OFICINA SAIBA MAIS SOBRE A DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA

Transcrição

1 OFICINA SAIBA MAIS SOBRE A DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA Oficina de Linguagens Caro Monitor, Esta oficina tem como objetivo geral propor o desenvolvimento da produção escrita do aluno da Educação de Jovens e Adultos, apresentando o tipo textual exigido no Ensino Médio: a dissertaçãoargumentativa. Sugerimos, a seguir, um plano de aula para ser aplicado no dia da oficina, conforme determinado no calendário da escola ou do polo, previamente validado pelos coordenadores do SEJA. Recomendamos que você faça um estudo prévio dos conteúdos e estratégias indicados nesse plano para que esteja bem preparado para a realização da atividade. Caso surja alguma dúvida, orientamos o contato imediato com as coordenadoras da área de Linguagens. Bom trabalho! I. Habilidades e competências que se espera que os alunos desenvolvam Rever a estrutura e a organização do tipo textual que será cobrado no processo de avaliação do Ensino Médio: dissertação-argumentativa: o H1 Identificar elementos e estratégias de construção dos tipos textuais, destacando a argumentação e a dissertação; o H2 Identificar a superestrutura e os modos de organização textual de uma dissertaçãoargumentativa. Estudar um exemplo de dissertação-argumentativa: o H5 Reconhecer o tema e/ou as informações principais e secundárias; o H7 Reconhecer efeitos de humor e/ou crítica; o H10 Inferir opinião do autor subentendida em um texto; o H11 Distinguir fatos de opiniões; o H12 Localizar argumentos utilizados pelo autor na defesa de seu ponto de vista; Produzir uma dissertação-argumentativa: o C1 Compreender a proposta de redação e aplicar informações das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, empregando estrutura do texto dissertativoargumentativo; o C2 Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista; o C3 Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção de um texto coerente e coeso; o C4 Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos; o C5 Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. II. Conteúdos A argumentação em produções artísticas e literárias Definição de argumentação 1

2 Definição e características da dissertação Elementos da dissertação-argumentativa (título, introdução, desenvolvimento e conclusão) Planejamento do texto dissertativo-argumentativo Produção de texto dissertativo-argumentativo III. Estratégias de desenvolvimento da oficina 1. Iniciar a oficina retomando a informação de que a redação exigida nas avaliações processuais e finais do Ensino Médio é a dissertação-argumentativa a qual será o objeto do estudo da oficina. Fazer referência também ao Manual de Redação (modalidade presencial) que aborda esse tipo textual. 2. Na sequência, perguntar aos alunos o que entendem por argumentar e em que tipos de texto imaginam encontrar argumentos. Anotar as respostas na lousa. Faça provocações aos alunos, perguntando se é possível encontrar argumentos em uma campanha publicitária, em um poema ou em uma obra de arte, caso esses exemplos não sejam apresentados pelos próprios alunos. 3. Apresentar as telas 3, 4 e 5 de Power Point em que aparecem a campanha publicitária do Ministério da Saúde sobre AIDS (tela 3), o poema de Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Alberto Caeiro (tela 4) e a pintura Fuzilamentos de 3 de maio de 1808, do pintor espanhol Goya (tela 5). Exibir uma tela por vez e investigar se os alunos são capazes de identificar o argumento implícito em cada uma das produções. Espera-se que os alunos percebam que no caso da campanha publicitária do Ministério da Saúde, que trata sobre a Aids, argumenta-se que a síndrome pode ser adquirida por qualquer pessoa, portanto, não se deve ter preconceito contra grupo social algum. Em relação ao poema de Fernando Pessoa, espera-se que o aluno perceba que o eu-lírico argumenta sobre o amor, defendendo a ideia de que amar alguém não pode ser explicado racionalmente, isto é, pelo pensamento, mas apenas percebido pelos órgãos dos sentidos. E quanto à pintura de Goya, espera-se que o aluno identifique que o pintor coloca-se contra a ação criminosa das tropas francesas em relação aos camponeses, uma vez que estes estão indefesos e em posição de súplica, em contraste à postura implacável dos militares que, de arma em punho, parecem não hesitar no massacre. Além disso, os braços em cruz do homem que está posicionado no centro do quadro, prestes a ser fuzilado, remetem-nos à ideia de Cristo crucificado, que perdeu a vida injustamente. Essas informações estão sintetizadas na tela 6, que pode ser exibida para fechar as ideias discutidas. Ao fazer esse fechamento, é importante que o monitor confronte as ideias da tela 6 com as respostas dadas pelos alunos e anotadas na lousa, para que eles se sintam valorizados ao ver que suas ideias foram ao encontro do plano de aula. 2

3 A tela 6 não foi reproduzida no Material do Aluno para garantir a reflexão deste sem a contaminação da resposta do professor. Recomendamos que o monitor faça a reprodução antecipadamente e leve à sala de aula no dia da oficina para entregar ao aluno somente após a socialização das ideias. 4. Inserir tela com definição sobre argumentação (tela 7) e pedir a dois alunos para fazerem a leitura do texto em voz alta. Esclarecer eventuais dúvidas. Em seguida, apresentar a tela 8 e retomar com os alunos algumas das situações do dia a dia em que eles certamente precisam lançar mão da argumentação. 5. Prosseguir, perguntando aos alunos se eles sabem o que significa dissertar ou dissertação. Registrar as respostas na lousa. Apresentar a tela 9 com o trecho do texto A História é outra história, de Millôr Fernandes. Fazer as seguintes reflexões com os alunos: Que verdade irrefutável (que não pode ser negada) o autor ousa questionar no texto? O que o autor pensa sobre o que é considerada uma das melhores invenções humanas? Sob o ponto de vista do autor, qual foi a verdadeira ideia genial do homem? Qual foi a consequência dessa ideia genial? Quais argumentos ele utiliza para justificar a sua opinião? Mediar as respostas dos alunos de tal forma que eles consigam chegar às seguintes conclusões, fundamentadas em trechos do texto e disponíveis na tela 10: Tela 10 Reflexões sobre o trecho do texto A História é uma história, de Millôr Fernandes Reflexão Resposta Exemplo retirado do texto 1. Que verdade irrefutável (que não pode ser negada) o autor ousa questionar no texto? 2. O que o autor pensa sobre o que é considerada uma das melhores invenções humanas? 3. Sob o ponto de vista do autor, qual foi a verdadeira ideia genial do homem? A importância da invenção da roda na História. O homem demorou muito para inventar a roda e quando o fez percebeu que a única finalidade dela era rodar. A verdadeira ideia genial do homem foi perceber que a roda poderia movimentar uma carga que seria puxada,...deixemos claro que a roda não teve a menor importância na História. Com o passar dos séculos o homem sempre foi muito lento tendo desgastado um quadrado de pedra e desenvolvido (...) uma roda, o homem chegou, porém, a uma conclusão decepcionante a roda só servia para rodar. A ideia verdadeiramente genial foi a de colocar uma carga em cima da roda e, na frente, puxando a carga, um 3

4 4. Qual foi a consequência dessa ideia genial? 5. Quais argumentos ele utiliza para justificar a sua opinião? por sua vez, por uma pessoa pobre. O ser humano percebeu que poderia conquistar outro homem. Ao conquistar outro homem, o ser humano percebeu que poderia submetê-lo às suas vontades e necessidades egoístas, usando-o como liteira, ventilador, lavanderia e esgoto. homem pobre. Oficina de Linguagens Pois uma coisa é definitiva: a maior conquista do homem foi outro homem. A tela 10 não foi reproduzida no Material do Aluno para garantir a reflexão deste sem a contaminação da resposta do professor. Recomendamos que o monitor faça a reprodução antecipadamente e leve à sala de aula no dia da oficina para entregar ao aluno somente após a socialização das ideias. 6. Prosseguir o estudo, caracterizando o texto dissertativo-argumentativo por meio da exibição das telas 11, 12 e 13 de Power Point. Essas telas apresentam definição da palavra dissertar, características e estrutura desse tipo textual. 7. Propor aos alunos a aplicação dos conteúdos abordados nas telas 11, 12 e 13 por meio do estudo, em grupos, do texto que aparece na tela 14: Contra a exploração sexual pela internet. Propor aos alunos as seguintes reflexões: Qual é o assunto do texto? Em que parágrafo os autores apresentam a ideia que discutirão na dissertação? Quais as consequências, segundo os autores, do uso sem supervisão das TICs por crianças e adolescentes? Quais são os parágrafos que correspondem ao desenvolvimento da dissertação? Relacione, brevemente, o que cada parágrafo do desenvolvimento traz como argumento que reforça a ideia apresentada na introdução do texto. Em que parágrafo está a conclusão da dissertação? Caracterize a conclusão. Ela é do tipo conclusão-síntese, que resume as ideias defendidas ao longo do texto ou é do tipo conclusão-proposta, em que o autor fornece soluções para que a situaçãoproblema apresentada no início da dissertação seja resolvida? Justifique a sua resposta. Combinar um tempo para que os alunos respondam às questões e, depois, fazer a socialização das respostas. Preencher as lacunas de entendimento por meio da apresentação 4

5 das telas 15 e 16 para fazer o fechamento das ideias. Observe que a tela 15 traz as respostas às questões levantadas nesse tópico, enquanto que a tela 16 traz os trechos-chave de cada parágrafo que permite aos alunos visualizarem com dados extraídos do próprio texto o que foi respondido na tela 15. IV. Produção textual Propor a produção de um texto dissertativo-argumentativo a todos os alunos para que eles ponham em prática os conhecimentos que conseguiram desenvolver a partir do estudo realizado. Ler a proposta com os alunos e, em seguida, apresentar a tela 17, que traz procedimentos úteis para que o aluno consiga planejar-se e dar início à sua produção com mais clareza e certeza do que pretende escrever. Reforçamos a orientação de que é necessário corrigir todas as redações, pois os alunos não podem ficar sem a devolutiva de suas atividades. Para essa correção, recomendamos o uso dos conteúdos do Manual de Redação (modalidade presencial), pois esse material apresenta as competências que devem ser avaliadas, os critérios de correção e outros aspectos importantes que o monitor deve considerar ao corrigir as redações dos alunos. Organize-se para dar a devolutiva das redações no prazo de 10 dias após a aplicação dessa oficina. V. Avaliação Deve conter o relato significativo do monitor sobre a oficina, do qual ele pode extrair elementos que subsidiem o planejamento de outras oficinas e a proposição de outras estratégias. É também por meio desse registro que o OPE/OP tece suas considerações acerca da atividade desenvolvida, fazendo as intervenções adequadas. Refletir sobre questões como: As estratégias utilizadas permitiram o desenvolvimento das habilidades? Há algo no planejamento que precisa ser repensado/alterado? O que deu certo? Por quê? O que deu errado? Por quê? Em que habilidades é preciso investir mais esforços? VI. Sugestão de leitura complementar Monitor, você pode adicionalmente a este estudo, indicar aos alunos a leitura do capítulo Defendendo pontos de vista, que se encontra nos Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos, na disciplina de Língua Portuguesa Ensino Médio, páginas 184 a 192, com explicações sobre argumentação, estrutura do texto dissertativo-argumentativo e sugestão de produção textual. 5

6 VII. Referência bibliográfica: FERREIRA, Marina. Redação: palavra & arte 3 ed. reform. e ampl. São Paulo: Atual, FUNDAÇÃO BRADESCO. Manual de Redação Ensino Fundamental e Ensino Médio Modalidade Presencial. São Paulo, FUNDAÇÃO BRADESCO. Manual do Monitor Ensino Fundamental e Ensino Médio Modalidade a distância. São Paulo, 2015 FUNDAÇÃO BRADESCO. Manual do Aluno Ensino Fundamental e Ensino Médio Modalidade a distância. São Paulo, FUNDAÇÃO BRADESCO. Temas de Estudo para a Educação de Jovens e Adultos: Língua Portuguesa. Ensino Médio. São Paulo, 2008 esilveira@fundacaobradesco.org.br Estela Garcia da Silveira ggaldino@fundacaobradesco.org.br Gilda dos Santos Galdino DEPEJA Setor de Educação de Jovens e Adultos 6

7 Leia os textos abaixo para fazer a sua redação: Proposta de Redação Ensino Médio Texto 1 Mudança climática e ação contra enchentes O aumento da incidência de chuvas em consequência das mudanças climáticas globais não pode servir de desculpa para os governos não agirem para evitar enchentes, na avaliação de Debarati Guha-Sapir, diretora do Cred (Centro de Pesquisas sobre a Epidemiologia de Desastres), de Bruxelas, na Bélgica. (...) "Dizer que o problema é consequência das mudanças climáticas é fugir da responsabilidade, é desculpa dos governos para não fazer nada para resolver o problema", critica Guha-Sapir, que é também professora de Saúde Pública da Universidade de Louvain. (...) Segundo ela (Guha-Sapir), as consequências das inundações são agravadas pela urbanização caótica, pelas altas concentrações demográficas e pela falta de atuação do poder público. (...) Para a especialista, questões como infraestrutura, ocupação urbana, desenvolvimento das instituições públicas e nível de pobreza e de educação ajudam a explicar a disparidade no número de vítimas entre as enchentes na Austrália e no Brasil. Disponível em: < Acesso em: 11 fev h50min. Texto 2 Estado australiano diz que investigará causa de enchentes O premiê do Estado de Queensland, na Austrália, anunciou nesta segunda-feira que fará uma investigação sobre as enchentes que devastaram grande parte do Estado nas últimas semanas. Segundo Anna Bligh, o inquérito vai observar questões como o funcionamento das represas, fará um "exame forense" da cadeia de eventos que levou às enchentes e servirá de guia para futuros investimentos no Estado. A Comissão de Inquérito custará 15 milhões de dólares australianos (R$ 25 milhões) e ficará encarregada de entregar um relatório provisório em agosto e outro, final, dentro de um ano, após investigar sistemas de alerta, planejamento governamental e a estrutura de atendimento emergencial. "Vejo isso como um investimento na nossa segurança futura, para que nos preparemos melhor para eventos como este", declarou Bligh, que disse não querer que nada seja "escondido sob o tapete". Disponível em: < Acesso em: 11 fev h50min. Texto 3 O emergente submergiu No caso da tragédia do Rio, é só somar e o resultado inexorável será a incompetência do poder público e o retrato de um país que tem mais de submergido que de emergente. Primeiro 1: o "Jornal Nacional" de quinta-feira mostrou que choveu mais em Portugal e na Austrália do que no Rio de Janeiro. Mas o número de mortos no Rio foi esmagadoramente superior. Segundo 1: o serviço de meteorologia emitiu aviso especial sobre a iminência de fortes chuvas precisamente nas áreas que acabaram sendo devastadas. Uma das prefeituras reconheceu ter recebido o aviso cinco horas antes da explosão. Nada foi feito. Terceiro 1: a manchete desta Folha, ontem, mostra que desde 2008 o Rio de Janeiro sabia perfeitamente que havia riscos tremendos nas cidades que foram as principais vítimas. O que foi feito? Nada. Tudo somado, o que se tem é o óbvio fato de que chuvas torrenciais podem acontecer, deslizamentos formidáveis também e, até aí, a culpa é só da natureza, mas falta, no Brasil, acontecer a prevenção. 7

8 ROSSI, Clóvis.Disponível em: < Adaptado. Acesso em: 09 fev Os textos da coletânea abordam o impacto das chuvas na vida das pessoas, debatendo se o homem é refém das forças da natureza e nada ou pouco pode fazer quando desastres, como os ocorridos no Rio de Janeiro, que ocasionaram mais de 700 mortes, acontecem, ou se é possível prevenir tragédias e proteger-se delas como foi o caso do que aconteceu na Austrália, onde foram registradas apenas 30 mortes. Agora é a sua vez! Para você, é correto culpar somente o excesso de chuvas pelas catástrofes que atingiram várias cidades brasileiras neste ano? Escreva um texto dissertativo-argumentativo defendendo suas ideias e opiniões sobre esse assunto. Lembre-se de que sua redação deverá conter, no mínimo, 15 linhas e possuir os seguintes elementos: Título Introdução: uma breve apresentação do assunto que será discutido. Desenvolvimento: o momento em que você irá expor suas ideias e opiniões, seus argumentos em relação ao assunto proposto. Conclusão: é o fechamento da redação, com as suas ideias finais. Escreva um texto claro, com letra legível, utilizando parágrafos e respeitando as margens da folha. Utilize caneta de tinta azul ou preta para escrever a sua redação. Escola / Polo / Teleposto: Nome: 8

9 Oficina de Linguagens 9

10 Oficina de Linguagens 10