Ética e Organizações EAD 791. Prof. Wilson Amorim 13/Setembro/2017 FEA USP

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1 Ética e Organizações EAD 791 Prof. 13/Setembro/2017 FEA USP

2 Ética Aula 13/09/2017 A ética das virtudes em Aristóteles Referência CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, Unidade 8 Cap. 6, pp ,

3 Aula/data Conteúdo - Realizado 1-2/8 Apresentação da disciplina 2-09/8 Atitude Filosófica e Reflexão Filosófica, Os campos da Filosofia 3 16/8 Constituintes do campo ético: virtude, sujeito moral e meios 4 23/8 Constituintes do campo ético: virtude, sujeito moral e meios 5 30/8 Ética e Psicanálise: Necessidade, desejo e vontade 6-13/9 Vertentes éticas: Ética das virtudes; Utilitarismo 7 20/9 Vertentes éticas: Egoísmo ético 8 27/9 Vertentes éticas: Deontologia (Ética do Dever) 9 04/10 Ética e organizações: valores, visão e missão; códigos de conduta 10 11/10 Ética e Trabalho nas Organizações 11-18/10 Ética e Organizações: Stakeholders 12-25/10 Ética e Organizações: Sustentabilidade 13-01/11 Ética e Organizações: Relações com Governo 14, 15,16-08, 22 e 29/11 Apresentação de Trabalhos

4 Ética Aristóteles ( a.c.) Nasceu em Estágira (Macedônia) Em Atenas 367 a.c. foi discípulo de Platão Em 343 a.c. foi chamado por Filipe da Macedônia para educar Alexandre, o Grande Em 333 a.c. volta à Atenas e funda o Liceu (concorrente da Academia de Platão)

5 A Filosofia Prática Ética Deve definir: a Felicidade a Natureza Humana como ethos (caráter) as Virtudes ou, em outras palavras... Deve conhecer o que é o bem e também saber como nos tornamos bons

6 Felicidade (eudaimonia) É o conteúdo do bem ético (ou a finalidade da ação moral) Por quê? É um bem perfeito porque o procuramos por ele mesmo e não em vista de outra coisa As outras coisas são buscadas para se chegar à Felicidade ex.: honra, riqueza, prazer e inteligência são buscados para chegar à Felicidade

7 Como alcançar a Felicidade? (com que meios?) Por meio da Virtude (Areté - excelência), da ação virtuosa ao longo da vida O que é a Virtude? Não é inclinação (desejo) É disposição para fazer algo, um hábito

8 Qual hábito? O exercício da vontade guiada pela razão para deliberar sobre os meios e escolher os fins de nossas ações sem cair nos extremos Buscar o Justo Meio

9 Definição de Virtude Ética É a disposição voluntária e refletida para a ação excelente, tal como praticada pelo homem prudente Disposição interior constante Pertence ao gênero das ações voluntárias (o sujeito exerce vontade) Feita por escolhas deliberadas sobre os meios possíveis para alcançar um fim que está ao alcance ou no poder do agente e que é um Bem para ele

10 Virtude É uma disposição de caráter... relacionada com uma escolha deliberada e que consiste num justo-meio ao que nos diz respeito,......determinado por um princípio racional próprio do homem dotado de sabedoria prática Hábito (prática contínua de boas ações) De acordo com a vontade (e não com o desejo) Definir o que é o correto e evitar os extremos (vícios) Usar a razão (e não as paixões impulsivas) Investigar os meios para a boa vida em geral Proceder da mesma forma em relação a todas as pessoas

11 Exemplos Sentimento ou Paixão (natureza) Situação (contingência) Excesso Deliberação e escolha Vício Virtude Falta (justo meio) Prazeres Tocar, Ter, Comer Libertinagem Insensiblidade Temperança Medo Perigo Covardia Temeridade Coragem Vergonha Relação Com Os Outros Timidez Semvergonhice Modéstia Generosidade Posse de recursos Prodigalidade Avareza Liberalidade

12 Como fazer isto? Ação e Deliberação 1) A é desejável 2) Percebo que posso conseguir A por meio de B ou de C 3) Delibero entre B ou C 4) Escolho C como preferível 5) Realizo C para alcançar A Ação e Deliberação 1)Preciso pagar minhas contas no banco 2) Percebo que posso conseguir isso entrando na fila de idosos ou na fila dos demais clientes 3)Delibero entre a fila dos idosos e a fila dos demais clientes 4) Escolho a fila dos demais clientes 5) Uso a fila dos demais clientes e pago minhas contas no banco

13 Incontinência Akrasia Não me contenho diante das situações Não sou capaz de me governar

14 Por Natureza x Por Vontade Não deliberamos sobre o que é Necessário Deliberamos sobre o que é Possível

15 Homem moderado: Encontra o justo meio Homem Prudente Víncula Ética e Política... (pela identidade da disposição do prudente e do político)... e quando faz Política: Subordina bens individuais ao bem comum Modera e legisla oferecendo a regra correta para todos: a justiça política da lei é uma virtude ética por promover o bem da comunidade

16 Para Aristóteles O Estado justo ou perfeito é uma comunidade una e indivisa A finalidade do Estado é o bem comum Os governantes devem: Ser virtuosos Um espelho para os governados (que os imitam) Ou então... seus vícios corrompem e destroem o Estado

17 Comentários sobre o livro do Sandel Sandel: discussão a respeito dos limites morais do mercado se dá em torno de duas objeções básicas (com uma lista incrível de coisas bizarras e tb verdadeiras): a) o mercado não atenta para a equanimidade: o mercado parte do pressuposto de que somos todos iguais diante das oportunidades e, por isto, livres para fazer o que quiser e maximizar nossas escolhas. Sandel destaca que não somos iguais (há pobres, fracos, doentes etc), logo o mercado não lida com liberdade para valer e por isto não soluções maximizadoras equilibradas (e por consequência justas).

18 Comentários sobre o livro do Sandel Sandel: discussão a respeito dos limites morais do mercado se dá em torno de duas objeções básicas (com uma lista incrível de coisas bizarras e tb verdadeiras): b) o mercado corrompe valores e atitudes: as decisões de maximização não atentam a coisa certa moralmente a ser feita, ou mesmo sobre o modo certo moralmente de se fazer as coisas. Valores como altruísmo, generosidade, coragem etc não tem sentido nos comportamentos individuais e, quando muito, devem ser guardados para a vida familiar Sandel indica que o Utilitarismo é um fundamento teórico não explicitado na Teoria Econômica (por incrível q pareça!). A maneira como Sandel apresenta no livro, não demonstra muita diferença entre o Utilitarismo e o Egoísmo Ético. Nós, durante o curso, vamos tratar o Egoísmo Ético como uma radicalização do Utilitarismo (algo mais ligado na origem a Stuart Mill).

19 Sandel: limites morais do mercado Pressuposto s do Mercado Igualdade (somos iguais) e Liberdade (para fazer o que quiser e maximizar nossas escolhas) Solução maximizadoras são equilibradas e, por isso, justas Objeção de Sandel Não somos iguais (há pobres, fracos, doentes etc), logo não soluções maximizadoras equilibradas (e por consequência justas) o mercado não atenta para a equanimidade Mercado corrompe valores e atitudes: as decisões de maximização não atentam a coisa certa moralmente a ser feita, ou mesmo sobre o modo certo moralmente de se fazer as coisas. Valores como altruísmo, generosidade, coragem etc não tem sentido nos comportamentos individuais (quando muito, devem ser guardados para a vida familiar)

20 Próximos passos: Leitura sobre Utilitarismo: GIANNETTI, E. F. Vícios privados, benefícios públicos. São Paulo: Cia. das Letras, Cap. 1 (p.42-50).

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