Teoria da Justiça. Prof. Fábio Shecaira. fabioshecaira.wikispaces.com
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1 Teoria da Justiça Prof. Fábio Shecaira fabioshecaira.wikispaces.com
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5 Conceitos básicos de filosofia política Filosofia política: estuda como o governo deve deliberar e agir. Obs: Anarquismo
6 Robert Paul Wolff
7 Conceitos básicos Governo = instituições públicas através das quais a autoridade política é exercida (executivo, legislativo, judiciário, polícia, exército etc.) Obs: Feminismo Injustiças também são cometidas no ambiente privado
8 Conceitos básicos Dois tipos de crenças suscitadas em debates políticos: 1. Crenças sobre os efeitos reais de diferentes políticas 2. Crenças sobre a correção de diferentes políticas
9 Conceitos básicos A filosofia política se envolve principalmente com questões do segundo tipo. Mas esses assuntos não são subjetivos?
10 Conceitos básicos Equilíbrio reflexivo Tentativa de harmonizar nossas crenças polí-ticas gerais com nossas crenças políticas so-bre casos específicos (reais ou imaginários)
11 Conceitos básicos João: Abortos são imorais, a menos que a gestante corra risco imediato de vida. Maria: O aborto é imoral mesmo quando a gravidez resulta de ato violento, como estupro? J: Ainda que o estupro seja condenável, o direito do feto à vida é mais importante do que o fato de que a vida do feto tem origem em um ato violento.
12 Conceitos básicos M: Bom, imagine que você tenha sido sequestrado e sedado, e que tenha acordado ao lado de um famoso violinista. Seus rins estão filtrando o sangue dele. Você pode separar-se, mas isso o mataria. Para salvá-lo precisa manter-se conectado até que um doador apareça, o que pode levar meses. Acha que pode abandonar o violinista?
13 Conceitos básicos J: Acho que sim. M: Então, sendo coerente, você deveria admitir que o aborto é permitido em caso de estupro.
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15 Conceitos básicos A filosofia política trata de como o governo deve deliberar e agir. Ex: Deve o governo aumentar o imposto sobre a herança? Deve o governo submeter essa questão à votação no Congresso Nacional?
16 Conceitos básicos Uma opinião comum é que o governo deve deliberar de forma democrática e agir de forma justa.
17 Conceitos básicos Deliberar de forma democrática é usar um procedimento decisório que dê voz a todas as pessoas interessadas. Agir de forma justa é dar a cada um o que é seu.
18 Conceitos básicos Os dois ideais podem entrar em conflito: Ex: Como lidar com uma decisão injusta tomada democraticamente?
19 Conceitos básicos Interessa-nos, aqui, o ideal da justiça. Em particular: Como deve o governo lidar com a desigualdade social?
20 Conceitos básicos Obs: direita e esquerda Política econômica e social Bons costumes
21 Conceitos básicos A desigualdade social tem causas diversas: (a) Discriminação deliberada (b) Diferenças sociais fortuitas pré-existentes (c) Diferenças quanto ao talento dos indivíduos (d) Diferenças quanto ao esforço dos indivíduos
22 Próxima aula: Utilitarismo Leitura obrigatória: Gargarella, cap 1, pp Pergunta: 1. Quais são as virtudes e os vícios do utilitarismo?
23 Aula 1 Revisão Filosofia política: estuda como o governo deve deliberar e agir. Este curso discute como deve agir o governo justo (diante da desigualdade social). Direita e esquerda. Subjetividade. Equilíbrio reflexivo.
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25 J. Bentham ( ) J. S. Mill ( )
26 Utilitarismo Toda teoria política se pronuncia sobre duas coisas: 1. O que é bom. (liberdade, igualdade, felicidade, família, amizade, conhecimento, religião etc.) 2. Como se deve lidar com o que é bom.
27 Utilitarismo Quanto a 1: Teorias monistas vs. teorias pluralistas. Obs: Teorias pluralistas podem ou não estabelecer rankings.
28 Utilitarismo Toda teoria ética se pronuncia sobre duas coisas: 1. O que é bom. 2. Como se deve lidar com o que é bom.
29 Utilitarismo Quanto a 2: Teorias consequencialistas vs. teorias nãoconsequencialistas (absolutistas, deontológicas)
30 Utilitarismo Teorias consequencialistas: deve-se maximizar o que é bom.
31 Utilitarismo Teorias não-consequencialistas: deve-se honrar o que é bom. (O que nem sempre significa maximizá-lo.)
32 Utilitarismo Exemplos: Deve-se permitir a tortura de um criminoso para obter informações que salvariam vidas? Um governo que atribui valor à liberdade deve permitir a ascensão de um partido político fundamentalista?
33 Utilitarismo Utilitarismo: teoria consequencialista e monista que diz que o governo deve maximizar a felicidade geral. J. Bentham ( ): felicidade=prazer Hoje: felicidade=satisfação de preferências lúcidas
34 Utilitarismo Virtudes do utilitarismo: 1. Propõe um cálculo relativamente objetivo para determinar como o governo deve agir. Obs: utilidade real vs. utilidade estimada
35 Utilitarismo 2. É igualitário: a felicidade de cada pessoa tem o mesmo valor. 3. É altruista: exige sacrifício de interesses pessoais.
36 Utilitarismo Críticas ao utilitarismo: 1. Frieza: pessoas são tratadas como fatores num cálculo matemático. 2. Não dá a devida importância a direitos. 3. Promove também preferências caras e ofensivas.
37 Utilitarismo Obs: Direitos - interesses que merecem proteção especial Tipos: 1. políticos e cívicos (de primeira geração); 2. sociais e econômicos (de segunda geração); 3. coletivos (terceira geração).
38 Utilitarismo Uma resposta: Utilitarismo de regras - o cálculo de consequências não deve ser usado antes de cada ação. Às vezes seguir regras é a melhor maneira de promover a felicidade geral. [Caso do médico. Caso da tortura.]
39 Utilitarismo Mill: Não quero dizer que a promoção da felicidade é o objetivo de toda ação. Há muitas ações virtuosas em que se sacrifica a felicidade no caso particular. Mas as ações desse tipo ainda estão justificadas porque é possível mostrar que, de modo geral, mais felicidade existirá no mundo se forem cultivados sentimentos que tornarão as pessoas, em certas circunstâncias, insensíveis à questão da felicidade.
40 Utilitarismo Uma dúvida persiste: O governo que age com base na regra mais útil age pela razão certa?
41 Aula 2 Revisão - Utilitarismo: teoria monista e consequencialista que defende a maximização da felicidade geral - Virtudes: objetividade, imparcialidade, altruísmo - Defeitos: frieza, menosprezo de direitos, inclusão de preferência caras e ofensivas
42 Próxima aula: John Rawls, contratualismo, liberalismo. Leitura obrigatória: Gargarella, pp Perguntas: 1. Quais são e como se relacionam os dois princípios de justiça de Rawls? 2. A posição original diz respeito a um contrato social histórico, real? 3. Rawls é socialista?
43 Rawls, contratualismo, liberalismo Contratualismo é o tipo de teoria que tenta resolver questões políticas perguntando: Com que solução concordaram (ou concordariam) os cidadãos em geral? Compatível com o utilitarismo?
44 Rawls, contratualismo etc. Dois usos históricos da estratégia contratualista: - Justificação do Estado. - Defesa de uma concepção específica do governo justo.
45 Rawls, contratualismo etc.
46 Rawls, contratualismo etc. O Estado está justificado se resulta de um acordo capaz de evitar os males da sociedade pré-política. Constante temor e risco de morte violenta, e a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, brutal e curta. (Hobbes, )
47 Rawls, contratualismo etc. Crítica célebre: o acordo nunca existiu. Estados surgem sem contrato formal. E mesmo que houvesse um contrato original, ele não é renovado regularmente...
48 Rawls, contratualismo etc. Respostas contratualistas possíveis: (a) Acordos podem ser feitos ou mantidos tacitamente. (b) O acordo é hipotético. (Os cidadãos não aceitariam o Estado, para evitar a anarquia?)
49 Rawls, contratualismo etc. O acordo hipotético pode ser mais ou menos idealizado. Contrastem : - O que os cidadãos atuais aceitariam, caso consultados? - O que os cidadãos aceitariam caso consultados em condições ideais de deliberação?
50 John Rawls ( )
51 Rawls, contratualismo etc. Rawls não pretende justificar o Estado contra o anarquismo, mas defender uma certa concepção de justiça.
52 Rawls, contratualismo etc. Contrato hipotético de Rawls: Com que concordariam as pessoas se elas deliberassem em condições de plena igualdade? (sem posições privilegiadas na negociação)
53 Rawls, contratualismo etc. A posição original. O contrato é firmado entre indivíduos racionais e ambiciosos (como nós). (almejam direitos e liberdades básicas, riqueza, ocupações respeitáveis etc.)
54 Rawls, contratualismo etc. Mas para garantir igualdade, os indivíduos deliberam sob o véu da ignorância. Desconhecem seu status social, seus talen-tos, sua raça, seu gênero, suas opiniões políticas e religiosas.
55 Rawls, contratualismo etc. É de se esperar que os contratantes pensem de acordo com a regra maximin. (1) 8: 5: 1 (2) 7: 6: 2 (3) 6: 4: 4 (Por que não 4:4:4?)
56 Rawls, contratualismo etc. Dois princípios: 1) P. da liberdade: todos têm igual direito a um conjunto de liberdades básicas invioláveis (direito ao voto, liberdade de expressão e associação, direito de ir e vir etc.)
57 Rawls, contratualismo etc. 2) P. da diferença: diferenças sociais e econômicas existirão, mas deverão: - Ser razoavelmente vantajosas para todos - Vincular-se a empregos e cargos acessíveis a todos.
58 Rawls, contratualismo etc. Esclarecimentos: PL tem prioridade em relação a PD (embora também dependa de PD). PD não trata apenas de acessibilidade formal. (todos devem ter as mesmas oportunidades culturais e educacionais)
59 Rawls, contratualismo etc. 5 tipos de regime: - Capitalismo laissez-faire: viola PD (e tende a violar PL). - Capitalismo de bem-estar social: não institui políticas eficazes para satisfazer PD (permite a sobrevivência de classes margi-nalizadas e dependentes de assistência).
60 Rawls, contratualismo etc. - Democracia possuidora de propriedade : satisfaz PL e PD. - Socialismo de estado: não satisfaz PL. - Socialismo democrático: satisfaz PL e PD.
61 Aula 3 Revisão Contratualismo Com que concordaram ou concordariam os cidadãos? Rawls Com que concordariam os cidadãos caso deliberassem sob o véu da ignorância? Dois princípios: PL + PD PD: elemento esquerdista na teoria de Rawls
62 Rawls, contratualismo etc. PD: diferenças sociais e econômicas existirão, mas deverão: - Ser razoavelmente vantajosas para todos - Vincular-se a empregos e cargos acessíveis a todos.
63 Rawls, contratualismo etc. Não basta prover serviços públicos básicos, pleno emprego, erradicar a miséria é preciso impedir que uma parcela pequena da população controle a economia e, indiretamente, a política.
64 Próxima aula: Críticas libertárias a Rawls (Robert Nozick) Texto: Gargarella, Cap. 2 Perguntas: 1. Faz sentido distinguir entre liberalismo de esquerda e liberalismo de direita? 2. Como é que Nozick argumenta contra PD? 3. Quais são os princípios da justiça de Nozick?
65 Críticas libertárias a Rawls Uma Teoria da Justiça é uma obra poderosa, profunda, sutil, abrangente e sistemática, que não tem igual pelo menos desde os escritos de John Stuart Mill... Filósofos políticos têm de trabalhar com a teoria de Rawls ou explicar por que não o fazem. (Nozick, Anarquia, Estado e Utopia)
66 Robert Nozick ( )
67 Críticas libertárias a Rawls Resumo da posição de Nozick Estado mínimo: fornece segurança, protege a propriedade e faz cumprir contratos. (Direitos de segunda e terceira geração não são promovidos pelo Estado.)
68 Críticas libertárias a Rawls Nozick não usa argumentos conservadores comuns: O mercado livre é o melhor meio para gerar riqueza; a redistribuição gera tensão social; burocracia gera corrupção etc. Nozick quer mostrar que a intervenção nas atividades econômicas dos indivíduos é intrinsecamente injusta.
69 Críticas libertárias a Rawls A argumentação de Nozick Parte negativa (por que Rawls está errado) Parte positiva (qual é a teoria da justiça correta)
70 Críticas libertárias a Rawls Rawls recapitulação: 1) PL : todos têm igual direito a um conjunto de liberdades básicas invioláveis 2) PD: diferenças sociais e econômicas existirão, mas deverão: - Ser razoavelmente vantajosas para todos - Vincular-se a empregos e cargos acessíveis a todos.
71 Contra PD, parte 1. Não é permitido obrigar um indivíduo saudável a sacrificar sua saúde para beneficiar um indivíduo doente. A saúde é tão fortuita quanto o talento. Logo, Não deve ser permitido obrigar um indivíduo a sacrificar os frutos do seu talento.
72 Contra PD, parte 2. Não é permitido obrigar alguém a financiar a cirurgia cosmética de um indivíduo que tem dificuldade para casar-se. O indivíduo requer ajuda para competir no mercado matrimonial da mesma forma que o pobre requer ajuda para competir no mercado profissional. Logo, Não é permitido obrigar alguém a financiar os estudos de um indivíduo pobre que tem dificuldade para obter emprego.
73 Críticas libertárias a Rawls Parte positiva: a teoria da justiça de Nozick Tem-se um direito absoluto sobre a riqueza desde que ela seja (i) justamente adquirida e (ii) justamente transferida.
74 Críticas libertárias a Rawls (i) Justiça na transferência de riqueza. É justa toda transferência consensual entre adultos. Caso Chamberlain.
75 Críticas libertárias a Rawls (ii) Justiça na aquisição de riqueza. Locke: Toda pessoa pode se apropriar de um recurso desde que deixe quantidade suficiente de recursos de qualidade equivalente para os demais. Nozick (ou o que Locke queria dizer): Toda pessoa pode se apropriar de recursos naturais desde que não prejudique ninguém.
76 Críticas libertárias a Rawls Se a desigualdade social resulta de aquisições e transferências justas, então o governo não deve retificá-la. A desigualdade social, em si, não é injusta. Tudo depende da sua história.
77 Críticas libertárias a Rawls Críticas a Nozick Críticas a (i): 1.Quem transfere consensualmente consente com o acúmulo de riqueza e todas a suas consequências? 2. Transações capitalistas são sempre voluntárias? (Caso do trabalhador empobrecido. Nozick retruca com o caso do casamento)
78 Críticas libertárias a Rawls Críticas a (ii): 1. Ninguém é prejudicado quando um particular adquire os meios de produção? 2. É correta a ética do quem chega primeiro, aproveita primeiro? E se outros fossem capazes de produzir mais riqueza com o bem? 3. Por que supor que, a princípio, a riqueza natural não tem dono?
79 Aula 4 Revisão - Nozick defende a liberdade econômica dos indivíduos - Parte negativa da defesa: analogias contra PD - Parte positiva : dois princípios de justiça, sobre a aquisição e a transferência de bens - Críticas a Nozick
80 Contra PD, parte 1. Não é permitido obrigar um indivíduo saudável a sacrificar sua saúde para beneficiar um indivíduo doente. A saúde é tão fortuita quanto o talento. Logo, Não deve ser permitido obrigar um indivíduo a sacrificar os frutos do seu talento.
81 Contra PD, parte 1. Rawls pensa que o governo pode obrigar um indivíduo a sacrificar os frutos do seu talento A saúde é tão fortuita quanto o talento Logo, Rawls teria que aceitar que o governo pode obrigar um indivíduo saudável a sacrificar sua saúde pelo bem de um doente
82 Próxima aula: Críticas igualitárias a Rawls Leitura: Gargarella, cap. 3, pp Perguntas: 1. Rawls faz mal em definir a desigualdade social como desigualdade quanto à posse de bens primários? 2. Será que Rawls exige menos dos cidadãos mais favorecidos do que poderia exigir?
83 G.A. Cohen Amartya Sen Ronald Dworkin
84 Críticas igualitárias a Rawls A desigualdade social tem causas diversas: (a) Discriminação deliberada (b) Diferenças sociais fortuitas pré-existentes (c) Diferenças quanto ao talento dos indivíduos (d) Diferenças quanto ao esforço dos indivíduos
85 Críticas igualitárias a Rawls Rawls 1) PL : todos têm igual direito a um conjunto de liberdades básicas invioláveis 2) PD: diferenças sociais e econômicas existirão, mas deverão: - Ser razoavelmente vantajosas para todos - Vincular-se a empregos e cargos acessíveis a todos
86 Críticas igualitárias a Rawls Algumas ideias por trás de PL e PD: 1. Diferenças sociais derivadas da sorte exigem controle. (Segundo Dworkin, PD não realiza o controle de maneira adequada)
87 Críticas igualitárias a Rawls 2. Diferenças sociais são definidas em termos de bens primários (Sen prefere capacidades básicas ) 3. A desigualdade é permissível desde que beneficie os menos favorecidos. (Segundo Cohen, os mais afortunados têm responsabilidades maiores)
88 Críticas igualitárias a Rawls Duas críticas de Dworkin. 1. PD não evita diferenças sociais baseadas em alguns fatores moralmente arbitrárias. Ex: indivíduos ricos que sofrem de graves problemas de saúde (têm mais, mas precisam de mais).
89 Críticas igualitárias a Rawls 2. PD recomenda a retificação de diferenças sociais entre indivíduos com diferentes graus de ambição. Ex: duas pessoas começam a vida com recursos semelhantes; uma trabalha duro e a outra privilegia o lazer e gostos caros.
90 Críticas igualitárias a Rawls Duas críticas de Cohen. 1. PD (1ª parte) permite a desigualdade social desde que necessária para o benefício dos menos favorecidos. Mas, do ponto de vista dos mais favorecidos, a desigualdade não é necessária.
91 Crianças devem ficar com seus pais É necessário pagar o sequestrador para recuperar a criança Logo, Os pais da criança devem pagar o sequestrador =/= Crianças devem ficar com seus pais É necessário que me paguem para que eu devolva a criança Logo, Os pais da criança devem me pagar
92 Desigualdades são justas quando necessárias para beneficiar os menos favorecidos É necessário manter o imposto relativamente baixo para garantir que os ricos continuem a investir, o que beneficia os menos favorecidos Logo, É justo manter o imposto relativamente baixo =/= Desigualdades são justas quando necessárias para beneficiar os menos favorecidos É necessário manter o meu imposto relativamente baixo para garantir que eu continue a investir, o que beneficia os menos favorecidos Logo, É justo manter o meu imposto relativamente baixo
93 Críticas igualitárias a Rawls O argumento é suspeito quando formulado na primeira pessoa. O rico que usa esse argumento não age de acordo com PD...
94 Críticas igualitárias a Rawls (Duas críticas de Cohen...) 2. Justiça não é o único ideal político relevante. Há também o ideal da comunidade ou solidariedade...
95 Aula 5 Revisão Três ideias Rawlsianas: - Diferenças sociais derivadas de fatores fortuitos exigem controle. - Diferenças sociais são definidas em termos de bens primários - A desigualdade é permissível desde que beneficie os menos favorecidos.
96 Próxima aula: Feminismo Leitura: Kymlicka, cap. 7, pp e pp Perguntas: 1. Procure exemplos de discriminação de gênero escondidos por trás da retórica igualitária das sociedades liberais. 2. O que significa dizer que o pessoal é político? 3. A filosofia política de Rawls é uma filosofia muito masculina?
97 Feminismo As mulheres, por toda parte, estão submeti-das a uma condição de subordinação. Tendemos a ignorar isso em sociedades liberais. O feminismo pretende identificar as ocorrências de subordinação e combatê-las.
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99 Feminismo A filosofia política não é abertamente sexista como foi no passado. Mas talvez adote uma perspectiva muito masculina.
100 Feminismo Três críticas feministas à filosofia política dominante (Rawls e cia.) 1. Discriminação apesar da pretensa neutralidade quanto ao gênero
101 Feminismo Mulheres têm direito a concorrer a cargos públicos e privados. Mas as condições de acesso são definidas com base na perspectiva masculina. (ex: horário de trabalho integral)
102 A fisiologia dos homens define a maioria dos esportes, suas necessidades definem a cobertura dos seguros de automóveis e de saúde, sua biografias projetadas para o social definem as expectativas de local de trabalho e padrões bem-sucedidos de carreira, suas perspectivas e interesses definem a qualidade no trabalho acadêmico, suas experiências definem o mérito, sua objetificação da vida define a arte, seu serviço militar define a cidadania, sua presença define a família... sua imagem define Deus e seus órgão genitais definem o sexo.
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104 Feminismo Essa crítica mostra que PD precisa ser revisto? PD: diferenças sociais e econômicas existirão, mas deverão: - Ser razoavelmente vantajosas para todos - Vincular-se a empregos e cargos acessíveis a todos
105 Feminismo 2. Público e privado
106 Feminismo Griswold vs. Connecticut (1965) Declarou inconstitucional uma lei do século XIX que proibia o uso contraceptivos. Direito à privacidade dos casais.
107 Feminismo Os escrúpulos liberais contra a interferência na vida privada levam-nos a ignorar injustiças domésticas. O pessoal é político!
108 Feminismo 3. Ética da justiça vs. ética do cuidado. Homens e mulheres pensam diferentemente sobre questões morais. Homens Regras, imparcialidade, racionalidade. Mulheres Compaixão, pessoalidade, intuição.
109 Feminismo Lawrence Kohlberg: Meninos resolvem conflitos morais recor-rendo a regras universais; meninas enfatizam diálogo, negociação, convencimento. [Exemplo: Dilema de Heinz.]
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111 Feminismo Duas reações feministas interessantes: a) A diferença é um produto cultural a ser combatido. Mulheres seguem a ética do cuidado porque não têm oportunidade de desenvolver outras capacidades intelectuais.
112 Feminismo b) A diferença é natural e a ética do cuidado deve ser valorizada. (Gilligan)
113 Próxima aula: Marxismo analítico Leitura: Gargarella, cap. 4. Perguntas: 1.Qual é a diferença entre o marxismo analítico e o marxismo clássico? 2. O que é alienação? O que é exploração?
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