Visión del Manejo de la Demanda de Enoturismo Perfil del enoturista brasileño

Transcrição

1 Visión del Manejo de la Demanda de Enoturismo Perfil del enoturista brasileño Turª Ms. Ivane Fávero Secretária de Turismo e Cultura de Garibaldi Vice-Presidente da Aenotur

2 ABORDAREMOS: O que é enoturismo? QUEM É O ENOTURISTA? ESTATÍSTICAS DO ENOTURISMO NO BRASIL

3 O que é enoturismo?

4 Existem duas correntes de pensamento a respeito do conceito de enoturismo. Para alguns estudiosos, o enoturismo refere-se à visitação de vinícolas, festivais do vinho ou mostras de uvas em que a principal motivação dos turistas está relacionada à degustação de vinhos e aos atributos de uma região vitivinícola (Hall). Já outros autores consideram que enoturista pode ser tanto alguém que viaja a uma região vinícola para aprender sobre tipos de uvas e vinhos, conhecer o lugar onde seu vinho favorito é produzido ou, ainda, pessoas que somente buscam momentos de lazer e recreação. Neste caso, a motivação do turista não está diretamente relacionada ao consumo de vinho, mas à paisagem das videiras e à atmosfera rural, em geral, presentes nas regiões produtoras vitivinícolas (Preston-Whyte, 2004). Assim, surge o questionamento sobre onde está o limite entre turismo rural e enoturismo ou, ainda, quando o visitante de uma região vinícola torna-se um enoturista? (Zanini e Rocha, 2010).

5 O que é o enoturismo? Viajar com o proposito de experienciar vinícolas e regiões de vinho e suas ligações com o estilo de vida. Enoturismo envolve oferta e marketing do destino. Experiência do estilo de vida, oferta e demanda, componente educacional, ligações com arte, vinho e comida, incorporação com a imagem do lugar de destino e oportunidade de marketing que aumenta o valor econômico, cultural e social da região. Experiência = eventos e festivais, herança cultural, restaurantes, hospitalidade, educação, tours em vinícolas e degustação. School of Marketing, Tourism and Leisure, Austrália

6 Para Blij (1983 apud Hall et all., 2004a, p. 4), a paisagem trabalhada para o cultivo da videira, as pequenas vilas de moradores, os prédios das vinícolas criam em todas as partes do mundo uma atmosfera particular que atrai todos os tipos de visitantes, não apenas os interessados em provar vinho.

7 O vinho e o turismo podem representar na sociedade contemporânea a busca pelo prazer, o desejo de evadir-se, de compartilhar (Mitchell, 2004).

8 Quem é o enoturista? TURISTA/ENOTURISTA/VIAJANTE

9 Há dois processos de analise do turista do vinho ou enoturista: O primeiro é a categorizacão do consumidor demografia saber da onde vem (idade, educacao, antecedente familiar) O segundo é profiling (valores pessoais, costumes e estilo de vida)

10 ... Segmentacao: Casais sem filhos e aqueles com educação e renda. Estudos apontam que a renda é um dos melhores definidores do consumo de vinho. Enoturistas geralmente não estão no pacote barato. School of Marketing, Tourism and Leisure, Austrália

11 ... Segundo as vinícolas, o primeiro segmento são turistas casuais que provam o vinho e não se importam muito. Esses turistas representam de 5% a 30%. O segundo segmento é o bebedor sofisticado, que querem todas as informações possíveis sobre os vinhos. Representam 5%+ Na percepção das vinícolas, a maioria dos turistas são o intermediário entre essas duas classes. School of Marketing, Tourism and Leisure, Austrália

12 Classificação do Enoturista - 4 categorias... 1 Amante do vinho Já deve ter participado de um curso sobre vinho, lido livros sobre vinho, participado de alguma degustação e, provavelmente, já assistiu programas na televisão sobre vinho. Eles se consideram mais conhecedores do que os outros. Eles procuram COMPRAR o vinho, APRENDER sobre e DEGUSTAR na vinícola. Buscam informações sobre harmonização. Eles estão mais preocupados com o estilo de vida wine lover. Ganhar conhecimento sobre vinho é peca chave da motivação de fazer a visita. School of Marketing, Tourism and Leisure, Austrália

13 ... 2 Connoiseur (sub categoria do amante do vinho) - 58% são homem, provável que tenha ensino superior. São bastante interessados na educação e consideram importante saber como o vinho é produzido, buscam informação sobre o plantio da uva. Eles tem o mesmo lifestyle que o amante do vinho mas tem uma sede maior de conhecimento. Mesmo esse grupo representando apenas 3.3% de todos visitantes das vinícolas, como eles geralmente ocupam cargos importantes, ter a atenção deles é bastante interessante.

14 ... 3 Interessado no Vinho Provável que tenham participado de uma degustação no passado, mas não tem nenhuma experiência de educação no vinho. Estão interessados em saber sobre envelhecimento e armazenamento como os amantes do vinho mas não se importam nas ligações com diferentes tipos de comida. O Interessado no vinho gosta de fazer enoturismo (86% já visitaram outras vinícolas). Ele também esta interessado em aprender a degustar o vinho, a sentir o gosto. Mais do que as técnicas. 70% acha importante comprar o vinho. 4 Noviço também conhecido como turistas curiosos. A motivação da visita a vinícola não tem um foco estabelecido. Apenas um pouco mais que a metade acredita que a degustação é importante. Eles estão mais inclinados a querer um tour de grupo do que as outras classes.

15 Em 2007, Zanini e Rocha fizeram uma pesquisa para identificar a motivaçãodo enoturista do Vale dos Vinhedos e do Vale do Rio São Fancisco. O perfil do turista revelou-se como alguém que viaja com a família ou com o cônjuge, em momentos de lazer ou férias, com motivações relacionadas ao vinho e seu contexto. Por outro lado, no VSF, o turista é motivado pela busca a várias formas de turismo, não apenas relacionado ao vinho. Além disso, grande parte dos entrevistados estava por motivações profissionais ou para participar de congressos.

16 Vivemos a era da informação, onde o viajante se utiliza de múltiplos sites para planejar e reservar viagens. Estar presente em diferentes canais, e monitorar a opinião do internauta, torna-se fundamental. De acordo com dados da pesquisa realizada pelo Booking.com, em 2015, o Brasil é o segundo país mais ativo em mídias sociais, quando se trata de viagens, sendo que 91% dos turistas compartilham fotos do destino durante a viagem e 60% decidem o destino e a hospedagem baseados na opinião de outros viajantes.

17 Atualmente, a escolha do destino se dá em sites de viagens como o TripAdvisor, Mochileiro, Aprendiz de Viajante (53%); em sites de agências on-line OTAs (47%) e em sites de companhias aéreas, hotéis e outros provedores (38%). Somente 31% dos turistas já decidiram seu destino ao iniciarem o planejamento da viagem (SEBRAE, 2014).

18 Os negócios estão mudando de perfil. Conforme a Internet World Stats, em estudo apresentado pelo Turismo de Portugal (2013), existiam, já em 2013, 79,2 milhões de utilizadores da Internet no Brasil (representando 39% da população), perspectivando-se cerca de 98,5 milhões para o ano de Em termos de compradores on-line, o mercado brasileiro registará um crescimento sustentado, passando de 14,4 milhões de compradores, em 2010 (24,7% utilizadores internet/9,5% população), para 31,6 milhões, em 2015 (39,0% utilizadores internet/19,4% população). Para se adequar a este potencial, surgiram diversas starups. Os principais websites de viagens e turismo no Brasil são: Decolar (24,32%), maior da América Latina; Viajanet (16,14%), e Hotel Urbano ( 12,38%), a mais rentável starups do Brasil. Os principais websites de alojamento no Brasil são: Hotel Urbano (15,17%); Mundi Buscador Viagens (11,37%) e Booking.com (7,20%), líder mundial de reservas on line. Já os principais websites de companhias aéreas no Brasil são: Gol (31,20%) ; Tam (26,42%) e Azul (8,73%). Recomenda-se a análise do conteúdo de

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20 Inovações no Mercado e na forma de acesso aos destinos

21 Cada vez mais, o turista procura por destinos de bem estar. Esta tendência foi observada pelas cidades de águas termais europeias que mudaram seu foco de destino de saúde, para bem estar e beleza. Destinos de enoturismo também são destinos de bem estar.

22 Ressignificação do

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24 Um estudo encomendado pela Amadeus, o Future Traveller Tribes 2030: entendendo o viajante do futuro, foi realizado pela The Future Foundation (anexo 3) e visou fazer levantamento psicográfico, baseado nas previsões de consumo. O relatório identifica as diferentes características de viajantes e como a indústria do turismo pode se preparar para atendê-los nos próximos quinze anos. A previsão é de que 1,8 bilhões de turistas internacionais viajem a cada ano. Eles foram classificados em seis nichos (agentenoturismo.com):

25 1. Buscadores de Capital Social: vão estruturar suas férias quase que exclusivamente com o público online, usando intensamente as redes sociais e levando muito a sério as recomendações dos usuários para tomar suas próprias decisões; 2. Puristas Culturais: planejam as férias como uma oportunidade de conhecer uma cultura exótica, mesmo sem o conforto dos destinos consagrados, onde o prazer das férias depende da autenticidade da experiência e do conhecimento adquirido; 3. Viajantes Éticos: farão planos de viagens com base em fatores morais, por exemplo, diminuindo sua emissão de carbono ou melhorando a vida dos outros. Eles podem agregar algum tipo de trabalho voluntário e escolhem empreendimentos turísticos de acordo com suas ações de responsabilidade social; 4. Buscadores de Simplicidade: preferem ofertas prontas e organizadas, para evitar estresses durante a viagem. As férias representam momento de diversão, com segurança; 5. Participantes por Obrigação: viajam por motivos específicos, como negócios, e podem ter restrição de tempo e orçamento; 6. Caçadores de Recompensa: estão apenas interessados em viagens agradáveis. Muitos querem algo que represente uma recompensa ou que ofereça uma experiência exclusiva e recompense o alto investimento em tempo e energia em sua vida profissional.

26 Conhecer e entender as motivações destas novas tribos de viajantes é fundamental. O coordenador da pesquisa, Nick Chiarelli, afirma que não só que o tipo de experiência exigido pelos viajantes em 2030 será diferente do que em 2015, mas que o modo como os viajantes compram e envolvem-se com a indústria também está prestes a mudar. Ao longo dos próximos 15 anos, o desejo de compartilhar experiências de viagem será intenso e, assim, o impacto de compartilhar as tendências de compra e inspiração vai crescer (agentenoturismo.com).

27 A vida, dizem, é tão curta. Então curta a vida. As viagens que já fiz me fizeram sentir um privilegiado. Foi o melhor dinheiro que já gastei. Antonio José G. Marques, SP

28 ESTATÍSTICAS DO enoturismo

29 Gráfico 4: Proveniência dos turistas que mais gastaram no exterior Fonte: UNWTO Tourism Highlights, 2015 Edition, Published: June 2015, eisbn:

30 Os 50 destinos turísticos mais populares do mundo Fonte:

31 Com relação à Balança do Turismo, o Banco Central apontou que, no início de 2015, com a desvalorização do real, frente o dólar, os gastos de brasileiros no exterior recuaram, com despesas líquidas de US$ 970 milhões em fevereiro de 2015, uma retração de 26,7% na comparação com o mesmo mês de Os gastos de brasileiros no exterior reduziram 22,9%, de US$ 1,9 bilhão para R$ 1,4 bilhão, enquanto as despesas de turistas estrangeiros no país caíram 14,4%, de US$ 592 milhões para US$ 507 milhões. Em 2013 o Ministério do Turismo divulgou dados alarmantes sobre o déficit da Balança do Turismo brasileiro. Com base nas informações do Banco Central, apontou que os gastos dos brasileiros no exterior chegaram a US$ 23,13 bilhões (importação), sendo que os gastos de turistas estrangeiros no Brasil a US$ 6,13 bilhões (exportação), somente. Como apontado acima, este déficit tem diminuído, muito mais em função da variação cambial (desfavorável às viagens internacionais) do que pelo aumento de gastos de estrangeiros no Brasil.

32 O brasileiro viaja. Em 2014, 62 milhões de brasileiros visitaram algum destino nacional. Atualmente, as viagens domésticas representam cerca de 90% da economia de viagens e turismo no país. A tendência é de que, apesar da crise, continuem viajando. De acordo com boletim periódico do Ministério do Turismo, de abril de 2015, 77,4% dos brasileiros pretendem viajar. Esta é a maior intenção da população de fazer turismo nacional nos últimos 10 anos, com crescimento foi de 11,2% em relação a abril de 2014.

33 Em 2015, um dos fatores que irá contribuir com o fluxo turístico será o calendário, com seis feriados prolongados, além disso, a alta do dólar e a melhoria dos aeroportos também têm contribuído com os bons resultados do turismo interno. O MTUR estima uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 18,66 bilhões em todo o país, com acréscimo de R$ 10,9 milhões de viagens domésticas. Os destinos nacionais mais procurados neste início de ano de 2015, segundo pesquisa encomendada pelo site Skyscanner, foram São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza e Belo Horizonte.

34 De acordo com dados disponibilizados pelo Observatório do Turismo do RS, que expressam a Síntese do Anuário Estatístico 2014 (ano base 2013) do Ministério do Turismo, com dados de turistas estrangeiros no Brasil e no RS, o Estado recebeu turistas, sendo (85%) por via terrestre e (11%) por via aérea. Somente (3%) por via fluvial.

35 TURISMO DOMÉSTICO Gráfico 08: Principais Emissores de Turistas para o Rio Grande do Sul Fonte: Fipe-Mtur. Caracterização e dimensionamento do Turismo Doméstico no Brasil 2010/2011

36 Dentre os segmentos do turismo desenvolvidos no Estado, o enoturismo se apresenta como um diferencial, com força, inclusive, de captação de turistas estrangeiros. O segmento já é uma forte alavanca econômica para as vinícolas e mobiliza uma grande rede de organizações e pessoas em ambientes rurais, onde é mais difícil instalar indústrias. Somente para se ter um parâmetro, na Espanha cerca de vinícolas receberam 2 milhões de visitantes em 2014, gerando mais de empregos. Segundo a U.S. Travel Association, em 2008 as regiões vinícolas da Califórnia receberam mais de 21 milhões de visitantes, sendo que a principal, o Nappa Valley, recebeu 5 milhões deles.

37 Em 2011 a Argentina recebeu cerca de 1,2 milhões de enoturistas e até mesmo áreas de enoturismo novas no mundo vinícola, como Niagara no Canada, foi visitada por cerca de 1 milhão de visitantes em 2011, segundo a Wine Council of Ontario. O Rio Grande do Sul não possui uma medição do número de visitantes nas vinícolas espalhadas por diversas regiões turísticas, especialmente na Serra Gaúcha e Campanha. No entanto, percebe-se que este é um segmento que tem ampliado e se qualificado cada vez mais. Somente no Vale dos Vinhedos, mais de turistas já são atraídos pela oferta enoturística.

38 PERFIL DO TURISTA DO VALE DOS VINHEDOS Meses de maior fluxo de visitantes: junho e julho, por coincidirem com férias escolares e inverno, período muito atrativo da nossa região. Dezembro e janeiro vem em seguida, devido ao período da colheita e da intensa programação oferecida. Meses de menor fluxo: fevereiro e março. Adultos (majoritariamente casais e grupos de familiares ou amigos), apreciadores de vinhos, autoguiados (vem de carro próprio ou alugado e não através de guias, excursões ou agências de turismo), das classes A e B. A maioria do público é da Grande Porto Alegre, seguido de SP, SC, PR e RJ.

39 Evolução do Fluxo Turístico Vale dos Vinhedos Ano Total de visitantes Porcentagem de aumento % % % % % % % % % % % % % 2015 (de janeiro a julho) % de aumento em relação ao mesmo período do ano anterior.

40 Propiciar uma Experiência Enoturística Memorável

41 A gente não quer só comida A gente quer comida Diversão e arte A gente não quer só comida A gente quer saída Para qualquer parte Titãs Obrigada! Ivane Fávero ivanefa@gmail.com Instagram: ivane turismologa facebbok: ivane favero

42 Para entender as tendências de qualquer atividade, é preciso entender o contexto da socidade atual. Segundo o economista americano Jeremy Rifkin (2014), está chegando a terceira revolução industrial, depois da primeira, liderada pela Inglaterra no século XVIII e a segunda, liderada pelos Estados Unidos, no século XIX. Esta tem a Alemanha e a China como âncoras e tem em seu escopo a constatação de que o sistema capitalista não atende as necessidades da vida contemporânea. No momento, ainda híbrido, vive-se do modelo de mercado capitalista para um sistema da economia do compartilhamento. A internet foi o incentivador deste novo comportamento, segundo o autor, mas hoje não somente fotos e conhecimento são divididos, tudo pode ser compartilhado, desde carros, roupas a residências. No turismo isto tem sido percebido cada vez mais fortemente, a cultura do B2B mostra-se cada vez mais como uma tendência.

43 Associação de atividades complementares ao enoturismo como estratégia de maximização da experiência turística.

44 Quadro 1: Chegadas de turistas internacionais e receita cambial turística Fonte: Organização Mundial do Turismo - OMT. Notas: Dados de 2008 a 2013 revisados pelo MTUR (2014). (1) Dado não disponível Ano Chegadas de turistas (milhões) Receita cambial turística (bilhões de US$) (1) (1)

45 A França continua na liderança, como o país que mais recebe turistas. Os Estados Unidos, no entanto, apresentam importante crescimento, bem como a Espanha.

46 Gráfico 2: Chegadas Internacionais Global Fonte: UNWTO Tourism Highlights, 2015 Edition, Published: June 2015, eisbn: http://

47 No entanto, ao se avaliar a renda obtida pelo turismo, percebe-se que os Estados Unidos lideram, com grande margem. Avaliando-se o benefício econômico do turismo, observa-se que o número de turistas não apresenta uma relação direta com a receita cambial turística. Os países que mais criam oportunidades de gastos são os que mais se beneficiam economicamente.

48 Gráfico 3: Receita Cambial Turística Fonte: UNWTO Tourism Highlights, 2015 Edition, Published: June 2015, eisbn: