PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. NOÇÕES GERAIS SOBRE PROPRIEDADE Arts a do CC

Transcrição

1 NOÇÕES GERAIS SOBRE PROPRIEDADE Arts a do CC

2 1. Conceito de propriedade Propriedade é o direito que uma pessoa tem, respeitadas as normas limitativas, de usar, gozar e dispor de um bem, corpóreo e incorpóreo, bem como de reivindicá-lo daquele que injustamente o detenha.

3 A propriedade é um direito real. Também é direito real o direito a laje (art A do CC)

4 O direito de propriedade tem caráter absoluto e oponível erga omnes. Sujeita-se apenas ao interesse público e à coexistência do direito de propriedade de outros titulares.

5 Usar a propriedade plenamente significa que o proprietário pode usá-la como lhe convier, respeitando as restrições legais, evitando a sua utilização abusiva e atendendo a sua função socioeconômica.

6 Quando o proprietário for totalmente privado de seu bem poderá retomá-lo de quem quer que o injustamente o detenha por meio da ação de reivindicação devido ao direito de sequela.

7 2. Ação reivindicatória O proprietário pode propor ação reivindicatória contra o terceiro que se encontra na posse injusta do imóvel.

8 Esta ação tem por objetivo proteger a propriedade, sendo parte legítima ativa apenas o proprietário que efetivamente possua a escritura pública regularmente registrada no Cartório de Imóveis (art do CC)

9 3. Base legal Direito de sequela - art do CC

10 3. Procedimento processual Procedimento comum - Artigos 318 a 512 do CPC

11 3.1 - Petição inicial (artigos 319 e 320 do CPC) Citação (art. 246, I, do CPC) Opção ou não pela audiência de conciliação ou mediação (art. 319, VII, do CPC) Contestação (arts. 335 a 342 do CPC)

12 3.5 - Manifestação sobre a contestação ou réplica Julgamento conforme o estado do processo (arts. 354 a 356 do CPC) Sentença (Arts. 366, 485 e 495 do CPC

13 4. Foro competente A ação reivindicatória deve ser ajuizada no foro onde está o imóvel, segundo o art. 47 do CPC.

14 5. Perguntas que devem ser feitas ao cliente a) O (a) senhor(a) é proprietário(a) do imóvel? Tem escritura registrada? b) Quando e como adquiriu o imóvel? c) Qual é a localização do imóvel? d) Com quem está o imóvel? e) Há quanto tempo o réu está no imóvel?

15 6. Documentos (art. 320 do CPC) -Certidão de casamento/nascimento (outorga uxória ou marital) - Cédula de Identidade e número do CPF/MF - Escritura de compra e venda, regularmente registrada do imóvel - IPTU atual do imóvel

16 7. Valor da causa Na ação de reivindicação, o valor da causa deve ser equivalente ao do imóvel (art. 292, IV, do CPC). Podese utilizar a estimativa oficial lançada no imposto IPTU, conhecido como valor venal.

17 8. Do pedido principal Requer ao juiz que os réus desocupem o imóvel, imitindo-se os autores na posse do referido imóvel, expedindo-se, para tanto, o competente mandado.

18 O proprietário que conserva o bem imóvel em seu poder e sofre turbação no exercício de seu direito, poderá propor ação negatória para defender seu domínio.

19 A ação negatória é proposta pelo proprietário que sofre turbação no exercício de seu direito. É fundada no direito de propriedade. AÇÃO NEGATÓRIA DE SERVIDÃO DE PASSAGEM

20 Na ação confessória, o proprietário almeja obter conhecimento de uma servidão ou aduzir ao direito de propriedade.

21 Caso Jurídico O cliente teve a passagem de seu imóvel cercado pelo vizinho, e isso impossibilita o trânsito daquele, prejudicando o acesso ao imóvel de sua propriedade. O que fazer?

22 Qual é a ação? Ação Confessória - base legal: Art do CC O dono do prédio serviente não poderá embaraçar de modo algum o exercício legítimo da servidão.

23 Pedido principal: Deve-se requerer o reconhecimento da servidão e a condenação do réu para que cesse a lesão sob pena de multa diária a ser arbitrada pelo juiz de direito.

24 Para dirimir quaisquer dúvidas sobre a titularidade de seu domínio, o proprietário pode propor ação declaratória.

25 Ação declaratória de reconhecimento de domínio. Objeto da demanda pode ser: a declaração de existência e validade do contrato de compra e venda.

26 Em homenagem à boa-fé, à lealdade contratual e até mesmo à função social da propriedade, é válido o contrato preliminar de promessa verbal de compra e venda de imóvel, acompanhado de prova robusta do pacto e suas obrigações [...]. (Apelação n , de Armazém, rel. Des. Monteiro Rocha, j ). Tribunal de Justiça de Santa Catarina

27 Requerer, ao final, a procedência da ação, com o reconhecimento da compra e venda havida entre as partes e a declaração da propriedade do imóvel aos autores.

28 Requer o reconhecimento da existência e a validade do contrato de compromisso de compra e venda firmado pelas partes, razão pela qual o pedido inicial deve ser julgado procedente, a fim de impor ao réu o dever de promover a outorga da necessária escritura pública, na forma do art. 497 do CPC.

29 O proprietário tem direito à indenização por dano de ato lícito quando sofre limitação em seu direito por exigência de interesse social ou quando perde o bem em razão de desapropriação.

30 9. Aquisição da propriedade imobiliária Adquire-se a propriedade do imóvel pelo registro da escritura no Cartório de Registro de Imóvel.

31 9.1 - Outros meios de aquisição da propriedade imobiliária a) Usucapião b) Acessão c) Direito hereditário

32 Artigo 1.245, 1º, do Código Civil: Enquanto não se registrar o título translativo, o alienante continua a ser havido como dono do imóvel.

33 O registro é uma presunção juris tantum da aquisição da propriedade imobiliária.

34 Há possibilidade de retificar ou anular o registro, porque ele não é imutável. A Lei n /73 - Dispõe sobre os registros públicos, e dá outras providências. Artigos 213 e 216 da lei.

35 A anulação será provocada pelo interessado, para que o Judiciário se manifeste, declarando a invalidade do registro.

36 Pode resolver o problema administrativamente - Art. 212 da Lei n /73