversos elementos nos quais a Iniciação analisou o indivíduo original está agora completa. A Grande Obra -- Solve et Coagula -- foi efetuada. Não existe distinção entre a Consecução pessoal de Aleister Crowley e a Proclamação da Palavra da Lei de Thelema através dele. Aqueles que percebem o significado disto assumem corretamente que a consecução marca o fim de um Aeon. 34. Também, eu estive na visão espiritual e contemplei uma pompa parricida de ateístas conjugados de dois em dois no êxtase superno das estrelas. Eles riam e se regozijavam extremamente, estando vestidos em robes de púrpura, e sua alma inteira era uma só purpúrea flama-flor de santidade. 34. 'Parricida'. Eles mataram seus pais: isto é, eles alcançaram a maturidade varonil e a consciência da independência da sua Individualidade. 'Pompa'. Eles celebram sua consecução de Liberdade através de um Espetáculo de Triunfo. Ele manifestam a Divindade que eles conquistaram. 'Ateístas'. 'Allah é o ateísta! Ele não adora Allah!' (bagh-i-muattar). Eles estão livres da obsessão de mortalidade e dependência. 'Conjugados'. Eles se unem com seus camaradas por 'amor sob vontade', sendo iguais e idênticos a despeito de suas aparentes diferenças (Veja-se CCXX, I, vv. 2-4; 22, 50, etc.) em virtude do êxtase de sua comum relação com Nuit. 'Riam e se regozijavam'. Veja-se CCXX, I, 26, 58; II, 19-26, 35-44, 62-64, 70; III, 46. 'Púrpura'. Veja-se CCXX, I, 61; II, 24, Púrpura é a cor da realeza e a cor do êxtase: em particular, das Bodas Químicas de Nuit e Hadit. 35. Eles não viam Deus; eles não viam a Imagem de Deus; portanto eles estavam erguidos ao Palácio do Esplendor Inefável. Uma espada afiada golpeava diante deles, e o verme Esperança retorceu-se nas vascas da morte sob os seus pés. 35. Este verso elabora a idéia de 'Ateístas'. Cf. também Cap. I, 7-9, etc. Seu lugar natural sendo Yesod (cuja cor é púrpura), eles, tendo destruído a Fundação, são elevados a Hod (cuja cor também é púrpura). Veja-se Liber 777, Col. XVII. A 'espada'. Sua arma de destruição intelectual. A 'Esperança' é um verme rastejante, sendo o sinal da falta de compreensão de Nós Mesmos como supremo Deleite. 36. Mesmo quando a raptura deles despedaçou a Esperança visível, assim também o Medo Invisível fugiu correndo e não mais foi. 36. Cf. 'The City of Dreadful Night'. (Nota de M.: Poema de James Thomson (B.V.). O título significa: A Cidade da Noite Horrenda). 37. Ó vós que estais além de Aormuzdi e Ahrimanes! abençoados sois através das idades. 37. Na teologia persa, os princípios de Bem e Mal. Cf. Nietzsche e nossa própria doutrina, apresentada em muitas formas e muitos lugares. 65

79 'Através das idades'. 'Le-Olahm' (xx). Veja-se o Ritual do Pentagrama. O valor da palavra é 176; isto é 8 x 22, 16 x 11, e isto significa a Redenção da Serpente (22 letras) ou o Poder Mágico (11) aplicado à Torre Fulminada (Ato XVI), cujo significado pode ser visto neste Comentário, acima. 38. Eles fizeram uma foice da Dúvida, e colheram as flores da Fé para suas grinaldas. 38. TRABALHO DE TERRIER Duvida. Duvida de ti mesmo. Duvida mesmo de se duvidas de ti mesmo. Duvida de tudo. Duvida algumas vezes como se debaixo de toda dúvida consciente jazesse alguma certeza profunda. Ó mata isso! Mata a serpente! O chifre do Bode-Dúvida seja exaltado! Mergulha mais profundamente, sempre mais profundamente, no Abismo do Mente, até descobrires a raposa. AQUILO. Avante, cães! Pega! Pega! Trazei AQUILO ao cerro! Então, toca o Clarim proclamando o fim da caçada! Comentário de A.C. sobre este CapÍtulo: Liber 333, Cap. 51 O número 51 significa fracasso e dor, e apropriadamente seu assunto é a dúvida. O título do capítulo foi tomado emprestado do saudável e fascinante esporte (Nota de M.: A.C. está sendo sarcástico, citando frases desse próprio tipo de 'esportista'. o único tipo de caça que ele recomendava era aquela com risco de vida; e esta apenas para conquistar o medo) da caça à raposa, que até Perdurabo praticou em sua juventude. Este capítulo deveria ser lido em conexão dom "O Soldado e o Corcunda" (Nota de M.: ensaio no Equinócio I, vol. 1), de que é, de certo modo, uma epítome. Seu significado é suficientemente claro, mas em parágrafos 6 e 7 será notado que a identificação do Soldado com o Corcunda atingiu tal altura que os símbolos trocam de lugar, o entusiasmo sendo representado como a serpente sinuosa, o ceticismo como o bode de Sabbah. Em outras palavras, um estado é alcançado em que a destruição é tanto deleite quanto a criação. (Compare-se o Cap. 46). Além de tudo isto está um estado mental ainda mais profundo, que é AQUILO). 39. Eles fizeram uma lança do Êxtase, e atravessaram o velho dragão que estava sentado sobre a água estagnada. 39. 'Lança': a arma do Sol (e de Marte). 'Dragão': o Dragão que Desce. (Nota de M.: Veja-se Cap. IV, v. 35 e o Comentário). Veja-se 'O Templo do Rei Salomão' o diagrama da Queda, O Equinócio, Vol. I, 2, página 283. (Nota de M.: Refere-se à edição original inglesa). 'Água estagnada': a 'alma' em seu estado iniciado, passiva, corrompida e estagnada, refletindo erroneamente as imagens do não-ego. (A idéia budista da Mente é idêntica a esta concepção). As palavras 'sentado' e 'estagnada' ligam isto à doutrina dos Irmão Negros, e à teoria de CCXX do Universo como Movimento, ou energia. 66

80 40. Então as fontes frescas foram libertadas, para que a gente sedenta pudesse estar à vontade. 40. A destruição desta ilusão libera a alma para Pureza e Movimento, para 'estar à vontade', o que não significa indolência, mas liberdade de ação, pela qual os homens anseiam. A água pura é o Princípio de Elasticidade, o Transmissor de Energia. A Alma Pura é identificada com o Espírito Movente que a informa, refletindo-o verdadeiramente com perfeita compreensão. Veja-se todo o simbolismo da Taça. Vede Livro 4, Parte II, Cap. VII. Veja-se em particular Cap. III e meu Comentário Esta passagem é talvez a mais obscura do livro inteiro. 41. E de novo eu fui arrebatado à presença de meu Senhor Adonai, e o conhecimento e Conversação do Santo, o Anjo que me guarda. 41. A passagem foi na 'visão espiritual'. Segue a passagem de assim se torna inteligível: é a minha visão da humanidade no Novo Aeon do qual eu proclamei a Palavra. Agora eu retorno à contemplação da minha relação pessoal com meu Anjo. 42. Ó Santo Exaltado, Ó Ser além do ser, Ó Imagem Auto-Luminosa do Nada Inimaginável, Ó meu querido, meu belo, vem Tu e segue-me. 42. Eu repito a Invocação. Ele é a Imagem de Nuit. A propriedade destas frases se torna clara se estudarmos as descrições já dadas da natureza d'ele. 43. Adonai, divino Adonai, lá Adonai inicia refulgente deleite! Assim eu escondi o nome do nome d'ela que inspira minha raptura, o odor de cujo corpo confunde a alma, a luz de cuja alva rebaixa este corpo às bestas. 43. A primeira sentença é um acróstico de 'Ada Liar'. Esta foi uma das moças com as quais eu tinha intimidade na época da escrita deste livro. Nestes versos eu deliberadamente identifico minha satisfação sexual com o meu êxtase espiritual, assim negando com finalidade qualquer diferença entre quaisquer duas partes do meu ser consciente. 44.Eu suguei o sangue com meus lábios; eu sequei Sua beleza de sustento; eu A rebaixei diante de mim, eu A amestrei, eu A possui, e a vida d'ela está em mim. No sangue d'ela eu inscrevo os enigmas secretos da Esfinge dos Deuses, que nenhum compreenderá -- salvo apenas os puros e voluptuosos, os castos e obscenos, os andrógenos e a s ginandras que passaram além das barras da prisão que o velho Lodo de Khem estabeleceu nos Portões de Amennti. 44. Isto constitui um profundo Enigma de Santidade. Note-se (xx) 781=71x11. Veja-se autoridades para significados especiais destas palavras. Somente compreendem isto aqueles que em si próprios combinam os extremos da Idéia Mora, identificando-os por um transcendental domínio da antinomia. Eles devem ter ido ainda além, transcendendo a oposição fundamental dos sexos. O macho deve ter se completado e se tornado andrógeno; a fêmea, e se tornado ginandra. Esta incomplecção aprisiona a alma. Pensar 'Eu não sou uma mulher, mas um homem', ou vice'versa, é limitar-se a si próprio, opor uma barreira aos movimentos do ser. É a raiz do 'fechamento' que culmina em se tornar 'Maria inviolada' ou um 'Irmão Negro'. Por 'velho Lodo de Khem' é aqui significado o princípio de estagnação que era simbolizado no Egito (Khem) por Sebek, o habitante da lama do Nilo -- veja-se acima, e em Liber 418 para um relato completo. Note-se que isto não é 'maligno', mas simplesmente o entupimento da Energia Universal. As 'forças opostas do Bem e do Mal' são complementares, e devem ser unidas por 67

81 'amor sob vontade' -- assim alcançando, em êxtase, uma nova concepção transcendendo os planos destes opostos. Assim, o meu obstáculo, principal é a crença que qualquer Idéia ativa possa ser 'maligna'; e é portanto o dogma principal dos Deuses-Escravos, o 'Pecado Original' oposto a uma Bondade Onipotente -- Ahrimanes e Aormuzdi como acima -- que ameaça a minha Vontade. Amennti -- o Oeste -- o Lugar da Morte -- é o ponto atribuído a Osiris em seu aspecto de Deus Sacrificado, isto é, na parlança moderna, a 'Jesus'. Para nós, 'A Palavra de Pecado é Restrição'. A única possibilidade de 'mal' é que a Vontade possa ser estorvada. Em contraste, para os escravos de 'Jesus', não há quase nenhum ato que não seja por natureza um 'pecado'. Mesmo a nossa 'retidão é como farrapos imundos', etc. ad mauseam -- et praeter! Para nós, portanto, 'Jesus' é precisamente a fonte e origem de todo 'mal', pois esta idéia é sinônima com a idéia de Restrição em todos os planos. A concepção cristã do pecado como a vontade do homem natural, o 'Velho Adão', é a base de todo conflito interno -- de insanidade moral. É verdade que alguns escritores, chamando-se a si mesmos de cristãos, têm-se declarado pelo Antinomismo; mas a ortodoxia os tem sempre condenado; é evidente que as doutrinas deles implicam o panteísmo. Os sofismas de Paulo demonstram com suficiente clareza quão profundamente falsos para conosco mesmo apenas desviar a mente do dilema implícito nas teses que a 'Salvação' emancipa do 'Pecado', mas ao mesmo tempo o 'Santo' é moralmente obrigado pelas 'Leis de Deus'. As passagens sobre isto seriam risíveis se a História não as tivesse estigmatizado como atrozes. 45. Ó minha adorável, minha deliciosa, a noite inteira eu verterei a libação nos Teus altares; a noite inteira eu queimarei o sacrifício de sangue; a noite inteira eu balançarei o turíbulo do meu deleite diante de Ti, e o fervor das orações intoxicará Tua narinas. 45. Aqui existe uma identificação deliberada das mesmissimas palavras da Invocação do Sagrado Anjo Guardião com essas apropriadas a uma fervente rapsódia endereçada a uma rameira. 46. Ó Tu que vieste da terra do Elefante, cingido com a pele do tigre, e engrinaldado com o lotus do espírito, inebria Tu a minha vida com Tua loucura, para que Ela pule quando eu passe. 46. 'A Terra do Elefante': a Índia. A preferência é a Dionísio -- a Bacchus Diphues. O símbolo do Ato O já foi explicado em detalhe. Note-se a ênfase dada aqui aos seus atributos: o viril ardor animal, a coragem e a ferocidade do tigre; a voluptuosa feminilidade passiva, sensual (engrinaldado), entretanto espiritual, do lotus; no entanto, destes -- cuja Boda Química é aquela de Nuit e Hadit -- Ele é imune. (Ele é Inocência e Silêncio -- o Bebê no Ovo de azul). Eu O invoco para que 'inebrie a minha vida' com Sua 'loucura'; para que me inspire com o seu êxtase essencial. HINO A BACCHUS Salve, filho de Semela! A ti seja, a ti e a ela, Louvor, e vida eterna, e divindade bela! Vergonhosa traição! Da esposa olímpica a mão Cruel trama teceu contra a doce paixão! Vede! em rugidora flama Desce Zeus! e como clama Em Tebas, corpo em fogo, a nobre, a real dama! 68

82 Nesse incêndio consumida, Ergue a voz do deus querida Pedindo que ao bebê no ventre salve a vida! E tu lhe escutasse o rogo, Tu, Zeus, percebeste o jogo, E tiraste o bebê do chuveiro de fogo! Em tua coxa sagrada Foi a criança encerrada; De nectar, de ambrósia e luz alimentada! Com cabelos de serpente, Corpo lindo, olhar ardente, Ó Dionísio, tu surgiste finalmente! Sim! os sonhos do destino Nós ousamos dar de ensino E celebrar enquanto amamos neste hino! Ó tu, Dionísio, escuta! Vem rápido, vem, labuta, Sussura teu segredo em cada orelha e grita! Ó tu, Dionísio, enceta Qual apolônica seta! Em cada coração teus chifres achem meta! A última frase, 'que Ela pule quando eu passe', é peculiarmente obscura. 'Ela' pode ser tomado como se referindo a -- a Ada Laird -- a eu não sei que! 47. Comanda Tua moças que Te seguem a que nos façam uma cama de flores imortais, para que ali a tomemos nosso prazer. Comanda Teus sátiros a que amontoem espinhos entre as flores, para que ali tomemos nossa dor. Que o prazer e a dor sejam misturado em uma suprema oferta ao Senhor Adonai! 47. Finalmente, prazer e dor devem ser misturados, identificados, em uma Boda Química deles próprios. Pois todos os possíveis elementos de sensação devem tomar parte no supremo Sacramento. Omitir o que quer que seja seria deixar imperfeita, e portanto 'maligna', a coisa omitida; seria excluir um hóspede do Festim Nupcial; restringir o Universo naquela dimensão particular. 48. Também, eu ouvi a voz de Adonai o Senhor o desejável sobre aquilo que está além. 49.Que os habitantes do Tebas e seus templos não boquejem sempre dos Pilares de Hércules e o Oceano do Oeste. Não é o Nilo uma água bela? 49. Cf. Cap. II, vv e Comentário. Vivendo em Tebas, buscai vossa água no Nilo, em vez de perder vosso tempo em vastas, vagas, vaporosas fantasias sobre o Atlântico. Em bom português, segui precisamente e pacientemente o sistemático curso de Iniciação prescrevido pela A.'. A.'.. SEDE MINUCIOSOS E METÓDICOS; COMPLETAI TODOS OS DETALHES E CONDIÇÕES. Um pássaro na mão é melhor que dois voando. De grão em grão a galinha enche o papo. Esses que desprezam detalhes são eventualmente destruídos precisamente por essas coisas que eles julgaram triviais; e seu desapontamento e desgraça são ainda mais humilhantes. 50. Que o sacerdote de Isis não descubra a nudez de Nuit, pois todo passo é uma morte e um nascimento. O sacerdote de Isis levantou o véu de Isis, e foi morto pelos beijos da sua boca. Então foi ele o sacerdote de Nuit, e bebeu do leite das estrelas. 69

83 50. Todo incidente da vida é de importância estrutural. Nenhum homem se pode permitir omitir a experiência própria ao seu presente estágio de iniciação. Satisfaça a fórmula de Isis -- não importa, no momento, que Isis seja uma manifestação 'mais baixa' do Yin que Nuit! -- e voce chega imediatamente a ser sacerdote de Nuit, e recebe o Seu infinito amor. (veja-se meu 'Através do Golfo', equinócio I, vol. 7, pp ). Eu prefiro o Aspirante ao diário de S.H. Frater O.I.V.V.I.O, o qual, em vez de percorrer pacientemente e metodicamente a trilha própria e o Trabalho apontado ao Zelador, tomou vantagem de uma Regra sutil da A.'. A.'. a qual permite a qualquer homem, qualquer que seja o grau dele, o declarar-se um Mestre do Templo, e, por mera virtude do seu Juramento, tornar-se um. Neste caso a intensa pureza da aspiração do nosso Irmão, e a Necessidade Mágica -- em um assunto não diretamente ligado à sua carreira pessoal na Ordem -- de que ele tomasse um tal espantoso passo, com seus olhos abertos à responsabilidade e perigo envolvidos, salvou-o das consequências que teriam esmagado qualquer pretendente arrogante, insolente ou presunçoso. Entretanto, sua ignorância dos detalhes dos Graus intermediários levaram-no constantemente a cometer os mais deploráveis erros, das devastadoras penalidades dos quais ele foi salvo pena amante vigilância do seu Superior na Ordem, pelo menos no que se referia à catástrofes mais críticas. 51. Que o fracasso e a dor não desanimem os adorantes. As fundações da pirâmide foram talhadas da rocha viva antes do por-do-sol; chorou o rei na madrugada porque a coroa da pirâmide ainda não havia sido cortada da pedreira na terra distante? 51. Existe ainda uma terceira consideração a fazer sobre a doutrina do Próximo Passo. Parece de fato ser muito mais fácil vagar pelo País das Maravilhas da Triada Superna do que cavucara penosamente através do Caminho de Tau; formular o voto de Renúncia de um Dhamma-Buddha, em vez de conquistar Asana através de angustiante aplicação e terrível agonia daquele detestado e desprezado fantasma físico, o corpo, cuja obssessão é ao mesmo tempo um insulto, uma amolação, e o âmago de Distração, Dispersão, Degradação, Desgosto e Desespero. Mas isto é uma 'danosa heresia e uma perigosa ilusão', devido ao simples fato que ninguém pode de forma alguma ter a mínima idéia da Natureza do Trabalho de qualquer Grau além do seu -- e eu digo isto com toda ênfase, a despeito de minha devoção e determinação de descrever os detalhes do Caminho dos Sábios - - tendo mesmo me dado ao trabalho de inventar o que é praticamente uma linguagem nova para este fim. É verdade que eu tenho sido bem sucedido em que o Iniciado, ao chegar a qualquer Grau, instantaneamente reconhece a acuridade da minha descrição, assim confirmando sua confiança no meu conhecimento do assunto, e sua segurança de que ele realmente atingiu o grau em questão, e não está sendo enganado pela sua vaidade. Mas, até ele ater real experiência desta parte do Caminho, ele fatalmente interpretará erroneamente minha mis simples exposição dos seus mais evidentes sintomas. A não ser que o Aspirante compreenda por completo e se conforme por completo com esta inerente incapacidade, ele está muito sujeito a tentar evadir a imprecisa, tediosa, terrível disciplina do seu Grau, tanto mais repugnante porque representa precisamente a limitação dele no momento, e a se diverti muito imaginando-se um Adepto Exempto, ou um Arahat, ou mesmo -- eu conheci um especialista na arte de se enganar a si próprio -- um Ipsissimus! Não significa nada para o grande homem que a única referência àquele Grau em todos os nossos Livros Sagrados é uma indicação de uma certa prática (a qual em si está além da compreensão de qualquer pessoa a não ser os Mestres do Templo de mais poderosas mentes!) como a 'abertura do Grau'. A Parábola da Pirâmide não requer comentário: é tão lúcida quanto sublime. 70

84 A passagem toda pode ser sumarizada como um apelo ao Bom Senso -- chamado Senso Comum (lucus a non lucendo), porém a mais rara das faculdades humanas. No entanto, a verdade jaz além deste cínico apotegma. Bom senso é realmente comum a todos os homens: é a propriedade do Inconsciente, cuja Oniciência iguala sua Onipotência. O problema é que, praticamente em todo caso particular, o Intelecto insiste em interferir: a vaidade anseia por ser lisonjeada tentando 'aperfeiçoar' o que é naturalmente perfeito -- com resultados uniformemente desastrosos. Esta é uma das principais interpretações das repetidas diatribes no Livro da Lei contra 'a Razão', contra 'Porque é sua raça' (CCXX, II, 27-33, etc.) ou qualquer outra semelhante usurpação da realeza do indivíduo pelas suas próprias, auto-criadas ilusões. O intelecto deveria ser um aparelho através do qual podemos expressar os fatos da Natureza. Mas não é capaz sequer de interpretá-los: essa é a função de Neschamah. Mesmo sua faculdade crítica está limitada ao propósito de aparente coerência interna: de evitar qualquer aparência de conflito. Quando se arroga qualquer outra função, é ultra crepidam. Note-se a palavra Mas em CCXX, II, 34, marcando a antítese do correto curso de ação (vv ) contra o errôneo (vv ). 52. Houve também um beija-flor que falou ao cerastes de chifres, e rogou-lhe por veneno. E a grande cobra de Khem o Santo, a real serpente Ureus, respondeu-lhe e disse: 52. A Parábola do Ibis, do Beija-flor e da Serpente Uraeus. Qualquer comentário seria impertinente: o significado da parábola, por profundo que seja, é tão lúcido quanto qualquer passagem em literatura; e a linguagem, lindamente ornada como é, possui uma sublimidade e simplicidade toda sua. O valor moral, em particular, desafia aquele das tão elogiadas parábolas dos Evangelhos. Contraste-se o sectarianismo, a trivialidade e (com demasiada frequência) a obliquidade moral daquelas com esta obra prima Uma vez mais, o plano da Comunhão entre o Adepto e Anjo muda: esta passagem é uma simples instrução. Deveria ser lida em conexão com o Capítulo I, v. 9, e outros textos onde se menciona 'aquilo que está além'. É-me dito aqui como pela primeira vez na minha Iniciação de , que minha Missão à Humanidade concerne ao Próximo Passo na Escada de Jacó da Ascensão Espiritual da Raça. Eles devem progredir de uma maneira sadia e ordeira; não subindo que nem Ícaro a alguma mal-definida percepção como Nibbana; mas, com firmeza e espírito crítico, usando as faculdades que têm da maneira mais vantajosa; satisfazendo adequadamente, acuradamente, com aspiração inteligente, cada função de suas naturezas; sem tentar escapar ao duro trabalho da evolução, sem tentar correr antes de poderem andar; assegurando cada passo à medida que é tomado; fortificando cada posição à medida que é conquistada antes de procederem ao ataque da linha seguinte de trincheiras. A campanha de Napoleão em a campanha de Moscou - deveria servir de aviso ao Aspirante. Em minha experiência eu tenho notado que este erro é o mais perigoso que jovens magistas que prometem tendem a cometer; enquanto que, no caso da grande maioria, isto simplesmente os impede de fazerem o mínimo progresso. 53. Eu naveguei sobre o céu de Nu no carro chamado Milhões-de-Anos, e não vi nenhuma criatura sobre Seb que fosse minha igual. O veneno da minha presa é a herança de meu pai e do pai de meu pai; e como o darei a ti? Vive tu e teus filhos como eu e meus pais temos vivido, mesmo durante cem milhões de gerações, e pode ser que a misericórdia dos Poderosos confira sobre teus filhos uma gota do veneno antigo. 71

85 54. Então o beija-flor afligiu-se em seu espírito, e voou por entre as flores, e foi como se nada tivesse sido dito entre eles. No entanto daí a pouco uma serpente o golpeou e ele morreu. 55. Mas um Ibis que meditava sobre a margem de Nilo o lindo deus ouviu e escutou. E ele abandonou seus hábitos de Ibis e tornou-se como uma serpente, dizendo Talvez em cem milhões de milhões de gerações dos meus filhos eles conseguirão uma gota do veneno da presa do Exaltado. 56. E vede! antes que a luta enchesse três vezes ele virou uma serpente Ureus, e o veneno da presa foi estabelecido nele e sua semente mesmo para sempre e para sempre. 57. Ó tu Serpente Apep, meu Senhor Adonai, é um grão do tempo mais mínimo, esta viagem pela eternidade, e à Tua vista as marcas são de lindo mármore branco intocado pela ferramenta do gravador. Portanto Tu és meu, mesmo agora e para sempre e para sempre mais. Amém. 57. Este verso completa a concepção do tempo estabelecida na Parábola. No Consecução do Conhecimento e Conversão do Sagrado Anjo Guardião, as divisões do tempo não mais implicam diferença. Para usar a metáfora romana, cada dia é marcado com uma pedra branca. Mas não existe diferença entre estas pedras; toda parecem ser igualmente monumentos de brilhante candura, intocada pelos detalhes da vida. Todos os eventos ordinários param de perturbar o brilho uniforme da Pura Consciência da Eterna Comunhão. 58. Além disto, eu ouvi a voz de Adonai: Sela o livro do Coração e da Serpente; no número cinco e sessenta sela tu o santo livro. Como ouro fino que é batido em um diadema para a linda rainha de Faraó, como grandes pedras que são cimentadas juntas na Pirâmide da cerimônia da Morte de Asar, assim liga tu as palavras e os atos, de forma que em tudo há um só Pensamento de Mim Adonai teu deleite. 58. 'eu' : o Escriba: cf. verso 48. O significado do número LXV foi explicada na nota prefacial. As metáforas neste texto são curiosas. Uma é de ouro - ouro fino - batido com ouro fino para formar um círculo de algum metal precioso, ornamentado ou não, para enfeitar o toucado de senhoras. -- M.) para enfeitar uma noiva e rainha. A referência é ao Adepto em sua relação com Adonai. A metáfora da pedra é, por outro lado, de Tiphereth. (O texto assume que a Grande Pirâmide de Gizeh foi de fato planejada como um Templo de Iniciação onde muito apropriadamente se celebrava o Ritual do Deus Sacrificado). Para o simbolismo todo da pedra, veja-se a Qabalah, os rituais da Maçonaria, etc. Note-se que as palavras e atos, sendo corretamente ligados, perdem sua natureza grosseira e tornam-se puro pensamento. (As letras capitais, Th, M, A podem ser lidas (--), Verdade. (Nota de M.: No original inglês, a frase traduzida como 'de forma que em tudo há um só Pensamento de Mim Adonai teu deleite' é 'so that in all is one Thought of Me thy delight Adonai'. Daí o acróstico). 59. E eu respondi e disse: Está feito mesmo de acordo com a Tua palavra. E foi feito. E aqueles que leram o livro e debateram sobre ele passaram à terra desolada das Palavras Estéreis. E aqueles que selaram o livro no seu sangue foram os escolhidos de Adonai, e o Pensamento de Adonai era uma Palavra e um Ato; e eles habitaram na Terra que os viajantes longínquos chamam Nada. 72

86 59. Crítica intelectual deste Livro leva uma controvérsia inútil -- mero pedantismo. Ele deve ser apreciado como um poema (selado no sangue), tomado como a nutrição da vida interior mais íntima. Estes que assim fazem se tornam candidatos de escol para o C.&C. do S.A.G. Sua Aspiração (Pensamento) é então cristalizada em Palavra e Ação: eles completam a Operação da Magia Sagrada. 'a Terra': a referência é a Nuit. Eles se tornam conscientes de que são Estrela no Espaço. Para a interpretação toda deste símbolo como equivalente à complecção da Grande Obra veja-se CCXX, Liber Aleph vol. CXI, Liber NV vol. XI, e diversas passagens neste Livro e em Liber VII. 60. Ó terra além do mel e das espécies e toda perfeição! Eu viverei ali com meu Senhor para sempre. 60. Aqui está a idéia da vida do Adepto em si E o Senhor Adonai deleita-se em mim, e eu porto a Taça da Sua alegria aos homens enfastiados da velha terra cinzenta e aqui, em relação aos seus semelhantes. minha própria carreira deve- 62. Os que bebem dela caem enfermos; a abominação os têm possuído, e seu tormento é como o humo negro e espesso da morada do mal. 63. Porém os eleitos beberão dela, e se fizeram como meu Senhor, minha formosura, meu desejo. Não há vinho como este vinho. 64. Eles se congregam em um coração ardente, como Ra congrega suas nuvens ao Seu redor ao entardecer em um mar revolto de alegria; e a serpente, que é a coroa de Ra, os envolvia com o abraço dourado dos beijos da morte Esta doutrina é o veneno mais perigoso ao indigno (até mesmo os Místicos Cristãos tiveram um vislumbre desse "Os que bebem dela caem enfermos" ). É estranho o texto se abster em especificar a natureza do erro: aparentemente o único ponto duvidoso recae no ponto onde se alguém é ou não "escolhido" (v.63). Veja a palavra "enfastiados" e os símbolos da estagnação e da passividade: 1- "os têm possuído"; 2- "espesso"; 3- "negro"; 4- "humo"; 5- "morada" Em contraste com esses, as marcas da Consecução no verso 64, todos enérgicos, ativos e ardentes, até mesmo na esfera normalmente associada a idéia de repouso: "entardecer". A Coroa do Sol é o cinto deles ( como o dito Rosacruciano "Que a tua mente esteja aberta"), o cinto dos "beijos da morte" indentificando morte com amor, a energia criativa. O mistério se esclarece na referência do verso 59, ser "escolhido" algo advindo da própria Vontade. Se este Livro é estranho ao estudante, este será envenenado; ele deve "sela-lo"em seu sangue para então bebêlo como um Vinho sendo idêntico a própria vida, intoxicando-a para a união com o Senhor Adonai, a Alma do Livro. 73

87 65. Assim também é o fim do livro, e o Senhor Adonai o envolve por todos os lados como um Raio, e um Bebedouro, e uma Serpente, e um Falo, e em meio disto Ele é como uma Mulher que segrega de seus peitos o leite das estrelas; sim o leite das estrelas de seus peitos. 65. Referência ao verso 14: meditar na qualidade da primeira aparição deste símbolo específico, neste lugar apenas. O símbolo está agora completo pela introdução de Nuit no meio. Compare com Shin em IHVH (se isso não está explicado, fazê-lo completamente). Qual letra, relativa a Nuit, fará da mesma forma que Shin? É He, "A Estrela", a carta XVII - veja que, pela precessão dos Equinócios, o sol está agora em Aquário ao invés de Peixes no Equinócio Vernal. No Aeon do Deus Morto, os homens adoravam (a Virgem e) o Peixe. Vamos substituir por Nuit e Babalon unida com a Besta. Mas como Tzaddi não ee a Estrela e oscila em volta (as cartas VIII e XI permutadas como XVII e IV). Mas o Deus Vigente pro nós adorado evoluiu do Touro sacrificado de Mitra ao Norte para as Criancas (Ra-Hoor-Kuit e Hoor Par Krat ). Consegue-se, assim, um Pentagramatom cujo valor é 70, Ayn, o Olho, Set ou Saturno, a carta XV, " O Diabo". 74

88 Para saber mais sobre a A..A.. visite o site 75

89 1 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli

90 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

91 3 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli LIBER LIBERI VEL LAPIDIS LAZVLI ADVMBRATIO KABBALÆ ÆGYPTIORVM SVB FIGVRÂ VII i ii Sendo a Emancipação Voluntária de um certo Adepto Isento do seu Adeptado. Estas são as Palavras de Nascimento de um Mestre do Templo. PRÓLOGO DO AINDA NÃO NASCIDO por V.V.V.V.V. iii 1. Para dentro da minha solidão vem 2. O som de uma flauta em bosques escuros que assombram as mais remotas colinas. 3. Mesmo a partir do bravo rio eles chegam às margens do deserto. 4. E eu contemplo Pan. 5. As neves são eternas acima, acima 6. E sua névoa de perfume se eleva até as narinas das estrelas. 7. Mas o que tenho eu a ver com isso? 8. Para mim apenas a flauta distante, a permanente visão de Pan. 9. Em todos os lados Pan, aos olhos, aos ouvidos; 10. O perfume de Pan penetrando, o seu sabor preenchendo totalmente a minha boca, de modo que a língua irrompe em uma fala estranha e monstruosa. 11. O seu abraço intenso em cada centro de dor e prazer. 12. O sexto sentido interior arde com o Seu ser mais íntimo, 13. Eu mesmo arremessado para baixo do precipício do ser

92 4 V.V.V.V.V. 14. Exatamente para o abismo, aniquilação. 15. Um fim para a solidão, assim como para tudo. 16. Pan! Pan! Io Pan! Io Pan!

93 5 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli I 1. Meu Deus, como eu Te amo! 2. Com o veemente apetite de uma fera eu Te caço através do Universo. 3. Tu estás de pé como se estivesse sobre um pináculo às margens de alguma cidade fortificada. Eu sou um pássaro branco, e me assento sobre Ti. 4. Tu és o Meu Amante: Eu Te vejo como uma ninfa com seus membros brancos esticados próximo da nascente. 5. Ela se deita sobre o musgo; não há mais ninguém além dela: 6. Tu não és Pan? 7. Eu sou Ele. Não faleis, Ó meu Deus! Que a obra seja realizada em silêncio. 8. Que o meu grito de dor seja cristalizado em um pequeno gamo branco para que desapareça na floresta! 9. Tu és um centauro, Ó meu Deus, das flores violeta que coroam a Ti até as patas do cavalo. 10. Tu és mais duro do que o aço temperado; não há diamante além de Ti. 11. Eu não entreguei este corpo e esta alma? 12. Eu te cortejo com uma adaga atravessada na minha garganta. 13. Que o jorro de sangue sacie a Tua sede de sangue, Ó meu Deus! 14. Tu és um coelhinho branco na toca da Noite. 15. Eu sou maior do que a raposa e a cova. 16. Dai-me Teus beijos, Ó Senhor Deus! 17. O relâmpago veio e lambeu o pequeno floco de lã da ovelha.

94 6 V.V.V.V.V. 18. Há uma língua e uma chama; eu vejo aquele tridente caminhando sobre o mar. 19. Uma fênix o tem para sua cabeça; embaixo há dois forcados. Eles ferem o ímpio. 20. Eu Te ferirei, Ó Tu pequeno deus cinza, a menos que Tu te acauteles! 21. Do cinza para o ouro; do ouro para aquilo que está além do ouro de Ophir. 22. Meu Deus! Mas eu Te amo! 23. Por que Tu sussurraste coisas tão ambíguas? Estavas Tu receoso, Ó Aquele com patas de bode, Ó Aquele com cornos, Ó pilar do relâmpago? 24. Do relâmpago caem pérolas; das pérolas negras partículas de nada. 25. Eu estabeleci tudo em um, um em nada. 26. Flutuando no éter, Ó meu Deus, meu Deus! 27. Ó Tu grande sol coberto de glória, cortai estas pálpebras! 28. A natureza se extinguirá; ela me ocultou, fechando minhas pálpebras com medo, ela me ocultou da Minha destruição, Ó Tu olho aberto. 29. Ó Aquele sempre em pranto! 30. Não Ísis minha mãe, nem Osíris meu ser; mas o incestuoso Hórus entregue a Tífon, possa eu assim o ser! 31. Há o pensamento; e o pensamento é perverso. 32. Pan! Pan! Io Pan! É suficiente. 33. Não te precipites na morte, Ó minha alma! Pensai que a morte é o leito no qual estás caindo! 34. Ó como eu Te amo, Ó meu Deus! Especialmente se há uma veemente luz paralela do infinito, vilmente difratada na bruma desta mente. 35. Eu Te amo. Eu Te amo. Eu Te amo.

95 7 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 36. Tu és uma coisa bela mais branca do que uma mulher na coluna desta vibração. 37. Eu disparo verticalmente como uma flecha, e me torno aquilo Acima. 38. Mas isto é morte, e a chama da pira. 39. Ascendei na chama da pira, Ó minha alma! Teu Deus é como o gélido vazio do céu mais remoto, no qual tu radiaste tua pequena luz. 40. Quando Tu me conheceres, Ó Deus vazio, minha chama expirará completamente na Tua grande N. O. X. 41. O que Tu serás, meu Deus, quando eu tiver cessado de Te amar? 42. Um verme, um nada, um vilão covarde! 43. Mas Ó! Eu Te amo. 44. Eu joguei um milhão de flores da cesta do Além aos Teus pés, eu ungi a Ti e ao Teu Bastão com óleo e sangue e beijos. 45. Eu inflamei o Teu mármore para a vida sim! Para a morte. 46. Eu fui atingido pelo odor da Tua boca, que jamais sorve o vinho, mas a vida. 47. Como o orvalho do Universo embranquece os lábios! 48. Ah! Gotejante fluxo das estrelas da mãe Celestial, vá-se embora! 49. Eu Sou Aquela que deverá vir, a Virgem de todos os homens. 50. Eu sou um garoto perante Ti, Ó Tu Deus sátiro. 51. Tu infligirás a punição do prazer Agora! Agora! Agora! 52. Io Pan! Io Pan! Eu Te amo. Eu Te amo. 53. Ó meu Deus, me libere!

96 8 V.V.V.V.V. 54. Agora! Está feito! Morte. 55. Eu gritei bem alto a palavra e ela foi um poderoso conjuro para compelir o Invisível, um encantamento para desatar o atado; sim, para desatar o atado.

97 9 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli II 1. Ó meu Deus! Usai-me Tu novamente, sempre. Para sempre! Para sempre! 2. Que aquilo que vem como fogo de Ti venha como água de mim; portanto que o Teu Espírito se assente firmemente em mim, de modo que a minha mão direita solte o relâmpago. 3. Viajando através do espaço, eu vi a arremetida de duas galáxias, colidindo uma com a outra e sangrando como touros sobre a terra. Eu fiquei com medo. 4. E assim elas pararam de lutar e se voltaram contra mim, e eu fui gravemente esmagado e rasgado. 5. Seria melhor se eu tivesse sido pisoteado pelo Mundo-Elefante. 6. Ó meu Deus! Tu és a minha querida pequena tartaruga! 7. Ainda assim Tu sustentas o Mundo-Elefante. 8. Eu rastejo sob a Tua carapaça, como um amante na cama da sua bela; eu rastejo, e me sento em Teu coração, por mais apertado e aconchegante que seja. 9. Tu me abrigas, para que eu não ouça o bramido daquele Mundo-Elefante. 10. Tu não vales um óbolo na ágora; ainda assim Tu não deverás ser comprada ao preço do resgate de todo o Universo. 11. Tu és como uma bela escrava núbia repousando seu púrpura nu contra os verdes pilares de mármore que estão acima da banheira. 12. O vinho jorra de seus negros mamilos. 13. Eu bebi vinho por um instante quando estive na casa de Pertinax. O serviçal me tratou com cortesia, e me ofereceu corretamente o doce Chian. 14. Havia um garoto Dórico, hábil em atos de força, um atleta. A lua cheia desapareceu colericamente por trás das ruínas. Ah! Mas nós demos risadas.

98 10 V.V.V.V.V. 15. Eu estava perniciosamente embriagado, Ó meu Deus! E ainda assim Pertinax me levou ao casamento. 16. Eu tinha uma coroa de espinhos como todo o meu dote. 17. Tu és como um chifre de bode de Astor, Ó Tu meu Deus, curvado e enganador e diabolicamente forte. 18. Mais frio do que todo o gelo de todas as geleiras da Montanha Nua foi o vinho que ele verteu para mim. 19. Um país selvagem e uma lua minguante. Nuvens correndo por sobre o céu. Um círculo de pinheiros, e de altos seixos além. E Tu ao centro! 20. Ó todos vós sapos e gatos, alegrem-se! Vós coisas lodosas, venham cá! 21. Dancem, dancem ao Senhor nosso Deus! 22. Ele é ele! Ele é ele! Ele é ele! 23. Por que eu deveria prosseguir? 24. Por que? Por que? Vem a súbita tagarelice de um milhão de diabinhos do inferno. 25. E a gargalhada continua. 26. Mas não adoece o Universo; mas não abala as estrelas. 27. Deus! Como eu Te amo! 28. Eu estou caminhando em um hospício; todos os homens e mulheres ao meu redor estão loucos. 29. Ó loucura! loucura! loucura! Desejável és tu! 30. Mas eu Te amo, Ó Deus! 31. Estes homens e mulheres rugem e uivam; eles espumam loucura. 32. Eu começo a ficar receoso. E não tenho saída; Eu estou só. Só. Só.

99 11 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 33. Pensai, Ó Deus, em como eu sou feliz no Teu amor. 34. Ó Pan de mármore! Ó falso rosto malicioso! Eu amo os Teus beijos obscuros, sangrentos e fétidos! Ó Pan de mármore! Teus beijos são como a luz do sol sobre o Egeu azul; o sangue deles é o sangue do por do sol sobre Atenas; o fedor deles é como um jardim de Rosas da Macedônia. 35. Eu sonhei com o por do sol e rosas e vinhos; Tu estavas lá, Ó meu Deus, Tu de fato te trajastes como uma cortesã Ateniense, e eu Te amei. 36. Tu não és sonho, Ó Tu tão belo como estavas para adormecer e despertar! 37. Eu disperso o povo insano da terra; eu caminho sozinho com meus pequenos bonecos no jardim. 38. Eu sou o Gigante; aquela distante galáxia nada mais é do que o anel de fumaça do meu incenso. 39. Queimai Tu ervas estranhas, Ó Deus! 40. Preparai-me um licor mágico, garotos, com os seus relances! 41. A própria alma está embriagada. 42. Tu estás embriagado, Ó meu Deus, pelos meus beijos. 43. O Universo titubeia; Tu olhaste em sua direção. 44. Duas vezes, e tudo está feito. 45. Vinde, Ó meu Deus, e que nos abracemos! 46. Preguiçosamente, avidamente, ardentemente, pacientemente; assim eu trabalharei. 47. Haverá um Fim. 48. Ó Deus! Ó Deus! 49. Eu sou um louco por Te amar; Tu és cruel, Tu recusas a Ti mesmo. 50. Vinde a mim agora! Eu Te amo! Eu Te amo! 51. Ó meu querido, meu querido Beija-me! Beija-me! Ah! Mais uma vez.

100 12 V.V.V.V.V. 52. Sono, toma-me! Morte, toma-me! Esta vida é muito cheia; ela magoa, ela destrói, ela satisfaz. 53. Deixa-me voltar para o mundo; sim, de volta para o mundo.

101 13 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli III 1. Eu era o sacerdote de Ammon-Ra no templo de Ammon-Ra em Thebai. 2. Porém Bacchus veio cantando com suas tropas de garotas vestidas de parreiras, de garotas em mantos escuros; e Bacchus ao centro como um gamo! 3. Deus! Como me inflamei na minha fúria e dispersei o coro! 4. Mas no meu templo ficou Bacchus como o sacerdote de Ammon-Ra. 5. Então eu saí descontrolado com as garotas para a Abissínia; e lá nós habitamos e nos regozijamos. 6. Excessivamente; sim, em boa realidade! 7. Eu comerei o fruto maduro e o não maduro para a glória de Bacchus. 8. Varandas de azevinho, e fileiras de ônix e opala e sardônica conduzindo até o frio pórtico verde de malaquita. 9. Dentro há uma concha de cristal, perfilada como uma ostra Ó glória de Príapo! Ó beatitude da Grande Deusa! 10. Dentro desta há uma pérola. 11. Ó Pérola! Tu nasceste da majestade do terrível Ammon-Ra. 12. Então eu o sacerdote vi um brilho incessante no coração da pérola. 13. Tão brilhante que nós não podíamos olhar! Porém vide! Uma rosa vermelho-sangue sobre uma cruz de ouro brilhante! 14. Então eu adorei o Deus. Bacchus! Tu és o amante do meu Deus! 15. Eu que era sacerdote de Ammon-Ra, que vi o Nilo fluir por muitas luas, por muitas, muitas luas, sou o jovem gamo da terra cinza.

102 14 V.V.V.V.V. 16. Eu vou começar a minha dança nos seus encontros, e meus amores secretos serão doces entre vós. 17. Tu terás um amante entre os senhores da terra cinza. 18. Este será trazido a ti, sem o que tudo é em vão; a vida de um homem derramada pelo teu amor sobre os Meus Altares. 19. Amém. 20. Que seja breve, Ó Deus, meu Deus! Eu sofro por Ti, eu vagueio muito solitário entre a gente insana, na terra cinza de desolação. 21. Tu erguerás a abominável Coisa solitária de perversidade. Ó prazer! Assentar aquela pedra angular! 22. Ela ficará ereta sobre a alta montanha; apenas o meu Deus comungará com ela. 23. Eu a construirei de um simples rubi; ela poderá ser vista de muito longe. 24. Vinde! Irritemos os vasos da terra: eles destilarão estranho vinho. 25. Ele cresce sob minha mão: ele cobrirá todo o firmamento. 26. Tu estás por trás de mim: Eu grito num louco prazer. 27. Então disse Ithuriel o forte; que nós também adoremos esta maravilha invisível! 28. Assim o fizeram, e os arcanjos choraram sobre o céu. 29. Estranho e místico, como um sacerdote amarelo invocando poderosos vôos de grandes pássaros cinza desde o Norte, assim permaneço e Te invoco! 30. Que eles não obscureçam o sol com suas asas e sua algazarra! 31. Levai embora a forma e sua sucessão! 32. Eu estou estático. 33. Tu és como uma águia marinha por entre o arrozal, eu sou o grande pelicano vermelho nas águas do por do sol.

103 15 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 34. Eu sou como um negro eunuco; e Tu és a cimitarra. Eu corto a cabeça do luminoso, aquele que rompe o pão e o sal. 35. Sim! Eu corto e o sangue faz parecer como se fosse um por do sol por sobre o lápis lázuli da Alcova do Rei. 36. Eu corto! O mundo inteiro se rompe em um poderoso vento, e uma voz grita alto numa língua que os homens não conseguem falar. 37. Eu conheço aquele som terrível do prazer primordial; sigamos nas asas da ventania diretamente para a casa santa de Hathor; ofereçamos as cinco jóias da vaca sobre o seu altar! 38. Novamente a voz não humana! 39. Eu lanço o meu volume Titânico para dentro dos dentes da ventania, e eu corto e triunfo, e faço uma curva por sobre o mar. 40. Há um estranho Deus pálido, um deus de dor e perversidade mortal. 41. Minha própria alma morde a si mesma, como um escorpião cercado pelo fogo. 42. Aquele Deus pálido com o rosto desviado, aquele Deus de sutileza e gargalhada, aquele jovem Deus Dórico, a ele eu servirei. 43. Pois o fim disto é o tormento inexprimível. 44. Melhor a solidão do grande mar cinza! 45. Mas o povo da terra cinza adoeceu, meu Deus! 46. Deixe-me sufocá-los com as minhas rosas! 47. Ó Tu delicioso Deus, sorriso sinistro! 48. Eu Te colho, Ó meu Deus, como uma ameixa púrpura sobre uma árvore ensolarada. Como Tu te dissolveste na minha boca, Tu açúcar consagrado das Estrelas! 49. O mundo é todo cinza perante os meus olhos; ele é como um velho odre de vinho desgastado. 50. Todo o vinho dele está nestes lábios.

104 16 V.V.V.V.V. 51. Tu me geraste sobre uma Estátua de mármore, Ó meu Deus! 52. O corpo está gelado pelo frio de um milhão de luas; ele está mais rígido do que o diamante da eternidade. Como eu seguirei para a luz? 53. Tu és Ele, Ó Deus! Ó meu querido! Minha criança! Meu brinquedo! Tu és como um grupo de donzelas, como uma multidão de cisnes sobre o lago. 54. Eu sinto a essência da suavidade. 55. Eu sou duro e forte e masculino; mas vinde Tu! Eu serei suave e frágil e feminino. 56. Tu me triturarás na prensa de vinho do Teu amor. Meu sangue tingirá Teus pés ardentes com litanias de Amor em Angústia. 57. Haverá uma nova flor nos campos, uma nova vindima nos vinhedos. 58. As abelhas colherão um novo mel; os poetas cantarão uma nova canção. 59. Eu ganharei a Dor do Bode como meu prêmio; e o Deus que se assenta sobre os ombros do Tempo dormirá. 60. Então tudo isso que está escrito será realizado: sim, será realizado.

105 17 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli IV 1. Eu sou como uma donzela se banhando numa piscina clara de água fresca. 2. Ó meu Deus! Eu Te vejo negro e desejável, surgindo por entre a água como uma fumaça dourada. 3. Tu és totalmente dourado, o cabelo e as sobrancelhas e o rosto brilhante; mesmo nas pontas dos dedos das mãos e dos pés. Tu és um sonho róseo de ouro. 4. Minha alma salta profundamente para dentro dos Teus olhos que são dourados, como um arcanjo ameaçando o sol. 5. Minha espada Te atravessa uma e outra vez; luas cristalinas saem do Teu belo corpo que está oculto por trás da curvatura dos Teus olhos. 6. Mais fundo, ainda mais fundo. Eu caio, exatamente como todo o Universo se precipita no abismo dos Anos. 7. Pois a Eternidade chama; o Mundo do alto chama; o mundo da Palavra está nos esperando. 8. Exauris a fala, Ó Deus! Cravai as presas do cão Eternidade nesta minha garganta! 9. Eu sou como um pássaro ferido se debatendo em círculos. 10. Quem sabe onde cairei? 11. Ó Abençoado! Ó Deus! Ó meu devorador! 12. Deixa-me cair, me precipitar, me perder, longe, sozinho! 13. Deixa-me cair! 14. Nem há qualquer descanso, Amado, salvo no berço do real Bacchus, a coxa do Mais Sagrado. 15. Ali há descanso, sob o dossel da noite. 16. Urano repreendeu Eros; Marsyas repreendeu Olympas; eu repreendo o meu belo amante com sua cabeleira de raios de sol; eu não cantarei?

106 18 V.V.V.V.V. 17. Meus encantamentos não trarão ao meu redor a maravilhosa companhia dos deuses da floresta, seus corpos brilhando com o unguento da luz do luar e mel e mirra? 18. Veneráveis sois vós, Ó meus amantes; vamos avante para a cova mais escura! 19. Lá nos banquetearemos com mandrágora e alho mágico! 20. Lá O Amável nos concederá o Seu santo banquete. Nos bolos tostados de milho provaremos o alimento do mundo, e nos fortaleceremos. 21. No avermelhado e terrível cálice de morte nós beberemos o sangue do mundo, e nos embriagaremos! 22. Óé! A canção para Iao, a canção para Iao! 23. Vinde, deixa-nos cantar para ti, Iacchus invisível, Iacchus triufante, Iacchus inefável! 24. Iacchus, Ó Iacchus, Ó Iacchus, estejas próximo de nós! 25. Então o semblante de todo o tempo escureceu, e a luz verdadeira brilhou. 26. Também havia um certo grito em uma língua desconhecida, cuja estridência perturbou as águas tranquilas da minha alma, de modo que a minha mente e o meu corpo foram curados de sua doença, auto conhecimento. 27. Sim, um anjo perturbou as águas. 28. Este era o grito Dele: IIIOOShBTh-IO-IIIIAMAMThIBI-II. 29. Nem tampouco eu cantei isto mil vezes por noite durante mil noites antes que Tu viesses, Ó meu Deus flamejante, e me perfurasse com a Tua lança. Teu manto escarlate revelou os céus totalmente, de modo que os Deuses disseram: Tudo está queimando: isto é o fim. 30. Também Tu colocastes Teus lábios na ferida e sugastes um milhão de ovos. E Tua mãe sentou-se sobre eles, e eis! Estrelas e estrelas e Coisas derradeiras das quais as estrelas são os átomos. 31. Então eu Te percebi, Ó meu Deus, sentado como um gato branco sobre a treliça do caramanchão; e o zumbido dos mundos rodopiantes era nada mais que Teu prazer. 32. Ó gato branco, as centelhas saltam do Teu pelo! Tu crepitastes ao partir os mundos.

107 19 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 33. Eu vi mais de Ti no gato branco do que vi na Visão dos Æons. 34. Na barca de Ra eu viajei, mas eu jamais descobri sobre o Universo visível qualquer ser como Ti! 35. Tu eras como um cavalo branco alado, e eu Te cavalguei através da eternidade contra o Senhor dos Deuses. 36. Assim ainda cavalgamos! 37. Tu eras como um floco de neve caindo sobre as florestas cobertas de pinheiros. 38. Em um momento Tu estavas perdido em um deserto do igual e do diferente. 39. Mas eu contemplei o belo Deus por trás da nevasca - e Tu eras Ele! 40. Também em li em um grande livro. 41. Sobre pele antiga estava escrito em letras douradas: Verbum fit Verbum. 42. Também Vitriol e o nome do hierofante V.V.V.V.V. 43. Tudo isso girava em fogo, em fogo de estrela, raro e distante e completamente solitário exatamente como Tu e eu, Ó alma desolada meu Deus! 44. Sim, e a escrita Esta é a voz que sacudiu a terra. Está bem. 45. Oito vezes ele gritou alto, e por oito e por oito eu contarei os Teus favores, Ó Tu Onze vezes Deus 418! 46. Sim, e por muito mais; pelo dez nas vinte e duas direções; exatamente como a perpendicular da Pirâmide assim serão os Teus favores.

108 20 V.V.V.V.V. 47. Se eu os numero, eles são Um. 48. Excelente é Teu amor, Ó Senhor! Tu és revelado pela escuridão, e aquele que tateia no horror dos bosques Te agarrará por acaso, exatamente como uma serpente que ataca um pequeno passarinho que canta. 49. Eu Te agarrei, Ó meu afável tordo; eu sou como um falcão de mãe-esmeralda; eu Te agarro por instinto, embora meus olhos se enganem pela Tua glória. 50. Ainda assim eles estão para além da tolice das pessoas. Eu as vejo na areia amarela, e vestidas em púrpura Tiriana. 51. Eles arrastam o seu Deus brilhante para a terra em redes; eles fazem uma fogueira para o Senhor do Fogo, e gritam palavras profanas, até mesmo a terrível maldição Amri maratza, maratza, atman deona lastadza maratza maritza marán! 52. Então eles cozinham o deus brilhante, e o engolem inteiro. 53. Essas são pessoas perversas, Ó belo garoto! Passemos para o Outro Mundo. 54. Transformemo-nos numa isca agradável, numa forma sedutora! 55. Eu serei como uma esplêndida mulher nua com seios de marfim e mamilos dourados; todo o meu corpo será como o leite das estrelas. Eu serei lustroso e grego, uma cortesã de Delos, da Ilha instável. 56. Tu serás como um pequeno verme vermelho em um anzol. 57. Mas tu e eu pegaremos o nosso peixe de modo semelhante. 58. Então tu serás um peixe brilhante com as costas douradas e o ventre prateado: eu serei como um homem belo violento, mais forte do que dois touros premiados, um homem do Oeste carregando um grande saco de joias preciosas sobre um bastão que é maior do que o eixo de tudo. 59. E o peixe será sacrificado a Ti e o homem forte crucificado para Mim, e Tu e eu beijaremos, para reparar o erro do Início; sim, para reparar o erro do Início.

109 21 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli V 1. Ó meu belo Deus! Eu nado em Teu coração como uma truta na torrente da montanha. 2. Eu salto de lagoa em lagoa no meu prazer; eu sou gracioso em marrom e dourado e prateado. 3. Porque, eu sou mais atraente do que as árvores castanho-avermelhadas na primeira nevasca de outono. 4. E a caverna de cristal do meu pensamento é mais fascinante do que eu. 5. Apenas um anzol de pesca pode me puxar para fora; ele é uma mulher se ajoelhando na margem do córrego. É ela quem derrama o orvalho brilhante sobre si mesma, e na areia de modo que o rio jorre. 6. Há um pássaro em uma murta mais além; apenas a canção daquele pássaro pode me retirar da lagoa do Teu coração, Ó meu Deus! 7. Quem é este garoto Napolitano que gargalha na sua alegria? Sua amante é a poderosa cratera da Montanha de Fogo. Eu vi os seus membros carbonizados apoiados para baixo das encostas numa língua furtiva de pedra líquida. 8. E Ó! O piar da cigarra! 9. Eu me lembro dos dias quando eu era cacique no México. 10. Ó meu Deus, eras Tu então como agora o meu belo amante? 11. Era a minha juventude então como agora o Teu brinquedo, Teu prazer? 12. De fato, eu me lembro daqueles dias de ferro. 13. Eu me lembro como nós ensopávamos aqueles lagos amargos com a nossa torrente de ouro; como nós enterramos a preciosa imagem na cratera de Citlaltepetl. 14. Como a boa chama nos suspendeu diretamente sobre as terras baixas, nos conduzindo para dentro da floresta impenetrável.

110 22 V.V.V.V.V. 15. Sim, Tu eras um estranho pássaro escarlate com um bico de outro. Eu era o Teu companheiro nas florestas da terra baixa; e ainda assim nós ouvíamos de longe o canto estridente dos sacerdotes mutilados e o clamor insano do Sacrifício das Virgens. 16. Havia um estranho Deus alado que nos contou sobre a sua sabedoria. 17. Nós conseguimos ser grãos estrelados de pó de ouro nas areias de um rio vagaroso. 18. Sim, e aquele rio era o rio do espaço e também do tempo. 19. Daí nós partimos; uma vez para o menor, uma vez para o maior, até agora, Ó doce Deus, nós somos nós mesmos, o mesmo. 20. Ó meu Deus, Tu é como um pequeno bode branco com raios nos seus chifres! 21. Eu Te amo, eu Te amo. 22. Cada respiração, cada palavra, cada pensamento, cada feito é um ato de amor Contigo. 23. A batida do meu coração é o pêndulo do amor. 24. As minhas canções são os suaves suspiros: 25. Os meus pensamentos são um verdadeiro arrebatamento: 26. E os meus feitos são as miríades dos Teus filhos, as estrelas e os átomos. 27. Que nada haja! 28. Que todas as coisas se derramem neste oceano de amor! 29. Seja esta devoção um potente encantamento para exorcizar os demônios dos Cinco! 30. Ah Deus, tudo se foi! Tu consumastes o Teu êxtase. Falútli! Falútli! 31. Há uma solenidade do silêncio. Não existe mais voz em absoluto. 32. Então isto estará no fim. Nós que éramos pó jamais desapareceremos no pó. 33. Então assim será.

111 23 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 34. Então, Ó meu Deus, o sopro do Jardim das Especiarias. Todas estas tem um sabor de aversão. 35. O cone é cortado com um raio infinito; a curva da vida hiperbólica salta para a existência. 36. Mais e mais distante nós flutuamos; e ainda assim estamos parados. É a série de sistemas que está se perdendo de nós. 37. Primeiro cai o mundo estúpido; o mundo da velha terra cinza. 38. Cai em uma distância impensável, com seu pesaroso rosto barbado agindo sobre ele; ele desvanece para o silêncio e a angústia. 39. Estamos em silêncio e êxtase, e a face é a face risonha de Eros. 40. Sorrindo nós o saudamos com os sinais secretos. 41. Ele nos conduz ao Palácio Invertido. 42. Lá está o Coração de Sangue, uma pirâmide apontando seu vértice para baixo além do Erro do Início. 43. Ocultai-me na Tua Glória, Ó querido, Ó principesco amante desta donzela meretriz, dentro da Câmara mais Secreta do Palácio! 44. Isto é feito rapidamente; sim, o selo é afixado sobre o jazigo. 45. Existe um que terá proveito em abri-lo. 46. Não pela memória, nem pela imaginação, nem por oração, nem por jejum, nem por flagelação, nem pelas drogas, nem por ritual, nem por meditação; apenas através do amor passivo ele se beneficiará. 47. Ele aguardará pela espada do Amado e colocará à mostra sua garganta para o golpe. 48. Então o sangue dele jorrará e me escreverá runas no céu; sim, me escreverá runas no céu.

112 24 V.V.V.V.V. VI 1. Tu eras uma sacerdotisa, Ó meu Deus, entre os Druidas; e nós conhecíamos os poderes do carvalho. 2. Construímos para nós um templo de pedras no formato do Universo, exatamente como tu o trajastes abertamente e eu reservadamente. 3. Lá nós realizamos muitas coisas maravilhosas por volta da meia noite. 4. Nós operamos por meio da lua minguante. 5. Por sobre a planície veio o uivo atroz dos lobos. 6. Nós respondemos; nós caçamos junto com a alcateia. 7. Nós fomos diretamente para a nova Capela e Tu colocaste o Santo Graal sob as Tuas vestes de Druida. 8. Secretamente e discretamente nós bebemos do sacramento revelador. 9. Então uma terrível doença se apoderou do povo da terra cinza; e nós nos enchemos de contentamento. 10. Ó meu Deus, dissimulai a Tua glória! 11. Vinde como um ladrão, e roubemos os Sacramentos! 12. Em nossos bosques, em nossas celas de claustro, em nossa colmeia de felicidade, bebamos, bebamos! 13. Este é o vinho que tinge a tudo com a verdadeira tintura do ouro infalível. 14. Há profundos segredos nestas canções. Não é suficiente ouvir o pássaro; para apreciar a canção ele deve ser o pássaro. 15. Eu sou o pássaro, e Tu és a minha canção, Ó meu glorioso Deus galopante!

113 25 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 16. Tu dominas nas estrelas; tu conduzes as sete constelações lado a lado através do circo da Nãoexistência. 17. Tu Deus Gladiador! 18. Eu toco a minha harpa; Tu lutas com as bestas e as chamas. 19. Tu sentes o Teu prazer na música, e eu na luta. 20. Tu e eu somos queridos pelo Imperador. 21. Vide! Ele nos convocou ao trono Imperial. A noite cai; é uma grande orgia de adoração e êxtase. 22. A noite cai como uma capa adornada dos ombros de um príncipe sobre um escravo. 23. Ele ergue um homem livre! 24. Lança tu, Ó profeta, a capa por sobre estes escravos! 25. Uma grande noite, e poucas fogueiras neste lugar; mas a liberdade para o escravo que sua glória envolverá. 26. Então eu também desci para a grande cidade triste. 27. Lá a Messalina morta trocou sua coroa pelo veneno do morto Locusta; lá esteve Calígula, e golpeou os mares de esquecimento. 28. Quem eras Tu, Ó César, que conhecestes Deus em um cavalo? 29. Vide! Nós vimos o Cavalo Branco do Saxão gravado sobre a terra; e nós vimos os Cavalos do Mar que flamejam sobre a velha terra cinza, e a espuma das suas narinas nos iluminam! 30. Ah! Mas eu te amo, Deus! 31. Tu és como uma lua sobre o mundo de gelo. 32. Tu és como a alvorada das neves mais distantes sobre as planícies queimadas da terra do tigre. 33. Pelo silêncio e pela fala eu Te adoro.

114 26 V.V.V.V.V. 34. Mas tudo é em vão. 35. Apenas o Teu silêncio e a Tua fala que me beneficiam na adoração. 36. Lamentai, Ó vós povo da terra cinza, pois nós bebemos do seu vinho, e deixamos para vós nada além do que a borra mais amarga. 37. Ainda assim destas nós destilaremos para vós um licor além do néctar dos Deuses. 38. Há valor na nossa tintura para um mundo de Especiarias e ouro. 39. Pois o nosso pó vermelho de projeção está além de todas as possibilidades. 40. Há poucos homens; há o suficiente. 41. Teremos muitos copeiros, e o vinho não está restrito. 42. Ó meu querido Deus! Que festa Tu providenciaste. 43. Contemplai as luzes e as flores e as donzelas! 44. Provai os vinhos e os bolos e as esplêndidas refeições! 45. Inalai os perfumes e as nuvens de pequenos deuses como ninfas da floresta que habitam nas narinas! 46. Senti com todo o teu corpo a gloriosa suavidade do frescor do mármore e o calor generoso do sol e dos escravos! 47. Que o Invisível conceda essência a toda Luz devoradora do seu rompente vigor! 48. Sim! O mundo todo é partido ao meio, como uma velha árvore cinza pelo raio! 49. Vinde, Ó vos deuses, e festejemos. 50. Tu, Ó meu querido, Ó meu incessante Deus-Pardal, meu deleite, meu desejo, meu enganador, vinde Tu e gorjeie na minha mão direita! 51. Este era o conto da memória de Al A in o sacerdote; sim, de Al A in o sacerdote.

115 27 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli VII 1. Pela queima do incenso foi a Palavra revelada, e pela droga distante. 2. Ó refeição e mel e óleo! Ó belo estandarte da lua, que ela estende no centro do êxtase! 3. Estes soltam as ataduras do cadáver; estes soltam os pés de Osíris, de modo que o Deus flamejante possa se enfurecer através do firmamento com a sua lança fantástica. 4. Mas a triste estátua é puro mármore preto, e a dor imutável dos olhos é amarga para o cego. 5. Nós compreendemos o arrebatamento daquele mármore estremecido, despedaçado pelos espasmos da criança coroada, o bastão dourado do Deus dourado. 6. Nós sabemos porque tudo está ocultado na pedra, dentro do ataúde, dentro do poderoso sepulcro, e nós também respondemos Olalám! Imál! Tutúlu! Como está escrito no antigo livro. 7. Três palavras daquele livro são como vida para um novo aeon; nenhum deus leu por inteiro. 8. Mas tu e eu, Ó Deus, o escrevemos página por página. 9. Nossa é onze vezes a leitura da palavra por Onze vezes. 10. Estas sete letras juntas criam diversas palavras; cada palavra é divina, e sete sentenças estão ocultas aí. 11. Tu és a Palavra, Ó meu querido, meu senhor, meu mestre! 12. Ó vinde a mim, misture o fogo e a água, tudo dissolverá. 13. Eu Te aguardo no sono, no despertar. Eu não mais Te invoco; Pois Tu estás em mim, Ó Tu que me fizeste um belo instrumento afinado com o Teu êxtase. 14. Ainda assim Tu estás sempre separado, assim como eu. 15. Eu me lembro de certo feriado no crepúsculo do ano, no crepúsculo do Equinócio de Osíris, quando pela primeira vez eu Te contemplei visivelmente; quando pela primeira vez a terrível questão foi resolvida; quando Aquele com cabeça de Íbis resolveu o conflito.

116 28 V.V.V.V.V. 16. Eu me lembro do Teu primeiro beijo, exatamente como deveria uma donzela lembrar. Nem nos escuros atalhos houve outro: Teus beijos continuaram. 17. Não há nenhum outro além de Ti em todo o Universo de Amor. 18. Meu Deus, eu Te amo, Ó Tu bode com chifres adornados! 19. Tu belo touro de Ápis! Tu bela serpente de Apep! Tu bela criança da Deusa Grávida! 20. Tu te agitaste no Teu sono, Ó antiga tristeza dos anos! Tu ergueste a Tua cabeça para atingir, e tudo está dissolvido no Abismo de Glória. 21. Um fim para as letras das palavras! Um fim para a fala sétupla. 22. Explique-me a maravilha disso tudo na figura de um camelo magro veloz andando a largos passos sobre a areia. 23. Sozinho ele está, e abominável; ainda assim ele ganhou a coroa. 24. Ó alegra-te! Alegra-te! 25. Meu Deus! Ó meu Deus! Eu sou nada mais que um grão na poeira das estrelas das eras; eu sou o Mestre do Segredo das Coisas. 26. Eu sou o Revelador e o Preparador. Minha é a Espada e a Mitra e o Bastão Alado! 27. Eu sou o Iniciador e o Destruidor. Meu é o Globo e o pássaro Bennu e o Lótus de Ísis minha filha! 28. Eu sou Aquele além de todos estes; e eu porto os símbolos da poderosa escuridão. 29. Haverá um sigilo como o de um vasto, negro e ameaçador oceano de morte e o brilho central da escuridão, irradiando sua noite sobre tudo. 30. Ele engolirá aquela escuridão menor. 31. Porém naquela profundeza quem responderá: O que é? 32. Não eu. 33. Não Tu, Ó Deus!

117 29 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli 34. Vinde, não vamos mais discutir juntos; vamos nos divertir! Sejamos nós mesmos, silentes, únicos, distantes. 35. Ó florestas solitárias do mundo! Em quais recessos tu ocultarás nosso amor? 36. A floresta das lanças do Altíssimo é chamada Noite, e Hades, e o Dia da Ira; mas eu sou Seu capataz, e eu carrego o Seu cálice. 37. Não me temas com meus lanceiros! Eles matarão os demônios com seus pequenos forcados. Vós sereis livres. 38. Ah, escravos! vós não vós não sabeis como querer. 39. Ainda assim a música das minhas lanças será uma canção de liberdade. 40. Um grande pássaro voará desde o Abismo de Prazer, e vos arribará para seres meus copeiros. 41. Vinde, Ó meu Deus, em um ultimo arrebatamento alcancemos a União com os Muitos! 42. No silêncio das Coisas, na Noite das Forças, além do maldito domínio dos Três, gozemos nosso amor! 43. Meu querido! Meu querido! Para fora, para além da Assembleia e da Lei e da Iluminação para uma Anarquia de Solidão e Escuridão! 44. Pois mesmo assim nós devemos ocultar o brilho do nosso Ser. 45. Meu querido! Meu querido! 46. Ó meu Deus, mas o amor em Mim queima para além dos limites do Espaço e do Tempo; meu amor é derramado entre aqueles que amam não amar. 47. Meu vinho é derramado para aqueles que jamais provaram o vinho. 48. As emanações dali vão intoxicá-los e o vigor do meu amor produzirá crianças poderosas para as suas donzelas. 49. Sim! Sem influxo, sem abraço: e a Voz respondeu Sim! Estas coisas serão. 50. Então eu busquei uma Palavra para Mim mesmo; de fato, para mim mesmo.

118 30 V.V.V.V.V. 51. E a Palavra veio: Ou Tu! Isto está bem. Não te preocupes com nada! Eu Te amo! Eu Te amo! 52. Assim eu tive confiança até o fim de tudo; sim, até o fim de tudo. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

119 31 Liber Liberi vel Lapidis Lazvli INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Liberi vel Lapidis Lazvli, Advmbratio Kabbalæ Ægyptiorvm svb figvrâ VII Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /08/2011 e.v. i Sendo a Voluntária Emancipação de um certo Adepto Isento de seu Adeptado. Estas são as palavras de nascimento de um Mestre do Templo. A natureza deste livro é suficientemente explicada pelo seu título. Seus sete capítulos se referem aos sete planetas nesta ordem: Marte, Saturno, Júpiter, Sol, Mercúrio, Lua e Vênus. Ele foi recebido em 29 de outubro de 1907 e.v.. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

120 1 Liber Trigrammaton

121 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

122 3 Liber Trigrammaton LIBER TRIGRAMMATON SVB FIGVRÂ XXVII i ii por V.V.V.V.V. iii Sendo o Livro dos Trigramas das Mutações do Tao com o Yin e o Yang Aqui há Nada sob as suas três formas. Ele não é, e ainda assim formou todas as coisas. Agora vem a glória do Único, como uma imperfeição e mácula. Mas através do Vulnerável, a Mãe, ele foi equilibrado. Também a pureza foi dividida pela Força, a força do Demiurgo. E a Cruz foi formulada no Universo que ainda não existia. Mas agora a Imperfeição se tornou manifesta, agindo sobre o desvanecer da perfeição.

123 4 V.V.V.V.V. Também a Mulher se ergueu, e velou o Céu Superior com seu corpo de estrelas. Então um gigante se ergueu, com força terrível; e afirmou o Espírito em um rito secreto. E o Mestre do Templo equilibrando todas as coisas se ergueu; sua estatura era acima do Céu e abaixo da Terra e do Inferno. Contra ele os Irmãos do Caminho da Mão Esquerda, confundindo os símbolos. Eles ocultaram seu horror [neste símbolo]; pois na verdade, eles eram O mestre flamejou como uma estrela e colocou uma sentinela da Água em cada Abismo. Também certos secretos escondidos na Luz da Pureza em si mesmos, protegendo-a das Perseguições. Igualmente também o fizeram certos filhos e filhas de Hermes e de Afrodite, mais abertamente.

124 5 Liber Trigrammaton Mas o Inimigo os confundiu. Eles fingiram ocultar aquela Luz, de modo que eles pudessem traí-la, e profaná-la. Ainda assim certas monjas santas ocultaram o segredo em canções na lira. Agora o Horror do Tempo perverteu todas as coisas, escondendo a Pureza com uma coisa repugnante, uma coisa inominável. Sim, e se ergueram sensualistas sobre o firmamento, como uma mancha abominável de tempestade sobre o céu. E os Irmãos Negros ergueram suas cabeças; sim, eles se revelaram sem vergonha ou temor. Também lá se ergueu uma alma de sujeira e de fraqueza, e ela corrompeu toda a regra do Tao.

125 6 V.V.V.V.V. Então havia apenas o Céu estabelecido para suportar a agitação; pois apenas na mais baixa corrupção é manifestada a forma. Também o Céu se manifestou em luz violenta, E em luz suave. Então as águas do firmamento foram reunidas, E uma crosta de terra ocultou a núcleo de chamas. Em torno do globo se reuniu o ar extenso, E os homens começaram a acender fogos sobre a terra.

126 7 Liber Trigrammaton Portanto era o fim da sua tristeza; ainda assim naquela tristeza havia uma estrela sêxtupla de glória através da qual eles podiam ver o retorno à Morada Imaculada; sim, à Morada Imaculada. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

127 1 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei

128 2 Aiwass A A Publicação em Classe A.

129 3 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei LIBER AL VEL LEGIS SVB FIGVRÂ CCXX COMO ENTREGUE POR XCIII = 418 A DCLXVI 1. Had! A manifestação de Nuit. 2. O desvelar da companhia do céu. 3. Todo homem e toda mulher é uma estrela. 4. Todo número é infinito; não há diferença. 5. Ajuda-me, ó senhor guerreiro de Tebas, no meu desvelar perante os Filhos dos homens! 6. Sede tu Hadit, meu centro secreto, meu coração e língua! 7. Vede! isto é revelado por Aiwass o ministro de Hoor-paar-kraat. 8. O Khabs está no Khu, não o Khu no Khabs. 9. Adorai então o Khabs, e contemplai minha luz derramada sobre vós! 10. Que os meus servidores sejam poucos e secretos: eles governarão os muitos e os conhecidos. I 11. São tolos esses aos quais os homens adoram; tanto os seus Deuses quanto os seus homens são tolos. 12. Avançai, ó crianças, sob as estrelas, e tomai a vossa plenitude de amor. 13. Eu estou sobre vós e em vós. O meu êxtase está no vosso. O meu prazer é ver o vosso prazer. 14. Acima, o adornado azul-celeste é O esplendor nu de Nuit; Ela se curva em êxtase para beijar Os ardores secretos de Hadit. O globo alado, o azul estrelado, São meus, Ó Ankh-af-na-khonsu! 15. Agora vós sabereis que o sacerdote e apóstolo escolhido do espaço infinito é o príncipe-sacerdote a Besta; e na sua mulher chamada a Mulher Escarlate todo o poder é concedido. Eles deverão reunir minhas crianças em sua congregação: eles deverão trazer a glória das estrelas para os corações dos homens. 16. Pois ele é sempre um sol, e ela uma lua. Mas é para ele a chama alada secreta, e para ela a luz estelar arqueada. 17. Porém vós não sois assim escolhidos.

130 4 Aiwass 18. Arde sobre suas sobrancelhas, ó serpente esplendorosa! 19. Ó mulher coberta de azul, curva-te sobre eles! 20. A chave dos rituais está na palavra secreta que Eu dei a ele. 21. Com o Deus e o Adorador Eu nada sou; eles não me veem. Eles estão assim sobre a terra; Eu sou Céu, e não há outro Deus além de mim e de meu senhor Hadit. 22. Agora, portanto, Eu sou conhecida entre vós pelo meu nome Nuit, e por ele através de um nome secreto que Eu lhe darei quando finalmente me conhecer. Uma vez que Eu sou o Espaço Infinito e as Infinitas Estrelas deste, fazei vós também assim. Nada ateis! Que não se faça diferença entre vós e uma coisa e qualquer outra coisa; pois disto resulta dor. 23. Mas todo aquele que se beneficie nisto, que seja o mestre de todos! 24. Eu sou Nuit, e minha palavra é seis e cinquenta. 25. Dividi, somai, multiplicai e compreendei. 26. Então disse o profeta e escravo da bela: Quem sou Eu, e qual deverá ser o sinal? Então ela respondeu a ele, curvando-se, uma suave chama azul, toda tocante, toda penetrante, suas amáveis mãos sobre a terra negra, e seu corpo gracioso arqueado para o amor, e seus pés macios não machucando as pequeninas flores: Tu sabes! E o sinal será o meu êxtase, a consciência da continuidade da existência, a onipresença do meu corpo. 27. Então o sacerdote respondeu e disse à Rainha do Espaço, beijando as suas amáveis sobrancelhas, e o orvalho da sua luz banhando todo o seu corpo com um perfume adocicado de suor: Ó Nuit, contínua do Céu, que seja sempre assim; que os homens não falem de Ti como Uma, mas como Nenhuma; e que eles não falem de ti de modo algum, posto que tu és contínua! 28. Nenhum, sussurrou a luz, exausta e encantadora, das estrelas, e dois. 29. Pois Eu estou dividida pela causa do amor, pela chance de união. 30. Esta é a criação do mundo, que a dor da divisão é como nada e o prazer da dissolução, tudo. 31. Não vos preocupeis em absoluto com estes homens tolos e suas aflições! Eles sentem pouco; o que há, é compensado por débeis prazeres; mas vós sois os meus escolhidos. 32. Obedeceis ao meu profeta! segui os ordálios do meu conhecimento! buscai somente a mim! Então os prazeres do meu amor vos redimirão de toda dor. Isto é assim: Eu juro pela abóbada do meu corpo; pelo meu coração e língua sagrados; por tudo o que posso dar, por tudo que Eu desejo de todos vós! 33. Então o sacerdote caiu em um profundo transe ou desmaio, e disse à Rainha do Céu; Escrevei para nós os ordálios; escrevei para nós os rituais; escrevei para nós a lei!

131 5 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 34. Mas ela disse: os ordálios Eu não escrevo, os rituais serão metade conhecidos e metade ocultados: a Lei é para todos. 35. Isto que tu escreves é o tríplice livro da Lei. 36. O meu escriba Ankh-af-na-khonsu, o sacerdote dos príncipes, não deverá modificar em uma só letra este livro; mas para que não haja tolice, ele comentará sobre este através da sabedoria de Ra-Hoor- Khu-it. 37. Assim como os mantras e encantamentos, o obeah e wanga; o trabalho da baqueta e o trabalho da espada; estes ele deverá aprender e ensinar. 38. Ele deve ensinar, mas ele pode tornar severos os ordálios. 39. A palavra da Lei é θελημα. 40. Quem nos chama Thelemitas não cometerá erro, se ele apenas observar bem de perto a palavra. Pois dentro dela existem Três Graus, o Eremita, e o Amante, e o homem da Terra. Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei. 41. A palavra de Pecado é Restrição. Ó homem! Não recuseis tua esposa, se ela o quiser! Ó amante, se quereis, ide embora! Não há vínculo que possa unir o dividido senão o amor: tudo o mais é uma maldição. Maldito! Maldito seja pelos aeons! Inferno! 42. Que aquele estado de multiplicidade, seja confinado e repugnado. Assim com todos vós; tu não tens direito a não ser fazer a tua vontade. 43. Faze isso, e nenhum outro te dirá não. 44. Pois pura vontade, desaliviada de propósito, livre da ânsia de resultado, é todo caminho perfeito. 45. O Perfeito e o Perfeito são um Perfeito e não dois; não, são nenhum! 46. Nada é uma chave secreta desta lei. Sessenta e um os Judeus a chamam; Eu a chamo oito, oitenta, quatrocentos e dezoito. 47. Mas eles possuem a metade; uni pela tua arte de modo que tudo desapareça. 48. Meu profeta é um tolo com seu um, um, um; não são eles o Boi, e nenhum pelo Livro? 49. Estão abolidos todos os rituais, todos os ordálios, todas as palavras e sinais. Ra-Hoor-Khuit tomou o seu assento ao Leste no Equinócio dos Deuses; e que Asar esteja com Isa, que também são um. Mas eles não são de mim. Que Asar seja o adorador, Isa o sofredor; Hoor em seu secreto nome e esplendor é o Senhor iniciado. 50. Há uma palavra a dizer sobre a tarefa Sacerdotal. Vede! há três ordálios em um, e este pode ser dado de três maneiras. O grosseiro deve passar pelo fogo, que o sutil seja experimentado pelo intelecto, e

132 6 Aiwass os sublimes escolhidos no mais alto. Portanto vós tendes estrela e estrela, sistema e sistema; que um não conheça bem o outro! 51. Há quatro portões para um palácio; o piso daquele palácio é de prata e ouro; lápis lazuli e jaspe estão lá; e todas as raras fragrâncias; jasmim e rosa, e os emblemas da morte. Que ele entre na sequência ou simultaneamente pelos quatro portões; que ele fique em pé sobre o piso do palácio. Ele não afundará? Amn. Ho! guerreiro, se o teu servidor afundar? Porém existem meios e meios. Sejais graciosos portanto: vesti-vos todos em finos trajes; comeis ricas comidas e bebeis vinhos doces e vinhos que espumam! Também, tomai vossa fartura e vontade de amor como quiserdes, quando, onde e com quem quiserdes! Mas sempre a mim. 52. Se isto não estiver correto; se vós confundires as marcas do espaço, dizendo: Elas são uma; ou dizendo, Elas são muitas; se o ritual não for sempre para mim: então esperai pelos terríveis julgamentos de Ra Hoor Khuit! 53. Isto regenerará o mundo, o pequeno mundo minha irmã, meu coração e minha língua, a quem Eu envio este beijo. Também, ó escriba e profeta, embora tu sejas dos príncipes, isso não te aliviará nem te absolverá. Porém que êxtase seja teu e alegria da terra: sempre Para mim! Para mim! 54. Não altere nem ao menos o estilo de uma letra; pois vede! tu, ó profeta, não vereis todos estes mistérios aqui ocultados. 55. O filho das tuas entranhas, ele os verá. 56. Não espere que ele venha do Leste, nem do Oeste; pois de nenhuma casa esperada virá esta criança. Aum! Todas as palavras são sagradas e todos os profetas verdadeiros; salvo apenas que eles compreendem um pouco, resolvem a primeira metade da equação, deixando a segunda intacta. Mas tu tens tudo na clara luz, e algumas, embora não todas, na escuridão. 57. Invocai-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob vontade. Nem permitis que os tolos confundam o amor; pois existe amor e amor. Existe a pomba, e existe a serpente. Escolhei bem! Ele, meu profeta, escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande mistério da Casa de Deus. Todas aquelas antigas letras do meu livro estão corretas; mas צ não é a Estrela. Isto também é secreto; meu profeta o revelará ao sábio. 58. Eu concedo prazeres inimagináveis sobre a terra: certeza, não fé, enquanto em vida, sobre a morte; paz indescritível, repouso, êxtase; e Eu não exijo nada em sacrifício. 59. Meu incenso é de madeiras resinosas e gomas; e não há sangue ali: por causa do meu cabelo as árvores da Eternidade. 60. Meu número é 11, como todos os números daqueles que são de nós. A Estrela de Cinco Pontas, com um Círculo no Meio, e o círculo é Vermelho. Minha cor é o preto para o cego, mas o azul e ouro são vistos pelos que enxergam. Também Eu tenho uma glória secreta para aqueles que me amam.

133 7 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 61. Porém me amar é melhor do que todas as coisas: se debaixo das estrelas noturnas no deserto tu presentemente queimas incenso perante mim, invocando-me com um coração puro e a chama da Serpente ali, tu virás a repousar um pouco em meu seio. Por um beijo tu estarás então disposto a dar tudo; mas todo aquele que der uma partícula de poeira perderá tudo naquela hora. Vós devereis reunir bens e fartura de mulheres e especiarias; vós vestireis ricas joias; vós excedereis as nações da terra em esplendor e orgulho; mas sempre no amor de mim e então vós vireis ao meu prazer. Eu vos ordeno seriamente a vir perante mim em um robe único, e coberto com um rico ornamento na cabeça. Eu vos amo! Eu vos desejo! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, Eu que sou toda prazer e púrpura e embriaguez no sentido mais íntimo, vos desejo. Colocai as asas, e elevai o esplendor enrolado dentro de vós: vinde a mim! 62. Em todos os meus encontros convosco a sacerdotisa dirá e seus olhos arderão de desejo assim que ela permanecer em pé despida e regozijando no meu templo secreto A mim! A mim! invocando a chama dos corações de todos no seu canto de amor. 63. Cantai a extasiante canção de amor a mim! Queimai perfumes a mim! Vesti joias a mim! Bebei a mim, pois Eu vos amo! Eu vos amo! 64. Eu sou a filha de pálpebras azuis do pôr do sol; Eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno. 65. A mim! A mim! 66. A Manifestação de Nuit está por um fim.

134 8 Aiwass II 1. Nu! o esconder de Hadit. 2. Vinde! todos vós e conhecei o segredo que ainda não foi revelado. Eu, Hadit, sou o complemento de Nu, minha noiva. Eu não sou estendido, e Khabs é o nome de minha Casa. 3. Na esfera Eu sou em todo lugar o centro, como ela, a circunferência, não é encontrada em lugar algum. 4. Ainda assim ela será conhecida e Eu nunca. 5. Vêde! os rituais do tempo antigo são negros. Que os maus sejam atirados longe; que os bons sejam purgados pelo profeta! Então este Conhecimento seguirá corretamente. 6. Eu sou a chama que arde em cada coração de homem, e o núcleo de cada estrela. Eu sou Vida, e o doador de Vida, ainda assim o conhecimento de mim é o conhecimento da morte. 7. Eu sou o Magista e o Exorcista. Eu sou o eixo da roda, e o cubo no círculo. Vinde a mim é uma palavra tola: pois sou Eu que vou. 8. Quem adorou Heru-pa-kraath adorou a mim; mal, pois Eu sou o adorador. 9. Lembrai todos vós que a existência é puro prazer; que todas as tristezas são nada mais que sombras; elas passam e pronto; mas existe aquilo que permanece. 10. Ó profeta! tu tens má vontade para compreender esta escrita. 11. Eu te vejo odiar a mão e a pena; porém Eu sou mais forte. 12. Por causa de mim em Ti que tu não conheceste. 13. por quê? Porque tu foste o conhecedor, e mim. 14. Agora que haja um velar deste santuário: agora que a luz devore os homens e os consuma com cegueira! 15. Pois Eu sou perfeito, Não sendo; e meu número é nove para os tolos; porém com o justo Eu sou oito, e um em oito. O que é vital, pois de fato Eu sou nenhum. A Imperatriz e o Rei não são de mim; pois existe um segredo mais além. 16. Eu sou a Imperatriz e o Hierofante. Portanto onze, como minha noiva é onze. 17. Ouvi-me, vós povo de lamentação! As tristezas da dor e do arrependimento São deixadas para os mortos e os moribundos, A gente que ainda não me conhece.

135 9 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 18. Estes estão mortos, estes homens; eles não sentem. Nós não somos para o pobre e o triste: os senhores da terra são nossos parentes. 19. Deve um Deus viver em um cão? Não! porém os mais elevados são de nós. Eles regozijarão, os nossos escolhidos: quem se lamenta não é de nós. 20. Beleza e força, gargalhada vibrante e leveza deliciosa, força e fogo, são de nós. 21. Nós não temos nada a ver com o proscrito e o incapaz: que eles morram na sua miséria. Pois eles não sentem. Compaixão é o vício dos reis: dominai o miserável e o fraco: esta é a lei do forte: esta é a nossa lei e a alegria do mundo. Não pensai, ó rei, sobre aquela mentira: Que Tu Deves Morrer: verdadeiramente tu não morrerás, mas viverás. Então que isto seja entendido: Se o corpo do Rei se dissolver, ele permanecerá em puro êxtase para sempre. Nuit! Hadit! Ra-Hoor-Khuit! O Sol, Força e Visão, Luz; estes são para os servidores da Estrela e da Cobra. 22. Eu sou a Cobra que concede Conhecimento e Deleite e glória brilhante, e agito os corações dos homens com embriaguez. Para me adorar tomai vinho e drogas estranhas sobre as quais direi ao meu profeta e com estas embriagai-vos! Elas não vos causarão dano de forma alguma. É uma mentira, esta tolice contra o ser. A exposição da inocência é uma mentira. Sê forte, ó homem! desejai, desfrutai de todas as coisas de sentido e êxtase: não temais que qualquer Deus te negue por isto. 23. Eu estou só: não há Deus onde Eu estou. 24. Vede! estes são graves mistérios; pois também existem meus amigos que são eremitas. Agora não penseis em encontrá-los na floresta ou na montanha; mas em camas de púrpura, acariciados por magníficas mulheres selvagens com grandes membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelo flamejante ao seu redor; lá vós os encontrareis. Vós os vereis no comando, em exércitos vitoriosos, em todo o prazer; e deverá haver neles um prazer um milhão de vezes maior que este. Cuidai para que nenhum force ao outro, Rei contra Rei! Amai-vos uns aos outros com corações ardentes; nos homens baixos pisai na ânsia feroz do vosso orgulho, no dia da vossa ira. 25. Vós sois contra o povo, Ó meus escolhidos. 26. Eu sou a Serpente secreta enroscada prestes a saltar: em meu enroscar existe prazer. Se Eu ergo a minha cabeça, Eu e minha Nuit somos um. Se Eu abaixo a minha cabeça, e lanço veneno, então há êxtase da terra, e Eu e a terra somos um. 27. Há grande perigo em mim; pois quem não compreende estas runas cometerá um grande erro. Ele cairá dentro da cova chamada Porque, e lá ele perecerá com os cães da Razão. 28. Agora uma maldição sobre Porque e sua parentela! 29. Seja Porque amaldiçoado para sempre! 30. Se Vontade para e clama Por quê? invocando Porque, então Vontade para e nada faz. 31. Se Poder pergunta por quê?, então Poder é fraqueza.

136 10 Aiwass 32. Também razão é uma mentira; pois existe um fator infinito e desconhecido; e todas as suas palavras são artifícios. 33. Chega de Porque! Seja ele condenado a um cão! 34. Porém vós, ó meu povo, erguei-vos e despertai! 35. Que os rituais sejam corretamente conduzidos com prazer e beleza! 36. Há rituais dos elementos e festas das estações. 37. Uma festa para a primeira noite do Profeta e sua Noiva! 38. Uma festa para os três dias da escrita do Livro da Lei. 39. Uma festa para Tahuti e a criança do Profeta secreta, Ó Profeta! 40. Uma festa para o Supremo Ritual, e uma festa para o Equinócio dos Deuses. 41. Uma festa para o fogo e uma festa para a água; uma festa para a vida e uma festa ainda maior para a morte! 42. Uma festa todo dia em vossos corações no prazer do meu êxtase! 43. Uma festa toda noite para Nu, e o prazer de extremo deleite! 44. Sim! festejai! alegrai-vos! não há pavor no porvir. Existe a dissolução, e o eterno êxtase nos beijos de Nu. 45. Há morte para os cães. 46. Tu falhaste? Tu lamentas? Existe medo no teu coração? 47. Onde Eu estou estes não estão. 48. Não lamenteis pelos caídos! Eu nunca os conheci. Eu não sou para eles. Eu não consolo: Eu odeio o consolado e o consolador. 49. Eu sou único e conquistador. Eu não sou dos escravos que perecem. Sejam eles condenados e mortos! Amen. (Isto é dos 4: existe um quinto que é invisível, e ali Eu sou como um bebê em um ovo.) 50. Azul Eu sou e ouro na luz da minha noiva: mas o brilho vermelho está nos meus olhos; e meus adornos são púrpura e verde. 51. Púrpura além de púrpura: esta é a luz mais alta que a visão. 52. Existe um véu: esse véu é negro. É o véu da mulher modesta; é o véu de tristeza e a mortalha da morte: isto não é de mim. Rasgai aquele falso espectro dos séculos: não veleis os vossos vícios em palavras virtuosas: esses vícios são meu serviço; faze-os bem, e Eu vos recompensarei agora e no futuro.

137 11 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 53. Não temais, ó profeta, quando estas palavras forem ditas, tu não te arrependerás. Tu és enfaticamente meu escolhido; e abençoados são os olhos sobre os quais tu contemplares com alegria. Mas Eu te ocultarei em uma máscara de tristeza: aqueles que te virem temerão que estejas caído: mas Eu te levanto. 54. Nem para aqueles que alardeiam sua insensatez de que tu não tens valor algum; tu revelarás isto: tu tens valor: eles são os escravos de porque: Eles não são de mim. As pontuações como tu quiseres; as letras? Não as modifique em estilo ou valor! 55. Tu obterás a ordem e o valor do Alfabeto Inglês; tu obterás novos símbolos para atribuir a eles. 56. Ide! vós escarnecedores; embora escarnecei em minha honra vós não rireis por longo tempo: então quando estiverdes tristes sabereis que Eu vos abandonei. 57. Aquele que é correto permanecerá correto; aquele que é sujo permanecerá sujo. 58. Sim! não acrediteis em mudanças; vós sereis como sois e não outro. Portanto os reis da terra serão Reis para sempre: os escravos servirão. Não existe ninguém que deverá ser rebaixado ou elevado: tudo é sempre como foi. Ainda assim há mascarados que são meus servidores: pode ser que aquele mendigo ali seja um Rei. Um Rei pode escolher as suas vestes como quiser: não há teste exato: mas um mendigo não consegue esconder a sua pobreza. 59. Cuidado, portanto! Amai a todos, pois talvez haja um Rei escondido! Tu dizes assim? Tolo! Se ele é um Rei, tu não podes feri-lo. 60. Portanto golpeia duro e baixo, e ao inferno com eles, mestre! 61. Existe uma luz diante dos teus olhos, ó profeta, uma luz indesejada, muito desejável. 62. Eu estou erguido no teu coração; e os beijos das estrelas se derramam vigorosamente sobre teu corpo. 63. Tu estás exausto na voluptuosa plenitude da inspiração; a expiração é mais doce do que a morte, mais rápida e risonha que uma carícia do próprio verme do Inferno. 64. Ó! tu estás dominado: nós estamos sobre ti; nosso deleite está todo sobre ti: salve! salve! profeta de Nu! profeta de Had! profeta de Ra-Hoor-Khu! Agora regozija! agora vem em nosso esplendor e êxtase! Vem em nossa paz apaixonada, e escreve doces palavras aos Reis! 65. Eu sou o Mestre: tu és O Santo Escolhido. 66. Escreve, e encontra êxtase na escrita! Trabalha, e sê nosso leito no trabalho! Vibrai com o prazer de vida e da morte! Ah! tua morte será adorável: todo aquele que a vir ficará alegre. Tua morte será o selo da promessa do nosso antigo amor. Vem! eleva o teu coração e regozija! Nós somos um; nós somos nenhum. 67. Espera! Espera! Suporte-se em teu êxtase; não caias no desmaio dos excelentes beijos!

138 12 Aiwass 68. Mais forte! Mantenha-te! Levanta tua cabeça! não respires tão profundamente morra! 69. Ah!Ah! O que Eu sinto? A palavra está esgotada? 70. Há ajuda e esperança em outros encantamentos. Sabedoria diz: sê forte! Então tu poderás suportar mais prazer. Não sejas animal; refina o teu êxtase! Se beberes, bebe pelas oito e noventa regras da arte: se tu amas, excede por delicadeza; e se tu fazes qualquer coisa prazerosa, que haja sutileza ali! 71. Mas excede! excede! 72. Esforça-te cada vez mais! e se tu és verdadeiramente meu e não duvides disto, e se tu és sempre jubiloso! morte é a coroa de tudo. 73. Ah! Ah! Morte! Morte! Tu ansiarás pela morte. Morte é proibida a ti, ó homem. 74. A extensão da tua ânsia deverá ser a força de tua glória. Aquele que vive muito tempo e deseja muito a morte é sempre o Rei entre os Reis. 75. Sim! ouve os números e as palavras: A B K 2 4 A L G M O R 3 Y X R P S T O V A L. O que significa isto, ó profeta? Tu não o sabes; nem tu saberás sempre. Chegará àquele que te sucederá: ele o exporá. Mas lembra-te, ó escolhido, de ser Eu; de seguir o amor de Nu no céu iluminado de estrelas; de olhar pelos homens, de dizer a eles esta palavra feliz. 77. Ó sejas tu orgulhoso e poderoso entre os homens! 78. Ergue-te! pois não há ninguém como tu entre os homens ou entre os Deuses! Ergue-te, ó meu profeta, tua estatura ultrapassará as estrelas. Elas adorarão o teu nome, quádruplo, místico, maravilhoso, o número do homem; e o nome de tua casa O fim do esconder de Hadit; e bênção e adoração ao profeta da adorável Estrela!

139 13 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 1. Abrahadabra; a recompensa de Ra Hoor Khut. III 2. Há divisão deste lado em direção ao lar; há uma palavra não conhecida. O soletrar é extinto; tudo não é qualquer coisa. Vede! Esperai! Elevai o encantamento de Ra-Hoor-Khuit! 3. Então que seja primeiramente entendido que Eu sou um deus de Guerra e de Vingança. Eu tratarei duramente com eles. 4. Escolhei vós uma ilha! 5. Fortificai-a! 6. Adubai-a ao redor com engenharia de guerra! 7. Eu vos darei uma máquina de guerra. 8. Com ela vós atingireis as pessoas; e ninguém permanecerá de pé perante vós. 9. Espreitai! Recuai! Sobre eles! esta é a Lei da Batalha de Conquista: assim será a minha adoração ao redor de minha casa secreta. 10. Tomai a própria estela de revelação; colocai-a no teu templo secreto e aquele templo já está corretamente disposto e ele será a sua Kiblah para sempre. Ela não empalidecerá, mas cor milagrosa a ela retornará dia após dia. Fecha-a em um vidro trancado para ser uma prova ao mundo. 11. Esta será a tua única prova. Eu proíbo argumento. Conquistai! Isto é suficiente. Eu facilitarei para vós a abstrusão da casa mal-ordenada na Cidade Vitoriosa. Tu mesmo levará adoração a ela, ó profeta, embora não o aprecieis. Tu terás perigo e problemas. Ra-Hoor-Khu está contigo. Adorai-me com fogo e sangue; adorai-me com espadas e com lanças. Que a mulher seja cingida com uma espada perante mim: que sangue escorra em meu nome. Esmagai os Ignorantes; sê sobre eles, ó guerreiro, Eu lhe darei de sua carne para comeres! 12. Sacrificai gado, pequeno e grande: depois uma criança. 13. Mas não agora. 14. Vós vereis aquela hora, ó Besta abençoada, e tu a Concubina Escarlate de seu desejo! 15. Daí vós ficareis tristes. 16. Não creias tão avidamente em agarrar as promessas; não temais sofrer as maldições. Vós, até mesmo vós, não conheceis totalmente este significado. 17. Nada temais; não temais homens nem Destinos, nem deuses, nem qualquer coisa. Dinheiro não temais, nem a gargalhada da tolice do povo, nem qualquer outro poder no céu ou sobre a terra ou sob a terra. Nu é teu refúgio como Hadit é tua luz; e Eu sou a potência, força, vigor de teus braços.

140 14 Aiwass 18. Que não haja piedade: malditos sejam aqueles que se apiedam! Matai e torturai; não cedas; sê sobre eles! 19. Aquela estela eles chamarão a Abominação de Desolação; contai bem seu nome, e ele será para vós como Por quê? Por causa da queda de Porque, que ele não está aqui novamente. 21. Erguei minha imagem no Leste; tu te comprarás uma imagem a qual Eu mostrarei a ti, especial, não diferente daquela que conhecestes. E será repentinamente fácil para ti fazer isso. 22. O outro grupo de imagens ao meu redor para me apoiar; que todas sejam adoradas, pois elas se unirão para me exaltar. Eu sou o objeto visível de adoração; os outros são secretos; pois a Besta e sua Noiva são eles: e para os conquistadores do Ordálio x. O que é isto? Tu saberás. 23. Para perfume misturai farinha e mel e grossas camadas de vinho vermelho: então óleo de Abramelin e óleo de oliva, e depois amolecei e alisai com sangue fresco abundante. 24. O melhor sangue é o da lua, mensalmente: então o sangue fresco de uma criança, ou o que cai das hostes do céu; então de inimigos; então do sacerdote ou dos adoradores: por último alguma besta, não importa qual. 25. Queimai isto: disto fazei bolos e comei a mim. Isto também tem outro uso; que isto seja preparado diante de mim, e mantido grosso com perfumes das vossas orações: isto ficará repleto de besouros tal como foi e de coisas rastejantes sagradas para mim. 26. Estes matai, nomeando vossos inimigos; e eles cairão perante vós. 27. Também estes produzirão lascívia e o poder da lascívia em vós quando os provares. 28. Também vós sereis forte na guerra. 29. Mais ainda, que sejam mantidos por longo tempo, é melhor; pois eles crescem com a minha força. Tudo perante mim. 30. Meu altar é de construção simples de bronze: este derreteis em prata ou ouro! 31. Lá vem um homem rico do Oeste que derramará seu ouro sobre ti. 32. Do ouro forjai aço! 33. Estejais pronto para fugir ou para derrotar! 34. Mas o vosso local santo ficará intocado através dos séculos: embora com fogo e espada ele seja queimado e destruído, ainda assim uma casa invisível lá permanecerá, e continuará até a queda do Grande Equinócio; quando Hrumachis se erguerá e aquele da dupla baqueta assumirá meu trono e lugar. Outro profeta surgirá, e trará febre fresca dos céus; outra mulher despertará a lascívia e adoração da Cobra; outra alma de Deus e besta se mesclará no sacerdote englobado; outro sacrifício man-

141 15 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei chará a tumba; outro rei governará; e não mais serão derramadas bênçãos Ao Senhor místico com cabeça de Falcão! 35. A metade da palavra de Heru-ra-ha, chamado Hoor-pa-kraat e Ra-Hoor-Khut. 36. Assim disse o profeta ao Deus: 37. Eu te adoro na canção Eu sou o Senhor de Tebas, e Eu O inspirado arauto de Mentu; Para mim se desvela o céu velado, O auto sacrificado Ankh-af-na-khonsu Cujas palavras são verdade, Eu invoco, Eu saúdo Tua presença, Ó Ra-Hoor-Khuit! Unidade revelada ao máximo! Eu adoro o poder do Teu alento, Deus supremo e terrível, Que fizestes os deuses e a morte Estremecerem perante a Ti: Eu, Eu te adoro! Aparecei sobre o trono de Ra! Abri os caminhos do Khu! Iluminai os caminhos do Ka! Os caminhos do Khabs atravessam Para me excitar ou me acalmar! Aum! que isto me preencha! 38. De modo que a tua luz esteja em mim; e sua chama vermelha é como uma espada em minha mão para cumprir a tua ordem. Há uma porta secreta que Eu farei para estabelecer o teu caminho em todas as direções, (estas são as adorações, como tu escreveste), como é dito: A luz é minha; seus raios consomem A mim: Eu fiz uma porta secreta Para dentro da Casa de Ra e Tum De Khephra e de Ahathoor. Eu sou o teu Tebano, Ó Mentu, O profeta Ankh-af-na-khonsu! Por Bes-na-Maut em meu peito Eu bato; Pelo sábio Ta-Nech Eu teço o meu encanto. Mostrai o teu esplendor estrelado, Ó Nuit! Convidai-me para habitar na tua Casa, Ó serpente alada de luz, Hadit! Morai comigo, Ra-Hoor-Khuit!

142 16 Aiwass 39. Tudo isso e um livro para dizer como tu viestes e uma reprodução desta tinta e papel para sempre pois nisso está a palavra secreta e não apenas no Inglês e teu comento sobre este Livro da Lei será belamente impresso em tinta vermelha e preta sobre belo papel feito à mão; e para cada homem e mulher a quem tu conheceres, mesmo que seja apenas para comer e beber com eles, esta é a Lei a ser dada. Então eles terão a chance de permanecer neste êxtase ou não; isso não é problema. Fazei isso rapidamente! 40. Mas e o trabalho do comento? Isto é fácil; e Hadit ardendo em teu coração tornará rápida e segura a tua pena. 41. Estabelecei um escritório na tua Kaaba: tudo deve ser bem feito e com modos de negócio. 42. Os ordálios tu conduzirás por ti mesmo, salvo apenas os cegos. Não recuse ninguém, mas tu conhecerás e destruirás os traidores. Eu sou Ra-Hoor-Khuit; e Eu sou poderoso para proteger o meu servidor. Sucesso é a tua prova: não discutas; não convertas; não fales demasiado! Aqueles que tentam te apanhar numa armadilha, te derrubar, atacai a eles sem piedade ou clemência; e destrua-os completamente. Rápido qual uma serpente pisada virai e atacai! Sede tu ainda mais mortal do que ele! Arrastai suas almas para um horrível tormento: ride pelo seu medo: cuspi neles! 43. Que a Mulher Escarlate tome cuidado! Se piedade e compaixão e ternura visitarem seu coração; se ela deixar o meu trabalho para brincar com velhas doçuras; então a minha vingança será conhecida. Eu matarei a sua criança: Eu trarei desarmonia ao seu coração; Eu a banirei dentre os homens; como uma rameira encolhida e desprezada ela se arrastará por entre ruas sombrias e úmidas, e morrerá de frio e de fome. 44. Porém que ela se levante em orgulho! Que ela me siga no meu caminho! Que ela trabalhe a obra de perversidade! Que ela mate o seu coração! Que ela seja escandalosa e adúltera! Que ela seja coberta de joias, e ricos vestidos, e que ela seja desprovida de vergonha perante todos os homens! 45. Então Eu a erguerei aos pináculos do poder: então Eu gerarei dela uma criança mais forte do que todos os reis da terra. Eu a satisfarei com prazer: com a minha força ela verá e descobrirá na adoração de Nu: ela alcançará Hadit. 46. Eu sou o Senhor guerreiro dos Quarenta: os Oitenta se acovardam diante de mim e são humilhados. Eu lhe trarei vitória e prazer: Eu estarei em vossos braços na batalha e vós tereis deleite em matar. Sucesso é a tua prova, coragem é a tua armadura; prossiga, prossiga, em minha força; e vós não voltareis atrás por nada! 47. Este livro será traduzido em todas as línguas: mas sempre com o original na escrita da Besta; pois há o risco de alterar as letras e suas posições uma em relação com a outra: nestas existem mistérios que nenhuma Besta profetizará. Que ele não procure tentar: mas virá alguém após ele, de onde Eu não digo, que descobrirá a Chave de tudo isso. Então esta linha traçada é uma chave: então este círculo quadrangular na sua falha também é uma chave. E Abrahadabra. Isto será a minha criança e aquilo estranhamente. Que ele não busque depois disto; pois apenas desta forma ele poderá cair. 48. Assim este mistério das letras está resolvido, e Eu quero ir para o lugar mais santo.

143 17 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei 49. Eu estou em uma palavra secreta quádrupla, a blasfêmia contra todos os deuses dos homens. 50. Malditos sejam! Malditos sejam! Malditos sejam! 51. Com a minha cabeça de Falcão Eu furo os olhos de Jesus enquanto está pendurado na cruz. 52. Eu bato as minhas asas na face de Maomé e o cego. 53. Com minhas garras Eu arranco a carne do Indiano e do Budista, Mongol e Din. 54. Bahlasti! Ompehda! Eu cuspo sobre os vossos credos crapulosos. 55. Que Maria inviolada seja dilacerada sobre rodas: por sua causa que todas as mulheres castas sejam completamente desprezadas entre vós! 56. Também pela causa da beleza e do amor! 57. Desprezai também todos os covardes; soldados profissionais que não ousam lutar, mas brincam; a todos os tolos desprezai! 58. Mas o forte e o orgulhoso, o real e o majestoso; vós sois irmãos. 59. Como irmãos lutai! 60. Não existe lei além de Faze o que tu queres. 61. Há um fim da palavra do Deus entronado no assento de Ra, iluminando as vigas da alma. 62. Fazei a Mim a vossa reverência! vinde vós a mim através da tribulação do ordálio que é êxtase. 63. O tolo lê este Livro da Lei, e seu comento; e ele não o compreende. 64. Que ele venha através do primeiro ordálio, e este será para ele como prata. 65. Através do segundo, ouro. 66. Através do terceiro, pedras de água preciosa. 67. Através quarto, as últimas centelhas do fogo íntimo. 68. Ainda assim para todos parecerá belo. Seus inimigos que dizem não ser assim, são meros mentirosos. 69. Há sucesso. 70. Eu sou o Senhor com Cabeça de Falcão do Silêncio e da Força; meu nêmes encobre o céu azul noturno. 71. Salve! vós gêmeos guerreiros nos pilares do mundo! pois vosso tempo está próximo.

144 18 Aiwass 72. Eu sou o Senhor da Dupla Baqueta de Poder; a baqueta da força de Coph Nia porém a minha mão esquerda está vazia, pois Eu esmaguei um Universo e nada restou. 73. Colai as folhas da direita para a esquerda e de cima para baixo: então vide! 74. Existe um esplendor no meu nome oculto e glorioso, como o sol da meia noite é sempre o filho. 75. O final das palavras é a Palavra Abrahadabra. O Livro da Lei está Escrito e Ocultado. Aum. Ha.

145 19 Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX - O Livro da Lei O COMENTO Faze o que tu queres deverá ser o todo da Lei. O estudo deste Livro é proibido. É Sábio destruir este exemplar após a primeira leitura. Todo aquele que desconsidera isto, o faz pelo seu próprio risco e perigo. Estes são muito terríveis. Aqueles que discutirem o conteúdo deste Livro serão evitados por todos, como focos de pestilência. Todas as questões a respeito da Lei serão decididas apenas por apelo aos meus escritos, cada um por si mesmo. Não existe lei além de Faze o que tu queres. Amor é a lei, amor sob vontade. O sacerdote dos príncipes,

146 20 Aiwass INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber AL vel Legis sub figurâ CCXX como entregue por XCIII = 418 a DCLXVI Autor: Aiwass Aiwass é o nome do ser não humano que ditou O Livro da Lei, no Cairo, entre o meio dia e 13 horas ao longo de três dias sucessivos, 8, 9 e 10 de Abril no ano de 1904 e.v.. Ele declarou ser o ministro de Hoor-Paar-Kraat ; ou seja, um mensageiro das forças que atualmente governam esta terra. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso (arnaldolucchesi@hotmail.com) e Jonatas Lacerda (jonatas.lacerda@thelema.com.br) Revisão: Nina Castro e Jonatas Lacerda Edição: Jonatas Lacerda Versão: /05/2013 e.v.

147 8 V.V.V.V.V. INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Trigrammaton svb figvrâ XXVII Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /12/2011 e.v. i Sendo o livro dos Trigramas das Mutações do TAO com o YIN e o YANG. Um relato do processo cósmico: correspondendo às estâncias de Dzyan em um outro sistema. Este livro foi recebido em 14 de dezembro de 1907 e.v.. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

148 1 Liber DCCCXIII vel ARARITA

149 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

150 3 Liber DCCCXIII vel ARARITA LIBER DCCCXII VEL ARARITA SVB FIGVRÂ DLXX i ii por V.V.V.V.V. iii I A 0. Ó meu Deus! Um é o Teu Início! Um é o Teu Espírito, e Tua Permutação é Uma! 1. Deixai-me enaltecer as Tuas perfeições perante os homens. 2. Na Imagem de uma Sêxtupla Estrela que flameja através da Abóbada vazia, deixai-me revelar as Tuas perfeições. 3. Tu apareceste perante mim como um Deus ancião, um Deus venerável, o Senhor do Tempo, portando uma foice afiada. 4. Tu apareceste perante mim como um Deus jovial e corado, cheio de Majestade, um Rei, um Pai no seu apogeu. Tu portavas o cetro do Universo, coroado com a Roda do Espírito. 5. Tu apareceste perante mim com espada e lança, um Deus guerreiro em flamejante armadura em meio aos Teus cavaleiros. 6. Tu apareceste perante mim como um Deus jovem e brilhante, um deus de música e beleza, exatamente como um jovem deus em seu vigor, tocando a lira. 7. Tu apareceste perante mim como a espuma alva do Oceano colhido em membros mais brancos do que a espuma, os membros de um milagre de mulher, como uma deusa de extremo amor, portando o cinturão de ouro.

151 4 V.V.V.V.V. 8. Tu apareceste perante mim como um jovem rapaz malicioso e amável, com Teu globo alado e suas serpentes fixadas por sobre um bastão. 9. Tu apareceste perante mim como uma caçadora em meio aos Seus cães, como uma deusa casta virginal, como uma lua por entre os carvalhos desbotados das florestas pelos anos. 10. Porém eu não fui iludido por nenhum destes. Todos estes eu abandonei, gritando: Vá-se embora! De modo que todos estes desvaneceram da minha visão. 11. Também eu fundi a Estrela Flamejante e a Estrela Sêxtupla na forja da minha alma, e vede! Uma nova estrela 418 que está acima de todos estes. 12. Mas ainda assim eu não fui iludido; pois a coroa tem doze raios. 13. E estes doze raios são um. II r 0. Agora então eu vi estas coisas adversas e malvadas; e elas não eram, assim como Tu Não és. 1. Eu vi as cabeças gêmeas que sempre batalham uma contra a outra, de modo que todo o seu pensamento é uma confusão. Eu Te vi nelas. 2. Eu vi as obscuridades da sabedoria, como símios pretos conversando perversidades sem sentido. Eu Te vi neles. 3. Eu vi as mães devoradoras do Inferno, que devoravam seus filhos Ó vós que não possuis entendimento! Eu Te vi nelas. 4. Eu vi as impiedosas e vis harpias rasgando sua comida imunda. Eu Te vi nelas. 5. Eu vi os incandescentes, gigantes como vulcões expelindo o vômito preto de fogo e fumaça em sua fúria. Eu Te vi neles. 6. Eu vi os insignificantes, os irascíveis, os egoístas, eles eram como homens, Ó Senhor, eles eram exatamente parecidos com os homens. Eu Te vi neles.

152 5 Liber DCCCXIII vel ARARITA 7. Eu vi os corvos da morte, que voavam com gritos ásperos por sobre as carniças da terra. Eu Te vi neles. 8. Eu vi os espíritos enganadores como sapos sobre a terra, e sobre a água, e sobre o metal traiçoeiro que corrói todas as coisas e não permanecem. Eu Te vi neles. 9. Eu vi os obscenos, homens-touro presos no abismo de putrefação, que mordiam as línguas uns dos outros até a dor. Eu Te vi neles. 10. Eu vi a Mulher. Ó meu Deus, eu vi a imagem dela, exatamente como uma adorável silhueta que escondia um símio preto, exatamente como uma figura que puxava com as suas mãos pequenas imagens de homens para dentro do inferno. Eu a vi da cabeça até o umbigo como uma mulher, do umbigo até os pés como um homem. Eu Te vi nela. 11. Pois minha era a senha para o Fechado Palácio 418 e minhas eram as rédeas da Carruagem das Esfinges, preta e branca. Mas eu não fui iludido por qualquer uma de todas aquelas coisas. 12. Pois eu a expandi pela minha sutileza nos Doze Raios da Coroa. 13. E estes doze raios eram Um. III a 0. Tu dizes que Ele, Deus, é um; Deus é o Eterno; nem possui Ele qualquer Igual, ou qualquer Filho, ou qualquer Companhia. Nada permanecerá de pé diante de Sua face. 1. Mesmo por quinhentas e onze vezes à noite para um e quarenta dias eu clamei bem alto ao Senhor a afirmação de Sua Unidade. 2. Também eu glorifiquei a Sua sabedoria, pela qual Ele criou os mundos. 3. Sim, eu louvei a Ele pela Sua essência inteligível, pela qual o universo se iluminou. 4. Eu agradeci a Ele pela Sua múltipla misericórdia; eu adorei a Sua magnificência e majestade. 5. Eu tremi perante o Seu poder.

153 6 V.V.V.V.V. 6. Eu me deliciei na Harmonia e na Beleza de Sua Essência. 7. Na Sua Vitória eu persegui os Seus inimigos; sim, eu os lancei para baixo no despenhadeiro; eu vociferei atrás deles até o mais remoto abismo; sim, ali eu compartilhei da glória do meu Senhor. 8. Seu Esplendor brilhou por sobre mim; eu venerei Seu adorável esplendor. 9. Eu repousei, admirando a Sua Estabilidade, como o estremecer do Seu Universo, a dissolução de todas as coisas, não conseguem abalá-lo. 10. Sim, verdadeiramente, eu o Senhor Vice Regente do Seu Reinado, eu, Adonai, que falo ao meu servo V.V.V.V.V. regi e governei em Seu lugar. 11. Ainda assim também eu formulei a palavra de duplo poder na Voz do Mestre, exatamente a palavra E todas estas coisas não me iludiram, pois eu as expandi pela minha sutileza nos Doze Raios da Coroa. 13. E estes doze raios eram Um. IV r 0. Também a pequena criança, o amante de Adonai, mesmo V.V.V.V.V., refletindo a glória de Adonai, ergueu sua voz e disse: 1. Glória a Deus, e graças a Deus! Há somente um Deus, e Deus é excessivamente grande. Ele está sobre nós, e não existe força exceto Nele, o exaltado, o grande. 2. Dessa forma V.V.V.V.V. enlouqueceu, e andou nu. 3. E todas estas coisas desapareceram, pois ele compreendeu todas elas, que elas eram nada mais do que velhos trapos sobre a Divina Perfeição. 4. Ele também lamentou por todas elas, pois eram nada mais que reflexos distorcidos. 5. Ele também as feriu, para que elas não tivessem domínio sobre o justo.

154 7 Liber DCCCXIII vel ARARITA 6. Ele também as harmonizou em um quadro, belo de ser admirado. 7. E assim tendo conquistado a elas, havia um certo encantamento de santidade mesmo na esfera vazia de brilho externo. 8. De modo que todas se tornaram esplêndidas. 9. E tendo firmemente estabelecido a elas em ordem e disposição, 10. Ele proclamou a perfeição, a noiva, o deleite de Deus na Sua criação. 11. Mas embora tenha Ele assim operado, ele sempre julgou a sua obra através da Estrela E isso não o iludiu; pois pela sua sutileza ele expandiu tudo nos Doze Raios da Coroa. 13. E estes doze raios eram Um. V I 0. No lugar da cruz o ponto indivisível que não tinha pontos nem partes nem magnitude. Deveras nem tinha posição, estando além do espaço. Nem tinha existência no tempo, pois está além do Tempo. Nem tinha causa ou efeito, vendo que seu Universo é infinito de todos os modos, e não compartilhou destas nossas concepções. 1. Então escreveu οὔ µή o Adepto Isento, e as gargalhadas dos Mestres do Templo não o envergonharam. 2. Nem estava ele envergonhado, ouvindo as gargalhadas dos pequenos cães do inferno. 3. Pois ele permaneceu no seu lugar, e sua falsidade era verdade no seu lugar. 4. Os pequenos cães não conseguem corrigi-lo, pois eles nada podem fazer além de latir. 5. Os mestres não conseguem corrigi-lo, pois eles dizem: Vinde e vide. 6. E eu vim e vi, justamente eu, Perdurabo, o Philosophus do Colégio Externo.

155 8 V.V.V.V.V. 7. Sim, justamente eu o homem presenciei esta maravilha. 8. E eu não pude transmitir isso a mim mesmo. 9. Aquilo que me consagrou é invisível e desconhecível na sua essência. 10. Apenas aqueles que conhecem ISTO podem ser conhecidos. 11. Pois eles possuem a habilidade da poderosa espada E eles não foram iludidos por quaisquer destas coisas; pois através da sua sutileza eles as expandiram a todas nos Doze Raios da Coroa. 13. E estes doze raios são Um. VI 0. Mais e mais fundo no atoleiro das coisas! Mais e mais longe na infinita Expansão do Abismo. t 1. A grande deusa que se curva sobre o Universo é minha amante; eu sou o globo alado no seu coração. 2. Eu me contraio sempre enquanto ela sempre se expande; 3. Ao final tudo isso é um. 4. Nossos amores trouxeram o nascimento do Pai e Criador de todas as coisas. 5. Ele estabeleceu os elementos; o éter, o ar, a água, a terra e o fogo. 6. Ele fixou as estrelas errantes nos seus cursos. 7. He lavrou com as sete estrelas do seu Arado, deveras para que as Sete pudessem se mover, ainda assim sempre apontando para o Imutável. 8. Ele estabeleceu os Oito Cinturões, com os quais ele cingiu os globos.

156 9 Liber DCCCXIII vel ARARITA 9. Ele estabeleceu a Trindade das Tríadas em todas as coisas, forçando fogo em fogo, e ordenando todas as coisas na Morada Estável dos Reis do Egito. 10. Ele estabeleceu Sua regra no Seu reinado. 11. Ainda assim o Pai também se curvou ao Poder da Estrela 418 e assim 12. Na sua sutileza Ele expandiu tudo nos doze raios da Coroa. 13. E estes doze raios são Um. VII a 0. Então no poder do Leão eu formulei a mim mesmo aquele fogo santo e informe, cdq, que se lançou e flamejou pelas profundezas do Universo. 1. Ao toque do Fogo Qadosh a terra se derreteu em um líquido claro como água. 2. Ao toque do Fogo Qadosh a água evaporou tornando-se um ar luminoso. 3. Ao toque do Fogo Qadosh o ar se inflamou, e se tornou Fogo. 4. Ao toque do Fogo Qadosh, Ó Senhor, o Fogo se dissipou no Espaço. 5. Ao toque do Fogo Qadosh, Ó Senhor, o Espaço se resolveu em uma Profundidade da Mente. 6. Ao toque do Fogo Qadosh, a Mente do Pai foi fragmentada no brilho de nosso Senhor o Sol. 7. Ao toque do Fogo Qadosh, o Brilho de nosso Senhor foi absorvido no Nada de nossa Senhora do Corpo do Leite das Estrelas. 8. Então havia apenas o Fogo Qadosh extinto, quando o Entrante foi trazido de volta do limiar, 9. E o Senhor do Silêncio foi estabelecido sobre a flor de Lótus. 10. Então foi concluído tudo aquilo que tinha de ser concluído.

157 10 V.V.V.V.V. 11. E Tudo e Um e Nada foram assassinados pelo Guerreiro No assassinato da sutileza que expandiu todas estas coisas nos Doze Raios da Coroa. 13. Que retornou ao Um, e além do Um, exatamente na visão do Louco na sua loucura que cantou a palavra ARARITA, e além da Palavra e do Louco; sim, além da Palavra e do Louco. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

158 11 Liber DCCCXIII vel ARARITA INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber DCCCXII vel ARARITA svb figvrâ DLXX Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /09/2011 e.v. i Este livro é um relato do Hexagrama e do método de reduzi-lo à Unidade e Além. Ele descreve, em linguagem mágica, um processo muito secreto de Iniciação. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

159 1 Liber B vel Magi

160 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

161 3 Liber B vel Magi LIBER B VEL MAGI SVB FIGVRÂ I i ii por V.V.V.V.V. iii 00. Um é o Magus: duas são Suas forças: quatro são suas armas. Estes são os Sete Espíritos de Iniquidade; sete abutres do mal. Então a arte e a habilidade do Magus são nada mais que deslumbramento. Como Ele destruirá a Si mesmo? 0. Contudo o Magus tem poder sobre a Mãe tanto diretamente quanto através do Amor. E o Magus é Amor, e une Aquilo e Isto na Sua Conjuração. 1. No início o Magus falou realmente a Verdade, e projetou a Ilusão e a Falsidade para escravizar a alma. Porém ali está o Mistério da Redenção. 2. Pela sua Sabedoria Ele criou os Mundos; a Palavra que é Deus é nenhum outro além d Ele. 3. Então como Ele terminará a Sua fala com Silêncio? Pois Ele é Fala. 4. Ele é o Primeiro e o Último. Como Ele cessará de numerar a Si mesmo? 5. Por meio de um Magus este escrito se torna conhecido através da mente de um Mestre. O primeiro pronuncia claramente e o outro compreende; ainda assim a Palavra é falsidade e o Entendimento é obscuridade. E isso que é dito é De Tudo Verdade. 6. Não obstante está escrito; pois há tempos de escuridão e ali isto é como uma lâmpada. 7. Com a Baqueta Ele criou. 8. Com o Cálice Ele preservou. 9. Com o Punhal Ele destruiu. 10. Com o Pantáculo Ele redimiu.

162 4 V.V.V.V.V. 11. Suas armas completam a roda; e Ele não sabe sobre Qual Eixo ela gira. 12. Ele deve cessar todas estas ações antes que a maldição do Seu Grau se manifeste d Ele. Antes que Ele alcance Aquilo que existe sem Forma. 13. E se nesta ocasião Ele for manifestado sobre a terra como um Homem, e assim é este presente escrito, que este seja o Seu método, que a maldição do Seu grau, e o fardo da Sua realização, se manifestem d Ele. 14. Que Ele cuide de se abster da ação. Pois a maldição do Seu grau é que Ele deve falar a Verdade, que a Falsidade ali pode escravizar as almas dos homens. Então que Ele pronuncie aquilo sem Medo, que a Lei possa ser cumprida. E aquela lei será moldada conforme a Sua Natureza Original, de modo que se possa declarar suavidade e serenidade, sendo um Hindu; e outro ferocidade e subserviência, sendo um Judeu; e ainda outro ardor e virilidade, sendo um Árabe. Ainda assim este assunto toca o mistério da Encarnação, e não está aqui para ser declarado. 15. Sendo assim o grau de Mestre ensina o Mistério do Sofrimento, e o grau de Magus o Mistério da Mudança, e o grau de Ipsissimus o Mistério da Abnegação, que também é chamado de Mistério de Pan. 16. Que então o Magus contemple cada um por sua vez, elevando-o até o derradeiro poder do Infinito. Em que Tristeza é Alegria, e Mudança é Estabilidade, e Abnegação é Ser. Pois a interação das partes não age sobre o todo. E esta contemplação deverá ser realizada não por meio de simples meditação e muito menos pela razão! Mas pelo método que será concedido a Ele na Sua iniciação ao Grau. 17. Seguindo tal método, será fácil para Ele combinar aquela trindade dos seus elementos, e mais ainda combinar Sat-Chit-Ananda, e Luz, Amor, Vida, três vezes três em nove que são um, em cuja meditação o sucesso será Aquilo que primeiro foi parcialmente revelado a Ele no grau de Practicus (que reflete Mercúrio no mundo mais inferior) no Liber XXVII, Aqui Nada existe sob suas três Formas. 18. E esta é a Abertura do Grau de Ipsissimus, e segundo os Budistas isto é chamado o transe Nerodha- Samapatti. 19. E aflição, aflição, aflição, sim aflição, e de novo aflição, aflição, aflição, sete vezes seja Seu aquilo que é pregado e não Sua lei para os homens!

163 5 Liber B vel Magi 20. E que aflição também esteja sobre Aquele que recusa a maldição do grau de Magus, e dali o fardo da Realização. 21. E que o livro seja selado na palavra CHAOS; sim, que o Livro seja selado. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

164 6 V.V.V.V.V. INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber B vel Magi svb figvrâ I Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso (arnaldolucchesi@hotmail.com) Revisão: Nina Castro (acastronina@gmail.com) Edição: Jonatas Sas Lacerda (jonatas.lacerda@thelema.com.br) Versão: /07/2011 e.v. i Este é um relato do Grau de Magus, o mais alto grau possível de ser manifestado de alguma forma neste plano. Ou pelo menos é o que dizem os Mestres do Templo. (Aleister Crowley, A Syllabus of the Official Instructions of A A, Hitherto Published, The Equinox I(10), 1913). ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

165 1 Liber Porta Lvcis

166 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

167 3 Liber Porta Lvcis LIBER PORTA LVCIS SVB FIGVRÂ X i ii 1. Eu observo um pequeno globo negro, rodando em um abismo do espaço infinito. Ele é muito pequeno entre uma miríade de vastos globos, negro entre uma miríade de globos brilhantes. por V.V.V.V.V. iii 2. Eu que abranjo em mim mesmo todo o vasto e pequeno, todo o brilhante e escuro, atenuei o brilho do meu inexprimível esplendor, lançando V.V.V.V.V. como um raio da minha luz, como um mensageiro para aquele pequeno globo negro. 3. Então V.V.V.V.V. tomou a palavra, e disse: 4. Homens e mulheres da Terra, para vós eu venho das Eras além das Eras, do Espaço além da vossa visão; e eu trago a vós estas palavras. 5. Porém eles não o ouviram, pois eles não estavam preparados para recebê-las. 6. Mas certos homens ouviram e compreenderam, e através deles este Conhecimento será dado a conhecer. 7. Por isso o menor dentre eles, o servo de todos eles, escreveu este livro. 8. Ele escreveu para aqueles que estão preparados. Então se sabe se algum deles está preparado, se ele é dotado com certos dons, se ele é apto por nascimento, ou por riqueza, ou por inteligência, ou por algum outro sinal manifesto. E os servos do mestre pelo seu discernimento julgarão a este. 9. Este Conhecimento não é para todos os homens; deveras poucos são os chamados, mas dentre estes muito poucos são os escolhidos. 10. Esta é a natureza da Obra. 11. Primeiro, há muitas e diversas condições de vida sobre esta terra. Em todas estas existe alguma semente de dor. Quem pode escapar da doença e da velhice e da morte? 12. Nós viemos salvar os nossos semelhantes destas coisas. Pois existe uma vida intensa com conhecimento e êxtase extremo que é intocada por qualquer um deles. 13. Nós buscamos realizar esta vida justamente aqui e agora. Os adeptos, os servos de V.V.V.V.V., buscaram realizá-la.

168 4 V.V.V.V.V. 14. É impossível falar-vos sobre os esplendores daquilo que eles alcançaram. Pouco a pouco, assim que seus olhos se tornarem mais fortes, nós vos revelaremos a glória inefável do Caminho dos Adeptos, e seu objetivo indescritível. 15. Da mesma forma que um homem que está escalando uma montanha íngreme é perdido de vista pelos seus amigos no vale, assim deve parecer com relação ao adepto. Eles dirão: Ele está perdido nas nuvens. Mas ele regozijará na luz do sol sobre eles, e virá até as neves eternas. 16. Ou como um estudioso pode aprender alguma língua secreta dos antigos, e seus amigos dirão: «Veja! Ele finge ler este livro. Mas ele é ininteligível isso é absurdo.» Ainda assim ele se deleita na Odisseia, enquanto eles leem coisas sem valor e vulgares. 17. Nós vos traremos à Verdade Absoluta, Luz Absoluta, Êxtase Absoluto. 18. Muitos adeptos através das eras buscaram fazer isso; mas as suas palavras foram pervertidas pelos seus sucessores, e repetidamente o Véu caiu sobre o Santo dos Santos. 19. Para vós que ainda perambulais na Corte do Profano nós não podemos ainda revelar tudo; porém vós entendereis facilmente que as religiões do mundo são nada mais que símbolos e véus da Verdade Absoluta. Também assim são as filosofias. Para o adepto, que observa todas estas coisas do alto, parece irrelevante escolher entre Buda e Maomé, entre Ateísmo e Teísmo. 20. Os muitos se modificam e passam; o único permanece. Da mesma forma que madeira e carvão e ferro queimam juntos em uma grande chama, se aquela fornalha fosse de calor transcendente; da mesma forma no alambique desta alquimia espiritual, se o zelator soprasse o suficiente nesta fornalha todos os sistemas da terra seriam consumidos no Conhecimento Único. 21. Não obstante, assim como uma chama não pode ser gerada apenas com o ferro, no início um sistema pode ser adequado para um buscador, e outro para outro buscador. 22. Por conseguinte nós que não temos os grilhões da ignorância, observamos intimamente o coração do buscador e o conduzimos pelo caminho que é mais adequado à sua natureza até o final derradeiro de todas as coisas, a suprema realização, a Vida que habita na Luz, sim, a Vida que habita na Luz. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

169 5 Liber Porta Lvcis INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Porta Lvcis svb figvrâ X Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso (arnaldolucchesi@hotmail.com) Revisão: Nina Castro (acastronina@gmail.com) Edição: Jonatas Sas Lacerda (jonatas.lacerda@thelema.com.br) Versão: /08/2011 e.v. i Este livro é um relato do envio do Mestre pela A A e uma explanação de sua missão. Ele foi recebido em 12 de dezembro de 1907 e.v.. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

170 1 Liber Stellæ Rubeæ

171 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

172 3 Liber Stellæ Rubeæ LIBER STELLÆ RUBEÆ i ii UM RITUAL SECRETO DE APEP, O CORAÇÃO DE IAO-OAI, ENTREGUE A V.V.V.V.V. PARA SEU USO EM UM CERTO ASSUNTO DE LIBER LEGIS, E ESCRITO SOB A FIGURA LXVI 1. Apep deificou Asar. 2. Que virgens magníficas evoquem regozijando, filho da Noite! por V.V.V.V.V. iii 3. Este é o livro do culto mais secreto do Rubi Estrela. Ele não poderá ser concedido a ninguém, salvo aos audaciosos em ato tal como em palavra. 4. Nenhum homem compreenderá este escrito - ele é muito sutil para os filhos dos homens. 5. Se o Rubi Estrela tivesse derramado seu sangue sobre ti; se na estação da lua tu tivesses invocado pelo Iod e o Pe, então tu poderias partilhar deste mais secreto sacramento. 6. Um instruirá o outro, sem se importar com as questões dos pensamentos dos homens. 7. Haverá um altar ajustado no meio, estendido sobre uma pedra negra. 8. No topo do altar ouro, e imagens gêmeas em verde do Mestre. 9. No meio um cálice de vinho verde. 10. Na base a Estrela de Rubi. 11. O altar estará inteiramente descoberto. 12. Primeiro, o ritual da Estrela Flamejante. 13. Depois, o ritual da Marca. 14. Depois, as adorações infernais de OAI. Mu pa telai, Tu wa melai

173 4 V.V.V.V.V. ā, ā, ā. Tu fu tulu! Tu fu tulu Pa, Sa, Ga. Qwi Mu telai Ya Pu melai; ū, ū, ū. Se gu malai; Pe fu telai, Fu tu lu. O chi balae Wa pa malae: Ūt! Ūt! Ūt! Ge; fu latrai, Le fu malai Kūt! Hūt! Nūt! Al ŌĀĪ Rel moai Ti Ti Ti! Wa la pelai Tu fu latai Wi, Ni, Bi. 15. Tu também excitarás as rodas com as cinco chagas e as cinco chagas. 16. Então tu excitarás as rodas com as duas e a terceira no meio; exatamente ' e &,! e ", % e $, e #. 17. Então as cinco e a sexta. 18. Também o altar exalará vapores perante o mestre com incenso que não tem fumaça. 19. Aquilo que deve ser negado será negado; aquilo que deve ser pisado será pisado; aquilo que deve ser cuspido será cuspido. 20. Estas coisas serão queimadas no fogo externo. 21. Então novamente o mestre falará como quiser palavras suaves, e com música e o que mais ele apresentar à Vítima.

174 5 Liber Stellæ Rubeæ 22. Ele também matará uma jovem criança sobre o altar, e o sangue cobrirá o altar com perfume tal como de rosas. 23. Então o mestre surgirá tal como Ele deve surgir - em Sua glória. 24. Ele se estenderá sobre o altar, e o despertará para a vida, e para a morte. 25. (Para tanto nós ocultamos aquela vida que está além.) 26. O templo estará no escuro, salvo pelo fogo e pela lâmpada do altar. 27. Lá ele acenderá um fogo grande e intenso. 28. Ele também golpeará o altar com seu açoite, e de lá fluirá sangue. 29. Também ele terá feito desabrocharem rosas de lá. 30. Ao final ele ofertará o Vasto Sacrifício, no momento em que o Deus lambe a chama sobre o altar. 31. Tu executarás todas estas coisas rigorosamente, observando o tempo. 32. E o Bem Amado habitará Contigo. 33. Tu não revelarás o mundo interno deste rito a ninguém: portanto eu o escrevi em símbolos que não podem ser compreendidos. 34. Eu que revelo o ritual sou IAO e OAI; o Direito e o Oposto. 35. Estes são iguais para mim. 36. Agora o Véu desta operação é chamado de Vergonha, e a Glória habita nesta. 37. Tu animarás o coração da pedra secreta com o sangue quente. Tu farás uma sutil decocção de deleite, e os Observadores beberão deste. 38. Eu, Apep a Serpente, sou o coração de IAO. Isis aguardará Asar, e eu no meio. 39. Também a Sacerdotisa buscará outro altar, e executará sobre este as minhas cerimônias.

175 6 V.V.V.V.V. 40. Não haverá hino nem fala entusiasmada em meu louvor e em louvor do rito, visto que ele está completamente além. 41. Tu mesmo garantirás a estabilidade do altar. 42. Neste rito tu estarás sozinho. 43. Eu te darei outra cerimônia com a qual muitos regozijarão. 44. Antes de tudo, que o Juramento seja tomado firmemente enquanto tu ergues o altar da terra negra. 45. Nas palavras que Tu conheces. 46. Pois eu também juro a ti pelo meu corpo e alma que nunca serão separados que eu habitarei contigo enrolado e pronto para saltar. 47. Eu te concederei os reinos da terra, Ó tu Que conquistastes os reinos do Oriente e do Ocidente. 48. Eu sou Apep, Ó tu O Assassinado. Tu te matarás sobre o meu altar: eu terei o teu sangue para beber. 49. Pois eu sou um poderoso vampiro, e meus filhos sugarão o vinho da terra que é sangue. 50. Tu proverás as tuas veias do cálice do céu. 51. Tu serás secreto, um terror para o mundo. 52. Tu serás exaltado, e ninguém te verá; exaltado, e ninguém irá supor sobre ti. 53. Pois existem duas glórias distintas, e tu que conquistastes a primeira desfrutará da segunda. 54. Eu salto com prazer dentro de ti; a minha cabeça está erguida para atacar. 55. Ó a luxúria, o puro êxtase, da vida da serpente na coluna! 56. Mais ponderosa que Deus ou o homem, eu estou neles, e os impregno. 57. Siga estas minhas palavras.

176 7 Liber Stellæ Rubeæ 58. Nada temais. Nada temais. Nada temais. 59. Pois eu sou nada, e a mim tu temerás, Ó minha virgem, meu profeta dentro de cujas entranhas eu regozijo. 60. Tu temerás com o medo do amor: eu te subjugarei. 61. Tu estarás muito próximo da morte. 62. Mas eu te subjugarei; a Nova Vida te iluminará com a Luz que está além das Estrelas. 63. Tu refletiste? Eu, a força que criou tudo, não devo ser desprezada. 64. E eu te matarei na minha lascívia. 65. Tu gritarás com o prazer e a dor e o medo e o amor de modo que o ΛΟΓΟΣ de um novo Deus salta por entre as Estrelas. 66. Não haverá nenhum som ouvido além deste teu rugido leonino de arrebatamento; sim, este teu rugido leonino de arrebatamento. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

177 8 V.V.V.V.V. INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Stellæ Rubeæ svb figvrâ LXVI Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /09/2011 e.v. i Um ritual secreto de Apep, o Coração de IAO-OAI, entregue para V.V.V.V.V. para seu uso em uma certa questão de Liber Legis e escrito sob a figura LXVI. Este livro é suficientemente descrito por seu título. Ele foi recebido em 25 de novembro de 1907 e.v.. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

178 1 Liber Tzaddi vel Hamvs Hermeticvs

179 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

180 3 Liber Tzaddi vel Hamvs Hermeticvs LIBER TZADDI VEL HAMVS HERMETICVS SVB FIGVRÂ XC i ii 0. Em nome do Senhor da Iniciação, Amém. por V.V.V.V.V. iii 1. Eu voo e eu pouso como um falcão: de mãe-esmeralda são as minhas poderosas e extensas asas. 2. Eu mergulho sobre a terra negra; e ela se alegra em ver a minha chegada. 3. Filhos da Terra! Alegrai-vos! Alegrai-vos extremamente; pois a sua salvação está próxima. 4. O fim da tristeza chegou; eu vos arrebatarei para a minha inexprimível alegria. 5. Eu vos beijarei, e vos trarei para as núpcias: eu prepararei um banquete perante vós na casa da felicidade. 6. Eu não vim para vos repreender, ou para escravizar-vos. 7. Eu não vos ordeno que renuncieis os vossos modos voluptuosos, a vossa indolência, as vossas tolices. 8. Porém eu vos trago alegria para o vosso prazer, paz para a vossa ociosidade, sabedoria para a vossa tolice. 9. Tudo o que vós fazeis é certo, se é assim que vós o apreciais. 10. Eu vim contra a tristeza, contra o tédio, contra aqueles que buscam escravizar-vos. 11. Eu verto sobre vós o vinho da purificação, que vos concede deleite tanto no ocaso quanto no alvorecer. 12. Vinde comigo, e eu vos darei tudo o que é desejável sobre a terra. 13. Porque eu vos concedo aquilo do que a Terra e seus prazeres são nada mais que sombras. 14. Eles vão embora, mas a minha alegria permanece até o fim. 15. Eu me ocultei sob uma máscara: em sou um Deus negro e terrível.

181 4 V.V.V.V.V. 16. Com a coragem conquistando o temor vós vos aproximareis de mim: vós repousareis as vossas cabeças sobre o meu altar, esperando o golpe da espada. 17. Mas o primeiro beijo de amor será radiante nos seus lábios; e toda a minha escuridão e terror se tornarão luz e prazer. 18. Somente aqueles que temem fracassarão. Aqueles que curvaram suas costas para o jugo da escravidão até que não mais consigam ficar eretos; a estes eu desprezarei. 19. Mas vós que desafiastes a lei; vós que conquistastes por sutileza ou à força; vós eu trarei para mim, eu mesmo vos trarei para mim. 20. Eu nada vos peço para sacrificar no meu altar; eu sou o Deus que tudo concede. 21. Luz, Vida, Amor; Força, Fantasia, Fogo; estes eu vos trago: minhas mãos estão repletas destes. 22. Existe alegria no começo; existe alegria na jornada; existe alegria no objetivo. 23. Contudo se vós estiverdes tristes, ou fatigados, ou irritados, ou aflitos; então vós podereis saber que perdestes o fio dourado, o fio pelo qual eu vos guio até o coração dos bosques de Eleusis. 24. Meus discípulos são orgulhosos e belos; eles são fortes e velozes; eles controlam seu caminho como poderosos conquistadores. 25. O fraco, o tímido, o imperfeito, o covarde, o pobre, o lamurioso - estes são meus inimigos, e eu vim para destruí-los. 26. Isto também é compaixão: um fim para a doença da terra. A extirpação das ervas daninhas: a irrigação das flores. 27. Oh meus filhos, vós sois mais belos do que as flores: vós não podeis murchar na vossa estação. 28. Eu vos amo; eu vos aspergiria com o divino orvalho da imortalidade. 29. Esta imortalidade não é esperança em vão para além do túmulo: eu vos ofereço a consciência segura do êxtase. 30. Eu ofereço isto imediatamente, sobre a terra; antes que o sino tenha marcado o passar de uma hora, vós estareis Comigo nas Moradas que estão além da Ruína.

182 5 Liber Tzaddi vel Hamvs Hermeticvs 31. Eu também vos concedo poder e alegria mundana; riqueza, e saúde, e extensão dos dias. Adoração e amor se agarrarão aos vossos pés, e se entrelaçarão em par ao redor do vosso coração. 32. Somente as vossas bocas beberão de um vinho delicioso o vinho de Iacchus; elas alcançarão sempre o beijo celestial do Belo Deus. 33. Eu vos revelo um grande mistério. Vós estais entre o abismo do alto e o abismo da profundeza. 34. Em qualquer um destes vos aguarda uma Companhia; e aquela Companhia é Vós mesmos. 35. Vós não podeis ter outra Companhia. 36. Muitos se ergueram, sendo sábios. Eles disseram «Buscai a Imagem brilhante no lugar sempre dourado, e uni-vos com Ela.» 37. Muitos se ergueram, sendo tolos. Eles disseram, «Descei até o esplêndido mundo sombriamente escuro, e desposai-vos com aquela Criatura Cega do Lodo.» 38. Eu que estou além da Sabedoria e da Tolice, me ergo e vos digo: realizai ambas as núpcias! Univos com ambos! 39. Cuidado, cuidado, eu digo, a fim de que não busques a um e perdas o outro! 40. Meus adeptos se mantêm em pé; sua cabeça acima dos céus, seus pés abaixo dos infernos. 41. Porém já que um é naturalmente atraído para o Anjo, e outro para o Demônio, que o primeiro fortaleça o elo inferior, e que o último se vincule mais firmemente ao superior. 42. Assim o equilíbrio se tornará perfeito. Eu ajudarei meus discípulos; quanto mais rápido eles alcançarem este poder e prazer equilibrado mais rápido eu os impulsionarei. 43. Eles por sua vez falarão deste Trono Invisível; suas palavras iluminarão os mundos. 44. Eles serão mestres de majestade e poder; eles serão belos e alegres; eles estarão vestidos de vitória e esplendor; eles ficarão de pé sobre a firme fundação; o reino será deles; sim, o reino será deles. Em nome do Senhor da Iniciação. Amém. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

183 6 V.V.V.V.V. INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Tzaddi vel Hamvs Hermeticvs svb figvrâ XC Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /08/2011 e.v. i Um relato da Iniciação e uma indicação para aqueles que são indicados à mesma. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

184 1 Liber Cheth vel Vallvm Abiegni

185 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

186 3 Liber Cheth vel Vallvm Abiegni LIBER CHETH VEL VALLVM ABIEGNI SVB FIGVRÂ CLVI i ii por V.V.V.V.V. iii 1. Este é o segredo do Santo Graal, este é o cálice sagrado de Nossa Senhora a Mulher Escarlate, Babalon, a Mãe das Abominações, a noiva de Chaos, que cavalga sobre nosso Senhor a Besta. 2. Tu verterás o teu sangue que é tua vida dentro do cálice dourado de sua fornicação. 3. Tu mesclarás a tua vida com a vida universal. Tu não reterás uma só gota. 4. Então o teu cérebro ficará mudo, e teu coração não mais baterá, e toda a tua vida se esvairá de ti; e tu serás lançado à estrumeira, e os pássaros do ar banquetearão sobre a tua carne, e teus ossos branquearão sob o sol. 5. Então os ventos se reunirão, e erguerão a ti como se fosse um pequeno amontoado de pó numa folha que tem quatro cantos, e eles o entregarão aos guardiões do abismo. 6. E porque não há vida ali, os guardiões do abismo o oferecerão aos anjos dos ventos que por ali passam. E os anjos depositarão tua poeira na Cidade das Pirâmides, e o nome daquilo não mais existirá. 7. Portanto, para que tu posses realizar com êxito este ritual do Santo Graal, tu deverás te despojar de todos os teus bens. 8. Tu tens riqueza; concedei-a aqueles que dela necessitam, contudo não tendes desejo a respeito disso. 9. Tu tens saúde; matai a ti mesmo no fervor da tua entrega a Nossa Senhora. Que a tua carne se pendure dos teus ossos, e teus olhos brilhem com o teu insaciável desejo pelo Infinito, com a tua paixão pelo Desconhecido, por Ela que está além do Conhecimento o abominável. 10. Tu tens amor; arrancai tua mãe do teu coração, e cuspi na face de teu pai. Que teus pés pisoteiem o ventre da tua esposa, e que o bebê em seu peito seja a presa de cães e abutres. 11. Pois se tu não fizeres isto com a tua vontade, então Nós o faremos não importando a tua vontade. Então que tu realizes o Sacramento do Graal na Capela de Abominações.

187 4 V.V.V.V.V. 12. Vede! Se reservadamente conservares em ti mesmo um só pensamento teu, então tu serás lançado no abismo para sempre; e tu serás o solitário, o comedor de esterco, o aflito no Dia do Esteja- Conosco. 13. Sim! Realmente esta é a Verdade, esta é a Verdade, esta é a Verdade. A ti serão concedidos alegria, e saúde, e riqueza e sabedoria quando tu não fores mais tu. 14. Então todo ganho será um novo sacramento, e ele não te corromperá; tu comerás e beberás com os libertinos no mercado, e as virgens jogarão rosas sobre ti, e os mercadores se ajoelharão e trarão para ti ouro e especiarias. Também, jovens derramarão maravilhosos vinhos para ti, e os cantores e as dançarinas cantarão e dançarão para ti. 15. Contudo tu não estarás ali, pois tu serás esquecido, poeira perdida na poeira. 16. Nem o próprio æon te ajudará nisso; pois da poeira será preparada uma cinza branca por Hermes, o Invisível. 17. E esta é a Ira de Deus, que estas coisas devem ser assim. 18. E esta é a graça de Deus, que estas coisas devem ser assim. 19. Por isso eu te ordeno para que venhas a mim no Início; pois se tu deres nada mais que um passo neste Caminho, tu deverás chegar inevitavelmente ao final deste. 20. Este Caminho está além da Vida e da Morte; ele também está além do Amor; porém aquilo tu não sabes, pois tu não conheces o Amor. 21. E o final deste não é dado a conhecer nem por Nossa Senhora nem pela Besta que Ela cavalga; nem pela Virgem, sua filha, nem por Chaos, seu legítimo Senhor; mas pela Criança Coroada este é conhecido? Não se sabe se ele é conhecido. 22. Portanto, que a Hadit e a Nuit seja a glória no Fim e no Início; sim, no Fim e no Início. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

188 5 Liber Cheth vel Vallvm Abiegni INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Cheth vel Vallvm Abiegni svb figvrâ CLVI Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /08/2011 e.v. i Este livro é um relato perfeito da tarefa de Adepto Isento [Adeptvs Exemptvs], considerada sob os símbolos de um plano em particular, não o intelectual. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

189 1 Liber Arcanorvm

190 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

191 3 Liber Arcanorvm LIBER ARCANORVM τών ATV τού TAHVTI QVAS VIDIT ASAR IN AMENNTI SVB FIGVRÂ CCXXXI LIBER CARCERORVM τών QLIPHOTH CVM SVIS GENIIS. ADDVNTVR SIGILLA ET NOMINA EORVM. i ii por V.V.V.V.V. iii

192 4 V.V.V.V.V. (Este livro é verdadeiro até o grau de Adeptus Exemptus. V.V.V.V.V. 8º = 3.) 0. A, o coração de IAO, vive em êxtase no local secreto dos trovões. Entre Asar e Asi ele vive em regozijo. 1. Os relâmpagos aumentaram e o Senhor Tahuti se manifestou. A Voz veio do Silêncio. Então Aquele correu e voltou. 2. Agora Nuit se ocultou, para que ela possa abrir a porta de sua irmã. 3. A Virgem de Deus está entronada sobre uma concha de ostra; ela é como uma pérola, e busca Setenta para seus Quatro. Em seu coração está Hadit, a glória invisível. 4. Agora se ergue Ra-Hoor-Khuit, e é estabelecido o domínio na Estrela da Chama. 5. Também está exaltada a Estrela da Chama, trazendo bênção para o universo. 6. Então aqui embaixo o Eros alado é jovem, se deliciando em um e em outro. Ele é Asar entre Asi e Nepthi; ele saiu do véu. 7. Ele cavalga na carruagem da eternidade; o branco e o preto estão atrelados ao seu carro. Portanto ele reflete o Louco, e o sétuplo véu é revelado. 8. Também surge a mãe Terra com o seu leão, igualmente Sekhet, a senhora de Asi. 9. Também o Sacerdote ocultou a si mesmo, para que sua glória não seja profanada, para que sua palavra não seja perdida na multidão. 10. Agora então o Pai de tudo o que foi criado, como uma roda poderosa; a Esfinge, e o deus com cabeça de cão, e Tífon, foram confinados na sua circunferência. 11. Também a senhora Maat com sua pena e sua espada tomou seu lugar para julgar os justos. Pois o Destino já estava determinado. 12. Então o santo apareceu nas grandes águas do Norte; como uma aurora dourada ele surgiu, trazendo bênção para o universo caído. 13. Também Asar estava oculto em Amennti; e os Senhores do Tempo passaram por sobre ele com a foice da morte.

193 5 Liber Arcanorvm 14. E um anjo poderoso apareceu como uma mulher, derramando frascos de aflição sobre as chamas, iluminando a pura corrente com seu estigma de maldição. E a iniquidade era muito grande. 15. Então o Senhor Khem se ergueu, Aquele que é santo entre os mais elevados, e levantou seu bastão coroado para redimir o universo. 16. Ele atingiu as torres de pranto; ele as quebrou em pedaços no fogo da sua ira, de modo que só ele escapou das suas ruínas. 17. Transmutada, a santa virgem apareceu como um fogo fluídico, transformando-a em beleza dentro de um relâmpago. 18. Por meio dos seus encantamentos ela invocou o Escaravelho, o Senhor Kheph-Ra, de modo que as águas fossem divididas e a ilusão das torres fosse destruída. 19. Então o sol realmente apareceu límpido, e a boca de Asi estava na boca de Asar. 20. Então também a Pirâmide foi construída a fim de que a Iniciação pudesse ser completada. 21. E no coração da Esfinge dançou o Senhor Adonai, em Suas grinaldas de rosas e pérolas alegrando a multidão de coisas; sim, alegrando a multidão de coisas.

194 6 V.V.V.V.V. OS GENII DAS 22 ESCALAS DA SERPENTE E DAS QLIPHOTH O.T.O. - Ordo Templi Orientis

195 7 Liber Arcanorvm INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber Arcanorvm τών ATV τού TAHVTI QVAS VIDIT ASAR IN AMENNTI svb figvrâ CCXXXI Liber Carcerorvm τών QLIPHOTH cvm svis Geniis. Addvntvr Sigilla et Nomina Eorvm. Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso Revisão: Nina Castro Edição: Jonatas Lacerda Versão: /12/2011 e.v. i Este é um relato do processo cósmico na medida em que é indicado pelos Trunfos do Tarot. Partes recebidas entre 5 e 6 de 1907 e.v.. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu

196 8 V.V.V.V.V. gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

197 1 Liber A ash vel Capricorni Pneumatici

198 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

199 3 Liber A ash vel Capricorni Pneumatici LIBER A ASH VEL CAPRICORNI PNEVMATICI SVB FIGVRÂ CCCLXX i ii por V.V.V.V.V. iii 0. Nodoso Carvalho de Deus! Nos teus ramos está aninhado o relâmpago! Acima de ti ronda o Falcão Cego. 1. Tu és maldito e negro! Supremamente solitário naquela charneca de arbustos. 2. Acima! As nuvens Avermelhadas pendem sobre ti! É a tempestade. 3. Há um corte flamejante no céu. 4. Acima. 5. Tu és agitado nas garras da tempestade por um æon e um æon e um æon. Mas tu não entregaste a tua seiva; tu não falhaste. 6. Apenas no final tu entregarás a tua seiva quando o grande Deus F.I.A.T. for entronado no dia de Ser-Conosco. 7. Pois duas coisas estão feitas e uma terceira coisa está no começo. Ísis e Osíris foram lançados ao incesto e adultério. Hórus salta três vezes armado do útero de sua mãe. Harpócrates, seu gêmeo está oculto dentro dele. Set é a sua santa aliança, que ele revelará no grande dia de M.A.A.T., que está sendo interpretado pelo Mestre do Templo da A A, cujo nome é Verdade. 8. Nisto agora está o poder mágico conhecido. 9. É como o carvalho que se endurece e se sustenta contra a tempestade. Ele foi castigado pelas condições do tempo e está cicatrizado e confiante como um capitão do mar. 10. Também ele se debate como um cão na coleira. 11. Ele tem orgulho e grande sutileza. Sim, e alegria também!

200 4 V.V.V.V.V. 12. Que o Magus atue dessa forma em sua conjuração. 13. Que ele se sente e conjure; que ele mova a si mesmo junto com aquela energia; que ele se eleve seguindo á expansão e ao esforço; que ele lance para trás o capuz da sua cabeça e fixe seu olhar de basilisco sobre o sigilo do demônio. Então que ele se agite com força para lá e para cá como um sátiro em silêncio, até que a Palavra exploda da sua garganta. 14. Então que ele não tombe exausto, embora a força tenha sido dez mil vezes maior que a humana; porém aquilo que o inunda é a infinita misericórdia do Genitor-Genitora do Universo, de quem ele é o Receptáculo. 15. Nem tu te decepcionaste. É fácil diferenciar a força viva da matéria morta. Não é fácil diferenciar a serpente viva da serpente morta. 16. Também com relação aos juramentos. Sede obstinado, e não sede obstinado. Compreendei que a flexibilidade da Yoni se une à extensão do Lingam. Tu és ambos; e o teu juramento é nada mais que o farfalhar do vento sobre o Monte Meru. 17. Agora tu adorarás a mim que sou o Olho e o Dente, o Bode do Espírito, o Senhor da Criação. Eu sou o Olho no Triângulo, a Estrela de Prata que vós adorais. 18. Eu sou Baphomet, que é a Palavra Óctupla que será equilibrada com a Árvore. 19. Não há ato ou paixão que não será um hino em minha honra. 20. Todas as coisas sagradas e todas as coisas simbólicas serão meus sacramentos. 21. Estes animais são sagrados para mim; o bode, e o pato, e o asno, e a gazela, o homem, a mulher e a criança. 22. Todos os cadáveres são sagrados para mim; eles não serão tocados salvo em minha eucaristia. Todos os locais solitários são sagrados para mim; onde um homem se encontra consigo mesmo em meu nome, lá eu saltarei para o centro dele. 23. Eu sou o deus terrível, e quem me governa é mais feio que eu. 24. Ainda assim eu concedo mais do que Baco e Apolo; minhas dádivas excedem a oliva e o cavalo. 25. Aquele que me adora deve me adorar com muitos ritos. 26. Eu estou oculto com todos os disfarces; quando o Antigo Mais Sagrado é despojado e conduzido através do mercado, eu ainda sou secreto e distante.

201 5 Liber A ash vel Capricorni Pneumatici 27. Aquele a quem amo eu castigo com muitos bastões. 28. Todas as coisas são sagradas para mim; nada é sagrado fora de mim. 29. Pois não há santidade onde eu não estou. 30. Não temais quando sou atingido pela fúria da tempestade; pois meus frutos de carvalho são soprados para longe pelo vento; e na verdade eu me erguerei novamente, e meus filhos à minha volta, de modo que nós ergueremos a nossa floresta na Eternidade. 31. A Eternidade é a tempestade que me cobre. 32. Eu sou Existência, a Existência que não existe exceto por meio da sua própria Existência, que está além da Existência das Existências, e enraizada mais profundamente do que a Árvore-do- Nada na Terra-do-Nada. 33. Agora, portanto tu sabes quando eu estou dentro de ti, quando o meu capuz está estendido sobre o teu crânio, quando o meu poder é maior do que o Hindus encurralados, e irresistível como a Geleira Gigante. 34. Pois como tu estás diante de uma mulher lasciva em Tua nudez no bazar, sugado pela astúcia e sorrisos dela, assim tu estás completamente e não mais em parte perante o símbolo da bem amada, embora este seja nada mais que uma Pisacha ou um Yantra ou um Deva. 35. E em tudo tu criarás o Êxtase Infinito e o próximo elo da Cadeia Infinita. 36. Esta cadeia alcança de Eternidade a Eternidade, sempre em triângulos não é o meu símbolo um triângulo? sempre em círculos não é o símbolo da Bem Amada um círculo? Ali está toda a base da ilusão do progresso, pois todo círculo é semelhante e todo triângulo é semelhante! 37. Mas o progresso é progresso, e progresso é arrebatamento, constante, deslumbrante, chuvas de luz, ondas de orvalho, chamas do cabelo da Grade Deusa, flores das rosas que estão ao redor do seu pescoço, Amém! 38. Portanto ergue-te assim como eu estou erguido. Segura-te assim como eu que sou mestre em fazer. Ao final, que o fim esteja tão distante quanto as estrelas que repousam no umbigo de Nuit, mata-te a ti mesmo assim como eu sou morto ao final, na morte que é vida, na paz que é a mãe da guerra, na escuridão que detém a luz em sua mão como uma meretriz que arranca uma joia das suas narinas. 39. Assim, portanto, o começo é deleite, e o Fim é deleite, e o deleite está no meio, tal como os Hindus, é a água na caverna da geleira, e água entre as colinas maiores e as colinas menores e

202 6 V.V.V.V.V. através dos aterros das colinas e através das planícies, e água na foz de onde ele se lança para dentro do mar poderoso, sim, para dentro do mar poderoso. O.T.O. - Ordo Templi Orientis

203 7 Liber A ash vel Capricorni Pneumatici INFORMAÇÕES EDITORIAIS Título: Liber A ash vel Capricorni Pneumatici sub figurâ CCCLXX Autor: V.V.V.V.V. Origem: (/espaco-novo-aeon) Tradução: Arnaldo Lucchesi Cardoso (arnaldolucchesi@hotmail.com) Revisão: Jonatas Lacerda (jonatas.lacerda@thelema.com.br) Edição: Jonatas Lacerda (jonatas.lacerda@thelema.com.br) Versão: /09/2011 e.v. i Contém o verdadeiro segredo de toda a magia(k) prática. Analisa a natureza da força mágica criativa no homem, explica como despertá-la, como usá-la e indica os objetivos gerais e particulares a serem assim alcançados. Magia Sexual está velada em seu simbolismo. ii O presente ensaio pode ser encontrado no site /espaco-novo-aeon, que é um veículo de estudo e pesquisas Thelêmicos. O copyright de todo material de autoria de Aleister Crowley pertence à O.T.O. Ordo Templi Orientis ( e esta tradução não pode ser utilizada de forma alguma para fins comerciais, devendo sempre manter os créditos e ressalvas. Importante: O não é um veículo da O.T.O. Ordo Templi Orientis e não está subordinado a quaisquer organizações. iii Os Livros listados em Classe A da A A (com exceção d O Livro da Lei) foram recebidos a partir de outubro de 1907 e.v. (era vulgaris ou era comum), ano em que Crowley tomou o juramento do grau de Magister Templi (Mestre do Templo) 8º=3, assumindo o mote V.V.V.V.V. (Vi Veri Vniversum Vivus Vici, Pela força da Verdade Eu Conquistei o Universo Ainda Vivo). Sob este mote Crowley assumiu o ofício de entregar os Livros Oficiais da A A para o mundo através d O Equinócio. Nas importantes palavras do próprio Crowley: Eu clamo a autoria mesmo de todos os outros Livros de Classe A da A A, embora eu os tenha escrito quando inspirado além de qualquer coisa que eu conheça como sendo eu. Mesmo nesses Livros, Aleister Crowley, o mestre em Inglês, tanto da prosa quanto do verso, participa na medida em que ele era Aquele. Comparem-se esses Livros com o Livro da Lei! O estilo é simples e sublime; as imagens são esplêndidas e perfeitas; o ritmo é sutil e intoxicante; o tema é interpretado em perfeita sinfonia. Não existem erros de gramática e nem frases infelizes. Cada Livro é perfeito em seu gênero. Eu, ousando arrebatar o crédito quanto a esses, não ouso, entretanto clamar ter tocado O Livro da Lei, sequer com minha menor unha..

204 1 Liber Tav vel Kabbalæ Trivm Literarvm

205 2 V.V.V.V.V. A A Publicação em Classe A.

206 3 Liber Tav vel Kabbalæ Trivm Literarvm LIBER TAV VEL KABBALÆ TRIVM LITERARVM SVB FIGVRÂ CD i ii por V.V.V.V.V. iii O.T.O. - Ordo Templi Orientis

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