In principio erat verbum: Aspectos da metafísica da criação na concepção tomista

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1 In principio erat verbum: Aspectos da metafísica da criação na concepção tomista Anderson Santana Cunha 1 Resumo: Este artigo aborda alguns dos diversos aspectos da metafísica da criação proposta por São Tomás de Aquino na Suma Teológica em sua 1ª parte e em cujas páginas encontram-se claramente os conceitos basilares da filosofia tomista. Este trabalho científico principia-se pela questão da existência de Deus que o autor apresenta nas primeiras páginas da obra (Questão II Se Deus existe). Essa fundamentação permite lançar luzes à reflexão sobre alguns aspectos da metafísica da criação como: o conceito de participação (Questão XLIV De como procedem de Deus as criaturas e da causa primeira de todos os seres), a tese de que a criação é uma emanação das coisas (Questão XLV Do modo da emanação das coisas, do primeiro princípio), a vontade criadora de Deus, a polêmica do momento da criação (Questão XLVI Do princípio da duração das coisas criadas) e por fim a questão da imperfeição e a diversidade das coisas criadas (Questão XLVII Da distinção das coisas em comum). Este opúsculo não visa aprofundar aspectos teóricos do assunto, mas apenas apresentar algumas considerações fundamentais que apresentam em pinceladas simples, os traços da bela obra de arte da filosofia tomista. Palavras-chave: Medieval. São Tomás de Aquino. Metafísica. Cosmologia. Criação. Abstract: This article discusses some of the various aspects of the metaphysics of creation proposed by St. Thomas Aquinas in his Summa Theologica in Part 1 st and whose pages are clearly the basic concepts of Thomistic philosophy. This work begins by the scientific question of the existence of God which the author presents the first pages of the work (Question II - If God exists). This foundation allows for reflection shed light on some aspects of the metaphysics of creation as the concept of participation (Question XLIV - How come the creatures of God and the first cause of all beings), the thesis that creation is an emanation of things (Question XLV - The way the emanation of things from the first principle), the creative will of God, the controversy of the moment of creation (Question XLVI - From the beginning of the length of created things) and finally the issue of diversity and imperfection of created things (Question XLVII - The distinction of things in common). This booklet is not intended to deepen the theoretical aspects of the subject, but only to present some fundamental considerations that come in simple brush strokes, the strokes of the beautiful artwork of Thomistic philosophy Keywords: Medieval. St. Thomas Aquinas. Metaphysics. Cosmology. Creation. * * * A questão da existência de Deus Um dos primeiros esforços apresentados pelo autor da Suma Teológica (doravante citada S. Th.) é a questão da prova da existência de Deus que ele aborda na 1 Graduando em Filosofia (Licenciatura) pela Faculdade João Paulo II (FAJOPA). Orientador: Prof. Ms. Orion Ferreira Lima. a.santana.cunha@hotmail.com. 32

2 Questão II Se Deus existe. E esse trecho de sua obra fornece importantes informações para se compreender a sua visão de criação. O primeiro questionamento proposto nesta questão, pelo próprio autor, é: se a existência de Deus é por si mesma conhecida 2. Todavia como não se sabe o que é Deus, é impossível que a sua existência seja evidente por si, ou seja, pode-se apenas conhecê-lo pelos seus efeitos; nesse sentido, afirma o autor: De dois modos pode uma coisa ser conhecida por si: absolutamente, e não relativamente a nós, e absolutamente e relativamente a nós. [...] a proposição Deus existe, quanto à sua natureza, é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito, sendo Deus o seu ser, [...]. Mas, como não sabemos o que é Deus, ela não nos é por si evidente, mas necessita de ser demonstrada, pelos efeitos mais conhecidos de nós e menos conhecidos por natureza. (TOMÁS, 1980, p.16) 3. Mas por que o homem quer conhecer a Deus? Para Aquino, está inscrito na natureza humana o desejo de felicidade, e sendo Deus a felicidade, o homem naturalmente deseja conhecê-lo 4. Entretanto isso não nos garante conhecer a existência de Deus (cf. TOMÁS, 1980, p.16) 5. Sendo assim o autor, se propõe a debater se é demonstrável a existência de Deus 6. Para isso recorda que há duas espécies de demonstração: pela causa (a priori) e pelo efeito (a posteriori). Além disso, há efeitos que supõe necessariamente a existência de causa. Com essa afirmação é dado um passo muito importante para Aquino apresentar as conhecidas cinco vias da existência de Deus. Ora, podemos demonstrar a existência da causa própria de um efeito, sempre que este nos é mais conhecido que aquela; porque, dependendo os efeitos da causa própria de um efeito, sempre que este nos é mais conhecido que aquela; porque, dependendo os efeitos da causa, a existência deles supõe, necessariamente a pré-existência desta. Por onde, não nos sendo evidente, a existência de Deus é demonstrável pelos efeitos que conhecemos. (TOMÁS, 1980, p.17) 7. 2 Cf. S.Th., 1ª parte, questão II, artigo 1. 3 S.Th. 1ª, II, 1, Respondeo. 4 Ao questionar se Deus é a causa final à todas as coisas no artigo IV da questão 44, ele afirma que: Todas as coisas desejam Deus como fim, desejando qualquer bem, quer pelo apetite inteligível, quer pelo sensível, quer pelo natural, que é sem conhecimento; pois nada tem a natureza de bom e de desejável senão enquanto participa da semelhança de Deus. (S.Th.1ª, XLIV, 4, Ad3m) 5 Cf. S.Th., 1ª, II, 1, Respondeo. 6 Cf. S.Th. 1ª, II, 2. 7 S.Th. 1ª, II, 2, Respondeo. 33

3 Mas se a existência de Deus é um artigo de fé, e sendo um artigo de fé não poderia ser demonstrável, já que a demonstração é algo científico e a fé diz respeito a coisas que não são aparentes. Aquino resolve esse impasse dizendo que nada impede que se possa demonstrar a existência de Deus, além disso, mesmo que Ele seja conhecido isso não Lhe diminui enquanto criador 8. Outras duas argumentações são levantadas ainda neste trecho da obra: uma é que se o termo médio da demonstração é a quididade, como se poderia demonstrar a existência de Deus sem saber o que é Deus 9 ; e a outra é que, sendo Deus infinito e seus efeitos finitos, como posso demonstrar a existência de Deus com tamanha desproporcionalidade entre a causa e o efeito? 10 Para a primeira, Aquino diz que (...) para provar a existência de alguma coisa, é necessário tomar como termo médio o que significa o nome e não, o que a coisa é, porque a questão o que é segue-se à outra se é. (TOMÁS, 1980, p.18) 11. Em relação à segunda questão pode até ser que não se conheça perfeitamente a causa, já que os efeitos não são proporcionais, mas isso, lembra o autor, não invalida a idéia de que qualquer efeito pode nos demonstrar a existência da causa. E assim, pelos seus efeitos, pode ser demonstrada a existência de Deus, embora por eles não possamos perfeitamente conhecê-lo na sua essência (TOMÁS, 1980, p.18) 12. É importante essa noção inicial abordando os fundamentos da existência de Deus 13, pois é a partir daí que o autor desenvolve esse assunto, utilizando-se do conceito de ato e potência e que tem profundo impacto na elaboração de sua doutrina sobre a criação. Esse conceito de ato e potência já havia sido apresentado por Aristóteles 14, 8 Cf. S.Th. 1ª, II, 3, Ad1m. 9 Cf. S.Th. 1ª, II, 3, arg. ini Cf. S.Th. 1ª, II, 3, arg. ini S. Th. 1ª, II, 3, Ad2m. 12 S.Th. 1ª, II, 3, Ad3m. 13 No Artigo III Se Deus existe da II questão da 1ª parte da S.Th. o autor apresenta as cinco vias da existência de Deus, a saber: a do Motor Imóvel, a da Causa Primeira, do Ser Necessário, a dos Graus do Ser, a da Inteligência Ordenadora (cf. TOMÁS, 1980, p.19-20). 14 É de considerável valor a influência que Aquino recebeu de Aristóteles. Alguns críticos dizem que Tomás teria cristianizado a filosofia de Aristóteles, Pecoraro (2008) afirma que ele simplesmente buscou o fruto da verdade filosófica confrontando-o com o fruto da verdade revelada. (PECORARO, 2008, p.139). Em relação a essa influência na questão da doutrina da criação tomista, encontra-se um problema, pois para os gregos o mundo seria eterno, essa questão será tratada adiante, mas é valido já apresentar o comentário de JEAUNEAU (1963): Para elaborar a doutrina da criação, S. Tomás não podia limitar-se a contar com o apoio de Aristóteles. A idéia de criação, essencialmente bíblica, é estranha ao filósofo grego [...]. (JEAUNEAU, 1963, p. 81). 34

4 que afirma que tudo possui um ato e potência, sendo que o ato nada mais é do que sua atual situação e potência é aquilo que pode vir a ser, ou não. [...] A distinção real entre essência e existência dos seres criados que ele não encontrava em Aristóteles, mas em Avicena delineara permite-lhe construir uma doutrina da criação profunda e coerente. Mas foi Aristóteles que forneceu a S. Tomás uma outra distinção verdadeiramente fundamental, a do ato e potência. O Ser apresentase-nos sob dois aspectos. Tão depressa é perfeição, isto é o ato; como capacidade de perfeição, ou potência. (JEAUNEAU, 1963, p. 82). Essa argumentação é fundamental para a tese sobre a criação apresentada por Aquino. A noção causalidade e movimento 15 proposta como prova da existência de Deus também garante que Ele tenha criado o mundo. O Ato Puro e o conceito de participação Os conceitos apresentados na sessão anterior ajudam a compreender porque Aquino denominará Deus como Ato Puro, já que em uma definição simplificada, Ato Puro é aquele que pode dar existência a todas as coisas, e da qual, todas as demais coisas dependem, ele é qualificativamente superior às coisas. Essa causa primeira é superior a qualquer outro tipo de ente, essa causa é Deus. [...] E embora tudo o que é causado exista em ato, não é todavia ato puro. Por onde necessariamente, também aquilo que se comporta como potência é causado, se o todo do qual o seu ser faz parte é causado (TOMÁS, 1980, p.408) 16. Se disser que Deus é potência, ele depende de alguém pra movimentar, mas Deus não depende de ninguém, ele é. Só em Deus a essência se iguala à existência. (Cf. S. Th., 1ª, II, Ad3m). [...] O ato só é limitado e multiplicado desde que seja recebido numa potência. Este princípio permite abarcar nas suas linhas essenciais toda a arquitetura do universo tomista. No cume está Deus, Ato 15 Nada pode mover a si mesmo, assim todo o movimento precisa de um motor, alguém que dê conta desse movimento. Mover é levar alguma coisa que está em potência a tornar-se ato. O que é movido está sempre em potência para aquilo que move. O que move está sempre em ato. Diante disso, é preciso encontrar um ato que não precisa ser movido por outro, alguma coisa que seja princípio de tudo, e ele por si só se explique. Daí surge necessariamente a idéia de um Deus, que é aquele que impulsiona o primeiro movimento, que irá desencadear os demais. 16 S.Th. 1ª, XLIV, 2, Ad3m. 35

5 puro, que, não estando limitado por nenhum poder, é infinito e único. No extremo oposto, está a matéria, potência pura. Entre os dois, tudo é composto de ato e de potência. Enquanto em Deus a existência (ato) não é limitada por nenhuma essência (potência), em toda a criatura existe composição e distinção reais entre essência e existência. (JEAUNEAU, 1963, p. 84). Além do conceito filosófico de ato e potência, o doutor angélico dispõe da revelação presente nas Sagradas Escrituras 17, em que o próprio Deus se apresenta como sendo aquele que é, o Eu Sou (cf. Êxodo 3, 13) 18. Tendo estabelecido os princípios sobre a existência de Deus é possível apresentar a reflexão sobre a questão de como procedem de Deus as criaturas e da causa primeira de todos os seres 19. No primeiro artigo dessa questão, Tomás leva em conta a possibilidade de se questionar que as coisas causadas não provenham de Deus e apresenta um conceito basilar de sua perspectiva sobre a criação: a noção de que as criaturas existam por participação em Deus. Necessário é admitir-se como causado por Deus tudo o que de qualquer modo existe. Pois, a coisa existente em outra, por participação, é nessa outra causada necessariamente pelo ser ao qual ela essencialmente convém; [...] todos os seres, exceto Deus, não [...] tem o seu ser por si mesmo mas por participação. Logo, todos os seres diversificados, por participarem diversificadamente do ser, e, assim, mais ou menos perfeitos, necessariamente devem ser causados por um ser perfeitíssimo. Por onde, disse Platão ser necessário admitir a unidade como anterior a toda multidão. E Aristóteles diz que o ser maximamente se e verdadeiro é causa de todos os seres e de toda a verdade [...]. (TOMÁS, 1980, p.406) 20 Portanto, as coisas causadas resultam da essência da causa e não pode existir sem que sejam causadas. Além disso, admitir que o necessário não tem causa é um 17 Notória é a autoridade da revelação divina (Sagradas Escrituras) nesse determinado período histórico. 18 Só Deus possui, por si, o ser. Ele é o próprio Ser subsistente ( Ipsum esse subsistens ), aquele cuja essência implica a existência. Foi esta a sublime verdade que Deus revelou a Moisés quando lhe disse Eu sou aquele que é. Mas esse nome inefável comunicado a Moisés na sarça do Horeb, pretende S. Tomás metafísico encontra-lo pela luz da razão. (JEAUNEAU, 1963, p.81). Sobre essa temática, diz Gilson (1995): O metafísico alcança assim [com as vias do conhecimento de Deus propostas por Aquino], apenas pela razão, a verdade filosófica oculta sob o nome que Deus mesmo se deu para fazer-se conhecido do homem. Ego sum quis um (Êxodo, 3, 13). Deus é ato puro de existir, isto é, nem mesmo uma essência qualquer, como o Uno, ou o Bem, ou o Pensamento, a que se atribuiria, além do mais, a existência; nem mesmo uma certa maneira eminente de existir, como a Eternidade, a Imutabilidade ou a Necessidade, que seria atribuída a seu ser como característica da realidade divina, mas o próprio Existir (ipsum esse) colocado em si e sem nenhuma adição, pois que tudo o que se lhe poderia acrescentar limitálo-ia, determinando-o. (GILSON, 1995, p. 661). 19 Cf. S.Th. 1ª, XLIV. 20 S. Th. 1ª, XLIV, 1, Respondeo. 36

6 equívoco, pois os princípios necessários são causas de conclusões necessários, isso pode-se observar nas ciências demonstrativas. A relação de contingência entre a criatura e seu criador irá também sustentar o assunto a ser tratado no próximo tópico sobre a vontade criadora de Deus, ou seja, a criação é resultado de um ato livre do criador. A existência das criaturas é, pois, radicalmente contingente em relação a Deus, e é o que se exprime dizendo-se que, se a criação se produz, ela é um ato livre. Ora, ela pode se produzir, porque, se colocarmos Deus como o Ato puro, não apenas de pensamento, como fazia Aristóteles, mas da própria existência, as três condições requeridas para uma criação estão preenchidas: trata-se de fato de uma produção de própria existência de tudo o que é, trata-se pois de uma produção ex nihilo, e a causa dessa produção está na perfeição do existir divino. A relação entre a criatura e o criador, tal como resulta da criação, chamase participação. (GILSON, 1995, p. 663). Um dos graves riscos que se corre é deduzir a partir do conceito de participação alguma doutrina próxima àquilo que chamamos de panteísmo, mas longe disso, Tomás procura deixar claro que as criaturas, para garantir a sua existência, somente existem no Criador. Daí a noção de participação, que além de unir o criador e a criatura, distingue ambos no plano da criação. Conforme ressalta Gilson: Notemos de imediato que, longe de implicar qualquer significação panteísta, essa expressão visa, ao contrário, afastaá-la. Participação exprime, ao mesmo tempo, o vínculo que une a criatura ao criador, o que torna a criação inteligível, e a separação que os impede de confundir-se. Participar do ato puro ou da perfeição de Deus, que aliás ai se encontra sem ter sido nem aumentada, [...] pelo aparecimento da criatura e que esta reproduz segundo seu modo limitado e finito. Participar não é ser uma parte daquilo que se participa, é dever seu ser e recebê-lo de outro ser, e o fato de receber dele é exatamente o que prova que não se é ele. (GILSON, 1995, p. 663). A vontade criadora de Deus Esse tópico está diretamente ligado ao item anterior, pois diante de tais afirmações se coloca um questionamento muito pertinente e que se apresenta como uma constante interrogação sobe a origem do cosmo: por que Deus teria criado o mundo? Afinal de contas, Deus tem necessidade de uma criação? Se afirmar-se que sim, que Deus necessita da criação, o conceito de Deus fica abalado, pois é impossível que 37

7 aquele que é em si necessite de algo, e não seria Ato Puro, pois encontraríamos nele a necessidade. Diante desta questão, Tomás encontra um importante conceito: o da vontade, a vontade criadora de Deus. Em sua liberdade de ação, característica daquele que tudo pode e tudo é, Deus é livre para criar. Fundamento para isso se encontra no trecho em que a questão é sobre o princípio da duração das coisas criadas 21. Como não é necessário que Deus queira algo senão a si mesmo (S. Th., 1ª, XLVI, 1), isso implica no caráter voluntário e gratuito da criação. Não possui a necessidade de fazer obra da criação, mas é livre para fazê-lo, e o faz. Nada existe abeterno, exceto Deus; o que não impossível de se provar. Pois, já se demonstrou antes que a vontade de Deus é a causa das coisas. Portanto, existem necessariamente as coisas que Deus quiser necessariamente, porque a necessidade do efeito depende da necessidade da causa, como diz Aristóteles. Ora, já antes se demonstrou que, falando em absoluto, Deus não quer necessariamente senão a si mesmo. Logo, não é necessário Deus querer que o mundo sempre existisse; mas o mundo existe enquanto Deus assim o quiser, porque a existência do mundo depende da vontade de Deus como da sua causa. Logo, não é necessário que o mundo tenha existido sempre; e isso não pode ser provado por demonstração. (TOMÁS, 1980, p ) 22. Além do mais, a criação do mundo faz parte do plano de Deus, que é onisciente, ou seja, sabe tudo antes mesmo que venha acontecer. Deus conhece, pois, todos os seus efeitos antes de produzi-los, e se vem a produzi-los porque os conhecia, é porque os quis. (GILSON, 1995, p.663). A criação do mundo não produziu mudanças em Deus, em sua essência divina 23, ou seja, a criação do mundo por parte de Deus, em nada diminui a supremacia de seu Ser. A emanação das coisas como criação do nada 21 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, S.Th. 1ª. XLVI, 1, Respondeo. 23 Cf. GILSON, 1995, p

8 No Artigo II da questão 44, Aquino reflete: Se a matéria prima é a causada por Deus e neste ponto chega-se ao ponto alto da reflexão em que o autor procura definir o que é a criação e se propõe resolver questões que surgem sobre esse assunto. Um conceito que se encontra nesse trecho da S.Th. é o de emanação, que nada mais é do que a criação das coisas: O Filósofo, [...] fala do vir-a-ser particular, que é o da forma, em forma acidental ou substancial. No caso vertente, porém, falamos das coisas segundo a emanação delas do princípio universal do ser; de cuja emanação nem a matéria é excluída, embora o seja do primeiro modo de facção. (TOMÁS, 1980, p.408). 24 Esse aspecto ficará mais claro quando o autor se lança à questão XLV que trata Do modo da emanação das coisas, do primeiro princípio. Se for questionado se criar é fazer alguma coisa do nada 25, Aquino apresenta uma síntese do seu pensamento sobre a criação: [...] nada devemos considerar somente a emanação de qualquer ser particular, de um agente particular, mas também o da totalidade dos seres, da causa universal, que é Deus; e é a esta emanação que designamos com o nome de criação. Pois, o procedente a modo de emanação particular não lhe é pressuposto a esta; assim, à geração do homem não é pressuposta a existência do homem, mas o homem é feito do não-homem, e o branco do não-branco. Por onde, considerando-se a emanação universal de todos os seres, do primeiro princípio, é impossível seja pressuposto qualquer ser a essa emanação. Pois, o nada é o mesmo que nenhum ente. Por onde, assim como o homem é gerado do não-ser, que é não-homem, assim também a criação, que é a emanação do ser total, procede do não-ser que é o nada. (TOMÁS, 1980, p.412) 26. Outro aspecto que causa certa confusão diante deste assunto é a questão de que Deus teria criado as coisas do nada. Para o autor o problema está na própria interpretação, pois dizer criou do nada é diferente de dizer que algo é feito do nada, e o sentido que representa a afirmação é apenas por conta da ordem de precedência. 24 S.Th. 1ª, XLIV, 2Ad1m. 25 S.Th. 1ª, XLV, S.Th. 1ª, XLV, 1, Respondeo. Quando se diz que alguma coisa é feita do nada, a proposição de (ex) não designa a causa material, mas somente a ordem; (...) Devemos porém entender que a proposição de (ex) pode incluir a negação 39

9 implicada na expressão nada, ou ser incluída por ela. Se for o primeiro sentido, então há ai a afirmação da ordem e indica a ordem daquilo que é, relativamente, ao não-ser precedente. Se porém a negação incluir a preposição, então a ordem é negada, e o sentido da expressão feito do nada, é: não é feito de alguma coisa, como se disséssemos: este fala do nada, por não falar de ninguém. E ambos esses modos de nos exprimirmos se verificam, quando dizemos que alguma coisa é feita do nada. Mas no primeiro sentido, a proposição de (ex) implica a ordem, como disse. O segundo sentido importa a relação de causa material, que é negada. (TOMÁS, 1980, p ). 27 Para Aquino além de admitir que Deus possa criar as coisas 28 é também necessário admitir que todos os seres foram criados por ele e que ele trouxe todas as coisas à existência. Não somente não é possível que alguma coisa seja criada por Deus, mas é necessário admitir-se que todos os seres foram criados por Deus, como resulta do que já foi estabelecido. Pois, se alguém faz alguma coisa de outra, aquela da qual faz é pressuposta à ação de quem faz e não é produzida por tal ação. Assim o artífice opera com as coisas naturais, por exemplo, a madeira e o ar, que não são causados pela ação da arte, mas pela natureza; por sua vez, a própria natureza causa os seres naturais, quanto à forma, mas pressupõe a matéria. Se pois Deus não atuasse senão sobre algum pressuposto, seguir-se-ia que esse pressuposto não foi causado por ele. Pois já mostramos antes, que nada pode existir nos seres que não provenha de Deus, causa universal de todo o ser. Donde, necessário é dizer-se que Deus, do nada, traz as coisas ao ser. (TOMÁS, 1980, p ). 29 Mas somente Deus tem a faculdade de criar? Para o filósofo medieval, Deus pode comunicar à criatura o poder de criar, de modo a criar por ministério e não por autoridade própria, mas é impossível que convenha à criatura. Todavia o autor insiste que ninguém pode produzir algum ente absolutamente, pois nenhuma criatura tem um poder infinito, nem um ser infinito, portanto nenhuma criatura pode criar 30. Ao demonstrar a existência de Deus pelo princípio de causalidade, estabelecemos ao mesmo tempo que Deus é o criador do mundo. Já que é o existir absoluto e infinito, Deus contém virtualmente em si o ser as perfeições de todas as criaturas; o modo segundo o qual todo o ser emana da causa universal se chama criação. Para definir essa idéia, convém prestar atenção em três coisas. Primeiramente, o problema da 27 S.Th. 1ª, XLV, 1, Ad3m. 28 Cf. S.Th. 1ª, XLV, S.Th. 1ª, XLV, 2, Respondeo. 30 Cf. S.Th., 1ª, XLV,

10 criação não se coloca para tal ou qual coisa particular, mas para a totalidade do que existe. Em segundo lugar, e precisamente porque se trata de explicar o aparecimento de tudo o que é, a criação não pode ser senão o próprio dom da existência: não há nada, nem coisas, nem movimento, nem tempo, e eis que a criatura aparece, universo das coisas, movimento e tempo. Dizer que a criação é a emanação totius esse, é dizer com isso que ela é ex nihilo [a partir do nada]. Em terceiro lugar, se a criação não se pressupõe por definição nenhuma matéria, ela pressupõe, igualmente por definição, uma essência criadora que, por ser ela mesma o ato puro de existir, pode causar atos finitos de existir. (GILSON, 1995, p. 662). O momento da criação Nessa seção será tratado o problema do momento da criação, que provoca uma grande disputa entre aqueles que dizem que o mundo seria eterno, e outros que afirmam que o mundo num determinado momento passou a existir. Convém aqui introduzir algumas considerações claras de criação, levantadas a partir do estudo e das reflexões filosóficas até aqui elaboradas. Revisando aquilo que até agora dissertamos, é certo que a criação é a emanação de todo ente a partir da causa universal, que é Deus. Como não é necessário que Deus queira algo senão a si mesmo 31, isso implica no caráter voluntário e gratuito da criação. Também sabemos que a noção de criação não é comum à razão humana, pois houve no pensamento pagão, como aconteceu com os gregos, a idéia de eternidade do mundo. Sobre a questão do momento da criação, encontrasse duas afirmações muito distintas: há aqueles que defendem a idéia de que o mundo seria eterno 32, e outros que concebem o mundo como aquele que num determinado momento foi criado Cf. S.Th. 1ª, XLIV, Para exemplificar essas idéias cito: [Segundo Averróis] se Deus criou o mundo do nada, isso pode significar que o tenha criado por um motivo estranho à sua natureza ou que se tenha verificado na sua natureza uma alteração que de certo modo o haja determinado à criação. Ora ambas estas alternativas são impossíveis. Nada existe fora de Deus, exceto o mundo, por isso Deus não pode buscar o móbil da sua criação exterior. Por outro lado, nenhuma coisa pode alterar-se a si própria; por conseguinte, a natureza de Deus não pode também sofrer alteração. Além disso, se a criação significa uma escolha divina, essa escolha deve ser contínua e eterna, a não ser que se verifique algum obstáculo ou se lhe apresente uma coisa melhor para escolher. Mas não podemos falar em obstáculos em relação a Deus, nem se pode conceber uma alternativa melhor na criação do mundo. A escolha de Deus deve ser por isso eterna e contínua e não se pode falar em princípio do mundo (Dest. Destruct., disp. 1, dub. 1-2). (ABBAGNANO, 1999, p.131). 33 Para exemplificar essas idéias cito: [...] é impossível, segundo S. Boaventura, afirmar ao mesmo tempo que o mundo foi criado e é eterno. É impossível que seja eterno aquilo que chegue a ser depois de não-ser; e é este o caso do mundo, enquanto criado a partir do nada. Além disso, a duração infinita do 41

11 Diante de tamanha confusão, e da amplitude da questão debatida e apresentada tão claramente por ambos, Tomás afirma que ambas as afirmações não podem ser demonstradas, portanto não assume nenhuma postura diante dessa questão: [...] Tomás estima que uns e outros podem invocar em favor de sua tese argumentos verossímeis, mas nem uma nem outra hipótese é suscetível de demonstração. (GILSON, 1995, p.664). E ainda mais, nos lembra Gilson (1995) que: Se Deus quis livremente o mundo, é-nos absolutamente impossível demonstrar que ele o tenha querido necessariamente no tempo do que na eternidade. (GILSON, 1995, p.665). Aquino diante desta problemática questiona se a materia do mundo como forma é o mundo, como então o mundo existia antes de começar a existir? O autor propõe que o mundo era possível antes de existir, mas não pela matéria (potência passiva), mas por Deus (potência ativa) 34. Aquilo que tem a virtude de existir sempre, não pode ora existir, ora não existir; mas antes que tivesse essa virtude, (de existir sempre) não existia. Aquilo que conclui Aristóteles, lembra Aquino 35, não é que os seres incorruptíveis não começaram a existir, mas que não começam a existir ao modo natural como começam os seres que conhecemos que são geráveis e corruptíveis. Todavia, conclui o autor, é melhor acreditar que num determinado momento venha a existir a criação, pois isso nos levaria mais facilmente ao criador. Assim, o mundo leva mais manifestamente ao conhecimento do divino criador, não tendo existido sempre, do que sempre tendo existido; pois se é manifestado, do que não existiu sempre, que tem causa, não o é do que sempre existiu. (TOMÁS, 1980, p.428) 36 Embora, pois, Deus seja abeterno a causa suficiente do mundo, devese, contudo, admitir o mundo produzido por ele enquanto isso estava na predefinição da sua vontade; isto é, tendo o ser depois de não o ter mundo implicaria infinitas revoluções celestes. Mas aquilo que é infinito não pode ser ordenado: no infinito não existe um primeiro, portanto, não existe ordem. Mas é impossível que haja revoluções celestes que não sejam ordenadas. Além disso a eternidade do mundo suporia a existência simultânea de infinitas almas humanas, o que é impossível. [...] A criação como início do mundo no tempo é, pois, uma verdade necessária. (ABBAGNANO, 1999, p.164). 34 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, Cf. S.Th. 1ª, LVI, 1, Ad2m. Para Aristóteles o céu é ingênito porque não é gerado de contrário e que a matéria também seria porque não tem um sujeito do qual ela seja, mas resolve Tomás que o céu e a matéria não começaram por geração, mas que eles vieram ao ser pela criação. Além disso, acrescenta-se que não havia nem espaço nem o vácuo antes da criação do mundo. 36 S.Th. 1ª, XLVI, 1, Ad6m. 42

12 tido, para que mais manifestamente declare o seu autor. (TOMÁS, 1980, p.429). 37 Mas se Deus é eterno, o mundo também não seria? Posta a ação segue-se o efeito, segundo a exigência da forma, que é princípio da ação. Mas nos agentes voluntários, o que é concebido e predefinido é tomado como a forma, que é princípio da ação. Logo, da ação eterna de Deus não resulta um efeito eterno, mas o efeito que Deus quiser, como, por exemplo, existir depois de não ter existido. (TOMÁS, 1980, p.429). 38 No artigo II que trata se é artigo de fé ou conclusão demonstrável que o mundo começou 39 o autor diz que assim como o mistério da Trindade, a criação do mundo só se sabe pela fé, isso porque não se pode provar que o mundo começou com um prova tirada do próprio mundo e não pode ser também obtida através do agente voluntário, pois a vontade de Deus não pode ser conhecida pela razão a não ser nas coisas que Ele mesmo quiser manifestar, isso acontece quando a vontade divina é manifestada ao homem através da revelação. A prova de que por ser Deus a causa ativa do mundo e por isso anterior ao mundo não é valida, pois a criação que produziu o mundo não é precisamente uma mutação sucessiva, pois poderia ser instantânea 40. E mesmo que o mundo tenha sempre existido, não se igualaria a Deus na sua eternidade, pois o ser divino é simultâneo (sem sucessão) diferente do mundo. O fato de que nada pode se equiparar a Deus garante que o mundo nem sempre tenha existido 41. A respeito de um princípio temporal na criação, diz o autor: A palavra da Escritura no princípio criou Deus o céu e a terra são construídas de tríplice maneira, para excluir três erros. Pois, alguns ensinaram que o mundo sempre existiu e o tempo não teve princípio. E para excluir esse erro se constrói no princípio isto é, do tempo outros, porém, ensinaram serem dois os princípios da criação: um, dos bens; outro, dos males. E, para excluir este se constrói: No princípio, isto é, no Filho. Pois assim como o princípio efetivo é apropriado ao Pai, por causa da sua sabedoria. De modo que o dito da Escritura Todas as coisas fizestes com Sabedoria se entenda no sentido que 37 S.Th. 1ª, XLVI, 1, Ad9m. 38 S.Th. 1ª, XLVI, 1, Ad10m. 39 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, Cf. S.Th. 1ª, XLVI, 2, Ad1m. 41 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, 2, Ad5m. 43

13 Deus fez tudo no Princípio, isto é, no Filho, segundo as palavras do Apóstolo: Nele, isto é, no Filho, foram criadas todas as coisas. Outros, por fim, disseram que os seres corpóreos foram criados por Deus, mediante as criaturas espirituais. E, para excluir este erro constrói-se: No princípio criou Deus o céu e a terra, isto é, antes de todas as coisas. Pois quatro seres se admitem como simultaneamente criados, a saber: o céu empíreo, a matéria corpórea chamada terra, o tempo e a natureza angélica. (TOMÁS, 1980, p.433). 42 Não se pode dizer que as coisas foram criadas num princípio temporal, mas sim que foram criadas simultaneamente com a criação do céu e da terra, ou seja, quando o céu e a terra foram criados, foi criado também o tempo 43. Dizer que num determinado momento começa o tempo não significa que no tempo o momento seja primariamente tempo 44. Embora possa se conceber que o mundo tenha uma duração perpétua não deixaria de depender de Deus, mesmo que a lua dure séculos, por exemplo, eu não posso dizer que ela tira de si a sua existência, mas sim devido a Deus. Pode ser que as coisas tenham a sua existência na eternidade, mas isso não quer dizer que elas sejam independentes de Deus. Os anjos poderiam ser eternos, mas não deixariam de ser criaturas. Aqui tem que ficar clara a diferença de atributos entre Deus e os seres criados. Deus poderia ser e também as criaturas serem, podemos compreender, mas essa coisa, mesmo sendo elas eternas, não se pode afirmar que elas existem por elas mesmas. A imperfeição e a multiplicidade das coisas criadas Como pode um único ser dar origem a vários seres e tão diferentes entre si? 45 O fato de se encontrar entre os seres criados a existência da imperfeição, embora todos sejam criados pelo Ser perfeito, Gilson (1995), diz que: Se o universo deve sua 42 S.Th. 1ª, XLVI, 3, Respondeo. 43 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, 3, Ad1m. 44 Cf. S.Th. 1ª, XLVI, 3, Ad3m. 45 Essa pergunta que surge quando se trata do assunto da criação, é muito pertinente. Para Gilson (1995) Agostinho já nos dera a solução do problema há muito tempo: [...] Uma vez que Deus é inteligência pura, ele deve possuir em si todos os inteligíveis, isto é, as formas que serão mais tarde as das coisas, mas que ainda só existem em seu pensamento. Essas formas das coisas, a que chamamos Idéias, preexistem em Deus como modelos das coisas que serão criadas e como objetos do conhecimento divino. Conhecendo-se, não mais tal como ele mesmo é, mas como participável pelas criaturas, Deus conhece as Idéias. A idéia de uma criatura é, pois, o conhecimento que Deus tem de uma certa participação possível dessa criatura em sua perfeição. E é assim que, sem comprometer a unidade divina, uma multiplicidade de coisas pode ser gerada por Deus. (GILSON, 1995, p. 664). 44

14 existência a uma causa inteligente, e, aliás, perfeita, resulta daí que a imperfeição do universo não é imputável ao seu autor. (GILSON, 1995, p. 665). É muito comum, entretanto, que a unidade produza a unidade, se Deus é uno por excelência, como ele pode produzir diversos efeitos? Além disso, o exemplado se assemelha ao seu exemplar, como pode então a causa exemplar que é Deus, que por sua vez é único, ter vários efeitos? Além do mais, tudo aquilo que depende do fim, ao fim se proporciona, se o fim das criaturas é a divina bondade, como o efeito de Deus pode ser mais de um? Todos esses argumentos o próprio Aquino apresenta para fomentar a discussão 46. O autor explica que a distinção entre as coisas é uma intenção de Deus, pois tendo Deus chamado as coisas ao ser, para lhes comunicar a sua bondade, essa bondade não pode ser representada suficientemente por uma só criatura, por isso produz muitas e diversas criaturas 47. Além disso, o fato de que Deus possa criar muitas coisas diversas deve-se ao fato de ser o agente voluntário, aquele que age pela forma intelegida, ou seja, embora é único ele pode criar muitas coisas e isso não fere a sua unidade e simplicidade 48. A pluralidade das coisas deve-se às idéias exemplares presentes na mente divina, que são diversas 49. Daí estabelecem-se os graus de perfeição. Sobre este tema irá também discorrer o autor. É importante perceber que, mesmo ocorrendo imperfeições na obra criada, isso apenas contribui para que se possa distinguir facilmente o criador das criaturas, e que se possa também sistematizar, a obra criada. Existem as criaturas mais próximas à perfeição encontrada no Ser supremo, no Ato puro, e outras que se distanciam mais. Utilizando-se de Platão, ele resolve o problema da multiplicidade, afirmando que tal só pode advir da unidade. Essa unidade é precisamente Deus, o Ser que dá origem e sustenta toda a criatura. Diante da multiplicidade de seres criados, a partir de um só ser, Tomás recorda o que Platão já havia dito: antes de qualquer multiplicidade é preciso afirmar a unidade 50. Poderíamos então questionar diante disso a própria existência do mal, pois se tudo que existe é obra da criação de Deus, esse Ser primeiro, como pode então existir o 46 Cf. S.Th. 1ª, XLVII, Cf. S.Th. 1ª, XLVII, 1, Respondeo. 48 Cf. S.Th. 1ª, XLVII, 1, Ad1m. 49 Cf. S.Th. 1ª, XLVII, 1, Ad2m. 50 Cf. S.Th. 1ª, XLIV,

15 mal, que corrompe as criaturas? Para Gilson (1970), o mal se deve à limitação inevitável que toda a criatura comporta por não ser Deus 51, além disso, O mal é uma privação. Não é nenhuma realidade. (BOEHER, GILSON, 1970, p. 466). 52 Sendo assim, chegamos ao que o autor irá chamar de graus de perfeição, mas esse tema já é o limite de nossa reflexão, que se propôs apenas apresentar uma visão panorâmica e introdutória a respeito da doutrina tomista sobre a criação do mundo. Referências ABBAGNANO, N. Dicionário de Filosofia. Trad.: Alfredo Bossi. 5ª ed. São Paulo: Martins Fontes, História da Filosofia. Vol. 3. 5ª ed. Editora Presença: Lisboa, BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulinas, BOEHNER, P.; GILSON, É. História da filosofia cristã: desde as origens até Nicolau de Cusa. Petrópolis: Vozes, BROWN, C. Filosofia e fé cristã: um esboço histórico desde a Idade Média até o Presente. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, GARCIA, A. (org.). Estudos de Filosofia Medieval: a obra de Raimundo Vier. Petrópolis: Vozes, GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. Petrópolis: Editora Vozes, 10ª ed., GILSON, E. A filosofia na Idade Média. São Paulo: Martins Fontes, HUISMAN, D. Dicionário dos Filósofos. São Paulo: Martins Fontes, JEAUNEAU, E. A filosofia Medieval. Trad.: João Afonso dos Santos. Lisboa: Edições 70, LAUAND, J. Em diálogo com Tomás de Aquino: conferências e ensaios. São Paulo: Editora Mandruvá, PECORARO, R. (org.). Os filósofos clássicos da Filosofia: de Sócrates a Rousseau. Vol. 1. 2ª ed. Petrópolis: Vozes; Rio de Janeiro: PUC-Rio, REALE, G. História da Filosofia Grega e Romana: Aristóteles. Vol. 4. São Paulo: Edições Loyola, TOMÁS DE AQUINO, Santo. Suma Teológica. vol.1, 1ª Parte, Questões ª ed. Porto Alegre: Livraria Sulina Editora; Caxias do Sul: Universidade de Caxias do Sul, TORRELL, J. P. Iniciação a Santo Tomás de Aquino: sua pessoa e obra. Trad.: Luiz Paulo Rouanet. 2ª ed. São Paulo: Edições Loyola, * * * Agradeço a Deus, Uno e Trino, fonte de toda a sabedoria, que me concedeu a oportunidade de esboçar essas poucas páginas sobre seus desígnios insondáveis. 51 Cf. GILSON, 1995, p Mais informações sobre o problema do mal segundo Aquino, encontramos na Questão XLVIII da distinção das coisas em especial e na Questão XLIX da causa do mal, ambas na primeira parte da S.Th. 46

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