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1 1 º período EDUCAÇÃO FÍSICA Filosofia da Educação José dos Santos Filho

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3 José dos Santos Filho Filosofia da educação Montes Claros/MG

4 Copyright : Universidade Estadual de Montes Claros UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS - UNIMONTES REITOR João dos Reis Canela VICE-REITORA Maria Ivete Soares de Almeida DIRETOR DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÕES Huagner Cardoso da Silva EDITORA UNIMONTES Conselho Editorial Prof. Silvio Guimarães Medicina. Unimontes. Prof. Hercílio Mertelli Odontologia. Unimontes. Prof. Humberto Guido Filosofia. UFU. Profª Maria Geralda Almeida. UFG Prof. Luis Jobim UERJ. Prof. Manuel Sarmento Minho Portugal. Prof. Fernando Verdú Pascoal. Valencia Espanha. Prof. Antônio Alvimar Souza - Unimontes Prof. Fernando Lolas Stepke. Univ. Chile. Prof. José Geraldo de Freitas Drumond Unimontes. Profª Rita de Cássia Silva Dionísio. Letras Unimontes. Profª Maisa Tavares de Souza Leite. Enfermagem Unimontes. Profª Siomara A. Silva Educação Física. UFOP. REVISÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA Carla Roselma Athayde Moraes Maria Cristina Ruas de Abreu Maia Waneuza Soares Eulálio REVISÃO TÉCNICA Gisléia de Cássia Oliveira Karen Torres C. Lafetá de Almeida Viviane Margareth Chaves Pereira Reis DESIGN EDITORIAL E CONTROLE DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO Andréia Santos Dias Camilla Maria Silva Rodrigues Fernando Guilherme Veloso Queiroz Magda Lima de Oliveira Sanzio Mendonça Henriiques Sônia Maria Oliveira Wendell Brito Mineiro Zilmar Santos Cardoso Catalogação: Biblioteca Central Professor Antônio Jorge - Unimontes Ficha Catalográfica: 2013 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. EDITORA UNIMONTES Campus Universitário Professor Darcy Ribeiro s/n - Vila Mauricéia - Montes Claros (MG) Caixa Postal: CEP: Correio eletrônico: editora@unimontes.br - Telefone: (38)

5 Ministro da Educação Aloizio mercadante oliva Presidente Geral da CAPES Jorge Almeida Guimarães Diretor de Educação a Distância da CAPES João Carlos Teatini de Souza Clímaco Governador do Estado de Minas Gerais Antônio Augusto Junho Anastasia Vice-Governador do Estado de Minas Gerais Alberto Pinto Coelho Júnior Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior nárcio rodrigues Reitor da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes João dos reis Canela Vice-Reitora da Universidade Estadual de Montes Claros - Unimontes maria ivete Soares de Almeida Pró-Reitor de Ensino/Unimontes João Felício rodrigues neto Diretor do Centro de Educação a Distância/Unimontes Jânio marques dias Coordenadora da UAB/Unimontes maria Ângela lopes dumont macedo Coordenadora Adjunta da UAB/Unimontes Betânia maria Araújo Passos Diretora do Centro de Ciências Biológicas da Saúde - CCBS/ Unimontes maria das mercês Borem Correa machado Diretor do Centro de Ciências Humanas - CCH/Unimontes Antônio Wagner veloso rocha Diretor do Centro de Ciências Sociais Aplicadas - CCSA/Unimontes Paulo Cesar mendes Barbosa Chefe do Departamento de Comunicação e Letras/Unimontes Sandra ramos de oliveira Chefe do Departamento de Educação/Unimontes Andréa lafetá de melo Franco Chefe do Departamento de Educação Física/Unimontes rogério othon Teixeira Alves Chefe do Departamento de Filosofia/Unimontes Angela Cristina Borges Chefe do Departamento de Geociências/Unimontes Antônio maurílio Alencar Feitosa Chefe do Departamento de História/Unimontes donizette lima do nascimento Chefe do Departamento de Política e Ciências Sociais/Unimontes isabel Cristina Barbosa de Brito

6 Autor José dos Santos Filho Possui graduação em Filosofia (1997) e Especialização em Sociologia pela Universidade Estadual de Montes Claros/MG (1998) e mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Goiás (2004). Atualmente é professor assistente na Universidade Estadual de Montes Claros/ MG onde coordena o Grupo de Estudos em Filosofia Política do Departamento de Filosofia. Tem experiência na área de Filosofia da Educação e Filosofia Política, atuando principalmente nos seguintes temas: Cidadania, Ética, Maquiavel, Rousseau e Hannah Arendt.

7 Sumário Apresentação...9 Unidade Origens da Filosofia Introdução O que é Filosofia? O saber mítico O nascimento da Filosofia A relação: Filosofia Antiga e Filosofia Medieval Referências Unidade O mundo moderno: Racionalismo, Empirismo e Criticismo Introdução Epistemologia: O problema do conhecimento Racionalismo e modernidade O empirismo O criticismo: Immanuel Kant Referências Unidade O problema da ação na filosofia contemporânea Introdução O que é pragmatismo? As origens do pragmatismo: Peirce e James O Pragmatismo de John Dewey: principais caraterísticas e contribuições Pragmatismo: educação, política e moral...43 Referências Unidade A reflexão filosófica na educação Introdução A relação: Pedagogia e filosofia....45

8 4.3 Sócrates: o modelo de pedagogo A reflexão filosófica sobre a educação A educação contemporânea: problemas estéticos, éticos e políticos...52 Referências Resumo...59 Referências básicas e complementares...61 Atividades de aprendizagem-aa...65

9 Educação Física - Filosofia da Educação Apresentação Caro(a) acadêmico(a), estamos iniciando mais uma etapa em nossa caminhada rumo ao objetivo de nos tornar mais qualificados para enfrentar os desafios de nossa profissão. Agora daremos um passo muito importante, pois iniciaremos o estudo da disciplina Filosofia da Educação. Você já deve estar se perguntado: O que é mesmo Filosofia? Se de fato você questionou sobre isso, então começamos bem, pois perguntar sobre o que é Filosofia já é uma questão filosófica de primeira grandeza. Aristóteles, filósofo que viveu entre 384 e 322 a.c, parece ter razão quando afirma que: Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. E, se examinarmos um pouco a História da Filosofia, veremos que muitas foram as tentativas humanas de compreender a razão de ser do homem, do mundo e de tudo aquilo que é vivenciado pelo próprio homem. A necessidade de compreensão levou o homem a desenvolver a linguagem. A mesma linguagem que traz um significado, que apresenta, que revela, também pode ser a que traz um encantamento, que esconde, que seduz. Aqui entra a Filosofia chamando para si a responsabilidade de não apenas decodificar essa linguagem, mas de vivenciá-la, de torná-la sensível, de trazê-la para o cotidiano dos homens. Homens que, em sua maioria, não podem ou não querem parar e pensar, porque estão imersos em inúmeras atividades mecânicas ou preferem deixar tudo como está. Figura 1: Montagem de uma placa de transito que indica orientação e destino convidando para seguir pelas estradas da Filosofia. Fonte: Disponível em: < br/2012/06/kant-imperativo-e-categorico.html.> Acesso em 20 abr Para que você tenha um aproveitamento melhor do conteúdo da disciplina Filosofia da Educação, o nosso curso está dividido em quatro unidades e cada unidade apresenta quatro tópicos específicos, como se pode ver a seguir: Unidade 1: Origens da Filosofia 1.1 Introdução 1.2 O que é Filosofia? 1.3 O saber mítico 1.4 O nascimento da Filosofia 1.5 A relação: Filosofia Antiga e Filosofia Medieval Unidade 2: O mundo moderno: Racionalismo, Empirismo e Criticismo 2.1 Introdução 2.2 Epistemologia: O problema do conhecimento 2.3 Racionalismo e modernidade 9

10 UAB/Unimontes - 1º Período 2.4 O empirismo 2.5 O criticismo: Immanuel Kant Unidade 3: O problema da ação na Filosofia contemporânea 3.1 Introdução 3.2 O que é Pragmatismo? 3.3 As origens do Pragmatismo: Peirce e James 3.4 O Pragmatismo de John Dewey: principais caraterísticas e contribuições 3.5 Pragmatismo: educação, política e moral Unidade 4: A reflexão filosófica na Educação 4.1 Introdução 4.2 A relação: Pedagogia e Filosofia 4.3 Sócrates: o modelo de pedagogo 4.4 A reflexão filosófica sobre a educação 4.5 A educação contemporânea: problemas estéticos, éticos, e políticos São quatro eixos temáticos que têm como objetivo refletir: a tradição da filosofia clássica grega e sua íntima relação com um projeto pedagógico que se sustenta a partir dos ideais: bom, belo e justo, bem como a presença dessa tradição no pensamento medieval; o problema do conhecimento na modernidade, a partir da disputa entre os adeptos do racionalismo e empirismo; a reconstrução de um racionalismo crítico como síntese do racionalismo e do empirismo; o pensamento pragmático e a primazia da ação no limiar do mundo contemporâneo; a presença da filosofia na educação e os desafios educacionais no campo estético-ético-político. A você que aceitou o desafio de se dedicar ao estudo da Filosofia, meu sincero respeito e admiração. Sucesso nessa nova empreitada! O autor 10

11 Educação Física - Filosofia da Educação Unidade 1 Origens da filosofia 1.1 Introdução Nessa unidade veremos primeiro o que se compreende por Filosofia, quais as peculiaridades do conhecimento filosófico e porque a Filosofia está em busca de um saber que vai além do simples conhecimento comum dos homens e também do sistemático conhecimento desenvolvido pelas chamadas ciências modernas. Analisaremos a importância da experiência mítica na construção do sentido da existência e particularmente os valores presentes na narrativa mítica grega que são largamente expostos nos poemas de Homero e Hesíodo. Em seguida apresentaremos a gênese do pensamento filosófico e os principais filósofos do período clássico da filosofia grega, Sócrates, Platão e Aristóteles. No final dessa unidade ainda discutiremos como as ideias suscitadas na sociedade grega dos séc. V e IV a.c exerceram significativa influência nos pensadores medievais, sobretudo em Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino. 1.2 O que é filosofia? Como já foi dito na apresentação, você certamente já se questionou acerca do que vem a ser Filosofia. Seguramente não temos uma resposta satisfatória para essa questão. E, por mais incrível que possa parecer, esse é, de fato, um ponto positivo. Quando tratamos de questões filosóficas, muitas vezes, a finalidade última não é encontrar uma resposta clara Figura 2: Físicos e Filósofos. (2011). A charge de Doug Savage ilustra muito bem a diferença entre a Filosofia e Física. Essa diferença poderia se estender também às demais ciências. Aqui temos um diálogo entre o físico e um filósofo. O físico diz: Eu estudo a teoria da relatividade. E o filósofo responde: Eu estudo a relatividade da teoria. Neste caso, enquanto a ciência Física cuida do seu objeto que é o movimento no universo, a Filosofia investiga os fundamentos das teorias da Física. Fonte: Disponível em: < e precisa. Muito mais importante nas questões blog/2011/11/fisicos-efilosóficas é exatamente o progresso que experimentamos na descoberta das inúmeras -filosofos/.> Acesso em 30 mar possibilidades de se responder ao problema que nos é apresentado. Para entendermos melhor essa afirmação, vou recorrer à autora Maura Iglesias que nos apresenta um exemplo bem interessante, como podemos ver a seguir: 11

12 UAB/Unimontes - 1º Período Se perguntarmos a dez físicos o que é física, eles responderão, provavelmente, de maneira parecida. O mesmo se passará, provavelmente, se perguntássemos a dez químicos o que é química. Mas se perguntarmos a dez filósofos o que é filosofia, ouso dizer que três ficarão em silêncio, três darão respostas pela tangente, e as respostas dos outros quatro vão ser tão desencontradas que só mesmo outro filósofo para entender que o silêncio de uns e as respostas dos outros são todas abordagens possíveis à questão proposta. (IGLÉSIAS, 1986, p. 12). Figura 3: Busto de Pitágoras no museu do Vaticano. Pitágoras teria sido o primeiro a utilizar o termo Filósofo e definido a Filosofia como sendo a atividade dos filósofos. Fonte: Disponível em: < br/2013/01/pitagoras. html.> Acesso em 20 abr./2013. Glossário Reflexão: do latim reflectere: fazer retroceder, voltar atrás. Retomar o próprio pensamento, pensar o já pensado, voltar para si mesmo e questionar o já conhecido. (ARANHA, MARTINS, 2009, p.20) Conceito: do latim conceptum: pensamento, ideia. No sentido geral, o conceito é uma noção abstrata ou uma ideia geral, que designa um objeto que suposmos ser único, como, por exemplo, o conceito de Deus; seja uma classe de objetos, como, por exemplo, o conceito de cão. (JAPIASSU, MAR- CONDES, 2006, p. 50) 12 Então, como podemos notar, não há uma resposta única e satisfatória para a pergunta que foi feita. No entanto, é possível destacar aspectos específicos que são aceitos como características peculiares daquilo que compreendemos como Filosofia. Podemos começar pelo próprio termo Filosofia. Acredita-se que tenha sido Pitágoras o primeiro a utilizar a palavra Filósofo, que quer dizer literalmente, amigo da sabedoria. Ele utilizou esse termo, pois entedia que era como um amante da sabedoria e que por isso estaria sempre em busca de novo saber. Diferente de quem se considerava um sábio, que acreditava possuir a sabedoria plena. E como consequência veio a palavra Filosofia, (formada por dois vocábulos gregos Philo = amor + Sophia = sabedoria) quer dizer o amor pela sabedoria. A Filosofia seria então a atividade do filósofo, ou a busca pela sabedoria. Certa vez o filósofo Sócrates afirmou que uma vida sem reflexão não merecia ser vivida. Aqui temos outra característica sem a qual não podemos sequer falar de Filosofia. A reflexão é, portanto, uma característica que está intimamente associada à compreensão do que vem a ser a Filosofia. Todavia é necessário destacar que não se trata de uma reflexão comum ou um pensamento qualquer, pois, conforme observou Saviane (2007, p. 20): Se toda reflexão é um pensamento, nem todo pensamento é reflexão. A reflexão filosófica, segundo o mesmo autor, deve conter alguns aspectos específicos que são: a) radicalidade: ser radical nesse sentido quer dizer ir até a raiz das questões, buscar os fundamentos, ou como os gregos chamavam, arché (princípio); 1.3 O saber mítico b) rigor: essa reflexão deve ser sistemática, seguindo critérios rigorosos e metodológicos com a finalidade de colocar em xeque todos os tipos de verdade absoluta; c) globalidade: procura alcançar o conjunto, expandindo o pensamento de modo a abarcar a maior quantidade de aspectos do problema em questão. Mais um aspecto específico da Filosofia que não poderíamos deixar de mencionar é a sua relação com os conceitos. Desta vez, é o filósofo Gilles Deleuze (1992, p.13) que nos ajuda a compreender que: A filosofia é a arte de formar, de inventar, de fabricar conceitos. (...) A filosofia, mais rigorosamente, é a disciplina que consiste em criar conceitos. Assim podemos entender que a Filosofia, como criadora de conceitos, representa algo de extrema importância na construção dos saberes que foram sendo elaborados ao longo da História. Conforme observou Bochenski (1975), o trabalho da filosofia é lidar com a realidade, não de modo arbitrário, mas sempre operando com os conceitos. Como vimos, embora haja pontos de vistas e considerações diferentes a respeito da mesma questão, não podemos negar que os filósofos conformam com a ideia de que a Filosofia é uma atividade imprescindível para aqueles que estão interessados no conhecimento acadêmico e profissional e também para todos aqueles que querem compreender melhor a vida e os desafios que ela nos apresenta. É claro que a compreensão do que é a Filosofia vai além do que foi dito. Mas, de agora em diante, vocês já estão, de certo modo, aptos a continuar a busca pelo sentido da Filosofia, sem cair na armadilha da banalização. Já se tornou um hábito comum se referir ao mito como uma lenda, como algo irreal, como uma criação imaginária, como algo ligado a uma realidade fantasiosa. Vejamos a definição que encontramos no dicionário Aurélio: Mito. s.m. Narrativa popular ou literária, que coloca em cena seres sobre-humanos e ações imaginárias, para as quais se faz a transposição de acontecimentos históricos, reais ou fantasiosos (desejados), ou nas quais se projetam determinados complexos individuais ou determinadas estruturas subjacentes das relações familiares. / Fig. Coisa fabulosa ou rara: a Fênix dos antigos é um mito. / Lenda, fantasia. / Fig. Coisa que não existe na realidade. (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2013)

13 Educação Física - Filosofia da Educação Essa definição de mito não abarca a totalidade do conceito. Isso porque ela deixa de lado pelo menos dois aspectos essenciais da narrativa mítica. Primeiro podemos afirmar que toda narrativa mítica carrega consigo uma tentativa de explicar o sentido da realidade. Toda narrativa mítica fala de um princípio que originou este ou aquele ser. Outra característica fundamental para a compreensão do que é o mito é o seu caráter de sacralidade. Desde os tempos mais remotos, o mito é compreendido pelos homens como algo sagrado e, portanto, relacionado sempre com o divino. O historiador e filósofo Mircea Eliade (2006, p. 124) afirma que, sendo o mito algo sagrado, é somente por meio da experiência direta com o sagrado, do encontro com uma realidade transumana, que nasce a idéia de que alguma coisa existe realmente, ou seja, surge a ideia de que existem valores absolutos, capazes de guiar o homem e de conferir uma significação à existência humana. Outro grande estudioso dos mitos, o antropólogo Malinowski, nos ajuda a compreender melhor essas afirmações feitas acima. Vejamos algumas de suas considerações sobre o mito: BOX 1 O mito, quando estudado ao vivo, não é uma explicação destinada a satisfazer uma curiosidade científica, mas uma narrativa que faz reviver uma realidade primeva, que satisfaz a profundas necessidades religiosas, aspirações morais, a pressões e a imperativos de ordem social, e mesmo a exigências práticas. Nas civilizações primitivas, o mito desempenha uma função indispensável: ele exprime, enaltece e codifica a crença; salvaguarda e impõe os princípios morais; garante a eficácia do ritual e oferece regras práticas para a orientação do homem. O mito, portanto, é um ingrediente vital da civilização humana; longe de ser uma fabulação vã, ele é ao contrário uma realidade viva, à qual se recorre incessantemente; não é absolutamente uma teoria abstrata ou uma fantasia artística, mas uma verdadeira codificação da religião primitiva e da sabedoria prática (...). Glossário Aedos: poetas que através do canto mantinham vivas as histórias dos heróis e dos deuses na Grécia arcaica. Fonte: MALINOWSKI citado por JORGE. In: JORGE, J. Simões. Cultura religiosa: o homem e o fenômeno religioso. São Paulo: Loyola, 1998, p.62 Como podemos notar o mito vai além da simples curiosidade sobre deuses e forças divinas. Isso porque o mito, como portador de sentido, também procura explicar os efeitos provocados pela interferência desses deuses, desses seres ou forças na vida de cada comunidade. (ANDERY, 1988, 20) Ele constitui, portanto, o tesouro de muitos povos que ainda hoje exercem significativa influência sobre o processo de desenvolvimento da nossa cultura. Para avançarmos um pouco mais em nossos estudos sobre os saberes míticos, vamos voltar à antiguidade grega. Estamos no período entre os anos de 1600 a.c. e 1050 a.c., mais conhecida como a Civilização Micênica da cultura grega. Os micênios desenvolveram uma economia sustentada pela atividade mercantil, desenvolveram uma escrita silábica e nos transmitiram os primeiros documentos escritos em grego. Produziram vasos e estatuetas que narram os fatos acontecidos e imaginários que formam um arcabouço cultural importantíssimo para o futuro surgimento da filosofia. Entre os gregos, como em todas as culturas, os mitos constituíram-se por meio de uma tradição oral muito rica. Acredita-se que as narrativas míticas gregas ganharam registro pelas mãos dos aedos ou poetas-rapsodos como Homero e Hesíodo que, através de suas obras, deram ao mundo monumentos da cultura grega: A Ilíada, a Odisseia, são dois poemas atribuídos a Homero ( viveu provavelmente entre os séculos IX e VIII a.c) e a Teogonia e Os Trabalhos e os dias que são outros dois poemas atribuídos a Hesíodo (2007) (acredita-se que tenha vivido provavelmente entre os séculos VIII e VII a.c). Na compreensão dos gregos, os poetas são escolhidos pelas musas e por elas inspirados para cantar a existência como um todo: a origem dos deuses, a origem do mundo, a origem dos homens e de tudo que os cerca. Por isso as narrativas míticas são consideradas uma espécie de Cosmogonia. Cosmogonia: mito ou doutrina referente à origem do mundo. Figura 4: A Estela micênica com espirais e cena de caça. Relevo de calcário encontrado acima do túmulo de poço V. Micenas, Círculo Tumular A. (Período micênico, por volta de 1550 ou 1500 a. C.). National Archaeological Museum em Atenas. Fonte: Disponível em: greciantiga.org/img/index. asp?num=0260. Acesso em: 20 abr

14 UAB/Unimontes - 1º Período Atividade Converse com algumas pessoas sobre o que elas pensam a respeito dos ritos de passagens descritos no texto anterior. Escolha pelo menos três respostas e faça um comentário sobre cada uma em nossa sala virtual. Figura 5: Himeneu travestido assistindo à dança de honra a Príapo (1635). Óleo sobre tela, cm. Museu de Arte de São Paulo. Himeneu é o deus grego que representa o casamento. Fonte: Disponível em: blogspot.com.br/2010/11/ anatomia-grega-expressao-himen-para.html. Acesso em 20 abr A explicação mítica, conforme observa Chauí (2000), se dá principalmente de três modos: Primeiro: Através da Criação O mito procura narrar quem são os genitores (pai e mãe) das coisas e dos seres. Tudo o que existe é fruto de relações sexuais entre forças divinas pessoais. A partir dessas relações surgem os demais deuses. Narra também a origem das nossas paixões. Segundo: Por meio da Luta A narrativa mítica pressupõe uma luta, uma rivalidade ou um acordo, uma aliança entre os deuses. E dessa luta ou dessa aliança surgirá alguma coisa no mundo. Nessa relação de conflito ou acordo entre as divindades algo acontecerá no mundo dos mortais. A própria guerra de Tróia teve início com uma rivalidade entre as deusas Hera, Atena e Afrodite: Terceiro: Estabelecendo prêmios e castigos O mito revela que há uma relação entre recompensas e castigos com a obediência ou não aos desígnios dos deuses. Assim os deuses podem castigar a quem os desobedece, assim como podem trazer recompensas a quem é obediente. O mito de Prometeu nos ajuda a entender como a façanha de um Titã, que roubou o fogo dos deuses e deu de presente para os homens, trouxe o castigo não somente para si mesmo como também para os homens que foram beneficiados com esse ato de desobediência. O castigo dado aos homens explica como surgiram os males no mundo. Como elemento indissociável de todas as culturas, o saber mítico se manteve presente também nas primeiras reflexões ditas filosóficas do povo grego. Portanto, pelo menos no princípio, não há uma ruptura total entre o Mito e a Filosofia. Acredita-se que a Filosofia vai surgindo através de um processo gradativo de racionalização das narrativas míticas e necessariamente da transformação do relato mítico cosmogônico em reflexão sobre o cosmos, ou em uma cosmologia. Afinal, o mito é coisa do passado ou ainda está presente em nossos dias? De acordo com Aranha e Martins (2009), ainda hoje a experiência mítica é parte fundamental para a organização e compreensão do homem no mundo. Como elemento formador de uma cultura mítica, o rito ainda hoje prevalece em nossa sociedade. Estamos sempre envoltos em rituais, que mesmo não sendo especificamente religiosos revelam o quanto nós estamos, de algum modo, ligados a algo que nos ajuda a encontrar um sentido para a nossa vida. Podemos citar alguns costumes que podem ser considerados como ritos de passagens, tais como: comemorações de aniversários de debutantes, a recepção de um novo membro da família que acaba de nascer, festas de casamentos e formaturas, o trote de calouros nas universidades, etc. No Brasil ainda encontramos elementos míticos presentes em manifestações que já fazem parte de um imaginário nacional, como por exemplo, o carnaval e o futebol. 14

15 Educação Física - Filosofia da Educação Agora que já sabemos o quanto a narrativa mítica é importante para a construção de um conhecimento, é hora de avançarmos um pouco mais rumo ao conhecimento filosófico. Embora o mito seja a base sobre a qual a Filosofia se desenvolveu, é importante destacar alguns aspectos específicos do pensamento mítico e do pensamento filosófico. Para Chauí (2000) podemos apontar em linhas gerais três diferenças significativas entre o saber mítico e a Filosofia. Vejamos no quadro a seguir: BOX 2 O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao contrário, se preocupa em explicar como e por que, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são. 2. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos - úmido, seco, quente e frio, ou água, terra, fogo e ar. 3. O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao contrário, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos. Fonte: CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 13ª ed. São Paulo: Moderna, p O nascimento da filosofia No tópico anterior vimos que a Filosofia nasce como um processo gradativo de racionalização das narrativas mitológicas. Vimos também que existem diferenças pontuais entre o saber mítico e o pensamento filosófico. Agora vamos ver bem de perto como a Filosofia surgiu e de que modo ela foi sendo aceita como um novo tipo de conhecimento sobre o cosmos e tudo que cerca o homem. Estamos por volta do sec. VII a.c. onde as cidades gregas se formam em torno da ágora (a praça). Nesse espaço público cada cidadão pode participar do comércio, discutir sobre a política, ou simplesmente passar o tempo conversando amenidades. Já temos as primeiras constituições escritas e cada cidadão tem o direito de voto. Na Grécia já se estuda a matemática, a astronomia, a geometria e esses novos saberes ainda convivem com os antigos relatos míticos. Tales Os historiadores da Filosofia acreditam que tenha sido entre os séculos VII e VI a.c, na cidade de Mileto ( a.c), que tenha vivido aquele que é considerado o primeiro filósofo. Ele se chamava Tales. Tales de Mileto era matemático e astrônomo e se empenhou em buscar uma explicação para a origem do cosmos que fosse além dos relatos míticos. Então o problema para Tales era responder, com base na observação e no raciocínio, a pergunta sobre a arché, ou seja, sobre o princípio primordial de tudo que existe na phÿsis (natureza). Depois de observar que a água é o nutriente de todas as coisas, que a terra está sobre a água, que o alimento de todas as coisas é úmido, que todo alimento é suculento, que a semente de todas as coisas são úmidas e que todas as coisas mortas ressecam-se, Tales chegou à conclusão de que a água é a arché, ou o princípio primordial, ou, ainda, o elemento original de tudo que existe. Segundo ele a água, embora possa se transformar em diferentes estados, é o único elemento físico que permanece basicamente o mesmo seja em forma de vapor, seja no estado líquido ou também no estado sólido. Essas observações de Tales apontam para uma nova relação do homem com o conhecimento. Aqui percebe- Figura 6: Desenho com efígie de Tales de Mileto. Fonte: Disponível em: < com/biografia/tales-de- -mileto.htm.> Acesso em 20 abr

16 UAB/Unimontes - 1º Período Glossário Arché: é a origem, o princípio, o fundamento. 16 Phÿsis: natureza. Cosmologia: (do grego. kosmos: mundo, e logos: ciência, teoria) estudo dos princípios e leis que governam o mundo natural. (JAPIAS- SU, MARCONDES, 2006, p. 198) mos que a narrativa mítica da origem dos deuses e do cosmos não tem mais força suficiente para dar sentido pleno às questões colocadas pelo filósofo Tales. É necessário de agora em diante superar a explicação de uma cosmogonia dos mitos em direção a uma cosmologia. Na esteira de Tales vieram outros filósofos que se empenharam em continuar a reflexão filosófica em busca de um princípio primordial de todas as coisas com base na observação da natureza. Esses filósofos foram chamados de pré-socráticos. Com base no texto de Cotrim (2010), faremos uma relação breve de alguns filósofos e de suas respectivas teses acerca do elemento originário do cosmos: Anaxímandro de Mileto ( a.c.) chamou o princípio de apeíron (ilimitado). Tese: Principio dos seres... ele disse (que era) o ilimitado... Anaxímenes de Mileto ( a.c.) elegeu o ar como elemento primordial. Tese: Como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim todo o cosmo sopro e ar o mantém. Heráclito de Éfeso ( a.c.) acreditava ser o fogo causador da única realidade do ser que é o devir ou o vir-a-ser. Tese: Este mundo, o mesmo de todos os (seres), nenhum deus, nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se em medidas e apagando-se em medidas. Empédocles de Agrigento ( a.c.) acreditava que os quatro elementos: ar, terra, água e fogo constituíam as únicas substâncias do cosmos. Tese: Pois ora um foi crescido a ser um só de muitos, ora... a ser muitos de um só, fogo e água e terra, e de ar a infinita altura... Parmênides de Elea ( a.c) defendia a unidade do ser como princípio. Tese: Necessário é o dizer e pensar que (o) ente (ser) é... nem divisível é, pois é todo idêntico...nem também algo menos, mas é todo cheio do que é... Pitágoras de Samos ( a.c.) considerou que o número era a matriz de todas as coisas. Tese: no fundo de todas as coisas a diferença entre os seres consiste, essencialmente, em uma questão de números (limite e ordem das coisas). Não é difícil notar que a filosofia pré-socrática foi predominantemente uma filosofia voltada para a reflexão sobre o cosmos e suas origens. Também podemos perceber com clareza que o filósofo Sócrates ( a.c), diferentemente dos seus antecessores, se dedicou a pensar exclusivamente sobre os problemas do homem consigo mesmo e com outros homens. A filosofia socrática surge então como um divisor de águas na história da filosofia exatamente porque o interesse agora é deslocado do cosmos para o indivíduo. Sócrates Alguns fatos da história de Sócrates são curiosos. Ele não era da nobreza grega. Seu pai era um escultor e sua mãe uma parteira. Foi casado e teve vários filhos. E o mais inusitado talvez tenha sido o fato de ele não ter deixado nenhum registro escrito dos seus ensinamentos. Graças ao filósofo Platão e outros discípulos é que temos ideia do que foi o pensamento socrático. É, sobretudo, através dos diálogos escritos pelo seu discípulo Platão que tomamos conhecimento de que Sócrates foi considerado o homem mais sábio de Atenas. Ele era considerado sábio não porque tinha a resposta para as perguntas que lhe eram feitas, mas ao contrário porque vivia sempre questionando acerca das respostas para questões tais como: O que é a essência do homem? O que é o bem? O que é a virtude? O que é a justiça? Isso significa que o filósofo não se contentava com as respostas e queria ir em busca de mais conhecimento sobre o homem e seus valores. A reflexão socrática começa com a sentença oracular no portal do templo de Delfos, dedicado ao Deus Apolo, onde está escrito: Conhece-te a ti mesmo. Sócrates fez dessa máxima a base de sua reflexão filosófica e, por isso, afirmava que os homens deveriam buscar primeiro o conhecimento de si mesmos, para depois ir à busca do conhecimento de outras coisas. Acredita-se que ele tenha sido considerado o homem mais sábio entre os seus contemporâneos porque teria dito no templo de Apolo: Só sei que nada sei. Ao dar essa resposta, Sócrates se coloca como um homem que está aberto ao conhecimento e, portanto, precisa continuar questionando a opinião (doxa) de cada um. Deste modo, o filósofo pretende através de um diálogo levar os seus discípulos e interlocutores a questionar eles mesmos suas próprias opiniões, a fim de chegarem mais próximos do conhecimento verdadeiro (episteme) das coisas. Sócrates lançava uma pergunta e, a cada resposta que ouvia, uma nova questão era levantada. Esse método utilizado pelo filósofo foi chamado de maiêutica,que quer dizer parto. O método maiêutico consistia, pois, em fazer com que cada participante do diálogo pudesse extrair de dentro de si mesmo suas opiniões, a fim de que chegassem eles

17 Educação Física - Filosofia da Educação mesmos a uma definição a respeito do que foi questionado. Para Sócrates, por exemplo, cada um deveria refletir o bastante para ser capaz de chegar a compreender por si mesmo o que é ser justo. Vejamos uma passagem do texto platônico onde Sócrates fala de sua experiência e de seu projeto na busca pelo saber: BOX 3 Depois de saber do fato, refleti comigo mesmo: o que o deus pretendia dizer e o que escondia sob os seus enigmas? Eu, pelo que me diz respeito, estou bem consciente de não ser sábio, nem muito nem pouco: e então o que ele quer dizer ao afirmar que sou o mais sábio de todos? Certamente não está mentindo, porque isso não é possível a um deus. Assim, fiquei muito tempo em dúvida quanto ao sentido da resposta. Depois me dediquei com todas as minhas energias a procurar resolver o enigma. Fui ter com um daqueles que têm fama de sábio com o intuito de encontrar elementos para refutar o oráculo, se isso fosse possível de alguma maneira, contrapondo o fato de que ele mesmo era com certeza mais sábio do que eu, quando o que se dizia era que o mais sábio de todos era eu. Interrogando, então, tal pessoa (...) e falando-lhe, tive a impressão de que de fato parecia a ele (...) ser sábio, mas na verdade não o era. Então tentei demonstrar-lhe que ele se acreditava sábio, mas que na verdade não era assim. No entanto, ao ir embora refleti comigo mesmo que na verdade eu era mais sábio do que aquele homem: de fato, cada um de nós dois corre o risco de não saber absolutamente nada de belo e de bom, mas ele acredita saber alguma coisa, quando na verdade não sabe; eu, no entanto, não só não sei como não acredito saber. Portanto, parece-me que eu seja mais sábio do que ele justamente por esta pequena diferença, de que não acredito saber aquilo que não sei. Fonte: PLATÃO. Apologia de Sócrates. In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré- socráticos a Wittgenstein. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p. 19. Figura 7: The Death of Socrates - A morte de Sócrates. (1787) Jacques-Louis David (French, Paris Brussels). Metropolitan Museum of Art em Nova Iorque. A cena do momento em que Sócrates deve beber o veneno extraído da Cicuta mostra o filósofo tentando tranquilizar os seus discípulos, dentre eles Platão. Fonte: Disponível em: < search-the-collections/ > Acesso em 20 abr Platão Não se sabe bem ao certo até que ponto Sócrates tenha de fato dialogado com seus discípulos, conforme nos relata Platão ( a.c). O mais importante, porém, é saber que Platão desenvolveu o pensamento socrático a ponto de construir aquela que talvez tenha sido a mais influente das teorias filosóficas do Ocidente. Platão conheceu Sócrates quando ainda era jovem e se impressiona a tal ponto com o mestre que chega a abandonar sua futura carreira política para se dedicar a Filosofia. Após a morte de Sócrates, que foi condenado a tomar cicuta, Platão funda a Academia, uma espécie de Faculdade dedicada ao estudo dos proble- 17

18 UAB/Unimontes - 1º Período mas filosóficos. A tese central defendida pelo filósofo fundador da Academia, conforme nos diz Nicola (2005, p. 63), é que ele exclui a hipótese de que as idéias derivam dos sentidos; elas são pura visão intelectual, uma representação na tela da mente. Acredita-se que Platão tenha escrito cerca 36 obras, das quais destacamos A república, onde se encontra uma das mais famosas passagens da literatura filosófica do mundo ocidental: A alegoria da caverna, ou como ficou mais conhecido o mito da caverna, apresenta de modo metafórico o modo como podemos chegar ao conhecimento verdadeiro de todas as coisas. Para Platão todos nós homens deveríamos nos esforçar para alcançarmos as ideias puras e essenciais de todas as coisas que vemos, ouvimos, sentimos e tocamos através dos nossos sentidos. Vamos ao próprio texto de Platão para entendermos como o filósofo constrói a imagem da caverna e de seus habitantes: A alegoria da caverna BOX 4 18 Sócrates: Agora imagine a nossa natureza, segundo o grau de educação que ela recebeu ou não, de acordo com o quadro que vou fazer. Imagine, pois, homens que vivem em uma morada subterrânea em forma de caverna. A entrada se abre para a luz em toda a largura da fachada. Os homens estão no interior desde a infância, acorrentados pelas pernas e pelo pescoço, de modo que não podem mudar de lugar nem voltar a cabeça para ver algo que não esteja diante deles. A luz lhes vem de um fogo que queima por trás deles, ao longe, no alto. Entre os prisioneiros e o fogo, há um caminho que sobe. Imagine que esse caminho é cortado por um pequeno muro, semelhante ao tapume que os exibidores de marionetes dispõem entre eles e o público, acima do qual manobram as marionetes e apresentam o espetáculo. Glauco: Entendo Sócrates: Então, ao longo desse pequeno muro, imagine homens que carregam todo o tipo de objetos fabricados, ultrapassando a altura do muro; estátuas de homens, figuras de animais, de pedra, madeira ou qualquer outro material. Provavelmente, entre os carregadores que desfilam ao longo do muro, alguns falam, outros se calam. Glauco: Estranha descrição e estranhos prisioneiros! Sócrates: Eles são semelhantes a nós. Primeiro, você pensa que, na situação deles, eles tenham visto algo mais do que as sombras de si mesmos e dos vizinhos que o fogo projeta na parede da caverna à sua frente? Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel? Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam? Glauco: É claro. Sócrates: Então, se eles pudessem conversar, não acha que, nomeando as sombras que veem, pensariam nomear seres reais? Glauco: Evidentemente. Sócrates: E se, além disso, houvesse um eco vindo da parede diante deles, quando um dos que passam ao longo do pequeno muro falasse, não acha que eles tomariam essa voz pela da sombra que desfila à sua frente? Glauco: Sim, por Zeus. Sócrates: Assim sendo, os homens que estão nessas condições não poderiam considerar nada como verdadeiro, a não ser as sombras dos objetos fabricados. Glauco: Não poderia ser de outra forma. Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. Tudo não aconteceria naturalmente como vou dizer? Se um desses homens fosse solto, forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigando-o com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora? Glauco: Certamente, elas lhe pareceriam mais verdadeiras. Sócrates: E se o forçassem a olhar para a própria luz, não achas que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?

19 Educação Física - Filosofia da Educação Glauco: Sem dúvida alguma. Sócrates: E se o tirarem de lá à força, se o fizessem subir o íngreme caminho montanhoso, se não o largassem até arrastá-lo para a luz do sol, ele não sofreria e se irritaria ao ser assim empurrado para fora? E, chegando à luz, com os olhos ofuscados pelo brilho, não seria capaz de ver nenhum desses objetos, que nós afirmamos agora serem verdadeiros. Glauco: Ele não poderá vê-los, pelo menos nos primeiros momentos. Sócrates: É preciso que ele se habitue, para que possa ver as coisas do alto. Primeiro, ele distinguirá mais facilmente as sombras, depois, as imagens dos homens e dos outros objetos refletidas na água, depois os próprios objetos. Em segundo lugar, durante a noite, ele poderá contemplar as constelações e o próprio céu, e voltar o olhar para a luz dos astros e da lua mais facilmente que durante o dia para o sol e para a luz do sol. Glauco: Sem dúvida. Sócrates: Finalmente, ele poderá contemplar o sol, não o seu reflexo nas águas ou em outra superfície lisa, mas o próprio sol, no lugar do sol, o sol tal como é. Glauco: Certamente. Sócrates: Depois disso, poderá raciocinar a respeito do sol, concluir que é ele que produz as estações e os anos, que governa tudo no mundo visível, e que é, de algum modo, a causa de tudo o que ele e seus companheiros viam na caverna. Glauco: É indubitável que ele chegará a essa conclusão. Sócrates: Nesse momento, se ele se lembrar de sua primeira morada, da ciência que ali se possuía e de seus antigos companheiros, não acha que ficaria feliz com a mudança e teria pena deles? Glauco: Claro que sim. Sócrates: Quanto às honras e louvores que eles se atribuíam mutuamente outrora, quanto às recompensas concedidas àquele que fosse dotado de uma visão mais aguda para discernir a passagem das sombras na parede e de uma memória mais fiel para se lembrar com exatidão daquelas que precedem certas outras ou que lhes sucedem, as que vêm juntas, e que, por isso mesmo, era o mais hábil para conjeturar a que viria depois, acha que nosso homem teria inveja dele, que as honras e a confiança assim adquiridas entre os companheiros lhe dariam inveja? Ele não pensaria antes, como o herói de Homero, que mais vale viver como escravo de um lavrador e suportar qualquer provação do que voltar à visão ilusória da caverna e viver como se vive lá? Glauco: Concordo com você. Ele aceitaria qualquer provação para não viver como se vive lá. Sócrates: Reflita ainda nisto: suponha que esse homem volte à caverna e retome o seu antigo lugar. Desta vez, não seria pelas trevas que ele teria os olhos ofuscados, ao vir diretamente do sol? Glauco: Naturalmente. Sócrates: E se ele tivesse que emitir de novo um juízo sobre as sombras e entrar em competição com os prisioneiros que continuaram acorrentados, enquanto sua vista ainda está confusa, seus olhos ainda não se recompuseram, enquanto lhe deram um tempo curto demais para acostumar-se com a escuridão, ele não ficaria ridículo? Os prisioneiros não diriam que, depois de ter ido até o alto, voltou com a vista perdida, que não vale mesmo a pena subir até lá? E se alguém tentasse retirar os seus laços, fazê-los subir, você acredita que, se pudessem agarrá-lo e executá -lo, não o matariam? Glauco: Sem dúvida alguma, eles o matariam. Sócrates: E agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar exatamente essa alegoria ao que dissemos anteriormente. Devemos assimilar o mundo que apreendemos pela vista à estada na prisão, à luz do fogo que ilumina a caverna à ação do sol. Quanto à subida e à contemplação do que há no alto, considera que se trata da ascensão da alma até o lugar inteligível, e não te enganarás sobre minha esperança, já que desejas conhecê-la. Deus sabe se há alguma possibilidade de que ela seja fundada sobre a verdade. Em todo o caso eis o que me aparece tal como me aparece; nos últimos limites do mundo inteligível aparece-me a idéia do Bem, que se percebe com dificuldade, mas que não se pode ver sem concluir que ela é a causa de tudo o que há de reto e de belo. No mundo visível, ela gera a luz e o senhor da luz, no mundo inteligível ela própria é a soberana que dispensa a verdade e a inteligência. Acrescento que é preciso vê-la se quer comportar-se com sabedoria, seja na vida privada, seja na vida pública. Glauco: Tanto quanto sou capaz de compreender-te, concordo contigo. Fonte: PLATÃO. A República. 514a-517c. In: MARCONDES, Danilo. Textos Básicos de Filosofia: dos Pré- socráticos a Wittgenstein. 2ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, p.39 19

20 Figura 8: A caverna de Platão. (2002). Maria Tomaselli Cirne Lima. Acrílico, chumbo, vidro, 200x160cm. A obra de Tomaselli mostra as imagens disformes que nos dá a ideia de que no interior da caverna não podemos ter a real dimensão de cada ser. Fonte: Disponível em: < br/pinturas-atuais.htm.> Acesso em: 20 abr Para o filósofo, é necessário sair da caverna, que representa a realidade sensível onde só conhecemos as imagens e as sombras e irmos rumo ao sol que representa a luz da razão. É por meio dessa alegoria que Platão quer justificar a sua tese de que há uma realidade inteligível que só é alcançada pela razão e que é vedada aos sentidos. Figura 9: Foto do Shopping City Centre, na cidade de Bahrain, na Arábia. Para o escritor português José Saramago, o Shopping Center é um tipo de caverna contemporânea. Fonte: Disponível em: < com.br/2010_06_01_archive.html.> Acesso em 20 abr Para saber mais Para refletir sugiro a leitura do livro A caverna, do escritor português José Saramago. Nessa obra o autor compara os Shoppings atuais com uma caverna platônica no mundo contemporâneo. SARA- MAGO, José. A caverna. 3ed. São Paulo: Cia. das Letras, Aristóteles O mais ilustre dos discípulos de Platão foi sem dúvida Aristóteles ( a.c) que, segundo a tradição, chegou a escrever mais de cem obras que infelizmente foram perdidas ao longo do tempo, restando apenas quarenta e sete. A grande preocupação do nosso filósofo se refere à capacidade humana de conhecer. No Livro I, de sua obra Metafísica, Aristóteles (1969, p. 36) afirma: Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Mas o que significa conhecer para ele? Ao contrário do seu mestre, conforme observou Cotrim (2010), Aristóteles rejeita a teoria das ideias de Platão quando afirma que o

21 Educação Física - Filosofia da Educação As quatro causas ou os fundamentos Quadro do programa Meta_Aristóteles O que você quer saber o que é? Qual a causa material? (De que é feito?) Qual a causa formal? (Qual a forma?) Qual a causa eficiente, ou quem une a forma com a matéria? (Quem fez?) Qual a causa final? (Por que foi feito?) conhecimento pode partir da realidade múltipla dos seres que são percebidos pelos nossos sentidos. Por isso ele afirma que existem dois tipos de ciências pelas quais os homens chegam ao conhecimento das coisas. As ciências teóricas constituídas pela metafísica, a matemática e a física que investigam o que é necessário e universal. E as ciências ditas práticas ou empíricas, como, por exemplo, a medicina, a ética, a política e outras, que cuidam da experiência particular e social dos indivíduos. O filósofo reconhece que, embora as ciências práticas sejam capazes de produzir saberes com resultados notáveis, elas não podem prescindir da ciência metafísica. Por isso, a ciência metafísica, conforme afirma Nicola (2005, p.87), é a única capaz de analisar em nível puramente teórico aquilo que todas as outras formas particulares do saber têm em comum, ou seja, a noção de ser. Ela é considerada como a filosofia primeira porque estuda o verdadeiro ser de cada coisa. O verdadeiro ser de uma coisa corresponde, pois, a sua substância, ou seja, com aquilo que não pode deixar de estar presente. Aristóteles entende então que é através da metafísica que descobrimos a necessidade de haver um princípio de que sua essência seja sua própria atividade. Este princípio, sendo um movimento primeiro, é também causa do movimento que observamos em tudo que existe na natureza. Segundo Aristóteles, tudo o que se move deve ter sido levado ao movimento pela força de outra coisa que o fez mover. E essa outra coisa certamente se movimentou por causa de outra força que a impulsionou. Logo, se seguirmos o raciocínio, teríamos necessariamente uma cadeia infinita de sucessivas causas do movimento. Mas como um ser finito pode prosseguir numa cadeia infinita de sucessões? Seria impossível. Por isso Aristóteles está convicto de que deve haver um primeiro motor que é a causa do movimento de todos os seres, mas que não está em movimento. A essa causa primeira ele chamou de primeiro motor. Em busca de uma razão para explicar as mais diversas alterações que se observam em todos os seres da natureza, Aristóteles então formula a teoria das quatro causas. Como observa Chauí (2000), o filósofo acredita que é possível entender como um ser veio a existir, porque sofre alterações ao longo de sua existência e porque cada ser existe, ou seja, qual a finalidade de cada ser no mundo. Isso porque Aristóteles defende a tese de que há em todos os corpos: Primeiro: uma causa material, que está relacionada à matéria pela qual um corpo é constituído. Por exemplo: A madeira é a causa material da mesa. Segundo: causa formal, ou seja, a forma que a matéria possui para constituir um corpo determinado, assim a forma da mesa é a causa formal da madeira. Terceiro: causa motriz ou eficiente, que seria a ação responsável pela forma determinada de uma matéria, a ação do marceneiro ao fabricar a mesa. Quarto: causa final, ou seja, é o motivo ou a razão que fez com que uma matéria passasse a ter uma determinada forma. Por exemplo: a madeira ganha forma de mesa para ser usada com esta ou aquela finalidade. Lápis Como veremos a seguir, a teoria aristotélica influenciou sobremaneira muitos outros filósofos que se dedicaram ao estudo da metafísica como caminho para o conhecimento. Entre esses destacamos os pensadores medievais que encontraram na filosofia grega clássica uma fonte abundante de argumentos para sustentar suas teologias. Glossário Metafísica: a ciência dos primeiros princípios e das primeiras causas. A ciência que estuda o ser e seus atributos essenciais. (STIRN, 2006, p.103) Atividade Observe bem a figura 10 ao lado Agora você deverá montar um quadro semelhante a esse e escolher pelo menos cinco objetos ou seres para responder quais são as causas material, formal, eficiente e final de cada um e em seguida postar sua atividade em nossa sala virtual. Figura 10: Caderno do aluno- Filosofia- Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Fonte: Disponível em: < blogspot.com.br/2010/04/ conhecimento-missao-14- -aristoteles.html.> Acesso em 20 abr

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