MEMORIAL COMO PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO DOCENTE
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- Célia de Sá
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1 MEMORIAL COMO PRÁTICA INTERDISCIPLINAR NA FORMAÇÃO DOCENTE LEDA TESSARI CASTELLO PEREIRA UNIVILLE- Universidade da Região de Joinville
2 Experiência de ensino vivenciada no primeiro e segundo ano do Curso de Pedagogia da Univille em 2004 e 2005
3 2004 nova grade curricular necessidade integrar o corpo docente em práticas interdisciplinares conhecer melhor os alunos
4 A escrita do Memorial possibilitaria concretizar esses objetivos
5 Conforme Severino (2000), o Memorial se constitui numa autobiografia, histórica e reflexiva. Deve ser composto sob a forma de relato histórico, analítico e crítico, que dê conta dos fatos e acontecimentos que constituíram a trajetória acadêmico-profissional de seu autor
6 Percebeu-se que esse documento poderia ser melhor explorado
7 Guia do Curso do TV Escola: Meio de diálogo entre os agentes do processo educativo Para o(a) aluno (a): um meio para expressar sua história durante sua formação no curso
8 um meio de conscientizarse do que aprende de como aprende das conseqüências disso para sua formação da carga emocional que o acompanha nos processos de aprendizagem
9 Para o(a) tutor(a): uma fonte para compreender o(a) cursista e perceber suas dificuldades seus avanços os problemas com os materiais de estudo
10 Conceito condizente com nossos objetivos Além disso, seria uma forma : De conhecer a história do(a) aluno(a) anterior à chegada na universidade de introduzir o aluno na escrita acadêmica; de acompanhar o(a) estudante em sua formação.
11 A estrutura do memorial foi planejada coletivamente definindo os itens que seriam trabalhados relacionando-os com as disciplinas Possibilitou perceber conhecimentos prévios dos alunos
12 Principais seções: origens história escolar história de vida história de leitor/escritor/pesquisador aspectos emocionais visão de escola/de professor experiências e conhecimentos sobre educação ambiental e filosofia
13 Desenvolvido através de reflexões Quem sou eu?
14 Foi muito importante iniciar o ano pensando em quem sou eu. Apesar do receio inicial quando parei para pensar em minha história, nos mais variados aspectos, nas experiências que vivenciei e nos conceitos que vieram por elas, consegui entender muitas coisas e agradecer a Deus pelo presente que é minha vida. Parece besteira, mas quando se olha para trás é que se percebe como estamos crescendo e como estamos direcionando nossas vidas. Isso é maravilhoso, aquilo que atualmente chamam de feedback, uma avaliação daquilo que aconteceu. Karine (turma 2004 Séries iniciais)
15 A construção deste memorial foi, para mim, algo de grande valia, possibilitou a reconstrução, na minha mente, de fatos muito importantes e que, com certeza, refletem na minha vida hoje. Achei legal a idéia de recordar tais fatos e registrá-los. Além disso, acho importante, realmente, que os professores possam ter uma breve idéia de como foi a minha vida até então, e, daqui em diante, é primordial que estejam a par das minhas dificuldades e da maneira como venho acompanhando o curso. A proposta de um trabalho contínuo é interessante e possibilita que ao final do curso possamos analisar a trajetória de quatro anos e ver o quão longe fomos. Priscila (turma 2004 Educação Infantil)
16 A criatividade foi estimulada Alguns títulos: Em busca das raízes de meus pensamentos Reconhecer mudanças O nascimento da princesa Não finjo, não escondo, é melhor saber que sou assim A luta por uma conquista
17 Participação dos envolvidos: Professores: preparação da estrutura leitura Coordenador: Encaminhamento junto aos alunos Acompanhamento nas avaliações ao longo do ano
18 Conforme Soligo e Prado (2004): ao narrar visitamos o passado, na tentativa de buscar o presente, onde as histórias se manifestam, trazendo à tona fios, feixes que ficaram esquecidos no tempo. O que buscamos, nesse momento, não é somente trazer informações sobre nossa história, mas sim estimular em todos que delas se sentem parte integrante, personagens, o despertar de outras histórias, para que se produzam outros sentidos, outras relações, outros nexos.
19 Visita ao passado - possibilitou mudanças. Depois que escrevi o memorial, tentei não repetir o que eu estava fazendo igual a minha mãe fazia antigamente. Hoje, por exemplo, sou uma mãe mais dedicada, conto historinhas infantis para meu filhinho que tem apenas 1 ano e 11 meses, dou mais atenção a ele, interrompo minhas tarefas domésticas para brincarmos juntos, me aproximei mais dele, porque lembrei que minha mãe sempre estava ausente, melhorei 100%. Valéria (turma 2004 Séries iniciais)
20 O Memorial também teve a função de promover e praticar a auto-avaliação e a visão do estudante sobre as diversas disciplinas
21 Os critérios foram criados coletivamente pelo grupo de professores da série
22 Auto-avaliação: avanços conseguidos competências desenvolvidas (escrita, leitura, apresentação de trabalhos,...) dificuldades encontradas conteúdos apreendidos atitudes desenvolvidas em relação aos colegas e em relação aos professores angústias e expectativas
23 Escrita do memorial exercício de reflexão sobre seu próprio desenvolvimento Melhor instrumento de aprendizagem
24 tornou possível ouvir a si mesmo ler seu escrito perceber-se, modificar-se situando-se em um novo lugar no mundo
25 Quando comecei a desenvolver meu memorial, confesso que fiquei perdida, pensando: para que vai servir isso, será que realmente os professores vão ler?, mas ao escrevê-lo notei que não era só para os professores, mas também serviu para que eu me conhecesse um pouco mais. Flávia (turma Séries Iniciais)
26 Durante esse bimestre fiquei satisfeita com os meus avanços. Consegui fazer trabalhos dentro da metodologia da ABNT, reforcei meu aprendizado na área da leitura e da compreensão e notei uma melhora considerável no meu comportamento em relação ao relacionamento com as outras pessoas. Juliana (turma 2004 Educação Infantil)
27 Avaliação das disciplinas: Metodologia Conteúdos trabalhados (complexidade, interdisciplinaridade, importância para a formação Avaliação Linguagem do professor Relação professor/aluno
28 No Memorial o aluno pôde sugerir Mandar recados colocar suas insatisfações reivindicar o que possibilitou Fazer modificações Discutir as limitações
29 Gostaria de expressar minha opinião dizendo que o Memorial é uma ótima idéia e serve para muitas coisas. Mas ele está ficando repetitivo e se continuar assim, até o final do quarto ano, ele vai se tornar desinteressante. Gostaria de dar uma sugestão a seu respeito. A cada bimestre até poderíamos fazer uma avaliação, mas não precisaria ser tão detalhada ou poderia ter outros itens para fazer a avaliação, poderíamos fazer sim uma avaliação mais complexa no final de cada ano, já que um dos objetivos é fazer o acompanhamento do curso. Como um outro objetivo do Memorial é treinarmos a nossa escrita e praticá-la para melhorá-la, então, para cada bimestre poderíamos desenvolver algo diferente para anexar e assim, na minha opinião, ficaria uma atividade mais interessante. Michele (turma Séries Iniciais)
30 As dificuldades que venho encontrando são as avaliações que temos de fazer a cada bimestre das disciplinas e dos professores, pois alguns professores utilizam sempre os mesmos métodos e a avaliação acaba se tornando repetitiva. Outro fato que me intriga, é que não sabemos como o professor poderá reagir a estas críticas. Marilene (turma Séries Iniciais)
31 Depoimentos possibilitaram mudanças no projeto: Em 2004: Avaliações passaram a semestrais Em 2005, mudança na forma e enfoque da avaliação: Eu em relação à aprendizagem Eu e as disciplinas
32 Avanços conseguidos:
33 Prática interdisciplinar reciprocidade humildade comprometimento ensaio Construção de algo novo primeiros passos Novas formas de aprender Novas formas de ensinar
34 Alunos: Mais reflexivos Conscientes de sua posição social frutos de uma história Comprometidos com a formação buscando novos referenciais escrita Como instrumento de intervenção Produtores de conhecimento
35 No Departamento: Professores novo olhar aprendizagem do aluno fazer docente Na dinâmica do curso Trocas entre disciplinas planejamento conjunto Universidade: regime horista
36 DESAFIOS Manter a motivação de alunos e professores Valorizar os escritos como fonte de conhecimento Envolver mais os professores no projeto pesquisa publicação
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