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- João Gil Almada
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1 BuscaLegis.ccj.ufsc.Br Efeitos da Posse Os interditos Alessandra Nóbrega Leite de A. Lima* 1. INTRODUÇÃO. Os interditos são meios processuais de defesa posse, e por isso sua disponibilidade pelo possuidor é considerada um dos principais efeitos da posse. Seu tratamento fica a cargo da lei processual e civil, por necessidade no próprio contexto possessório. O objetivo maior dos interditos é garantir a disponibilidade da coisa ao possuidor, combatendo excessos (esbulho/turbação) e, assim defendendo a propriedade. Verificado o esbulho ou a turbação o Poder Judiciário, manterá ou reintegrará o possuidor na posse do bem. A proteção possessória consiste nos meios de defesa em uma situação de fato, que apresenta ser uma situação de domínio, diretamente ou através das ações possessórias, a saber. 2. DESFORÇO IMEDIATO Ato reativo praticado por quem foi esbulhado de algum bem, por sua própria força. Previsto no CC, art. 1210, 1º, art. 188, I. Considera-se resquício de justiça privada em nosso ordenamento jurídico. Consiste na legítima defesa da posse. Seus requisitos é que seja imediato (logo ano e dia) e proporcional (atos estritamente necessários para manter-se, ou reintegra-se na posse). 3. AÇÃO DE MANUTENÇÃO é o remédio jurídico da turbação. Esta pode ser de fato (material contra a coisa) ou de direito (Ex. Administração municipal que toma medida em detrimento da utilização da coisa). Funda-se no art. 1210, 1ª parte do CC e nos arts. 926 a 931 CPC; Turbação: caracteriza-se pela agressão, limitação, embaraço no direito de disposição da coisa. Ex: Corte de cercas, árvores. Prova: cabe ao possuidor comprovar a posse e a turbação.
2 Objetivo: mandato de manutenção; Turbação nova: aquela ocorrida a menos de ano e dia; pode ser expedido mandato liminar, sem audiência prévia do turbador (CPC, art. 924). Turbação Velha: aquela ocorrida a mais de ano e dia; não cabe mandato liminar, sem audiência prévia do turbador. Não cabe o mandato liminar. Mas pode haver tutela antecipada (CPC, art. 273). Rito: a) ordinário: força velha b) sumário: força velha, art. 275, CPC. c) sumaríssimo: força velha LJE, art. 3º, IV d) especial: ação de força nova, CPC, art. 924 (turbação nova); Contagem do prazo da turbação recidiva, ou sucessiva: a) Atos distintos sem nexo de causalidade: cada um será autônomo; b) Sucessivos, ligados: conta-se do último. 4. AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO é o remédio jurídico do esbulho. Funda-se no art. 1210, 2ª parte do CC. A ação de reintegração de posse concedida ao possuidor que sofre a turbação, art. 926 a 931 CPC. Esbulho: caracteriza-se pela retirada total ou parcial da posse por violência ou precariedade. Ex: Imóvel não devolvido, invadido. Objetivo: recuperar a coisa. Legitimidade Passiva: esbulhador ou terceiro de má-fé (CC, art. 1212). - CC - Art O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era. Ação de força nova espoliativa: contra esbulho novo (menos de ano e dia); Ação de força velha espoliativa: contra esbulho velha (mais de ano e dia);
3 Exceptio dominii ou exceptio proprietatis: a alegação de propriedade, e/ou demais direitos reais não obsta a reintegração da posse. - Art (...) 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa - CPC - Art Na pendência do processo possessório, é defeso, assim ao autor como ao réu, intentar a ação de reconhecimento do domínio. (Redação dada pela Lei nº 6.820, de ) - As ações possessórias não comportam discussão de domínio : devem discutir apenas a posse; - Ação de reivindicação (natureza petitória): ação do proprietário contra o possuidor injusto. - STF Súmula nº Será deferida a posse a quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela disputada. Cumulação com a indenização? É possível. 5. INTERDITO PROIBITÓRIO É o meio de defesa concedido ao possuidor, que antevendo esbulho ou possível atentado ao seu direito de possuidor, assegura-se de violência iminente, art CC, os requisitos para ação estão no art. 932 CPC. A ameaça contra a posse é revertida pelo interdito proibitório, tanto para bens móveis, como bens imóveis, art. 275, II CPC. Caráter preventivo; Objetivo: mandato proibitório (ordem judicial que comina pena pecuniária para o caso de transgressão); Legitimidade: possuidor direto e indireto; Pressuposto: receio fundado de atentado; Possibilidade de reversão para ação de manutenção ou reintegração; Cautelares vs. Interdito Proibitório: o processo civil moderno deu aos procedimentos cautelares atípicos muita força, o que suprimiu importância do Interdito possessório.
4 6. EMBARGOS DE TERCEIRO SENHOR E POSSUIDOR É meio de defesa concedido a quem não é parte no processo, porém sobre turbação, esbulho na posse de seus bens, em virtude de penhora, depósito, arresto seqüestro, venda judicial, arrecadação ou outro ato de apreensão, como forma de defender os bens do possuidor. Art a CPC, Ex: Turbação sofrida em imóvel adquirido sem registro. Natureza: acessória; Objetivo: defesa da propriedade/posse; CPC - Art Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença, e, no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. 7. NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA Visa impedir que obra nova prejudique prédio vizinho confinado. Possibilita ao condômino, ao locatário, ação de nunciação de obra nova, impedindo obra que prejudique área comum; e o Poder Público, possibilita impedir construção contra ao plano vigente, art. 934 a 940 CPC. Legitimidade: qualquer possuidor; Críticas a sua natureza: mão seria ação possessória ; Pressuposto: obra em andamento ; Objetivo: interrupção (embargo) da obra, podendo ser arbitrada multa em caso de desrespeito; Natureza: Procedimento especial; Não é natureza possessória e sim pessoal. 8. AÇÃO DE DANO INFECTO Decorre do justo receio de sofrer dano em seu imóvel em decorrência de ruína em prédio vizinho ou obras vizinhas, em que o proprietário pode exigir caução real ou fidejussória para garantir eventual prejuízo, art. 826 CPC. Na verdade, esta ação comumente é acautelatória/preparatória, mas pode ser incidental contra um dano potencial. V. arts. 1277, 1281 do CC: Art O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam, provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
5 Art O proprietário ou o possuidor de um prédio, em que alguém tenha direito de fazer obras, pode, no caso de dano iminente, exigir do autor delas as necessárias garantias contra o prejuízo eventual. Pressuposto: dano potencial; Caráter: preventivo cominatório (não é ação possessória ); 9. IMISSÃO DE POSSE É conceder a posse a alguém legalmente, por via judicial. Ex: Ao adquirente ao administrador e ao mandatário. Não está prevista no CPC, como ação própria. Era prevista no antigo CPC/39 (art. 381). Há discussões se realmente consiste em ação possessória. a) Relações jurídicas que impliquem no dever de entrega de coisa: será ação ordinária de imissão de posse em favor de adquirentes, administradores e mandatários para receber de seus antecessores bens que agora lhe cabem. Pode se dar tanto quanto bens móveis e imóveis. É possível tutela antecipatória (art. 273, CPC). b) Título extrajudicial contendo obrigação de entregar coisa certa: Não é procedimento especial, enquadra-se como execução para a entrega de coisa certa (art. 621, ss do CPC), sob a forma de mandato para entrega de coisa certa (art. 625, CPC). CPC - Art Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel. c) Inexistência de contrato - Processo Cautelar : É ação para dar coisa certa, art. 796 CPC, é processo cautelar, pela presença da fumus boni iuri e periculum in mora. Isto ocorre quando a entrega da coisa não resultar do contrato, e for dependente ao desenrolar de outro processo. 10. Observações finais: Nas ações possessórias a presença do cônjuge - é conveniente, para evitar-se discussões estéreis. Para maioria é indispensável apenas, nas ações de composse. Mas apesar da doutrina em boa parte julgar a posse um direito real, a ação possessória é tida como de natureza pessoal, por boa parcela dos doutrinadores. A demanda pode tanto ser decidida em favor do autor, como em favor do réu, se houve pedido expresso de contestação, inclusive quanto à indenização, art 922 CPC.
6 Cumulação de Pedidos - Poderá ocorrer a cumulação de pedidos, art. 921 CPC. Possibilita a constituição de caução, art. 826 e 130 CPC. CPC - Art É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de: I - condenação em perdas e danos; II - cominação de pena para caso de nova turbação ou esbulho; III - desfazimento de construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. A fungibilidade das ações possessórias possibilitam ao juiz decidir o pleito possessório dentro da tríplice divisão (esbulho, turbação e proteção da posse). Vale dizer: o autor dirige-se ao juiz pedindo proteção possessória independente da hostilidade descrita na inicial, que pode aumentar ou diminuir no curso do processo, art. 920 CPC. CPC - Art A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela, cujos requisitos estejam provados. 11. SERVIDÕES E POSSE Servidão é direito real constituído em favor de um prédio sobre outro de dono diverso. o prédio beneficiado denomina-se dominante e o prédio onerado, de serviente. Servidões podem ser não aparentes. Ex: proibição de construir mais alto, as demais se manifestam por sinais externos e não sofrerão restrições de proteção possessória. A posse das servidões só é possível, nas servidões aparentes e contínuas. *Estudante do 10 período de direito alenobregaleite@hotmail.com Disponível em: < s>. Acesso em: 11 set
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