IMPACTOS DA SUBSTITUIÇÃO DA TJLP PELA TLP

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1 IMPACTOS DA SUBSTITUIÇÃO DA TJLP PELA TLP José Ricardo Roriz Coelho Vice Presidente da Fiesp Diretor Titular do Decomtec/Fiesp Julho de 2017

2 Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FIESP PRESIDENTE Paulo Skaf Departamento de Competitividade e Tecnologia DECOMTEC DIRETOR TITULAR José Ricardo Roriz Coelho DIRETORES Marcelo José Medela EQUIPE TÉCNICA Pierangelo Rossetti (Titular Adjunto) Marco Aurélio Militelli GERENTE Alex Brunello (Representante do CJE) Mario William Esper Renato Corona Fernandes Cassio Jordão Motta Vecchiatti Mauricio Marcondes Dias de Almeida Cláudio Grineberg Cláudio Sidnei Moura Denis Perez Martins Eduardo Berkovitz Ferreira Eduardo Camillo Pachikoski Elias Miguel Haddad Emerson Rocco Bernardino (Representante do CJE) Fernando Bueno Jorge Eduardo Suplicy Funaro Luiz Carlos Tripodo Olívio Manuel de Souza Ávila Paulo Henrique Rangel Teixeira Rafael Cervone Netto Robert Willian Velásquez Salvador (Representante do CJE) Roberto Musto Ronaldo da Rocha Tarsis Amoroso Walter Bartels EQUIPE TÉCNICA Adriano Giacomini Morais Albino Fernando Colantuono André Kalup Vasconcelos Caio de Paiva Garzeri Célia Regina Murad Débora Bellucci Módolo Érica Marques Mendonça Fernando Momesso Pelai Gustavo Manzotti Simões Juliana de Souza Paulo Sergio Pereira da Rocha Silas Lozano Paz ESTAGIÁRIA Bruna Sineta Scarpioni APOIO Maria Cristina Bhering Monteiro Flores Manoel Canosa Miguez

3 Roteiro A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3

4 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 4

5 Fiesp defende agenda de reformas Desde o início da crise a Fiesp tem participado da elaboração de propostas para sua superação e atuou pela aprovação de reformas. Sabemos que o equilíbrio fiscal é fundamental para reduzir a taxa de juros de maneira sustentada e promover crescimento. Nesse sentido, apoiamos o teto de gastos, que foi o primeiro passo nessa direção e que deve ser seguido pela Reforma da Previdência, sem a qual o próprio teto de gastos será inviável em

6 Esta agenda das reformas deverá criar ambiente favorável ao investimento Essas reformas são fundamentais para o país, mas grande parte de seus efeitos só será percebida no médio e longo prazos. É preciso atenção às condições de curto prazo para manutenção de emprego e renda, pois consistente. vários indicadores da economia ainda não refletem uma retomada O investimento é a variável chave da retomada do crescimento, mas, como veremos, o Brasil tem das menores taxas de investimento do mundo porque: Estruturalmente temos taxa de juros elevada que disputa recursos com investimento produtivo Agravado pela atual crise, o investimento tem experimentado uma queda expressiva, o que traz problemas graves para a economia. 6

7 Do ponto de vista estrutural, nossa elevada taxa de juros retira atratividade do investimento produtivo. Isso já acontecia antes da crise. Investimento R$ 1 bilhão Rentabilidade líquida acumulada 2008 a 2012 Indústria: Lucro Real 46,9% R$ 469,25 milhões Indústria: Abertas sem Petrobras 54,5% R$ 545,32 milhões Renda Fixa* 62,4% R$ 624,28 milhões Fonte: Receita Federal do Brasil. CEMEC. Anbima. Elaboração DECOMTEC/FIESP. Valores nominais: não considera a inflação no período. *Renda Fixa com rentabilidade Líquida de IR 7

8 A partir de 2013, à questão estrutural somou-se a crise, que derrubou nossa taxa de investimento, que já era baixa A substituição da TJLP pela TLP deve reduzir o investimento em um momento crítico da economia brasileira em que a taxa de investimento tem caído e é a menor dos últimos 20 anos, 15,6% do PIB no primeiro trimestre deste ano. A queda acumulada do investimento entre 2013 e 2016 chegou a 25,9%, em termos reais. 24,0% 22,0% 20,0% 18,0% 16,0% 14,0% Formação Bruta de Capital Fixo Trimestral (% PIB) 21,5% 15,6% Formação Bruta de Capital Fixo (bilhões de R$ constantes) -25,9% 12,0% 1996.I 1997.I 1998.I 1999.I 2000.I 2001.I 2002.I 2003.I 2004.I 2005.I 2006.I 2007.I 2008.I 2009.I 2010.I 2011.I 2012.I 2013.I 2014.I 2015.I 2016.I 2017.I Fonte: IBGE. Elaboração: Decomtec/FIESP. 8

9 Isso fez com que chegássemos a uma das taxas de investimento mais baixas do mundo Média 41 países do IC-FIESP = 23% do PIB Fonte: IFS-IMF, IBGE. Elaboração: Decomtec/FIESP. Brasil: 1º tri/2017; demais países: 2015/2016 9

10 Se esse quadro não se reverter e o investimento continuar caindo, o PIB sofrerá impacto negativo e, consequentemente, o desemprego continuará aumentando. Investimento (%PIB) Desempregados (milhões) Estima-se que uma queda dos investimentos de 1,0 p.p. do PIB ao ano, ritmo similar ao observado nos últimos anos, fará com que o número de desempregados aumente em 567 mil em um ano, passando dos atuais 13,8 milhões para 14,3 milhões em Fonte: PNAD Contínua e IBGE. Estimações: Decomtec/Fiesp

11 O aumento do investimento é necessário para o crescimento da economia brasileira O investimento é essencial para a geração de emprego e renda. Estudos indicam que o Brasil precisa manter uma taxa de investimento em torno de 25% do PIB para a economia crescer a 5% a.a. * O BNDES é fundamental no financiamento do investimento no Brasil. Entre 1996 e 2016, os desembolsos do BNDES representaram: 2,5% do PIB e 13,1% da FBKF. * Como, por exemplo, Restrições ao crescimento da economia brasileira: uma visão de longo prazo Fabio Giambiagi (2002) 11

12 A substituição da TJLP pela TLP desestabilizaria imediatamente o ambiente e desestimularia o investimento em momento crítico da economia brasileira. Diante de um cenário muito adverso para a retomada do investimento, o anúncio de uma nova regra para a taxa de juros do BNDES desestabiliza o ambiente e aumenta a incerteza para as empresas tomarem decisões de investimento. A criação da TLP em 2018 será desde já um obstáculo para a recuperação da atividade econômica, que ainda não está assegurada. Para avaliar o impacto da substituição da TJLP pela TLP sobre o investimento, a Fiesp realizou uma pesquisa. 12

13 Pesquisa Fiesp sobre o impacto da elevação da taxa de juros do BNDES A pesquisa foi realizada com 1036 empresas industriais entre 05 de abril e 29 de maio deste ano, das quais 403 empresas solicitaram (com ou sem sucesso) financiamentos do BNDES (de forma direta ou indireta via agentes financeiros) nos últimos 2 anos. A investigação sobre o impacto da elevação da taxa de juros do BNDES foi realizada com essas 403 empresas, que consideraram o BNDES como possível fonte de financiamento do investimento no período recente. Considerações: Quando a Pesquisa foi iniciada, ainda não havia sido publicada a MP 777 oficializando a intenção de mudança da TJLP para TLP (equiparada a NTN-B) e definindo o prazo de transição da TJLP para TLP em cinco anos. A TJLP ainda era de 7,5% a.a. quando a Pesquisa foi elaborada. Posteriormente foi reduzida para 7,0% a.a. 13

14 Como as empresas reagiriam ao aumento da taxa de juros do BNDES em relação ao investimento? 66% das empresas entrevistadas reduziriam os investimentos previstos para os próximos 2 anos caso a TJLP fosse alterada. As empresas foram questionadas para o caso de haver uma mudança na TJLP que elevasse a taxa de 7,5% a.a. (nível vigente na época) para 10% a.a. (nível estimado na época para a nova taxa de juros do BNDES, atrelada a NTN-B). Há de se ressaltar que a metodologia do cálculo da TLP, mesmo após a publicação da MP 777, não está regulamentada nos detalhes, sendo possível apenas estimá-la aproximadamente. 14

15 Como as empresas reagiriam ao aumento da taxa de juros do BNDES por porte A reação de reduzir os investimentos previstos com a alteração da TJLP não se concentra em apenas um porte, todos os portes devem reagir reduzindo o investimento. Percentual de empresas, por porte, que reduziria o investimento caso a TJLP fosse alterada e aumentasse de 7,5% a.a. para 10% a.a. % de empresas por porte Pequenas Médias Grandes Reduziria o investimento 65% 65% 70% * A TJLP ainda era de 7,5% a.a. quando da elaboração do questionário. Posteriormente foi reduzida para 7,0% a.a. Nota: A classificação por porte de empresa entre pequenas, médias e grandes desta Pesquisa se baseou no número de funcionários da empresa, podendo divergir da classificação por faturamento do BNDES em alguns casos. Fonte: Pesquisa Decomtec/FIESP - Ideia Inteligencia. Elaboração: Decomtec/FIESP. 15

16 Qual seria a magnitude da redução do investimento previsto para os próximos dois anos caso houvesse aumento da taxa de juros do BNDES? Das empresas que reduziriam o investimento com a alteração da TJLP: 37% reduziria o investimento em mais de 40%. 21% reduziria o investimento na magnitude de 21% a 40% 15% reduziria o investimento na ordem de 11% a 20%. Redução no valor do investimento (%) Percentual (%) de empresas * A TJLP ainda era de 7,5% a.a. quando da elaboração do questionário. Posteriormente foi reduzida para 7,0% a.a. Fonte: Pesquisa Decomtec/FIESP - Ideia Inteligencia. Elaboração: Decomtec/FIESP. 16

17 Qual seria a magnitude da redução nos investimentos com o aumento da taxa de juros do BNDES por porte de empresa? Entre os portes que que reduziriam o investimento em mais de 40% com a alteração da TJLP, as empresas de pequeno porte estão em maior proporção. Redução no valor de investimento (%) Pequenas Médias Grandes Mais de 40% 41% 34% 35% De 21% a 40% 18% 25% 20% De 11% a 20% 16% 14% 17% De 6% a 10% 7% 13% 13% Até 5% 12% 7% 7% Não sabe 7% 7% 7% * A TJLP ainda era de 7,5% a.a. quando da elaboração do questionário. Posteriormente foi reduzida para 7,0% a.a. Nota: A classificação por porte de empresa entre pequenas, médias e grandes desta Pesquisa se baseou no número de funcionários da empresa, podendo divergir da classificação por faturamento do BNDES em alguns casos. Fonte: Pesquisa Decomtec/FIESP - Ideia Inteligencia. Elaboração: Decomtec/FIESP. 17

18 É hora de alterar a TJLP? A taxa de investimento tem caído e é a menor dos últimos 20 anos. Não poderíamos correr o risco do investimento piorar ainda mais, mas as empresas mostraram que é isso que irá acontecer se aumentar a taxa de juros do BNDES, agravando o quadro de desemprego e dificultando a recuperação da economia. Independentemente do porte, o impacto da mudança na TJLP e elevação da taxa de juros do BNDES será a redução da previsão dos investimentos. Mais da metade das empresas (66% das empresas da amostra da pesquisa) reduziriam o investimento caso a TJLP fosse alterada e aumentasse de 7,5% para 10% a.a. Não é a toa que mais de um terço das empresas de todos os portes reduziriam os investimentos em mais de 40% se a TJLP passasse de 7,5% para 10% a.a. 18

19 1 2 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? 2.1 Maior custo de financiamento 2.2 Maior volatilidade 3 Justificativas contestáveis sobre a TLP 19

20 1 2 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? 2.1 Maior custo de financiamento 2.2 Maior volatilidade 3 Justificativas contestáveis sobre a TLP 20

21 Se a TLP substituísse a TJLP, a TLP seria a maior taxa de juros real do mundo, excetuando-se a Selic. 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0-1,0-2,0-3,0-4,0 6,4 5,3 5,1 TLP* SELIC SELIC TLP* Rússia 2,52,4 2,1 1,7 1,6 Colômbia TJLP TJLP China Índia Argentina Taxas Reais de Juros de Política Monetária (% a.a.) - abril/2017 1,2 1,1 México África do Sul 0,4 0,3 0,1 Indonésia Malásia O Brasil é campeão mundial na taxa básica de juros O Brasil é campeão mundial na taxa básica de juros real (SELIC). Mesmo a TJLP de 2,4% a.a. real é a 3ª maior taxa do mundo excetuando-se a SELIC. Chile 0,0-0,1-0,1-0,1-0,2-0,4-0,5-0,5-0,6-0,7-0,8-0,9-1,1-1,3-1,3-1,3-1,4-1,5-1,6-1,7-1,7-1,7-1,8-1,9-2,1-2,1-2,1-2,6 Taiwan Filipinas Tailândia Turquía Israel Cingapura Polônia Nota: Apesar da disponibilidade de dados mais atuais, os dados de abril correspondem aos dados disponíveis no período de realização da Pesquisa. Fonte: Brasil-BCB, Moneyou (relatório de abril de 2017). 21 Coreia do Sul Austrália Hong Kong Japão Grécia Suíça Holanda Itália Portugal França Canadá Hungria Estados Unidos Áustria Dinamarca Alemanha Espanha Bélgica Suécia República Tcheca Reino Unido

22 Se válida no passado, a TLP teria sido quase o dobro da TJLP. Levando em consideração o histórico de taxas, estima-se que se a TLP fosse válida no período de 2004 a 2017, sua taxa teria sido de 13,0% a.a. em média. No mesmo período a TJLP média foi de 6,8% a.a. Média TLP: 13,0% a.a. Média TJLP: 6,8% a.a. Fonte: BCB. Elaboração: Decomtec/FIESP. 22

23 Se válida no passado, a TLP superaria até mesmo a taxa Selic no período de 2008 a Em momentos de crise ou instabilidade, a TLP teria sido muito maior do que a Selic Se as reformas estruturais não forem aprovadas, a TLP provavelmente será maior do que a Selic. Fonte: BCB. Elaboração: Decomtec/FIESP. 23

24 Simulação de um financiamento Valor do Financiamento: R$ 1 bilhão Contrato em dezembro de 2006 Prazo de 10 anos 120 prestações - Parcelas: 1ª Jan/2007. Última: Dez/2016 Total pago no financiamento de R$ 1 bilhão 10 anos Valores constantes R$ milhões (IPCA-dez/2016) Financiamento R$ 1 bilhão TLP* R$ 2,51 bilhões TJLP R$ 1,93 bilhão 151,1% 92,6% R$ 585,4 milhões de adicional de custo de um financiamento indexado à TLP em relação à TJLP. Logo, de um financiamento de R$ 1 bilhão, se paga 58,5% a mais se a taxa for a TLP. Fonte: Tesouro Nacional. Banco Central. IBGE. Elaboração DECOMTEC/FIESP *Prêmio de risco fixado na contratação, acrescido da inflação a cada prestação Não inclui spread nem IOF. 24

25 1 2 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? 2.1 Maior custo de financiamento 2.2 Maior volatilidade 3 Justificativas contestáveis sobre a TLP 25

26 A TLP apresenta enorme volatilidade, tanto pela variação da inflação quanto pela variação dos juros da NTN-B. Nos últimos 7 anos (prazo médio dos financiamentos do BNDES, segundo BC), a TLP variou 9,7 p.p., os juros da NTN-B variaram 5,0 p.p. e a inflação, 7,7 p.p. 26

27 Uma vez feita a operação, a taxa real se manterá fixa até o final do financiamento. Mesmo assim, a volatilidade da TLP provoca incerteza e afeta a tomada de decisão do investidor. EXEMPLO 1 Empresa A Empresa B Financiamento do BNDES em maio de 2013 Financiamento do BNDES em junho de 2013 COMPONENTE PRÉ-FIXADO DA TLP 3,5% a.a. + IPCA 4,8% a.a. + IPCA Distorções nas condições de financiamento e competitividade entre empresas EXEMPLO 2 Empresa C Financiamento do BNDES em maio de 2013 Financiamento do BNDES em junho de ,5% a.a. + IPCA 4,8% a.a. + IPCA Aumento na incerteza nas decisões de investimento. Um mês de diferença provoca impacto significativo. 27

28 Mesmo depois de fixado o componente real da TLP, ainda resta o ajuste pelo IPCA, que a Indústria de Transformação não consegue repassar aos seus preços de venda. Diferente do setor de serviços, que praticamente não enfrenta competição de importados, a indústria não consegue repassar todos seus custos para seus preços 43,1% foi a Inflação dos preços de vendas da Indústria de transformação (dez/2009 a dez/2016), enquanto, o IPCA foi de 58,3% no mesmo período. Como pagar um financiamento indexado ao IPCA se a indústria não recebe em suas vendas essa mesma correção da Inflação? Evolução da Inflação: IPCA e IPP Indústria de Transformação Base 100 = Dez/2009 Fonte: IBGE. Elaboração DECOMTEC/FIESP 28

29 É hora de alterar a TJLP? A proposta de alteração da TJLP para TLP elevaria substancialmente o custo do financiamento do BNDES. Para o financiamento de R$ 1 bilhão em 10 anos, por exemplo, o custo se elevaria dos atuais R$ 1,93 bilhão, para R$ 2,51 bilhões, uma elevação de R$ 585,4 milhões. Além do custo elevado, a TLP também é uma taxa extremamente volátil: Nos últimos 7 anos, variou 9,7 p.p., e chegou a 18,1% ao ano. Ambos os seus componentes (inflação e prêmio da NTN-B) são voláteis, tendo variado, nesse mesmo período, 7,7 e 5,0 pontos, respectivamente. Por fim, mesmo a correção da inflação prevista pela TLP nem sempre é repassada pela indústria em seus preços. Desde 2009, os preços de venda da indústria cresceu 43,1% enquanto o IPCA cresceu 58,3%. 29

30 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3.1 Aumento da eficácia da política monetária 3.2 Desenvolvimento do Mercado de Capitais 3.3 Tamanho do BNDES 3.4 Subsídios 30

31 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3.1 Aumento da eficácia da política monetária 3.2 Desenvolvimento do Mercado de Capitais 3.3 Tamanho do BNDES 3.4 Subsídios 31

32 O argumento para a substituição da TJLP pela TLP é um suposto aumento da eficiência da política monetária. O argumento é questionável: O crédito do BNDES medido pelo fluxo de concessões representou somente 2,9% do crédito total da economia em Concessão de crédito em 2016 Crédito livre 89,8% A maior parte do fluxo de crédito da economia é o crédito livre, que em 2016 representou 89,8% do total. Direcionado - Rural 3,8% Direcionado - Imobiliário 3,1% Direcionado - BNDES 2,9% Direcionado - Outros 0,5% Direcionado - Microcrédito 0,3% 32

33 O impacto do crédito do BNDES sobre a política monetária não é consenso Diversos estudos não conseguiram demonstrar a influência do volume de crédito direcionado sobre a eficiência da política monetária*. Uma exceção foi o estudo publicado em 2015 por Monica de Bolle**. O estudo estima que cada ponto percentual do PIB a menos em empréstimos do BNDES reduziria a taxa básica de juros em 0,4 pontos percentuais. Mesmo admitindo esse último resultado como verdadeiro, uma redução do BNDES teria impacto muito limitado sobre a política monetária, o que não nos tiraria do topo do ranking das maiores taxas de juros real do mundo. Além disso, uma redução desse tamanho na taxa básica de juros teria impacto muito baixo ao tomador, visto que só o spread do crédito livre para pessoas jurídicas está hoje em 16,5 p.p. ao ano e no passado não acompanhou a tendência da Selic. Portanto, reduzir o spread do crédito livre deveria ser prioridade. * Por exemplo: Política Fiscal, Crédito Subsidiado e Seus Efeitos Sobre a Política Monetária (FGV ); Os efeitos do crédito direcionado na suavização de choques financeiros e nas decisões de política monetária e macroprudencial (USP ). ** Do Public Development Banks Hurt Growth? Evidence from Brazil. Peterson Institute for International Economics - Set/

34 Outros aspectos pelos quais se questiona a hipótese de que a substituição da TJLP pela TLP aumentaria a eficiência da política monetária: Por fim, outro efeito a considerar na substituição da TJLP pela TLP é o fato de que a TLP seria dependente da inflação passada e o passivo da empresa com financiamento do BNDES seria indexado à inflação ocorrida. Isso ampliaria a inércia inflacionária e poderia reduzir a eficácia da política monetária. Esse problema não ocorre hoje, com a TJLP, já que é indexada à meta de inflação. 34

35 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3.1 Aumento da eficácia da política monetária 3.2 Desenvolvimento do Mercado de Capitais 3.3 Tamanho do BNDES 3.4 Subsídios 35

36 A troca da TJLP pela TLP não trará, por si só, a expansão do financiamento via mercado de capitais. É necessário remover os entraves estruturais que há décadas limitam o desenvolvimento dessa modalidade de financiamento. A baixa participação do mercado de capitais no financiamento vem de longa data e não pode ser atribuída ao incremento da atuação do BNDES. Ao contrário do que se alega, no período em que a participação dos desembolsos do BNDES subiu, a parcela do financiamento privado a cargo do mercado de capitais também subiu, ambos acompanhando o ciclo econômico de expansão. Fonte: BCB e CEMEC. 36

37 A troca da TJLP pela TLP não trará, por si só, a expansão do financiamento via mercado de capitais. É necessário remover os entraves estruturais que há décadas limitam o desenvolvimento dessa modalidade de financiamento. Na verdade, o principal entrave ao financiamento das empresas no mercado de capitais é o alto nível da Selic, que determina um patamar mínimo muito elevado para a remuneração de debêntures, e, para ações, e que responde por mais de 70% do custo de capital próprio, segundo o Ibmec. SELIC em queda Maior financiamento através do mercado de capitais Fonte: BCB e CEMEC 37

38 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3.1 Aumento da eficácia da política monetária 3.2 Desenvolvimento do Mercado de Capitais 3.3 Tamanho do BNDES 3.4 Subsídios 38

39 O BNDES deve operar com os seus recursos tradicionais: os repasses do FAT, o retorno de seus empréstimos e captações internacionais Os aportes que o Tesouro Nacional fez ao banco podiam ser justificáveis durante o período mais agudo da crise de 2008/2009, mas tiveram um custo fiscal relevante, que não pode se repetir nos próximos anos. O BNDES deve operar com suas fontes tradicionais de recursos: o FAT, o retorno de suas operações e captações internacionais. Esses recursos seriam suficientes para garantir o aumento do investimento das empresas. A atuação do BNDES nos limites desses recursos não tem nenhum impacto no resultado primário do governo federal e, portanto, é perfeitamente compatível com o Novo Regime Fiscal, estabelecido pelo Teto de Gastos. 39

40 1 2 3 A situação do investimento e pesquisa da FIESP O que significa a TLP? Justificativas contestáveis sobre a TLP 3.1 Aumento da eficácia da política monetária 3.2 Desenvolvimento do Mercado de Capitais 3.3 Tamanho do BNDES 3.4 Subsídios 40

41 Muitos alegam que em outros países, os bancos de desenvolvimento fazem captação à taxa básica de juros. Isso só é possível porque nessas economias as taxas básicas estão em níveis razoáveis: 4,7% a.a na média, para os selecionados. No Brasil, por outro lado, nossa taxa é de 10,25% a.a. País Banco de Desenvolvimento Taxa Básica de Juros (% a.a.) Alemanha KfW 0,0 Chile Corfo 2,75 México Nafinsa 6,75 Colômbia FDN 7,0 África do Sul DBSA 7,0 (Média países acima) - 4,7 No Brasil, por outro lado, a Selic está em 10,25% ao ano e a TJLP em 7,0%, ambas muito acima da média dos países com bancos de desenvolvimento. Fonte: FMI. Elaboração: Decomtec/Fiesp. 41

42 Para diminuir a diferença entre as taxas, precisamos fazer a Selic cair e não a TJLP subir Há dois caminhos para aproximar a TJLP e a SELIC: a opção equivocada, adotada na MP 777 é fazer a TJLP subir, inviabilizando uma das únicas fontes do investimento produtivo no Brasil a opção correta é a inversa, ou seja, fazer a Selic cair para que ela se aproxime da TJLP. Isso será possível se atacarmos as causas estruturais de seu elevado nível como o descontrole fiscal, a alta participação de títulos pós-fixados na dívida, a indexação, etc... Nossa verdadeira jabuticaba é a taxa real de juros mais alta do mundo. André Lara Resende: O custo do conservadorismo intelectual nas questões monetárias, durante as quatro décadas de inflação crônica do século passado, já foi alto demais 42

43 Com a TJLP atualmente em 7,0%, basta que a Selic chegue também em 7,0% para que os subsídios implícitos ao BNDES acabem O mercado já espera uma taxa Selic de 8,0% para Se a Selic chegar a 7,0%, os subsídios implícitos ao BNDES deixam de existir. Uma taxa básica de juros 7,0% ao ano não seria nenhuma extravagância: com inflação de 4,0% ao ano, isso significaria uma taxa real de cerca de 3,0%, ainda entre as mais altas do mundo. O Governo acredita, com razão, que a aprovação de reformas como a da Previdência ajude o processo de redução estrutural da taxa de juros. Por que, então, subir a TJLP? 43

44 É hora de alterar a TJLP? As justificativas para a alteração da TJLP são contestáveis: Não há consenso acerca da influência que o crédito direcionado provoca na eficácia da política monetária: vários estudos não apontam essa influência. Apenas um estudo encontrado apontou uma influência negativa, mas, mesmo assim, em montante bastante pequeno. No passado, o aumento dos desembolsos do BNDES não provocou uma retração do financiamento do investimento privado via mercado de capitais. O BNDES não precisa do aporte de recursos do Tesouro Nacional, já que tem funding próprio. A atuação do BNDES segundo suas fontes tradicionais de financiamento (FAT, retorno de suas operações e captações internacionais) não afeta o resultado primário e, portanto, é perfeitamente compatível com o teto de gastos. Em outros países, os bancos de desenvolvimento captam à taxa básica de juros porque nesses países, esta é bem menor: na média, 4,7% ao ano. No Brasil, por outro lado, a Selic está em 10,25% e a TJLP em 7,0%. Se a Selic cair para 7,0%, o subsídio implícito ao BNDES deixará de existir. Será que isso não é factível? 44

45 Não é hora de alterar a TJLP É evidente que o impacto da mudança da TJLP para TLP seria recessivo para a economia pois reduziria o investimento produtivo, o que teria também impacto negativo sobre o emprego. O momento deve ser, na verdade, de reforçar os meios de financiamento das fontes de crescimento econômico e não retirar as alternativas disponíveis às empresas. Como o país tem a maior taxa de juros real do mundo e carece de alternativas viáveis de financiamento de longo prazo, o crédito do BNDES é de grande importância ao investimento. Juros do BNDES e SELIC precisam convergir, mas é a SELIC que necessita ser reduzida e não os juros do BNDES que devem aumentar. 45

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