W. R. Bion. Vida e Obra. Caminhos da Psicanálise
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- Rui Anjos Aveiro
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Transcrição
1 W. R. Bion Vida e Obra Caminhos da Psicanálise
2 Meu Caminho
3 Luta Diária
4 O Câncer
5 O trabalho
6 O Homem
7 Relação Intima
8 Relação Medico - Paciente
9 A Dor e o Sofrimento
10 As Duvidas e as Crises
11 Psicanálise
12 Sigmund Freud
13 Klein Bion - Meltzer
14 Bion A Vida
15 Muttra - Penjab
16 Nascimento W.R Bion nasceu em 8 de setembro de 1897 em Muttra, no Penjab, província anexada à Colônia Inglesa em Seu pai era engenheiro do serviço público britânico à época do seu nascimento, servindo, portanto, na Índia. Sua mãe foi uma pessoa simples de temperamento instável, mostrava-se frequentemente triste e o garoto sofria muito com estas características da mãe. Os pais de Bion tiveram mais uma filha, chamada Edna,de quem Bion nunca foi muito próximo.
17 Influencia Indiana Bion viveu na Índia até os sete anos sob os cuidados de uma ama indiana (Ayah), senhora que exerceu sobre ele marcante influência.
18 Bion Os altos funcionários ingleses tinham por praxe mandar seus filhos para estudarem na Inglaterra. Por volta dos oito anos Wilfred foi enviado para Londres e lá morou sem a família, interno em um colégio onde recebia escassas visitas dos pais. No período entre o final da infância e a adolescência, Bion encontrou dificuldades em se adaptar, pois sentia aguda solidão e declarou, quando adulto, que amargas impressões ficaram-lhe impressas em função do rígido e repressor sistema escolar da tradicional escola pública que frequentou neste período.
19 Bishop s Startford College
20 Bion 1905 a 1916
21 Bion 1905 a 1916 A atividade desportiva auxiliou Wilfred a desenvolver maior integração com os colegas, tornando-se capitão de equipes desportivas de rúgbi, natação e water polo. Nesse período também evidenciou seu brilhantismo como estudante.
22 Bion 1905 a 1916
23 Bion Aos 19 anos ingressou nas Forças Armadas, onde se destacou devido às suas competências intelectuais e desportivas. Atuou na I Grande Guerra com distinção, chegando a ser condecorado no Palácio de Buckingham, em função de seu desempenho em uma arriscada ação bélica. Na carreira militar atingiu a patente de capitão.
24 Universidade de Oxford
25 Bion 1919 a 1930 Ao término da Guerra foi para a Universidade de Oxford, onde estudou História Moderna, Filosofia demonstrando interesse especial por Kant e Teologia, licenciando-se em Letras, o que o levou a se dedicar ao magistério. Também apresentava talento inegável para pintura impressionista. Ao ler Freud ficou fascinado e resolveu fazer medicina e se tornar psicanalista.
26 Bion 1930 a 1940 Após sua formatura como médico, aos 33 anos, conseguiu algumas condecorações como cirurgião. Em seguida, envolveu-se com a prática psiquiátrica e se empregou na Tavistock Clinic. Analisou-se por dois anos com J. Rickmann, quando a II Guerra provocou a interrupção do processo analítico.
27 Tavistock Clinic
28 Tavistock A Tavistock é um centro psicanalítico que existe há 91 anos. Teve como diretores nomes da envergadura de Sigmund Freud, Carl Jung, John Bowlby, Donald Winnicott, Wilfred Bion, Michael Balint e Anne Alvarez, entre outros. No momento, seu diretor clínico é o psicanalista Peter Fonagy.
29 Bion 1940 a 1945 Bion continuava a trabalhar na Tavistock quando voltou ao exército, em 1940, em plena 2ª Guerra Mundial; neste período se dedicou à reabilitação dos pilotos do exército. Com o final da Guerra, voltou a trabalhar na Tavistock com grupos. Essas experiências foram relevantes para suas concepções sobre trabalho com grupos.
30 Bion Bion conhece Betty Jardine, famosa atriz de teatro e com ela se casa. Mas em 1945, então com 48 anos, seu casamento termina com a morte prematura de Betty durante o parto de sua filha Parthenope. Este fato o deixa profundamente consternado, levando-o reiniciar sua análise, desta vez com Melanie Klein, processo que durou oito anos.
31 Bion 1945 a 1953 Com 48 anos, em 1945, instala-se em IverHeath, aluga um consultório, inicia sua formação psicanalítica e sua análise com Melanie Klein, que dura até 1953.
32 Bion Retornou para sua formação no Instituto de Psicanálise de Londres. Casou-se pela segunda vez com Francesca, que era pesquisadora e sua assistente na Tavistock. Tiveram um casal de filhos, Julian e Nicola
33 Bion 1956 a1961 Interessa-se pelo tratamento em grupo, juntamente com John Rickman (seu primeiro analista [ ]), estruturando suas idéias que culminaram no livro Experience with groups, de 1961.
34 Bion 1956 a 1965 No ano de 1956, Bion foi nomeado diretor da Clínica de Londres de Psicanálise, ocupando esse cargo até 1962, quando assumiu a presidência da Sociedade Britânica de Psicanálise até 1965.
35 Bion 1968 a 1979 Bion fez diversas viagens pelo mundo, chegando a proferir algumas conferências no Brasil e Argentina; muitas delas em São Paulo. O clima em Londres começou a despertar muita rivalidade entre ele e os kleinianos e isto o fez aceitar um convite para residir na Califórnia, onde permaneceu por 11anos.
36 Bion Em agosto de 1979 decide voltar para a Inglaterra; parece que desejava se reaproximar dos filhos e se preparava para voltar a clinicar quando foi acometido por leucemia mielóide aguda. Ao tomar ciência do diagnóstico teria dito: A vida sempre nos reserva surpresas, geralmente desagradáveis. W.R. Bion morreu em questão de dias, com 82 anos, em 08 de novembro de 1979 na cidade de Oxford.
37 Bion Os Filhos
38 Parthenope Bion Talamo Parthenope se tornou psicanalista na Itália, vindo a falecer, prematuramente, em um acidente de automóvel no final da década de 1990.
39 Parthenope e Sua Filha
40 Bion A Obra
41 Pensar Pensar é uma função mental inata ou aprendida?
42 Ideia Transmitida
43 Ondas Sonoras (Mecânicas)
44 Conversão de Estímulos
45 Transmissão de Estimulo Processamento de impulsos
46 Como se forma a ideia?
47 Matemática a 2 2 b 2 a + b = c c
48 Função O conceito de função é um dos mais importantes em toda a Matemática. O conceito foi utilizado por Bion no sentido de se evitar qualquer tipo de associação mantendo o modelo insaturado.
49 Função Elementos a Elementos b è è è è è Conjunto A Conjunto B f(x )= x+4
50 A ideia de função Toda vez que temos dois conjuntos e algum tipo de associação entre eles que faça corresponder a todo elemento do primeiro conjunto um ou mais elementos do segundo, ocorre uma função.
51 Em nosso dia a dia temos muitos exemplos de funções: O tempo de viagem é função, entre outras coisas, da distância percorrida. A altura de uma criança é função de sua idade. O consumo de combustível é função, entre outras coisas, da velocidade. Perímetro de um triângulo é função da medida de seus lados.
52 O que a Mente deseja?
53 Como o mundo externo se apresenta? O bebê tem fome? Tem frio? Tem dor? O bebê tem angústias impensáveis. O Terror sem nome
54 Pré-concepção Busca pelo seio
55 O encontro e a realização
56 Concepções de Klein As noções de concretude de mundo interno e principalmente de um interior do objeto, seja ele externo ou interno, descoberto por Melanie Klein, ao referir-se tanto ao desejo epistemofílico envolvendo a curiosidade sobre o interior do corpo materno com a projeção de objetos e partes do self para dentro de outra pessoa. (Identificação Projetiva)
57 Concepções de Bion Como ponto de partida, a concepção de Bion (1962, 1963) sobre o aparelho psíquico como um aparelho para gerar pensamentos e para pensá-los, isto é, para criar e utilizar formações simbólicas. E mais: um aparelho que nasce e se desenvolve em função da relação com um outro já capaz de um funcionamento psíquico adequado; enfim, considerar o aparelho mental essencialmente um aparelho de simbolização (através do conceito de função ).
58 Comunicação Identificação Projetiva Realista Reverie Materna Função Alfa introjetada Desenvolvimento do aparelho para pensar pensamentos
59 Função Alfa Visão Audição Olfato Tato Paladar Propiocepção Sensações do Mundo Externo e Mundo Interno β β β β β Fantasias Inconscientes Elementos β Elementos
60 Função Alfa Elementos Barreira de Contato Nuvem de Incertezas Conjunção Constante Fato Selecionado
61 Função Alfa Visão Audição Olfato Tato Paladar Propiocepção Sensações do Mundo Externo e Mundo Interno β β β β β Sonhos Pensamentos Símbolos Memória Simbólica Fantasias Inconscientes Elementos β Elementos
62 Elementos da Psicanálise 1 - Continente - Contido ( ) 2 - EP D (Integração Desintegração) 3 - Vínculos Emocionais ( L, H, K ) 4 - Relação entre Razão e Emoção 5 - Pensamento e Ideia 6 - Dor e Sofrimento 7 - Narcisismo Social-ismo 8 Comunicação e Linguagem
63 Emoções como Vínculos Amor L Puritanismo - L Ódio H Hipocrisia - H Conhecimento K Filistianismo - K
64 A Grade Ψ
65 Estabelece-se um estado de confiança
66 Surge o senso estético Desperta o instinto epistemofílico
67 Função Alfa Elementos β β β β β β f() Elementos Conflito estético
68 Percepção e tolerância ao objeto ausente
69 Defesas contra a frustração da ausência de objeto Alucinação Ilusão Imaginação
70 Função alfa Simbolização própria
71 Sonhando os próprios sonhos
72 Mãe incapaz de reverie
73 Voracidade e Intolerância à Frustração
74 P e n s a m e n t o I n c i p i e n t e Reversão da Função Alfa Ego Elementos Superego β β β β β Elementos β Objetos Bizarros Alucinações Perturbações Psicossomáticas Linguagem e Ações Sem sentido
75 Função Alfa Como é sabido, graças à função alfa e ao aparelho de pensar postulados por Bion (1962), este aparelho de simbolização é responsável não só pela transformação de percepções e emoções brutas em elementos psíquicos simbólicos como pelo desenvolvimento destes últimos em termos de diferentes níveis de abstração e complexidade, bem como por seus distintos usos possíveis. Existe também a possibilidade de uma reversão da função alfa, com a geração dos chamados objetos bizarros (Bion, 1962), isto é, percepções e emoções com fragmentos de funções psíquicas agregados.
76 Meltzer Função Alfa Valendo-se de Bion, Meltzer (1986) enfatiza que a capacidade de formar símbolos autônomos, idiossincráticos, para representar o significado das experiências emocionais, constitui a essência da mente. Possibilita guardar essas experiências como recordações (memória como função psíquica), usá-las para pensar, e transformá-las em diferentes formas simbólicas de comunicação, o que é diferente de apenas registrar e reter fatos (memória como propriedade cerebral), manipulálos logicamente e transmiti-los como bits de informação.
77 Função Alfa Grande parte do funcionamento humano, como as funções corporais, as reações e atos adaptativos habituais, automáticos, as condutas sociais convencionais, são não simbólicas, não-mentalizadas ou, pelo menos, protomentais. Baseiam-se em padrões inatos, condicionamentos, treinamentos ou imitação das qualidades externas dos outros.
78 Contribuição de Meltzer Para Meltzer, a experiência emocional incitadora da função alfa, que cria os símbolos e permite o crescimento mental mediante o aprender com a experiência, está nuclearmente relacionada ao que ele denomina de conflito estético. Este diz respeito a um objeto presente com um exterior admirado manifesto disponível e apreensível pelos órgãos dos sentidos e um interior misterioso enigmático ambíguo, que pode apenas ser construído por meio da imaginação criativa. É o impacto estético despertado para a beleza e o mistério do mundo através do objeto primário que o representa simbólico e concretamente, isto é, a mãe.
79 Concepções de Meltzer Segundo Meltzer, a mente é a função geradora de metáforas que usa o grande computador (cérebro) para escrever sua poesia e pintar seus quadros de um mundo cintilante de significados. Meltzer enfatiza constantemente que a experiência emocional capaz de desencadear a função alfa ocorre apenas no contexto daquilo que ele denomina relações íntimas, em contraposição às contratuais e casuais.
80 Considerações Finais Bion nos fez saber que uma grande parte de nossa vida é vivida em estado de desmentalização, fora da área na qual as experiências emocionais são aceitas e se observam e se pensa acerca delas mediante a simbolização do significado das emoções evocadas.
81 Considerações Finais Bion nos proporcionou um formato básico para a descrição da fragmentação do pensamento incipiente através do que denominou reversão da função alfa para produzir elementos beta com restos de ego e superego, isto quer dizer algo como a formação simbólica começa, porém encontra tal dor mental, que canibaliza o que começou a se formar e os dejetos produzidos por esse novo processo contêm restos de sentido aderidos a seus fragmentos.
82 Considerações Finais Em decorrência da concepção do aparelho psíquico essencialmente como um aparelho de simbolização e das implicações dela decorrentes, muitos analistas contemporâneos consideram que o objetivo último e o fator curativo específico da psicanálise consistem basicamente em ampliar as potencialidades do analisando de processamento psíquico, aumentando, dessa forma, sua capacidade de continência (Bion, 1962) às emoções.
83 The Seven Servants Há uma poesia que Bion recitava quando criança de Rudyard Kipling, The Elephants' Child. Bion a recoloca como introdução do livro que reúne seus trabalhos do período denominado por alguns autores epistemológico como The Seven Servants.
84 Os sete pilares da sabedoria são: Eu tinha seis honestos serviçais Eles me ensinaram tudo o que sabia Seus nomes eram O quê, Por quê, Quando, Como, Quem Eu os enviei a leste e oeste Mas após terem trabalhado para mim Eu dei a eles um descanso Aquele que falta completa os sete.
85 O elemento que falta é a marca essencial do humano. Permanecemos suspensos na incompletude, submetidos à nossa intolerância para o pensar, ou a espera do vir a ser.
86 Muito obrigado Alegria a todos
WILFRED RUPRECHT BION ( )
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