O KANT DE JOHN RAWLS: APROPRIAÇÕES DA MORAL KANTIANA NA JUSTIÇA COMO EQUIDADE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "O KANT DE JOHN RAWLS: APROPRIAÇÕES DA MORAL KANTIANA NA JUSTIÇA COMO EQUIDADE"

Transcrição

1 O KANT DE JOHN RAWLS: APROPRIAÇÕES DA MORAL KANTIANA NA JUSTIÇA COMO EQUIDADE Danilo de Oliveira Caretta Orientador: Prof. Dr. Aguinaldo Pavão RESUMO Neste trabalho, pretendo expor algumas das apropriações que John Rawls faz da filosofia moral de Kant em sua obra Uma Teoria da Justiça, bem como discutir a necessidade e a legitimidade dessas apropriações. Para tal proposta, farei, a princípio, uma explanação dos conceitos de posição original, véu de ignorância e princípios de justiça, para então aproximá-los dos conceitos kantianos de autonomia, imperativo categórico e outros elementos presentes na moral de Kant. Minha tese é a de que Rawls compromete em partes a interpretação de sua teoria da justiça como equidade, sobretudo no que se refere à deliberação das partes na posição original, ao pretender que a escolha dos princípios de justiça, sob as restrições do véu de ignorância, possa ser considerada autônoma em termos kantianos, tal como propõe no 40. No entanto, o autor parece lograr êxito ao defender o princípio da diferença e a cooperação social quando faz uso da segunda formulação do imperativo categórico e do dever de auxílio mútuo, respectivamente. Palavras chave: posição original, autonomia, imperativo categórico. 295

2 Introdução Neste trabalho, pretendo expor algumas das apropriações que John Rawls faz da teoria moral de Kant em sua obra Uma Teoria da Justiça, bem como discutir se essas apropriações são legítimas, ou seja, se não se afastam muito da proposta do filósofo de Königsberg, e se não acabam até mesmo por prejudicar em alguns pontos a interpretação da teoria da justiça como equidade. Sabe-se que John Rawls é leitor de Kant, pois há várias referências a ele não só na obra acima citada, mas também em seu Liberalismo Político e em diversos artigos, como O construtivismo kantiano na teoria moral. Em sua História da Filosofia Moral, Rawls nos apresenta uma visão panorâmica da moral kantiana, discutindo pontos importantes da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Metafísica dos Costumes e Crítica da Razão Prática. Em Uma Teoria da Justiça, há referências a Kant em todos os capítulos, sobretudo na seção 40 do Capítulo IV, quando Rawls tenta oferecer uma interpretação na qual as partes da posição original caracterizariam pessoas autônomas, que intentam dar expressão a sua natureza enquanto seres racionais livres e iguais, e os princípios de justiça que se assemelhariam aos imperativos categóricos, por serem frutos de tal deliberação e por sua necessidade de aceitação universal. Também analisarei outras passagens das seções 29 e 51, onde Rawls defende, com base no imperativo categórico, a cooperação social, o princípio da diferença e o dever natural de auxílio mútuo. Antes, porém, de expor tais aproximações, faz-se necessária uma elucidação dos conceitos básicos da teoria da justiça rawlsiana, que são: posição original, véu de ignorância, equilíbrio reflexivo e princípios de justiça. Esses conceitos serão discutidos à luz do contratualismo, tal como o próprio Rawls sugere. Na medida em que o texto segue, algumas discussões pormenores serão inevitavelmente deixadas de lado. A análise das apropriações que Rawls faz de Kant não exige mais do que uma exposição geral das ideias contidas em Uma Teoria da Justiça. 296

3 1. A justiça rawlsiana e o contratualismo Quando se fala em contratualismo, imediatamente os nomes de Hobbes, Locke, Rousseau e Kant nos vêm à mente. É certo que John Rawls pode ser considerado um herdeiro direto destes autores, em especial dos três últimos, mas sua proposta se afasta da dos modernos em muitos aspectos. Em primeiro lugar, John Rawls não está preocupado em legitimar alguma forma de governo ou explicar como a sociedade teve sua origem. Sua preocupação é apenas com a justiça; mais especificamente, com a justiça no âmbito social, ou o modo como as principais instituições sociais distribuem os direitos e os deveres fundamentais e determinam a divisão das vantagens decorrentes da cooperação social (RAWLS, 2008, p. 8). Seu alvo é a justiça em regimes de democracia constitucional, o que não quer dizer que sua filosofia não seja aplicável a outras formas de governo, nem que estas não possam ser justas. Em segundo lugar, precisamos substituir o já conhecido termo estado de natureza pelo novo posição original. Esta posição é puramente hipotética e procedimental, onde pessoas encontram-se numa situação de igualdade para apresentar e defender quais princípios de justiça elas acreditam ser mais razoáveis para nortear seu convívio na sociedade. A deliberação acerca desses princípios está sujeita a todo tipo de interferências: desde o desejo das partes em garantir maiores vantagens para si próprias como interferências de concepções de bem que elas compartilham e perspectivas de vida que possuem, entre outras. Sendo assim, para assegurar que os princípios escolhidos sejam imparciais e aceitos por todos, Rawls faz uso de um artifício denominado véu de ignorância. Sob este véu, no momento em que deliberam, as partes desconhecem a real situação que ocupam na sociedade. Vale também lembrar que as pessoas são mutuamente desinteressadas, ou seja, suas preocupações se restringem apenas a que posição elas próprias, e não as outras partes da posição original, ocupam na sociedade civil. 297

4 Assim, parece razoável e de modo geral aceitável que ninguém seja favorecido ou desfavorecido pelo acaso ou pelas circunstâncias sociais na escolha dos princípios. Também parece haver consenso geral de que deve ser impossível adaptar os princípios às circunstâncias de casos pessoais. Também devemos garantir que determinadas inclinações e aspirações e concepções individuais do bem não tenham influência sobre os princípios adotados. [...] Por exemplo, se determinado homem soubesse que era rico, poderia achar razoável defender o princípio de que os diversos impostos em favor do bem-estar social fossem considerados injustos; se ele soubesse que era pobre, seria bem provável que propusesse o princípio oposto. (Ibid., p. 22) Todavia, essas restrições impostas pelo véu de ignorância não são fixas. Na medida em que avançamos na escolha dos princípios, pode-se um verificar desequilíbrio destes com nossas crenças morais sobre o que é justo. É certo que, a princípio, devemos nos apoiar sobre tais concepções, pois são de ampla aceitação. Por exemplo, um princípio que engloba uma intuição moral que rejeita a escravidão pode parecer justo e ao mesmo tempo útil para tal proposta, se sua abrangência for tal que ofereça uma luz quanto à distribuição dos bens sociais decorrentes da cooperação social. No entanto, se ele entrar em discordância com alguma outra crença moral, temos duas escolhas: podemos abandonar ou reformular tais crenças ou modificar as restrições da posição original. Com esses avanços e recuos, às vezes alterando as condições das circunstâncias contratuais, outras vezes modificando os nossos juízos para que se adaptem aos princípios, suponho que acabemos por encontrar uma descrição da situação inicial que tanto expresse condições razoáveis como gere princípios que combinem com nossos juízos ponderados devidamente apurados e ajustados. Denomino esse estado de coisas equilíbrio reflexivo (Ibid., p.25). Ao atingirmos tal estado, cremos que as partes serão capazes de escolher princípios de justiça razoáveis e reconhecidamente aceitos por todos. Sobre este ponto, cabem aqui três observações: em primeiro lugar, o equilíbrio 298

5 reflexivo é o que caracteriza o coerentismo interno da filosofia de Rawls. Não há nenhuma lei ou preceito tomado como verdade axiomática em que se apoie para deduzir outras verdades. Isto já caracteriza um afastamento grande da moral kantiana, que se funda num fato da razão e aceita as leis morais como verdades a priori. Em segundo lugar, esse procedimento contratualista tem por objetivo a construção de princípios de justiça para todo um ordenamento social. Uma concepção de justiça, portanto, não é dada: o que temos são intuições morais acerca do certo e do errado, do justo e do injusto, do bem e do mal, etc. O conhecimento dessa concepção só se dá através dessa construção hipotética, que tem também, entre outros objetivos, uma aceitação geral dos princípios alcançados. Por outro lado, o próprio Rawls descarta a possibilidade de elaborar todo esse processo de construção dos princípios e de adequação de nossas crenças morais às restrições da posição original e do véu de ignorância. Dado que as restrições impostas ao véu de ignorância são contingentes e que há grande desacordo entre as pessoas no que se refere às suas crenças morais, é difícil acreditar que tal processo de construção implique necessariamente nos mesmos princípios de justiça. Assim, se por um lado há uma generalização forçada de preceitos morais, por outro, é possível que toda a situação contratual sirva apenas como uma justificativa para uma intuição de justiça pré-concebida por Rawls. 2. As cláusulas do contrato: os dois princípios de justiça Os princípios da justiça propostos por Rawls são dois: o primeiro é chamado de princípio da liberdade igual; o segundo pode ser dividido em princípio da diferença e princípio da igualdade equitativa de oportunidades. Sua exposição definitiva ocorre na seção 46 e é a que segue: Primeiro princípio: cada pessoa deve ter um direito igual ao mais abrangente sistema total de liberdades básicas iguais que seja compatível com um sistema similar de liberdade para todos. 299

6 Segundo princípio: as desigualdades econômicas e sociais devem ser dispostas de modo a que tanto: (a) se estabeleçam para o máximo benefício possível dos menos favorecidos [...] como (b) estejam vinculadas a cargos e posições abertas a todos em condições de igualdade equitativa de oportunidades. (RAWLS, 2008, p. 376) Há, obviamente, uma maneira desses princípios se relacionar. Para esclarecer tal questão, Rawls elabora um sistema de prioridade entre eles: o primeiro princípio antecede o segundo, e a igualdade de oportunidades precede o princípio da diferença. A razão disto é que Rawls não aceita uma restrição das liberdades básicas em troca de um maior favorecimento socioeconômico ou mais facilidade de acesso a cargos públicos. Estas liberdades compreendem: [...] a liberdade política (o direito ao voto e a exercer cargo público) e a liberdade de expressão e reunião; a liberdade de consciência e de pensamento; a liberdade individual, que compreende a proteção psicológica, a agressão e a mutilação (integridade da pessoa); o direito à propriedade pessoal e a proteção contra a prisão e detenção arbitrárias, segundo o conceito do Estado de Direito (Ibid., p. 74). Dizer que há uma ordenação léxica, ou seja, de prioridade entre os princípios significa que o primeiro tem um peso absoluto com relação ao segundo e assim por diante. As questões concernentes ao segundo princípio só são discutidas se o primeiro já for totalmente satisfeito ou se não se a aplicar à questão em cheque. Por dar preferência à liberdade e à igualdade de oportunidades, Rawls é visto como um liberal. No entanto, ele possui preocupações igualitárias, visto que o princípio da diferença busca atenuar desigualdades socioeconômicas, ou ao menos dispô-las de forma que os menos favorecidos tenham alguma vantagem com isso. Conforme disse anteriormente, discussões pormenorizadas como o princípio de poupança justa, princípio da eficiência e da maximização da soma de vantagens não serão tratadas aqui. Por razões óbvias, também deixei de lado as discussões acerca do princípio da utilidade e do intuicionismo. Todos esses pontos merecem uma explanação mais cuidadosa; tratar destes assuntos iria muito além da proposta a que o texto se submete. 300

7 Dadas as explicações anteriores, passemos à análise da apropriação dos termos que John Rawls faz da filosofia moral de Kant. 3. Autonomia e posição original Não há novidade alguma na afirmação de que os princípios morais são gerais e universais; e, como já vimos, essas condições, de qualquer modo, não nos levam muito longe. É impossível construir uma teoria moral sobre uma base tão exígua (Ibid., p ). Este comentário aparece no início da seção 40 - A interpretação katiana da justiça como equidade - e já nos traz um esboço da leitura rawlsiana da ética de Kant. John Rawls parte do pressuposto que as pessoas são seres de natureza racional, ou seja, acredita que princípios de justiça podem ser objetos de escolha racional. Também acredita que sendo a razão o móbil de nossas escolhas, damos expressão a nossa liberdade. Como essas características estão presentes em todos os seres humanos, somos todos iguais, ao menos nesses aspectos. Esse esboço, todavia, não é tão claro em Uma Teoria da Justiça. A primeira divergência entre os autores se refere à existência de princípios morais (e de justiça) a priori e independentes da experiência e das contingências da vida humana. Para Rawls, somos pessoas capazes de ter desejos racionais, como desejar certos bens primários (liberdades, oportunidades, rendimentos decorrentes da cooperação social, etc.), ter determinados objetivos de vida e compartilhar de alguma concepção de bem, bem como de uma concepção de justiça. A deliberação sob o véu de ignorância não priva o conhecimento das sujeições e contingências da vida cotidiana, mas o conhecimento de nossa ocupação na sociedade e nosso posicionamento com relação a essas contingências. Como as partes estão todas sob as mesmas restrições, o desconhecimento dessas contingências nos leva a uma deliberação racional, igual e livre. O Kant de Rawls crê que uma ação autônoma ocorre apenas enquanto expressão dessa natureza racional igual e livre. Sabe-se, no entanto, que não é essa a proposta do filósofo alemão. Kant não discordaria de que uma ação autônoma é a expressão dessa natureza, mas reduzi-la a esses pontos caracteriza 301

8 um recorte muito grande da moral de Kant, recorte este que obscurece o real sentido do termo autonomia. Na visão do filósofo de Königsberg, existem leis morais a priori, independentes de toda experiência e de qualquer contingência da vida humana. A existência desses princípios caracteriza um fato da razão pura prática. Da existência dessas leis provém a necessidade das ações em seu cumprimento. O homem, com efeito, afetado por tantas inclinações, é na verdade capaz de conceber a ideia de uma razão pura prática, mas não é tão facilmente dotado de força necessária para tornar eficaz in concreto no seu comportamento (KANT, 1974, p.199). O papel de nossa razão, para Kant, é o de formar uma boa vontade. Nela está contida o desejo. O arbítrio, na medida em que determina a si mesmo com princípios puros, é chamado de livre-arbítrio e implica boa vontade. Em outras palavras, o arbítrio que se submete a lei moral por dever, ou seja, pela necessidade mesma dessa sujeição em respeito a essa lei, é o arbítrio livre. A distinção entre vontade e arbítrio só aparece na introdução à Metafísica dos Costumes. No entanto, um arbítrio que determina a si mesmo caracteriza a independência da vontade de impulsos sensíveis. Em outras palavras, uma vontade livre é constituída necessariamente, porém não exclusivamente, de um arbítrio autônomo. [...] que outra coisa pode ser, pois, a liberdade da vontade senão autonomia, isto é, a propriedade da vontade de ser lei para si mesma? [...] assim, pois, vontade livre e vontade submetida a leis morais são uma e a mesma coisa (Ibid., p.243). Para Kant, portanto, só há autonomia numa ação cuja máxima respeita a lei moral. Rawls, além de desconsiderar os pontos supracitados, ainda precisa de vários acréscimos, como as caracterizações da posição original e do véu de ignorância, para sustentar a autonomia das partes. Assim sendo, qual a necessidade do paralelo com Kant? Rawls, na medida em que procura se afastar de uma fundamentação metafísica dos princípios de justiça, afasta-se também de uma concepção mais profunda de pessoa. A interpretação empírica da autonomia kantiana não auxilia o entendimento, por permitir que uma série de problemas a 302

9 esse respeito sejam levantados, tais como os que acima esboço, e talvez a proposta de Rawls manteria seu valor e independência sem tal aproximação. 4. O imperativo categórico e a cooperação social Kant nos dá um exemplo interessantíssimo na segunda seção de sua Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Deve um homem próspero auxiliar a outros em dificuldade? Segundo Kant, não é possível querer que um princípio de não cooperação valha como uma lei de natureza, visto que noutro momento a pessoa pode estar numa situação semelhante, ou seja, na esperança de auxílio (Ibid., p.225). Assim diz a segunda formulação do imperativo categórico de Kant: age de tal maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como fim e nunca simplesmente como meio (Ibid., p.229). Tratando do exemplo acima, Kant afirma que deve haver uma identificação dos objetivos de outrem com os meus próprios, visto que o fim natural de todos os homens é a felicidade. Não contribuir para a realização desses fins significa ignorar a humanidade como fim em si mesma. Rawls serve-se dessa formulação em sua obra magna na seção 29, onde expõe alguns dos seus principais argumentos a favor dos dois princípios da justiça. No que se refere a essa apropriação, é também uma interpretação de Kant à luz de seu contratualismo, mas não se distancia da doutrina originalmente proposta pelo filósofo alemão. Pelo contrário, neste caso, o exemplo de Rawls permanece muito próximo à formulação de Kant ao menos no que tange à sua filosofia moral e não engendra nenhum abandono à doutrina originalmente proposta. Vejamos: Na interpretação contratualista, tratar os homens como fins em si mesmos implica, no mínimo, tratálos segundo os princípios com os quais todos concordariam numa situação original de igualdade. [...] significa aceitar abdicar de ganhos que não contribuem para as expectativas de todos. Em contraste, considerar as pessoas como meios significa se dispor a impor perspectivas de vida 303

10 ainda mais baixas às pessoas menos favorecidas (RAWLS, 2008, p ). Na medida em que as partes desconhecem a real situação que ocupam na sociedade, um sistema de cooperação social se aparenta mais vantajoso para todos. Em termos reais, a probabilidade numérica de fazer parte da parcela menos favorecida economicamente da sociedade é maior. Assim, embora alguns possam querer arriscar uma vantagem maior para si, é racional que busquem maximizar o bem-estar e as condições de vida dos pertencentes dessa parcela, pois podem pertencer a ela. Nas seções 29 a 31 da segunda parte da Metafísica dos Costumes 1, Kant deixa clara a obrigatoriedade moral do dever de beneficência, correspondente ao dever rawlsiano de auxílio mútuo. E esse dever, além de universal, deve ser público. Com tais considerações, é possível afirmar que tanto Rawls quanto Kant concordariam que a cooperação social é um dever de todos os cidadãos 2. Sobre este ponto, resta ainda uma questão a ser levantada quanto às exigências morais e legais. Kant elabora, na introdução à Metafísica dos Costumes, uma distinção crucial: A coincidência de uma ação com a lei do dever é a legalidade (legalitas) a da máxima da ação com a lei é a moralidade (moralitas) da mesma (KANT, 2004, p. 31). Há várias distinções feitas por Kant, em especial no tocante às leis (externas, práticas, morais, positivas, etc). Não me atentarei a todos estes os pormenores. O importante aqui é ressaltar aqui que, em termos kantianos, as exigências do princípio da diferença não se restringem apenas ao âmbito legal (ou jurídico), mas adentram no âmbito moral (ou ético). Em outras palavras, ao aceitar que o dever de auxílio mútuo deva ser uma exigência não apenas moral, mas também jurídica, Rawls está assumindo que os cidadãos devam partilhar de uma mesma concepção de bem, ou de uma mesma doutrina abrangente. 1 Nesta referência, faço uso da tradução de Edson Bini. Em todas as outras referências, a menção é apenas à primeira parte da Metafísica dos Costumes, intitulada Princípios Metafísicos da Doutrina do Direito e cuja tradução foi realizada por Artur Morão. 2 Rawls estava ciente disso. Ver notas 8 da seção 21 de (p.161) e nota 4 da seção 51 (p.422) de Uma Teoria da Justiça. 304

11 Esta discussão pode se estender por diversas vias. Por exemplo, pode-se alegar que a exigência da cooperação social pelo princípio da diferença justifica-se apenas prudencialmente e que as partes da posição original escolheriam a cooperação social apenas como uma forma de maximização do bem-estar, aproximando-se uma visão utilitarista. Por outro lado, poder-se-ia analisar se o abandono dessa doutrina abrangente em O Liberalismo Político resulta também no abandono do princípio da diferença, e de que forma Rawls trata a cooperação social nos escritos posteriores a Uma Teoria da Justiça. No entanto, alguns pontos são claros. Rawls parece não levar em consideração a distinção de Kant entre permissões legais e exigências morais, como bem observa Pavão: Adotando os princípios da filosofia jurídica de Kant, pode-se afirmar que, embora eticamente obrigatória, a ajuda aos pobres não é juridicamente obrigatória, sendo permitido, pois, não ajudar aos pobres (PAVÃO, 2011, p ). No entanto, a formulação do princípio da diferença é justificável, do ponto de vista moral, através do imperativo categórico e de outras premissas da filosofia moral de Kant. Saber se este princípio está de acordo com a filosofia jurídica do filósofo de Königsberg, ou se há outras formas de justificar a distribuição de bens e vantagens através de um sistema de cooperação social resulta em outros problemas que não serão discutidos aqui. 5. Considerações finais Sabemos que Rawls, como já foi dito no início do texto, foi um exímio leitor de Kant. Uso aqui o adjetivo exímio, pois além de aprofundar e discutir os principais pontos da filosofia moral de Kant em sua História da Filosofia Moral, o filósofo norte-americano ainda serve-se de vários aspectos da doutrina kantiana em sua obra Uma Teoria da Justiça. Essas apropriações renderam a Rawls inúmeras críticas e qualificações, dentre elas, o adjetivo de kantiano. Posteriormente, em seu artigo O construtivismo kantiano na teoria moral, o filósofo, visando se defender de possíveis críticas de índole kantiana, faz questão de posicionar-se sobre este adjetivo: 305

12 A teoria da justiça como equidade, evidentemente, não é uma teoria kantiana no sentido estrito. Ela se afasta do texto de Kant em inúmeros pontos. O adjetivo kantiano exprime apenas uma analogia, não uma identidade; ele indica que minha doutrina se parece, em boa parte, com a de Kant, e isso se dá a respeito de muitos pontos fundamentais, pelo que está bem mais próxima dela do que das outras doutrinas morais tradicionais que nos servem como termos de comparação (RAWLS, 2002, p.48). As críticas que dirijo a Rawls neste texto não são necessariamente de índole kantiana. Meu objetivo não foi verificar a consistência do pensamento de Rawls com base na filosofia moral ou jurídica de Kant, mas contrapor as duas teorias e verificar sob quais condições a analogia com Kant foi bem sucedida e sob quais não foi. Embora, como já disse, eu creia que a teoria da justiça como equidade de Rawls mantenha seu valor independentemente de paralelos com a doutrina de Kant (ou de qualquer outro autor), a analogia da segunda formulação do imperativo categórico com o princípio da diferença e com o dever de auxílio mútuo foi suficiente para justificar, ao leitor leigo de Kant, a moralidade da cooperação social. Entretanto, a apropriação do termo autonomia tal como proposto na seção 40 de Uma Teoria da Justiça se apresentou distante demais da doutrina originalmente proposta por Kant, além de conter inúmeros acréscimos. Penso, nesse caso, que uma definição do termo autonomia com base no conceito de pessoa seria suficiente para as pretensões almejadas na justiça como equidade. 306

13 6. Referências Bibliográficas KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. In: Crítica da razão pura e outros textos filosóficos. São Paulo: Abril Cultural, p Metafísica dos Costumes Primeira Parte: Princípios Metafísicos da Doutrina do Direito. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, PAVÃO, Aguinaldo. Crítica aos princípios da teoria da justiça como equidade de Rawls a partir da filosofia jurídica e política de Kant. Texto não publicado, RAWLS, John. História da Filosofia Moral. Tradução de Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, O construtivismo kantiano na teoria moral. In:. Justiça e Democracia. Tradução de Irene A. Paternot. São Paulo: Martins Fontes, p O Liberalismo Político. Tradução de Álvaro de Vita. São Paulo: Martins Fontes, Uma Teoria da Justiça. Tradução de Jussara Simões. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes,

Influências em John Rawls

Influências em John Rawls Filosofia social Questão fundamental Quais os princípios da justiça distributiva ou justiça social? Quais os princípios para determinar (descobrir e selecionar) como distribuir apropriadamente os bens

Leia mais

Cotações. Prova Escrita de Filosofia. 10.º Ano de Escolaridade Março de Duração da prova: 90 minutos. 3 Páginas

Cotações. Prova Escrita de Filosofia. 10.º Ano de Escolaridade Março de Duração da prova: 90 minutos. 3 Páginas Prova Escrita de Filosofia Versão A 10.º Ano de Escolaridade Março de 2016 Duração da prova: 90 minutos 3 Páginas Leia atentamente o enunciado Para cada resposta, identifique o grupo e o item. Apresente

Leia mais

2 A Concepção Moral de Kant e o Conceito de Boa Vontade

2 A Concepção Moral de Kant e o Conceito de Boa Vontade O PRINCÍPIO MORAL NA ÉTICA KANTIANA: UMA INTRODUÇÃO Jaqueline Peglow Flavia Carvalho Chagas Universidade Federal de Pelotas 1 Introdução O presente trabalho tem como propósito analisar a proposta de Immanuel

Leia mais

Justiça Equitativa e Autonomia Política em John Rawls

Justiça Equitativa e Autonomia Política em John Rawls Justiça Equitativa e Autonomia Política em John Rawls XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Bolsista Apresentador: Iuri Hummes Specht 1, Thadeu Weber 2 (orientador) 1 Faculdade de Filosofia, PUCRS, 2

Leia mais

JUSTIÇA E EQUIDADE EM JOHN RAWLS

JUSTIÇA E EQUIDADE EM JOHN RAWLS JUSTIÇA E EQUIDADE EM JOHN RAWLS John Rawls (1921-2002) viveu no século XX e passou sua vida na busca da construção de uma teoria da justiça que fosse capaz de conjugar os dois principais valores morais

Leia mais

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura

O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura O caminho moral em Kant: da transição da metafísica dos costumes para a crítica da razão prática pura Jean Carlos Demboski * A questão moral em Immanuel Kant é referência para compreender as mudanças ocorridas

Leia mais

Cristiann Wissmann Matos *

Cristiann Wissmann Matos * JUSTIÇA COMO EQUIDADE: JUSTIFICAÇÃO DE UMA TEORIA SUBSTANTIVA. Cristiann Wissmann Matos * Resumo: O presente trabalho descreverá o modelo de justificação moral desenvolvido na justiça como equidade de

Leia mais

Dignidade Humana e Justiça Social

Dignidade Humana e Justiça Social Dignidade Humana e Justiça Social Francisco José Vilas Bôas Neto Francisco José Vilas Bôas Neto Dignidade Humana e Justiça Social Belo Horizonte 2013 Lista de Siglas 1) CKTM Construtivismo Kantiano na

Leia mais

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II - 2017 16.03.2018 Hélio Lima LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013 O Sistema kantiano Estética Transcendental Experiência Lógica

Leia mais

Kant e a Razão Crítica

Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica Kant e a Razão Crítica 1. Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio

Leia mais

Uma perspetiva contemporânea acerca da justiça

Uma perspetiva contemporânea acerca da justiça Uma perspetiva contemporânea acerca da justiça A justiça é a primeira virtude das instituições sociais, como a verdade o é em relação aos sistemas de pensamento. John Rawls A conceção de justiça como equidade

Leia mais

Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza?

Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza? Segundo Rousseau, o que impediu a permanência do homem no Estado de natureza? O princípio básico da soberania popular, segundo Rousseau, é: a) o poder absoluto b) o poder do suserano c) a vontade de todos

Leia mais

Filosofia do Direito

Filosofia do Direito 1 Filosofia do Direito Grupo de estudo Revisão José Roberto Monteiro 21 de novembro de 2012 2 Matéria para a prova de 22/11/12 A Justiça em Aristóteles. Hugo Grócio. Immanuel Kant. Hans Kelsen 3 A Justiça

Leia mais

IMMANUEL KANT ( )

IMMANUEL KANT ( ) CONTEXTO HISTÓRICO Segunda metade do século XVIII época de transformações econômicas, sociais, políticas e cultural-ideológicas. A Revolução Industrial e a consolidação do Capitalismo. A Revolução Científica,

Leia mais

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Seminário de Ética e Filosofia Política Por Leonardo Couto

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Seminário de Ética e Filosofia Política Por Leonardo Couto Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Seminário de Ética e Filosofia Política Por Leonardo Couto Notas sobre os Liberais John Rawls, Ronald Dworkin A finalidade

Leia mais

Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. From the SelectedWorks of Sergio Da Silva. Sergio Da Silva, University of Brasilia

Justiça. Universidade Federal de Santa Catarina. From the SelectedWorks of Sergio Da Silva. Sergio Da Silva, University of Brasilia Universidade Federal de Santa Catarina From the SelectedWorks of Sergio Da Silva 2000 Justiça Sergio Da Silva, University of Brasilia Available at: https://works.bepress.com/sergiodasilva/70/ Justiça Fonte:

Leia mais

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Aula 19 Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Kant (1724-1804) Nasceu em Könisberg, 22/04/1724 Estudos Collegium Fredericiacum Universidade Könisberg Docência Inicialmente aulas particulares Nomeado

Leia mais

Marcelo Gonçalves 2. Programa de Pós-Graduação em Direito Lato Sensu da Universidade de Passo Fundo 2

Marcelo Gonçalves 2. Programa de Pós-Graduação em Direito Lato Sensu da Universidade de Passo Fundo 2 A SUPERAÇÃO DA MORAL KANTIANA PELA TEORIA DO AGIR COMUNICATIVO DE HABERMAS 1 THE OVERCOMING OF KANTIAN MORALITY BY THE HABERMAS COMMUNICATIVE ACTION THEORY Marcelo Gonçalves 2 1 Programa de Pós-Graduação

Leia mais

A POSIÇÃO ORIGINAL NA TEORIA DA JUSTIÇA COMO EQUIDADE DE JOHN RAWLS. Adriano Ribeiro Caldas

A POSIÇÃO ORIGINAL NA TEORIA DA JUSTIÇA COMO EQUIDADE DE JOHN RAWLS. Adriano Ribeiro Caldas 1 A POSIÇÃO ORIGINAL NA TEORIA DA JUSTIÇA COMO EQUIDADE DE JOHN RAWLS Adriano Ribeiro Caldas Resumo: O pluralismo de doutrinas religiosas, morais, filosóficas e éticas que marca uma sociedade democrática

Leia mais

Escola Secundária 2-3 de Clara de Resende COD COD

Escola Secundária 2-3 de Clara de Resende COD COD CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO (Aprovados em Conselho Pedagógico de 27 de outubro de 2015) No caso específico da disciplina de FILOSOFIA, do 10º ano de escolaridade, a avaliação incidirá ao nível do

Leia mais

ÉTICAS DEONTOLÓGICAS (Do Dever - Formais):

ÉTICAS DEONTOLÓGICAS (Do Dever - Formais): Para que possamos fazer uma fundamentação da Moral, é necessário fazermos (previamente) uma distinção entre éticas Deontológicas (Dever) e éticas Teleológicas (Fins): ÉTICAS TELEOLÓGICAS (Materiais / Consequencialistas)

Leia mais

O presente documento divulga informação relativa à prova de exame a nível de escola da disciplina de Filosofia, a realizar em 2017, nomeadamente:

O presente documento divulga informação relativa à prova de exame a nível de escola da disciplina de Filosofia, a realizar em 2017, nomeadamente: Informação - Prova de Exame a Nível de Escola Filosofia (de acordo com Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro, retificado pela Declaração de Retificação n.º 10/2008, de 7 de março, alterado pela Lei n.º

Leia mais

A Posição Original de Rawls

A Posição Original de Rawls A Posição Original de Rawls Edezio Muniz de Oliveira Mestrando em Filosofia Universidade do Vale do Rio dos Sinos Resumo A Posição Original é um artifício criado por John Rawls que possui como finalidade

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

Filosofia Iluminista. Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p Unidade 08. Capítulo 05: pg

Filosofia Iluminista. Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p Unidade 08. Capítulo 05: pg Filosofia Iluminista Profª Karina Oliveira Bezerra Unidade 01. Capítulo 04: p.57-58 Unidade 08. Capítulo 05: pg. 442-446 Filosofia da Ilustração ou Iluminismo (meados do século XVIII ao começo do século

Leia mais

A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS NA TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS

A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS NA TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICA DOS DIREITOS HUMANOS NA TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS Caroline Trennepohl da Silva * RESUMO: A intenção do trabalho é refletir acerca da fundamentação ética dos direitos humanos

Leia mais

Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6).

Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6). Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6). Leitura: Rachels, Cap. 10. Perguntas: 1. É deontológica a ética kantiana? 2. São diferentes as duas versões do imperativo categórico? 3. Qual é a função do sistema

Leia mais

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.

Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta. Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos 22.02.2011 10.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março Utilize apenas caneta ou esferográfica

Leia mais

Ciranda pela Educação/2018

Ciranda pela Educação/2018 25 de julho de 2018 -Suzano Ciranda pela Educação/2018 A implementação da Base Nacional Comum Curricular, o protagonismo da Educação Infantil e a participação dos Conselhos Municipais de Educação. Organização:

Leia mais

Kant: Ética e Estética

Kant: Ética e Estética Kant: Ética e Estética 1. (UEM 2012) O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) estabelece uma íntima relação entre a liberdade humana e sua capacidade de pensar autonomamente, ao afirmar: Esclarecimento é a

Leia mais

A ética e a política em Kant e Rawls

A ética e a política em Kant e Rawls Ana Luísa CAMPOS CASSEB y José Claudio MONTEIRO DE BRITO FILHO A ética e a política em Kant e Rawls Rediscutindo a tolerancia a partir do respeito Ana Luísa CAMPOS CASSEB y José Claudio MONTEIRO DE BRITO

Leia mais

Capítulo 32 BEM-ESTAR

Capítulo 32 BEM-ESTAR Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), 2003. Capítulo 32 BEM-ESTAR Curso de Microeconomia I Profa. Valéria Pero 2 Análise de Bem-estar A eficiência de Pareto é um objetivo

Leia mais

Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas.

Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas. Sinopse de Filosofia A necessidade da fundamentação da moral. Análise comparativa entre duas perspectivas filosóficas. Elaborado por Francisco Cubal Em especial, para www.resumos.tk A necessidade da fundamentação

Leia mais

Notas sobre a Liberdade de Consciência em John Rawls

Notas sobre a Liberdade de Consciência em John Rawls Notas sobre a Liberdade de Consciência em John Rawls Jaderson Borges Lessa 1 Resumo: A liberdade de consciência é uma das liberdades fundamentais garantidas pelo primeiro princípio de justiça de John Rawls.

Leia mais

Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional,

Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, 1. Ética e Moral No contexto filosófico, ética e moral possuem diferentes significados. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade,

Leia mais

VERSÃO DE TRABALHO. Exame Final Nacional de Filosofia Prova ª Fase Ensino Secundário º Ano de Escolaridade. Critérios de Classificação

VERSÃO DE TRABALHO. Exame Final Nacional de Filosofia Prova ª Fase Ensino Secundário º Ano de Escolaridade. Critérios de Classificação Exame Final Nacional de Filosofia Prova 7.ª Fase Ensino Secundário 09.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 9/0, de 5 de julho Critérios de Classificação Páginas Prova 7/.ª F. CC Página / critérios gerais

Leia mais

A Liberdade e a Igualdade em Kant: fundamentos da cidadania. Sob a égide do Estado Democrático de Direito, instituído pela

A Liberdade e a Igualdade em Kant: fundamentos da cidadania. Sob a égide do Estado Democrático de Direito, instituído pela A Liberdade e a Igualdade em Kant: fundamentos da cidadania Simone Carneiro Carvalho I- Introdução Sob a égide do Estado Democrático de Direito, instituído pela Constituição da República de 1988, batizada

Leia mais

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA FILOSOFIA MAIO 2017 Prova: 161

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA FILOSOFIA MAIO 2017 Prova: 161 INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA FILOSOFIA MAIO 2017 Prova: 161 Escrita 10.º e 11.º de Escolaridade (Portaria n.º 207/2008, de 25 de Fevereiro - Cursos Tecnológicos de informática; Contabilidade

Leia mais

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins

APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO Profª Marianne Rios Martins NOÇÕES GERAIS O que é o direito? Qual a importância do direito? Direito é justiça?

Leia mais

Filosofia e Ética Professor Ronaldo Coture

Filosofia e Ética Professor Ronaldo Coture Filosofia e Ética Professor Ronaldo Coture Quais os conceitos da Disciplina de Filosofia e Ética? Compreender os períodos históricos do pensamento humano. Conceituar a teoria axiológica dos valores. Conceituar

Leia mais

Filosofia GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos

Filosofia GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos.0.0 0.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/004, de 6 de Março. GRUPO I..... 5 pontos..... 5 pontos.... 5 pontos......

Leia mais

Desenvolvimento como liberdade

Desenvolvimento como liberdade Desenvolvimento como Liberdade PET - Economia - UnB 02 de julho de 2013 Amartya Kumar Sen Amartya Sen 03 de novembro de 1933: nasceu em Santiniketan, atual Bangladesh. 1959: PhD Trinity College, Cambridge

Leia mais

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 12 Daniel José Crocoli * A obra Sobre ética apresenta as diferentes formas de se pensar a dimensão ética, fazendo

Leia mais

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado. Exame Final Nacional de Filosofia Prova 714 Época Especial Ensino Secundário 2017 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.

Leia mais

Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aires Almeida JUSTIÇA

Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aires Almeida JUSTIÇA Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes Aires Almeida JUSTIÇA Outubro de 2009 Jus@ça retribu@va É, em geral, o que se faz ou se procura fazer nos tribunais Aplicar penas (cas@go) Compensar danos (reparação)

Leia mais

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.

Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos. Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado. Exame Final Nacional de Filosofia Prova 714 Época Especial Ensino Secundário 2017 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância: 30 minutos.

Leia mais

22/08/2014. Tema 7: Ética e Filosofia. O Conceito de Ética. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes

22/08/2014. Tema 7: Ética e Filosofia. O Conceito de Ética. Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes Tema 7: Ética e Filosofia Profa. Ma. Mariciane Mores Nunes O Conceito de Ética Ética: do grego ethikos. Significa comportamento. Investiga os sistemas morais. Busca fundamentar a moral. Quer explicitar

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TEORIA DO CONHECIMENTO E FILOSOFIA DA CIÊNCIA III 1º Semestre de 2009 Disciplina Optativa Destinada: alunos de Filosofia e de outros departamentos Código: FLF0445 Pré-requisito: FLF0113 e FLF0114 Prof.

Leia mais

RESENHA. ALESSANDRO PINZANI (UFSC / Brasil)

RESENHA. ALESSANDRO PINZANI (UFSC / Brasil) TONETTO, Milene C. Direitos Humanos em Kant e Habermas. Florianópolis: Insular, 2010. RESENHA ALESSANDRO PINZANI (UFSC / Brasil) O livro de Milene Tonetto é mais ambicioso do que o título poderia deixar

Leia mais

Informação-Exame Final Nível de Escola para N.E.E. Decreto-Lei n.º 3/2008, de 7 de janeiro Prova de Filosofia 10º e 11.º Anos de Escolaridade Prova 225 2015 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Leia mais

P L A N I F I CA ÇÃ O ANUAL

P L A N I F I CA ÇÃ O ANUAL P L A N I F I CA ÇÃ O ANUAL DEPARTAMENTO: CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS ÁREA DISCIPLINAR: FILOSOFIA DISCIPLINA: FILOSOFIA CURSO: CURSOS CIENTÍFICO-HUMANÍSTICOS ANO: 10º - ANO LETIVO: 2017/2018 MANUAL: REFLEXÕES

Leia mais

Introdução Maquiavel, O Príncipe

Introdução Maquiavel, O Príncipe Introdução Tão grande é a distância entre como se vive e como deveria viver-se que, quem prefere ao que se faz aquilo que deveria fazer-se, caminha mais para a ruína do que para a salvação. Maquiavel,

Leia mais

Elaboração de um dicionário de termos filosóficos.

Elaboração de um dicionário de termos filosóficos. PR NTR - bordagem introdutória à filosofia e ao filosofar O que é a filosofia?.aracterizar a filosofia como uma atividade conceptual crítica. s questões da filosofia.larificar a natureza dos problemas

Leia mais

Imperativo categórico no contexto ENEM. 3º Ano do Ensino Médio INTENSIVO ENEM PROFESSOR UILSON FERNANDES

Imperativo categórico no contexto ENEM. 3º Ano do Ensino Médio INTENSIVO ENEM PROFESSOR UILSON FERNANDES Imperativo categórico no contexto ENEM. 3º Ano do Ensino Médio INTENSIVO ENEM PROFESSOR UILSON FERNANDES Kant: O formalismo moral e a deontologia. Immanuel Kant (1724-1804), além da Crítica da razão pura,

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grade do Sul Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Filosofia

Universidade Federal do Rio Grade do Sul Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Filosofia 1 Universidade Federal do Rio Grade do Sul Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Departamento de Filosofia Prova prática do concurso público para professor de Ensino de Filosofia Candidata: Gisele

Leia mais

LIBERDADE E MORALIDADE EM KANT 1

LIBERDADE E MORALIDADE EM KANT 1 1 LIBERDADE E MORALIDADE EM KANT 1 Diego Carlos Zanella 2 Liliana Souza de Oliveira 3 Resumo: O texto tem a pretensão de discorrer sobre um dos principais problemas da ética kantiana, a saber, como é possível

Leia mais

Ética. Material de apoio do Professor Rodrigo Duguay, a partir de Anotações do Professor Felipe Pinho.

Ética. Material de apoio do Professor Rodrigo Duguay, a partir de Anotações do Professor Felipe Pinho. 1 Ética Material de apoio do Professor Rodrigo Duguay, a partir de Anotações do Professor Felipe Pinho. O que é a Ética? Como ramo da filosfia a ética tenta responder à pergunta: - Como viver? A partir

Leia mais

A TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS. Palavras-chave: justiça-política-eqüidade-direitos. Keywords: justice-politics-fairness-rights

A TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS. Palavras-chave: justiça-política-eqüidade-direitos. Keywords: justice-politics-fairness-rights UFMA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICAS PÚBLICAS III JORNADA INTERNACIONAL DE POLÍCAS PÚBLICAS QUESTÃO SOCIAL E DESENVOLVIMENTO NO SÉCULO XXI 1 A TEORIA DA JUSTIÇA

Leia mais

Filosofia 2016 INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA

Filosofia 2016 INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA INFORMAÇÃO PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA Filosofia 2016 Prova 161 - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

Leia mais

Ficha de filosofia. A necessidade de fundamentação da moral Análise comparativa de duas perspectivas filosóficas. Fundamento e critérios da moralidade

Ficha de filosofia. A necessidade de fundamentação da moral Análise comparativa de duas perspectivas filosóficas. Fundamento e critérios da moralidade Ficha de filosofia A necessidade de fundamentação da moral Análise comparativa de duas perspectivas filosóficas Fundamento e critérios da moralidade Ética deontológica Ética consequencialista Respeito

Leia mais

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( )

TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant ( ) TEORIA DO CONHECIMENTO Immanuel Kant (1724-1804) Obras de destaque da Filosofia Kantiana Epistemologia - Crítica da Razão Pura (1781) Prolegômenos e a toda a Metafísica Futura (1783) Ética - Crítica da

Leia mais

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA 12º ANO PLANIFICAÇÃO OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT ESCOLA SECUNDÁRIA ALBERTO SAMPAIO 1 Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA

Leia mais

Unidade 04. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília

Unidade 04. Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Unidade 04 Prof.ª Fernanda Mendizabal Instituto de Educação Superior de Brasília Apresentar o período moderno da filosofia que contribuiu como base pré-científica para o desenvolvimento da Psicologia.

Leia mais

FILOSOFIA. As informações apresentadas neste documento não dispensam a consulta da legislação referida e do Programa da disciplina.

FILOSOFIA. As informações apresentadas neste documento não dispensam a consulta da legislação referida e do Programa da disciplina. INFORMAÇÃO-EXAME FILOSOFIA 2017 Exame a Nível de Escola 225 11.º Ano de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho) 1. Introdução O presente documento visa divulgar as características do exame

Leia mais

Resenha: sobre os principio da Justiça em John Rawls 1

Resenha: sobre os principio da Justiça em John Rawls 1 Resenha: sobre os principio da Justiça em John Rawls 1 Lucas Pinheiro de Araújo 2 Em seu livro Uma Teoria da Justiça John Rawls produziu uma das mais importantes obras filosóficas do século XX. Essa produção

Leia mais

Prof. Ricardo Torques

Prof. Ricardo Torques Revisão de Filosofia do Direito para o XXI Exame de Ordem Prof. Ricardo Torques www.fb.com/oabestrategia INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA FILOSOFIA CONCEITO GERAL DE FILOSOFIA: refletir e questionar o saber instituído,

Leia mais

Filosofia e Ética. Professor Ronaldo Coture

Filosofia e Ética. Professor Ronaldo Coture Filosofia e Ética Professor Ronaldo Coture Quais os conceitos da Disciplina de Filosofia e Ética? Compreender os períodos históricos do pensamento humano. Conceituar a teoria axiológica dos valores. Conceituar

Leia mais

PARALELO ENTRE MORALIDADE E LEGALIDADE SEGUNDO O PENSAMENTO DE KANT

PARALELO ENTRE MORALIDADE E LEGALIDADE SEGUNDO O PENSAMENTO DE KANT PARALELO ENTRE MORALIDADE E LEGALIDADE SEGUNDO O PENSAMENTO DE KANT Celso Vanderlei Navarro Balbo Acadêmico do 4 ano da Faculdade de Direito de Bauru - ITE MORALIDADE E LEGALIDADE Este assunto trata do

Leia mais

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos 20.04.2012 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março 1. 2. COTAÇÕES GRUPO I 1.1.... 10 pontos

Leia mais

Ética deontológica (do dever) de I. Kant. Influências

Ética deontológica (do dever) de I. Kant. Influências Ética deontológica (do dever) de I. Kant Influências Ética Kantiana Influências Iluminismo* Séc. XVII/XVIII ( 1650-1790) Revolução francesa Séc. XVIII (1789) Pietismo** Séc. XVII Física Newtoniana Sec.

Leia mais

KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA. Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense

KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA. Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense KANT: A DISTINÇÃO ENTRE METAFÍSICA E CIÊNCIA Marcos Vinicio Guimarães Giusti Instituto Federal Fluminense marcos_giusti@uol.com.br Resumo: A crítica kantiana à metafísica, diferentemente do que exprimem

Leia mais

DATA DE ENTREGA 19/12/2016 VALOR: 20,0 NOTA:

DATA DE ENTREGA 19/12/2016 VALOR: 20,0 NOTA: DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR: ENRIQUE MARCATTO DATA DE ENTREGA 19/12/2016 VALOR: 20,0 NOTA: NOME COMPLETO: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 3ª SÉRIE/EM TURMA: Nº: 01. RELAÇÃO DO CONTEÚDO

Leia mais

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo

FILOSOFIA. Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo FILOSOFIA Professor Ivan Moraes, filósofo e teólogo Finalidade da vida política para Platão: Os seres humanos e a pólis têm a mesma estrutura: alma concupiscente ou desejante; alma irascível ou colérica;

Leia mais

INFORMAÇÃO-PROVA PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CAPACIDADES Componente Específica Filosofia. Código da Prova /2015

INFORMAÇÃO-PROVA PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CAPACIDADES Componente Específica Filosofia. Código da Prova /2015 INFORMAÇÃO-PROVA PROVA DE AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS E CAPACIDADES Componente Específica Filosofia Código da Prova 6100 2014/2015 O presente documento divulga informação relativa à Prova de Avaliação de

Leia mais

DATA: VALOR: 20 pontos NOTA: NOME COMPLETO:

DATA: VALOR: 20 pontos NOTA: NOME COMPLETO: DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR: ENRIQUE MARCATTO DATA: VALOR: 20 pontos NOTA: NOME COMPLETO: ASSUNTO: TRABALHO DE RECUPERAÇÃO FINAL SÉRIE: 3ª EM TURMA: Nº: I N S T R U Ç Õ E S 1. Esta atividade contém

Leia mais

Filosofia Política Clássica

Filosofia Política Clássica Filosofia Política Clássica Antiguidade Clássica - Platão Platão - seres humanos são divididos em três almas ou princípios de atividades: alma desejante que busca a satisfação dos apetites do corpo; alma

Leia mais

O esvaziamento da dimensão política da justiça nas teorias de Rawls e Habermas

O esvaziamento da dimensão política da justiça nas teorias de Rawls e Habermas O esvaziamento da dimensão política da justiça nas teorias de Rawls e Habermas VERA LUCIA DA SILVA * Resumo: O presente artigo tem por objetivo questionar os termos e a existência do debate contemporâneo

Leia mais

Jean-Jacques Rousseau

Jean-Jacques Rousseau Jean-Jacques Rousseau 1712-1778 Da servidão à liberdade Temas centrais da filosofia política rousseauniana O contrato social. O surgimento da propriedade privada. A passagem do estado de natureza para

Leia mais

Teoria do Conhecimento:

Teoria do Conhecimento: Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,

Leia mais

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho

INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Ano Letivo 2016/2017 INFORMAÇÃO-PROVA DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Disciplina: Filosofia Prova/Código: 161 Ano(s) de Escolaridade: 10º/11º Anos dos cursos do ensino

Leia mais

Roberto Maximiliano Claussen 1

Roberto Maximiliano Claussen 1 A AUTONOMIA COMO CONDIÇÃO DE POSSIBILIDADE DE EFETIVAÇÃO DA IDEIA DE JUSTIÇA AUTONOMY AS A CONDITION OF POSSIBILITY OF EFETIVATION OF THE IDEA OF JUSTICE Roberto Maximiliano Claussen 1 Submetido em: 17/10/2018

Leia mais

Teorias do conhecimento. Profª Karina Oliveira Bezerra

Teorias do conhecimento. Profª Karina Oliveira Bezerra Teorias do conhecimento Profª Karina Oliveira Bezerra Teoria do conhecimento ou epistemologia Entre os principais problemas filosóficos está o do conhecimento. Para que investigar o conhecimento? Para

Leia mais

COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA. Professores Daniel Hortêncio de Medeiros, Eduardo Emerick e Ricardo Luiz de Mello

COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA. Professores Daniel Hortêncio de Medeiros, Eduardo Emerick e Ricardo Luiz de Mello COMENTÁRIO DA PROVA DE FILOSOFIA Professores Daniel Hortêncio de Medeiros, Eduardo Emerick e Ricardo Luiz de Mello Excelente prova. Clara, direta, coerente e consistente. Os alunos e alunas prepararam-se

Leia mais

Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6).

Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6). Próxima aula: Ética III Kant (ponto 6). Leitura: Rachels, Cap. 10. Perguntas: 1. Por que é deontológica a ética kantiana? 2. São diferentes as duas versões do imperativo categórico? 3. Qual é a função

Leia mais

Prova Escrita de Filosofia

Prova Escrita de Filosofia Exame Final Nacional do Ensino Secundário Prova Escrita de Filosofia.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 9/0, de 5 de julho Prova 74/Época Especial Critérios de Classificação Páginas 04 Prova 74/E. Especial

Leia mais

DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇÃO HUMANA capítulo 5

DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇÃO HUMANA capítulo 5 DETERMINISMO E LIBERDADE NA AÇÃO HUMANA capítulo 5 O Problema do livre-arbítrio Professora Clara Gomes 1. A professora levanta o braço para indicar aos alunos que falem um de cada vez. 2. A professora

Leia mais

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado. EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO Prova Escrita de Filosofia 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Prova 714/2.ª Fase 7 Páginas Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância:

Leia mais

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado.

EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO. Não é permitido o uso de corretor. Deve riscar aquilo que pretende que não seja classificado. EXAME FINAL NACIONAL DO ENSINO SECUNDÁRIO Prova Escrita de Filosofia 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho Prova 714/2.ª Fase 7 Páginas Duração da Prova: 120 minutos. Tolerância:

Leia mais

A metodologia de Rawls, segundo Dworkin

A metodologia de Rawls, segundo Dworkin A metodologia de Rawls, segundo Dworkin Autor: Caio Roberto Souto de Moura Juiz Federal Publicado na Edição 24-02.07.2008 Sumário: Introdução. 1 A Justiça Distributiva em Rawls. 2 A metodologia de Rawls,

Leia mais

Critérios de avaliação e de correção da ficha formativa

Critérios de avaliação e de correção da ficha formativa Ficha Formativa n. Período: Turma: linguísticas: Escreve de modo claro, articulado e coerente, utilizando um vocabulário com um grau de abstração apropriado. Interpreta corretamente os documentos apresentados

Leia mais

Bem-estar. Graduação Curso de Microeconomia I Profa. Valéria Pero. Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), 2003.

Bem-estar. Graduação Curso de Microeconomia I Profa. Valéria Pero. Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), 2003. Bem-estar Graduação Curso de Microeconomia I Profa. Valéria Pero Varian, H. Microeconomia. Princípios Básicos. Editora Campus (7ª edição), 2003. Análise de Bem-estar A eficiência de Pareto é um objetivo

Leia mais

Planificação Anual - Disciplina Filosofia 10º Ano /2018

Planificação Anual - Disciplina Filosofia 10º Ano /2018 Planificação Anual - Disciplina Filosofia 10º Ano - 2017/2018 OBJECTIVOS GERAIS DO PROGRAMA DE FILOSOFIA 10º ANO Domínio cognitivo - Apropriar-se progressivamente da especificidade da filosofia Reconhecer

Leia mais

Perfil de Aprendizagens Específicas e Respetivos Descritores de Desempenho. (ponto 2, do artigo 20, da portaria nº226-a/2018)

Perfil de Aprendizagens Específicas e Respetivos Descritores de Desempenho. (ponto 2, do artigo 20, da portaria nº226-a/2018) Disciplina: Filosofia Ano: 10º Ano Dimensões das áreas de competência 1 Áreas de competência do PASEO 2 Descritores de desempenho de acordo com as aprendizagens essenciais 3 Testes. Instrumentos de avaliação

Leia mais

Planificação/Critérios Ano Letivo 2018/2019

Planificação/Critérios Ano Letivo 2018/2019 Planificação/Critérios Ano Letivo 2018/2019 Nível de Ensino: Secundário Áreas/Disciplina: Filosofia Ano: 10.º Curso: Básico Científico-Humanístico x Profissional Planificação Período Sequências/Temas /Módulos

Leia mais

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO

A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 RESUMO A EPISTEMOLOGIA E SUA NATURALIZAÇÃO 1 SILVA, Kariane Marques da 1 Trabalho de Pesquisa FIPE-UFSM Curso de Bacharelado Filosofia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil E-mail:

Leia mais

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES

RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES RESOLUÇÕES DE QUESTÕES PROFº DANILO BORGES SARTRE (UFU) Liberdade, para Jean-Paul Sartre (1905-1980), seria assim definida: A) o estar sob o jugo do todo para agir em conformidade consigo mesmo, instaurando

Leia mais

FILOSOFIA Prova escrita 2016

FILOSOFIA Prova escrita 2016 INFORMAÇÃO-EXAME A NÍVEL DE ESCOLA FILOSOFIA Prova escrita 2016 Prova 225 11.º Ano de Escolaridade O presente documento divulga informação relativa à prova a realizar em 2016, nomeadamente: Objeto de avaliação

Leia mais

Ética e gestão organizacional Aula 04. Virgílio Oliveira UFJF FACC

Ética e gestão organizacional Aula 04. Virgílio Oliveira UFJF FACC Aula 04 Virgílio Oliveira UFJF FACC 1 As fontes dos preceitos morais no presente A compreensão de nossos próprios preceitos morais requer: uma espécie de arqueologia das instituições sociais contemporâneas

Leia mais

Filosofia Objeto de avaliação. Informação-Prova de Equivalência à Frequência de. 11.º Ano de Escolaridade

Filosofia Objeto de avaliação. Informação-Prova de Equivalência à Frequência de. 11.º Ano de Escolaridade Informação-Prova de Equivalência à Frequência de Filosofia- 161 2019 11.º Ano de Escolaridade 1. Objeto de avaliação A prova tem por referência o Programa de Filosofia e as Orientações para efeitos de

Leia mais

EXAME NACIONAL PROVA DE INGRESSO VERSÃO 1

EXAME NACIONAL PROVA DE INGRESSO VERSÃO 1 EXAME NACIONAL PROVA DE INGRESSO 10.º/11.º anos de Escolaridade (Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de Março) PROVA 714/10 Págs. Duração da prova: 120 minutos 2007 1.ª FASE PROVA ESCRITA DE FILOSOFIA VERSÃO

Leia mais