TEMA DA SESSÃO. Patriarcado de Lisboa JUAN AMBROSIO / PAULO PAIVA 2º SEMESTRE ANO LETIVO INTRODUÇÃO 2. REVELAÇÃO E RELIGIÃO
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- Matheus Salazar da Costa
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1 TEMA DA SESSÃO 1. INTRODUÇÃO 2. REVELAÇÃO E RELIGIÃO 3. REVELAÇÃO E PALAVRA 4. CONSEQUÊNCIAS 5. INTERROGAÇÕES 6. TPC JUAN AMBROSIO / PAULO PAIVA 2º SEMESTRE ANO LETIVO Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano da Formação Cristã
2 Introdução Quando normalmente se fala em revelação as pessoas, geralmente, atribuem um significado de descoberta de algo que estava escondido. Nesta linha, com frequência, se fala em revelar um segredo, ou se afirma que uma pessoa se revelou, isto é, que manifestou subitamente capacidades ou aptidões que antes estavam escondidas.
3 Revelação e Religião (1) No contexto estritamente religioso algo de muito parecido acontece, só que aqui as coisas tornam-se muito mais sensíveis, Por um lado o mundo do religioso é visto como algo de «misterioso», como terreno claramente propício à revelação. Por outro, as religiões falam constantemente em revelação, chegando mesmo a assumir-se como sendo reveladas por Deus. Isto, é também evidente no interior da nossa tradição cristã, onde constantemente se afirma, por exemplo, que Deus se revelou aos profetas, e que Jesus Cristo é a revelação plena do Pai.
4 Revelação e Religião (2) Os traços dessa conceção - que continua hoje a marcar o imaginário de muitos crentes são bem conhecidos e podem ser assim resumidos: 1) Deus revelou-se em ocasiões concretas e por motivos diversos, àqueles que escolheu, por meio de aparições, visões, manifestações extraordinárias e palavras ditas, ou ditadas para ser escritas; 2) Esta revelação aconteceu no meio do povo de Israel;
5 Revelação e Religião (3) 3) As pessoas a quem Deus se revelou transmitem essa revelação, por palavras faladas ou escritas, testemunhando-a com sinais e milagres; 4) As outras pessoas, apoiando-se no seu testemunho, acreditam que Deus disse ou revelou aquilo que eles dizem.
6 Revelação e Palavra (1) Esta ideia torna-se ainda mais concreta e clara ao analisar o «processo de verbalização da revelação», Que consiste em, certo sentido, na explicação do conceito de revelação através da categoria palavra, o que, de certo, modo é decorrente da própria estrutura da revelação.
7 Revelação e Palavra (2) Quem faz a experiência da revelação sente a necessidade de traduzir e dizer essa experiência a si próprio e aos outros de uma maneira que possa ser mais facilmente entendível, o que acaba por ser feito através do recurso ao verbal. A experiência bíblica é testemunho inequívoco de todo este processo.
8 Revelação e Palavra (3) Ao ler a Sagrada Escritura é fácil ficar com a perceção de que por detrás de todos aqueles acontecimentos e narrações existe uma experiência de relação com Deus. Essa experiência, feita na globalidade e no interior da vida, vai sendo traduzida de diversas maneiras, de entre as quais se vai destacando o recurso à imagem do falar de Deus.
9 Revelação e Palavra (4) Esta realidade é bem evidente dentro do contexto profético, no qual Deus fala ao seu profeta, ele mesmo entendido como aquele que é a voz de Deus, aquele que fala em nome de Deus. A expressão «palavra de Yahvé» - recorrentemente utilizada neste contexto testemunha bem este facto. E quando os profetas morriam, e a profecia corria o perigo de se converter num acontecimento meramente passado, então ela passa por um processo que a leva da fase da palavra oral recordada à palavra escrita.
10 Revelação e Palavra (5) Dada a importância fundamental dos profetas em toda a configuração da experiência bíblica da revelação, começa a perceber-se melhor todo este processo, não sendo pois de estranhar que a palavra acabe por ir monopolizando toda a conceção bíblica da revelação.
11 Revelação e Palavra (6) O Novo Testamento vai naturalmente herdar esta tendência, aplicando-a ao próprio Jesus. Nele se concentra agora todo este processo. A revelação de Deus acontece plenamente em Jesus Cristo; nele a palavra de Deus encarna.
12 Revelação e Palavra (7) E o processo continua, Pois o próprio Jesus que anunciava a Boa Notícia de Deus acaba por ser ele mesmo a Boa Notícia anunciada. Ele que anunciava o Evangelho, acaba por tornar-se o Evangelho que finalmente se traduz e comunica nos Evangelhos. Para Paulo a revelação faz-se palavra na Escritura e pregação no Apóstolo. João, tendo já atrás de si algum percurso reflexivo, acaba mesmo por afirmar que Jesus é o «logos».
13 Revelação e Palavra (8) Ao longo deste percurso alguma reflexão teológica foi pouco a pouco fundamentando-se em pressupostos literalistas que tendiam a identificar, sem mediação alguma, a letra bíblica com a pura revelação de Deus.
14 Consequências Daqui surgem duas consequências inevitáveis: Primeiro surge um fundamentalismo ou positivismo bíblico, ou sejam lêem-se as palavras de Sagrada Escritura como se elas fossem o resultado de um ditado literal divino, tendo por isso que ser tomadas à letra, mesmo quando falam de realidades que não são religiosas, ou quando atribuem literalmente a Deus a causa da morte e das guerras; Segundo, e intimamente unido a isto, surge o dogmatismo, a partir do qual as verdades expressas no livro sagrado acabam por converter-se em dogmas, dotados de uma idêntica imutabilidade literal. JUAN AMBROSIO FERNANDO CATARINO
15 Interrogações Mas Como é possível afirmar que Deus criou todos os seres humanos por amor e depois sustentar que só se revelou a alguns? E porque aqueles e não outros? E porque esperar tanto tempo? E porque não dizer tudo de uma só vez, ou pelo menos quanto antes? JUAN AMBROSIO FERNANDO CATARINO
16 TPC
17 TEMA DA SESSÃO 1. INTRODUÇÃO 2. REVELAÇÃO E RELIGIÃO 3. REVELAÇÃO E PALAVRA 4. CONSEQUÊNCIAS 5. INTERROGAÇÕES 6. TPC JUAN AMBROSIO / PAULO PAIVA 2º SEMESTRE ANO LETIVO Patriarcado de Lisboa Instituto Diocesano da Formação Cristã
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