PATOLOGIAS CIRÚRGICAS NO RECÉM-NASCIDO
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- Lúcia de Almeida Canário
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1 PATOLOGIAS CIRÚRGICAS NO RECÉM-NASCIDO ATRESIA DE ESÔFAGO: Malformação em que a parte proximal do esôfago termina em fundo cego. Classificação Segundo tipo de atresia: Tipo I (A): atresia sem fistula (8%); Tipo II (B): atresia com fistula proximal com a traquéia (2%); Tipo III : atresia com fistula distal com a traquéia (86%); Tipo IV (D): atresia com fistula proximal e distal com a traquéia (1%); Tipo V (E): fistula traqueoesofágica sem atresia (3%). DIAGNÓSTICO: PRÉ-NATAL: presença de polidrâmnio e ausência de visualização da bolha gástrica. PÓS-NATAL: Dificuldade de passagem da sonda orogástrica; Salivação espumosa e aerada; Tosse, cianose e dispnéia. CONDUTA: Não ventilar com balão auto-inflável e máscara. Se necessário ventilar, intubar; Cabeceira elevada; Sonda orogástrica em aspiração; Dieta zero; Hidratação venosa; Avaliação da função respiratória; 160
2 Antibioticoterapia profilática: em casos de atresia sem fistula ou no préoperatório; Radiografia de tórax com sonda em coto esofágico proximal (presença de ar no estômago caracteriza fístula distal); Avaliação de malformações associadas; HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA: Decorre do não fechamento dos canais pleuroperitoneais resultando em uma grande abertura (Forame de Bochdalek) na região póstero-lateral do diafragma, tornando as cavidades peritoneal e pleural contínuas %: hérnia de Bochdalek, sendo 80% do lado esquerdo, 15% do lado direito e 2% bilateral; Sexo masculino: leve preponderência; Associada a anomalias cardíacas, gastrintestinais, genito-urinárias, esquelética, estenose traqueal ou neural e trissomias (10-40%); Causa mais comum de hipoplasia pulmonar. US pré-natal; Ressonância magnética (avaliar posição do fígado e volume pulmonar). Intubação imediata (evitar asfixia). Contra-indicado VPP com balão autoinflável e máscara. Ventilação mecânica; Surfactante, se indicação; Cabeceira elevada; Sonda orogástrica aberta; Cateterismo umbilical; Analgesia e sedação; Manipulação mínima; Ecocardiograma com Doppler (avaliar malformações cardíacas associadas, hipertensão pulmonar e função ventricular direita); Antibioticoterapia profilática no pré-operatório; 161
3 OBSTRUÇÕES INTESTINAIS: 1. OBSTRUÇÃO DUODENAL: Polidrâmnio; Dupla bolha (estômago e duodeno); Anomalias cromossômicas (25% têm 162yndrome de Down); Cardiopatia ( pode estar associada). DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL: Aspiração de grande volume de secreção biliosa do estômago; Vômitos biliosos; Distensão de andar superior do estômago. ETIOLOGIA: Obstrução extrínseca: Malrotação; Brida de Ladd; Compressão; Duplicação duodenal; Veia porta pré-duodenal. Obstrução intrínseca: Pâncreas anular; Membrana duodenal. CONDUTA: Passar SOG e repor débito; Cabeceira elevada; Compensar desequilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico; Antibioticoterapia profilática; 2. OBSTRUÇÕES DE JEJUNO E ÍLEO: Dilatação de alças intestinais (múltiplas bolhas); Polidrâmnio; Baixa incidência de malformações associadas. 162
4 DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL: Vômitos biliosos ou fecalóides; Distensão abdominal; Ausência de ar no reto; Retardo ou não eliminação do mecônio. DIAGNÓSTICO RADIOLÓGICO: Alças intestinais dilatadas e ausência de gás no reto. Quanto mais distante a obstrução, maior a distensão das alças. Antibioticoterapia profilática; Anastomose término-terminal ou se não for possível, jejunostomia ou ileostomia. 3. ANOMALIA ANORETAL: Ausência de abertura anal ou abertura anal localizada fora do complexo esfincteriano. DIAGNÓSTICO: Exame fisico; RX abdome; DEFEITOS NO FECHAMENTO DA PAREDE ABDOMINAL: 1. ONFALOCELE: Existe falha da migração e fusão das pregas laterais. A herniação do intestino médio para dentro do cordão umbilical cordão umbilical ocorre entre 6a e 10a semanas. Na onfalocele, o intestino e outras vísceras permanecem dentro do cordão umbilical. US fetal: conteúdo da cavidade herniado para dentro do cordào umbilical; 163
5 Proteger o saco peritoneal com compressas úmidas e mornas e recobertas com filme plástico (PVC) para evitar perda de calor e umidade; Hidratação venosa: Sonda orogástrica; Antibioticoterapia.; Ecocardiograma e US abdominal total ( excluir malformações associadas); 2. GASTROSQUISE: Defeito total de fechamento da parede abdominal, paraumbilical, associado a evisceração do intestino. US obstétrico Proteger o saco peritoneal com compressas úmidas e mornas e recobertas com filme plástico (PVC) para evitar perda de calor e umidade; Manter intestino em linha media e observar perfusão das alças; Sonda orogástrica nº 10; Antibioticoterapia profilática; CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ONFALOCELE E DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL COM GASTROSQUISE CARACTERÍSTICAS ONFALOCELE GASTROSQUISE Localização Anel umbilical Lateral ao cordão umbilical Tamanho do defeito 3 a 10 cm < 4 cm Membrana de revestimento Presente Ausente Alças intestinais Normais Edema e exsudato Fígado herniado Presente Raro Malrotação Presente Presente Cavidade abdominal Pequena Maior que na onfalocele Anomalias associadas 40 a 80% Rara Atresia intestinal Rara 10% Fonte: Margotto, PR - Assistência ao Recém-nascido de Risco, p
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