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Transcrição

1 \V Csf«rr, cm c rigbial PODER JUDICIÁRIO FEDERAL \SA rj.jj ACÓRDÃO 5 TURMA Nã basta a ré alegar que, pr presunçã, reclamante precisaria de apenas um transprte para se deslcar entre sua residência e lcal de trabalh. Seria necessári, a mens, indicar quais seriam as linhas de ônibus que cbrem tal percurs. u- O Vists, relatads e discutids s auts d recurs rdinári em que sã partes COPACAPRICCIOSA ALIMENTOS LTDA., cm recrrente, e SEBASTIÃO FLORINDO ROSA, cm recrrida. Incnfrmad cm a r. sentença de fls. 121/129, prferida pela MM. Juíza Maria Thereza da Csta Prata, da 63 Vara d Trabalh d Ri de Janeir, que extinguiu a recnvençã, sem resluçã d mérit, e julgu prcedente, em parte, pedid, cmplementada pela r. decisã de fls. 134/135, que julgu imprcedentes s embargs declaratóris, recrre rdinariamente a reclamada às fls. 137/146. Em síntese, a ré alega serem indevidas diferenças de valetransprte, argumentand que apenas uma cnduçã é suficiente para garantir a lcmçã d autr entre sua residência, na Barra da Tijuca, e trabalh, quer n períd trabalhad na própria Barra, quer na épca em que trabalhu em Cpacabana. Prssegue, alegand que nã sã devidas hras extras, sustentand que a testemunha d autr smente trabalhu cm mesm entre dezembr de 2001 e nvembr de 2002, nã servind, prtant, para cmprvar a sbrejrnada durante td cntrat de trabalh (de 2/5/2000 a 3/1/2005). Acrescenta que a referida testemunha nã merece crédit pr ter declinad hráris que estã em descmpass cm a peça de ingress. Pndera ter demnstrad, pr mei da prva testemunhai de fls. 118, que, n períd trabalhad na Barra da Tijuca, reclamante nunca cumpriu a jrnada indicada na inicial, e que gzava de 30 a 40 minuts de interval. Quant a períd trabalhad em Cpacabana, invca a prva dcumental. Sustenta que a justa causa crreu prque fi cnstatad que reclamante, n dia d fg/fhmt 1

2 reveilln, abriu duas garrafas de bebida {Champagne Met e Chandn Brut Imperial) durante trabalh e, ainda, tentu lançar cnsum na mesa de um ds sócis de uma das empresas d grup. Invca, a prpósit, depiment testemunhai de fls Alega que a nrma cletiva dispõe que as empresas que nã emitem nta fiscal cm a inclusã das grjetas pdem utilizar estimativa desse valr - que, n cas, era estimad em um salári mínim. Pndera que, cm a inicial vincula a grjeta a salári mínim (it vezes mesm), a sentença nã pderia ter fixad a média das grjetas em reais (R$2.025,00), pis esse valr, retragind à épca d iníci d cntrat, eqüivaleria a 13,41 saláris mínims, send mair d que declinad pel reclamante. Sustenta, assim, que há duas pões: u se utiliza critéri ds saláris mínims, bservand a respectiva evluçã, u se fixa um valr mnetári, qual deve ser deflacinad mês a mês até iníci d cntrat de trabalh. Custas e depósit recursal às fls Cntra-razões às fls. 151/156. Manifestaçã d Ministéri Públic d Trabalh, às fls. 160, nã vislumbrand hipótese de intervençã. É relatóri. VOTO CONHECIMENTO Cnheç pr presentes s pressupsts de admissibilidade. MÉRITO u iz a: u Das Diferenças de Vale-Transprte NEGO PROVIMENTO. A ré alega serem indevidas diferenças de vale-transprte, argumentand que apenas uma cnduçã é suficiente para garantir a fg/fhmt 2

3 lcmçã d autr entre sua residência, na Barra da Tijuca, e trabalh, quer n períd trabalhad na própria Barra, quer na épca em que trabalhu em Cpacabana. Ora, nã há cm se presumir que uma única cnduçã seria suficiente. A reclamada nã indicu quais seriam as linhas de ônibus que atenderiam reclamante, nã apntu s respectivs itineráris e nem a mens apresentu frmulári nde autr requereu benefíci. Diante de tds esses mtivs, presumem-se crretas as alegações d reclamante e, prtant, sã devidas as diferenças pleiteadas - mtiv pel qual incnfrmism da ré é descabid. CO i n Das Hras Extras DOU PARCIAL PROVIMENTO. A recrrente alega que nã sã devidas hras extras, sustentand que a testemunha d autr smente trabalhu cm mesm entre dezembr de 2001 e nvembr de 2002, nã servind, prtant, para cmprvar a sbrejrnada durante td cntrat de trabalh (de 2/5/2000 a 3/1/2005). Acrescenta que a referida testemunha nã merece crédit pr ter declinad hráris que estã em descmpass cm a peça de ingress. Pndera ter demnstrad, pr mei da prva testemunhai de fls. 118, que, n períd trabalhad na Barra da Tijuca, reclamante nunca cumpriu a jrnada indicada na inicial, e que gzava de 30 a 40 minuts de interval. Quant a períd trabalhad em Cpacabana, invca a prva dcumental. Verifica-se que a testemunha de fls. 116, que trabalhava na mesma funçã que autr {barman) na lja da Barra da Tijuca, demnstru que s cntrles de pnt nunca refletiram crret hrári de trabalh - que, em verdade, era seguinte: de segunda a quinta-feira, das 17h às 2h/3h; às sextas e as sábads, das 18h às 3h/3h30min; as dmings, das 17h à 1 h30min/2h, e em tds s feriads, das 18h à Oh/1 h - sempre cm uma flga lu?- semanal, send que reclamante cumpria s mesms hráris. D; Os hráris indicads pel autr sã ligeiramente diferentes: de LL I fg/fhmt 3

4 segunda a quinta-feira e as dmings, das 17h à 1h; sextas e sábads, das 18h às 3h; ns feriads, das 17h às 2h, cm uma flga semanal e sem interval para refeiçã. É cert que há discrepâncias, mas de pequena mnta, que nã chegam a invalidar depiment, cm se vê n demnstrativ abaix: Autr De segunda a quinta: das 17h à 1 h Sextas/sábads: das 18h às 3h Feriads: 17h às 2h Testemunha De segunda a quinta: das 17h às 2h/3h Sextas/sábads: das 18h às 3h/3h30min Feriads: 18hà0h/1h Outrssim, muit embra a prva testemunhai limite-se a um períd dentr d cntrat d autr, nã há mtivs para limitá-la. De fat, se a reclamada nã permitia registr crret d cntrle de pnt durante períd trabalhad pela testemunha (2001/2002), nada leva a crer que tal prcediment seria diferente n restante d períd trabalhad pel recrrid. Nesse sentid, tems a Orientaçã Jurisprudencial n 233 da SDI-1 d Clend TST. O iz : Nte-se que a testemunha de fls. 117, trazida pela ré, declaru que s hráris cntratuais pderiam ser estendids em razã da permanência de clientes. Declaru, também, que interval intrajrnada era de 30 u 40 minuts. Resta, prtant, cmprvada a prestaçã habitual de hras extras na lja da Barra da Tijuca, ns terms fixads na sentença, sempre respeitand s limites da petiçã inicial. Quant a interval, é irrelevante se mesm fi suprimid em parte u pr inteir, uma vez que a mera reduçã já trna inadequad a fim pretendid pel legisladr. Tal entendiment já se encntra cristalizad na Orientaçã Jurisprudencial n 307 da SDI-1 d Clend TST. Pr utr lad, devems ntar que as testemunhas de fls. 116/117 só trabalharam na lja da Barra da Tijuca, enquant que reclamante fg/fhmt 4

5 trabalhu também na lja de Cpacabana. A testemunha de fls. 118, que desenvlvia suas atividades nesse lcal, nã se referiu a hras extras. Nã há, prtant, qualquer prva de que a lja de Cpacabana exigisse a prestaçã de hras extras sem efetuar pagament crrespndente e/u que s respectivs cntrles de pnt fssem inidônes. Pr esse mtiv, a cndenaçã deve ficar limitada a períd trabalhad na Barra da Tijuca - tant n que cncerne às hras extras prpriamente ditas quant em relaçã a interval para repus e alimentaçã. Da Justa Causa NEGO PROVIMENTO. A ré sustenta que a justa causa crreu prque fi cnstatad que reclamante, n dia d reveilln, abriu duas garrafas de bebida {Champagne Met e Chandn Brut Imperial) durante trabalh e, ainda, tentu lançar cnsum na mesa de um ds sócis de uma das empresas d grup. Invca, a prpósit, depiment testemunhai de fls Em verdade, a citada testemunha nada viu: apenas bservu reclamante levar para a czinha uma garrafa de Met Chandn e retrnar dizend que a havia bebid. Ouviu, também, maítre Marcelin dizer que autr teria mencinad sua intençã de lançar cnsum numa mesa - que acabu nã crrend. A testemunha, sbretud, é cntraditória, pis primeir afirma ter vist apenas autr passand cm a garrafa para a czinha, e que nã viu nenhum empregad brindand An Nv, mas depis declaru que reclamante "abriu uma garrafa cm valr n cardápi da reclamada(s) de R$225,00". Ora, se depente nã presenciu a abertura da garrafa, cm I pderia saber se iss crreu pr uma cnduta d reclamante? Cm CO UJ l sabems, uma testemunha que depõe cm base n que uviu dizer {iiearsay witness) nã merece grande crédit, pis pde haver uma grande diferença entre que fi dit e que realmente acnteceu. Ademais, fat de autr ter passad para a czinha cm uma garrafa pderia cnstituir, n máxim, um I fg/fhmt 5

6 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 1 REGIÃO indíci de sua intençã, mas nã chegaria a caracterizar a prva d fat alegad pela ré. Outrssim, cm bservu juíz de primeir grau, reclamante já trabalhava para a empresa há quase cinc ans, sem qualquer ntícia de indisciplina u insubrdinaçã. Diante de tdas essas circunstâncias, entend que a situaçã narrada pela recrrente nã restu cmprvada e que, prtant, nã era cas de se efetuar a despedida mtivada. Das Grjetas NEGO PROVIMENTO. A recrrente alega que a nrma cletiva dispõe que as empresas que nã emitem nta fiscal cm a inclusã das grjetas pdem utilizar estimativa desse valr - que, n cas, era estimad em um salári mínim. Ocrre que tant a testemunha de fls. 117, arrlada pel autr, quant aquela de fls. 118, trazida pela ré, cnfirmaram que as grjetas eram cbradas na nta. Dessa frma, fica afastada a pssibilidade de utilizar uma simples estimativa. D Cálcul das Grjetas DOU PROVIMENTO. A reclamada prssegue, alegand que, cm a inicial vincula a grjeta a salári mínim (it vezes mesm), a sentença nã pderia ter fixad a média das grjetas em reais (R$2.025,00), pis esse valr, retragind à épca d iníci d cntrat, eqüivaleria a 13,41 saláris mínims - send, prtant, mair d que declinad pel reclamante. Sustenta, assim, que há duas pões: u se utiliza critéri ds saláris mínims, bservand a respectiva evluçã, u se fixa um valr mnetári, qual deve ser UJ ü iz a: O deflacinad mês a mês até iníci d cntrat de trabalh. Cm efeit, a peça de ingress indica valr da média de grjetas em it saláris mínims (fls. 4, item 15). Iss denta uma vinculaçã fg/fhmt 6

7 da parcela à variaçã d salári mínim. Cm a sentença, baseada na prva testemunhai, fixu uma média mensal de R$ 2.025,00 a títul de grjeta, impõe-se a bservância da prprçã entre esse valr e salári mínim da épca d distrat - send que tal prprçã deve ser respeitada a lng de td cntrat de trabalh. D expst, cnheç d recurs e, n mérit, du-lhe parcial prviment para limitar a cndenaçã a pagament de hras extras e d interval intrajrnada a períd trabalhad na lja da Barra da Tijuca; e para determinar que cálcul da-média de grjetas bserve a vinculaçã a salári mínim e sua respectiva evluçã - tud na frma da fundamentaçã supra. ACORDAM s Desembargadres da Quinta Turma d Tribunal Reginal d Trabalh da Primeira Regiã, pr unanimidade, dar parcial prviment a recurs para limitar a cndenaçã a pagament de hras extras e d interval intrajrnada a períd trabalhad na lja da Barra da Tijuca e para determinar que cálcul da média de grjetas bserve a vinculaçã a salári mínim e sua respectiva evluçã, ns terms d vt d desembargadr relatr. Ri de Janeir, 24 de utubr de DESEMBARGADORA TÂNIA DA SILVA GARCIA Presidente em exercíci DESEMBARGADOR FLAVIO ERNESTO RODRIGUES SILVA Relatr D O S u Ll_ a: fg/fhmt

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