BION A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE A PSICOTERAPIA DE GRUPO
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- Fábio Miranda Antunes
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1 BION A CONTRIBUIÇÃO DA PSICANÁLISE A PSICOTERAPIA DE GRUPO
2 BIOGRAFIA Nasceu em 1897 na Índia, filho de ingleses Com 8 anos foi p\ Inglaterra Oficial na I e na II Guerra Mundial iniciou primeiras experiências com grupos como recurso terapêutico 1948 desenvolveu trabalhos com grupos em clínica na Inglaterra Torna-se psicanalista e é analisado por Melanie Klein que sendo contra a aplicação da psicanálise em grupo, o faz abandonar o trabalho com grupoterapia. Mas sua contribuição a terapia de grupo permaneceu através de sua obra e sua teoria de dinâmica de grupo 1967 a 1979 viveu nos EUA em Los Angeles 1979 retorna a e morre na Inglaterra
3 OS GRUPOS SÃO CONDIÇÃO HUMANA Os grupos fazem parte de uma natureza humana O ser humano é um animal gregário naturalmente determinado Fenômenos relacionados a grupos são fenômenos mentais naturais o grupo poderá, através de seus mecanismos intrínsecos, fornecer o completo estudo do individuo e suas manifestações psicológicas. existe uma condição humana inerente que chama de grupalidade somente através de sua filiação a um grupo é que a pessoa realiza-se dentro de suas potencialidades humanas o grupo é mais que a simples somatória de seus membros, mostra-se como o único campo inteligível, no qual, o funcionamento e significação real das características do equipamento psicológico pode ser percebido
4 PROPRIEDADES DO GRUPO A diferença entre psicologia individual e de grupo não existe e a explicação dos fenômenos psicológicos individuais só adquirem inteligibilidade no interior das inter-relações objetais. O grupo é a dimensão, na qual, todos os conflitos do ser humano estão presentes em sua dinâmica, que se expressam através de manifestações independentes da consciência e vontades individuais de cada membro Propõe a noção do grupo como sendo constituído por uma ação recíproca entre as necessidades individuais, a mentalidade de grupo e a cultura de grupo
5 MENTALIDADE E CULTURA DE GRUPO MENTALIDADE DE GRUPO aquilo que brota da expressão unânime da vontade do grupo, para a qual os indivíduos contribuem anonimamente e inconscientes em suas percepções individuais atividade mental grupal CULTURA DE GRUPO o conjunto dos aspectos do comportamento do grupo que nascem do conflito entre a mentalidade de grupo e os desejos individuais Fenômenos mentais Inter-relação entre essas duas dimensões do funcionamento mental grupal SUPOSIÇÃO BÁSICA do grupo SUPOSIÇÕES BÁSICAS a idéia que as pessoas que compõem um grupo vão estabelecer como sendo o objetivo e função da existência deste grupo estrutura de funcionamento
6 2 TIPOS DE MENTALIDADE DE GRUPO SUPOSIÇÕES BÁSICAS Estruturas de formas de funcionamento de um grupo em determinado momento Caracterizam um grupo no qual o processo grupal é iniciante Imaturidade Impera um sistema de crenças ideias inconscientes sobre a finalidade do grupo GRUPO DE TRABALHO Superação das fases iniciais de funcionamento do grupo Maturidade superação das Suposições Básicas Elaboração de ideias associada ao insight Ideias conscientes
7 SUPOSIÇÕES BÁSICAS estruturas de formas de funcionamento adotada em determinado momento São 3 as Suposições básicas que geram 3 formas de funcionamento grupal Dependência, Luta-fuga, Acasalamento Ligam-se a condições ontogênicas do ser humano características da espécie para sobrevivência na horda original Dependência dependência de líder indispensável a sobrevivência grupal Luta-fuga comportamento desenvolvido para lutar ou fugir de condições adversas (predadores) Acasalamento sobrevivência da espécie com base na reprodução dos indivíduos As suposições básicas são INCONSCIENTES e formam-se a partir da realidade subjetiva dos sujeitos
8 DEPENDÊNCIA o grupo estabelece uma exaltação de um líder (coordenador) Sobre o líder (coordenador) vão reportar suas angustias particulares, desprezando a dinâmica do grupo e a resolução grupal dos seus próprios conflitos Cada membro se reporta diretamente ao coordenador-líder desprezando a dinâmica de grupo Crença de que o líder ou o coordenador pode guiar o grupo de forma total Este líder é tido como um Deus as noções e assuntos discutidos no grupo tomam a forma de uma bíblia para os integrantes deste grupo Ex.= grupos religiosos
9 LUTA-FUGA É a forma de funcionamento na qual o individuo, em seu instinto gregário, escolhe um outro grupo (estrangeiro) ou pretexto para combater algo ou disso fugir Convicção de que existe um inimigo a ser combatido ou que é necessário fugir deste Racionalidade paranóica que impera no grupo Exemplo = grupos militares, exército
10 ACASALAMENTO Crença de que os problemas e necessidades do grupo serão solucionadas em um futuro remoto por alguém que ainda não nasceu crença em um Messias Esperança messiânica - alegre esperança impera no funcionamento grupal um sentimento de esperança que se expressa através de idéias otimistas racionalizações, nas quais o sentimento de culpa é deslocado no tempo e supõe um resultado irrepreensível que estará por acontecer o grupo apresenta a característica da formação de pares (um ou mais de um par, representando casais) Ex. = outros tipos de grupos religiosos
11 FUNÇÃO DAS SUPOSIÇÕES BÁSICAS Estados emocionais que evitam a frustração que está relacionada com o trabalho e o aprendizado dos esforços, sofrimento e contato com a realidade Função de atualizar a resistência a mudança (em uma comparação com a teoria dos grupos operativos) resultado dos medos básicos Bion diz que as Suposições básicas são fruto de ansiedades psicóticas e primitivos mecanismos de defesa
12 GRUPO DE TRABALHO Funciona maduramente em busca de uma solução harmoniosa, embora trabalhosa, para suas necessidades e objetivos Funciona com base em construção de consensos, coletiva e democraticamente construídos Apresenta mecanismos conscientes sobre problemática enfrentada Em uma comparação com os grupos operativos que é um grupo de projeto tarefa foi realizada com sucesso, superouse os medos básicos e a resistência a mudança, efetuou-se uma transformação operativa nos membros (aprendizagem) e possibilitou uma releitura crítica da realidade e adaptação ativa
13 EVOLUÇÃO NOS GRUPOS Os grupos podem apresentar uma mudança rápida de uma suposição básica a outra Um grupo de suposição básica pode se transformar em grupo de trabalho e um de trabalho pode retroceder a uma suposição básica Um mesmo grupo pode apresentar características de suposição básica e algumas características de trabalho Em grupo de suposições básicas o líder da Dependência é onipotente/ o líder de Luta é imbatível e inapreensível na Fuga/e não nascido no Acasalamento Em grupos de trabalho os líderes devem ser em correspondência: confiável (dependência)/corajoso (lutafuga)/criativo (acasalamento)
14 VALÊNCIA É a maior ou menor capacidade de um membro em participar das suposições básicas Todos têm um grau diferente de valência o grau muda de um indivíduo para outro Que pode ser alterada segundo o momento, contexto e circunstância
15 GRUPO Função ou conjunto de funções de um agrupamento de pessoas O grupo é mais do que a somatória de seus membros Fenomenos grupais devem ser entendidos a partir da matriz do grupo e não dos indivíduos que o compõem Características individuais só podem ser entendidas como partes de um equipamento como ser grupal - o funcionamento desses aspectos só podem ser observados quando a pessoa está em situação de grupo Função grupal é parte integrante do processo de investigação sobre o aparelho psíquico humano e funcionamento mental
16 POSTURA DO TERAPEUTA Individual ou de grupo ele deve minimizar o máximo possível suas memórias, necessidades e desejos no momento da sessão terapêutica Estado de mente ideal esvaziada para a apreensão do outro Interpretar as suposições básicas Possibilitar a formação do grupo de trabalho
17 REFERÊNCIA SILVA, L.A.PY.M. Contribuições de Bion À Psicoterapia de grupo. In: OSÓRIO, L.C. Grupoterapia hoje. Porto Alegre: Artes médicas, p
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