TjDFT Direito Civil II

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1 TjDFT Direito Civil II Posse. Direitos Reais Parte I Livro Eletrônico

2 02/2019 PRESIDENTE: Gabriel Granjeiro VICE-PRESIDENTE: Rodrigo Teles Calado COORDENADORA PEDAGÓGICA: Élica Lopes ASSISTENTES PEDAGÓGICAS: Francineide Fontana, Kamilla Fernandes e Larissa Carvalho SUPERVISORA DE PRODUÇÃO: Emanuelle Alves Melo ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Giulia Batelli, Jéssica Sousa, Juliane Fenícia de Castro e Thaylinne Gomes Lima REVISOR(A): Marcela Passos DIAGRAMADOR: Clenio Da Mata CAPA: Washington Nunes Chaves Gran Cursos Online SBS Quadra 02, Bloco J, Lote 10, Edifício Carlton Tower, Sala 201, 2º Andar, Asa Sul, Brasília-DF CEP: Capitais e regiões metropolitanas: Demais localidades: Seg a sex (exceto feriados) / das 8h às 20h /ouvidoria TODOS OS DIREITOS RESERVADOS De acordo com a Lei n , de , nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recupe ração de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

3 AUGUSTO ANDRADE Advogado inscrito na OAB/MG e professor de Direito Comercial, Civil e Processual Civil em cursos preparatórios, atua também como consultor de Direito Empresarial e Civil além de possuir larga experiência prática como empreendedor e administrador de empresas.

4 Posse e Direitos Reais Parte I...5 Capítulo 1: Posse...5 Da Posse...8 Da Detenção...15 Da Aquisição e Perda da Posse...17 Dos efeitos da Posse...19 Do Direito à Usucapião...22 Dos Frutos...22 Da Perda ou Deterioração do Bem...23 Das Benfeitorias...24 Da Perda da Posse...26 Capítulo 2: Direitos Reais...27 Da Propriedade...27 Classificação da Propriedade...29 Poderes e Limitações do Direito de Propriedade...32 Aquisição da Propriedade...37 Aquisição da Propriedade Móvel...56 Usucapião de Coisa Móvel...62 Perda da Propriedade...62 Capítulo 3: Direitos Reais Sobre a Coisa Alheia...66 Das Servidões...66 Do Usufruto...76 Do Uso e da Habitação de 89

5 POSSE E DIREITOS REAIS PARTE I Caro(a) aluno(a), Nesta aula, estudaremos a Posse e, em seguida, a primeira parte dos Direitos Reais, em que trataremos da Propriedade e dos Direitos Reais sobre a coisa alheia, dando sequência ao nosso plano de estudo para o concurso do TJ-DFT. Alguns artigos de leis foram transcritos nessa aula, enquanto outros foram apenas citados, mas é sempre fundamental a leitura complementar da legislação para a compreensão e memorização da matéria. Bons estudos e vamos em frente! Capítulo 1: Posse Enquanto no Direito das Obrigações são reguladas as relações humanas, no Direito Real, o foco é a relação entre as pessoas e as coisas, visando sempre ao resultado econômico dessa relação. Porém, tanto o Direito Obrigacional quanto o Real são subdivisões do Direito Patrimonial. No Direito Patrimonial, a autonomia privada é predominante, e a liberdade dos particulares em dispor de seus bens é enorme. Tratando especificamente do Direito Real, pode-se dizer que esse é o campo do direito patrimonial em que a relação do homem com as coisas é regulada. É muito importante ressaltar aqui que, quando nos referimos às coisas, não se trata de qualquer coisa, em um sentido vulgar, mas o que deve ser entendido por coisa, nesse caso, é tudo aquilo que: i. for um bem corpóreo; ii. possa ser apropriada; iii. que tenha valor econômico mensurável. 5 de 89

6 Os preceitos elencados no Livro Do Direito Das Coisas do Código Civil não são, via de regra, aplicados aos bens incorpóreos, excepcionando-se, apenas, os casos previstos em lei. Nas palavras do Professor Fábio Ulhoa Coelho: O direito das coisas reúne as normas legais e institutos jurídicos que norteiam a superação de conflitos de interesses relacionados, em última instância, ao aproveitamento pelos seres humanos de bens valiosos para eles. Aplicam-se as normas e institutos do direito das coisas aos bens corpóreos; e, só no caso de expressa previsão legal, aos incorpóreos e diretos. 1 São três as características básicas do Direito Real: i) DIREITO ABSOLUTO: Não confundir com direito ilimitado, pois não existem direitos ilimitados. O direito absoluto significa que ele é oponível Erga Omnes, ou seja, ele é oponível, pelo titular, a qualquer um que venha o lesar, ainda que não haja qualquer relação jurídica entre as partes. ii) DIREITO TÍPICO: Significa que o direito real deve estar previsto em lei para que as partes possam institui-lo, ou seja, elas não podem criar um direito real que não tenha previsão legal. Em resumo: Um direito real só existe se houver sua previsão em lei. iii) ADERÊNCIA À COISA: O direito é ligado à coisa, ao bem, e não ao seu titular, assim, ainda que ocorra a mudança de titularidade de um bem, o direito continua existindo. Os direitos reais podem ser classificados como Direitos Sobre a Própria Coisa (Propriedade e Direito Real em Garantia) ou Direito Sobre a Coisa Alheia (Demais Direitos Reais). O Código Civil elenca, no artigo 1.225, quais são os Direitos Reais: 1 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil: direito das coisas, direito autoral. 4. ed. São Paulo: Saraiva, v de 89

7 Art São direitos reais: I a propriedade; II a superfície; III as servidões; IV o usufruto; V o uso; VI a habitação; VII o direito do promitente comprador do imóvel; VIII o penhor; IX a hipoteca; X a anticrese. XI a concessão de uso especial para fins de moradia; XII a concessão de direito real de uso; e XIII a laje. Atenção para o fato de que os direitos reais sobre as coisas móveis, quando constituídos ou transmitidos por atos inter vivos, ou seja, por meio de um negócio jurídico, só são adquiridos com tradição (a entrega do bem) (art , CC). Por outro lado, os direitos reais referentes a bens imóveis, quando constituídos ou transmitidos por atos inter vivos, só são adquiridos com o registro no Cartório de Registro de Imóveis, exceto casos expressos na lei (Art , CC). Como vemos, a posse não está listada no art do CC como um direito real, ainda que reúna todas as características de tal, mas foi disciplinada no Título inaugural do Livro que trata dos Direitos das Coisas do Código Civil. Há, na verdade, um grande debate entre doutrinadores sobre a natureza da posse, em que alguns a classificam como um Direito Real e outros como um Fato Jurídico. Trata-se de um debate técnico que não apresenta maior relevância prática e que, devido ao teor de nosso estudo e ao curto prazo que dispomos para cobrir um grande volume de material, optarei por não aprofundar nesta aula. 7 de 89

8 Basta, para nosso estudo, que fique claro que quando a Posse é tratada como um direito, refere-se a um Direito Real, não podendo ser considerada um direito pessoal. Da Posse A posse é o exercício, a exteriorização, da propriedade. Como já mencionado, não necessariamente a figura do possuidor se mistura com a do proprietário, um exemplo é locatário que, apesar de ter a posse do imóvel, não é o proprietário. Conforme apresentado no Código Civil, em seu art : Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. É essencial que fique claro que o objeto da posse deve ser, obrigatoriamente, um bem corpóreo. Assim, nem todo bem a que se possa atribuir uma propriedade será possível atribuir a posse. É assegurado ao possuidor o direito de valer-se de algumas ações judiciais que tenham por objetivo a proteção de seus interesses, são as chamadas Ações Possessórias. O intuito dessas ações é, justamente, conciliar os interesses e direitos do proprietário e do possuidor. Um importante efeito da posse é o direito do possuidor aos frutos do bem possuído. O possuidor de bens que geram frutos tem direito a esses, porém a extensão desse direito será determinada de acordo com alguns elementos que serão vistos mais adiante. Adicionalmente, a posse terá efeitos para o possuidor, no que diz respeito à deterioração ou perda do bem enquanto estava em suas mãos. O mesmo ocorre com as benfeitorias por ele introduzidas. 8 de 89

9 Outro importante efeito da posse é a possibilidade de dar ao possuidor o direito à propriedade do bem possuído, como é o caso da conhecida usucapião. Classificação da Posse Em nosso estudo sobre a posse, é muito importante enfrentarmos suas diversas classificações, para que seja possível aplicar alguns direitos do possuidor ou do proprietário. Vejamos, pois, as principais classificações: a) Posse Direta e Indireta: A Posse Direta (ou Posse Imediata) é exercida por quem tenha o bem materialmente, exercendo um poder direto sobre ele. Exemplo: imóvel alugado, em que o locatário tem a posse direta sobre o imóvel. Já a Posse Indireta (ou Posse Mediata) é exercida por meio de outrem, havendo apenas o exercício de direito (no mesmo exemplo da locação de um imóvel, enquanto o locatário tem a posse direta, o locador detém a posse indireta do bem). Por óbvio, há uma coexistência entre a Posse Direta e a Indireta, sendo que a Direta é temporária, persistindo apenas enquanto o Negócio jurídico que a originou estiver vigente. Ainda nos valendo do exemplo da locação de um imóvel, ao fim do negócio jurídico, a posse direta é extinta, e o proprietário retoma a posse do imóvel. Vejamos abaixo o que diz o Código Civil a respeito da Posse Direta e Indireta: Art A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto. Como dito, a posse direta é temporária e não anula a indireta, ademais, em caso de conflito de interesses, a posse direta tem preferência em relação à indireta. Por 9 de 89

10 exemplo, no caso de um usufruto, o proprietário não pode pedir a posse do bem do usufrutuário. b) Posse Justa e Injusta: A Posse Justa é aquela que não possui vícios, ou conforme a lei: É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária (art , CC). Apesar de direta ao ponto, a definição legal nos força a analisar cada uma das condições apresentadas para que tenhamos uma real compreensão da Posse Justa e Injusta, baseado nos vícios a seguir: violenta: a posse violenta é aquela que tenha sido adquirida por meio do uso indevido da força, que pode ser via agressão física, ameaça ou por qualquer uso ilícito de força, como remover alguém de dentro de um veículo, arrombamento de fechaduras etc. Assim, para que seja justa, a posse deve ser mansa e pacífica; clandestina: o que caracteriza a Posse Clandestina é o ocultamento do proprietário. Ainda que terceiros percebam a posse clandestina, enquanto essa for ocultada do proprietário (em outras palavras, daquele que tem o direito de se opor a essa posse), ela permanecerá clandestina. Ainda que seja mansa, a posse clandestina não é considerada justa; precária: aqui não é necessário que haja violência empregada na apropriação do bem, mas sim o abuso de confiança ou de direito. Também conhecida como Esbulho Pacífico, a Posse Precária precisa ser obtida clandestinamente, podendo ocorrer a apropriação precária de forma ostensiva. Um exemplo de posse precária é o locador de um veículo que não o retorna ao locatário ao fim do prazo estipulado em contrato, ou mesmo um empregado que se apropria indevidamente de um bem deixado a seus cuidados. 10 de 89

11 Dessa forma, a posse é considerada Justa quando não for Violenta, Clandestina ou Precária. Em outras palavras, não pode haver dúvida quanto à posse, que deve ser clara e firme, para que seja considerada justa. Um importante ponto a ser compreendido, que pode parecer contra intuitivo, a princípio, é que tanto a posse justa quanto a injusta garantem ao possuidor direito de valer-se de ações possessórias. Este direito é evidente no caso do possuidor justo, porém o injusto, também, pode valer-se dos interditos para preservar sua posse injusta. O exemplo apresentado pelo Professor Fábio Ulhoa Coelho ilustra muito bem esta situação: imagine um posseiro que invada uma área de uma fazenda, de forma clandestina e injusta. Neste caso, se um terceiro tentar turbar ou esbulhar sua posse, ele poderá defendê-la (evidentemente ele não poderá fazê-lo contra tentativas de retomada legais por parte do dono da fazenda, proprietário legítimo) 2. Lembre-se de que isto só é válido para proteger a posse ilegal de terceiros, nunca das pessoas injustamente desapossadas. c) Posse de Boa-fé e de Má-fé: é considerada de boa-fé a posse em que o possuidor ignora os eventuais vícios de sua posse. Adicionalmente, o possuidor que possua um título que dê fundamento à posse, como um contrato de locação, comodato ou arrendamento. Esta definição é trazida pelo Código Civil, de maneira clara, em seu artigo Vejamos: Art É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção Como vemos no parágrafo único, a boa-fé do possuidor de justo título é presumida, a menos que haja prova em contrário ou vedação expressa da lei a essa presunção. 2 COELHO, Fábio Ulhoa. Op. Cit. 11 de 89

12 Com isso, podemos resumir a posse quanto à boa-fé da seguinte maneira: Posse de Boa-Fé: é aquela que o possuidor ignora eventuais vícios ou possua título justo que dê fundamento à sua posse e ofereça presunção da boa-fé de sua posse. Posse de Má-Fé: ocorre quando, mesmo ciente de vícios em sua posse, o possuidor tem a intenção de exercer seu domínio sobre ela. Aqui não há a possibilidade de título justo que possa oferecer a presunção de boa-fé. A posse de boa-fé não perde esse caráter, salvo se comprovado que o possuidor tem ciência de que possui o bem indevidamente, ou caso as circunstâncias façam presumir isto, conforme art do Código Civil. d) Posse Viciada e Sem Vício: segundo o Professor Fábio Ulhoa Coelho, a união dos critérios de classificação de Posse Justa/Injusta e Posse de Boa-Fé/Má-Fé resulta na distinção entre uma posse viciada ou sem vício. 3 Há vício na posse quando ela for injusta ou de má-fé. Caso seja injusta, será um vício objetivo, que diz respeito à relação entre o possuidor e o objeto. Por outro lado, quando se tratar de má-fé, será um vício subjetivo, que tem relação com o conhecimento de obstáculos que possam macular a legitimidade de sua posse. Conhecendo esses obstáculos e, ainda assim, tentando manter a posse, essa será de má-fé, mas, caso o possuidor as desconheça, ela será de boa-fé. O fato relevante quanto à existência ou não de vícios na posse é que seu surgimento ou desaparecimento devem ser provados por quem se beneficiará deles. Isto está expresso no artigo do Código Civil. Como ensina a Professora Maria Helena Diniz a respeito do princípio geral sobre a continuidade do caráter da posse: 3 COELHO, Fábio Ulhoa. Op.Cit. 12 de 89

13 Há presunção juris tantum de que a posse guarda o caráter de sua aquisição. Se a posse começou violenta, clandestina ou precária, se adquirida de boa ou má-fé, se direta ou indireta, entende-se que ela permanecerá assim mesmo, conservando essa qualificação, a não ser que se prove em contrário. 4 Sendo provado em juízo, de maneira que justifique a alteração da qualificação original da posse, sua alteração será promovida. e) Posse Nova ou Posse Velha: essa classificação se refere ao tempo, e é importantíssima para questões processuais referentes às ações possessórias. A classificação é extremamente simples, a Posse Nova é aquela que conta com até um ano, enquanto a Posse Velha é a que conta com um ano e um dia ou mais. Na prática, as ações possessórias referentes a uma posse nova deverão seguir um procedimento especial, enquanto aquelas referentes às posses velhas seguirão o procedimento ordinário, mantendo, porém, seu caráter de ações possessórias (art. 558, CPC). Este é um tema a ser aprofundado no direito processual, mas que se mostra relevante ao nosso estudo devido ao fato de que o Código Civil de 2002 revogou as previsões contidas no Código de 1916, que diziam respeito às posses nova e velha. Atualmente a matéria é tratada apenas no CPC. f) Posse Com ou Sem Justo Título: inicialmente cabe ressaltar que título, aqui, tem o sentido de dar causa, é o elemento criador da relação jurídica. Com isso, podemos classificar a posse da seguinte maneira: Posse com título: quando há um negócio jurídico que transfira a posse, representado por um documento escrito. Exemplo: Contrato de locação. 4 DINIZ, Maria Helena. Código Civil Anotado. 14. ed. São Paulo: Ed. Saraiva, de 89

14 Posse sem título: aqui não há, pelo menos aparentemente, uma causa representativa, um negócio jurídico, que transmita a posse. Ocorre quando há a posse sem um negócio jurídico prévio que justifique sua existência. Exemplo: Alguém encontra um tesouro enterrado. O professor Flávio Tartuce apresenta os conceitos de Ius Possessionis, que é a posse autônoma, baseada apenas na posse, e o Ius Possidendi, que decorre da propriedade. 5 Ocorre que a posse pode ser por meio de Justo Título ou não, o que tem grande relevância na definição das condições para a usucapião, podendo alterar o prazo para a aquisição do direito dela. É muito importante ressaltar que um Título Justo não é sinônimo de legítimo. O possuidor do justo título participou de um negócio jurídico que pretendia transferir a propriedade do bem, mas que, por algum motivo, não é um negócio apto a atingir esse fim. Basta, para a criação do Justo Título, que as partes de um determinado negócio jurídico tivessem a intensão de valer-se desse para efetuar a transferência da propriedade de algo. O efeito da posse com justo título é que, uma vez que o negócio que a originou não possa transferir a propriedade do bem, essa só ocorrerá com o decurso do tempo, por meio de usucapião. f) Posse Singular e Composse: um único bem pode ser possuído por uma pessoa ou mais, simultaneamente. A posse é singular quando há apenas um possuidor num determinado momento, enquanto há a composse quando há mais de um possuidor do mesmo bem, simultaneamente. 5 TARTUCE, Flávio: Direito Civil: direito das coisas. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, v de 89

15 Um exemplo de composse é a herança, em que mais de uma pessoa se torna possuidor de determinado bem. O Código Civil trata da Composse no artigo 1.199, vejamos: Art Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. A composse pode ser classificada como: Pro Indiviso: ocorre quando o compossuidores possuem apenas uma parte ideal do bem apenas; Pro Diviso: quando há uma divisão de fato, mas não de direito do bem, que faz com que cada uma das pessoas que o possui conjuntamente possua uma parte certa. Por óbvio é necessário, para que haja a Composse, um bem indivisível e a pluralidade de possuidores em um mesmo período temporal. A título de comparação, podemos dizer que a Composse equivale, no caso da posse, ao que o Condomínio representa para a propriedade. A composse tem um interessante efeito processual, no que diz respeito à defesa do interesse dos compossuidores. Qualquer um deles pode buscar, por meio de ações possessórias, defender os interesses do grupo, sem a necessidade de litisconsórcio. Da Detenção Se imaginarmos uma hierarquia, a Propriedade estaria acima da Posse,que, por sua vez, estaria acima da Detenção. O artigo do Código Civil trata da detenção. Vejamos: 15 de 89

16 Art Considera-se detentor aquele que, achando-se em relação de dependência para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instruções suas. Parágrafo único. Aquele que começou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relação ao bem e a outra pessoa, presume-se detentor, até que prove o contrário. (Grifos nossos) Importante ressalvar alguns elementos deste artigo, para que se possa compreender a detenção da posse: Relação de dependência para com outro: conforme indica o artigo 1.198, para se caracterizar como detentor da posse, é preciso que essa pessoa tenha uma relação de dependência econômica ou subordinação em relação ao possuidor. Conserva a posse em nome deste: a posse aqui não é transferida, mas conservada em nome do possuidor. O detentor, em momento algum, retira a posse do possuidor, mas apenas a detém temporariamente. Em cumprimento de ordens ou instruções suas: aqui fica clara a subordinação, bem como o entendimento de que a detenção da posse de determinado bem é temporária e em cumprimento de instruções do possuidor. O parágrafo único determina que quem agir como descrito no caput deste artigo em relação a um bem alheio é, presumidamente, o detentor desse, até que se prove o contrário. Um clássico exemplo de detenção é o caso de empregados, que, por determinação de seus empregadores, detêm a posse de determinado bem, temporariamente, para que possam executar determinada tarefa, como motoristas que se utilizam de veículos de seus empregadores para cumprir suas funções. É possível, entretanto, que a detenção seja convertida em posse. Isto pode ser percebido ao se combinar o artigo do CC com o artigo 1.204, também do CC. 16 de 89

17 Ou seja, se a relação de subordinação for rompida, a detenção será convertida em posse, desde que se caracterize o exercício dos atos possessórios em nome próprio, e não de outrem, como é o caso na detenção. Da Aquisição e Perda da Posse A posse (enquanto um direito real que é) pode ser adquirida ou perdida. São vários os negócios jurídicos que podem ter por objeto a transmissão da posse de um bem, mas, além deles, é possível também que fatos jurídicos promovam a transferência da posse, como ocorre na herança por morte. A aquisição da posse pode se dar de forma originária ou derivada, sendo que a originária ocorre quando não há vínculo entre o antigo e o novo possuidor de determinado bem, enquanto, na derivada, o adquirente é sucessor do alienante, tanto nos direitos quanto nos eventuais vícios decorrentes da posse adquirida. Vamos analisar, detidamente, ambas as formas de aquisição da posse: a) Posse Originária: corre sem que haja um vínculo de sucessão entre o alienante e o adquirente; eventuais vícios de possuidores anteriores não são transmitidos ao adquirente; engloba a aquisição injusta, pois nesse caso não há uma relação negocial válida que transfira a posse ao adquirente; a posse adquirida por meio de ação judicial é, também, considerada originária; a aquisição justa pode ser originária ou derivada. Exemplo: um bem jogado no lixo ou abandonado por alguém e encontrado por outrem. Aqui não houve uma negociação entre as partes. 17 de 89

18 b) Posse Derivada: ocorre mediante negociação entre as partes ou causa mortis, mas sempre havendo uma transferência direta da titularidade da posse, do alienante para o adquirente; os vícios que existam na posse são transmitidos com a transferência da posse; a aquisição justa pode ser originária ou derivada; além dos vícios, são transmitidos também os mesmos direitos que o alienante tivesse ao adquirente. Exemplo: cessão de posse, herança, aluguel etc. O momento da aquisição da posse está previsto no artigo do Código Civil, vejamos a seguir: Art Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. Ou seja, ao adquirir o poder de gerenciar socioeconomicamente sobre um bem, em nome próprio, a pessoa adquire sua posse. É possível que a posse seja adquirida pela própria pessoa que a pretende, desde que seja capaz e que pratique o ato gerador da relação possessória. Caso a pessoa que pretenda adquirir a posse do bem seja incapaz, ela deverá ser representada ou assistida (art , I, do Código Civil). É possível, ainda, que o adquirente seja representado por procurador, munido de instrumento com poderes específicos. Se a posse for adquirida por terceiro sem mandato, a aquisição dependerá da ratificação do interessado. Nesta hipótese, o que ocorrerá será a gestão de negócio alheio e, não havendo a ratificação, o gestor ficará obrigado pessoalmente perante a pessoa que ele se obrigou, devendo arcar com todas as consequências, inclusive 18 de 89

19 eventuais perdas e danos. Caso ocorra a ratificação, entretanto, a aquisição será considerada válida desde o momento em que o gestor efetuou a aquisição (art , II, CC). No que se refere à herança da posse, esta é transmitida aos herdeiros com os mesmos caracteres, ou seja, com todos os direitos, deveres, vícios etc., conforme artigo do Código Civil. Adicionalmente, no que diz respeito à aquisição da posse, da mesma maneira que atos violentos ou clandestinos não autorizam a aquisição dessa, os atos de permissão ou tolerância não a induzem, conforme determina o artigo do CC. No caso de posse de bem imóvel, até que se prove o contrário, presume-se a posse, também, das coisas móveis que estejam nele. Isto se dá com base no princípio de que os acessórios acompanham o principal (art , CC). Dos efeitos da Posse Da Defesa da Posse O artigo do Código Civil trata dos efeitos da posse no que diz respeito ao direito de sua manutenção pelo possuidor, e merece uma atenção especial: Art O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse. 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa Inicialmente, percebemos que é possível ao possuidor defender-se de Turbação, Esbulho ou Violência Eminente. 19 de 89

20 Mas de que se tratam essas ameaças à posse e como o possuidor pode se defender delas? a) Turbação: trata-se de um ato que embaraça o livre exercício da posse, independentemente de haver ou não dano e ainda que o turbador tenha direito sobre o bem. Ou seja, ainda que alguém que possua direito sobre o bem pratique um ato, com dano ou não, que impeça o possuidor de exercer plenamente sua posse, esse alguém estará turbando o possuidor. Nessa hipótese, a medida a ser tomada pelo possuidor para se proteger é a ação de manutenção de posse, que visa manter a posse, bem como receber indenização por danos sofridos no ato da turbação. Caso a turbação seja nova (com menos de um ano e um dia), a manutenção de posse terá efeito liminar. b) Esbulho: ocorre quando o possuidor vê sua posse atacada por atos de violência, clandestinidade ou precariedade, que resultam na perda dessa. A ação cabível nessa situação é e reintegração de posse, e tem por objetivo retornar ao esbulhado a posse perdida, bem como demandar indenização por perdas e danos. Como na ação de manutenção de posse, caso o esbulho tenha menos de um ano e um dia, a ação de reintegração de posse terá efeito liminar. c) Ameaça de Esbulho ou Turbação: se o possuidor se ver ameaçado de sofrer esbulho, turbação ou qualquer violência à sua posse, ele poderá lançar mão do Interdito Proibitório, que é a proibição preventiva da posse, face a essas ameaças. Havendo procedência neste pedido, o juiz proibirá o réu de praticar o ato, sob pena de multa e indenização por perdas e danos, em favor do autor ou de terceiros, evitando, com isso, o esbulho ou a turbação. Os requisitos para a propositura do Interdito Proibitório é a posse atual do imóvel, a ameaça de esbulho ou turbação e o justo receio de ser ferido na posse do bem. 20 de 89

21 Além dessas medidas judiciais de proteção, este artigo prevê também, no 1 º, a legítima defesa da posse (ou Autotutela). Em caso de turbação ou esbulho está autorizada a legitima defesa da posse, mediante força própria, desde que sem demora, valendo-se de meios proporcionais e suficientes para que seja interrompida ou revertida a ameaça ou dano à posse. Finalmente, o 2 º determina que a manutenção ou a reintegração da posse não podem ser opostas por alegação de propriedade, ou qualquer outro direito sobre o bem. Em outras palavras, se a disputa judicial da posse se der com base no domínio, a invocação da propriedade não pode prejudicá-la. Este, inclusive, é um entendimento sumulado pelo STF (Sum. 487, STF): Será deferida a posse a quem evidentemente tiver o domínio, se com base neste for ela disputada. Em uma disputa judicial pela posse de um bem, havendo dúvida sobre quem é o possuidor, a posse será mantida, provisoriamente, àquele que tiver a coisa no momento, desde que não esteja evidente que ele obteve o bem de modo vicioso (art , CC). É possível ao possuidor, adicionalmente, valer-se de ação de reintegração de posse, ou indenização, contra terceiro que tenha recebido a coisa esbulhada, ciente dessa condição (art , CC). É imprescindível que o terceiro que recebeu o bem o tenha feito de má-fé, sendo impossível valer-se dessa medida contra terceiro de boa-fé. Uma importante observação é que o proprietário que não detém a posse do bem só pode buscar a satisfação de seus interesses por meio de uma ação de imissão na posse, não sendo possível a ele a autotutela. Caso tente obter a posse por seus próprios meios (Autotutela), ele incorre em turbação, ameaça ou esbulho. 21 de 89

22 Portanto, lembre-se: a Legítima Defesa da Posse (ou Autotutela) só é lícita para possuidor que busca a proteção de sua posse, nunca para o proprietário que busca a posse de seu bem. Do Direito à Usucapião A usucapião é uma forma de se adquirir a propriedade por meio da posse continuada durante um período prolongado de tempo, observando-se os requisitos legais. O Código Civil regula a Usucapião nos artigos a 1.244, no caso de propriedades imóveis, e a 1.262, para as propriedades móveis, além das demais previsões legais como a Usucapião Indígena (Lei n /1973) e a Usucapião Coletiva (Lei n /2001), por exemplo. Dos Frutos São considerados frutos os acessórios do bem, renováveis periodicamente, que podem ser divididos nas seguintes categorias: a) Frutos Naturais: quando se renovam pelo ciclo biológico, sem interferência humana; b) Frutos Civis: rendimentos gerados pelo próprio bem; c) Frutos Industriais: quando a intervenção humana dá origem à renovação. Os frutos são chamados de Pendentes enquanto estiverem atrelados ao bem principal, porém, ao serem destacados, passam a ser chamados de Frutos Percebidos, no caso dos industriais e civis, ou Frutos Colhidos, no caso dos Naturais. Vejamos o que diz o artigo do Código Civil sobre os direitos aos frutos: Art O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação. 22 de 89

23 É legítimo o direito do possuidor de boa-fé aos frutos percebidos durante sua posse, afinal os acessórios acompanham o principal. Porém, na eventualidade de cessar a boa-fé, os frutos pendentes, nesse momento, deverão ser restituídos, bem como os frutos colhidos com antecipação. É permitida, entretanto, a dedução das despesas de produção e custeio. O possuidor de má-fé tem responsabilidade pelos frutos percebidos, devendo responder por eles, assim como por todos os frutos que, por culpa sua, não tenham sido percebidos. Como no caso anterior, é permitido que sejam deduzidas as despesas com produção e custeio (art , CC). Os frutos naturais e industriais serão considerados colhidos e percebidos no momento em que forem retirados de sua fonte, ou seja, destacados do bem principal, enquanto o fruto civil tem sua percepção ocorrida a cada dia, ou no dia a dia, conforme determina o artigo do Código Civil. Da Perda ou Deterioração do Bem É possível que o bem se deteriore ou se perca enquanto estiver em posse de alguém que não tenha seu domínio. Esse dano, deterioração ou perda do bem, também é chamado de sucesso negativo, e tem seus efeitos regulados pelo Código Civil, nos artigos e Havendo o sucesso negativo do bem, a responsabilidade do possuidor dependerá de sua boa ou má-fé na posse. O possuidor de boa-fé será responsabilizado apenas se tiver culpa, enquanto o de má-fé responderá pelas perdas e danos mesmo em caso fortuito ou de força maior. O Código Civil determina o seguinte sobre a deterioração, dano e perda de um bem, em relação ao possuidor: 23 de 89

24 Art O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Art O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante. Caso ocorra dano, deterioração ou perda do bem, o possuidor de boa-fé não será responsabilizado, a não ser que tenha agido com culpa. Já o possuidor de má- -fé responderá por todos os danos e prejuízos causados enquanto possuía o bem danificado, deteriorado ou perdido, ainda que provenientes de caso fortuito ou força maior, salvo se provar que o dano ocorreria independentemente de sua posse. Das Benfeitorias Benfeitorias são bens acessórios incluídos ao principal, que adicionam qualidades, protegem de deterioração e desgaste ou o renovam, e que, usualmente, promovem sua valorização. Existem três classificações para as benfeitorias, quais sejam: a) Benfeitorias necessárias: são aquelas que visam conservar ou proteger o bem, como obras de reforço estrutural em imóveis em risco de desabamento. b) Benfeitorias úteis: tratam-se das que facilitam ou ampliam o uso do bem, como a reforma para o acréscimo de um quarto em um imóvel. c) Benfeitorias voluptuárias: estas são as benfeitorias fúteis, dispensáveis, que visam tão somente ao recreio ou ao deleite do possuidor, como a substituição de um piso de uma casa, em perfeitas condições, por um mais luxuoso, de materiais mais caros. Como e quanto dessas benfeitorias devem ser ressarcidas ao possuidor dependem, fundamentalmente, se ele é possuidor de boa ou má-fé. 24 de 89

25 A seguir veremos, também de forma pontual, as previsões legais do Código Civil sobre as benfeitorias feitas pelo possuidor: Art O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. Art Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias. Art As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem. Art O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má- -fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual. Em relação às benfeitorias, o artigo do Código Civil preconiza que o possuidor de boa-fé, quando privado do bem em favor do reivindicante, tem o direito à indenização por eventuais benfeitorias necessárias e úteis que tenha feito no bem, pois elas resultaram em valorização dele. Caso se tratem de benfeitorias voluptuárias, o possuidor de boa-fé pode ser indenizado por elas, mas não o sendo, é possível que ele as retenha (retire e leve consigo). Nas benfeitorias voluptuárias, o possuidor não tem a possibilidade de demandá-las judicialmente, restando apenas a opção de retê-las ou ser indenizado. Tratando-se das benfeitorias necessárias ou úteis, entretanto, o possuidor não só tem o direito a demandar judicialmente a indenização correspondente, como pode reter o bem, condicionando a sua devolução ao recebimento dessa indenização. Porém, sendo o possuidor de má-fé, o artigo do CC determina que somente as benfeitorias necessárias devem ser ressarcidas, mas sem o direito de retenção do bem para demandá-las. Adicionalmente, não é possível o levantamento das benfeitorias voluptuárias. 25 de 89

26 Havendo danos que o possuidor deva ressarcir, as benfeitorias se compensarão com esses, conforme previsto no artigo do CC, evitando assim que o possuidor e proprietário se cobrem mutuamente. Nesse caso, eles procederão com a compensação dos créditos, devendo apenas o crédito remanescente ser pago pela parte devedora. Quando se tratar de indenização das benfeitorias ao possuidor de má-fé, o reivindicante poderá escolher entre o valor atual ou seu custo. Nessa hipótese, o valor será determinado por perícia, mas é possível que, em acordo, as partes convencionem um valor diferente. Já no caso da restituição ao possuidor de boa-fé, a indenização será pelo valor presente, conforme artigo do CC. Da Perda da Posse Se o possuidor, ainda que contra sua vontade, for privado da disponibilidade física do bem, de forma que não seja possível o exercício de qualquer ato possessório ou poder de domínio sobre esse, ocorrerá a perda da posse, com base no artigo do Código Civil. Adicionalmente, perde a posse aquele que, não estando presente no momento do esbulho, não toma as devidas providências para a retomada do bem ao tomar ciência do fato, demonstrando, com isso, desinteresse. Isto está disposto no artigo do CC, que determina, também, que ocorrerá a perda da posse quando, ao tentar recuperar a coisa esbulhada, é violentamente repelido por quem a detém. Isto, definitivamente, não quer dizer que a pessoa que se enquadre na previsão do artigo do CC perde a propriedade e o direito sobre o bem, mas apenas que a posse foi perdida. Como já estudamos, neste caso será cabível uma ação judicial com vistas a recuperar sua posse perdida. 26 de 89

27 Capítulo 2: Direitos Reais Da Propriedade A propriedade, em nosso ordenamento jurídico, tem uma dupla função: a função individual, que é a de prover o sustento de seu proprietário e sua família; e a função social, que é a preservação do interesse público, coletivo, no que diz respeito à essa propriedade. Ao analisarmos como a propriedade vem sendo apresentada, historicamente, nas constituições brasileiras, percebemos uma adaptação, no decorrer do tempo, no sentido de dar a ela essa função social. Inicialmente, as Constituições apresentavam a propriedade como um direito fundamental (desde a Constituição do Império até a de 1937). Apenas na Constituição de 1946 foi introduzida a necessidade de que ela atendesse ao bem-estar social e, a partir da de 1967 até a atual, de 1988, foi utilizado o conceito de função social, como um limitador do exercício do direito à propriedade. O que a nossa Carta Magna pretende é que a propriedade possa, ao mesmo tempo, cumprir suas funções individuais e sociais, sem sacrificar os interesses públicos em prol dos individuais do proprietário, nem vice-versa. A importância do direito à propriedade é imensa, tanto é que os demais direitos reais se referem à propriedade como uma forma de sua exteriorização (através da posse), seu desdobramento (por meio do uso, usufruto etc.) ou de sua limitação (nos direitos de servidão e direitos reais de garantia). A Propriedade apresenta quatro elementos constitutivos, quais sejam: a) Uso (Jus Utendi): é o direito de uso do bem por seu proprietário; b) Gozo ou Fruição (Jus Fruendi): diz respeito ao direito de o proprietário explorar o bem economicamente; 27 de 89

28 c) Disposição (Jus Disponendi): qualidade mais abrangente, que permite ao proprietário dispor de seu bem, vendê-lo, consumi-lo, modificá-lo ou mesmo desprezá-lo; d) Direto de Reaver (Rei Vindicatio): o proprietário pode reaver seu bem do poder de quem, injustamente, o possua. Estas quatro faculdades apresentadas estão previstas no Código Civil, em seu artigo 1.228, caput: Art O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. Foi transcrito apenas o caput deste artigo, pois os 1 º ao 5 º serão estudados mais adiante, de forma mais detida. Além dos elementos constitutivos da propriedade, citados acima, existem também algumas importantes características, como: É um direito absoluto. Ainda que existam limites à propriedade, como o já mencionado limite imposto pela função social, o direito à propriedade é um direito absoluto por ser erga omnes, ou seja, exerce-se contra todos. Exclusividade. O proprietário tem liberdade de proibir que terceiros utilizem seu bem, ainda que possa haver mais de um proprietário de um único bem, os direitos de propriedade desse são exclusivos do grupo de proprietários, e ninguém mais. A exclusividade da propriedade está prevista no artigo do CC. A propriedade é perpétua e, inclusive, se transfere aos herdeiros através do Direito das Sucessões. Além disso ela não se perde pela falta de uso do proprietário, mas pode ser alienada por esse, ou perdida por falta de resistência à posse de outrem, como é o caso da usucapião. O fato relevante aqui é que a propriedade não se perde por excesso ou falta de uso do dono. A propriedade possui um sujeito ativo, o proprietário, e, do outro lado, o sujeito passivo indeterminado, que são todas as pessoas da sociedade, obrigadas a res- 28 de 89

29 peitar os limites impostos pela propriedade alheia. Qualquer pessoa pode ser proprietário de um bem, sendo que sua aquisição ou alienação depende da capacidade dessa ou, caso seja incapaz, de que ele esteja representado ou assistido. Classificação da Propriedade Analisaremos, a seguir, os critérios de classificação da propriedade, que podem ser divididos em cinco categorias. Vejamos: a) Propriedade Corpórea x Incorpórea: a propriedade pode ser dividida em Corpórea, quando se tratar de um bem físico, material. Nesse caso, a propriedade tem o nome de Domínio e está regulada nos artigos e seguintes do Código Civil, o estudo do Direito das Coisas aborda justamente essa categoria de Propriedades. É muito importante ressaltar que os preceitos estabelecidos para a Propriedade Corpórea não podem ser aplicados à Propriedade Incorpórea, como o contrário também não é possível, a menos que haja previsão legal específica que o permita. A propriedade incorpórea, como dito, não está regulada no Código Civil, mas sim em legislação esparsa. Um exemplo de propriedade incorpórea é a Propriedade Intelectual, que diz respeito ao Direito Comercial, no caso da Propriedade Industrial, ou ao Direito Civil, com a Propriedade Intelectual. b) Propriedade Mobiliária x Imobiliária: este critério de classificação é válido apenas para as Propriedades Corpóreas, e depende da natureza do bem. A definição de bens imóveis apresentada pelos artigos 79 a 81 do Código Civil é: Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II o direito à sucessão aberta. 29 de 89

30 Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Exemplos: um terreno, uma casa construída nesse, uma fazenda, a plantação dessa etc. Já no que tange à Propriedade Móvel, o Código Civil nos apresenta, também, uma definição, nos artigos 82 a 84: Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I as energias que tenham valor econômico; II os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Aqui a gama de exemplos é enorme e extremamente diversa, que vai desde veículos a animais, livros, equipamentos etc. Como estudaremos mais adiante, existem diferenças importantes no que diz respeito às propriedades móveis e imóveis, como o modo de aquisição e perda, por exemplo. a) Propriedade Plena x Restrita: a propriedade é plena quando não existem restrições ou limitações ao exercício do direito do proprietário sobre ela. Aqui, todos os poderes referentes ao direito de propriedade estão com o proprietário e quaisquer limitações que ele enfrente ao exercício desse são oriundos de força legal ou constitucional. Por sua vez, a Propriedade é restrita quando o proprietário transfere temporariamente a outrem a posse, uso e administração de seu bem. Nesse caso é instituí- 30 de 89

31 do o direito de usufruto da coisa a um terceiro, o usufrutuário, que cessa ao fim do usufruto, momento em que a propriedade volta a ser plena. A propriedade não se presume restrita, ou seja, é plena até que se prove o contrário. Se o usufrutuário não possa provar sua condição como tal, ele será considerado apenas um possuidor. Finalmente, as restrições a uma propriedade são, necessariamente, provisórias, devendo em algum momento cessar para que se reestabeleça sua plenitude. b) Propriedade Singular x Copropriedade: O critério de classificação aqui é o número de proprietários de um bem. Será singular quando houver apenas um proprietário, podendo ser pessoa física ou jurídica, enquanto, havendo mais de um proprietário, será o caso de uma copropriedade. No caso da copropriedade, é importante que fique claro que deve haver mais de um proprietário para apenas um bem, não importando a forma de copropriedade, como condomínio, comunhão ou propriedade coletiva. É possível que bens móveis ou imóveis sejam objetos de copropriedade, não importando se é um bem divisível ou indivisível. c) Propriedade Perpétua x Resolúvel: A propriedade é perpétua quando ela existir enquanto seu proprietário tiver interesse por ela, enquanto a resolúvel deixa de existir com uma determinada condição. Via de regra as propriedades são perpétuas, e duram enquanto o proprietário quiser ou estiver vivo. Isto não impede que o proprietário venha a perder seu bem em uma ação de cobrança judicial, ou mesmo por usucapião, mas nesse caso a perda da propriedade terá um efeito similar à alienação, será considerado que a propriedade foi transferida por intenção do proprietário. No caso da propriedade resolúvel, ela chega ao fim por força de uma condição predeterminada. Pode ser interpretada como uma propriedade condicional. 31 de 89

32 Exemplo: um doador doa um bem a um terceiro com a condição de que caso ele sobreviva ao donatário, o bem retornará a ele. Outro exemplo, este extremamente comum, é a alienação fiduciária. Aqui, o devedor aliena um bem ao credor, com a condição de que o bem retorne a sua propriedade quando terminar de pagar a dívida. Nessa situação, o credor possui a propriedade resolúvel do bem, que deverá, obrigatoriamente, voltar ao devedor que o alienou quando esse saldar a dívida. Poderes e Limitações do Direito de Propriedade Como já mencionado, a propriedade é exclusiva, pois o proprietário possui meios legais de vedar a utilização de seu bem por qualquer pessoa, sem sua autorização. Ou seja, sem a permissão do proprietário, ninguém pode usar um bem ou tirar proveito deste, seja material ou moral, direta ou indiretamente. Portanto, o poder do proprietário permite não só a proibição da utilização de seu bem, como que ele ceda a outrem, onerosa ou gratuitamente, o direito de utilização e/ou posse de seu bem. A referida exclusividade abrange todos os poderes ligados à propriedade. Como estudamos no início do capítulo, os poderes são o de Usar, Gozar, Dispor ou Reaver a coisa. Existem, entretanto, limitações a esses poderes, como veremos a seguir: a) Limitações ao Poder de Uso do Bem: em primeiro lugar, é de grande relevância compreender que o poder de uso da coisa objeto da propriedade é limitado pela Função Social. Trata-se de uma limitação constitucional que impede que o uso dado ao bem afronte o interesse da coletividade. Em seguida, é vedado o uso do bem de forma abusiva, com o intuito de prejudicar a terceiros, conforme determina o artigo 1.228, 1 º e 2 º do CC: Art O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 32 de 89

33 1º O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 2º São defesos os atos que não trazem ao proprietário qualquer comodidade, ou utilidade, e sejam animados pela intenção de prejudicar outrem. Portanto, é vedado, por lei, a utilização abusiva da propriedade, seja contra a coletividade, a natureza ou contra um indivíduo específico. b) Limitações ao Poder de Gozo ou Fruição do Bem: o poder de fruição corresponde à possibilidade de o proprietário explorar economicamente a coisa que possui. O gozo (ou fruição) é, portanto, a obtenção de renda, ou proveitos, do bem que possui. Existem, porém, limites a esse gozo, que são impostos por leis e pela constituição. Limitações impostas pelo plano diretor de uma cidade são exemplos que podem impedir que um determinado estabelecimento seja instalado em um imóvel. Certamente essa limitação impede uma forma de fruição do imóvel, mas é baseado em restrições legais. Adicionalmente, como no direito de uso, é importante também ser observada a função social do bem, como um limitador ao direto de gozo desse. c) Limitações ao Direito de Dispor do Bem: como vimos, o direito de dispor abrange a prerrogativa do proprietário, não só de alienar seu bem, como alterá-lo, utilizá-lo, reformá-lo, abandoná-lo etc. Entretanto, até mesmo esse direito possui limitações, como por exemplo um imóvel tombado como patrimônio histórico. Nesse caso, o proprietário não tem a liberdade de reformar o imóvel ou destruí-lo, pois há um interesse da coletividade que deve ser atendido e que limita seu de dispor do bem. 33 de 89

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