A Refutação do Argumento Ontológico e a Demonstração da Existência de Deus em Santo Tomás de Aquino

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A Refutação do Argumento Ontológico e a Demonstração da Existência de Deus em Santo Tomás de Aquino"

Transcrição

1 A Refutação do Argumento Ontológico e a Demonstração da Existência de Deus em Santo Tomás de Aquino Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Licenciado e Bacharel em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1) A Cognoscibilidade da Existência de Deus Para a Filosofia 1.1) A Cognoscibilidade da Existência de Deus Todo pensamento cristão, cresceu sobre a égide de uma verdade basilar: Deus existe. Esta verdade, digamos desde já, é natural. Ser uma verdade naturalmente cognoscível significa, por sua vez, que podemos conhecê-la, unicamente pelas forças da nossa razão. Portanto, os pagãos que não têm fé, podem saber que Deus existe. Já São Paulo nos atesta certo conhecimento de Deus por parte dos gentios. Podem descobri-lo, na atenta observação das realidades sensíveis. São, pois, por isso mesmo, inescusáveis, porque tendo-o conhecido, não O adoraram e se voltaram para vãs idolatrias. A sabedoria cristã, por toda a Idade Média, não se cansará de voltar a este texto paulino. Na verdade, nele se inspirarão todas as provas da existência de Deus, máxime as que partirem da realidade sensível:

2 Num texto clássico, que se tornou rica fonte de especulação para a Idade Média, S. Paulo ensina que também os pagãos têm acesso a certos conhecimentos de Deus: Pois, o que de Deus se pode conhecer, o que nele há de invisível, contempla-o a inteligência em suas obras desde a criação do mundo; o seu poder sempiterno e a sua divindade (Rm 1, 19-2). De sorte que os gentios possuem certo conhecimento de Deus, independentemente de qualquer revelação especial. Entretanto, por não Lhe haverem tributado a devida reverência, o seu entendimento se obscureceu e tombaram na mais absurda idolatria. Por isso são inescusáveis (1, 23). (...) Todos os argumentos da existência de Deus baseados na investigação do mundo sensível partem do referido texto paulino. 1 Santo Tomás, também se volta para o texto de Romanos, e nele se justifica para encadear as provas da existência de Deus, tomando por base as realidades sensíveis. As obras de Deus, afirma Tomás, podem nos conduzir a Deus, à certeza da sua existência: (...) o Apóstolo diz na Carta aos Romanos: As perfeições invisíveis de Deus se tornaram visíveis à inteligência, por suas obras. Mas isso não aconteceria se, por suas obras, não se pudesse demonstrar a existência de Deus, pois o que primeiro se deve conhecer é se ele existe ) O Conhecimento da Existência de Deus Pode Prescindir da Fé Como verdade naturalmente cognoscível, a existência de Deus dispensa a fé, pois o que é suscetível de demonstração racional, para quem 1 Philotheus Boehner. História da Filosofia Cristã. p Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 2, SC.

3 apreende tal demonstração, torna-se desnecessário crer. 3 A fé, como lembra Agostinho, é essencialmente um conhecimento infuso e inatingível pela razão. 4 De sorte que, todo conhecimento que seja atingível pela razão e que de alguma forma derive de seus primeiros princípios, exatamente por isso, difere, por definição, do conhecimento pela fé. Ora, a existência de Deus é um conhecimento naturalmente cognoscível. 5 Logo, por ser uma verdade clara e distinta, deixa, ipso facto, de pertencer à domínio da fé: (...) uma verdade clara e distinta e certamente conhecida deixa, ipso facto, de pertencer ao domínio da fé (...) 6. É certo, no entanto, que Deus revelou-nos a sua existência, Tomás alude a isso também. Com efeito, ao provar a existência de Deus, cita a passagem do Êxodo em que Deus se revela como existente: (...) Em sentido contrário, está escrito o que se diz no livro do Êxodo: Eu sou Aquele que sou. 7 Mas, essa verdade, embora revelada, quanto ao modo, é, de per si, natural. 1.3) A Necessidade da Revelação de Verdades Naturais De fato, é necessário, até mesmo no que toca às verdades sobre Deus naturalmente conhecidas, que fossem reveladas ao homem. Se à ciência cabe provar que Deus existe, tem-se que frisar que ela só chega a esse conhecimento depois de muitos anos de investigação e tendo em conta muitos pressupostos: 3 MARIE, Joseph Nicolas. Introdução à Suma Teológica. Trad. Henrique Lima Vaz et al. São Paulo: Edições Loyola, p. 36: Sto. Tomás esclarece que aquilo que chega a ser demonstrado pela razão e para quem chega a apreender essa demonstração em seu rigor; a adesão intelectual não é a da fé, mas da razão (...). 4 Philotheus Boehner. História da Filosofia Cristã. p. 451: Como lembra Agostinho, a fé visa precisamente àquilo que não está presente à razão, isto é, ao que lhe é inatingível. 5 Idem. Ibidem: Por conseguinte, todo conhecimento racional, deduzido dos primeiros princípios, foge ao domínio da fé, porquanto se trata de objetos presentes ao entendimento, e por isso mesmo insuscetíveis de fé. 6 Idem. Ibidem. 7 Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 3, SC.

4 É necessario que o homem receba pela fé, não só aquilo que supera a razão, mas também o que pode ser conhecido pela razão. E isso por três motivos: 1. Com efeito, à ciência cabe provar que Deus existe e outras coisas a Ele referentes, mas ela é o último objeto a cujo conhecimento chega o homem por pressupor muitos outros conhecimentos anteriores. Assim, só depois de muitos anos de vida, o homem chegaria ao conhecimento de Deus. 8 Ora, muitos homens são ineficazes no seu raciocínio, outros têm a sua vida toda preenchida pelas atividades temporais, há ainda aqueles, que nem sequer o desejo de se instruir possuem. 9 Assim, os poucos que chegariam, unicamente pela razão, a saber que Deus existe e a conhecer outras verdades desta ordem, só chegariam depois de longos anos e titubeando por muitos erros. 10 Agora bem, essa e outras verdades relacionadas a Deus, são vitais para a salvação do homem. Logo, para que a salvação chegasse a todos os homens, e para que estas verdades atinentes à nossa salvação, fossem conhecidas sem mescla de erros e com mais facilidade, foi necessário que Deus nos instruísse sobre elas, também por Revelação: No entanto, do conhecimento desta verdade depende a salvação do homem, que se encontra em Deus. Assim, para que a salvação chegasse aos homens, com mais facilidade e maior garantia, era necessário fossem eles instruídos a respeito de Deus por uma revelação divina Tomás de Aquino. Suma Teológica. II-II, 2, 4, C 9 Idem. Ibidem: -2. Para que o conhecimento de Deus seja mais generalizado. De fato, muitos não podem avançar no estudo das ciências ou por incapacidade mental ou porque estão envolvidos por outras ocupações e pelas necessidades da vida temporal ou ainda porque não têm o desejo de se instruir. 10 Idem. Ibidem. I, 1, 1, C: Com efeito, a verdade sobre Deus pesquisada pela razão humana chegaria apenas a um pequeno número, depois de muito tempo e cheia de erros. 11 Idem. Ibidem.

5 2) A Não-Evidência da Existência de Deus No bojo da questão da cognoscibilidade da existência de Deus pela razão e da necessidade de revelação desta mesma verdade, há outra questão que, embora mais discreta, está muito presente no pensamento de Tomás. Se, por um lado, é patente que a existência de Deus é uma verdade natural, por outro, ela não é certamente uma verdade evidente para nós. Se não é evidente para nós, precisa necessariamente ser provada. 12 Por conseguinte, ou aceitamos que Deus exista pela fé ou temos que demonstrar pela razão que Ele existe. Neste sentido, Tomás não aceita um conhecimento a priori de Deus pela via da razão, bem como um conhecimento que provenha diretamente da alma, como se fosse inato. 13 Esta impossibilidade provém, não somente da teoria do conhecimento aristotélica que o Aquinate assume, mas ainda por motivos religiosos. Pois, se a existência de Deus fosse um conhecimento inato a todos os homens, não haveria necessidade de ser revelada, tal revelação seria inteiramente dispensável. Se Deus revela a sua existência, é precisamente pelo fato de que nem todos os homens podem apreender a demonstração dela. Porquanto, nem todos podem naturalmente saber que ele existe. 14 Entretanto, se seu conhecimento fosse inato a todos, e não requeresse qualquer raciocínio ulterior, o que restaria de utilidade à Revelação? 12 Etienne Gilson. A Filosofia na Idade Média. p. 658: A demonstração de sua existência é necessária e possível. É necessária porque a existência de Deus não é evidente (...); logo, temos que concluir pelo raciocínio essa existência que não podemos constatar. 13 Philotheus Boehner. História da Filosofia Cristã. p. 453: S. Tomás terá que repudiar toda argumentação apriorística, como também a que se baseia em dados anímicos, para reter apenas a que parte da realidade externa. 14 Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 2, ad 1: No entanto, nada impede que aquilo que, por si, é demonstrável e compreensível, seja recebido como objeto de fé por aquele que não consegue apreender a demonstração.

6 Trataremos em seguida de expor com pormenores, a concepção do Aquinate a respeito da não-evidência da existência de Deus, bem como a refutação daqueles que afirmavam tal coisa. 2.1) Argumentos Aduzidos a Favor da Evidência Imediata da Existência de Deus 2.1.1) Impossibilidade de Pensá-lo como Não-Existente. Com efeito, para alguns pareceu desnecessário provar que Deus existe. A existência de Deus para estes, seria por si mesma evidente. Ora, o que é por si mesmo evidente, não precisa ser demonstrado. Logo, não é necessário demonstrar que Deus existe exatamente por ser impossível pensá-lo como não existente: Pareceu como supérfluo para alguns que afirmam que é evidente por si mesmo que Deus existe o estudo dos que procuram demonstrar que Deus é de modo a não se poder pensar o contrário ) O Ser Acima do Qual nada se Pode Pensar E é impossível pensá-lo como não existente, porque o nome Deus, todos o entendem como significando uma realidade acima da qual nada se pode pensar. Quem ouve este nome, compreende-lhe o significado. Ora, se compreendemos o conceito de Deus, é porque o ser acima do qual nada se pode pensar de maior, existe ao menos no nosso intelecto. Entretanto, Deus não pode existir somente no intelecto. De fato, o que existe no intelecto e na realidade é maior do que aquilo que existe apenas no intelecto. Ora, Deus é o ser acima do qual nada se pode pensar de maior. Logo, se Ele existisse somente no intelecto, 15 Idem. Suma Contra os Gentios. I, X, 1 (59).

7 não seria o ser acima do qual nada se pode pensar de maior, o que contrariaria a própria significação do Seu nome. Donde, é evidente que Deus existe no intelecto e na realidade. E esta evidência se constata, logo que compreendemos o significado deste nome: Ora, designamos pelo nome deus uma realidade acima da qual nada se pode pensar de maior. É certo que essa noção forma-se no intelecto de quem ouve e compreende o nome deus. Assim sendo, deve-se afirmar que ao menos no intelecto Deus é. Todavia, não pode Deus existir apenas no intelecto. Isto porque aquilo que é no intelecto e também na realidade é maior do que aquilo que é só no intelecto. Com efeito, o próprio significado deste nome está a dizer que nenhuma coisa é maior do que Deus. Donde concluir-se que é evidente por si mesmo que Deus existe, o que já está de certo modo manifestado pela própria significação do nome. 16 O Ser (esse), entendido aqui como ato de existir, é uma perfeição. Portanto, seria contraditório pensar, que o ser acima do qual nada se pode pensar de maior ser perfeitíssimo, ao qual não falta nenhuma perfeição possa não-ser (non esse), pois se isto fosse possível, faltar-lhe-ia uma perfeição, a saber, a do existir (esse) e disto resultaria que tal ser não seria o ser acima do qual nada se pode pensar de maior, pois um ser que não pudesse não-ser seria maior do que ele. Ora, Deus é o ser acima do qual nada se pode pensar de maior. Logo, pensá-lo como não-sendo (non esse), seria contrariar o próprio significado do seu. Daí ser patente, pelo próprio nome de Deus, que Deus existe: Ora, se se pudesse pensar em Deus sem o ser, poder-se-ia também pensar em algo maior do que Deus. Mas isso vai contra 16 Idem. Ibidem. I, X, 2 (60).

8 o significado do nome deus. Logo, é evidente por si mesmo que Deus existe ) A Identidade Entre Essência e Existência em Deus São evidentes por si mesmas, as proposições em que o predicado está contido no sujeito. São evidentíssimas ainda por si mesmas, as proposições em que o predicado é idêntico ao sujeito. Ora, na proposição Deus existe, ocorre que o predicado existir é idêntico ao sujeito Deus, visto que o nome Deus, possui como propriedade sine qua non, o existir. Por conseguinte, a essência divina é idêntica à sua existência. Logo, a proposição Deus existe, é evidentíssima por si mesma: Além disso, devem ser evidentíssimas por si mesmas as proposições nas quais algo se predica de si mesmo, por exemplo, homem é homem, ou se o predicado está incluído na definição do sujeito, como, por exemplo, homem é animal. Ora, antes de tudo, conhece-se em Deus que o seu ser identifica-se com sua essência (...) Assim, quando se diz que Deus é, o predicado ou é idêntico ao sujeito, ou, pelo menos, está incluído na definição do sujeito. Logo, será por si mesmo evidente que Deus existe ) Deus enquanto Fim Último do Homem O homem tem a Deus como o seu fim último, busca-o naturalmente, e isso é notório em todas as ações humanas. Ora, o homem não poderia buscar a Deus naturalmente, se naturalmente não o conhecesse. Entenda-se ainda por conhecimento natural de Deus, aquele conhecimento evidente por si mesmo e 17 Idem. Ibidem. I, X, 3 (61). 18 Idem. Ibidem. I, X, 4 (62).

9 que dispensa qualquer raciocínio demonstrativo, para comprová-la. Tal conhecimento, é idêntico ao conhecimento daquelas verdades que, uma vez conhecidos os seus termos, imediatamente apreende-se o seu significado. Donde, ser evidente por si mesmo que Deus exista, precisamente pelo fato do homem naturalmente desejá-lo: Além disso, as verdades naturalmente evidentes são conhecidas por si mesmas, e para conhecê-las não é mister um esforço de investigação. Ora, é naturalmente evidente que Deus é, dado que o desejo do homem se dirige naturalmente para Deus, como para seu último fim (...). Logo, é por si mesmo evidente que Deus existe ) Deus Como Causa de Todo Conhecimento É evidente por si mesmo, também aquilo mediante o qual conhecemos todas as outras coisas. Ora, tal como a luz do sol nos faz ver todas as coisas, assim também a luz divina é o princípio de toda conhecimento intelectivo. Ora, Deus é a luz intelectiva primeira, pela qual todas as outras coisas são conhecidas. Infere-se então, que é por essa luz inteligível cujo princípio é o próprio Deus que conhecemos todas as coisas. Logo, é necessário ser evidente por si mesmo que Deus existe: Além disso, deve ser evidente por si mesmo aquilo pelo qual todas as outras coisas são conhecidas. Ora, isto se dá com Deus. Com efeito, assim como a luz do sol é o princípio de toda percepção visual, também a luz divina é o princípio de toda percepção intelectiva, visto que em Deus encontra-se em grau supremo a primeira luz inteligível. Logo, é necessário que seja evidente por si mesmo que Deus existe Idem. Ibidem. I, X, 5 (63). 20 Idem. Ibidem. I, X, 6 (64).

10 Por todos estes argumentos, muitos concluíram que a existência de Deus seja de tamanha evidência, que seria impossível pensar o contrário: Com esses e semelhantes argumentos, alguns afirmaram que Deus é um ser de tal modo evidente por si mesmo que nem se pode pensar o contrário ) A Refutação dos Argumentos Consignados a Favor da Evidência Imediata 2.2.1) A Força do Costume O fato de para alguns, ser impossível pensar que Deus não exista, procede, em parte, do fato de estes serem homens piedosos, que desde a infância foram educados na fé e a invocar a Majestade Divina pelo seu nome. O costume, sobretudo aquele que se adquire desde a mais tenra infância, se arraiga tão fortemente em nosso espírito, que pensamos serem estas verdades, naturalmente evidentes por si mesmas: A opinião acima consignada origina-se, em parte, do costume segundo o qual muitos, desde pequenos, habituaram-se a ouvir o nome de Deus e a invocá-lo. Ora, sabe-se que o costume, principalmente o que se radicou no homem desde a infância, adquire força de natureza. Daí acontecer que as verdades recebidas pelo espírito na infância, tão firmes ele as possui, como se de fato fossem naturalmente evidentes por si mesmas Idem. Ibidem. I, X, 67(65). 22 Idem. Ibidem. I, XI, 1(66).

11 2.2.2) A Diferença entre o que é Simplesmente Evidente Por Si daquilo que é Evidente Para Nós Outrossim, a opinião dos que pensam ser a existência de Deus evidente por si mesma, provém ainda de uma confusão do que seja simplesmente evidente por si mesmo e do que seja evidente por si mesmo e para nós. Que Deus existe, não resta dúvida, é uma proposição evidente por si mesma, pelo fato mesmo de Deus ser aquilo que Ele é. No entanto, Sua existência não é evidente por si e para nós, dado que desconhecemos o que Deus seja, e por isso mesmo, não sabemos, a priori, que na sua essência esteja incluída a sua existência: Aquela opinião, em parte, também se origina de não se fazer a distinção entre o que é simplesmente evidente por si mesmo e o que é evidente quanto a nós. Deus ser, com efeito, é simplesmente por si mesmo evidente, pois que aquilo mesmo que Deus é, também é o seu ser. Mas porque não podemos mentalmente conceber aquilo mesmo que Deus é, ele permanece desconhecido para nós ) A Impossibilidade de Sabermos Qual Seja a Essência Divina De fato, para que uma proposição seja evidente por si mesma, bastalhe que o predicado esteja contido no sujeito. Também é verdadeiro, que na proposição Deus Existe, o predicado é nada menos do que idêntico ao sujeito. Assim sendo, é certo que tal proposição é por si mesma evidentíssima. Entretanto, é evidentíssima somente para aqueles que vêem a essência divina, pois somente eles sabem que Sua essência é o Seu ser, isto é, que o predicado existir é idêntico ao sujeito. Portanto, esta verdade, evidentíssima por si mesma, não o é para nós, pois desconhecemos a essência divina. No entanto, importa 23 Idem. Ibidem.

12 ressaltar, que se não podemos conhecer a Deus nele mesmo, dado desconhecermos a sua essência, podemos conhecê-lo mediante os seus efeitos: Pois assim como, para nós, é evidente que o todo é maior que a sua parte, também aos que vêem a essência divina é evidentíssimo por si mesmo que Deus é, dado que a sua essência é o seu ser. Mas como não lhe podemos ver a essência, chegamos ao conhecimento do seu ser não por meio dele, mas por meio dos seus efeitos. 24 Com efeito, diante de verdades evidentíssimas por si, acontece com o nosso intelecto tal qual com os olhos da coruja em relação ao sol: Com efeito, acontece ao nosso intelecto estar em relação às verdades evidentíssimas como a coruja, em relação ao sol (...) ) A Significação do Nome não Dispensa de Prova Além disso, não há necessidade alguma, de que conhecida a significação do nome Deus, torne-se concomitantemente evidente a sua existência: Também não é necessário que, conhecida a significação do nome de Deus, imediatamente se saiba que Deus é, como pretendia o primeiro argumento. 26 Primeiro, porque nem todos, mesmo os que admitem que Deus é, O consideram como o ser acima do qual nada se possa pensar, exemplo disto é que muitos pensaram que o mundo é Deus: Em primeiro lugar não é evidente a todos, mesmo aos que admitem que Deus é, visto que muitos dos antigos, afirmaram que o mundo é Deus. 27 Segundo é que, ainda que todos admitam que Deus seja o ser acima do qual nada se possa pensar, nem mesmo assim se poderia concluir, necessariamente, que Ele exista na realidade: 24 Idem. Ibidem. I, XI, 4(69). 25 Idem. Ibidem. I, XI, 1(66). 26 Idem. Ibidem. I, XI, 2(67). 27 Idem. Ibidem.

13 Em segundo lugar, mesmo que todos entendam pelo nome deus algo acima do qual nada de maior se possa conceber, não é necessário que exista na realidade este algo acima do qual nada se possa conceber. 28 Deve haver, de fato, uma correspondência necessária entre a coisa e o nome que a define. Contudo, nada há que impeça, de não corresponder com a realidade, aquilo que o espírito concebe, independentemente da mesma realidade. 29 A verdade lógica, é a adequação do intelecto à coisa e não da coisa ao intelecto. 30 Daí que, do fato de o nosso espírito conceber que Deus seja o ser acima do qual nada se pode pensar de maior infere-se, apenas que Deus existe na nossa mente. 31 De fato, a menos que o ser acima do qual nada se possa pensar de maior, exista na natureza, não há impedimento algum em se conceber que exista na mente ou na realidade, qualquer coisa que seja maior que Ele: (...) E, assim, não haveria inconveniente algum para os que negam que Deus é. Isto porque não há inconveniente em se pensar em qualquer coisa superior a alguma outra existente na realidade ou na mente, se não para aquele que concebe haver na natureza algo acima do qual nada de maior se possa conceber Idem. Ibidem. 29 Idem. Ibidem: De fato, deve haver correspondência entre a coisa e o nome que a define. 30 Tomás de Aquino. De Veritate. Q 1, a 1, C. in: Luiz Jean Laund. Verdade e Conhecimento. São Paulo: Martins Fontes, p. 149: A primeira condição quanto a ente e intelecto é pois que o ente concorde com o intelecto: esta concordância diz-se adequação do intelecto e da coisa, e nela formalmente realiza-se a noção de verdadeiro. 31 Idem. Suma Contra os Gentios. I, XI, 2 (67): Contudo, daquele que o espírito concebe quanto ao nome deus, só se pode concluir que deus existe apenas na nossa mente. 32 Idem. Ibidem.

14 2.2.5) A Possibilidade de Pensá-lo Como Não Existente Segundo aqueles que se apóiam na tese de que a existência de Deus é evidente por si mesma, pensar em algo maior que Deus, é pensar que Ele não existe. Sendo Deus o ser maior acima do qual nada se pode pensar de maior, poder pensar em algo maior do que Deus é pensar que Ele não é o que Ele é, ou seja, o ser acima do qual nada se pode pensar de maior. Mas isso não procede. Com efeito, se se pensa que Ele não seja o ser maior acima do qual nada se pode pensar de maior, isto se deve, não à imperfeição do ser divino tampouco ao fato de Deus não ser o ser acima do qual nada se possa pensar de maior mas tão-somente, à debilidade de nosso intelecto, que não pode apreendê-lo como Ele é em si mesmo, mas somente pelos os seus efeitos e através do raciocínio: (...) Isto porque poder pensar nele como não sendo provém não de imperfeição no seu ser, mas da debilidade do nosso intelecto que não o pode ver em si mesmo, e sim nos seus efeitos, e assim vem a conhecer que ele é por meio de raciocínio ) O Desejo Natural da Bem-Aventurança De fato, é verdade que o homem deseja naturalmente a Deus, como alguns aduziram. Concedamos ainda aos opositores, que só se deseja o que se conhece. No entanto, o homem não deseja Deus enquanto Deus, mas deseja-o enquanto busca a bem-aventurança. Ora, a bem-aventurança é uma semelhança da bondade divina. Deveras, o homem não conhece a Deus Nele mesmo, mas conhece certa semelhança de Deus, qual seja, a bondade finita que encontra nas criaturas. Cumpre então, que o homem, pelos efeitos de Deus onde se encontra a semelhança divina busque e chegue, raciocinando, ao conhecimento de Deus, como bondade suprema e causa primeira de toda bondade: 33 Idem. Ibidem. I, XI, 3 (68).

15 O homem conhece Deus naturalmente e naturalmente o deseja. Ora, naturalmente o deseja enquanto naturalmente deseja a bemaventurança, que é uma certa semelhança na bondade divina. Assim, pois, não é necessário que Deus, considerado em si mesmo, seja conhecido pelo homem, mas sim a semelhança de Deus. Donde ser necessário que, pelas suas semelhanças, encontradas nos efeitos, chegue o homem, raciocinando, ao conhecimento de Deus. 34 Ademais, se o conhecimento da bem-aventurança e a sua aspiração, proporcionassem um conhecimento direto de Deus, como se explicaria que alguns pensam consistir na riqueza ou nos prazeres, a felicidade do homem? ) Deus Como Causa do Nosso Conhecimento Importa dizer, que Deus não é o meio pelo qual todas as coisas são conhecidas, nem é correto afirmar, que todo o conhecimento tenha por pressuposto o conhecimento de Deus. O que é certo é que, todo conhecimento é causado em nós por Deus, pelo seu influxo. Cabe, pois, que raciocinando, admitamos que este efeito, que causa em nós o conhecimento, nos refere a Deus como à sua causa: Efetivamente, Deus não é aquilo pelo qual todas as coisas são conhecidas, nem é certo que todas as coisas sejam conhecidas a menos que ele seja conhecido, mas porque é por seu influxo que é causado em nós todo conhecimento Idem. Ibidem. I, XI, 5 (70). 35 Idem. Suma Teológica. I, 2, 1, ad 1: Muitos pensam que a felicidade, este bem perfeito do homem, consiste nas riquezas, outros a colocam nos prazeres ou em qualquer outra coisa. 36 Idem. Ibidem. I, XI, 6 (71).

16 3) A Possibilidade e a Necessidade da Demonstração Racional da Existência de Deus Se a existência de Deus não é uma verdade evidente por si mesma, torna-se necessário fazê-la evidente por outra verdade. E é, pois, precisamente nisto, que consiste uma demonstração, segundo a célebre definição do Padre Leonel Franca: (...) esclarecer uma verdade com outra é demonstrar. 37 Tomás de Aquino é moderado: se por um lado rejeita ser a existência de Deus evidente por si mesma, por outro, também não perfilha a opinião daqueles que admitem que somente pela fé, se possa reconhecer que Deus existe. 3.1) Os Argumentos Aduzidos por Aqueles que Defendem que Apenas Pela Fé se Pode Saber que Deus Existe Ora, alguns pensaram que uma demonstração da existência de Deus, pela razão, é impossível. Segundo estes, somente a fé e a revelação podem nos dar a certeza da existência de Deus: Há, além da opinião aclarada, a de alguns que têm uma oposta, segundo a qual é baldado o esforço para se provar que Deus é. Com efeito, dizem que não se pode descobrir pela razão que Deus existe, mas isto somente é possível mediante a fé e a revelação Leonel Franca. Por Que Existem Homens que não Crêem em Deus. p Tomás de Aquino. Suma Contra os Gentios. I, XII, 1 (72).

17 3.1.1) A Ineficácia dos Argumentos dos Filósofos e a Identidade Entre Essência e Existência em Deus Pensaram assim, pondera Tomás, por causa da ineficácia de muitos argumentos aduzidos para se provar que Deus é. 39 Talvez esta opinião se deva também ao fato, de que alguns filósofos perceberam que, em Deus, a pergunta se é é inseparável da pergunta o que é. Pois, se o que Deus é, nos é desconhecido pela via racional, ser-nos-á também se Ele é, dado que nele existe identidade entre essência e existência: Talvez esse erro possa encontrar algum fundamento nas afirmações dos filósofos que provam haver em Deus identidade entre sua essência e o seu ser, isto é, entre aquilo que corresponde a o que é e aquilo que responde à pergunta se é. É certo que por via racional não se pode chegar a saber de Deus o que é. Donde concluírem que também não se pode demonstrar de Deus se é ) A Incognoscibilidade Para Nós do Nome Deus Além disso, é o próprio Aristóteles, quem atesta que a demonstração da existência de algo, pressupõe a compreensão do nome. Ora, a compreensão do nome divino, é a compreensão da sua essência, e isso nos é vedado. Logo, como 39 Idem. Ibidem. I, XII, 2 (73): Muitos foram levados a essa conclusão devido à fraqueza dos argumentos apresentados por outros para se provar que Deus é. É interessante a audácia de Tomás aqui, que sempre se manteve fiel à uma postura de veneração ante a tradição que o precedeu, ao acentuar com ousadia, a ineficiência desta, no que ao respeito ao rigor quanto formulação das provas da existência de Deus. Podemos esperar assim, nesta surpreendente declaração de insuficiência da tradição neste aspecto, uma nota de originalidade ou renovação, no desenvolvimento das provas da existência de Deus, por Tomás. 40 Idem. Ibidem.

18 não podemos conhecer a qüididade divina, não podemos demonstrar que Deus existe: Além disso, se o princípio da demonstração do se é, conforme estabelece o Filósofo (...), deve supor a demonstração do nome, visto que o conceito expresso pelo nome é a definição, segundo afirma o mesmo (...), então nenhuma via estará aberta para demonstrar-se que Deus é, estando excluído o conhecimento da sua essência ou qüididade ) A Transcendência Divina Devemos levar em contra, que todo conhecimento humano tem origem nos sentidos. De fato, é nos sentidos que encontra a base, de todas as nossas demonstrações. Ora, se a demonstração de algo deve partir dos sentidos, as coisas que transcendem os sentidos, tornam-se indemonstráveis. Agora bem, Deus transcende os sentidos. Logo, a existência de Deus é indemonstrável: Além disso, se os princípios da demonstração recebem dos sentidos a origem do conhecimento, (...) tudo aquilo que transcende os sentidos e as coisas sensíveis torna-se indemonstrável. Com efeito, que Deus é pertence às coisas que transcendem os sentidos e, conseqüentemente, é indemonstrável ) A Refutação dos Argumentos Acima e a Defesa da Prova Filosófica da Existência de Deus A falsidade das sentenças acima consignadas torna-se manifesta por quatro razões. A primeira, é que a norma de demonstração prevê que se pode 41 Idem. Ibidem. I, XII, 3 (75). 42 Idem. Ibidem. I, XII, 4 (76).

19 provar a existência da causa, tomando por base os seus efeitos. A segunda é que, se não fosse possível nenhum conhecimento supra-sensível, não deveria haver nenhuma ciência além da natural, como é o caso da metafísica. A terceira, é que muitos filósofos chegaram a ter, pela especulação racional, algum conhecimento certo e verdadeiro sobre Deus. Por fim, a quarta razão funda-se na autoridade apostólica, que afirma ser possível certo conhecimento de Deus pelas coisas criadas: A falsidade desta sentença evidencia-se quer pela norma da demonstração, que estabelece poder-se chegar às causas por meio dos efeitos; quer pela própria classificação das ciências, visto que, se não houver uma substância cognoscível acima da substância sensível, também não haverá uma ciência acima da ciência natural, (...); quer, ainda, pelo esforço especulativo dos filósofos e, finalmente, pela verdade apostólica, que afirma: As coisas invisíveis de Deus são vistas pelo conhecimento que temos das coisas criadas (Rm, 1,20) ) A Possibilidade de Saber que Deus É Sem Saber o Que Ele É De fato, ignoramos qual seja a essência divina, e não podemos conhecer Deus nele mesmo. Com efeito, admitimos também, que na simplicidade divina é impossível subsistir qualquer composição. No entanto, o nosso intelecto que procede compondo pode formar uma proposição que exprima que Deus é, sem contudo apreender o que Ele é em si mesmo: Essa identificação se entende do ser de Deus pelo qual ele subsiste em si mesmo, o que nós ignoramos, bem como ignoramos que seja a sua essência. Não se entende, porém, do ser que significa a composição feira pela inteligência. Assim sendo, torna-se demonstrável que Deus é, enquanto por meio de 43 Idem. Ibidem. I, XII, 5(77).

20 razões demonstrativas nossa mente é induzida a formar uma proposição referente a Deus, a qual exprime que Deus é. 44 Esta composição, em nada expugna a simplicidade divina. Trata-se, antes, de uma composição do nosso intelecto que inclusive reconhece que tal composição não subsiste em Deus, considerado em si mesmo cuja da fraqueza é incapaz de apreender a Deus na sua simplicidade ) A Demonstração da Existência de Deus Será Pelos Efeitos (Propter Quia). Segundo o princípio de que se pode chegar à causa pelos os seus efeitos, não nos é necessário ainda, assumir a essência divina, para demonstrar que proposição Deus existe, se justifica para nos fornecer a certeza da sua existência. Ser-nos-á legítimo, de fato, antes substituir a essência divina que desconhecemos, pelos efeitos de Deus que podemos captar. Serão eles que nos dirão, de certo modo, o que Deus é, o que este nome significa. Não obstante seja um saber muito imperfeito e inadequado, pois não nos dá um conhecimento direto do que Deus é, ele bastará ao menos, para provar que Deus é. Esta é a demonstração quia: Nos argumentos que demonstram que Deus é, não é necessário assumir a essência ou qüididade divina como termo médio da demonstração (...). Em lugar da qüididade, deve-se tomar o efeito como termo médio da demonstração, o que acontece nas demonstrações quia e, assim, recebe-se do efeito o significado deste nome deus Idem. Ibidem. I, XII, 6(78). 45 Idem. Ibidem. I, XII, 7(79).

21 3.2.3) O Conhecimento da Existência de Deus Parte dos Sentidos Portanto, se Deus transcende os nossos sentidos, são sensíveis, entretanto, os seus efeitos, que tomaremos como termos médios, quando da demonstração da sua existência. Destarte, todo o conhecimento humano, mesmo o das coisas que se subtraem aos sentidos, tem origem nos sentidos: Donde também ficar evidenciado que, embora Deus transcenda as coisas sensíveis e os sentidos, contudo os seus efeitos, dos quais é assumida a demonstração para provar que Deus é, são sensíveis. E, assim, a origem do nosso conhecimento, até mesmo das coisas que transcendem os sentidos, está nos sentidos ) O Procedimento da Prova Racional Provado que a existência de Deus não é evidente por si mesma e que precisa ser demonstrada; demonstrado também que é possível provar que Deus é pela razão; resta-nos, por fim, provar que Deus é. E Tomás o fará por argumentos tirados dos filósofos e dos doutos católicos: Tendo em vista que não é vão o esforço dispendido na demonstração de que Deus é, vamos agora apresentar as razões segundo as quais os filósofos e os doutores católicos provaram que Deus é Idem. Ibidem. I, XII, 8(80). 47 Idem. Ibidem. I, XIII, 1 (81).

22 4) A Exposição das Cinco Vias para se Provar a Existência de Deus Para Tomás, a razão pode, sem recorrer à fé e à revelação, provar que Deus é. Ele julga exeqüível que, por meio de argumentos convergentes e convincentes, a filosofia possa chegar a um conhecimento certo da existência de Deus. Tomás de Aquino pensa poder demonstrar a existência de tal ente metafísico, por meio de cinco vias: Pode-se provar a existência de Deus, por meio de cinco vias ) A Via do Movimento A primeira via, é também a mais clara. Nela parte-se de um dado certo e evidente aos nossos sentidos: nossos sentidos nos atestam, com toda certeza, que neste mundo, algumas coisas se movem 49. Com efeito, o mundo possui certa entidade, ele é uno e indivisível: Ora, o mundo no seu conjunto constitui uma certa entidade e deve, portanto, ter uma certa unidade: o mundo é um todo em si, uno e indiviso. (...). 50 Portanto, nesta unidade e indivisibilidade do mundo, o que se diz da parte, deve-se dizer do todo. Logo, se certas coisas se movem no mundo, deve-se afirmar que o mundo está em movimento. Ora, nada se move a si mesmo, pois enquanto é movido, por outro é movido: Tudo que se move é movido por outro. 51 Ademais, mover algo é leválo da potência ao ato: Mover nada mais é, portanto, do que levar algo da potência ao ato (...). 52 Agora bem, nada pode ser levado a ato senão por um ente 48 Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 3, C. 49 Idem. Idem. 50 Felippo Selvaggi. Filosofia do Mundo. p Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 3, C. 52 Idem. Idem.

23 que já esteja em ato: (...) e nada pode ser levado ao ato senão por um ente em ato. 53 Recordemos uma vez mais que para o Aquinate, a expressão mundo corresponde a cosmos e cosmos, por sua vez, significa e engloba todas as coisas que são. Importa, portanto, dizer que, se certas coisas no mundo se movem, o mundo está em movimento. E se o mundo está em movimento, ele precisa ser necessariamente movido. Deve-se também acentuar, que é necessário que exista um ente em ato que mova o mundo e o leve a ato, pois nada move a si mesmo e nem é levado a ato, senão por outro ente que já esteja em ato. Ora, este ente em ato que move o mundo, pode ou não estar em movimento. Caso esteja, será também movido e ainda o ente que o move será movido e assim percorreríamos o infinito neste trajeto de causa e efeito, o que é impossível: É preciso que tudo o que se move seja movido por outro. Assim, se o que se move é também movido, o é necessariamente por outro, e este por outro ainda. Ora, neste caso não haveria o primeiro motor, por conseguinte, também tampouco, outros motores, pois os motores segundos só se movem pela moção do primeiro motor, como o bastão que só se move movido pela mão. 54 Cumpre, pois, atestar, que não havendo um primeiro motor, não haveria tampouco os outros motores. Isto se dá pelo fato de que, na filosofia tomista, é vigente o princípio de causalidade, ou seja, em não havendo uma primeira causa, não haveria um efeito propriamente dito desta. De fato, se não houvesse causa, não haveria efeito, porque supressa a causa, ficaria também supresso o efeito. Por outro lado, supressa a causa, suprime-se o efeito. 55 Mas como verificamos, com toda certeza pelos nossos sentidos a existência do efeito 53 Idem. Idem. 54 Idem. Idem 55 Idem. Idem. I, 2, 1, C.

24 que é o cosmos e que este não possui em si mesmo razão de ser, fica preestabelecida a existência da causa: Ora, por qualquer efeito podemos demonstrar a existência de sua causa, se pelo menos os efeitos desta causa são mais conhecidos para nós, porque como os efeitos dependem da causa, estabelecida a existência do efeito, segue-se necessariamente a preexistência de sua causa. 56 Donde que, provando-se a existência do efeito, segue-se à existência da causa. Tenha-se presente ainda, que não se pode ir ao infinito na série das causas e efeitos. É mister então, que haja uma causa primeira. Até porque, em não havendo uma causa primeira, tampouco haveria efeito algum. Mas como o movimento do mundo, é um efeito evidente aos nossos sentidos, segue-se como uma exigência da razão, a existência de uma causa e, conseqüentemente, de um primeiro motor. Primeiro motor porque estamos aqui no âmbito do movimento. Mas de qualquer forma, trata-se de uma primeira causa, daquilo que seria o fundamento de todas as coisas que são. Este primeiro motor deve ser imóvel, pois não o sendo, seria certamente movido haja vista que nada move-se a si mesmo e já não seria o primeiro motor. Deve ser também ato puro, pois se nele houvesse potência, já estaria em movimento e seria movido por outro, pois a potência é princípio de movimento. Este ser é tal, que é ato puro e motor imóvel, nós o chamamos Deus: É necessário chegar a um primeiro motor, não movido por nenhum outro, e um tal ser, todos entendem: é Deus Idem. Idem I, 2, 2, C. 57 Idem. Idem. I, 2, 3, C.

25 (...). 59 Ora, daí se pode ver, que se a causa eficiente é causa porque coloca as 4.2) A Via das Causas Ordenadas Eficientes A segunda via, procede das causas eficientes ordenadas. Novamente Tomás parte do dado empírico, para provar a existência do meta-empírico. Encontramos nas realidades sensíveis a existência de uma certa ordem entre as causas eficientes (...). 58 Causa eficiente, são os princípios externos que dão origem ao movimento, pela qual a coisa é ou passa a ser: Os princípios externos são a causa eficiente, pela ação da qual tem início o movimento e a coisa é ou muda coisas no ser, é impossível que algo seja causa eficiente de si mesmo, pois no caso, seria anterior a si próprio, o que é um absurdo: (...) mas não se encontra, nem é possível, algo que seja causa eficiente de si próprio, porque desse modo seria anterior a si próprio: o que é impossível. 60 Tampouco na ordem das causas eficientes, se poderia progredir até o infinito, pois no que é essencialmente ordenado, uma coisa sucede a outra num contínuo movimento de causas. Dá-se que a causa primeira é a causa eficiente da causa segunda e esta a da intermediária que, por sua vez, produz o efeito último: Ora, tampouco é possível, entre as causas eficientes, continuar até o infinito, porque entre todas as causas eficientes ordenadas, a primeira é causa da intermediária e as intermediárias são da última, sejam elas numerosas ou apenas uma. 61 Por conseguinte, se não houver a causa eficiente primeira, não haverá, logicamente, nem a intermediária nem as demais. Entretanto, como é evidente aos nossos sentidos, que existe uma ordem entre as causas eficientes, será 58 Idem. Idem 59 Felippo Selvaggi. Op. Cit.. p Tomás de Aquino. Suma Teológica. I, 2, 3, C. 61 Idem. Op. Cit.

26 evidentemente falso negá-la. Se o efeito último é evidente a nossos sentidos, torna-se clara a existência da causa intermediária, já que o efeito último só poderia ser produzido por uma causa intermediária. Outrossim, em existindo a causa intermediária, torna-se inegável a existência de uma causa primeira, pois a causa intermediária reduz-se à causa primeira. Logo, é necessário que haja uma causa eficiente primeira. Portanto, entre as causas eficientes ordenadas, deverá haver também uma causa eficiente primeira. Negá-la, seria negar a própria realidade sensível, inegável aos nossos sentidos: Por outro lado supressa a causa, suprime-se também o efeito. Portanto, se não existisse a primeira causa entre as causas eficientes, não haveria a última e nem a intermediária. Mas se tivéssemos de continuar até o infinito na série das causas eficientes, não haveria causa primeira; assim sendo, não haveria efeito último, o que evidentemente é falso. 62 Tal causa eficiente causa das causas e princípio de todas as coisas só pode ser Deus: Logo, é necessário afirmar uma causa eficiente primeira, a que todos chamam Deus ) A Via do Contingente e do Necessário A terceira via é tomada do contingente 64 e do necessário. Novamente, o fundamento da argumentação de Tomás é a dimensão sensível. De fato, verificamos entre as coisas, aquelas que podem ser ou não ser, pois nascendo passam a ser e perecendo deixam de ser: Encontramos, entre as coisas, as que podem ser ou não ser, uma vez que algumas se encontram que nascem e 62 Idem. Op. Cit. 63 Idem. Op. Cit. 64 Felippo Selvaggi. Op. Cit.. p. 449: Contingente é, por sua vez, o que não é necessário, o que pela sua natureza é tal que existe, mas pode também não existir: que, embora existindo de fato, pode não existir em linha de princípio.

27 perecem. Conseqüentemente podem ser e não ser. 65 Eis no que consiste o contingente: aquilo que não tem em si, a razão suficiente da sua existência. Ora, o que do mundo se diz da parte, com mais propriedade deve-se dizer do todo, pois o todo precede as partes. Assim, se existem coisas no mundo que são contingentes, deve-se dizer que o mundo mesmo é contingente. 66 Destarte, se o mundo é contingente, é porque veio a ser e pode deixar de ser. Sendo assim, houve um momento em que o mundo não era, pois o que pode não ser não é em algum momento. 67 Ora bem, seguindo esta linha de raciocínio, ainda hoje nada existiria, pois o ser só do ser pode provir e o contingente só procede necessário: Se tudo pode não ser, houve um momento em que nada havia. Ora, se isso é verdadeiro, ainda agora nada existiria, pois o que não é só passa a ser por intermédio de algo que já é. Por conseguinte, se não houve ente algum, foi impossível que algo começasse a ser; logo, hoje, nada existiria: o que é falso. 68 É falso, no entanto, porque palpável aos nossos sentidos, dizer que o mundo não existe. E se o mundo existe, sendo ele contingente, deve existir também uma hierarquia de seres necessários. Pelo menos deve haver um ente, 65 Tomás de Aquino. Idem. I, 2, 3, C. 66 F. Copleston, formula da seguinte forma este mesmo o argumento, na sua célebre polêmica contra o ateísmo de Russell: B. Russell. Perché non sono cristiano. Milão: Longanesi, p In: MONDIN, Battista. Quem é Deus? Elementos de Teologia Filosófica. Trad. José Maria de Almeida. 2ª ed. São Paulo: Paulus, p. 229: Em segundo lugar, o mundo é simplesmente um conjunto real ou imaginário de objetos individuais que não têm exclusivamente em si mesmos a razão da própria existência. Não existe um mundo distinto dos objetos que o formam, assim como a raça humana não é algo separado dos indivíduos que compõem. Por isso, dado que os objetos ou eventos existem, e dado que nenhum objeto da experiência contém em si mesmo a razão da própria existência, a totalidade dos objetos deve ter uma razão externa a si mesma. (O itálico é nosso). 67 Idem. Idem. 68 Idem. Idem.

28 que fosse antes do mundo e que tenha colocado o mundo no ser: Assim, nem todos os entes são possíveis, mas é preciso que algo seja necessário entre as coisas. 69 O mundo não se explica a si mesmo, está sempre a exigir uma razão externa a ele, que torne possível a sua existência. Daí dizer Wittgentein, que para provar a existência de Deus, basta tomar consciência de que o mundo não é tudo. 70 Ademais este ser necessário para que o mundo passe a ser pode ou não retirar a sua necessidade de outrem. Ora, entre os entes necessários, também não se pode proceder indefinidamente, posto que, em não havendo um primeiro ente necessário, não existiriam tampouco outros entes necessários. De fato, necessário é, falando estrita e propriamente, somente aquilo que existe por si (a se) e que, por conseguinte, encontre em si a razão da sua existência. Agora bem, sendo o necessário a razão de ser do contingente, isto é, daquilo que não existe por si (a se), toda contingência forçosamente tem a sua origem no necessário. Destarte, a maior prova da existência de um ente necessário, é a existência de seres contingentes. Portanto, deve-se dizer que existe um ente que seja necessário e que não encontre, alhures, a causa de sua necessidade, mas que, ao contrário, seja causa da necessidade de todos os demais entes necessários. Ora, tal ser só pode ser Deus: Portanto, é necessário afirmar a existência de algo necessário por si mesmo, que não encontra alhures a causa de sua necessidade, mas que é causa da necessidade para os outros: o que todos chamam Deus Idem. Idem. 70 Wittingenstein. Tracatatus. 6, 45. In: MONDIN, Battista. Quem é Deus? Elementos de Teologia Filosófica. Trad. José Maria de Almeida. 2ª ed. São Paulo: Paulus, p Idem. Idem.

29 4.4) A Via dos Graus de Perfeição A quarta via examina os graus de perfeições presentes nas coisas. 72 A noção de ser é muito rica, podemos desdobrá-la em várias noções. Este desdobramento da noção de ser busca privilegiar um aspecto a preferência de outros. Chamamos esses desdobramentos de transcendentais. Podemos dizer que o ser é uno, que tudo, na medida em que é, é verdadeiro; que tudo, na medida que é, é bom e belo, e assim por diante. Na verdade, todas essas noções são desdobramentos de uma única noção, a noção de ser. 73 Existem coisas mais ou menos verdadeiras, boas e nobres do que outras. 74 Ora, mais ou menos se emprega a coisas na medida em que elas se aproximam daquilo que é máximo. 75 Assim, diz-se que o mais quente é o que mais se aproxima daquilo que é sumamente quente. 76 Por conseguinte essas noções de coisas mais ou menos verdadeiras, boas e nobres nos evidenciam a existência de um grau supremo. 77 Além disso, já que noções como verdadeiro, 72 Idem. Ibidem: A quarta via se toma dos graus que se encontram nas coisas. 73 Manuel Correia de Barros. Lições de Filosofia Tomista. Disponível em: < Acesso em: 23/01/2005: A noção de ser, que abrange tudo, é muito rica, e excede a capacidade da nossa inteligência. Desdobramo-la por isso em várias, considerando no ser um aspecto de preferência aos outros, encarando-o só por um certo lado. As noções assim obtidas, idênticas no fundo, dizem-se, como o próprio ser, transcendentais. As principais são a unidade, a verdade, o bem, a beleza; unidade transcendental, beleza transcendental, etc., para se distinguirem de noções habituais a que se dão os mesmos nomes. 74 Tomás de Aquino. Suma Teológica I, 2, 3, C: Encontra-se nas coisas algo mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos nobre etc. 75 Idem. Ibidem: Ora, mais ou menos se dizem de coisas diversas conforme se aproximam diferentemente daquilo que é em si mesmo o máximo. 76 Idem. Ibidem: Assim, mais quente é o que mais se aproxima do que é sumamente quente. 77 Idem. Ibidem: Existe em grau supremo algo verdadeiro, bom, nobre e conseqüentemente ente em grau supremo (...).

30 bom e nobre correspondem à noção de ser, devemos concluir que o ente que possui essas noções em grau máximo possui também o ser em máximo grau. 78 Outrossim, o que é máximo num determinado gênero é causa de tudo o que é desse gênero. 79 Pois bem, aquele ser que possui o grau máximo da verdade, da bondade, e de toda a perfeição, é causa dessas perfeições nos outros seres. Este Ser, fonte do ser e de todo grau de perfeição das coisas, é transcendente à ordem dos seres naturais. O que os demais seres possuem, mais ou menos, este ser possui em grau máximo. E não é só. Tudo o que os diversos seres possuem de perfeição, só a possuem enquanto participam da Suma Perfeição. Este Ser Suma Perfeição nós o chamamos Deus ) A Via do Governo do Mundo A quinta e última via é tirada do governo das coisas. É verificável pelos nossos sentidos, que coisas que carecem de conhecimento agem sempre ou quase sempre da mesma forma. Elas como que obedecem a uma lei, a uma regra, que encaminha para o que é ótimo. Ora, coisas que carecem de conhecimento não podem atingir e nem buscar um fim, senão pela intervenção de um princípio intelectivo: Ora, aquilo que não tem conhecimento não tende a um fim, a não ser dirigido por algo que conhece e que é inteligente, como a flecha pelo arqueiro. 81 Destarte, assim como o movimento da flecha para o alvo, não se explica senão pela intervenção do arqueiro, também o movimento dos corpos físicos que carecem de conhecimento, mas que, no entanto, buscam um fim, não se explica a não ser pela intervenção de um princípio intelectivo. 78 Idem. Ibidem: (...), pois, como se mostra no livro II da Metafísica, o que é em sumo grau verdadeiro, é ente em sumo grau. 79 Idem. Ibidem: Por outro lado, o que se encontra no mais alto grau em determinado gênero é causa de tudo o que é deste gênero (...). 80 Idem. Ibidem: Existe então algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de bondade, e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus. 81 Idem. Idem.

Clemente de Alexandria: Deus Está Acima da Própria Unidade

Clemente de Alexandria: Deus Está Acima da Própria Unidade Clemente de Alexandria: Deus Está Acima da Própria Unidade Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1.1) A Existência de Deus é Universalmente

Leia mais

João Damasceno: Deus Transcende toda Essência

João Damasceno: Deus Transcende toda Essência João Damasceno: Deus Transcende toda Essência Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1.1) O Conhecimento Universal da Existência

Leia mais

Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco

Razão e fé. Filosofia MedievaL. Douglas Blanco Razão e fé Filosofia MedievaL Douglas Blanco CRISTIANO PALAZZINI/SHUTTERSTOCK Aspectos gerais Correntes da filosofia medieval e principais representantes: Patrística (séc. II-V), com Agostinho de Hipona,

Leia mais

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33.

Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 91 tornar-se tanto quanto possível imortal Aristóteles, Ética a Nicômaco, X 7, 1177 b 33. 92 5. Conclusão Qual é o objeto da vida humana? Qual é o seu propósito? Qual é o seu significado? De todas as respostas

Leia mais

As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira As provas da existência de Deus: Tomás de Aquino e o estabelecimento racional da fé. Colégio Cenecista Dr. José Ferreira Tomás de Aquino (1221-1274) Tomás de Aquino - Tommaso d Aquino - foi um frade dominicano

Leia mais

Da Lei Segundo Santo Tomás de Aquino

Da Lei Segundo Santo Tomás de Aquino Da Lei Segundo Santo Tomás de Aquino Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Licenciado e Bacharel em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail: saviolaet@yahoo.com.br 1.1) A Lei: Regra e

Leia mais

A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS PELA VIA DO MOVIMENTO EM SÃO TOMÁS DE AQUINO.

A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS PELA VIA DO MOVIMENTO EM SÃO TOMÁS DE AQUINO. doi: 10.4025/10jeam.ppeuem.04006 A PROVA DA EXISTÊNCIA DE DEUS PELA VIA DO MOVIMENTO EM SÃO TOMÁS DE AQUINO. IZIDIO, Camila de Souza (UEM) Essa pesquisa tem como objetivo a análise da primeira das cinco

Leia mais

TOMÁS DE AQUINO SÉC. XIII AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS

TOMÁS DE AQUINO SÉC. XIII AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS TOMÁS DE AQUINO SÉC. XIII AS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS NA SUA OBRA DENOMINADA SUMA TEOLÓGICA, TOMÁS DE AQUINO CONSIDERA CINCO VIAS QUE, POR MEIO DE ARGUMENTOS, CONDUZEM À DEUS, TODAS COM CARACTERÍSTICAS

Leia mais

Filosofia e Religião.

Filosofia e Religião. Filosofia e Religião. Filosofia e Cristianismo. Santo Agostinho. (354 430) É considerado um dos introdutores do pensamento filosófico grego na doutrina cristã. Fortemente influenciado por Platão, concebia

Leia mais

A prova da existência de Deus em Duns Escoto

A prova da existência de Deus em Duns Escoto 1 A prova da existência de Deus em Duns Escoto Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. Introdução João Duns Escoto

Leia mais

S. Tomás de Aquino SE A VIDA CONTEMPLATIVA CONSISTE SOMENTE EM UM ATO DO ENTENDIMENTO

S. Tomás de Aquino SE A VIDA CONTEMPLATIVA CONSISTE SOMENTE EM UM ATO DO ENTENDIMENTO SE A VIDA CONTEMPLATIVA CONSISTE SOMENTE EM UM ATO DO ENTENDIMENTO. : Index. S. Tomás de Aquino SE A VIDA CONTEMPLATIVA CONSISTE SOMENTE EM UM ATO DO ENTENDIMENTO Índice Geral PRIMEIRA QUESTÃO SEGUNDA

Leia mais

ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO

ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO 1 ALBERTO MAGNO E TOMÁS DE AQUINO A ESCOLÁSTICA E OS PRINCIPAIS REPRESENTANTES ALBERTO MAGNO TOMÁS DE AQUINO Buscaram provar a existência de Deus utilizando argumentos racionais. 2 A UNIDADE ENTRE A FÉ

Leia mais

FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL

FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL FÉ E RAZÃO MUNDO MEDIEVAL Santo Agostinho séc. IV São Tomás de Aquino séc. XIII PATRÍSTICA e ESCOLÁSTICA Platão séc. IV a.c. Aristóteles séc. III a.c A RELAÇÃO ENTRE FÉ E RAZÃO Questões fundamentais para

Leia mais

Anjos: uma aproximação filosófica por Tomás de Aquino!

Anjos: uma aproximação filosófica por Tomás de Aquino! Anjos: uma aproximação filosófica por Tomás de Aquino! Bruno Guimarães de Miranda/IFTSSJ O livro De Substantiis Separatis (As substâncias separadas) de Santo Tomás de Aquino, traduzido por Luiz Astorga

Leia mais

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA

RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA RESOLUÇÃO FILOSOFIA SEGUNDA FASE UFU SEGUNDO DIA 1) Para Parmênides o devir ou movimento é uma mera aparência provocada pelos enganos de nossos sentidos. A realidade é constituída pelo Ser que é identificado

Leia mais

A prova da existência de Deus em Guilherme de Ockham

A prova da existência de Deus em Guilherme de Ockham 1 A prova da existência de Deus em Guilherme de Ockham Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. Introdução Guilherme

Leia mais

PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO

PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO PROBLEMA DA ORIGEM DO CONHECIMENTO Questão Problema: O conhecimento alcança-se através da razão ou da experiência? (ver página 50) Tipos de conhecimento acordo a sua origem Tipos de juízo de acordo com

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FILOSOFIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FILOSOFIA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA FILOSOFIA A EXISTÊNCIA DE DEUS SEGUNDO A SUMA DE TEOLOGIA DE TOMÁS DE AQUINO IVONE ALVES DE DEUS MILHOMEM Uberlândia, 2018 IVONE ALVES DE DEUS MILHOMEM A EXISTÊNCIA DE

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes

Leia mais

O ARGUMENTO COSMOLÓGICO KALAM EM WILLIAM LANE CRAIG: UMA CONCEPÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO

O ARGUMENTO COSMOLÓGICO KALAM EM WILLIAM LANE CRAIG: UMA CONCEPÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO O ARGUMENTO COSMOLÓGICO KALAM EM WILLIAM LANE CRAIG: UMA CONCEPÇÃO SOBRE A EXISTÊNCIA DO UNIVERSO Beatriz Teixeira Back bya.back@gmail.com Larissa de Oliveira l_ary_2011@live.com Resumo: Mediante os estudos

Leia mais

Da Verdade em Santo Tomás

Da Verdade em Santo Tomás intelecto. 3 Um apetite se diz bom, quando se inclina para a coisa e, desta forma, a Da Verdade em Santo Tomás Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Licenciado e Bacharel em Filosofia Pela Universidade Federal

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

Aula 09. Gente... Que saudade!!!! Filosofia Medieval Patrística Sto. Agostinho

Aula 09. Gente... Que saudade!!!! Filosofia Medieval Patrística Sto. Agostinho Aula 09 Gente... Que saudade!!!! Filosofia Medieval Patrística Sto. Agostinho Filosofia Patrística (séc. I ao VII) Inicia-se com as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. Foi obra não só desses

Leia mais

Trabalho 2 da UC Teoria do Conhecimento I Camila Cardoso Diniz 9 de maio de 2008

Trabalho 2 da UC Teoria do Conhecimento I Camila Cardoso Diniz 9 de maio de 2008 Camila Cardoso Diniz Universidade Federal De São Paulo Unifesp -Campus Guarulhos A verdade é índice de si mesma e do falso. UC Teoria do Conhecimento Prof. Dr. Fernando Dias Andrade. Guarulhos, 27 de junho

Leia mais

A METAFÍSICA E A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS

A METAFÍSICA E A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS A METAFÍSICA E A TEORIA DAS QUATRO CAUSAS O que é a metafísica? É a investigação das causas primeiras de todas as coisas existentes e estuda o ser enquanto ser. É a ciência que serve de fundamento para

Leia mais

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.

Leia mais

Deus e Seus Atributos

Deus e Seus Atributos Deus e Seus Atributos DEUS é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas. (LE, Q.1) Atanásio Rocha 07/09/2014 Continuação... Sendo DEUS a causa primária de todas as coisas, a origem de tudo

Leia mais

Edson Gonçalves da Silva 1

Edson Gonçalves da Silva 1 SCHOPENHAUER, Arthur. O livre-arbítrio. São Paulo, SP: Ed. Formar, 1ª vol. Coleção Grandes mestres do pensamento, [19--] 106 p. (nota: livro não datado) Edson Gonçalves da Silva 1 A Liberdade é certamente

Leia mais

Exercitando o raciocínio lógico-dedutivo!

Exercitando o raciocínio lógico-dedutivo! Exercitando o raciocínio lógico-dedutivo! Exercícios de raciocínio lógico-dedutivo a favor de Deus. Primeiramente devemos entender o conceito da dedução lógica, para então, realizarmos o seu exercício.

Leia mais

No. Try not. Do... or do not. There is no try. - Master Yoda, The Empire Strikes Back (1980)

No. Try not. Do... or do not. There is no try. - Master Yoda, The Empire Strikes Back (1980) Cálculo Infinitesimal I V01.2016 - Marco Cabral Graduação em Matemática Aplicada - UFRJ Monitor: Lucas Porto de Almeida Lista A - Introdução à matemática No. Try not. Do... or do not. There is no try.

Leia mais

A não evidência quoad nos e a demonstratio quia da existência de Deus em Tomás de Aquino

A não evidência quoad nos e a demonstratio quia da existência de Deus em Tomás de Aquino 1 A não evidência quoad nos e a demonstratio quia da existência de Deus em Tomás de Aquino Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia Pela Universidade Federal

Leia mais

fragmentos dos diálogos categorias e obras da exortativas interpretação aristóteles introdução, tradução e notas ricardo santos tradução ( universidad

fragmentos dos diálogos categorias e obras da exortativas interpretação aristóteles introdução, tradução e notas ricardo santos tradução ( universidad fragmentos dos diálogos categorias e obras da exortativas interpretação aristóteles introdução, tradução e notas ricardo santos tradução ( universidade e textos introdutórios de lisboa) antónio de castro

Leia mais

Racionalismo. René Descartes Prof. Deivid

Racionalismo. René Descartes Prof. Deivid Racionalismo René Descartes Prof. Deivid Índice O que é o racionalismo? René Descartes Racionalismo de Descartes Nada satisfaz Descartes? Descartes e o saber tradicional Objetivo de Descartes A importância

Leia mais

Pré Socráticos aos Medievais 1

Pré Socráticos aos Medievais 1 Pré Socráticos aos Medievais 1 Períodos da História dafilosofia Patrística Filosofia Medieval Escolástica Renascimento Período: queda do Império Romano (sec. V) ao sec. XV. Guerras, a fome e as grandes

Leia mais

Filosofia na Idade Média. Patrística e Escolástica

Filosofia na Idade Média. Patrística e Escolástica Filosofia na Idade Média Patrística e Escolástica Tomai cuidado para que ninguém vos escravize por vãs e enganadoras especulações da filosofia, segundo a tradição dos homens, segundo os elementos do mundo,

Leia mais

Apologética Cristã IV. Metodologia

Apologética Cristã IV. Metodologia 1 Apologética Cristã IV Metodologia Alan Myatt A questão da metodologia é basicamente a questão da epistemologia. Nosso alvo é avaliar as várias cosmovisões que estão competindo pela lealdade do povo.

Leia mais

Marco Aurélio Oliveira da Silva*

Marco Aurélio Oliveira da Silva* VELDE, Rudi A. te. Aquinas on God. The divine science of the Summa Theologiae, Aldershot: Ashgate, Ashgate Studies in the History of Philosophical Theology, 2006, viii+192p. Marco Aurélio Oliveira da Silva*

Leia mais

As cinco vias para se demonstrar a existência de Deus em Tomás de Aquino

As cinco vias para se demonstrar a existência de Deus em Tomás de Aquino 1 As cinco vias para se demonstrar a existência de Deus em Tomás de Aquino Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso.

Leia mais

PET FILOSOFIA UFPR. Fichamento parcial do capítulo VIII, A divinização do Espaço, da obra de Alexandre Koyré Do Mundo Fechado ao Universo Infinito.

PET FILOSOFIA UFPR. Fichamento parcial do capítulo VIII, A divinização do Espaço, da obra de Alexandre Koyré Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. PET FILOSOFIA UFPR Data: 01/10/2014 Aluna: Fernanda Ribeiro de Almeida Fichamento parcial do capítulo VIII, A divinização do Espaço, da obra de Alexandre Koyré Do Mundo Fechado ao Universo Infinito. Tendo

Leia mais

1) Santo Agostinho: Intellige ut Credas, Crede ut Intelligas

1) Santo Agostinho: Intellige ut Credas, Crede ut Intelligas 1) Santo Agostinho: Intellige ut Credas, Crede ut Intelligas Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Licenciado e Bacharel em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. E-mail: saviolaet@yahoo.com.br

Leia mais

A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA: O CASO DA SUMA TEOLÓGICA DE TOMÁS DE AQUINO

A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA: O CASO DA SUMA TEOLÓGICA DE TOMÁS DE AQUINO A TEOLOGIA COMO CIÊNCIA: O CASO DA SUMA TEOLÓGICA DE TOMÁS DE AQUINO CAMPOS, Fernanda Ferreira de (PGF/UEM) Introdução O questionamento sobre a cientificidade da Teologia acompanha seu estudo há muito

Leia mais

Aula 08 Terceiro Colegial.

Aula 08 Terceiro Colegial. Aula 08 Terceiro Colegial Cristianismo: Entre a Fé e a Razão Busca por uma base racional para sustentar a fé Formulações filosóficas se estendendo por mais de mil anos Cristianismo Palavra de Jesus, que

Leia mais

Sobre este trecho do livro VII de A República, de Platão, é correto afirmar.

Sobre este trecho do livro VII de A República, de Platão, é correto afirmar. O que é o mito da caverna? O que levou Platão a se decepcionar com a política? 3) Mas quem fosse inteligente (...) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem

Leia mais

A argumentação desenvolvida por Santo Anselmo no segundo e no terceiro capítulos de seu

A argumentação desenvolvida por Santo Anselmo no segundo e no terceiro capítulos de seu A argumentação desenvolvida por Santo Anselmo no segundo e no terceiro capítulos de seu Proslogion veio a ser conhecida como uma das mais famosas instâncias do tipo de prova da existência de Deus denominada

Leia mais

Igreja Cristã Semente de Vida - Escola Bíblica Dominical O Ser de Deus e Seus atributos Heber Campos Professor: Pr. Paulo César

Igreja Cristã Semente de Vida - Escola Bíblica Dominical O Ser de Deus e Seus atributos Heber Campos Professor: Pr. Paulo César CAPÍTULO 2 - O DEUS CONHECÍVEL No capítulo anterior consideramos a idéia da existência de Deus. Neste capítulo trataremos da possibilidade de Deus ser conhecido. Dizer que Deus é conhecível significa que,

Leia mais

FILOSOFIA MEDIEVAL: ESCOLÁSTICA 3ªSÉRIE DO ENSINO MÉDIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP

FILOSOFIA MEDIEVAL: ESCOLÁSTICA 3ªSÉRIE DO ENSINO MÉDIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP 3ªSÉRIE DO ENSINO MÉDIO DRUMMOND 2017 PROF. DOUGLAS PHILIP Por Filosofia Escolástica entende-se a filosofia dominante no período compreendido entre os séculos IX e XIV XV, ensinada comumente nas escolas,

Leia mais

FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II

FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II FILOSOFIA MEDIEVAL E OUTROS TEMAS PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 9º ANO ENSINO FUNDAMENTAL II FILOSOFIA NA IDADE MEDIEVAL A IDADE MÉDIA INICIOU-SE NA Europa com as invasões germânicas ou bárbaras no

Leia mais

Filosofia Medievil: TomásadeaAquino

Filosofia Medievil: TomásadeaAquino MPET Modelagem Conceitual do Pensamento Filosófco MATERIAL DE APOIO Organizador dos slides: Prof.aDr.aGliuciusaDécioaDuirte Atualizado em: 19 ago. 2017 Filosofia Medievil: TomásadeaAquino SÍNTESE DO CRISTIANISMO

Leia mais

Patrística e Escolástica

Patrística e Escolástica Patrística e Escolástica 1. (Uff 2012) A grande contribuição de Tomás de Aquino para a vida intelectual foi a de valorizar a inteligência humana e sua capacidade de alcançar a verdade por meio da razão

Leia mais

O conceito ética. O conceito ética. Curso de Filosofia. Prof. Daniel Pansarelli. Ética filosófica: conceito e origem Estudo a partir de Aristóteles

O conceito ética. O conceito ética. Curso de Filosofia. Prof. Daniel Pansarelli. Ética filosófica: conceito e origem Estudo a partir de Aristóteles Curso de Filosofia Prof. Daniel Pansarelli Ética filosófica: conceito e origem Estudo a partir de Aristóteles O conceito ética Originado do termo grego Ethos, em suas duas expressões Êthos (com inicial

Leia mais

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Item

Leia mais

A teoria do conhecimento

A teoria do conhecimento conhecimento 1 A filosofia se divide em três grandes campos de investigação. A teoria da ciência, a teoria dos valores e a concepção de universo. Esta última é na verdade a metafísica; a teoria dos valores

Leia mais

Guilherme de Ockham: Credo et Intelligo

Guilherme de Ockham: Credo et Intelligo 1 Guilherme de Ockham: Credo et Intelligo Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. Introdução Com Guilherme de Ockham

Leia mais

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II - 2017 16.03.2018 Hélio Lima LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013 O Sistema kantiano Estética Transcendental Experiência Lógica

Leia mais

AULA FILOSOFIA. O realismo aristotélico

AULA FILOSOFIA. O realismo aristotélico AULA FILOSOFIA O realismo aristotélico DEFINIÇÃO O realismo aristotélico representa, na Grécia antiga, ao lado das filosofias de Sócrates e Platão, uma reação ao discurso dos sofistas e uma tentativa de

Leia mais

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010

VI Seminário de Pós-Graduação em Filosofia da UFSCar 20 a 24 de setembro de 2010 Natureza humana e teoria do conhecimento em Tomás de Aquino: o corpo como determinante para a realização do processo intelectivo André de Deus Berger UFSCar/ Programa de pós-graduação em Filosofia, mestrado.

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA 1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA CLAUDIA FERREIRA DOS SANTOS UNIDADE E DIVERSIDADE NO ESPINOSISMO:

Leia mais

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen 1 Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com GERAL Razão: capacidade intelectual ou mental do homem. Pressuposição: uma suposição elementar,

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A Dúvida Metódica Em Descartes Antonio Wardison Canabrava da Silva* A busca pelo conhecimento é um atributo essencial do pensar filosófico. Desde o surgimento das investigações mitológicas,

Leia mais

Cap. 2 - O BEM E A FELICIDADE. Ramiro Marques

Cap. 2 - O BEM E A FELICIDADE. Ramiro Marques Cap. 2 - O BEM E A FELICIDADE Ramiro Marques A maior parte das pessoas identificam o bem com a felicidade, mas têm opiniões diferentes sobre o que é a felicidade. Será que viver bem e fazer o bem é a mesma

Leia mais

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ/USP

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ/USP ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ - ESALQ/USP CAIO HENRIQUE AMPARO ROSATELI JOÃO PEDRO BACCHIN MILANEZ PEDRO INNOCENTE COLLARES VINÍCIUS HORSTMANN FERNANDES SÃO TOMÁS DE AQUINO Piracicaba

Leia mais

A existência de Deus na Filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade

A existência de Deus na Filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade 1 A existência de Deus na Filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. No presente

Leia mais

Descartes filósofo e matemático francês Representante do racionalismo moderno. Profs: Ana Vigário e Ângela Leite

Descartes filósofo e matemático francês Representante do racionalismo moderno. Profs: Ana Vigário e Ângela Leite Descartes filósofo e matemático francês 1596-1650 Representante do racionalismo moderno Razão como principal fonte de conhecimento verdadeiro logicamente necessário universalmente válido Inspiração: modelo

Leia mais

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a

I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Filosofia da Ciência Realidade Axioma Empirismo Realismo cientifico Instrumentalismo I g o r H e r o s o M a t h e u s P i c u s s a Definição Filosofia da ciência é a área que estuda os fundamentos e

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( )

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( ) TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724-1804) Obras de destaque da Filosofia Kantiana Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781) Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783) Ética - Crítica da

Leia mais

Sofistas ou Sophistés

Sofistas ou Sophistés - Sofista (sophistés) vem da palavra sophos que significa sábio. Sofistas ou Sophistés Principais sofistas: - Protágoras de Abdera 480-410 a.c. - Gógias de Leontini 487?-380? a.c. - Isócrates de Atenas

Leia mais

Anselmo: Dos Atributos Divinos

Anselmo: Dos Atributos Divinos Anselmo: Dos Atributos Divinos Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1.1) Preâmbulo Uma vez assegurado que o ser acima do qual nada

Leia mais

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média

FÍSICA FILOSOFIA. Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA. Características Fundamentais da Idade Média FILOSOFIA FÍSICA Resumex JáEntendi 1. A FILOSOFIA NA IDADE MÉDIA O período histórico comumente chamado de Idade Média inicia- se no século V e termina no século XV. Portanto, ele representa mil anos de

Leia mais

VERDADES ESSENCIAIS. 2. Quem criou?

VERDADES ESSENCIAIS. 2. Quem criou? VERDADES ESSENCIAIS 2. Quem criou? Ele fez tudo apropriado a seu tempo. Também pôs no coração do homem o anseio pela eternidade; mesmo assim este não consegue compreender inteiramente o que Deus fez. Eclesiastes

Leia mais

Teófilo de Antioquia: A Fé: Caminho Para a Visão

Teófilo de Antioquia: A Fé: Caminho Para a Visão Teófilo de Antioquia: A Fé: Caminho Para a Visão Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato Grosso. 1) A Purificação Necessária para Aquele que

Leia mais

Breve reflexão acerca da infinitude divina

Breve reflexão acerca da infinitude divina 1 Breve reflexão acerca da infinitude divina Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduando em Filosofia Pela Universidade. Federal de Mato Grosso. E-mail: saviolaet@filosofante.org

Leia mais

Aula do Curso Básico DEUS

Aula do Curso Básico DEUS Aula do Curso Básico DEUS Gênese evolução da ideia de Deus Os mecanismos da evolução Os animais e os fenômenos naturais A vida do ser humano primitivo A descoberta do espírito e suas consequências O animismo

Leia mais

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara.

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. FILOSOFIA ANTIGA Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. Está presente na água de Tales: H20. Essencial para a vida dos seres vivos. É a causa do movimento da natureza: vento move nuvens,

Leia mais

Da semelhança entre geometria e ontologia na teoria do conhecimento de S. Tomás de Aquino

Da semelhança entre geometria e ontologia na teoria do conhecimento de S. Tomás de Aquino Convenit Internacional 24 mai-ago 2017 Cemoroc-Feusp / IJI - Univ. do Porto Da semelhança entre geometria e ontologia na teoria do conhecimento de S. Tomás de Aquino José Alexandre Fogaça 1 Resumo: Este

Leia mais

IMBACH, R. e OLIVA, A. La philosophie de Thomas d Aquin. Repères, Paris: Vrin, Repères Philosophiques, 2009, 179p.

IMBACH, R. e OLIVA, A. La philosophie de Thomas d Aquin. Repères, Paris: Vrin, Repères Philosophiques, 2009, 179p. , Paris: Vrin, Repères Philosophiques, 2009, 179p. Lucio Lobo* Textos podem ter muitos objetivos e este tem um muito claro, a saber, ajudar o leitor a descobrir, num nível introdutório, o pensamento filosófico

Leia mais

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura Jean Carlos Demboski * A questão moral em Immanuel Kant é referência para compreender as mudanças ocorridas

Leia mais

DESCARTES ( ) Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG

DESCARTES ( ) Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG DESCARTES (1596-1650) Professora Gisele Masson Professora Patrícia Marcoccia PPGE - UEPG Apresenta os passos para o estudo e a pesquisa, critica o ensino humanista e propõe a matemática como modelo de

Leia mais

ISSN

ISSN FAITANIN, P.S. Ontología de la Materia en Tomás de Aquino. Pamplona: Cuadernos de Anuario Filosófico, Serie Universitaria, n. 135, 2001, pp. 99; ISSN 1137-2176. por Rodolfo Petrônio Um dos temas mais difíceis

Leia mais

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões

Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões Prova Global Simulado 6º. Filosofia 2014/2 Devolutiva das questões Questão nº 1 - Resposta B Justificativa: O amante do mito é de certo modo também um filósofo, uma vez que o mito se compõe de maravilhas

Leia mais

Introdução a Filosofia

Introdução a Filosofia Introdução a Filosofia Baseado no texto de Ludwig Feuerbach, A essência do homem em geral, elaborem e respondam questões relacionadas a este tema. 1- Quem foi Feuerbach? PERGUNTAS 2- Qual é a diferença

Leia mais

ARTE PRIMEIRA PRIMÁRIAS CAPÍTULO D EUS. Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO

ARTE PRIMEIRA PRIMÁRIAS CAPÍTULO D EUS. Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO O LIVRO DOS ESPÍRITOS PAR ARTE PRIMEIRA AS CAUSAS PRIMÁRIAS CAPÍTULO 1 D EUS Deus e o infinito Provas da existência de Deus Atributos da Divindade Panteísmo DEUS E O INFINITO 1 O que é Deus? Deus é a inteligência

Leia mais

ESCOLÁSTICA A M A T R I Z A R I S T O T É L I C A A T É D E U S

ESCOLÁSTICA A M A T R I Z A R I S T O T É L I C A A T É D E U S ESCOLÁSTICA A M A T R I Z A R I S T O T É L I C A A T É D E U S Averróis Organizou o ensino e fundou escolas ligadas às instituições católicas. Divulgação da cultura greco-romana, passando a ter influência

Leia mais

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior

INTRODUÇÃO AO O QUE É A FILOSOFIA? PENSAMENTO FILOSÓFICO: Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO FILOSÓFICO: O QUE É A FILOSOFIA? Professor Cesar Alberto Ranquetat Júnior INTRODUÇÃO FILOSOFIA THEORIA - ONTOS - LOGOS VER - SER - DIZER - A Filosofia é ver e dizer aquilo que

Leia mais

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo FILOSOFIA Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo Finalidade da vida política para Platão: Os seres humanos e a pólis têm a mesma estrutura: alma concupiscente ou desejante; alma irascível ou colérica;

Leia mais

filosofia contemporânea

filosofia contemporânea filosofia contemporânea carlos joão correia 2013-2014 1ºSemestre O mundo é a minha representação. - Esta proposição é uma verdade para todo o ser vivo e cognoscente, embora só no homem chegue a transformar-se

Leia mais

LIÇÃO 3 DEUS: EXISTÊNCIA OU IMAGINAÇÃO? Textos Básicos: Deuteronômio 6.4; Salmos 139; Êxodo ; Isaías 40.13,14; Romanos 1.

LIÇÃO 3 DEUS: EXISTÊNCIA OU IMAGINAÇÃO? Textos Básicos: Deuteronômio 6.4; Salmos 139; Êxodo ; Isaías 40.13,14; Romanos 1. LIÇÃO 3 DEUS: EXISTÊNCIA OU IMAGINAÇÃO? Textos Básicos: Deuteronômio 6.4; Salmos 139; Êxodo 15.11-18; Isaías 40.13,14; Romanos 1.19-20 Um homem foi ao barbeiro para cortar o cabelo, como sempre fazia.

Leia mais

Ricardo de S. Vitor TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE

Ricardo de S. Vitor TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE : Index. Ricardo de S. Vitor TRATADO SOBRE A SANTÍSSIMA TRINDADE Índice Geral CAPÍTULO 2 CAPÍTULO 3 CAPÍTULO 4 CAPÍTULO 5 CAPÍTULO 6 CAPÍTULO 7 file:///d /Documenta%20Chatolica%20Omnia/99%20-%20Prov...i/mbs%20Library/001%20-Da%20Fare/01/0-RSVTRINITATE.htm2006-06-02

Leia mais

ISSN: X COLÓQUIO DO MUSEU PEDAGÓGICO 28 a 30 de agosto de 2013

ISSN: X COLÓQUIO DO MUSEU PEDAGÓGICO 28 a 30 de agosto de 2013 FELICIDADE EM ARISTÓTELES Larisse Silva Andrade * (UESB) Maria Rita Santos ** (UESB) RESUMO Esse texto pretende investigar o Bem- humano na perspectiva da Ética e da Política teorizadas por Aristóteles

Leia mais

Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão.

Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão. Estudaremos o papel da razão e do conhecimento na filosofia de Immanuel Kant; Hegel e o idealismo alemão. Kant e a crítica da razão Nós s e as coisas Se todo ser humano nascesse com a mesma visão que você

Leia mais

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados

Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados UFPB/CCEN/DM Matemática Elementar I - 2011.2 Exercícios de revisão para a primeira avaliação Gabaritos selecionados 1. Sejam p, q e r proposições. Mostre que as seguintes proposições compostas são tautologias:

Leia mais

TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior

TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior Ciências Humanas e suas Tecnologias. TEMA: tipos de conhecimento. Professor: Elson Junior Plano de Aula Conhecimento O que é? Como adquirir Características Tipos Recordar é Viver... Processo de pesquisa

Leia mais

AGOSTINHO O FILÓSOFO

AGOSTINHO O FILÓSOFO Filosofia / Sociologia 3ª Série do Ensino Médio Prof. Danilo Arnaldo Briskievicz AGOSTINHO O FILÓSOFO ENTRE O BEM E O MAL OU SE CORRER, O BICHO PEGA; SE FICAR, O BICHO COME. Santo Agostinho no detalhe

Leia mais

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer

Leia mais

A existência de Deus na filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade

A existência de Deus na filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade 1 A existência de Deus na filosofia de Tomás de Aquino: abertura e universalidade Autor: Sávio Laet de Barros Campos. Bacharel-Licenciado e Pós-Graduando em Filosofia Pela Universidade Federal de Mato

Leia mais

O homem é composto de substância corporal e de substância espiritual, sendo esta por via da sua subsistência, incorruptível.

O homem é composto de substância corporal e de substância espiritual, sendo esta por via da sua subsistência, incorruptível. S. TOMÁS DE AQUINO Nasceu em Roccasecca em 1225. Ingressou na ordem dos dominicanos, tal como Alberto Magno, de quem foi aluno. Faleceu em 1274. É indubitavelmente o maior dos filósofos escolásticos. S.

Leia mais

Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta

Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta 1. A filosofia é: a) Um conjunto de opiniões importantes. b) Um estudo da mente humana. c) Uma atividade que se baseia no uso crítico

Leia mais

DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL NOME COMPLETO:

DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL NOME COMPLETO: DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR: ENRIQUE MARCATTO DATA: VALOR: 20 PONTOS NOTA: NOME COMPLETO: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 1ª EM TURMA: Nº: I N S T R U Ç Õ E S 1. Esta atividade contém

Leia mais

O CONTEXTO DA DISTINÇÃO ENTRE AS ORDENS CAUSAIS NA ORDINATIO DE DUNS SCOTUS. Palavras-chave: Duns Scotus; Deus; Causalidade; Ordenação Causal.

O CONTEXTO DA DISTINÇÃO ENTRE AS ORDENS CAUSAIS NA ORDINATIO DE DUNS SCOTUS. Palavras-chave: Duns Scotus; Deus; Causalidade; Ordenação Causal. O CONTEXTO DA DISTINÇÃO ENTRE AS ORDENS CAUSAIS NA ORDINATIO DE DUNS SCOTUS Iuri Coelho Oliveira 1 Resumo: As provas da existência de Deus de João Duns Scotus (1255/6-1308) fazem claramente uso da noção

Leia mais

PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO A FILOSOFIA DE PARMÊNIDES E SUA CONTRAPOSIÇÃO COM HERÁCLITO

PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO A FILOSOFIA DE PARMÊNIDES E SUA CONTRAPOSIÇÃO COM HERÁCLITO PROFESSOR DANILO BORGES FILOSOFIA 1º ANO DO ENSINO MÉDIO A FILOSOFIA DE PARMÊNIDES E SUA CONTRAPOSIÇÃO COM HERÁCLITO Metafísica é quando o que escuta não ouve nada, e o que fala já não ouve. Voltaire Parmênides

Leia mais