Introdução. Material e Métodos
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- Melissa Ramalho Peixoto
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1 INFLUÊNCIA DO NÚMERO DE ANIMAIS NA UNIDADE EXPERIMENTAL E O TIPO DE COMEDOURO SOBRE AS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS E COMPOSIÇÃO DE CARCAÇA DE SUÍNOS NA FASE DE TERMINAÇÃO Eriane de Paula (1), Francisco Carlos de Oliveira Silva (2), Alberto Marcatti Neto (3) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, erianep@hotmail.com; (2) Pesquisador EPAMIG - Viçosa, fcosilva@epamig.br; (3) Pesquisador EPAMIG - Belo Horizonte, marcatti@epamig.br Introdução Tem sido referendado um grande número de fatores que influenciam a exigência de aminoácidos de suínos. Dentre eles inclui genética, sexo, concentração de energia e proteína na ração, freqüência de alimentação, critério de respostas, temperatura, doenças, espaço no comedouro e densidade animal que podem afetar o consumo e o potencial de deposição de carne magra e, assim, influenciar os requerimentos de aminoácidos. Entretanto, a maioria dos estudos para se determinar exigências de nutrientes ou avaliar alimentos é delineada com animais individualmente, ou em grupos de dois ou três animais por unidade experimental. Porém, essa metodologia tem sido questionada tornando-se ponto crítico na adoção dos resultados de pesquisa pelos suinocultores e empresas especializadas em suínos, uma vez que em condições comerciais os animais são mantidos em grupos maiores, de 20 ou até 100 animais do mesmo sexo por baia, em razão da utilização de comedouros modernos em sistemas automatizados. Assim, este trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos do número de animais por unidade experimental e o tipo de comedouro sobre as exigências nutricionais e características de carcaças de suínos dos 60 aos 95 kg. Material e Métodos Os experimentos foram conduzidos nos galpões experimentais da granja de suínos localizados na Fazenda Experimental do Vale do Piranga (FEVP), da EPAMIG, em Oratórios, MG.
2 2 Foram utilizados 704 suínos machos castrados, híbridos comerciais, selecionados geneticamente para deposição de carne magra na carcaça, com peso inicial médio de 60 kg, distribuídos em experimento montado seguindo um esquema de parcelas subdivididas, tendo nas parcelas os diferentes números de animais por unidade experimental e nas subparcelas um esquema fatorial 2 x 4, sendo dois tipos de comedouros (linear semiautomático sem umidificador de ração e semiautomático conjugado com bebedouro - umidificador de ração) e 4 níveis de lisina digestível (0,75; 0,85 e 0,95 e 1,05% de lisina digestível/kg de ração), no delineamento de blocos ao acaso com quatro repetições. Na formação de blocos, que foram repetições no tempo, foi considerado como critério o peso inicial dos animais. Ao final do período experimental, os animais foram abatidos e suas carcaças foram individualmente avaliadas com auxílio de uma pistola tipificadora Stork-SFK (modelo S87), utilizando o sistema informatizado Fat-o- Meater Fom. Foram obtidos dados de espessura de toucinho, peso da carcaça quente, porcentagem de carne magra e quantidade de carne magra na carcaça sendo cada animal considerado uma repetição. Resultados e Discussão Os resultados de desempenho e consumo de lisina digestível de suínos machos castrados de alto potencial genético para deposição de carne magra, dos 60 aos 95 kg, recebendo rações com diferentes níveis de lisina digestível, estão apresentados na Tabela 1. Não ocorreu interação (P>0,05) entre os níveis de lisina e tipo de comedouro e número de animais na unidade experimental sobre os parâmetros de desempenho avaliados. Verificou-se que o consumo diário de ração (CDR) não foi influenciado (P>0,05) pelos níveis de lisina digestível. Resultado semelhante foi obtido por Cline et al. (2000) e Abreu et al. (2007) que também não observaram influência do nível de lisina sobre o CDR de suínos em terminação. Por outro lado, Kill et al. (2003) constataram variação significativa do CDR de suínos em terminação, em conseqüência do aumento do nível de lisina da ração. Os níveis de lisina digestível influenciaram (P<0,05) o ganho de peso diário (GPD) que aumentou de maneira linear, segundo equação Ŷ = 867,018 +
3 3 208,895X, r 2 = 0,96. Efeito positivo dos níveis de lisina sobre o ganho de peso de suínos em terminação também foi observado por Cline et al. (2000) e Abreu et al. (2007). Entretanto Kill et al. (2003) não verificaram variação significativa do GPD, quando utilizaram leitoas de alto potencial genético para deposição de carne magra na carcaça e níveis crescente de lisina na ração dos 65 aos 95 kg. Foi observado efeito (P<0,05) dos tratamentos sobre o consumo de lisina digestível que aumentou de forma linear à medida que se elevou o nível desse aminoácido na ração, segundo equação Ŷ = 0, ,4741X, r 2 = 0,99. Aumento linear no consumo de lisina digestível pelos suínos na fase de terminação, em função de sua concentração na ração, também foi relatado por Cline et al. (2000) e Abreu et al. (2007). A conversão alimentar (CA) dos animais foi influenciada (P<0,05) de forma linear, segundo a equação Ŷ = 3, ,666028X (r 2 = 0,92), à medida que se elevou os níveis de lisina digestível na ração. Embora a CA tenha aumentado de forma linear, o modelo Linear Response Plateau (LRP) foi o que melhor se ajustou aos dados, estimando em 0,96% o nível de lisina digestível, a partir do qual ocorreu um plateau, (Gráfico 1), em um consumo diário correspondente de 26,1 g de lisina digestível. Os resultados de características de carcaças de suínos machos castrados de alto potencial genético para deposição de carne magra, recebendo rações com diferentes níveis de lisina digestível, estão apresentados na Tabela 2. Constatou-se que a espessura de toucinho, rendimento e quantidade de carne magra, peso e rendimento de carcaça não foram afetados (P>0,05) pelos tratamentos. Conclusões Suínos de alto potencial de deposição de carne magra na carcaça exigem 1,05% e 0,96% de lisina digestível na ração, correspondente a um consumo de 28,7 e 26,1 g de lisina digestível/dia, respectivamente, para melhor ganho de peso e conversão alimentar independente do tipo de comedouro e do número de animais na unidade experimental.
4 4 Referências ABREU, M.L.T. de; DONZELE, J.L.; OLIVEIRA, R.F.M. de; OLIVEIRA, A. L. S. de; SANTOS F. de A.; PEREIRA, A. A. Níveis de lisina digestível em rações, utilizando-se o conceito de proteína ideal, para suínos machos castrados de alto potencial genético para deposição de carne magra na carcaça dos 60 aos 95 kg. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.36, n.1, p.54-61, jan./fev CLINE, T.R.; CROMWELL, G.L.; CRENSHAW, T. D.; Further assessment of the dietary lysine requirement of finishing gilts. Journal of Animal Science, v.78, n.4, p , KILL, J.L.; DONZELE, J.L.; OLIVEIRA, R.F.M. de; FERREIRA, A. S.; LOPES, D. C.; SILVA, F. C. de O.; SILVA, M. V. G. B. da. Níveis de lisina para leitoas com alto potencial genético para deposição de carne magra dos 65 aos 95 kg. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.32, n.6, p , nov./dez supl.1. NATIONAL RESEARCH COUNCIL (NRC). Nutrient requeriments of swine. 9 th, 1998, 93p. ROSTAGNO, H.S.; ALBINO, L.F.T.; DONZELE, J.L.; GOMES, P. C.; OLIVEIRA, R. F. de; LOPES, D. C.; FERREIRA, A. S.; BARRETO, S. L. de T. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências nutricionais. Viçosa, MG: UFV-DZO, p. SILVA, D.J. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 2 ed. Viçosa, MG: UFV, p. UFV. Sistemas de análises estatísticas e genéticas SAEG: versão 8.0. Viçosa, MG
5 5 Tabela 1 - Desempenho de suínos machos castrados selecionados para deposição de carne magra na carcaça em função dos níveis de lisina digestível da ração, dos 60 aos 95 kg Variáveis Níveis de lisina digestível CV Consumo de ração (g/dia) 2762, , , ,80 10,64 (1) Ganho de peso (g/dia) 1018,8 1050,8 1067,6 1082,8 9,91 (1) Consumo de lisina (g/dia) 20,7 23,3 25,8 28,7 10,59 (1) Conversão alimentar (g/g) 2,74 2,65 2,56 2,55 10,64 NOTA: CV - Coeficiente de variação. (1) Efeito linear (P<0,05). Tabela 2 - Características de carcaça de suínos machos castrados selecionados para deposição de carne magra na carcaça em função dos níveis de lisina digestível da ração, dos 60 aos 95 kg Variáveis Níveis de lisina digestível CV Espessura de toucinho (mm) 13,94 13,54 13,61 13,42 12,45 Rendimento de carne magra 56,11 56,39 56,40 56,55 2,32 Quantidade de carne magra (kg) 38,99 39,12 38,69 39,29 5,19 Peso da carcaça (kg) 67,98 69,42 68,72 69,53 3,71 Rendimento de carcaça 70,49 70,05 70,31 70,23 3,10 NOTA: CV - Coeficiente de variação. Conversão alimentar (g/g) X 2,8 2,7 2,6 2,5 2,4 0,96 Ŷ= 3,4184-0,901X r²= 0,99 Ŷ = 3, ,666028X r²= 0,92 Niveis de lisina digestível Gráfico 1 - Representação gráfica da conversão alimentar em função dos níveis de lisina nas dietas para suínos machos castrados selecionados para deposição de carne magra na carcaça dos 60 aos 95 kg.
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