Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER. Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição.

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1 Referência: / Assunto: Restrição de acesso: Ementa: Órgão ou entidade recorrido (a): Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Sem restrição. Recorrente: S. R. L. G. Cidadã solicita informações diversas sobre Despacho Postal Informação incompleta. A regra é a publicidade, o sigilo, exceção Parte da informação já entregue. Sigilo comercial Acata-se a argumentação do recorrido Recurso conhecido e desprovido Recomendação. Indicar a possibilidade de recursos. Indicar a autoridade responsável por responder os recursos. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT Senhor Ouvidor-Geral da União, 1. O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº /2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado: RELATÓRIO Data Teor 1) Solicito informar em que consiste a despesa de despacho aduaneiro aprovada recentemente, no valor de R$ 12,00. Pedido 18/07/201 2) informem de forma detalhada a diferença entre o despacho aduaneiro e o despacho de uma correspondência nacional. 3) informem a legislação que afirma/autoriza despacho aduaneiro em correspondências internacionais; ) informem se há legislação que autoriza a dispensa do desembaraço aduaneiro para correspondências internacionais de pequeno valor; Resposta Inicial 31/07/201 5) Solicito que enviem cópia do documento de aprovação do tal despacho e a sua exposição de motivos. Prezada Senhora S., Seguem as respostas: 1) Solicito informar em que consiste a despesa de despacho aduaneiro aprovada recentemente, no valor de R$ 12,00. 21

2 Informamos que a denominação correta para o tema em questão é Despacho Postal e trata-se de uma cobrança pelos serviços de apoio administrativos desenvolvidos pelos Correios desde o recebimento da encomenda internacional no Brasil até a sua efetiva retirada pelo destinatário/importador nas Agências de Correios. A cobrança pelo serviço de Despacho Postal está prevista na Convenção Postal Universal, norma internacional editada pela União Postal Universal (UPU), agência especializada da ONU que coordena as atividades dos correios (operadores designados) em todo o mundo e da qual o Brasil é signatário. O art. 20, item 3, da Convenção dispõe que: Os operadores designados, que obtiveram a autorização para realizar o desalfandegamento por conta dos clientes, seja em nome do cliente ou em nome do operador designado do país de destino, estão autorizados a cobrar dos clientes uma taxa baseada nos custos reais da operação. Esta taxa pode ser cobrada por todos os objetos declarados na alfândega, de acordo com a legislação nacional e incluindo aqueles isentos de direitos aduaneiros (...). Por sua vez, a Lei nº 6.538, de 22 de junho de 1978, que dispõe sobre os Serviços Postais, diz no seu Art. 1º, parágrafo único que: O serviço postal e o serviço de telegrama internacional são regidos também pelas convenções e acordos internacionais ratificados ou aprovados pelo Brasil. 2) Informem de forma detalhada a diferença entre o despacho aduaneiro e o despacho de uma correspondência nacional. O Despacho Aduaneiro é uma atividade de competência exclusiva da Receita Federal do Brasil conforme determinam o artigo 15º do Decreto 6759/2009 e a alíena"c" do artigo 6º da Lei 10593/2002. O Despacho Postal inclui as atividades relacionadas aos objetos de importação que são tributados por meio da Nota de Tributação Simplificada - NTS, os objetos do mercado nacional não passam pelo controle aduaneiro nas dependências da ECT. A obrigatoriedade da execução pela ECT e as atividades de Despacho Postal estão previstas no Decreto 1789/1.996 que podem ser acessadas por meio do link Lei 6759/2.009 "Art. 15. O exercício da administração aduaneira compreende a fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, em todo o território aduaneiro (Constituição, art. 237). Parágrafo único. As atividades de fiscalização de tributos incidentes sobre as operações de comércio exterior serão supervisionadas e executadas por Auditor- Fiscal da Receita Federal do Brasil". Lei 10593/2.002 sancionada pela Lei 11.57/2.007 "Art. 6º São atribuições dos ocupantes do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil: c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados". 3) Informem a legislação que afirma/autoriza despacho aduaneiro em correspondências internacionais; A cobrança pelo serviço de Despacho Postal está prevista na Convenção Postal Universal, norma internacional editada pela União Postal Universal 22

3 Recurso à Autoridade Superior 0/08/201 (UPU), agência especializada da ONU que coordena as atividades dos correios (operadores designados) em todo o mundo e da qual o Brasil é signatário. O art. 20, item 3, da Convenção dispõe que: Os operadores designados, que obtiveram a autorização para realizar o desalfandegamento por conta dos clientes, seja em nome do cliente ou em nome do operador designado do país de destino, estão autorizados a cobrar dos clientes uma taxa baseada nos custos reais da operação. Esta taxa pode ser cobrada por todos os objetos declarados na alfândega, de acordo com a legislação nacional e incluindo aqueles isentos de direitos aduaneiros (...). Por sua vez, a Lei nº 6.538, de 22 de junho de 1978, que dispõe sobre os Serviços Postais, diz no seu Art. 1º, parágrafo único que: O serviço postal e o serviço de telegramas internacionais são regidos também pelas convenções e acordos internacionais ratificados ou aprovados pelo Brasil. ) Informem se há legislação que autoriza a dispensa do desembaraço aduaneiro para correspondências internacionais de pequeno valor; Não há dispensa do desembaraço aduaneiro. O encaminhamento de todos os objetos recebidos do exterior para à Alfândega é obrigatório, independente do conteúdo e da destinação do objeto, conforme determina o artigo 12 do decreto 1789/1.996: "Art. 12. O controle aduaneiro é exercido sobre todas as remessas, qualquer que seja o destinatário ou o remetente, tenham ou não finalidades comerciais os bens nelas contidos, a partir da abertura da mala vinda do exterior ou até o seu fechamento quando a ele destinada". 5) Solicito que enviem cópia do documento de aprovação do tal despacho e a sua exposição de motivos. A aprovação da cobrança do Despacho Postal ocorreu na 18º reunião da Diretoria Executiva do ano de 201 e a motivação se deve ao advento do e-commerce, principalmente quanto ao fato de compra de produtos internacionais para revenda, o canal postal vem sofrendo um aumento exponencial na sua quantidade de trafego. Este crescimento além de desvirtuar o objetivo inicialmente proposto para o canal postal causa forte elevação dos custos operacionais, o que justifica a cobrança do Despacho Postal pelos Correios. Conforme determinado pela Lei /2011 as informações solicitadas foram prestadas, porém os documentos são de acesso restrito. Os Correios agradecem a sua compreensão. Alberto de Mello Mattos Chefe do Departamento Internacional Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos Na resposta da pergunta 1 foi informado o artigo 20 da Convenção Postal Universal, porém em breve pesquisa no sítio da Presidência da República a Convenção em seu artigo 20 trata da Postagem dos objetos de correspondência no estrangeiro e não traz a redação citada, mas outra redação que sequer tem relação com a tarifa adicional cobrada. Portanto, peço que me encaminhem o link do sítio da Presidência da República onde há a demonstração da recepção da Convenção Postal com o texto mencionado, mesmo que este tenha, por emendas, no decreto sido alterado. 23

4 Segue anexo o texto da convenção retirado do sítio oficial. Na resposta da pergunta 2 não houve o detalhamento das diferenças entre o despacho postal e o recebimento e encaminhamento de uma correspondência convencional, é citado apenas que é necessário o preenchimento de NTS. Peço que esclareçam se esta é a única diferença e se a NTS é preenchida eletronicamente. Na resposta da pergunta 3 é informado que a motivação da criação da tarifa se deve ao advento do e-commerce, e principalmente quanto ao fato de compra de produtos internacionais para revenda, sugerindo que os usuários do Correios que recebem correspondências internacionais são todos muambeiros, o que trata-se de absurdo, pois a própria Receita Federal do Brasil, traz um tratamento diferenciado para os usuários que recebem correspondências internacionais de pessoa física para pessoa física e valores menores que US$ 500,00 e US$ 50,00. Quando solicitado exposição de motivos, trata-se de documento formal e oficial que serve de expediente a qualquer órgão para propor medida e/ou submeter considerações, sugiro ao Senhor Alberto de Mello Mattos a leitura do manual de redação da Presidência da República como leitura de cabeceira, para que conheça referido termo. Resposta do Recurso à Autoridade Superior 08/08/201 Ainda em resposta à pergunta 3 é informado que os documentos são de acesso restrito, porém não é informado qualquer motivo razoável para se restringir o acesso, não demonstra o grau de classificação da informação que justifique a restrição ou mesmo legislação específica que ampara a restrição. Reitero as consideração acerca à solicitação inicial principalmente quanto ao acesso à exposição de motivos (documento), principalmente por este documento ser o que originou a criação da lei (documento público) a qual se refere os Correios. Reforço ainda que seja corrigida a informação do artigo 20 da Convenção Postal com indicação do decreto recepcionador. Prezada Senhora S., Na resposta da pergunta 1 foi informado o artigo 20 da Convenção Postal Universal, porém em breve pesquisa no sítio da Presidência da República a Convenção em seu artigo 20 trata da Postagem dos objetos de correspondência no estrangeiro e não traz a redação citada, mas outra redação que sequer tem relação com a tarifa adicional cobrada. Portanto, peço que me encaminhem o link do sítio da Presidência da República onde há a demonstração da recepção da Convenção Postal com o texto mencionado, mesmo que este tenha, por emendas, no decreto sido 2

5 alterado. Segue anexo o texto da convenção retirado do sítio oficial. A Convenção da União Postal Universal - UPU está publicada no site dos Correios e pode ser acessada por meio do link na aba "Veja Também" no item "Normatização UPU". Na resposta da pergunta 2 não houve o detalhamento das diferenças entre o despacho postal e o recebimento e encaminhamento de uma correspondência convencional, é citado apenas que é necessário o preenchimento de NTS. Peço que esclareçam se esta é a única diferença e se a NTS é preenchida eletronicamente. Os objetos nacionais não passam pelo controle aduaneiro nas dependências da ECT. Os objetos oriundos do exterior ou a ele destinadas passam obrigatoriamente pelo controle aduaneiro nas dependências da ECT. O Decreto 1789/1996 disciplina as atividades que são de responsabilidade da ECT no processo de controle aduaneiro. A Nota de Tributação Simplificada - NTS não é preenchida eletronicamente, os dados são inseridos no sistema de forma manual. Na resposta da pergunta 3 é informado que a motivação da criação da tarifa se deve ao advento do e-commerce, e principalmente quanto ao fato de compra de produtos internacionais para revenda, sugerindo que os usuários do Correios que recebem correspondências internacionais são todos muambeiros, o que trata-se de absurdo, pois a própria Receita Federal do Brasil, traz um tratamento diferenciado para os usuários que recebem correspondências internacionais de pessoa física para pessoa física e valores menores que US$ 500,00 e US$ 50,00. Quando solicitado exposição de motivos, trata-se de documento formal e oficial que serve de expediente a qualquer órgão para propor medida e/ou submeter considerações, sugiro ao Senhor Alberto de Mello Mattos a leitura do manual de redação da Presidência da República como leitura de cabeceira, para que conheça referido termo. Ainda em resposta à pergunta 3 é informado que os documentos são de acesso restrito, porém não é informado qualquer motivo razoável para se restringir o acesso, não demonstra o grau de classificação da informação que justifique a restrição ou mesmo legislação específica que ampara a restrição. Reitero as consideração acerca à solicitação inicial principalmente quanto ao acesso à exposição de motivos (documento), principalmente por este documento ser o que originou a criação da lei (documento público) a qual se refere os Correios. Além de a Convenção da União Postal Universal - UPU autorizar os Correios a realizarem a cobrança do Despacho Postal, cabe ressaltar que os serviços internacionais de importação e exportação fazem parte do seguimento de âmbito concorrencial, não abrangido pelo monopólio postal, onde os Correios se encontram em pé de igualdade com as demais empresas do segmento de encomenda podendo o importador negociar perante o cliente internacional, o envio do seu objeto por outros operadores logísticos, inclusive, operadores internacionais que atuam no mercado brasileiro. Conforme o item VII, artigo 23 da Lei 8016/2013 que aprova o estatuto da ECT, a Diretoria Colegiada é competente para fixar, reajustar e revisar preços e prêmios ad valorem referentes à remuneração dos serviços prestados pela ECT em regime concorrencial. Art

6 Recurso à Autoridade Máxima Resposta do Recurso à Autoridade Máxima 20/08/201 25/08/201 VIII - fixar, reajustar e revisar preços e prêmios ad valorem referentes à remuneração dos serviços prestados pela ECT em regime concorrencial; Apenas a título informativo, lembramos que a concorrência no segmento de encomendas, especificamente quanto àquelas advindas do exterior, cobra de 2 a 3 vezes a mais que os Correios na prestação do mesmo serviço. Os correios de outros países também realizam essa cobrança. O Correio francês, por exemplo, cobra de 15 a 20 euros e o espanhol, de 15 a 18 Euros, dependendo da modalidade de entrega. Outros países como a Argentina e o Chile também começaram a realizar cobrança semelhante devido ao aumento expressivo dos pacotes provenientes do e-commerce, que aumentou significativamente os custos operacionais. Reforço ainda que seja corrigida a informação do artigo 20 da Convenção Postal com indicação do decreto recepcionador. A Convenção da União Postal Universal - UPU está publicada no site dos Correios e pode ser acessada por meio do link na aba "Veja Também" no item "Normatização UPU. Os Correios agradecem a sua compreensão. JOSÉ FURIAN FILHO Vice-Presidente de Logística e Encomendas Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 1 - Em resposta inicial foi informado "Conforme determinado pela Lei /2011 as informações solicitadas foram prestadas, porém os documentos são de acesso restrito.". Porém em nenhuma das resposta houve justificativa legal ou plausível dos motivos da "restrição do acesso" à informação solicitada. Se as tratativas originaram cobrança de um serviço público regulamentado por leis e convenções, estas também devem ser públicas. 2 - Não houve a informação do decreto recepcionador da convenção a que se refere a ECT - Convenção da União Postal Universal. O decreto recepcionador é imprescindível para se dar legalidade à convenção. Prezada Senhora S., A solicitação em comento foi objeto de análise por meio do Parecer nº / emitido pela Controladoria Geral da União CGU cuja decisão proferida segue em anexo. Os Correios agradecem a sua compreensão. Wagner Pinheiro de Oliveira PRESIDENTE Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 26

7 Recurso à CGU 01/09/201 Eventuais recursos devem ser dirigidos a Controladoria Geral da União, de acordo com o Art. 22 do Decreto 7.72/2012 que regulamenta a Lei de Acesso a Informação - Lei /2011, no prazo de 10 dias, a contar do recebimento desta resposta. Em nenhuma das respostas foi apresentada justificativa legal ou plausível para a restrição de acesso. Informo ainda que a ECT afirma ter anexado arquivo, porém não consta o anexo. Porém, a justificativa de resposta do recurso anterior é de que há decisão similar da CGU para a solicitação em tela, e que tal decisão estaria em anexo. Ora, conforme o artigo 10 da Resolução 1/2012 da CMRI, apenas a própria CMRI tem poder de proferir decisão vinculante: "III - súmula, constituída de enunciado que sintetize entendimento resultante de reiteradas decisões, para consolidar interpretação adotada pela Comissão, ou encerrar divergência administrativa.", a ECT pretende informar decisão anterior proferida pela CGU, órgão que não tem competência legal para emitir pareceres que sirvam com efeito vinculante. Logo, tal decisão anterior, mencionada pela ECT, não traz consigo qualquer valor legal ou administrativo, trata-se apenas de entendimento administrativo formulado pela CGU. Portanto solicito o provimento do presente recurso, sendo descartado de pronto, qualquer decisão anterior formulada pela CGU como justificativa. 2. Esta Controladoria, em contato realizado com o SIC dos Correios em 18/09/201, verificou que o recorrido enviou à cidadã, por , em 26/08/201, a decisão da CGU proferida no âmbito do pedido de acesso à informação nº /201-38, mencionada como justificativa para o não atendimento do item nº 5 do pedido inicial. Análise É o relatório. 3. Registre-se que o Recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e recebido na esteira do disposto no caput e 1º do art. 16 da Lei nº /2011, bem como em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 772/2012, nestes termos: Lei nº /2011 Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias se: 27

8 (...) 1o O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido à Controladoria Geral da União depois de submetido à apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente superior àquela que exarou a decisão impugnada, que deliberará no prazo de 5 (cinco) dias. Decreto nº 772/2012 Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias, contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União, que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do recebimento do recurso.. Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto n.º 7.72/2012, observa-se que consta da resposta que a autoridade que proferiu a decisão, em primeira instância, era a hierarquicamente superior à que elaborou a resposta inicial, assim como também consta que a autoridade que proferiu a decisão de provimento, em segunda instância, foi o dirigente máximo da entidade. 5. O recurso dirigido à CGU restringe-se ao item 5 do pedido inicial, por meio do qual foi solicitado acesso ao documento que aprovou a cobrança do Despacho Postal, bem como sua exposição de motivos. O recorrido informou que a aprovação da cobrança do Despacho Postal ocorreu na 18ª reunião da sua Diretoria Executiva, realizada em 201, e foi motivado pelo advento do e-commerce, que causou um aumento exponencial na quantidade de tráfego no canal postal, elevando seus custos operacionais. Contudo, não concedeu acesso aos documentos demandados sob o argumento de que se referem aos serviços internacionais de importação e exportação, segmento no qual a empresa atua em regime concorrencial. 6. O argumento utilizado pelos Correios para não atender ao pedido foi objeto de extensa análise por parte da CGU, que, no Parecer nº 3379, de 19/08/201, referente ao processo nº /201-38, por meio do qual foi solicitado o ato normativo que aprovou a cobrança do Despacho Postal e o seu valor, entendeu que a informação está protegida pelo sigilo comercial, conforme a Lei nº 6.0/1976, cuja aplicação subsidiária à ECT é prevista no Decreto-Lei nº 509/1969. Naquela situação, a douta parecerista concluiu que: 51. Nesse sentido, entende-se que, mesmo considerando que a ECT presta serviço público em mercados concorrenciais, sua saúde financeira é de interesse público (conforme defendido pelo Supremo Tribunal Federal), e, portanto, seu caráter híbrido enseja algumas exceções na interpretação do regime de acesso à informação. No caso em tela, entende-se que o argumento do recorrido procede e as informa- 28

9 ções, considerando seu caráter estratégico, estão protegidas pelo sigilo comercial previsto na Lei nº 6.0/1976, de aplicação subsidiária à ECT conforme art. 21-A do Decreto-Lei nº 509/ Há que se reconhecer, portanto, que não há o que ser revertido pela CGU em sede recursal. O objeto do pedido que foi indeferido pela empresa está acobertado pelo sigilo comercial. Esta justificativa já foi analisada e acatada pela CGU no bojo do processo nº / Não havendo argumentos ou fatos novos capazes de modificar o entendimento da CGU expressado no processo nº /201-38, opino pelo conhecimento do recurso e, no mérito, pelo seu desprovimento. Conclusão 8. De todo o exposto, opina-se pelo desprovimento do recurso, já que o fundamento para a negativa de acesso encontra amparo no art. 22 da Lei de Acesso à Informação. 9. Por fim, observa-se que a empresa recorrida não indicou à cidadã, na resposta inicial e na resposta ao recurso de primeira instância, a possibilidade de recurso, o prazo para propor o recurso e a autoridade competente para apreciá-lo. Por isso, recomenda-se orientar a autoridade de monitoramento competente que reavalie os fluxos internos para assegurar o cumprimento das normas relativas ao acesso à informação, de forma eficiente e adequada aos objetivos legais. MAÍRA LUÍSA MILANI DE LIMA Analista de Finanças e Controle D E C I S Ã O No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n da Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste ato, o parecer acima, para decidir pelo desprovimento do recurso interposto, nos termos do art. 22 da Lei 12527/2011, no âmbito do pedido de informação nº /201-12, direcionado à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ECT. JOSÉ EDUARDO ROMÃO 29

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11 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Folha de Assinaturas Documento: PARECER nº 3881 de 02/10/201 Referência: PROCESSO nº / Assunto: Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação. Signatário(s): JOSE EDUARDO ELIAS ROMAO Ouvidor Assinado Digitalmente em 02/10/201 Este despacho foi expedido eletronicamente pelo SGI. O código para verificação da autenticidade deste documento é: e70a5c7_8d1ac8e0bdd9bd7