Grupos operativos. Teoria e técnica desenvolvida por Enrique Pichon-Rivière.
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- Daniel Fraga Castilho
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1 Grupos operativos Teoria e técnica desenvolvida por Enrique Pichon-Rivière. Roteiro de exposição elaborado a partir do artigo de Chafi Abduch Grupos Operativos com Adolescentes. Cadernos Juventude Saúde e Desenvolvimento, v. 1. Brasília, DF
2 Grupos operativos Consiste numa técnica de trabalho com grupos que busca: Promover um processo grupal de aprendizagem; Fazer uma leitura crítica da realidade com uma apropriação ativa dessa mesma realidade; Estimular nos participantes uma atitude investigadora, na qual cada resposta obtida se transforme imediatamente em uma nova pergunta; Ter a aprendizagem como sinônimo de mudança.
3 Grupos operativos Aplicado em grupos de adolescentes e jovens tem trazido bons resultados quando se pretende trabalhar: auto-estima; juízo crítico; plano de vida e criatividade.
4 Grupos operativos A técnica pode ser utilizada ainda em muitos contextos: familiares; grupos de terceira idade; grupos de trabalho; grupos de pais; grupos teatrais e esportivos; de egressos de sistemas privativos de liberdade; de drogaditos, etc
5 Princípios organizadores de um grupo operativo: o vínculo e a tarefa Vinculo Do ponto de vista teórico o vínculo tem uma estrutura psíquica complexa - sempre há uma personagem do mundo interno que interfere nas relações. Todas as relações humanas, de acordo com essa referência, comporta uma contínua interação com a internalidade dos sujeitos origem de fantasias inconscientes. A fantasia inconsciente é então produto de interação de vínculos entre sujeitos.
6 Vinculo Do ponto de vista prático é um processo motivado que tem direção e sentido tem um porquê e um para quê? O vínculo é estabelecido quando somos internalizados pelo outro e o internalizamos também ocorre aí uma mútua representação interna: deixamos a indiferença e o esquecimento e passamos a pensar, a falar, a nos referir, a nos interessar, a nos complementar, a nos irritar, a competir, a discordar, a invejar, admirar, a sonhar com o outro e com o grupo. Os modelos inaugurais de vinculação são determinados pelas matrizes de aprendizagem de cada um. Nessas circunstâncias o sujeito tende a repetir padrões deixando assim de levar em conta a realidade externa favorável ou desfavorável, acolhedora ou ameaçadora.
7 Tarefa Modo pelo qual cada integrante reage a partir de suas próprias necessidades. Para Pichon-Rivière as necessidades constituem-se um pólo norteador de conduta. O processo de compartilhar necessidades em torno de objetivos comuns constitui a tarefa grupal. Nesse processo emergem dificuldades de várias naturezas pessoais; projetivas e transferenciais; de conceitos e referências; do conhecimento formal propriamente dito.
8 Aprender na ótica pichoneana é sinônimo de mudança A situação de mudança mobiliza medos básicos: medo de perder o estabelecido, o conquistado e o conhecido; medo de ataque é o sentimento em relação a situação desconhecida do que está por vir a ser...mas ainda não é. São ansiedades a serviço da resistência à mudança. O processo de elaboração dessa resistência indica que o grupo está a caminho do projeto - é uma etapa conhecida como de pré-tarefa. Quando o grupo passa a problematizar os obstáculos que emergem na concretização de seus objetivos é porque entrou em tarefa pode então elaborar um projeto viável e dessa forma tornar-se um grupo que opera mudanças.
9 O grupo operativo está centrado na tarefa Um grupo passa por diversas etapas antes de se tornar operativo de estruturação, desestruturação e reestruturação. momentos confusionais que o coordenador deve estar atento para não deixar o grupo desfazer-se Compreender e avaliar a operatividade de um grupo demanda do coordenador reconhecer os principais vetores de avaliação.
10 Vetores de avaliação Afiliação primeiro grau de identificação que os integrantes tem com a tarefa e com os demais membros; Pertença é o grau subseqüente alcançado na medida em que o grupo avança na identificação e integração possibilitando a elaboração da tarefa. Percebem que o projeto lhes pertence, deixam de ser espectadores e passam a ser seus próprios protagonistas
11 Vetores de avaliação Cooperação é uma contribuição ainda silenciosa para a tarefa grupal. É a possibilidade dos integrantes assumirem e desempenharem papéis diferenciados, complementares. Cada qual contribui com o que sabe e o que pode. Pertinência é o centramento na tarefa. Em oposição a pré-tarefa onde se trabalha o medo da mudança agora os medos básicos que alicerçam as resistências estão superados.
12 Vetores de avaliação Comunicação é o elemento considerado vital para a interação do grupo. Ela pode se dar pelas vias verbal, gestual, atitudinal, afetivas e emocionais. Funciona para os grupos operativos analogamente a teoria física de vasos comunicantes possibilita o nivelamento de conteúdo sem perda de identidade do continente. Algumas formas: de um para todos quando a recepção dos demais torna-se passiva pode criar dependência de um líder de todos para um observar se não ocorre a depositação de um bode expiatório entre dois - que se isolam do grupo e podem criar sub-grupos. entre todos quando o que é falado é escutado pelos demais e a comunicação se torna fluída entre todos.
13 Vetores de avaliação Aprendizagem se desenvolve a partir das informações em saltos de qualidade que incluem tese, antítese e síntese. Mudanças quantitativas que preparam transformações qualitativas e estruturais. Implica criatividade, elaboração de ansiedade, e uma adaptação ativa à realidade. Tele é o vetor que diz respeito ao clima que o grupo desenvolve. A disposição pró ou contra para trabalhar a tarefa grupal. São sentimentos de atração ou rejeição, e portanto tele positiva ou negativa. Significa que toda situação de encontro, é por sua vez, um reencontro com figuras do mundo interno, da história dos integrantes, as quais se reeditam na nova situação.
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