Financeiro. Parcerias para o Primeiro Emprego Ministro Ricardo Berzoini avalia caráter social do programa e a participação de empresas e entidades

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1 Financeiro ano 2 nº 23 abr/20 ACREFI - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO Parcerias para o Primeiro Emprego Ministro Ricardo Berzoini avalia caráter social do programa e a participação de empresas e entidades Palestra Acrefi Adriano Pitoli analisa controle da inflação e mercado de crédito Entrevista Para Alencar Burti, o problema da economia nacional está na gestão

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3 editorial Missão Impossível Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento Rua Libero Badaró, º andar São Paulo - SP Tel: (11) Fax: (11) Funcionamento: de segunda à sexta-feira das 8:30 às 18 horas DIRETORIA Presidente Érico Sodré Quirino Ferreira Vice-Presidentes Fernando Guerreiro de Lemos, Gilberto Caldart, José Arthur Lemos de Assunção, Marco Ambrógio Crespi Bonomi, Paulo Eduardo D Ávila Isola, Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Ricardo Malcon, Ronaldo Amaral de Carvalho Pinto, Tiago Canguçu de Almeida Secretário José Dante Zanaga Neto Tesoureiros Jorge Kimura e Sérgio Marra Pereira Capella Diretores Adalberto Savioli, Daniel Capelo Pinheiro, Enílson Espínola de Souza, Genival Francisco Silva, Jerônimo Varalla Neto, Ricardo Annes Guimarães, Rubens Bution, Sérgio Antônio Cipovicci Diretores Conselheiros Aristeu Zanuncio, Edson Monteiro, Eduardo Garcia Ruiz, Guilherme Almeida de Oliveira, Hélio Lima Magalhães, Ivan Svitek, José Américo Machado, Leonel Dias de Andrade Neto, Paulo Sérgio Monteiro Castro Aguiar, Rubens Sardenberg Diretores Regionais Carlos Alberto Samogim, Félix Archanjo Bordin, Leonardo Marcondes Dadalto, Sérgio Faria Lemos da Fonseca Júnior, Aquiles Leonardo Diniz, Evanir Coutinho Ussier, Odílio Figueiredo Neto, Renato Malcon Presidente Honorário João Uchôa Borges Diretor Superintendente Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho) Conselheiro Econômico Prof. Istvan Kasznar Financeiro Publicação mensal da ACREFI - Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento. Jornalista Responsável: Eliana Nigro MTB 15.0 Coordenação Editorial: Tamer Comunicação Empresarial Projeto Gráfico, Editoração e Produção Gráfica: EDF ( Pré-impressão e Impressão: Graphbox Tiragem: exemplares As opiniões emitidas nos artigos assinados não refletem necessariamente as posições da ACREFI e são de exclusiva responsabilidade dos autores. A reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação depende de autorização por escrito. Nesta edição Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI Não é de hoje que olhamos a luta do Banco Central e do Ministério da Fazenda para manter a inflação sob controle. Afinal, desde que foi criado o plano de metas de inflação, o BC vem se esforçando através da política monetária para conter as expectativas de aumento dos preços. O Ministro da Fazenda Antonio Palocci reiteradas vezes disse ser impossível o país crescer de maneira sustentada com descontrole inflacionário e fiscal, o que concordo plenamente. Porém, o problema do país é que apesar do esforço feito pelo Banco Central e pela postura correta do ministro da Fazenda, o país vive um período de gastança desgovernada. É verdade que 2003 foi um ano de contenção, mas a curva se inverteu em 20 e tudo indica que em 20 continuará na mesma direção. Pior, o governo gasta muito e com baixa eficácia, gasta onde não é preciso. O superávit fiscal de 4,5% alcançado em 20 veio exclusivamente do aumento da carga tributária e não do corte de despesas. Ora vejamos, apenas nos últimos dois anos foram contratados mais de 45 mil funcionários, a folha anual de pessoal chegou a R$ 28,6 bilhões, um crescimento de 44% em relação a 2002, segundo dados do Sistema Integrado de Administração Financeira SIAF. O governo gastou com compra de veículos R$ 439,7 milhões, 44,6% a mais do que 2003, com passagens aéreas, diárias e hospedagem este número chegou a R$ 1,2 bilhão, uma elevação de 28,3%, os gastos com a Previdência e com servidores públicos da ativa consumiram 51% dos gastos totais do Tesouro Nacional. 5 Artigo Programa Primeiro Emprego, pelo ministro Ricardo Berzoini 6 Palestra Condicionantes macroeconômicos 8 Entrevista Alencar Burti, primeiro vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo 10 Artigo Istvan Kasznar, conselheiro econômico da ACREFI 12 Especialização Novas parcerias: FIA lança MBA Banking Detalhe: a Previdência vem aumentando seus gastos ano após ano, em um rumo decididamente perigoso. Não é à toa que o governo tentou de maneira sorrateira, na virada do ano, aumentar mais uma vez a carga tributária através da MP 232. A reação da sociedade foi uma mostra de maturidade e mostrou não ser mais possível aumento de impostos. Foi um sinal de alerta: ou o governo reduz gastos, diminuindo a máquina pública e equacionando a questão da previdência ou caminharemos para um processo de insolvência. O controle dos gastos públicos precisa ser uma tarefa permanente do governo. Caso contrário, a missão do Banco Central de conter a inflação será impossível ou ela se dará com um custo absurdo para a sociedade. Precisamos cortar o círculo vicioso que não permite à atividade produtiva se expandir, pois é barrada pelo dique dos juros. Não nos cabe ficar criticando a autoridade monetária, temos sim, que olhar para a raiz da questão e pressionar o poder legislativo e executivo para que tenham uma postura responsável. Enfim, de nada adianta uma parte do governo ter uma atitude austera enquanto outra gasta, gasta e gasta. 14 Mercado Financeiro Volatilidade marca início de Análise Setorial Crédito rumo aos R$ 500 bilhões 16 Sistema Financeiro Cresce uso de cartões de crédito e débito 18 Crédito ao Consumo Concessão e cobrança em nova fase 19 Banco de Dados Luciano Zafalon

4 26º XXVI Congresso Acrefi Tempo de Crescer 22 a 24 de Setembro de 20 Hotel Sofitel do Rio de Janeiro Reserve sua agenda para o principal evento do segmento de Crédito e Financiamentos. Venha participar do XXVI Congresso da ACREFI. Entre outras ilustres personalidades, o Congresso contará com a presença de: Convidado internacional José Alexandre Sheinkman Palestrantes Bolívar Lamounier Delfim Neto Dora Kramer Gustavo Loyola José Roberto Mendonça de Barros Em breve, maiores informações sobre a abertura das inscrições.

5 artigo Programa Primeiro Emprego busca novas parcerias para oferta de vagas e qualificação J. Freitas/ABr RICARDO BERZOINI, MINISTRO DO TRABALHO E EMPREGO Paulo Dias A estabilidade e o crescimento econômico, que no ano passado foi de surpreendentes 5,29% do Produto Interno Bruto (PIB), contribuíram para elevar o nível do emprego acima desse patamar (6,5%) e dar novo ânimo às iniciativas ligadas ao trabalho da juventude. Esse ambiente favorável de crescimento sustentado estabelece as condições necessárias para desenvolvermos uma política de geração de emprego, trabalho e renda voltada para os jovens, uma das prioridades do Governo Lula. Embora seja do interesse deste Governo retardar o ingresso dos jovens no mundo do trabalho, lidamos com uma realidade que impõe à juventude a procura precoce por emprego a fim de contribuir com o orçamento familiar. Desde o último ano, firmamos importantes parcerias no âmbito do Primeiro Emprego com empresas e entidades de setores que absorvem tradicionalmente mão-deobra juvenil. Tanto a linha da subvenção econômica, na qual empresários que contratam jovens do Programa recebem incentivo financeiro, como a da responsabilidade social, na qual abrem mão do incentivo, têm encontrado muita receptividade. Até agora, empresas e entidades setoriais se comprometeram com mais de 50 mil vagas para este e o próximo ano. Apostamos que há espaço para ampliar as parcerias, especialmente no setor de serviços que demonstra tendência de crescimento no mundo inteiro e que, no último resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), esteve à frente das demais atividades, com aumento de 5% no saldo de vagas geradas em comparação com o mês anterior. As parcerias vão além da oferta de vagas, incluindo uma ação importante da política de emprego que é a qualificação. Há empresas que optaram exclusivamente pelo treinamento. Outras combinam as duas ações. A capacitação profissional é o pilar do Programa Primeiro Emprego e são várias as frentes de atuação com esse objetivo. Além de priorizar os jovens no Programa Nacional de Qualificação (PNQ), desenvolvemos junto com o Ministério da Defesa e o Sistema S, o projeto Soldado Cidadão, que capacita por ano, 30 mil jovens de baixa renda e escolaridade enquanto prestam o Serviço Militar Obrigatório. O público é formado pelos jovens menos preparados para enfrentar a disputa do mercado. Para permitir que eles deixem trabalhos informais e se dediquem à qualificação nos Consórcios Sociais da Juventude ou no Serviço Civil Voluntário, recebem auxílio financeiro de R$ 150 por mês e, em contrapartida, realizam trabalho comunitário nas localidades onde vivem. A formação inclui ética, cidadania e meio ambiente, inclusão digital, apoio à elevação da escolaridade e oficina de capacitação profissional. As atividades das oficinas são escolhidas de acordo com as aptidões dos alunos e demandas locais. Os selecionados nessas ações são especialmente jovens mães, afros-descendentes, egressos de sistemas sócio-educativos, indígenas e portadores de necessidades especiais. O caráter social do Programa se distingue por voltar-se para aqueles que enfrentam maior dificuldade de acesso a condições de trabalho dignas. A passagem dos jovens por essas experiências transformadoras tem revelado talentos e capacidades surpreendentes. Ao concluírem os cursos, eles encontram auto-estima que desconheciam e abraçam oportunidades com garra e confiança. É nosso dever, do governo, da sociedade civil e dos empresários ter esse olhar sobre o presente e para o futuro. É nosso dever assumir o compromisso e a responsabilidade para mudar as estatísticas que nos colocam entre os campeões de desigualdade sócio-econômica e da violência urbana. A continuidade do crescimento passa pela promoção social e pelo aumento da cidadania. Para termos um mercado interno forte, precisamos uma população com capacidade de consumo. O Governo está fazendo sua parte, controla gastos, promove investimentos em infraestrutura e na área social, e deseja que empresários e demais setores da sociedade também o façam. A responsabilidade social é hoje palavra de ordem nos países em desenvolvimento, mas seu efeito pode gerar resultados ainda mais imediatos entre os que estão em desenvolvimento como o nosso ACREFI 5

6 palestra Mercado de crédito Condicionantes macroeconômicos Economista Adriano Pitoli analisa a influência do controle da inflação na expansão do mercado de crédito, durante encontro na Acrefi Luciano Zafalon A política monetária do Banco Central está correta embora a inflação tenha mostrado maior resistência do que a esperada. A afirmação é de Adriano Pitoli, analista de crédito da Tendências Consultoria Integrada, que falou sobre o Mercado de Crédito e Condicionantes Macroeconômicas, na sede da Acrefi, no último dia 31 de março. Os efeitos da macroeconomia no desempenho do setor, os determinantes de curto e longo prazo e os determinantes competitivos do setor, são as premissas a serem consideradas em uma análise do curto e longo prazo do segmento. Para uma platéia de cerca de 70 associados, que lotou o auditório da Rua Líbero Badaró, o economista explicou que se deteria na análise do primeiro tópico, ressaltando que o controle da inflação é a variável chave e maior limitador da expansão do crédito. A maior resistência da inflação e dos principais indutores do crédito, apesar dos vários aumentos das taxas de juros, se deve primeiro à diminuição do spread, que por sua vez está diretamente ligado à queda da inadimplência e à confiança do setor na política econômica adotada. Depois, à baixa na taxa de desemprego que aumenta a disposição dos tomadores de crédito e igualmente dos ofertantes. Por fim, os níveis ainda altos do spread, prin- cipalmente no crédito para pessoa física, que ainda permite que o mercado se ajuste sem fazer repasses. No entanto, para Pitoli, os efeitos das altas dos juros, começarão a surtir resultados nos próximos meses, sobretudo para as pessoas jurídicas, na qual o spread é menor e tem menos margem de manobra. Somam-se como indutores do crédito, as reformas microeconômicas promovidas pelo governo como a criação do crédito consignado (que hoje representam um mercado de R$ 30 bilhões por ano), a regulamentação da Lei das Falências e a consolidação do Sistema de Informações de Crédito (o birô positivo) do Banco Central para empresas. Diante desses fatores, Pitoli acredita que o mercado de crédito deve necessariamente desacelerar nos próximos meses, também em função mesmo dos custos e da alta dos juros: Spread ainda em níveis elevados SPREAD - LINHAS-PRÉ-FIXADAS º T 01 Fonte: Banco Central 3º T 01 1º T 02 3º T 02 1º T 03 Enxergamos pouco espaço para aumento real do crédito acima de 10%, ao longo desse ano. Projetamos crescimento de 11% do saldo de empréstimos para pessoas jurídicas e 8,5% para pessoas físicas para 20. Apesar disso, o economista está convicto de que entre os instrumentos que o Banco Central dispõe para o controle da inflação deverá permanecer utilizando o modelo clássico, o do controle da inflação através da taxa de juros, o menos traumatizante para a economia do país. Inibir outros indutores de demanda como emprego, renda e exportação não são alternativas desejáveis. Além de serem impopulares, reduziriam drasticamente o crescimento do país com conseqüências sociais dramáticas, como desemprego e recessão. Outras variáveis da política monetária seriam a contenção da demanda 3º T 03 1º T 3º T 1º T Projeção 3º T 6 FINANCEIRO

7 através de uma política fiscal mais rígida, intervenção no câmbio, aumento do recolhimento compulsório dos bancos e uma política restritiva no controle da inflação. Instrumentos aparentemente descartados, dado às fortes conseqüências posteriores: na eventualidade de a demanda por crédito induzir um crescimento muito acima do projetado, consideramos mais provável que a revisão das projeções se concentre mais nas taxas do que nos volumes. Emprego, renda e taxas de juros Apesar dos aumentos consecutivos da Selic, o nível de empregos não diminuiu entre 20 e 20, ao contrário vem crescendo. Pitoli acrescentou ainda que apesar de não haver ainda sinais de uma desaceleração do crédito, (a projeção para ereiro e março é de aumento) ele acredita que as operações de crédito devam começar a desacelerar nos próximos meses. Mais do que uma tendência ele diz que é uma necessidade e explica: Desacelerar o mercado de crédito é fundamental para o controle dos índices de inflação. O mercado de crédito não reage somente a aumentos ou quedas de taxas de juros, mas a toda uma conjuntura econômica que pode criar um ambiente de confiança ou de desconfiança no seio do mercado. Não é só uma questão de preço, mas também de vontade de tomar e conceder crédito, afirma Pitoli. ACREFI Luciano Zafalon Palestra atraiu cerca de 70 associados ao auditório da Acrefi Aumento de crédito: fatores conjunturais O aquecimento do crédito experimentado nos últimos tempos é explicado pelos seguintes fatores: Uma confiança na estabilidade macroeconômica reduzindo o racionamento do crédito e fazendo baixar o spread; A melhora do mercado de trabalho que incentiva a demanda de crédito e aumenta a confiança do tomador. Por outro lado, sem cenários de rupturas como os observados nos últimos anos, com o desemprego e inadimplência diminuindo, aumenta a disposição do mercado ofertante. Soma-se a tudo isso, as reformas microeconômicas que foram implementadas o Crédito Consignado, o Sistema de Informações de Crédito (SCR) do Banco Central, a nova Lei Crédito: não há sinais de desaceleração Var. Real % 20: 19,5% 20: 8,5% (Projeção) Emprego e renda Var. Real % 20: 5,1% 20: 5,0% (Projeção) das Falências tudo isso contribuiu para criar um cenário positivo para a expansão que observamos hoje no setor do crédito no Brasil. Afinal, observa Adriano Pitoli, quem oferece crédito tem o olhar sempre lá na frente. SALDO DE CRÉDITO REAL - TOTAL PF (Em R$ bi) jan/01 jul/01 Dados deflacionados (IPCA) e dessazonalizados. Preços de Fev/. Fonte: Banco Central. jan/02 jul/02 jan/03 MASSA SALARIAL - SEADE jan-00 jan-01 jan-02 jan-03 jan- jan- Dados mensais dessazonalizados até Jan/. Média móvel 6 meses. Fonte: Seade. 7 jul/03 jan/ jul/ jan/

8 entrevista Problemas de gestão impedem crescimento econômico sustentável A avaliação é do empresário Alencar Burti, primeiro vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo, para quem a evolução depende de diversas reformas, principalmente da tributária e da política O Brasil precisa ter a coragem de olhar-se de frente no espelho e mirar sua verdadeira realidade, ainda com muitos problemas, inclusive sociais Divulgação Qual é a análise que o senhor faz do Brasil de hoje, em especial da economia nacional? Alencar Burti: Na minha opinião, o Brasil tem hoje três grandes problemas, que podemos resumir numa frase de Aécio Neves: Gestão, gestão e gestão. Os números excelentes que vêm sendo divulgados nem sempre refletem que o nosso dia-a-dia ainda carece de muito trabalho para que haja um efetivo crescimento sustentável no país. O Brasil precisa ter a coragem de olhar-se de frente no espelho e mirar sua verdadeira realidade, ainda com muitos problemas de toda ordem, inclusive sociais. É necessário começar um trabalho de base, mesmo sabendo que ele só dará seus frutos daqui a três ou quatro gerações. Ou seja, é preciso começar a fomentar intensamente todas as áreas da Educação, sem se esquecer da Saúde, para que no futuro o Brasil não seja mais aquilo que sempre se ouve comentar, um país com um grande potencial ainda não desenvolvido em toda a sua plenitude, mas, apenas, numa pequeníssima parcela. Ou seja, a ordem é trabalhar nisso hoje para deixarmos de ser o país do futuro e passarmos a exercer todas as nossas potencialidades. Como é que se pode fazer com que essas potencialidades comecem a aflorar enquanto o trabalho de base é realizado? Alencar Burti: Faz vinte anos que se diz que é preciso reformar, reformar, reformar, mas, na prática, só se fazem remendos, que são insuficientes, como a realidade vem mostrando. Precisamos neste país de reformas de toda ordem, principalmente da tributária e da política. Nos últimos vinte anos, a carga tributária no Brasil cresceu muito e não pode ser mantida assim. Ela leva ao aumento desmesurado da informalidade e, em seguida, à concorrência desleal de quem não paga impostos. Com isso, a sociedade se desorganiza, enquanto a criminalidade, ao contrário, se organiza. E ataca os empresários que operam na legalidade, usando para isso a fragilidade dos informais... Além disso, temos hoje uma alta concentração de renda que atrapalha o crescimento do país. É brutal. Atualmente, 2% das empresas faturam mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB) e 98% faturam o restante. Para podermos fazer o Brasil crescer enquanto ainda não temos as ferramentas básicas da Educação e da Saúde funcionando a pleno vapor, é importante oferecer oportunidades reais de trabalho e desenvolvimento àqueles ou àquelas empresas que realmente têm espírito empreendedor. Um dos instrumentos para isso é o crédito, é o financiamento que privilegia quem não sonega, quem trabalha duro, quem é bom pagador, ou seja, o cadastro positivo. Só vamos ter sucesso de verdade, quando passarmos a tratar o Brasil como uma empresa de verdade, sem cair na armadilha da estrutura estatal 8 FINANCEIRO

9 arcaica que vai transferindo a dívida para as gerações futuras, até o dia em que não haverá mais como empurrálas com a barriga. O alongamento dessa dívida está sendo levado longe demais? Alencar Burti: A carga tributária repito, é muito elevada hoje no Brasil. E a preocupação da Receita Federal é a de arrecadar para cobrir gastos públicos cada vez maiores. A reação da sociedade à Medida Provisória 232 é um sinal muito forte de que é hora de gerir o Brasil olhando para dentro, com uma boa dose de realidade. O presidente Luís Inácio Lula da Silva tem, diante desse aviso social, uma grande chance de usar toda a sua sensibilidade para sentir essa reação não como uma afronta, mas como um aviso de que não dá mais para continuar do jeito que as coisas estão hoje, ou seja, os sacrifícios não podem continuar recaindo apenas sobre uma parcela da população. A MP 232 deve ser pelo menos um ponto de partida para o governo saber o que, realmente, a sociedade que ele representa deseja. Além disso, é preciso rever os direitos adquiridos, embora esse seja um tema extremamente delicado. Mas não se pode falar nos direitos adquiridos por um grupo de pessoas, enquanto há outros tantos grupos de brasileiros sem direito algum. Ou, pelo menos, com quase nenhum direito. Isso ocorre principalmente no setor previdenciário, que é vital em qualquer país, porque é através dele que se pode formar a tão desejada poupança interna. Nós mesmos nos iludimos com números maravilhosos que circulam por aí da economia brasileira, mas não queremos ver o que ocorre na Previdência. É o que eu já disse antes, o Brasil tem de ser tratado, gerido, como uma empresa bem sucedida, tem que aprender a contratar empresas menores em vez de ir inchando internamente, o que só aumenta as despesas e faz com que os gastos públicos sejam impagáveis. Existem hoje no Brasil muitas empresas, em especial no varejo, que apresentam balanços espetaculares, com resultados admiráveis. É preciso seguir o exemplo delas? Alencar Burti: No que diz respeito à concorrência, sem dúvida. O empresariado brasileiro é muito competitivo. É tentando conquistar mais uma fatia de mercado que o empresário faz a sua companhia crescer. Mas essa luta tem de estar respaldada num arcabouço jurídico, tributário e social que lhe permita pagar melhor seus empregados, sem que o concorrente mantenha salários muito pequenos e tome seu A reação da sociedade à Medida Provisória 232 é um sinal muito forte de que é hora de gerir o Brasil olhando para dentro market share. Na verdade, já está mais do que na hora de as centrais sindicais e as confederações patronais se unirem para exigir uma estrutura mais compatível com as nossas necessidades reais. O Brasil não é a Suécia, mas pode ser até melhor, se cada um assumir a sua responsabilidade de fazer deste país uma potência econômica e um exemplo no campo social. Eu acredito que essa consciência social está cada vez mais presente na sociedade brasileira e, por isso mesmo, sou otimista, e acredito que, até por inércia, o Brasil vai crescer 4,5% do PIB neste ano, mas a força da inércia acaba e, daí em diante, só vai haver evolução com uma gestão mais adequada da coisa pública As imagens do Brasil de hoje Observações Mais Recentes Categorias do PEDD e Seus Componentes Unidades Data de Referência Valor Anterior Atual Variação % Contas Nacionais PIB a preços constantes Consumo das famílias Consumo do Governo Formação bruta de capital fixo Exportações Importações PIB a preços correntes Consumo das famílias Consumo do Governo Formação bruta de capital fixo Exportações Importações 1990 = = = = = = 100 milhões de reais milhões de reais milhões de reais milhões de reais milhões de reais milhões de reais out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 out-dez/20 142,94 138,23 125,44 132, , ,55 139,98 126, 127,6 284,92 281, ,43 1,27 0,49-3,88 3,23 2,73 4,63 5,23 32,66-2,60-6,58 0,58 ACREFI 9

10 artigo Inflação, tendências e oportunidades Fernanda Cruz Perrone PROFESSOR ISTVAN KASZNAR, PhD, CONSELHEIRO ECONÔMICO DA ACREFI Entre as suas mazelas, a inflação piora a distribuição de renda; aumenta as incertezas sobre o futuro; reduz a previsibilidade de evolução dos fluxos de caixa; eleva os riscos dos investimentos A inflação corresponde a uma alta contínua, prolongada e persistente do nível de preços. Normalmente, ela é medida mediante um índice, referenciado numa cesta de bens e de serviços, cujos preços são monitorados e permitem a constatação de variações. Naturalmente, dado que esta cesta compõe-se de centenas de bens e serviços, enquanto o preço de uns sobe, o preço de outros desce. Assim, os produtos sazonais, de época, são os mais voláteis ao longo do ano, porque ora são disponíveis, ora desaparecem, esperando-se pela safra do ano seguinte, como no caso das frutas de estação. Não importa. O fato é que quando há inflação, a influência daqueles bens e serviços cujos preços sobem, é maior que a verificada naqueles que experimentaram baixa de preços. E uma inflação ascendente é nefasta para o sistema econômico, especialmente para os consumidores e devedores. Entre as suas mazelas, a inflação piora a distribuição de renda; aumenta as incertezas sobre o futuro; reduz a previsibilidade de evolução dos fluxos de caixa; eleva os riscos dos investimentos, inibindo-os; aumenta o custo nominal das dívidas; exige agilidade na revisão e renegociação de contratos e induz, produz e conduz à impertinente correção monetária. Estes impactos negativos da inflação se mesclam com a queda do poder aquisitivo real do consumidor. Com preços altistas, que podem não acompanhar a sua renda, ele se inibe e reduz as compras. Como decorrência, espera-se um combate à inflação, para que se volte a patamares baixos de preços, com mínimas flutuações, sem artifícios, com vistas a estabilizar o poder aquisitivo novamente. O uso de políticas econômicas decorre em parte desta necessidade ao combate antiinflacionário. Sucede que combater preços leva à adoção de medidas impopulares, que no curto prazo desgastam politicamente e pressionam a alta das taxas de desemprego e de ociosidade do sistema econômico. Entre as medidas mais universais e melhores conhecidas de combate antiinflacionário, encontram-se as associadas ao uso da política monetária. E contrair a oferta de dinheiro e sua circulação no sistema econômico é uma das medidas mais corriqueiras de um Banco Central. O problema é que nessa hora as taxas de juros disparam e a capacidade de compra da população no crediá- 10 FINANCEIRO

11 Luiz Carlos Casagrande ACREFI rio é prejudicada. Sonhos são adiados e tristezas por compra e consumo não realizado se acumulam. Portanto, mais vale usar por curto tempo, em dose forte, o remédio amargo que combate à alta dos preços. Mas a dosagem há de ser bem medida, para que, comedida cientificamente, não arrase a saúde financeira das pessoas e empresas endividadas. Afinal de contas, uma estrutura de capitais deve existir para todos, que utilizem capitais próprios e de terceiros. E estes últimos são os empréstimos, tão necessários para alavancar e desenvolver bem o sistema econômico. Para este ano de 20, em função da ortodoxa posição contracionista monetária do banco Central, pode-se esperar uma queda persistente do nível de preços. Usar uma bola de cristal e fazer uma estimativa tal e qual uma cigana é um tanto ao quanto arriscado, mas mantidos cenários normais, sem maiores convulsões, para a economia brasileira e mundial, pode-se acreditar num Índice de Preços ao Consumidor Amplo IPCA, próximo dos 6%, com viés de baixa. Considerando-se as estimativas do governo, a inflação medida pelo IPCA pode ficar ainda mais baixa, algo como 5,68%. E como esta inflação ainda é bem maior que a verificada nos países ricos, é determinante o seu combate e é necessário fazê-la cair gradualmente para um nível de 1% a 1,5% anuais. Por esta razão, justifica-se corretamente a meta oficial de 5,1%, associada a uma meta central de 4,5. Resta, a saber, se é possível chegar a esse patamar e piso de inflação mínima, referenciado nas inflações dos países desenvolvidos. Existe uma inflação nuclear, epicentral, que decorre de fatores complexos, estruturais, cuja redução envolve ações de longo prazo. A eficiência em produção, a capacidade logística, a habilidade de dominar a cadeia de suprimento, e a caracterização dos players de mercado que agem freqüentemente em regimes oligopolísticos e de oligopólio monopolista, entre outros, é determinante para que se consiga obter uma rota estável e baixa de preços. De 1993 em diante, o Brasil conseguiu certamente redefinir sua política de preços, combatendo-os persistentemente, num resultado indiscutivelmente para melhor. Saiu de inflações de 2.103% e 2.407% em 1993 e 1.994, para 12,14% em 2.0, medidos pelo IGP-DI. No presente momento, chegou-se a uma nova etapa no ciclo macroeconômico de gestão de preços, de combate à inflação. Agora, a questão é mais sutil. Envolve a sintonia fina na vertente monetária, para que com os instrumentos monetários se continue reduzindo a inflação e se venham a gerar refinadas lapidações na evolução monetária e das taxas de juros. Neste quadro, o Banco Central tenderá a fazer menos intervenções, que serão mais tópicas e localizadas. No plano do consumidor e do empresário, esta queda inflacionária momentânea representa uma excelente notícia. Significa que a estabilidade maior de preços oferece maior previsibilidade. Por conseguinte, será possível comprar com mais segurança e preços mais atraentes. No mercado financeiro, os contratos serão algo mais estáveis, facilitando a compra de carros, e eletrodomésticos, e otimizando os investimentos pessoais. Por outro lado, no plano macroeconômico, torna-se premente a adoção das verdadeiras reformas, sobretudo da governança pública, que racionalizarão os custos do sistema econômico e darão condições de produção real auto-sustentada e de longo prazo. E estas reformas hão de ser tecidas em conjunto, simultaneamente, para que amadureçam consistentemente ao mesmo tempo. As mais importantes são as reformas do sistema produtivo; a reforma trabalhista; a reforma para valer da ultradeficitária previdência; a reforma do sistema assistencialista, um buraco sempre sem 11 No mercado financeiro, os contratos serão algo mais estáveis, facilitando a compra de carros e eletrodomésticos, e otimizando os investimentos pessoais fundo no qual não há contribuição que seja suficiente; a reforma fiscal; e a reforma geral do judiciário. Como no Brasil há sinais inquietantes sobre o verdadeiro significado das reformas, e sua real realização, resta, a saber, se elas serão de fato implantadas algum dia. Até o presente momento, nem todas elas estão dirigidas à rota do bom senso e da economicidade. Afinal de contas, para exemplificar com dois casos, enquanto em 2.0 a Previdência registrou o seu maior déficit histórico após uma pseudo reformite em 2.003, assistiu-se a muito debate sobre a reforma do Estado, que deveria ser menor e mais ágil, e em contraposição a carga fiscal que o sustenta disparou de 24% do PIB em 1.994, para 38% em 2.0 s para: istvan@ibci.com.br Envie suas perguntas macroeconômicas ao Professor Istvan. Se você tem preferência por um tema, faça a sua sugestão. Quem sabe, ele poderá ser objeto de uma análise, de um comentário, ou da carta mensal.

12 especialização MÓDULO 1 GESTÃO DE NEGÓCIOS Novas parcerias: FIA lança MBA Banking A ACREFI está apoiando institucionalmente o primeiro curso de MBA Banking que a FIA está lançando. A proposta do curso é formar pessoas para efetivamente participarem da direção nas áreas em que atuam dentro de suas instituições financeiras. A FIA - Fundação Instituto de Administração, instituição formada por professores da FEA/USP, está lançando o MBA especializado em Banking. A FIA tem o único MBA brasileiro ranqueado entre os melhores do Mundo pelo Financial Times, incluindo a terceira melhor turma de alunos de MBA do Mundo; tem seus MBAs credenciados internacionalmente pela AMBA - Association of MBAs, com sede em Londres e está sempre nas melhores posições em rankings da imprensa brasileira. Aliando a parte mais pragmática da teoria de administração, economia e finanças com a realidade da tomada de decisões nas instituições e mercados financeiros nacionais e internacionais, o corpo docente, formado por professores titulados da FEA e outras unidades da USP, bem como por profissionais e palestrantes de reconhecida capacidade no setor financeiro, desenvolveram um programa que abrange 4 módulos: I. Gestão de negócios II. Negócios financeiros III. Estratégia de instituições financeira IV. Aprofundamentos - desenvolvimento orientado de solução aplicada. Também está prevista a opção de um módulo internacional aos alunos do curso, com palestras e visitas às instituições locais. O curso de pós-graduação lato sensu MBA Banking terá sua primeira turma iniciando em agosto de 20 e abrange um público formado por gestores e dirigentes empresariais das iniciativas privadas e públicas e profissionais atuantes no setor financeiro. Os alunos cumprirão no prazo de 18 meses, 580 horas, entre 480 horas de atividades em sala de aula e 100 horas de estudo, pesquisa e elaboração do trabalho de conclusão do curso. O curso tem autorização do MEC e é coordenado pelo Prof. Dr Roy Martelanc e pelo Prof. Dr. Alberto Borges Matias O módulo de Gestão de Negócios segue o mesmo padrão de todos os MBAs da FIA e tem por objetivo dar uma sólida base em administração estratégica a todos os participantes. Cada uma das disciplinas é conduzida em coerência com o restante do curso e de forma a espelhar as necessidades do executivo do setor financeiro. O ambiente econômico e a Gestão Estratégica dos Negócios (48hs) Fundamentos de Macroeconomia Economia Brasileira Economia de Empresas Pensamento Estratégico e Planejamento Análise do Ambiente Competitivo Busca da Vantagens Competitivas Gestão da Mudança Evolução do Pensamento Administrativo Ética Empresarial Governança Corporativa Gestão de Pessoas e Habilidades Gerenciais (44hs) Gestão Estratégica de Pessoas Gestão de Carreira e Desenvolvimento Profissional Gestão da Remuneração Autoconhecimento e Estilos de Personalidades Liderança e Motivação Negociação Estrutura Organizacional Cultura e Poder nas Organizações Responsabilidade Social Finanças Corporativas e Contabilidade Gerencial (48hs) Contabilidade Gerencial Gestão Estratégica de Custos Análise de Investimentos Mercado Financeiro Métodos Quantitativos Aplicados (32hs) Matemática Aplicada à Administração Estatística Aplicada à Administração Gestão de Operações e Tecnologia da Informação (32hs) Organização do Processo Produtivo Gestão de Cadeia Valor Gestão de Processos em Serviços Gestão de Projetos Gestão de Tecnologia da Informação Sistemas de Apoio à Tomada de Decisão e Gestão do Conhecimento Sistemas Integrados de Gestão Gestão de Marketing (36hs) Evolução do Pensamento de Marketing Sistema de Informações e Pesquisa de Marketing Decisões de Marketing Marketing Estratégico Gerenciamento de Produtos Estratégias de Vendas Marketing de Relacionamento 12 FINANCEIRO

13 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO MÓDULO 2 NEGÓCIOS FINANCEIROS Este módulo lida com as três dimensões do cubo que define os negócios no mundo financeiro: as instituições, os produtos e o mercado. O objetivo é estimular a formatação de novos negócios, o aprimoramento dos atuais e a realização de negociações frutíferas. Instituições do Mercado Financeiro (32hs) Entidades Normativas e Supervisoras do SFN Entidades Auxiliares do SFN Instituições de Fomento Instituições Financeiras Instituições Intermediadoras Instituições para-financeira Instituições de Seguros e Previdência Associações de Classe Sistemas Financeiros Comparados Produtos & Serviços Financeiros (32hs) Mercado de Crédito Mercado de Capitais Hedge e Derivativos Gestão de Patrimônio Mercado de Dívida Pública Negócios Internacionais, Câmbio e Comércio Exterior Direito Bancário Internacional Commodities Seguros Previdência Meios Eletrônicos de Pagamento Cash Management Dinâmica dos Segmentos de Mercado (32hs) Varejo Pessoa Física e Jurídica Private Banking Atacado e Middle Market Agronegócios Governo Imobiliário Mercados Regionais MÓDULO 3 ESTRATÉGIA DE INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS O módulo de Estratégia de Instituições Financeiras tem por objetivo aprimorar a administração da instituição de modo a atingir os objetivos de maximização da equação retorno-risco e da contribuição para a sociedade. Estratégias de Controladoria e Governança (48hs) Contabilidade Bancária Custos Bancários: Apuração, Apoio à Decisão e Racionalização Planejamento e Controle Financeiro em Instituições Financeiras Relações com Investidores Auditoria Compliance e Lavagem de Dinheiro Legislação Nacional e Internacional de Governança Criação e Administração de uma Instituição Própria (boutique, factoring, consultoria) Estratégia de Gestão de Riscos (32hs) Risco de Crédito Direito Falimentar Risco de Mercado e ALM Risco Operacional (Tecnologia, RH, Processos, Eventos) Contratos e Execução Judicial Risco Corporativo Risco Sistêmico e Propagação de Riscos no Mercado Estratégias de Tesouraria (32hs) Cálculo Financeiro para Tesouraria Elaboração de Cenários Econômicos Precificação Gestão de Risco e Retorno em Tesouraria Gestão Simulada Integrada: Banco, Empresa e Governo (32hs) Jogo de empresas em que os participantes se alternam na gestão de um banco, de uma empresa e da autoridade monetária MÓDULO 4 APROFUNDAMENTOS Este módulo inclui seminários, trabalhos de campo, atividades programadas e a elaboração do trabalho de conclusão do curso. Metodologia para Desenvolvimento e Comunicação (24hs) Desenvolvimento Orientado de uma Solução Aplicada Fundamentos de Pesquisa Seminários de Orientação e Apresentação dos Trabalhos de Conclusão Seminários Temas relevantes da atualidade, com convidados nacionais e internacionais, com o objetivo de apresentar e debater as tendências dos negócios financeiros. Trabalho de Conclusão de Curso Aplicação orientada, integrando os conhecimentos recebidos no curso, voltada ao desenvolvimento de uma solução concreta para a instituição financeira. MBA Banking Inscrições Até 30 de junho de 20. Informações No telefone (11) , pelo mba_banking@fia.com.br ou pelo site INSCREVA-SE JÁ! ACREFI 13

14 mercado financeiro Volatilidade marca o primeiro trimestre de 20 Luciano Zafalon TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS O primeiro trimestre do ano foi caracterizado por uma volatilidade forte no mercado financeiro internacional, que rebateu nos ativos brasileiros. As três variáveis externas que preocupavam os agentes desde o ano passado, tiveram desempenho distintos ao longo deste período. I) O medo de uma desaceleração rápida da economia Chinesa cujos reflexos na economia mundial poderiam ser muito graves; II) O preço do petróleo, cuja influência nos níveis de inflação mundiais é preocupante; III) E finalmente a necessidade de elevação da taxa básica de juros no mercado americano, como conseqüência de uma possível diminuição nos fluxos de capitais e/ou uma pressão inflacionária mais forte, por conta de um crescimento acima do previsto. Os indicadores vindos da China até o presente momento apontam para um crescimento ainda bastante forte em 2.0. A expectativa inicial era de um crescimento ao redor de 7,5% que está sendo revisto para próximo de 8,5%. Este movimento repercutiu no mercado das commodities metálicas (minério de ferro, alumínio, nióbio, etc), provocando forte elevação de preço nesses produtos. O preço do petróleo segue em elevação. O crescimento mundial somado a pouca possibilidade de aumento de oferta da OPEP, além de um inverno rigoroso e uma promessa de um verão muito quente foram suficiente para fazer com que o preço do brent se elevasse em 34%, no primeiro trimestre do ano. Finalmente, os problemas estruturais americanos derivados dos déficits comerciais e fiscais, foram responsáveis pela volatilidade na cotação do dólar americano, especialmente em relação ao Euro. A cada notícia que pudesse de alguma maneira obrigar o FED a ser mais agressivo na condução da política monetária, os juros futuros reagiam fortemente para cima com movimento das bolsas indo na direção inversa. O mercado brasileiro somou aos movimentos externos incertezas locais, principalmente em relação a câmbio e juros. As primeiras intervenções do Governo no mercado cambial demoraram em acontecer e foram, no primeiro momento, insuficientes para sinalizar com clareza a sua finalidade. Somente com a implantação dos leilões reversos, o mercado concluiu que o patamar inferior do câmbio estava sendo colocado. As discussões sobre o crescimento brasileiro não encontraram unanimidade. A continuidade da evolução positiva das exportações, de um lado, somado a expansão no mercado de crédito, por conta do empréstimo consignado, de outro levaram o Banco Central a ser mais conservador do que o esperado, alavancando de forma importante os contratos de juros futuros.o estabelecimento de uma meta inflacionária muito baixa, (5,1% para o IPCA, em 20), foi outro fator de pressão na política monetária. Com as médias de projeções correndo acima deste valor, e sem sinalização de reversão importante, o Banco Central ficou com dificuldades para baixar os juros e, pelo contrário foi obrigado a elevá-lo acima do que previa. As pressões nas commodities (petróleo, metais e agricultura), a indexação das tarifas dos serviços (telefone, luz, etc), e pressões de margem nas empresas sinalizam que as dificuldades deverão continuar. Os números médios de inflação apontam para número próximos a 6% (a MB Associados projeta 6,2%) para o IPCA, longe da meta estabelecida, o que sugere mais uma rodada de aumento de juros. O fator político também colaborou para as idas e vindas do mercado. Tivemos nesse trimestre três importantes fatos nessa área. Em primeiro lugar a eleição para a presidência da câmara, com a vitória para o Deputado Pernambucano Severino Cavalcanti, que representou uma derrota para o Governo. Em seguida e após muita agitação em Brasília foi anunciada uma reforma ministerial pífia. Finalmente, a não aprovação da MP 232, por parte da Câmara de Deputados, está sendo considerada a maior derrota já sofrida pelo Presidente Lula desde a sua posse. Precisamos saber como se dará a recomposição da base e se isso será suficiente para que as votações das reformas aconteçam. Como será o comportamento destas variáveis à partir de agora ainda não é uma pergunta de fácil resposta. O comportamento de mercado internacional não está totalmente claro. Como vimos acima, o crescimento econômico mundial, somado a elevação dos preços das commodities, sem uma sinalização da economia americana de que irá conseguir evitar um choque de juros mais forte, segue levando incertezas ao mercado que mantém alta volatilidade 14 FINANCEIRO

15 análise setorial Crédito no rumo da marca histórica de R$ 500 bilhões Divulgação PROF. DR. ALBERTO BORGES MATIAS, DIRETOR DA ABM CONSULTING Segundo os últimos dados sobre o mercado de crédito publicados pelo Banco Central, o volume total de crédito registrado no mês de ereiro ultrapassou os R$ 498 bilhões. Mês a mês, o volume vem crescendo desde ereiro de 20 a uma taxa média de 1,5%. A relação Crédito / PIB, que fechou o ano de 20 em 26,2% já cresceu meio ponto percentual chegou a 26,7%. Não é bom, precisa melhorar. Mas é um avanço. Considerando o comportamento dos números relativos ao crédito nos últimos meses, os dados do mês de março poderão se revelar históricos: a marca dos R$ 500 bilhões em crédito concedido. Para o Brasil, é um pequeno, mas importante passo para se ter um mercado de crédito consistente. Ao analisar-se a série histórica iniciada em julho de 20, corrigida pelo IPCA, percebe-se uma instabilidade no mercado de crédito desde a implantação do Plano Real, com dois grandes picos, um em novembro de 1997 e outro em maio de 2001, devido principalmente a um aquecimento econômico, mesmo que ainda fraco. Há uma escalada quase sem movimentos de queda que se deu a partir de maio de Essa escalada está ilustrada no gráfico Volume de Crédito - mai/03 à jan/. O período compreendido no gráfico representa o movimento de alta mais duradouro desde A partir daí, pode-se dizer que esse último movimento de alta nos volumes de crédito apresenta-se mais consistente e sustentável, fazendo com que essa alta se perpetue ao longo de 20. Houve aumento mensal em todos os meses exceto janeiro em relação a dezembro 03, sendo um efeito normal devido a sazonalidade Em grande parte, o crescimento do crédito vem sendo sustentado pelos recursos livres, tanto os de pessoa física quanto os de pessoa jurídica. O crescimento mensal do crédito para pessoa física foi de 3,2%, enquanto que o crédito destinado à pessoa jurídica cresceu exatos 2%. Já a variação de 12 meses foi de 19,2% para o crédito para pessoa jurídica e 31,8% para o crédito para pessoa física. Em um futuro próximo, haverá um equilíbrio entre o volume de crédito concedido aos cidadãos e às organizações. As variações no volume de crédito deverão acompanhar Para o Brasil, é um pequeno, mas importante, passo para se ter um mercado de crédito consistente o movimento da economia do país em 20. Tendo uma situação econômica mais estável e favorável, os volumes de créditos deverão continuar crescendo esse ano. A população está cada vez mais demandando recursos para financiar seu consumo, ao passo que as empresas deverão recorrer mais ao crédito para financiar sua expansão e atender a uma demanda mais aquecida. A situação do crédito melhorou um pouco, vem melhorando, e se tudo ocorrer conforme o previsto (em se tratando de Brasil, isso nem sempre ocorre), se tornará melhor ainda. A marca de R$ 500 bilhões será ultrapassada com um alto grau de certeza, mas isso não é suficiente. R$ 500 bilhões não é o final, mas o início de uma longa caminhada Volume de Crédito - De maio 2003 a ereiro 20 mai/03 jul/03 set/03 nov/03 jan/ mar/ mai/ jul/ set/ nov/ jan/ ACREFI 15

16 sistema financeiro Tendências Consultoria Integrada Cresce uso de cartões de crédito e débito Além de reduzir riscos, inclusive de roubos, pagamentos eletrônicos oferecem menor custo administrativo ao segmento varejista O crescimento ininterrupto do volume de cheques devolvidos no País deverá estimular ainda mais a escolha dos cartões de crédito e débito como os meios de pagamento preferenciais do comércio, principalmente entre os pequenos varejistas, que não dispõem de uma gestão de crédito sofisticada como a existente nas grandes redes diferencial competitivo que foi reforçado recentemente com a onda de associações estratégicas destas com os bancos comerciais. Na verdade, pelo fato de os cartões serem meios de pagamentos bem mais eficientes, tanto em relação aos custos de transação quanto ao risco, é provável que o cheque seja relegado a um papel secundário em um intervalo relativamente curto de tempo. A inadimplência do cheque tem aumentado continuamente nos últimos anos e em 20 não foi exceção. Segundo a Serasa, no ano passado, foram 15,8 cheques devolvidos para cada mil compensados contra 15,5 em Na raiz do problema está o próprio processo de migração do uso do cheque para os cartões de plástico. Os primeiros agentes a incentivarem a utilização dos cartões foram os bancos, que respondem pelas principais administradoras deste meio de pagamento no País. Além do porcentual cobrado dos comerciantes, que gira em torno Em 20, segundo a Serasa, foram 15,8 cheques devolvidos para cada mil compensados, contra 15,5 em 2003 de 4% do valor da compra no caso do cartão de crédito e 2% no de débito, o custo de processamento de uma transação eletrônica para a instituição financeira representa uma pequena fração do custo de compensação de um cheque. Vantagens dos cartões Para o varejista, as vantagens dos cartões também são significativas, incluindo um menor custo administrativo, a redução do risco de roubos e, principalmente, a eliminação do risco de inadimplência. No caso do cartão de débito, a transferência de recursos da conta do cliente é instantânea, enquanto nas vendas com o de crédito o risco é assumido pelas administradoras. Considerando as estimativas de inadimplência do comércio, o custo cobrado pelas empresas de cartões é, na maioria dos casos, bastante compensador. O relativo entre o número de registros líquidos de inadimplentes e o de consultas ao SCPC tem girado em torno de 4,5% no período recente, segundo a ACSP. Já a inadimplência das pessoas físicas junto ao sistema financeiro tem se situado ao redor de 12,5%, de acordo com o Banco Central. Outro parâmetro interessante é dado pela Casas Bahia, que, apesar de possuir um grande know-how nas concessões de crédito, apresenta uma taxa de inadimplentes da ordem de 8%. De ambos os lados, os consumidores têm sido incentivados a substituírem seus meios de pagamento. Os bancos passaram a cobrar tarifa para cada cheque emitido de valor reduzido, enquanto os comerciantes têm criado mais e mais empecilhos à sua aceitação. É cada vez mais comum, por exemplo, a opção de parcelamento apenas no cartão e não mais em cheques pré-datados. O mais relevante é que estes fatores desencadearam um processo de retroalimentação, conhecido na literatura econômica como seleção adversa. Como os bons pagadores têm incentivos para concentrar seus pagamentos nos cartões, sobra uma proporção maior de maus pagadores utilizando cheques. Com a elevação do risco do cheque, os lojistas aumentam ainda mais as restrições à sua aceitação, realimentando o processo de migração 16 FINANCEIRO

17 5,0 4,5 4,0 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 Número de transações com cheques e cartões de crédito (em bilhões) Fonte: Abecs e Banco Central mero de transações com cartões de crédito cresceu 9% em 2002, 15% em 2003 e 18% no ano passado. Em 1992, havia 25 transações com cheques para cada operação com cartão de crédito. Tal proporção, em 20, foi de apenas 1,4, sendo provável que, no ano que vem, o número de transações com cartões de crédito já ultrapasse o número de cheques. Crescimento ainda maior ocorre com os cartões de débito, impulsionado pela popularização dos termipara os cartões, bem como a concentração de maus pagadores no uso dos cheques Cheques trocados Transaç. cartões de crédito Transações com cartões de crédito cresceram 9% em 2002, 15% em 2003 e 18% em 20 Valor das operações A própria evolução dos cheques devolvidos quantifica este problema. Em 1991, havia 1,6 cheque sem fundo para cada mil compensados. Esta proporção subiu para 9,3 em 1998, 13,6 em 2002 e, finalmente, 15,8 em 20. O processo de seleção adversa não desemboca necessariamente na extinção do cheque, já que o risco de inadimplência é mitigado pelos sistemas de proteção ao crédito, como o Usecheque e a Serasa. Mesmo com a utilização destes instrumentos, contudo, o risco deste meio de pagamento continua sendo significativo e indutor do uso dos cartões. A migração do uso do cheque para os cartões de plástico tem ocorrido de maneira muito rápida. Nos últimos três anos, o número de cheques compensados recuou em um ritmo relativamente constante de 7% ao ano, ao passo que o núnais POS (máquinas de captura das transações), que permitem acesso on-line às contas dos clientes. Os dados consolidados de transações deste tipo, segundo balanço divulgado pelo Bradesco, um dos maiores emissores de cartões do País, dão mostras da importância já adquirida por este meio de pagamento. Em 20, pela primeira vez, o número de operações com cartões de débito ultrapassou o de cartões de crédito, atingindo uma proporção 20% superior, enquanto em 2000 o volume de transações de débito respondia por apenas 30% do total de pagamentos efetuados com cartões de crédito. Cheques devolvidos Da mesma forma, nos últimos três anos, enquanto o faturamento dos cartões de crédito administrados pelo banco cresceu pouco abaixo de 20% ao ano, o apurado com os cartões de débito aumentou acima de 50% ao ano. Como resultado, o volume financeiro das transações com cartões de débito já alcança 80% do valor das operações com cartões de crédito do banco, enquanto, em 2000, esta relação era de apenas 20%. Há ainda um amplo espaço para a ampliação do uso dos cartões, já que boa parte dos consumidores é resistente em substituir os cheques. Contudo, a vantagem de custos tanto para o varejo quanto para os bancos é forte o suficiente para que ambos criem novos incentivos para dobrar a resistência das pessoas em desenvolver novos hábitos de pagamento, como é o caso dos descontos oferecidos pelas instituições financeiras nas tarifas bancárias aos clientes que utilizam cartões de plástico. Estas promoções são condizentes com as pesquisas feitas pelas administradoras de cartão, dando conta que, uma vez estimulado a comprar pela primeira vez com o cartão de débito, o consumidor tende a adquirir o hábito de usá-lo com relativa freqüência. (Denise de Pasqual) ACREFI 17

18 crédito ao consumo Um novo tempo para as áreas de concessão e cobrança Nicole Labato ADALBERTO SAVIOLI, DIRETOR DE CRÉDITO DO BANCO PANAMERICANO Antigamente, o crédito ao consumo, era algo muito simples, com pouca tecnologia e fraca sofisticação estrutural. Apenas consultava-se o nome da pessoa, certificava-se que trabalhava com carteira assinada e, pronto, o crédito era concedido. Porém, muita coisa mudou nesses últimos 10 anos, principalmente por conta da estabilização da moeda, observa-se um aumento na capacidade de compra das classes mais populares, mudança no perfil dos consumidores, muitos sem renda comprovada. Verifica-se também a intensificação das operações de empréstimo utilizando spreads mais elevados assim como um aumento nos volumes de financiamento de veículos com prazos maiores e menor inadimplência. Resultado: mercado mais atrativo e acirrada competição entre Bancos e Financeiras. Com relação à metodologia de concessão do crédito, as mudanças também foram importantes, o mercado passou a estudar o perfil dos clientes, seus hábitos de pagamento, utilizando modelagem estatística para concessão e manutenção de crédito. Passou a ter informações de endividamento dos tomadores, via Bacen, e a acompanhar o desempenho das carteiras, oferecendo novos produtos e limites para manter a fidelização. Porém, a principal modificação a se fazer, para manter atratividade e a competitividade desse mercado, é a redução dos custos das transações de crédito, seja com ferramentas de decisão automática, seja com os cartões private label ou de crédito, que, diga-se de passagem, avançaram num espaço que antes somente as instituições financeiras atuavam. Setor esse que tem crescido como um novo meio de financiamento ao consumo, bastando verificar os prazos de parcelamento dos cartões, que hoje chegam a 12 meses, de forma muito mais ágil e eficaz. Os números apontam essa tendência, pois há 4 anos existiam cerca de 30 milhões de cartões de crédito no Brasil e, atualmente, existem cerca de 55 milhões. Um mercado que muda tão rapidamente e cada dia fica mais atraente e empolgante, exigirá mais eficiência em custos, maior criatividade em produtos e serviços, uma pitada de agressividade, taxas diferenciadas ao perfil do tomador, e adequação dos limites para ofertar crédito, especialmente nas classes mais populares. Outro fato interessante nesses últimos 10 anos, é a profissionalização das empresas de cobrança. No passado, uma empresa de cobrança necessariamente precisava ter cobradores muito persuasivos, porém seus resultados eram desanimadores. Sofriam as instituições financeiras, que perdiam clientes aos rodos, respondiam processos e, muitas vezes, mesmo o cliente pagando, o recurso não era repassado. Segmentos atuavam na defesa e atualmente já fazem parte do meio de campo Atualmente, os números dos órgãos de proteção ao crédito transmitem a real necessidade da profissionalização e aprimoramento dessas empresas, pois mais de 18 milhões de pessoas estão negativadas no Brasil. Diante disto, inicia-se uma verdadeira revolução nesse segmento: empresas com muita tecnologia, alto padrão de atendimento, atuação mais eficiente, focando o perfil do devedor com maior probabilidade de pagamento, produtividade aumentada por conta dos discadores automáticos e preditivos, além dos recursos de agendamento eletrônico, das promessas de pagamento e da cobrança via mensagem em celular. E, melhor de tudo, a possibilidade dos pagamentos serem creditados diretamente ao Banco, reduzindo em muito o risco de repasse. Nesses novos tempos, a cobrança passa a ser considerada um centro de resultados, agregando valor ao negócio, através dos encargos cobrados pelo atraso, através de uma menor despesa de PDD e de uma maior recuperação de ativos lançados em prejuízo. Como se vê, todas essas transformações estão mudando o foco e a estratégia das áreas de crédito e cobrança. Pode-se dizer, por analogia, que antes tais áreas atuavam na defesa e atualmente já fazem parte do meio de campo 18 FINANCEIRO

19 banco de dados por ABM Consulting TAXAS MÉDIAS GERAL DATA Aplicações % a.a. Var. p.p. Captações % a.a. Var. p.p. Spread % a.a. Var. p.p. mar/ 45,3 0,2 15,8 0,1 29,5 0,1 abr/ 44,7-0,6 15,7-0,1 29,0-0,5 mai/ 44,2-0,5 17,0 1,3 27,2-1,8 jun/ 44,0-0,2 17,0 0,0 27,0-0,2 jul/ 43,9-0,1 16,7-0,3 27,2 0,2 ago/ 43,9 0,0 16,4-0,3 27,5 0,3 set/ 45,1 1,2 17,4 1,0 27,7 0,2 out/ 45,6 0,5 17,5 0,1 28,1 0,4 nov/ 45,7 0,1 17,9 0,4 27,8-0,3 dez/ 45,0-0,7 17,8-0,1 27,2-0,6 jan/ 46,8 1,8 18,3 0,5 28,5 1,3 / 47,5 0,7 18,7 0,4 28,8 0,3 Variação - 2,4 3,0-0,6 Fonte: Banco Central do Brasil/ABM Consulting PESSOA FÍSICA DATA Aplicações % a.a. Var. p.p. Captações % a.a. Var. p.p. Spread % a.a. Var. p.p. mar/ 64-0,2 15,4-0,2 48,6 0 abr/ 63,3-0,7 15,4 0,0 47,9-0,7 mai/ 62,4-0,9 17,2 1,8 45,2-2,7 jun/ 62,4 0,0 17,4 0,2 45,0-0,2 jul/ 62,0-0,4 16,7-0,7 45,3 0,3 ago/ 63,1 1,1 17,4 0,7 45,7 0,4 set/ 63,2 0,1 17,5 0,1 45,7 0,0 out/ 63,2 0,0 17,3-0,2 45,9 0,2 nov/ 63,4 0,2 17,8 0,5 45,6-0,3 dez/ 61,5-1,9 17,6-0,2 43,9-1,7 jan/ 63,4 1,9 18,2 0,6 45,2 1,3 / 64,0 0,6 18,6 0,4 45,4 0,2 Variação - -0,2 3,0-3,2 Fonte: Banco Central do Brasil/ABM Consulting PESSOA JURÍDICA DATA Aplicações % a.a. Var. p.p. Captações % a.a. Var. p.p. Spread % a.a. Var. p.p. mar/ 30,4 0,2 16 0,2 14,4 0 abr/ 29,9-0,5 15,9-0,1 14,0-0,4 mai/ 30,0 0,1 16,9 1,0 13,1-0,9 jun/ 29,7-0,3 16,7-0,2 13,0-0,1 jul/ 29,7 0,0 16,6-0,1 13,1 0,1 ago/ 28,8-0,9 15,7-0,9 13,1 0,0 set/ 30,4 1,6 17,3 1,6 13,1 0,0 out/ 31,1 0,7 17,6 0,3 13,5 0,4 nov/ 30,9-0,2 18,0 0,4 12,9-0,6 dez/ 31,0 0,1 18,0 0,0 13,0 0,1 jan/ 32,2 1,2 18,3 0,3 13,9 0,9 / 32,4 0,2 18,8 0,5 13,6-0,3 Variação - 2,2 3,0-0,8 Fonte: Banco Central do Brasil/ABM Consulting ACREFI 19

20 banco de dados por ABM Consulting JUROS E SPREAD BANCÁRIO CRÉDITO PESSOA FÍSICA CRÉDITO CONSIGNADO Taxa 47,5 45,0 42,5 40,0 37,5 35,0 32,5 30,0 27,5 25,0 22,5 20,0 17,5 15,0 mar abr mai jun jul SPREAD ago set out nov dez jan , mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan 41,50 41,00 40,50 40,00 39,50 39,00 38,50 38,00 Aplicações Captações Volume Taxas de Juros VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS (R$ milhões) MÊS/ANO CRÉDITO VARIAÇÃO AQUISIÇÃO DE BENS OUTRAS VARIAÇÃO VARIAÇÃO TOTAL PESSOAL EM % Veículos Variação Outros Variação OPERAÇÕES EM % EM % mar/ ,72% ,41% ,51% ,64% ,45% abr/ ,89% ,59% ,10% ,23% ,27% mai/ ,65% ,71% ,76% ,17% ,38% jun/ ,73% ,47% ,13% ,59% ,77% jul/ ,62% ,59% ,68% ,01% ,38% ago/ ,75% ,80% ,% ,31% 1.7 2,66% set/ ,% ,85% ,29% ,76% ,39% out/ ,67% ,54% ,45% ,17% ,82% nov/ ,62% ,32% ,02% ,18% ,58% dez/ ,32% ,57% ,62% ,74% ,81% jan/ ,13% ,07% ,08% ,74% ,28% / ,33% ,66% ,19% ,78% ,22% Fonte: Banco Central do Brasil/ABM Consulting TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA (R$ milhões) CRÉDITO PESSOAL AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS SALDO TOTAL TAXAS DE JUROS SALDO TOTAL TAXAS DE JUROS SALDO TOTAL TAXAS DE JUROS MÊS/ANO R$ milhões % Variação % Variação a.m. p.p a.a. p.p R$ milhões % Variação % Variação a.m. p.p a.a. p.p R$ milhões % Variação % Variação a.m. p.p a.a. p.p mar/ ,85 0,00 76,50-0,10 abr/ ,79-0,06 75,30-1,20 mai/ ,66-0,13 72,70-2,60 jun/ ,62-0, 71,90-0,80 jul/ ,61-0,01 71,70-0,20 ago/ ,71 0,11 73,80 2,10 set/ ,72 0,01 73,90 0,10 out/ ,71-0,01 73,80-0,10 nov/ ,71 0,00 73,80 0,00 dez/ ,56-0,15 70,80-3,00 jan/ ,75 0,19 74,50 3,70 / ,79 0, 75,30 0,80 Fonte: Banco Central do Brasil/ABM Consulting ,54-0, 35,10-0, ,53-0,01 35,00-0, ,55 0,02 35,30 0, ,61 0,06 36,30 1, ,60-0,01 36,10-0, ,61 0,01 36,30 0, ,58-0, 35,70-0, ,57-0,01 35,60-0, ,57 0,00 35,60 0, ,57 0,00 35,60 0, ,63 0,06 36,50 0, ,61-0,02 36,20-0, ,15-0,21 62,90-2, ,11-0,06 62,20-0, ,99-0,19 59,90-2, ,96-0, 59,40-0, ,91-0,08 58,50-0, ,93 0,02 58,80 0, ,03 0,10 60,60 1, ,07 0, 61,40 0, ,13 0,06 62,50 1, ,36 0,23 66,90 4, ,24-0,13 64,50-2, ,19-0, 63,70-0,80 20 FINANCEIRO

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